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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA - UFRR CENTRO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E ECONÔMICAS - CADECON DEPARTAMENTO DE ECONOMIA ROQUE CARLOS AGUILAR

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA - UFRR

CENTRO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E ECONÔMICAS - CADECON DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

ROQUE CARLOS AGUILAR

POTENCIAIS DE MERCADO PARA PEQUENOS NEGÓCIOS NO ESTADO DE RORAIMA.

BOA VISTA – RR 2014.

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ROQUE CARLOS AGUILAR

POTENCIAIS DE MERCADO PARA PEQUENOS NEGÓCIOS NO ESTADO DE RORAIMA.

Monografia apresentada como pré-requisito para conclusão do Curso de Ciências Econômicas do Departamento de Economia da Universidade Federal de Roraima.

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Rodrigues Silva.

BOA VISTA – RR 2014.

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ROQUE CARLOS AGUILAR

POTENCIAIS DE MERCADO PARA PEQUENOS NEGÓCIOS NO ESTADO DE RORAIMA.

Esta monografia é de natureza dissertativa e tem o objetivo de apresentar potenciais de mercado para pequenos negócios com boas probabilidades de sucesso no estado de Roraima.

Este trabalho, ora submetido à avaliação e aprovação pelos componentes da banca examinadora do Centro de Ciências Administrativas e Econômicas – CADECON – Universidade Federal de Roraima – UFRR.

Composta pelos Srs. Professores:

______________________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Rodrigues Silva.

Orientador / Curso de Economia - UFRR

______________________________________________ Prof. Msc. Romanoul Bispo

Coordenador / Curso de Economia - UFRR

________________________________________________ Prof.

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RESUMO

Esta monografia apresenta os resultados de um amplo estudo, sobre potenciais de mercado para pequenos negócios no estado de Roraima, como ação em prol da promoção do empreendedorismo no estado, foi feita uma pesquisa que levantou ramos de atividade com potencial para abertura de pequenos novos negócios no estado de Roraima. Dessa forma contribuindo com informações que possam ajudar aqueles que tenham interesse em abrir empresas, a melhor escolher o ramo de atividade conforme a localidade onde pretendam se instalar, correndo menores riscos. A metodologia de pesquisa aplicada seguiu os moldes de pesquisas semelhantes aplicadas em outros estados do país.

Para obter os resultados aqui apresentados foram feitas 1.759 entrevistas com pessoas de todo o estado. Foram analisados dados em busca das tendências e das variáveis demográficas e econômicas que possam ter influenciado o padrão de consumo dos roraimenses. Tal análise subsidiou a seleção de negócios cujo grau de potencial pode ser avaliado para a abertura de novas empresas.

O critério de avaliação do potencial considerou como maior potencialidade os tipos de negócios mais utilizados, que apresentam maior grau de insatisfação de quem utiliza, maior interesse de quem ainda não faz uso e que mostrem uma quantidade relativamente pequena, quando comparada a população atendida.Teve ainda como objetivo a identificação de 50 oportunidades de negócios entendidas como demandas de qualquer tipo de produto ou serviço que não seja atualmente atendido, ou seja precariamente atendido no estado.

Palavras- chave: empreendedorismo, potencial, mercado, oportunidade, negócios, produto.

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ABSTRACT

This monograph presents the results of an extensive study on the potential market for small businesses in the state of Roraima, as action for the promotion of entrepreneurship in the state, a poll that was taken up branches of activity with potential for opening new small business in the state of Roraima. Thus contributing information that can help those who are interested in starting a business, choosing the best hive of activity as the location where they wish to settle, running fewer risks. The methodology applied research followed similar patterns applied research in other states.

For the results presented here 1,759 interviews were conducted with people from all over the state. Data in search of trends and demographic and economic variables that may have influenced the pattern of consumption of Roraima were analyzed. This analysis supported the selection of businesses whose degree of potential can be evaluated for the opening of new businesses.

The criterion for assessing the potential considered as most potential business types most commonly used, with a higher degree of dissatisfaction from users, greater interest of those who do not yet use and show that a relatively small amount compared to population atendida.Teve also aimed to identify 50 business opportunities construed as demands of any type of product or service that is not currently met, ie poorly attended in the state.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 2

1 - ASPECTO METODOLÓGICO ... 3

ANÁLISE DE MERCADO: DEMANDA E OFERTA ... 3

PERFIL DOS ENTREVISTADOS ... 5

RENDA FAMILIAR DOS ENTREVISTADOS ... 5

PERFIL DAS EMPRESAS ... 6

NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS NAS EMPRESAS ... 6

DETERMINANTES DAS COMPRAS ... 7

2 - TENDÊNCIAS DEMOGRÁFICAS E DE CONSUMO FAMILIAR ... 9

O CRESCIMENTO POPULACIONAL ... 12

3 - INCENTIVOS FISCAIS E ÁREAS DE LIVRE COMÉRCIO ... 15

4 - FUNCIONALISMO E RENDA: POTENCIAL DE CONSUMO ... 19

INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO ... 20

PREOCUPAÇÃO COM A INSEGURANÇA ... 20

TENDÊNCIAS EMPRESARIAIS ... 20

CRESCIMENTO DO NÚMERO DE EMPRESAS ... 21

EVOLUÇÃO DA INFORMALIDADE ... 21

AUMENTO DA TERCEIRIZAÇÃO ... 22

INFORMATIZAÇÃO DAS EMPRESAS ... 22

TENDÊNCIAS DE CONSUMO DAS FAMILIAS ... 23

PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE E A ESTÉTICA ... 24

PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE ... 24

5 - ANÁLISE DA PRODUÇÃO POR SETORES DE ATIVIDADE... 25

AUMENTO DA FROTA DE VEÍCULOS ... 28

MAPA DE OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS ... 29

NEGÓCIOS COM ALTO POTENCIAL NO ESTADO DE RORAIMA ... 29

NEGÓCIOS COM MÉDIO POTENCIAL NO ESTADO DE RORAIMA ... 30

NEGÓCIOS COM BAIXO POTENCIAL NO ESTADO DE RORAIMA ... 31

CONCLUSÃO ... 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 37

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INTRODUÇÃO

Ocupando uma área total de 224.299 km², o Estado de Roraima representa 2,64% do território nacional, mas abriga somente 0,22% da população do país. A baixa densidade demográfica se explica não somente por um processo recente de ocupação, mas pelo fato de apenas 10% do território ter disponibilidade legal para a ocupação e produção. A maior parte do território é ocupada por reservas indígenas - FUNAI (46,37%), áreas da União (33,99%), áreas de preservação - IBAMA (8,42%) ou do Exército (1,22%) (Portal RR).

Entretanto, o Estado de Roraima tem apresentado um acelerado processo de crescimento demográfico, determinado não somente pelo nascimento de mais roraimenses como pela influência de um expressivo movimento migratório. O Estado é dividido em 15 municípios e concentra 63% da população na capital, Boa Vista.

O Estudo de Potenciais de Mercado para Pequenos Negócios no Estado de Roraima. Teve por objetivo a identificação de um mínimo de 50 oportunidades de negócios, entendidas como demandas de qualquer tipo de produto ou serviço que não seja atualmente atendido, ou seja, precariamente atendido, no Estado.

Tiveram-se como objetivos específicos:

a) Verificar os ramos de atividades existentes em cada um dos municípios;

b) Identificar o potencial de demanda e a análise da oferta de bens e serviços de cada município;

c) Identificar e avaliar a relação benefício-custo do negócio, ou, estudo de.pré-viabilidade.

d) Apresentar a análise de tendências de variáveis que possam ter influenciado o padrão de consumo atual;

e) Identificar novos tipos de negócios através das sugestões recebidas dos entrevistados; f) Identificar as diferenças de comportamento entre classes de renda;

g) Avaliar o grau de satisfação do mercado com os negócios existentes;

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1 - ASPECTO METODOLÓGICO

Esta monografia apresenta os resultados de um amplo estudo realizado sobre Potenciais de mercado para pequenos negócios no Estado de Roraima.

ANÁLISE DE MERCADO: DEMANDA E OFERTA

Em busca da identificação de oportunidades para pequenos negócios, foram analisados os dois lados do mercado: a demanda e a oferta. Para avaliar o potencial de demanda foi realizada uma pesquisa de campo, junto a 1.759 entrevistados, responsáveis de domicílios ou de empresas, que forneceram informações quanto aos hábitos de consumo, grau de satisfação com os negócios existentes e interesse por novos negócios a serem implantados. A pesquisa foi aplicada nos 15 municípios que compõem o Estado de Roraima. A amostragem mínima de 1.547 entrevistados considerou como parâmetros 10% de erro aceitável, d=11.338,60 (10% de 113.386 domicílios) e 95% de confiança (z=1,96). Considerando D = d2/Z2, Considerando margens adicionais, ao todo foram pesquisadas 1.759 pessoas, dentre as quais 1.581 responsáveis de domicílios e 178 responsáveis de empresas em todo o estado.

 Questionário aplicado em Domicílios: Identificação de índice de consumo por parte das famílias, grau de satisfação com os produtos consumidos e potencialidade de consumo futuro dos produtos e serviços atualmente não consumidos, de um conjunto de 44 negócios;

 Questionário aplicado em Empresas: Identificação de índice de consumo por parte das empresas, grau de satisfação com os produtos consumidos e potencialidade de consumo futuro dos produtos e serviços atualmente não consumidos, de um conjunto de 23 negócios.

Considerando que 04 negócios tiveram seu potencial de demanda avaliado tanto em empresas como em domicílios, a pesquisa considerou como ponto de partida a avaliação de um conjunto de 63 negócios diferentes.

A pesquisa foi aplicada em todo o Estado de Roraima. A distribuição da amostra foi proporcional à população residente segundo a Contagem Populacional de 2007 do IBGE.

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Ao longo do tempo, a produção do Estado de Roraima tem crescido, em média, a um ritmo ainda mais acelerado que a sua população, e mais rápido que na média dos estados brasileiros. A oferta de incentivos fiscais às empresas que se instalassem no estado favoreceu a esse crescimento.

As atividades produtivas dos setores primário e secundário, são cada vez menos representativas. Dentre as atividades do setor primário, 79% do PIB é gerado na agricultura e dentre as atividades secundárias, 67% do valor gerado corresponde à construção civil dentre as atividades incluídas no setor terciário, segundo a SEPLAN (2010), em 2007, 48,4% do valor adicionado bruto correspondia às atividades da administração, saúde e educação públicas. Assim como na geração de emprego formal, na geração do PIB, o setor público tem peso expressivo no Estado de Roraima, determinando elevada vulnerabilidade do setor comercial local e explicando o alto índice de imigração. Como agravante, a maior parte das receitas estaduais correspondem a transferências de recursos federais, limitando a sustentabilidade de crescimento em longo prazo. Torna-se, por isso, necessário o fortalecimento do setor privado do estado. Os principais produtos agrícolas de Roraima são o arroz, o milho e a soja. Também produz banana. A produção de arroz, apesar de corresponder somente a 0,77% da produção nacional, sendo o 14º estado produtor, mostra elevada produtividade, ocupando o 6º lugar entre os estados brasileiros. A bovinocultura tem crescido, mas ainda se mantêm como 3º estado com menor rebanho bovino do Brasil. Quanto à extração vegetal, os principais produtos do estado são a castanha - do - Pará e o açaí.

As exportações do Estado de Roraima concentram-se em combustíveis para aeronaves (46,3%), madeira (41,9%) e soja (6,6%) (SEPLAN). O destino da maior parte das exportações e a origem da maior parte das importações, é o país vizinho Venezuela. O Estado de Roraima importa, principalmente, cimento, equipamentos hospitalares, farinha de trigo, ferro e armações. Finalmente, cabe registrar que, apesar da baixa densidade demográfica e escassa produção, o Estado de Roraima apresenta um dos indicadores de menor concentração de renda do país (coeficiente de Gini), assim como a 18ª posição no ranking do IDH-Índice de Desenvolvimento Humano de 2005, calculado pelo PNUD, sendo 22º no IDH longevidade, 13º no IDH Educação e 22º no IDH Renda.

Para avaliação da oferta de negócios existentes em cada município, foram analisados os registros da RAIS 2009 do número de empresas formais existentes em cada ramo de atividade.

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O critério utilizado para ordenar os diferentes tipos de negócios segundo seu grau de potencial de demanda considerou maior potencial:

- aos negócios mais utilizados pelas famílias e empresas;

- aos negócios utilizados que apresentaram elevados índices de insatisfação;

- aos negócios não utilizados que apresentaram maior interesse dos demandantes em passar a usar;

- aos negócios citados com elevada freqüência como sugestão de negócios que faltam nas localidades pesquisadas;

- aos negócios com quantidade relativamente baixa em relação á população atendida.

Em cada grupo os negócios foram ordenados em ordem alfabética para evitar a concentração de investimentos nos tipos de negócio que apresentaram índice de potencial mais elevado.

PERFIL DOS ENTREVISTADOS

A pesquisa foi realizada sobre uma amostra de responsáveis de domicílios e de empresas distribuída proporcionalmente à população e à existência de empresas nos 15 municípios do estado.

Há uma concentração sensivelmente maior no município de Boa Vista, com 63% da população, 81% das empresas e 73% do valor agregado das atividades produtivas do Estado.

O peso do município de Boa Vista na amostra pesquisada ficou levemente reduzido pelo fato dos excessos de pesquisa terem sido mais freqüentes nos municípios do interior, onde as amostras eram menores. A pesquisa abordou responsáveis de domicílios e responsáveis de empresas. Na média geral, 90% dos entrevistados eram responsáveis de domicílios e 10% responsáveis de empresas.

RENDA FAMILIAR DOS ENTREVISTADOS

Na condução da pesquisa de campo foram abordados responsáveis de domicílios de rendas baixas (renda familiar inferior a R$ 1.600,00), rendas médias (renda familiar entre R$ 1.600,00 e R$ 5.000,00) e rendas altas (renda familiar superior a R$ 5.000,00). As proporções de entrevistados efetivamente pesquisados, em cada município são mostradas no gráfico

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anterior. Em média, 60% dos domicílios eram de renda baixa, 33% de renda média e 7% de renda alta, mantendo correspondência com as estatísticas oficiais de distribuição de renda.

Os municípios de Bonfim e Uiramutã têm famílias com maior média de tamanho, enquanto Paracaima e São Luiz apresentaram os menores tamanhos médios.

A análise das variáveis que descreve o perfil das famílias pesquisadas aponta que a amostra trabalhada foi bastante diversificada, tendo-se levantado a opinião de responsáveis de diversos tipos de domicílios, em todos os municípios.

Como a diversidade apresenta correspondência com as estatísticas, confirma-se assim a representatividade da amostra trabalhada na pesquisa.

PERFIL DAS EMPRESAS

A pesquisa realizada junto a uma amostra de responsáveis de empresas visou levantar a opinião, em cada município, de um grupo de empresários de diversos ramos de atividade e tamanhos. Os entrevistados responderam pelas demandas atuais e potenciais das suas empresas por bens e serviços oferecidos por outras empresas. A distribuição da amostra de empresários entrevistados foi realizada paralelamente à aplicação da pesquisa em domicílios, com a finalidade de obter maior diversificação, inclusive territorial.

Em cada empresa, o entrevistado teria que ter capacidade de responder sobre as decisões de compra da empresa, sendo limitado às funções de proprietário, gerente ou responsável de compras. Nenhum outro funcionário da empresa podia ser pesquisado.

Na pesquisa aplicada no estado, em média, 48% dos entrevistados eram proprietários, 43% eram gerentes e 9% eram responsáveis de compras. A proporção de proprietários foi sensivelmente superior nos municípios de Iracema, Alto Alegre e Uiramutã. Em São Luiz e Pacaraima houve maior participação dos gerentes das empresas pesquisadas. Somente em 5 municípios os respondentes eram responsáveis de compras.

NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS NAS EMPRESAS

Como Boa Vista concentra a maior parte das empresas do estado, foi possível obter maior diversificação de tamanhos nesse município. Nos municípios do interior do estado, a maior parte dos responsáveis pesquisados representavam empresas de menor porte, concentradas, principalmente nos intervalos entre 3 e 10 pessoas. Na média geral do estado,

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69% das empresas pesquisadas tinham entre 3 e 10 pessoas trabalhando, sendo, portanto, microempresas e representando a imensa maioria das empresas existentes no estado.

Em Boa Vista foram pesquisadas empresas de maior porte, resultando na maior média no tamanho das empresas. No outro extremo, a média de tamanho menor foi entrevistada em Normandia.

Em média, no Estado de Roraima foram pesquisadas 88% de empresas que atuam no Comércio, 13% de serviços e 8% industriais. Em 10 dos 15 municípios todas as empresas pesquisadas eram comerciais, atividade prevalecente no município. A proporção de empresas comerciais pesquisadas superou a proporção existente no estado (55%)

DETERMINANTES DAS COMPRAS

Nos dois instrumentos de pesquisa aplicados foi perguntado, tanto a responsáveis de domicílios como a responsáveis de empresas, sobre o principal fator determinante de suas decisões de compra.

A busca de qualidade foi identificada como o fator predominante, em todos os municípios do Estado. A proporção de entrevistados que apontaram a qualidade como principal determinante do consumo oscila, nos 15 municípios, entre 25% (Amajari) e 43,33% (Mucajaí). Na capital essa proporção foi de 42,15%. O preço apresenta-se, na média do estado como o segundo determinante das decisões de compra, com quase a metade do peso apontado para a qualidade.

Entretanto, em 4 municípios (Amajari, Alto Alegre, Pacaraima e Uiramutã) o atendimento foi considerado mais importante que o preço. Na média do estado o atendimento é o terceiro determinante e a marca o quarto. Em Mucajaí e Rorainópolis esses dois fatores apresentaram a mesma importância e em Bonfim, Caracaraí, Caroebe, Iracema, São João e São Luiz, a marca superou o atendimento em importância.

A importância que os responsáveis das empresas atribuem à qualidade supera a opinião dos responsáveis de famílias, onde o preço, a marca e a garantia ganham maior importância. Os responsáveis de empresas mostraram também maior preocupação com o atendimento que os responsáveis das famílias.107

A existência de elevado grau de insatisfação em negócios existentes em uma localidade oferece espaço para a abertura de novas empresas nesses ramos de atividade que ofereçam melhores condições aos demandantes. Estudos mais aprofundados permitirão

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identificar os motivos da insatisfação, podendo oferecer os serviços de uma nova empresa com melhor localização, melhor atendimento, melhor qualidade, maior variedade e outras características que atendam de forma mais eficiente às expectativas dos clientes potenciais.

No Estado de Roraima, são vários os tipos de negócio que apresentam essa situação. Portanto, novas empresas a serem abertas nos diversos municípios não terão que, necessariamente inovar nos ramos de atuação. Por outro lado, esse resultado aponta subsídios para os empresários que já atuam nesses ramos se atentarem à opinião dos seus clientes.

É comum no interior do Estado de Roraima, não existirem alguns tipos de negócios, cuja demanda é atendida pelas empresas existentes na capital. Isso ocorre até em ramos de atividade básica como farmácia e salão de beleza.

Observa-se que, seguindo os critérios metodológicos da pesquisa, do ponto de vista da demanda, o Estado de Roraima apresenta inúmeras oportunidades para a abertura de novos negócios. As famílias consumidoras expressaram, ao mesmo tempo, elevada insatisfação com o que existe e alto interesse em demandar o que não tem, em todos os municípios do estado.

Observa-se que ao levar em conta o lado da demanda, existe potencial elevado para abertura de novas empresas em muitos setores de atividade que oferecem produtos ou serviços para outras empresas. A insatisfação dos demandantes com o que existe aliado ao interesse dos que não usam (em muitos casos porque não existe o negócio na localidade), resultam em amplo espaço para atender a demanda potencial.

Para complemento da potencialidade avaliada do ponto de vista dos consumidores, foram incluídos os negócios que apareceram repetidamente entre as sugestões recebidas dos entrevistados. Em alguns casos, os entrevistados reforçaram seu interesse por negócios já avaliados na pesquisa, já em outros sugeriram negócios diferentes.

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2 - TENDÊNCIAS DEMOGRÁFICAS E DE CONSUMO FAMILIAR

Ao levantar os dados que embasam esta monografia busquei o entendimento de que o retorno de clássicos pensadores da economia, que permite reafirmar o conceito de empreendedorismo e desenvolvimento econômico, isto apesar das mudanças ocorridas na economia desde que eles fizeram suas afirmações, tal como Schumpeter, em Sua teoria do ciclo econômico é fundamental para a ciência econômica contemporânea. A razão, segundo ele, para que a economia saia de um estado de equilíbrio e entre em um boom (processo de expansão) é necessário o surgimento de alguma inovação, do ponto de vista econômico, que altere consideravelmente as condições prévias de equilíbrio. a introdução de um novo bem (produto) no mercado, a descoberta de um novo método de produção (como o fordismo e o toyotismo) ou de comercialização de mercadorias (como os sistemas de compra via internet, por exemplo); ou mesmo a alteração da estrutura de mercado vigente, como a quebra de um monopólio, por exemplo. A introdução de uma inovação no sistema economico é chamada por Shumpeter de ato empreendedor, visando a obtenção de lucro, que é o motor de toda atividade empreendedora. Quando fala de lucro, Schumpeter não se refere à remuneração usual do capital investido, mas ao “lucro extraordinário”, isto é, o lucro acima da média do mercado - que engendraria novos investimentos e a transferência de capitais entre os diferentes setores da economia.

Para Schumpeter, inovar produz tanto desequilíbrio quanto desenvolvimento (diferente de crescimento econômico enquanto mero aumento do capital), numa situação específica em que a competição moderna entre os capitalistas não se dá por meio do preço, mas sim da tecnologia. “É inquestionável a contribuição de Schumpeter para o pensamento econômico, não só no âmbito da teoria econômica, mas também na construção da análise da história econômica, da metodologia de análise econômica e, ainda, na discussão da natureza do desenvolvimento econômico.” O conhecimento tecnológico avança de forma dependente do conhecimento acumulado anteriormente.

O conhecimento desempenha papel fundamental e pode ser desenvolvido pelos diferentes processos de aprendizado.

A análise neoschumpeteriana da inovação é rica em ensinamentos para o desenvolvimento regional. Esse é um processo social que envolve várias instâncias e não

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apenas ao indivíduo. A base produtiva que existe no país, região ou território é o ponto de partida.

O país vive um momento muito especial, retratado na retomada do crescimento econômico, na ampliação dos investimentos e da ampliação do nosso mercado interno. A aproximação entre o setor produtivo e os produtores do conhecimento exige que o sistema de financiamento da produção institua um novo modelo que incentive o desenvolvimento local de produtos e processos.

Sem esquecer as palavras de Adam Smith, quando diz que, “Ao buscar seu próprio interesse, o indivíduo freqüentemente promove o interesse da sociedade de maneira mais eficiente do que quando realmente tem a intenção de promovê-lo.” Defendendo o valor do interesse individual para garantir o interesse público, Adam Smith criou, neste trecho de sua "A Riqueza das Nações", o conceito de "mão invisível do mercado". E ao citar David Ricardo, que é considerado um dos principais representantes da economia política clássica, exerceu uma grande influência tanto sobre os economistas neoclássicos, como sobre os economistas marxistas, revela sua importância para o desenvolvimento da ciência econômica. A sua teoria das vantagens comparativas constitui a base essencial da teoria do comércio internacional. Demonstrou que duas nações podem beneficiar-se do comércio livre, mesmo que uma nação seja menos eficiente na produção de todos os tipos de bens do que o seu parceiro comercial. Pois, Ricardo defendia que nem a quantidade de dinheiro em um país nem o valor monetário desse dinheiro era o maior determinante para a riqueza de uma nação. Segundo ele, uma nação é rica em razão da abundância de mercadorias que contribuam para a comodidade e o bem-estar de seus habitantes. O empreendedor que souber adequar tais conhecimentos aos seus investimentos, observando as vantagens de seus negócios, a nível regional, com certeza alcançará êxito.

O processo de crescimento econômico tem influência natural do processo de crescimento demográfico. À medida que a população de uma sociedade aumenta, torna-se necessária a produção e comercialização de cada vez maior quantidade de bens e serviços para atender à demanda crescente. Ao mesmo tempo, a inserção de cada vez mais pessoas no mercado de trabalho faz com que a economia produza cada vez mais.

O aumento da população cria, assim, a necessidade de expandir o número de empresas que oferecem produtos e serviços básicos, tais como supermercados, padarias, açougues, mercearias, farmácias e salões de beleza. Esse tipo de negócio tende a se descentralizar à medida que as cidades aumentam em extensão. Surge também a necessidade de outros tipos

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de negócios decorrentes da ampliação das distâncias e das necessidades de transporte, tais como lojas de autopeças, oficinas mecânicas, auto -escolas e serviços de transporte escolar. Além do crescimento demográfico, o consumo das famílias é afetado por diversas outras variáveis. O crescimento das cidades é acompanhado do aquecimento do setor de construção civil e aumenta a demanda por produtos como materiais de construção, tintas, móveis e eletrodomésticos.

A melhoria das rendas estimula a demanda por serviços de lazer, como bares, academias, cinema e confeitarias.

A crescente inserção da mulher no mercado de trabalho determina o aumento da demanda por produtos e serviços que facilitem o dia-a-dia das famílias, tais como lavanderia, petshop, serviços de manutenção residencial e floricultura. A rápida expansão da informática nos domicílios faz com que o crescimento das cidades seja acompanhado da expansão de negócios que atendam a novas necessidades como as lan houses, o serviço de manutenção de computadores, o serviço de recarga de cartuchos e os cursos de informática. Na mesma área, o progresso tecnológico tem provocado uma rápida disseminação do uso de aparelhos de telefonia celular.

O município de Boa Vista é uma das capitais da região norte que mais cresceu nos últimos 20 anos. Entre o ano 2000 e o ano 2007, a população de Boa Vista aumentou 25%, sendo que a média na Região Norte foi de 13%.

Uma população crescente, naturalmente, exige o crescimento econômico paralelo, que atenda às demandas de bens e serviços de cada vez mais pessoas e absorva a mão – de -obra que ingressa anualmente no mercado de trabalho. Entretanto, o Estado de Roraima apresenta uma característica particular: 58% dos trabalhadores registrados são funcionários da administração pública e somente 39% trabalham no setor privado. Os demais trabalhadores pertencem a entidades sem fins lucrativos ou são pessoas físicas ou outras formas de organização legal. Os dados da RAIS informam que em 2009, no estado de Roraima existiam 10.096 empresas formais, com 73.771 empregados.

Atualmente é o estado brasileiro com menor número de empresas. Entretanto, o aumento do número de empresas e de empregados tem se mostrado acelerado. Segundo os registros da RAIS, entre 2000 e 2009, o número de empresas cresceu 43% e o número de empregados cresceu 215%. Nesse mesmo período, segundo o IBGE, a população do Estado de Roraima cresceu 30%. Em 2009, 93,72% das empresas existentes no estado eram microempresas e 5,11% eram pequenas empresas. Existe grande concentração das empresas

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formais na capital do estado, onde se localizam 83% das empresas, que absorvem 91% dos empregados formais do estado.

Observa-se que em Roraima predominam empresas comerciais, em proporção superior à média do Brasil, enquanto as indústrias e empresas agropecuárias mostram menor peso que no país. Por outro lado, o setor de serviços é relativamente menor que no restante do Brasil e o de construção civil é maior, em proporção de empresas.

Ao observar a geração de emprego, verifica-se que a administração pública de Roraima absorve proporções significativamente superiores de empregados que na média do Brasil, enquanto os demais setores geram relativamente menos empregos. 16

Ao comparar dados agregados, em Roraima existem 42 habitantes para cada empresa formal, enquanto a média do Brasil é de 26 habitantes por empresa

O CRESCIMENTO POPULACIONAL

O processo de ocupação no Estado de Roraima se deu de forma tardia, com relação a outros estados brasileiros. O crescimento demográfico mostrou-se sempre mais acelerado que a média do Brasil, como mostrado no capítulo introdutório, principalmente, na década de 80, período durante o qual ocorreu intensa migração de brasileiros de outros estados atraídos pelos garimpos e pelos cargos públicos. O ritmo de crescimento demográfico no Estado de Roraima apresentou uma desaceleração nas últimas décadas: entre 1991 e 2000 a população do Estado cresceu 49%, correspondendo a um ritmo médio de 4,54% ao ano e entre 2000 e 2007, o ritmo do crescimento demográfico caiu para a média de 2,28% ao ano. Mesmo assim, a população do estado apresenta um ritmo médio de crescimento superior à média do Brasil no período mais recente: a população de Roraima aumentou 22% enquanto o aumento médio no Brasil foi de 8%. Esse crescimento demográfico mais acelerado fez que a população de Roraima apresentasse um aumento na sua participação na população do Brasil, passando de 0,15% em 1991 para 0,19% em 2000 e 0,22% em 2007 e 2010.

Apesar de ter ocorrido, na média do Brasil, uma leve reversão da tendência à maior urbanização, em Roraima o processo de urbanização, na média, ainda é crescente.

Entretanto, os municípios mostram grande desigualdade entre eles. A capital tem quase a totalidade da população no meio urbano e, entre os três municípios mais populosos do interior, somente Mucajaí tem a maioria da população no meio urbano. O índice de urbanização se manteve no Estado de Roraima, em média, em torno de 77%. Em 9 dos 15

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municípios o percentual de pessoas que habitam no meio urbano aumentou. Nos municípios de Rorainópolis e Mucajaí, a taxa de urbanização manteve-se constante e em Alto Alegre, Caracaraí, São João de Baliza e São Luiz de Anauá diminuiu. Nesses municípios, a população rural aumentou mais do que a população urbana.

O crescimento da população, seja urbana ou rural, exige uma tendência crescente da oferta de bens e serviços para atender as necessidades básicas de alimentação, vestuário, serviços e lazer. No meio urbano, essa necessidade é mais visível, dado o aumento das distâncias dos domicílios, cada vez mais periféricos, até os centros que concentram as empresas de comércio e serviços. Surgem assim oportunidades para a abertura de empresas de ramos já existentes, tais como supermercados, padarias, açougues, lojas de roupas e calçados, farmácias, entre outros, à medida que as populações aumentam.

A evolução do tamanho médio das famílias foi avaliada através da comparação das estatísticas de número médio de moradores por domicílio nos domicílios particulares permanentes do IBGE. No Brasil e no Estado de Roraima, entre 2000 e 2007 diminuiu o tamanho das famílias. Entretanto, os municípios roraimenses de Amajarí, Normandia e Uiramutã foram registrados leves aumentos. Nos municípios de Normandia e Uiramutã, que apresentam elevada proporção de população no meio rural, o tamanho das famílias é maior.

Com relação à média brasileira, ainda em todos os municípios do Estado de Roraima, as famílias apresentam, em média, tamanho maior. Mesmo assim, na maioria dos municípios do Estado, a proporção de domicílios unipessoais vem aumentando. Os dados disponíveis mais recentes referem-se ao ano 2000. No município de Amajari, a proporção de domicílios desse tipo é sensivelmente superior à média do Estado e à do Brasil.

A tendência de aumento dos domicílios de um só morador induz necessidades diferenciadas de consumo, que devem ser levadas em conta por comerciantes e prestadores de serviços. Enquanto a tendência no país era de aumentar a proporção de domicílios unipessoais, em três municípios do Estado de Roraima essa proporção tem diminuído. Ao longo do tempo, em razão das melhorias das condições de infra-estrutura urbana e dos progressos da medicina, a expectativa de vida do brasileiro tem aumentado. Ao mesmo tempo, o elevado custo de vida e a inserção crescente da mulher no mercado de trabalho determinaram a queda da taxa de fecundidade. Esse processo determinou o envelhecimento da população. Na década de 90, assim como na média do Brasil, a população de Roraima mostrou tendência ao envelhecimento, com cada vez maior proporção de idosos, e menor proporção de crianças.

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Essa tendência reverteu-se após o ano 2000. Uma explicação a esse processo diferenciado está no tipo de crescimento demográfico ocorrido no Estado, com forte influência de grande imigração de pessoas adultas, vindas de outros estados, na década anterior, que constituíram família em Roraima.

A diferença de outras regiões do Brasil, é que em Roraima, o público infantil ainda ganha importância, devendo ser atendido em suas necessidades de vestuário, educação e lazer.

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3 - INCENTIVOS FISCAIS E ÁREAS DE LIVRE COMÉRCIO

A estrutura econômica está assentada no setor terciário. Por abrigar a sede estadual, a geração de emprego é realizada sobretudo, pelo setor público que emprega o maior contingente, vindo a seguir o setor comercial. O estado de Roraima aparece como 27º Produto Interno Bruto (PIB) e a menor população do país. Mas ao contrário do que possa aparecer, após duas décadas de sua criação, Roraima se situa em posição intermediária no contexto federativo no que diz respeito ao seu quadro socioeconômico geral. Os indicadores do IBGE apontam que a população cresceu à uma taxa de 3,3 % ao ano, no período 2000-2010; mas a taxa de crescimento do PIB foi maior, com média superior á 7,0% anuais nos últimos anos. Por conseqüência, o PIB per capita roraimense manteve desempenho crescente, situando-se em 14º lugar no total do país e em 3º da região Norte. Embora o valor do PIB per capita do estado esteja acima da média regional, temos muito a avançar, pois ele correspondia, em 2008, a 74,8% da média brasileira (IBGE Contas Regionais do Brasil). É importante ressaltar que a economia roraimense manteve crescimento superior a expansão de sua base demográfica. Esta condição é indispensável para que um estado ou até mesmo um país tenha capacidade de gerar novos empregos e renda em volume considerável, sem que percamos de vista que, para crescer de forma sustentável, são necessários também mercados, produção competitiva, tecnologia adequada, mão de obra qualificada, capital intelectual e novos investimentos públicos e privados. A economia roraimense gera resultados positivos e comparativamente melhores do que a maioria dos estados da região Norte.

No Estado de Roraima, de acordo com SEPLAN/DAI, como incentivos fiscais federais a SUFRAMA - Superintendência da Zona Franca de Manaus administra os benefícios destinados a empreendimentos industriais localizados na Zona Franca, extensivos à Amazônia Ocidental que incluem:

a) Isenção do IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados, para alguns produtos de origem estrangeira (Conforme Portaria Interministerial nº 300/963: peixes secos, salgados ou em salmoura, peixes defumados, mesmo cozidos antes ou durante a defumação; leite e creme de leite; produtos hortícolas, frescos ou refrigerados; frutas frescas; café; farinhas de trigo e cereais; máquinas e aparelhos para a agricultura, horticultura, e outros; máquinas e aparelhos para a indústria de moagem ou tratamento de cereais; máquinas - ferramentas para trabalhar madeira), para mercadorias de

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procedência nacional e aos produtos elaborados com matérias primas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional;

b) Crédito do IPI para produtos elaborados com matérias-primas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, empregados como matérias-primas, produtos intermediários ou material de embalagem na industrialização em qualquer ponto do Território Nacional, de produtos efetivamente sujeitos ao referido imposto.

c) Isenção do II - Imposto de Importação para as mercadorias importadas acima citadas conforme a Portaria Interministerial nº 300/96).

d) O PEXPAM - Programa Especial de Exportações da Amazônia Ocidental contém mecanismos de incentivo que permitem a importação de matérias-primas, insumos e componentes para a industrialização de produtos destinados à exportação com isenção de II, IPI, IE, ICMS e taxas. Contempla também inexigibilidade ao cumprimento do Processo Produtivo Básico, autorização de importações extraquota, concessão de quota-prêmio e crédito prêmio para equalização do transporte.

Além dos incentivos federais, o Governo do Estado de Roraima oferece incentivos contemplados na seguinte legislação:

- Lei nº 075, 12/07/94 - Cria a política de incentivos fiscais e extra-fiscais de restituição de ICMS a “empresas industriais, agro-industriais e agropecuárias, localizadas no interior do Estado pertencentes a setores prioritários, definidos na regulamentação desta Lei; empresas que tenham por objetivo único a produção de alimentos que utilizem basicamente grãos, frutos, legumes, tubérculos, cultivares e animais de pequeno porte, produzidos na região; as micro, pequenas e médias empresas que empreguem novas tecnologias por elas desenvolvidas; as empresas que explorem o turismo ecológico; e empresas que oportunizem a geração e ampliação do nível de emprego de mão-de-obra e que contemplem programas de qualidade total.”

- Lei nº 023, 21/11/91 - Institui o Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado de Roraima - FUNDER;

- Decreto nº 578, de 16/08/93 - Regulamenta o Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado de Roraima - FUNDER e dá outras providências;

- Lei nº 124, de 26/03/96 - Dispõe sobre o tratamento diferenciado e preferencial às micro e pequenas empresas do Estado de Roraima;

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- Decreto nº 486, de 09/03/93 - Dispõe sobre os critérios na participação de micro e pequenas empresas nas licitações governamentais;

- Decreto nº 608 (E), de 25/10/93 - Concede a redução da base de cálculo do

ICMS nas saídas para o exterior, de produtos semi-elaborados. Regulamenta o convênio ICMS 109/93.

- Lei nº 215, de 11/09/98 – Dispõe sobre incentivo fiscal para os empreendimentos agropecuários participantes do Projeto Integrado de Exploração Agropecuária e Agroindustrial do Estado de Roraima. 6

- Decreto 3341-E, de 30/12/98 – Regulamenta a Lei nº 215, de 11/09/98.

- Lei nº 202, de 09/06/98 – Institui o Fundo Estadual de Aval e fixa diretrizes para o Plano de Desenvolvimento Rural.

- Decreto nº 1.934, de 08/04/98 – Cria Frente Integrada de Desenvolvimento Rural, objetivando o fortalecimento da economia estadual.

- Lei 490 - Estabelece parâmetros para negociação de dívidas resultantes de financiamentos concedidos com recursos do fundo de desenvolvimento econômico e social do Estado de Roraima – FUNDER, e dá outras providências.

- Lei 478 - Altera dispositivo da lei nº 023, de 21 de dezembro de 1992, que instituiu o fundo de desenvolvimento econômico e social do Estado de Roraima - FUNDER e dá outras providências.

- Lei 425 – autoriza o poder executivo, através do fundo de desenvolvimento industrial do Estado de Roraima – FDI, a conceder incentivo com tarifa diferenciada de energia elétrica a empreendimentos agro-industriais e industriais considerados estratégicos ao desenvolvimento do Estado de Roraima.

- Lei 399 - Altera dispositivos da lei nº 215, de 11 de setembro de 1998, que dispõe sobre o incentivo fiscal para os empreendimentos agropecuários participantes do projeto integrado de exploração agropecuária e agroindustrial do Estado de Roraima e dá outras providências.

- Lei 283 - Concede isenção e crédito presumido de ICMS aos produtos agrícolas em estado natural e dá outras providências. Errata publicada no 063 de 02.04.2001.

- Lei 243 - Altera e adita dispositivos à 124, de 26 de março de 1996, que dispõe sobre o tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas do Estado de Roraima e dá outras providências.

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- Lei 232 - Cria o fundo de desenvolvimento industrial do Estado de Roraima. FDI, e o conselho diretor do fundo de desenvolvimento industrial do Estado de Roraima, CDI, e dá outras providências.

- Lei 078 - Autoriza o poder executivo a oferecer avales em operações do fundo de desenvolvimento econômico e social de Roraima - FUNDER, nas condições que especifica.

- Lei 026 - Dispõe sobre o tratamento diferenciado e preferencial às micro e pequenas empresas do Estado de Roraima e dá outras providências.

- Decreto 3.694 - Aprova o RFDI/RR – Regulamento do Fundo de Desenvolvimento Industrial do Estado de Roraima – FDI – de que trata a Lei n.º 232, de 30 de setembro de 1999.

A Lei 11.732 de 30 de junho de 2008, alterando a Lei 8.256 de 25 de novembro de 1991, estabelece as condições que regem as áreas de livre comércio de importação e exportação de Boa Vista e de Bonfim “sob regime fiscal especial, estabelecidas com a finalidade de promover o desenvolvimento das regiões fronteiriças do extremo norte daquele Estado e com o objetivo de incrementar as relações bilaterais com os países vizinhos, segundo a política de integração latino-americana”, com suspensão de Imposto de Importação e IPI para produtos destinados a consumo e venda interna.

Os produtos industrializados nas ALC´s também ficam isentos de IPI, para produtos “em cuja composição final haja predominância de matérias-primas de origem regional provenientes dos segmentos animal, vegetal, mineral, exceto os minérios do capítulo 26 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, ou agrosilvopastoril, observada a legislação ambiental pertinente e conforme definida em regulamento.”, exceto armas e munições e fumo. A recente criação da ZPE em Boa Vista, em condições de incentivo à produção para exportação, oferece oportunidades para micro e pequenas empresas atuarem como empresas fornecedoras ou terceirizadas das novas empresas que forem se instalar na área industrial que está em implantação.

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4 - FUNCIONALISMO E RENDA: POTENCIAL DE CONSUMO

Uma característica particular ao Estado de Roraima é a elevada proporção de empregados que pertencem às atividades do setor público. Considerando como funcionários públicos os empregados registrados em empresas do setor público federal, estadual e municipal assim como os de entidades empresariais estatais, as estatísticas da RAIS apontam que o maior percentual, no Brasil, corresponde ao Estado de Roraima: 58% dos empregados com carteira são funcionários públicos, enquanto a média, no Brasil, é de 24%. Os funcionários públicos do Estado de Roraima concentram-se nas repartições do Serviço Público Estadual, que abriga 60% dos funcionários públicos do estado. Dentre o total de funcionários públicos, 10% são servidores públicos federais, 26% servidores municipais e 4% trabalham em empresas estatais. Essa realidade indica que uma grande parte das famílias do estado recebe rendas razoáveis, com estabilidade no emprego. Se comparadas às estatísticas da média brasileira, em Roraima a proporção de funcionários públicos estaduais é sensivelmente superior: São 35% do total de empregados em Roraima e, 8,2% no Brasil. No caso dos servidores municipais, em Roraima constituem 15% dos empregados formais, enquanto na média brasileira são 12%. A elevada proporção de funcionários públicos significa em algumas desvantagens e algumas vantagens. Dentre as desvantagens, existe forte dependência do setor comercial aos pagamentos em dia das entidades públicas. Os salários dos funcionários públicos movem o comércio, mas podem também paralisar o comércio. Ao mesmo tempo, a elevada concentração em cargos públicos limita as condições de empreendedorismo existentes nas diversas localidades porque a cultura empreendedora cede lugar à cultura do funcionalismo público. A falta de iniciativas empreendedoras limita a oferta de empregos, de produção, de agregação de valor e, conseqüentemente de arrecadação de impostos. Dentre as vantagens, a existência de uma grande massa salarial disponível mensalmente, caso não haja atrasos, significa um elevado potencial de demanda por bens e serviços que atendam as necessidades dos funcionários públicos e de suas famílias. Incluem-se entre os funcionários públicos, alguns com salários elevados e uma grande proporção que engrossa a classe média, categoria que vem aumentando e gastando cada vez mais. Ainda, a posse de um cargo público, facilita a obtenção de crédito, pois oferece menor risco de inadimplência, dada a estabilidade no emprego público.

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INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO

Assim como no resto do Brasil, em Roraima tem se registrado um aumento progressivo da proporção de mulheres na população economicamente ativa Esse processo de incorporação da mulher no mercado de trabalho é característica do mundo moderno e vem a alterar os padrões de consumo das famílias. Nesse contexto, as mulheres, tendo cada vez menos tempo para dedicar ao lar, buscam soluções que facilitem seu dia-a-dia.

Negócios tais como lavanderias, transporte escolar e bufê para festas são exemplos desse tipo de solução. Ao mesmo tempo, os salões de beleza e as lojas de roupas atendem a novas necessidades de mulheres que trabalham fora de casa e que dispõem de uma renda para aumentar suas despesas de consumo. Assim, as decisões de consumo têm mostrado, cada vez mais, a influência do sexo feminino.

PREOCUPAÇÃO COM A INSEGURANÇA

Todo processo de crescimento urbano condiz com o surgimento de problemas de segurança. O Estado de Roraima apresentou um rápido processo de crescimento demográfico, determinado por forte migração, concentrada na capital, mas ainda se mantém com baixos níveis de violência.

Apesar dos indicadores de pobreza e de extrema pobreza, ainda superarem as médias do Brasil, os indicadores de violência urbana não são tão preocupantes como em outras regiões do país. A preocupação das pessoas de rendas mais elevadas, com as ameaças à sua segurança determina a demanda por serviços de segurança, principalmente na capital. Entretanto, no geral, as pessoas mais simples não se mostraram preocupadas com a insegurança, principalmente nos municípios do interior do estado.

TENDÊNCIAS EMPRESARIAIS

Tendências que caracterizaram o setor empresarial de Roraima, considerando que as pequenas empresas de cada localidade do estado podem fornecer bens e serviços a outras empresas. Assim, o crescimento da quantidade de empresas no Estado amplia o mercado para as empresas que vendem produtos ou serviços demandados por empresas.

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CRESCIMENTO DO NÚMERO DE EMPRESAS

O crescimento econômico registrado no Estado de Roraima concentra-se nas atividades de comércio e serviços. Em 2007, o Estado produziu R$ 4.168.599,00, dos quais 75% foram gerados no setor terciário. Como mencionado anteriormente, a quantidade de empresas e de empregados formais cresceu, em Roraima, até mais rapidamente que a população. Entre 2000 e 2009, enquanto a população aumentou 30%, o número de empresas cresceu 43% e o número de empregados formais aumentou 215%. Assim, existiam, em 2000, 49 habitantes para cada empresas existentes e essa média caiu, em 2009, para 42 habitantes para cada empresa. Observa-se que existe grande concentração das empresas existentes na capital, e 77% das novas empresas criadas nesse período encontram-se em Boa Vista. A grande maioria das empresas formais são microempresas e se concentram nas atividades de comércio e serviços (85% das microempresas). A maioria dessas empresas encontra-se instalada na capital (81% das microempresas). Se consideradas também as pequenas empresas, 98,83% das empresas do estado têm porte de MPE (Micro e Pequena Empresa). Existem somente 60 empresas de grande porte no estado, dentre as quais 50 encontram-se em Boa Vista e somente 3 não são dos setores de Comércio ou Serviços. As únicas 4 empresas grandes com mais de 1000 vínculos são da administração pública e 7, dentre as 9 empresas com mais de 500 empregados do setor terciário são da administração pública. As outras duas são de Serviço de utilidade pública e Construção civil. As MPEs do Estado de Roraima absorvem 27% do emprego formal, enquanto as grandes empresas, que incluem as da Administração Pública, geram 65% das vagas.

EVOLUÇÃO DA INFORMALIDADE

Ao comparar a situação de informalidade entre 2003 e 2007, verifica-se que o Estado de Roraima apresentou melhor evolução que outros estados da região norte, passando de ser o estado com maior grau de informalidade, para ocupar o terceiro lugar em 2007. O grau de informalidade ainda é elevado em Roraima, se comparado aos estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, porém mais baixo que nos estados do Nordeste.

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AUMENTO DA TERCEIRIZAÇÃO

A terceirização de serviços nas organizações é uma tendência mundial. Com a finalidade de reduzir custos ou de aumentar a qualidade e eficiência, as empresas passaram a terceirizar parte das suas atividades, para manter o foco na sua atividade fim.

Ao contratar os serviços de outra empresa, as empresas terceirizadoras oferecem oportunidades de geração de renda e de emprego às micro e pequenas empresas, que podem se especializar na prestação de alguns serviços como limpeza, cobranças, contabilidade, telemarketing, entregas rápidas, manutenção predial, entre outros. Como qualquer modelo de gestão, a terceirização apresenta vantagens e desvantagens para a empresa que contrata e para a empresa que presta o serviço. A empresa contratante visa melhorar a qualidade contratando uma empresa especializada em uma atividade que não é atividade-fim dela, obtendo assim melhores resultados e se isentando do pagamento dos encargos sociais que teria se contratasse diretamente a mão-de-obra prestadora do serviço. Dessa forma, a empresa pode concentrar seus recursos e esforços ao aprimoramento de sua atividade fim, melhorando a qualidade do seu produto e sua competitividade no mercado. A empresa terceirizadora tem o risco de contratar uma empresa terceirizada inadequada para o serviço, comprometendo sua qualidade, ou mesmo irregular quanto à contratação dos seus funcionários, prejudicando os direitos trabalhistas dos mesmos. Por isso, ao terceirizar parte de suas atividades, o foco da contratante deve se centrar na qualidade da contratação. Para as empresas prestadoras de serviços, em especial as MPEs, a terceirização se apresenta como uma oportunidade de conduzir um empreendimento pequeno, de menor investimento, especializando-se em um tipo de serviço, de tal forma a garantir a qualidade necessária para ser reconhecida e indicada pelos seus clientes a outras empresas contratantes. Entretanto, ser empresa terceirizada exige a constituição completa da empresa e a formalização dos contratos trabalhistas.

INFORMATIZAÇÃO DAS EMPRESAS

O avanço tecnológico na transmissão de dados e as novas facilidades de comunicação caracterizam a chamada Era da Informação. Ambos processos contam com a evolução permanente dos computadores. O acesso à informação e a melhor comunicação são, atualmente, condições indispensáveis à sobrevivência e crescimento das empresas. A tecnologia da informação tem um papel cada vez mais importante dentro das empresas,

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proporcionando soluções de agilidade, eficiência, segurança, competitividade e redução de custos. Fases do processo de produção, em qualquer tipo de atividade, que antes eram realizadas manualmente, envolvendo tempo e custo de mão – de -obra, são atualmente realizadas por equipamentos de informática de forma mais rápida, com menos erros e a um menor custo

Assim, a informatização das empresas abre espaço para micro e pequenas empresas que forneçam esse tipo de apoio, que pode ser oferecido tanto às empresas privadas como às do setor público. Além de empresas de manutenção de microcomputadores e fornecedoras de suprimentos, surge também espaço para MPEs que forneçam recarga de cartuchos e outros serviços relacionados. A crescente aproximação das empresas através da Internet e as possibilidades de se inserir no e-commerce fazem com que surja também a necessidade de empresas que ofereçam o serviço de elaboração de páginas na internet, tanto para oportunizar vendas através desse meio, como para a divulgação do empreendimento. Esse tipo de demanda é decorrente do acelerado processo de incorporação da Internet ao dia-a-dia das empresas e dos seus clientes

TENDÊNCIAS DE CONSUMO DAS FAMILIAS

As empresas em funcionamento e as novas empresas que forem abertas no Estado de Roraima deverão procurar atender às tendências de consumo das famílias e das empresas às quais elas vendem bens e serviços. Através de estratégias de mercado adequadas, os empresários devem obter uma oferta com preço e qualidade satisfatórios, buscando atender ou até superar as expectativas dos seus clientes potenciais, levando em conta que os clientes valorizam as inovações. As empresas devem estar atentas às mudanças que estão influenciando as decisões de consumo das pessoas, atualmente mais conectadas entre elas, através dos diversos meios de comunicação. A informação é um instrumento cada vez mais poderoso e pode, tanto favorecer um produto, um serviço, uma marca, uma empresa, como levá-lo rapidamente ao fracasso. Por isso, cabe aos empresários se manterem alertas a essas mudanças, em especial aquelas que afetam diretamente o público que eles atendem ou seu público potencial.

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PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE E A ESTÉTICA

No mundo moderno, existe a tendência a maior preocupação da população, em geral, com a alimentação saudável e a qualidade de vida. Em Roraima, um indicador dessa preocupação é o aumento de 4 para 19 empresas da área de condicionamento físico (academias de ginástica) entre 2000 e 2009. Entretanto, 18 dessas empresas encontram-se na capital e uma em Rorainópolis. As demais cidades não dispõem de academias, considerando na análise unicamente as empresas formais.

Outro tipo de empreendimento que responde à preocupação com a estética é o salão de beleza. Em Boa Vista existem 82 salões de beleza, formalmente constituídos. No resto do estado existem somente mais 4 estabelecimentos desse ramo de atividade. Em 2000 haviam 52 salões de cabeleireiros no Estado. Verifica-se que o crescimento do número de academias superou, inclusive a média de crescimento do número de empresas no Estado. Mesmo existindo estabelecimentos informais nesses dois ramos de atividade, o aumento significativo da formalidade é um indicador da solidez desses mercados.

PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE

No Estado de Roraima, a preocupação com o meio ambiente faz parte das prioridades de uso do território. Em Roraima, os dados mostram índices de área preservada e de matas e florestas naturais superiores à média do Brasil. Enquanto, no Brasil, em média 15% da área é destinada à preservação, esse percentual é de 27% no Estado de Roraima.

As matas e florestas naturais correspondem a 11% do território no Brasil e a 18% em Roraima. A preocupação com a preservação do meio ambiente depende da conscientização da população sobre a importância do uso sustentável dos recursos naturais. O consumidor, cada vez mais consciente da importância da preservação, passa a valorizar as empresas que manifestam esse tipo de preocupação e/ou divulgam ações efetivas de preservação ambiental. Assim, os empresários devem ficar atentos às oportunidades de envolverem suas empresas em iniciativas nesse sentido.

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5 - ANÁLISE DA PRODUÇÃO POR SETORES DE ATIVIDADE

Dentre as 10.096 empresas existentes no Estado de Roraima em 2009, 98,83% eram de porte micro ou pequeno, totalizando 9.978 empresas. Dentre essas empresas, 6.808 não tinham nenhum funcionário registrado, representando 67,43% de todas as empresas formais existentes no estado. Esses casos, mesmo não sendo empreendimentos geradores de emprego, geram ocupação e uma fonte de renda para os sócios ou empreendedores e para empregados informais. A maior parte das empresas concentra-se nos setores incluídos no Setor Terciário: comércio (55% das empresas) e serviços (30% das empresas). O setor de serviços absorve 70% do emprego formal do estado. Nele se incluem as atividades da administração pública. Somente 2% das empresas (235 estabelecimentos) são agropecuárias e 13% das empresas atuam no setor secundário (639 indústrias e 670 construção civil).

O Estado de Roraima contribuiu, em 2009, com 0,15% do ICMS arrecadado em todo o Brasil, sendo o estado de menor participação no país. Existe correspondência direta entre a participação da arrecadação de ICMS e o número de empresas, já que 85,54% das empresas pertencem ao setor terciário, que arrecada 86,60% do ICMS e gera 75% do PIB. O setor secundário, que concentra 12,14% das empresas, participacom13,37% do ICMS arrecadado e gera 11% do PIB. A produção agropecuária encontra-se mais distribuída ao longo do território do Estado, apesar da concentração dos empreendimentos desse setor na capital. Em Boa Vista concentram-se 67% das empresas agropecuárias, que geram 15% do PIB agropecuário, indicando que o tamanho desses estabelecimentos é menor que nos demais municípios. Nos setores secundário (indústria) e terciário (comércio e serviços), as atividades concentram-se fortemente na capital, Boa Vista. Verificou-se que 85,53% das empresas realizam atividades de comércio ou serviços, 12,14% atividades industriais e apenas 2,31% dos estabelecimentos são agropecuários.

A maioria dos municípios se aproxima da distribuição média do estado. Os municípios de Pacaraima e Caracaraí apresentam proporções de empresas no setor terciário superiores à média, enquanto os municípios de Cantá e Bonfim apresentam maior peso dos setores primário e secundário, respectivamente.

Como existem diferenças de população entre os municípios e a quantidade de empresas deveria guardar relação com a população atendida, criou-se o indicador número médio de habitantes por empresa.

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No Estado de Roraima, existem, em média, 42 habitantes para cada empresa formalmente constituída. Essa relação média, no Brasil é de 26 habitantes por empresa. Entretanto, Roraima não é o estado com maior indicador. Na região Norte, quatro estados têm maior indicador, assim como outros 7 estados da região Nordeste.

Nas atividades dos setores secundários e terciários, o índice na capital é sempre menor que nos municípios do interior do estado, por concentrar mais as empresas existentes no estado do que a população: Boa Vista abriga 81% das empresas e 63% da população.

Ao comparar os municípios, observa-se que nos setores secundário e terciário a variabilidade do índice habitante por empresa é bastante maior que no setor primário. A quantidade de empresas por habitante no setor secundário oscila fortemente entre os extremos de Boa Vista (257) e Uiramutã (7.934).

No setor terciário, a oscilação varia entre os extremos de Boa Vista (38) e Uiramutã (882). Em ambos os casos, o indicador de Uiramutã é mais de 30 vezes o de Boa Vista. No setor primário, o indicador de Uiramutã é apenas 5 vezes o de Boa Vista. O setor primário inclui atividades agrícolas, pecuárias, de produção florestal, pesca e aqüicultura e caça.

As atividades de agricultura e pecuária predominam entre as atividades do setor primário, em quase todos os municípios. O município de São Luiz não tem empresas agrícolas e Uiramutã não tem nenhuma empresa no setor primário.

As atividades de produção florestal concentram os empreendimentos na capital e ocorrem em outros poucos municípios, assim como a pesca e aqüicultura. Em todos os municípios registra-se mais empresas com relação à população nos ramos da agricultura e pecuária, dada a escassez de estabelecimentos nos demais ramos do setor primário.

Entretanto, entre os municípios existe grande variabilidade desse indicador. Em vista de que as atividades do setor primário dependem diretamente da aptidão do solo, não é possível identificar potencialidade em atividades unicamente pelo fato de não existirem empresas no ramo.

Os dados mostram que os municípios que dispõem de menos empresas industriais encontram-se na região norte do estado (Uiramutã, Normandia, Amajari e Bonfim). As empresas do setor secundário encontram-se concentradas na capital (85% das empresas) e são, principalmente, do ramo da construção civil (56% das empresas do setor secundário no estado e 59% das empresas do setor secundário da capital). Somente Amajari não dispõe de empresas de construção civil. Rorainópolis é o segundo município em quantidade de empresas, após Boa Vista (4,16% das empresas do setor secundário).

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Dentre as empresas dedicadas à indústria de transformação, predomina a fabricação de produtos alimentícios, dentre as quais 84% encontram-se em Boa Vista. Em segundo lugar, em quantidade de empresas, encontra-se o ramo da fabricação de produtos de madeira, atividade que apresenta maior distribuição nos municípios do estado, estando presente em 10 dos 15 municípios.

As empresas dos ramos de energia e gás encontram-se unicamente na capital, assim como a fabricação de celulose e papel, fabricação de equipamentos de informática, fabricação de veículos, metalurgia, produtos de borracha e plástico, fabricação de couro e artefatos e produtos do fumo. As empresas desses ramos produzem na capital e atendem à demanda da população dos demais municípios. Como a capital Boa Vista, concentra fortemente a população, é relevante analisar o indicador de número médio de habitantes por empresa, para cada um dos ramos incluídos entre as atividades do setor secundário.

A inexistência de empresas industriais de todos os ramos em todos os municípios não caracteriza necessariamente potencialidade para a abertura de novos negócios nesses ramos, já que a produção realizada na capital costuma abastecer os municípios do interior do estado.

Alguns setores da produção de bens de consumo final oferecem potencialidade de abertura de novas empresas para atender à demanda regional. Para identificá-los, levou-se em conta uma alta relação população/número de empresas, que indica que existem relativamente poucas empresas para atender o potencial de demanda local.

A seleção desses setores leva em conta também a potencialidade de abrir pequenas empresas no setor, para concorrer com as empresas existentes no setor. Em alguns setores, grandes empresas, sediadas em qualquer região, possuem a escala de produção e a logística suficiente para atender às demais regiões do estado.

Alguns setores de atividade industrial concorrem fortemente com os produtos industrializados importados de outros estados do país, especialmente em Boa Vista que, por ser Área de Livre Comércio, apresenta condições favoráveis de importação, com isenção de tributos. Por isso, a escolha de um setor industrial para a abertura de uma nova empresa não depende unicamente da disponibilidade de empresas na região onde será implantada, mas da análise do mercado estadual como um todo. Esse critério é válido, inclusive para ramos de atividade em que em algumas regiões possa não existir nenhuma empresa.

A distribuição das empresas existentes no setor terciário mostra forte concentração no setor Comércio (63% das empresas do setor terciário), especialmente do Comércio varejista, para o qual há empresas em todos os municípios e 78,5% das empresas se encontram em Boa

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Vista. Nos municípios de Amajari, Caroebe e Uiramutã não há nenhuma empresa atacadista, já em Amajari, Bonfim, Normandia e Uiramutã não se encontram empresas de comércio de veículos. Somente em Boa Vista e Cantá existem imobiliárias e os organismos internacionais se encontram todos na capital.

Observa-se que em diversas áreas do comércio e, em especial, da prestação de serviços, em vários municípios existe apenas uma empresa formal, caracterizando mercados sem concorrência, pouco favorável à escolha dos demandantes.

As atividades do setor terciário direcionam-se mais ao consumo final das famílias, devendo existir em número crescente à medida que a população aumenta. As empresas localizadas na capital apresentam maior capacidade de atender à população, mesmo que esta também se concentre na capital. Ainda, a pesquisa de campo realizada no interior do estado, permitiu verificar que as empresas existentes na capital atendem às necessidades, não somente da população local, mas também daquelas radicadas em municípios do interior, às vezes nem tão próximos que, na falta do comércio ou serviço demandado, se deslocam até a capital ou mesmo o encomendam para ser enviado desde a capital. Existe assim, na realidade, uma sobrecarga de demanda nas empresas localizadas na capital. Entretanto, percebe-se que a população do interior aceita essa situação com resignação e não apresentam fortes pretensões de mudanças.

AUMENTO DA FROTA DE VEÍCULOS

Mesmo tendo a menor frota de veículos do país, o crescimento demográfico ocorrido no Estado tem sido acompanhado de acelerado aumento na quantidade de veículos em circulação. No Brasil todo, nos últimos 10 anos a frota de veículos aumentou mais rápido que a população. Entretanto, no Estado de Roraima, que teve um crescimento demográfico mais acelerado que a média do Brasil, a frota de veículos superou o dobro do ritmo atingido na média do Brasil: enquanto a população aumentava 32%, a frota de veículos mais que triplicou. Nesse aumento de 3.652 veículos, chama nos a atenção a quantidade adicional de motos e motonetas (20.295) que supera a metade do número total de novos veículos em circulação. Atualmente, 90% dos veículos que circulam no estado foram registrados na capital, Boa Vista. (Denatran, abril/2010).

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