A - Do Terreiro do Paço ao Rossio 1 - Praça do Comércio
Praça do Comércio, Panorâmica, 1945 AFML – A6204
Localiza-se na actual Freguesia de São Nicolau. Esta praça era o antigo Terreiro do Paço. Até1400 esta zona era uma praia com um cais. O rei D. Manuel I instalou neste Terreiro a nascente o Paço Real, no qual também funcionava a Casa da Índia. A poente, existia a Alfândega e o Terreiro do Trigo. A nordeste era rematada com prédios e arcos. No século XVII, durante a ocupação filipina, D. Filipe I alterou o Paço da Ribeira. No reinado de D. João IV foi erigido o Chafariz de Apolo. O terramoto de 1 de Novembro de 1755 arrasou o Terreiro do Paço e quase toda a cidade de então. Ergue-se das cinzas a futura baixa pombalina, na qual se integra a Praça do Comércio projectada pelos arquitectos Eugénio dos Santos e Carlos Mardel.
2 - Estátua Equestre de D. José I
Estátua Equestre de D. José I Domingos Alvão (s.d.)
AFML – A5454
No centro da Praça do Comércio emerge a estátua equestre de D. José I. Procedeu-se ao lançamento da primeira pedra no dia do aniversário do rei, em 6 de Junho de 1759. O pedestal da estátua foi concebido pelo arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos em 1759 e as esculturas esboçadas por Joaquim Machado de Castro em 1770. A estátua foi inaugurada em 1775.
3 – Café - Restaurante Martinho da Arcada
Café Martinho da Arcada Eduardo Portugal, 1942 AFML – B095190
Localiza-se na Freguesia da Madalena. Este café existe desde 1778, chamava-se então Café da Neve. Mudou de nome consoante os chamava-seus proprietários, tendo sido conhecido por Casa de Café Italiana (1784), Café do Comércio (1795), Café dos Jacobinos (1809), Casa da Neve (1820) e foi em 1829 que adquiriu o actual nome por ter sido comprado por Martinho Bartolomeu Rodrigues. Tornou-se famoso por ter sido frequentado por Fernando Pessoa. 4 - Arco da Rua Augusta
Arco da Rua Augusta
Fernando Martinez Pozal [1940 -] AFML – A10498
Previsto pelo engenheiro - arquitecto Eugénio dos Santos no Plano de Reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755, foi somente a concurso em 1843, sendo construído em 1873. Foi projectado por Veríssimo José da Costa com a colaboração de Vítor Bastos e de A. C. Calmels. Neste Arco Triunfal retratam-se as figuras históricas de Viriato, Vasco da Gama, Nuno Álvares Pereira e Marquês de Pombal. Nas extremidades são representados os rios Tejo e Douro. No topo figuram a Glória a coroar o Génio e o Valor.
5 - Paços do Concelho
Paços do Concelho Chaves Cruz, [19--] AFML – A17317
Os Paços do Concelho pombalinos foram destruídos por um incêndio em 1863. O actual edifício foi projectado inicialmente pelo engenheiro Pedro Pézarat, em 1864, mas a sua construção deparou com vários impedimentos, acabando por assentar no projecto do arquitecto Domingos Parente da Silva (1867), complementado com alterações de José Luís Monteiro. Iniciou o seu funcionamento em 1875.
6 - Pelourinho
Pelourinho
Chaves Cruz, [19--]
Arquivo Fotográfico Municipal, AFML – A17319
Este pelourinho oitocentista veio substituir o seu antecessor manuelino destruído pelo terramoto de 1755. É constituído por três colunas torsas de pedra esculpidas num só bloco, encimada por uma esfera armilar em metal dourado. Este pelourinho tinha ferragens onde se prendiam os presos para serem alvo da chacota popular, as quais foram retiradas em 1883.
7- Rua Áurea
Rua Áurea
Armando Serâdio, 1963 AFML – A41887
Nos tempos medievais esta rua chamava-se Rua do Cano ou Rua Nova do Cano que vai para o Rossio, ora, tal designação advinha da existência de um caneiro que vinha do Rossio até ao Terreiro do Paço. Em finais do século XV já era conhecida por Rua Nova de El-Rei. Na cidade quinhentista os ourives do ouro instalam-se nesta rua, passando a dita desde então a denominar-se Rua dos Ourives do Ouro ou Rua da Ourivesaria do Ouro, até derivar pós terramoto de 1755, em Rua Áurea.
8 - Elevador de Santa Justa
Elevador de Santa Justa Amadeu Ferrari, [194-] AFML – B083866
O engenheiro Raul Mesnier du Ponsard apresenta o projecto deste ascensor em 1900. É inaugurado no dia 10 de Junho de 1902. Era inicialmente movido a vapor, sendo electrificado em 1906. Em estilo neogótico, liga a Rua de Santa Justa ao Largo do Carmo. Em 1939, tornou-se posse da Carris.
9 - Café Nicola
Café Nicola Luís Ponte
Divisão de Comunicação e Imagem 30 de Dezembro de 2004
O botequim Nicola deve a sua fama ao poeta António Barbosa de Bocage que o frequentava no século XIX. O café actual só no nome é que deriva do botequim oitocentista, dado que se trata de uma adaptação do traço do arquitecto Raul Tojal, em 1935.
10 – Animatógrafo do Rossio
Animatógrafo do Rossio Armando Serôdio, [197-] AFML – A81618
O Animatógrafo do Rossio, na Rua dos Sapateiros, passando o Arco do Bandeira, foi inaugurado em 8 de Dezembro de 1907. A sua fachada, exemplar de Arte Nova, é de talha de madeira dura pintada. Os azulejos exteriores são de M. Queriol e Jorge Pinto. Abriu como um cinema popular, sendo actualmente um salão de pornografia.
11- Estátua de D. Pedro IV
Estátua de D. Pedro IV Paulo Guedes, [ant. 1919] AFML – A9048
A estátua de D. Pedro IV foi feita por Elias Robert e desenhada por Davioud. Tem 27,5 m de altura. No pedestal estão representadas a Justiça, a Temperança, a Prudência e a Moderação. A estátua foi inaugurada em 1870. Existe uma polémica quanto à verdadeira identidade da personalidade que remata a estátua, sendo que para alguns se retrata o imperador Maximiliano do México e não o rei português.
12 – Rossio
Praça D. Pedro IV
Paulo Guedes, [ant.1919] AFML – A8977
No período romano aqui existiu um hipódromo. A zona baixa da cidade, antes do século XII, era navegável. Era chamada Valverde, devido a um afluente do rio Tejo. Esta zona foi sempre um espaço amplo onde se realizavam feiras e mercados. Na Idade Média começou a ser rodeado do edifícios de vária natureza. No século XV foi edificado o Palácio dos Estaus a norte e a oriente estabeleceu-se o Hospital de Todos-os-Santos. O imundo caneiro do Rossio foi coberto ainda na Lisboa de quatrocentos. Era uma praça irregularmente esguelhada. Após o terrramoto de 1755, foi reconstruída segundo o plano de Carlos Mardel, renascendo uma praça rectangular de 166 m comprimento x 52 m largura. No século XIX é construído o Teatro D. Maria II, a praça é arborizada, as fontes monumentais colocadas, a estátua de D. Pedro IV inaugurada, o pavimento calcetado. Cafés, botequins, tabacarias, farmácias,
chapelarias, restaurantes entre outros estabelecimentos dão vida à praça que
nunca deixou de ser o centro da cidade. 13 – Teatro Nacional D. Maria II
Teatro Nacional Dona Maria II, fachada principal Armando Serôdio
AFML – B092011
Edificado entre 1842 e 1846, no local do Palácio dos Estaus, depois Tribunal da Inquisição. Aquando do cargo de inspector de teatros, e deputado, Almeida Garrett debateu-se pela construção deste teatro nacional, obtendo o apoio do Governador Civil, Joaquim Archer e da própria rainha D. Maria II. A fachada ostenta seis colunas que vieram da igreja de São Francisco. As esculturas de Gil Vicente, Tália e Melpomene devem-se às mãos de Assis Rodrigues e António Manuel da Fonseca. O teatro abriu as portas em 13 de Abril de 1836. 14 – Estação do Rossio
Estação do Rossio Manuel Tavares, 194-] AFML – A11455
Obra neomanuelina, traçada por José Luís Monteiro, ostentando oito portas, das quais duas em ferradura, todas pintadas a ouro. Esta obra orçou 730.679 mil réis, em 1892. O túnel do Rossio concluído em 1885, custou 1.479.989 mil réis.
BIBLIOGRAFIA
Gurriarán, José António, Lisboa: Uma Cidade Inesquecível. Mapa e roteiros completos, Limite Visual, 1997
França, José-Augusto, Lisboa: urbanismo e arquitectura, ME, 1989 Dicionário da História de Lisboa, dir. Francisco Santana, 1994
A Praça do Comércio em Postal Antigo: O Terreiro do Paço, Livros Horizonte, 2003
Macedo, Luiz Pastor de, A Baixa Pombalina, 1938
Adragão, José Victor et. Al., Lisboa: Novos Guias de Portugal, Editorial Presença, 1985
Freire, João Paulo, Roteiro da Baixa antes de 1755, 1933 Lisboa: Guia Turístico, Jamp Edições Turísticas Lda.
Dias, Marina Tavares, O Rossio. Guias de Lisboa pelos Olisipógrafos, Ibis Editores Lda., 1990