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10 MOTIVOS PARA ADUBAR A SUA PASTAGEM

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10 MOTIVOS

PARA ADUBAR A

SUA PASTAGEM

Manoel Eduardo Rozalino Santos

Janaina Azevedo Martuscello

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10 MOTIVOS

PARA ADUBAR A

SUA PASTAGEM

Manoel Eduardo Rozalino Santos Janaína Azevedo Martuscello

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10 MOTIVOS

PARA ADUBAR A

SUA PASTAGEM

Manoel Eduardo Rozalino Santos Janaína Azevedo Martuscello

SANTOS, M.E.R.,MARTUSCELLO, J.A. 2020. 10 Motivos para adubar a sua pastagem. São João del-Rei: UFSJ. E-book. ISBN: 978-65-00-13788-0

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SUMÁRIO

1- Introdução

2- MOTIVO 1: Recuperar a pastagem degradada

3- MOTIVO 2: Evitar a degradação da pastagem

4- MOTIVO 3: Aumentar a produção animal

5- MOTIVO 4: Usar capins mais produtivos

6- MOTIVO 5: Flexibilizar o manejo da pastagem

7- MOTIVO 6: Fazer o pasto crescer mais rápido

no início das águas

8- MOTIVO 7: Obter mais pasto na época seca

9- MOTIVO 8: Ajudar o pasto a enfrentar o

estresse

10- MOTIVO 9: Reduzir a área para produção de

volumoso

11- MOTIVO 10: Preservar o meio ambiente

12- Mensagem final

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10 motivos para adubar a sua pastagem

A importância das pastagens para a pecuária brasileira pode ser percebida pelos seguintes dados:

✓A pecuária de corte ocupa 170 milhões de hectares de pastagens, ou seja, cerca de 20% do território brasileiro (ABIEC, 2016);

✓ Em média, 98% da carne bovina do Brasil são produzidas em pastagens (Barioni et al., 2017).

Dentre os motivos para o alto uso de pastagens para a criação de bovinos no Brasil, destacam-se o menor gasto com infraestrutura no sistema pastoril e também o fato do pasto ser um alimento barato, o que resulta em baixo custo do leite ou da carne produzidos em pastagens.

Porém, para aproveitar as vantagens da produção animal a pasto,

as pastagens têm que ser bem manejadas ou adequadamente

cuidadas.

A palavra “manejar” tem os seguintes significados: “ter conhecimento sobre algo”, “saber praticar”, “fazer a gestão” ou “administrar”. Dessa forma, podemos afirmar que manejar uma pastagem corresponde

ao uso do conhecimento para planejar e executar, de forma integrada e estratégica, as ações que irão interferir nos componentes e nas etapas do sistema produtivo, com o objetivo de alcançar resultados desejáveis.

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10 motivos para adubar a sua pastagem

Existem várias ações de manejo da pastagem, como adubação, irrigação, controle de plantas daninhas, escolha do método de lotação (“pastejo contínuo” ou pastejo rotativo), suplementação dos animais em pastejo, dentre outras.

A adubação é uma estratégia de manejo da pastagem que consiste em aplicar as doses de adubos na área da pastagem, para manter ou melhorar a fertilidade do solo e, assim, propiciar maior crescimento do pasto.

A adubação é pouco usada pelos pecuaristas brasileiros. Um dos motivos que explica esse fato é que os pecuaristas ainda não conhecem os benefícios dessa prática de manejo e os vários objetivos que podem ser alcançados com o uso da adubação da pastagem. Por isso, nesse e-book, iremos elencar 10 objetivos que podem ser alcançados com o emprego da adubação da pastagem no sistema de produção animal. Conhecendo essas possibilidades, acreditamos que o uso da adubação possa ser mais facilmente adotado nos sistemas produtivos.

Você verá, então, que é possível adubar uma pastagem a fim de conseguir:

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10 motivos para adubar a sua pastagem

➢ Evitar a degradação da pastagem;

➢Aumentar a produção animal da pastagem;

➢ Usar um capim mais produtivo;

➢ Flexibilizar o manejo da pastagem;

➢ Fazer o pasto crescer mais rápido no início da época das águas;

➢ Obter mais pasto na época seca do ano;

➢Auxiliar o pasto a enfrentar situações de estresse;

➢ Reduzir a área de cultivo para produção de volumoso suplementar, sem diminuir a produção desse volumoso; e

➢ Preservar os recursos naturais (meio ambiente).

Grande parte das informações desse e-book foi retirada do livro “Adubação de pastagens no sistema de produção animal” (Santos & Fonseca, 2016). Portanto, para os leitores que queiram se aprofundar no tema, recomendamos a leitura desse livro.

Esperamos que as informações desse e-book lhes sejam úteis! Boa leitura!

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MOTIVO 1

RECUPERAR

A PASTAGEM

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10 motivos para adubar a sua pastagem

A degradação da pastagem é um processo evolutivo de perda de produtividade, de qualidade e de capacidade para superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e plantas invasoras, culminando com a degradação dos recursos naturais. Esse processo é causado por manejos inadequados (Macedo et al., 1995) (Figura 1).

Figura 1 - Representação do processo de degradação de pastagens cultivadas. Fonte: Macedo et al. (1995).

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10 motivos para adubar a sua pastagem

Estima-se que cerca de 80 % das pastagens cultivadas nos Cerrados apresenta-se em estádio de degradação (Barcellos et al., 2001), sendo este apontado como um dos principais problemas técnicos, sociais, econômicos e ambientais da pecuária nacional.

Dentre as principais causas da degradação da pastagem, destaca-se a ausência de adubações, tanto na formação, quanto na manutenção da pastagem.

A recuperação da pastagem degradada diz respeito às ações de manejo necessárias para reverter a degradação da pastagem, mantendo-se a mesma espécie de planta forrageira na área.

A recuperação das áreas de pastagens em estádios iniciais de degradação pode ser feita eficientemente com o uso de adubos, além do manejo adequado do pastejo.

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MOTIVO 2

EVITAR A

DEGRADAÇÃO

DA PASTAGEM

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10 motivos para adubar a sua pastagem

Na maioria das pastagens cultivadas no Brasil, com monocultivos de gramíneas forrageiras, as entradas de nutrientes são inferiores às saídas (Figura 2), o que ocasiona o empobrecimento da fertilidade do solo com o tempo, com consequências negativas para a sustentabilidade da produção animal. Isso gera a necessidade de aporte de nutrientes ao sistema a fim de garantir sua sustentabilidade, o que pode ser conseguido com a adubação da pastagem (Santos & Fonseca, 2016).

PASTAGEM

Figura 2 - Pastagens cultivadas com monocultivo de gramíneas: um sistema aberto; a seta pequena representa a inferior entrada de nutrientes essenciais à planta forrageira no ecossistema, quando comparada à seta grande, que indica maior saída de nutrientes do sistema produtivo. Fonte: Santos & Fonseca, 2016).

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10 motivos para adubar a sua pastagem

Vários estudos demonstram que as pastagens não adubadas, formadas apenas com gramíneas, apresentam déficit anual de nitrogênio (N) que varia de 60 a 125 kg ha-1 (Myers & Robbins, 1991;

Thomas, 1992; Cadisch et al., 1994).

Assim, sem a correção desse déficit de N, as pastagens

tornam-se improdutivas, predispostas à invasão por plantas daninhas e acabam entrando em processo de degradação (Fonseca & Santos,

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MOTIVO 3

AUMENTAR A

PRODUÇÃO

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10 motivos para adubar a sua pastagem

A possibilidade de aumentar a produção animal por área da pastagem adubada certamente é o objetivo mais comum e mais conhecido da adubação da pastagem.

Como intensificação entende-se o incremento do nível de utilização de insumos e, ou, recursos por unidade de área da pastagem, mais notadamente corretivos e adubos.

A adubação da pastagem é essencial no processo de intensificação da produção animal na pastagem. Por quê?

Porque o pasto adubado cresce em altas taxas, o que aumenta a produção de forragem na pastagem. Com mais forragem (alimento), é possível adicionar mais animais na pastagem (aumento da taxa de lotação). Embora a adubação da pastagem não resulte em aumento expressivo do desempenho animal, a alta taxa de lotação na pastagem adubada determina a maior produção de carne ou de leite por área de pastagem.

Realmente, as pastagens intensivas ou de alto nível tecnológico são aqueles em que é possível trabalhar com elevadas taxas de lotação, sobretudo durante o período das águas (Figura 3).

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10 motivos para adubar a sua pastagem

Santos & Fonseca (2016) fizeram uma revisão de vários trabalhos de pesquisa com adubação nitrogenada em pastagens no Brasil e verificaram que os efeitos mais intensos da adubação foram os aumentos em produção de forragem, taxa de lotação e produção por unidade de área da pastagem. Por outro lado, o efeito da adubação em aumentar o desempenho dos animais foi pequeno (Figura 3).

Figura 3 - Percentuais de incremento na produção de forragem (PF, em kg ha-1 dia-1 de MS), taxa de lotação (TL,

em UA ha-1), ganho médio diário (GMD, em g animal-1 dia -1) e produção animal (PA, em kg ha-1 dia-1 de carne), em

função do aumento da dose de nitrogênio em pastagens com gramíneas tropicais manejadas com bovinos de corte. Fonte: Santos & Fonseca (2016).

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 PF TL GMD PA 67,6 80,3 9,5 90,8 % Ca ra cterística

Dados obtidos a partir dos trabalhos de Lugão et al. (2001), Fagundes et al. (2005), Euclides et al. (2007), Canto et al. (2009), Paris et al. (2009), Ribeiro (2010), Gimenes (2010), Moreira et al. (2011), Bernardino et al. (2011), Fagundes et al. (2012), e Iwamoto (2013).

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MOTIVO 4

USAR CAPINS

MAIS

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10 motivos para adubar a sua pastagem

A interação entre as características do solo e as características da planta forrageira deve ser harmonizada, respeitando-se as exigências e particularidades de ambos, para que o sistema seja produtivo e sustentável.

Infelizmente, essa condição básica e fundamental para o bom funcionamento do sistema de produção animal baseado no uso da pastagem não tem sido respeitada.

A inadequação da planta forrageira ao tipo de solo gera baixa produtividade e lucratividade do sistema e, o que é mais preocupante, na degradação das pastagens.

Dessa forma, a adubação pode ser empregada para possibilitar introdução e a persistência de uma planta forrageira na área, pois o uso de adubos e corretivos altera a fertilidade do solo, tornando-o adequado às espécies forrageiras mais exigentes em fertilidade do solo (Figura 4) (Santos & Fonseca, 2016).

Isso ocorre, por exemplo, quando o pecuarista opta por estabelecer um pasto de capim-mombaça, um capim muito exigente em fertilidade do solo, numa área com solo de baixa fertilidade. Nessa condição, é preciso realizar a correção e a adubação. Se isso não for feito, o pecuarista não terá sucesso com a formação da sua pastagem.

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10 motivos para adubar a sua pastagem

Figura 4 - Ocorrência de sustentabilidade do sistema produtivo devido à implementação de estratégias de manejo da pastagem que permitem a compatibilidade entre recursos vegetais e recursos físicos. Fonte: Santos & Fonseca (2016).

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MOTIVO 5

FLEXIBILIZAR

O MANEJO DA

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10 motivos para adubar a sua pastagem

A adubação de pastagens também pode ser empregada para facilitar a implementação de outras ações de manejo no sistema produtivo, gerando facilidade e flexibilidade durante a execução do manejo da pastagem (Santos & Fonseca, 2016).

Vejamos um exemplo!

Em sistemas manejados em lotação intermitente (pastejo rotativo), na condição de pré-pastejo, a altura média do pasto deve ser diferente em cada piquete, para que seja possível iniciar uma sequência de utilização dos mesmos, de forma a respeitar a altura preconizada para iniciar o pastejo.

Nesse contexto, quando a pastagem está em formação, o pecuarista ou técnico também tem dúvidas sobre como gerar o gradiente inicial de alturas dos pastos entre os piquetes da pastagem. Dentre as alternativas possíveis, uma se destacam com o uso da adubação. Por exemplo, imaginemos uma pastagem com de capim-mombaça que acabou de ser subdividida em seis piquetes, cujos valores de altura média variam de 80 e 95 cm. Para criar o gradiente de alturas dos pastos, todos esses piquetes poderiam ser utilizados via pastejo ao mesmo tempo. Após o rebaixamento de todos os piquetes para uma a altura pós-pastejo semelhante, poder-se-ia realizar uma adubação nitrogenada diferenciada nos piquetes.

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10 motivos para adubar a sua pastagem

Com isso, os pastos submetidos a uma maior dose de nitrogênio tenderiam a rebrotar mais rapidamente e, assim, poderiam ser utilizados primeiro, quando comparados àqueles não adubados ou adubados com menor dose de nitrogênio (Figura 5).

Figura 5 – Rebaixamento do pasto em todos os piquetes ao mesmo tempo para obter semelhante altura pós-pastejo. Depois, ocorre a aplicação de uma dose de adubo nitrogenado diferenciada entre os piquetes. Com isso, se consegue um gradiente de rebrotação entre os pastos, uma condição necessário para o manejo do pastejo rotativo.

39 cm 38 cm 40 cm 42 cm 41 cm 87 cm 90 cm 93 cm 84 cm 92 cm

Próxima sequência de utilização

0

kg/ha

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MOTIVO 6

RÁPIDO

CRESCIMENTO

DO PASTO NO

INÍCIO DAS

ÁGUAS

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10 motivos para adubar a sua pastagem

Um dos grandes problemas dos pecuaristas que trabalham com pastagens na época das águas é a demora da rebrotação do pasto no início da primavera.

A demora do crescimento do pasto no início do período chuvoso faz com que a produção de forragem na pastagem diminua. Nessa condição, muitas das vezes o pecuarista tem que diminuir a quantidade de animais (diminuição da taxa de lotação) ou retirar totalmente os animais da pastagem, para dar tempo do pasto se recuperar e ficar pronto para a nova estação de pastejo.

Com isso, geralmente os animais tem que ser alimentados com fontes de forragem mais caras do que o pasto, como silagem e capins picados (capineiras). Isso aumenta o custo de produção.

Um exemplo de estratégia que pode ser adotada para “folgar” as pastagens no início do período chuvoso, até que o pasto se recupere, é o chamado “confinamento de sequestro”, que se refere à retirada temporária dos animais da pastagem para serem alimentados no cocho.

Se o pecuarista manter os animais na pastagem, ainda pouco produtiva no início das águas, causará superpastejo (pasto “rapado”), o que é ruim tanto para o animal, quanto para à planta forrageira.

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10 motivos para adubar a sua pastagem

Para o animal, o superpastejo causa diminuição do consumo de pasto e, consequentemente, diminuição do desempenho. Inclusive, nessa situação, é comum que os animais percam peso. Com isso, os animais demoram mais para alcançar o peso para a venda ou o abate (ciclo produtivo muito longo). No caso das fêmeas, sua reprodução pode ser comprometida, o que aumenta as idades à puberdade e ao primeiro parto. Tudo isso, além de gerar prejuízo, também atrasa o retorno dos investimentos que o pecuarista fez na atividade pecuária. Para o capim, o superpastejo no início da época das águas esgota os compostos de reserva das plantas, o que pode diminuir o vigor e contribuir para a degradação do pasto.

Diante desse cenário, uma estratégia de manejo que pode ser

utilizada para estimular o crescimento do pasto mais cedo e logo após as primeiras chuvas de primavera é a realização da adubação, principalmente com nitrogênio, no início ou até mesmo antes do período chuvoso.

Porém, deve-se dar preferências a fontes de adubos menos susceptíveis à perdas por volatilização, tal como o sulfato de amônio, em detrimento da ureia.

Infelizmente, ainda temos poucas pesquisas sobre essa adubação estratégica no início do período chuvoso aqui no Brasil.

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MOTIVO 7

OBTER MAIS

PASTO NA

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10 motivos para adubar a sua pastagem

Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, geralmente a produção de forragem nas pastagens é alta nos meses de outubro a março, período denominado de “período das águas”; enquanto que nos meses de abril a setembro, época comumente chamada de “período de seca”, ocorre o inverso, ou seja, baixa produção de forragem.

Nas pastagens das regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, 70 a 90% da produção de forragem geralmente ocorre durante o período das águas (primavera e o verão); enquanto que apenas 10 a 30% dessa produção é observada no período de seca, que compreende os meses de outono e inverno.

Esse fato ocasiona pouco pasto para atender a demanda do rebanho durante o período de seca, o que acaba sendo um grande problema em muitos sistemas pastoris. Diante desse cenário, a adubação pode

ser feita no fim do verão e, ou, no início do outono para aumentar a produção de forragem no período de transição entre a época das águas e a época de seca. Isso permite obter mais oferta de pasto no período de seca.

Inclusive, a adubação estratégia no fim do período chuvoso ou no início do período de seca pode ser adotada juntamente com a vedação da pastagem, para garantir pasto em quantidade no período de seca.

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10 motivos para adubar a sua pastagem

A vedação da pastagem consiste em selecionar determinadas áreas da propriedade e as excluir do pastejo, geralmente no fim do verão e, ou, no outono nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, como forma de garantir produção de forragem para ser pastejada durante o período de sua escassez (inverno e início de primavera).

Nesse contexto, a adubação da pastagem a ser vedada aumenta o crescimento do pasto durante o período de vedação e, com isso, a massa de forragem disponível para o pastejo durante a época da seca (Figura 6), o que reduz ou evita o fornecimento de volumosos suplementares de maior custo ao rebanho; ou ainda evita reduções acentuadas na taxa de lotação da pastagem na época de seca.

Figura 6 – Massa de forragem em função da dose de nitrogênio aplicada no início do período de diferimento em pastos de

Brachiaria decumbens. Fonte: Adaptado de Silva et al. (2015). 4388 5792 7196 8600 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 0 40 80 120 k g /h a d e M S kg/ha de N A

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MOTIVO 8

AJUDAR O

PASTO A

ENFRENTAR

CONDIÇÕES

ADVERSAS

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10 motivos para adubar a sua pastagem

A planta forrageira possui mecanismos que lhe permite adaptar às diversas condições limitantes do ambiente, aos erros de manejo da pastagem promovido pelo homem, e também à ocorrência de pragas e doenças.

Essa adaptação ocorre, dentre outras maneiras, por meio de modificações no seu desenvolvimento, o que acarreta alterações em sua morfologia. Por isso, esse mecanismo adaptativo é denominado de plasticidade morfológica ou plasticidade fenotípica.

A plasticidade fenotípica pode ocorrer com intensidades diferentes, de acordo com o status nutricional do pasto. Nesse sentido, o pasto com

melhor condição nutricional teria melhor habilidade em realizar a plasticidade fenotípica, quando comparado ao pasto com deficiência de nutrientes (Santos & Fonseca, 2016).

Isso indica mais uma vantagem da adubação da pastagem, que otimizaria, então, a plasticidade fenotípica da planta forrageira.

Dessa forma, é esperado que um pasto adubado tenha melhores condições de se desenvolver e, com isso, de persistir e produzir mais forragem, em comparação a um pasto não adubado nas seguintes situações adversas:

➢ Períodos de seca, como no inverno e durante os veranicos na época das águas;

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10 motivos para adubar a sua pastagem

➢ Quando sombreado por árvores, o que é comum em sistemas silvipastoris;

➢ Quando superpastejados, devido à erros no manejo do pastejo; e

➢ Em ocasiões em que há incidência de insetos pragas, como a cigarrinha-das-pastagens.

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MOTIVO 9

REDUZIR A

ÁREA PARA

PRODUÇÃO DE

VOLUMOSO

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10 motivos para adubar a sua pastagem

De acordo com Santos & Fonseca (2016), outra vantagem com o uso de adubos no sistema de produção ocorre quando esse insumo é destinado para as áreas de produção de volumoso suplementar, tal como silagem, feno ou capineira.

Neste caso, é possível aumentar a produção de volumoso

suplementar por unidade de área e, com isso, reduzir a área

utilizada para essa finalidade, sem causar diminuição na produção

total de volumoso necessária para alimentar o rebanho durante a época de seca.

A menor percentagem da área da fazenda reservada para produção de volumoso suplementar resulta em maior disponibilidade de área para uso sob pastejo durante o período das águas e, além disso, no caso de culturas perenes ou semi-perenes, como capineiras com capim-elefante ou cana-de-açúcar, a aplicação de maiores doses de adubos pode resultar incremento da longevidade dessas capineiras (Santos & Fonseca, 2016).

Por exemplo, Neumann et al. (2005) avaliaram-se os efeitos de níveis de adubo nitrogenado (0, 45, 90 e 135 kg ha-1 de N) em cobertura

sobre a produção de forragem da planta de milho para silagem. Para cada quilograma de ureia aplicado em cobertura, incrementou-se a produção em 58,95 kg ha-1 de MS.

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MOTIVO 10

PRESERVAR O

MEIO

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10 motivos para adubar a sua pastagem

A adubação da pastagem também resulta em uma série de vantagens ecológicas, conforme descrito por Santos & Fonseca (2016). Vejamos o que esses autores afirmaram!

➢ Alguns resíduos, quando produzidos em grande quantidade, têm alto potencial de poluição ambiental. Mas seu uso racional em pastagens pode ser adequado e benéfico, desde que esses materiais tenham potencial para corrigir e, ou, suprir nutrientes limitantes no solo. Como exemplos, têm-se a utilização de dejetos de bovinos e suínos na adubação de pastagens e o uso de escória de siderurgia como corretivo químico do solo.

➢ A adubação também permite manter o solo com adequada cobertura vegetal, o que o protege contra os impactos das gotas de chuva, evitando a desagregação e o selamento superficial do solo, além de reduzir o transporte de sedimentos para os leitos dos rios.

➢ Uma boa cobertura vegetal também proporciona efetiva proteção mecânica contra a pressão no solo exercida pelos cascos dos animais, o que limita a sua compactação, impede a ocorrência de enxurradas e melhora a infiltração de água neste (Tabela 1).

➢ A adubação incrementar o crescimento radicular do pasto, o que contribui para a adição efetiva de matéria orgânica ao solo.

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10 motivos para adubar a sua pastagem

➢ Com a adubação da pastagem, também é possível aumentar a produção de carne ou leite nas áreas de pastagens já formadas. Com isso, é desnecessário abrir novas áreas de pastagens, sendo possível a preservação de ecossistemas naturais. Desse modo, evita-se o desmatamento!

➢ As áreas de pastagens, quando bem manejadas, também têm sido consideradas fonte potencial de “sequestro” do carbono atmosférico, uma vez que as plantas forrageiras utilizadas para pastejo, em sua maioria, são perenes, o que torna desnecessário o preparo periódico do solo. Além disso, os capins tropicais têm alto potencial fotossintético.

Tabela 1 – Efeito da adubação na minimização dos processos erosivos. Fonte: Jonhstone-Wallace et al. (1942), citados por Corsi & Goulart (2006).

Tratamento Matéria seca (kg ha-1) Perda de água (mm) Perda de solo (kg ha-1) Sem fertilizante 8,5 20 86 Com fertilizante1 12,2 5 75

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10 motivos para adubar a sua pastagem

Os fotoassimilados, em grande porcentagem, são translocados para os órgãos subterrâneos das plantas forrageiras, onde são usados para a síntese de tecidos recalcitrantes, de lenta decomposição, o que incrementa o teor de carbono no solo (Dubeux Jr et al., 2006). Mas, para a adição de uma tonelada de carbono no solo, são necessários cerca de 80 kg ha-1 de N, 20 kg ha-1 de P e 15 kg ha-1 de

K (Corsi & Goulart, 2006).

Uma vez que os solos tropicais são, em sua maioria, de baixa fertilidade natural, para que esses efeitos aconteçam, é preciso adubar as pastagens no Brasil (Santos & Fonseca, 2016).

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MENSAGEM

FINAL

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10 motivos para adubar a sua pastagem

Conforme vimos, a adubação da pastagem é estratégia de manejo que pode ser empregada em várias situações e para alcançar diferentes objetivos no sistema de produção.

Essa versatilidade de funções precisa ser mais bem utilizada para aumentar e melhorar o uso de adubos nos sistemas pastoris do Brasil. Infelizmente, muitos técnicos e pecuaristas ainda não conhecem todos esses objetivos que podem ser alcançados com a adubação da pastagem.

Nesse sentido, a falta dessa percepção por parte de técnicos, pecuaristas e pesquisadores consiste em um dos motivos que explica, em parte, a não adoção da adubação como estratégia de manejo da pastagem.

Assim, esperamos que as informações contidas neste e-book contribuam para divulgar os benefícios que a adubação da pastagem gera no sistema de produção.

Cordiais saudações!

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TRABALHOS

CITADOS

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10 motivos para adubar a sua pastagem

ABIEC, Perfil da pecuária no brasil – relatório 2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNE, São Paulo, SP, 47P. 2016.

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10 motivos para adubar a sua pastagem

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Referências

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