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RELACIONAMENTO DE PREÇOS DO MARACUJÁ NO NORDESTE BRASILEIRO

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Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

RELACIONAMENTO DE PREÇOS DO MARACUJÁ NO NORDESTE BRASILEIRO saeed@ufc.br

Apresentação Oral-Comercialização, Mercados e Preços

FRANCISCO JOSÉ TABOSA1; AHMAD SAEED KHAN2; JAIR ANDRADE ARAÚJO3.

1,3.UFC, FORTALEZA - CE - BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA - CE - BRASIL.

RELACIONAMENTO DE PREÇOS DO MARACUJÁ NO NORDESTE BRASILEIRO GRUPO DE PESQUISA: Comercialização, Mercados e Preços

RESUMO

O objetivo deste artigo é analisar o relacionamento de preços do maracujá no Nordeste. Para isso, utilizou-se séries mensais de preços dos principais mercados atacadistas do Nordeste, testes de raiz unitária de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e KPSS, modelo VAR e Teste de causalidade de Granger/Teste de Wald para exogeneidade por blocos. Os resultados apresentaram que o mercado atacadista de Juazeiro/BA apresenta-se como o único mercado independente entre os outros mercados atacadistas do Nordeste.

Palavras-chave: Maracujá; Integração de Mercado; Nordeste; Modelo VAR; Causalidade de Granger.

ABSTRACT

The objective of this paper is to analyze the price relationship of passion fruit in the Northeast. For this, monthly wholesale price series of principal market of Northeast was used. ADF and KPSS unit root tests, VAR model, the Granger Causality/Block Exogeneity Wald Test was applied. The results showed the wholesale market of Juazeiro/BA is the only independent market in relation to all others markets of the northeast.

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1. INTRODUÇÃO

O maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa), ou maracujá, é uma planta tropical, originária do Brasil, possuindo diversas formas de consumo.

A cadeia produtiva do maracujá estende-se por diversas regiões do Brasil, principalmente na Região Nordeste, a maior produtora de maracujá do país. Conforme a tabela 1, entre os anos 2000 a 2006, a produção nordestina representou, em média, 48% da produção nacional (IBGE, op. cit.).

TABELA 1 – Quantidade Produzida de Maracujá (em toneladas). Brasil e Regiões Geográficas- 2000 a 2006. BRASIL E REGIÕES GEOGRÁFICAS /ANOS 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 BRASIL 2.762.808 467.464 478.652 485.342 491.619 479.813 615.196 NORTE 180.833 34.451 35.753 38.301 44.789 51.077 52.254 NORDESTE 1.271.406 250.191 207.464 214.467 209.401 244.343 377.136 SUDESTE 1.016.767 148.191 196.037 197.074 200.839 151.096 152.204 SUL 79.161 14.112 19.450 16.214 15.906 13.714 12.390 CENTRO-OESTE 214.641 20.519 19.948 19.286 20.684 19.583 21.212

Fonte: IBGE (2008). Elaboração dos autores.

Na Região Nordeste, os maiores estados produtores de maracujá são a Bahia, o Ceará e Sergipe (ver tabela 2). O Estado da Bahia produz cerca de 56% da produção nordestina de maracujá. Na verdade, a região do pólo agrícola de Juazeiro/BA-Petrolina/PE detém a maior produção e volume de comercialização de maracujá da região, principalmente Juazeiro/BA. Apesar da região da Ibiapaba/CE ser também uma região produtora de maracujá, a quantidade produzida e o volume comercializado em Juazeiro/BA é bastante superior (CEASA/CE, 2006).

TABELA 2 - Quantidade Produzida de Maracujá nos Estados do Nordeste – 2005 e 2006.

ESTADOS DO NORDESTE 2005 2006 MÉDIA %

Bahia 139.910 207.962 173.936 0,559749 Ceará 40.261 101.035 70.648 0,227354 Sergipe 41.526 41.919 41.722,5 0,134268 Pernambuco 7.803 10.553 9.178 0,029536 Paraíba 6.072 6.453 6.262,5 0,020154 Alagoas 5.504 4.982 5.243 0,016873

Rio Grande do Norte 2.879 3.811 3.345 0,010765

Maranhão 219 322 270,5 0,000871

Piauí 169 99 134 0,000431

Fonte: IBGE (2008). Elaboração dos autores.

Neste contexto, conhecer a integração dos preços dos produtos agrícolas comercializados nos grandes centros urbanos do Nordeste constitui-se em uma importante meta de pesquisa visando verificar a eficiência e a integração dos mercados.

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Outro fator que torna a presente pesquisa relevante é a carência de estudos sobre integração de mercados para produtos agrícolas no Brasil, principalmente no Nordeste. Sabe-se que, um estreito relacionamento entre os preços nos diferentes mercados atacadistas indicaria que o sistema de comercialização de maracujá é competitivo. Por outro lado, a ausência deste relacionamento indicaria a existência de algumas imperfeições.

Diante do exposto acredita-se que um melhor entendimento, acerca do relacionamento de preços no mercado atacadista nordestino do maracujá, poderá ser útil para a elaboração e implantação de políticas públicas que visem o melhoramento do mercado privado e o estímulo à competição, avaliando canais alternativos de mercado, melhoramento das facilidades de transporte, aperfeiçoamento da inteligência de mercado, promovendo integração vertical e uma melhoria geral no fluxo de maracujá procedente dos mercados atacadistas do Nordeste.

Neste sentido, a análise de integração de mercado pode ser um bom instrumento no entendimento do comportamento dos mercados.

2.INTEGRAÇÃO DE MERCADOS

Podemos definir como mercados integrados aqueles no quais os preços de produtos diversos não se comportam independentemente. Integração de mercado é a expansão estável dos preços entre mercados em uma estação específica do ano apesar das várias mudanças nos preços (DELGADO, 1986).

Conforme Stigler e Sherwin (1985), os diferentes locais de mercado estarão mais estreitamente integrados quanto menores sejam os movimentos de seus preços. E os diferentes locais ou regiões estarão mais estreitamente integrados quando melhores sejam as condições competitivas dos mercados, as facilidades de transporte, mais eficientes sejam as informações e, portanto, existam melhorias no fluxo das mercadorias de um determinado mercado para outro.

De acordo com Mayorga et al (2007), os primeiros estudos do setor agrícola a analisar a transmissão de preços e integração de mercado utilizaram, em sua maioria, análise de correlação de preços e regressão simples. Estes modelos, no entanto, passaram a ser criticado pela negligência que mascara a presença de outros fatores que podem causar variações nos preços, como inflação de preços, sazonalidade (principalmente na agricultura), crescimento populacional, problemas climáticos entre outros. Além disso, não havia o cuidado de verificar se as séries eram estacionárias.

Uma maneira de evitar estas críticas foi a de considerar a diferenciação de preços, que tem a propriedade atrativa de interpretar a integração de mercado como interdependência de mudança de preços em diferentes mercados. Além disso, a diferenciação de preço elimina a tendência comum que causa regressão espúria (GOLETTI at al, 1995). Nesse caso, as estatísticas de avaliação |t|, F e R2, apesar de apresentarem valores elevados, podem não traduzir a verdadeira relação teórica entre as variáveis.

Atualmente, vários estudos de integração de mercados agrícolas utilizam testes de estacionariedade, principalmente os testes de raiz unitária, causalidade de Granger e a utilização do Modelo VAR, com o uso das técnicas de impulso resposta e causalidade de Granger em bloco, visando analisar se os mercados analisados são integrados ou não (SACHS & PINATTI, 2007; MAYORGA et al, op.cit.; NOGUEIRA et al, 2005; GOODWIN & PIGOTT, 1999; e BALCOMBE et al, 2007).

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3. METODOLOGIA

Para verificarmos a existência de integração de mercado do maracujá no Nordeste, realizaram-se os testes de raiz unitária (estacionariedade) de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e KPSS, verificando a existência de estacionariedade. Em seguida, utilizamos o Modelo VAR e com o Teste de causalidade de Granger/Teste de Wald para exogeneidade por blocos. Caso exista, podemos analisar a existência de integração entre o mercado atacadista e o mercado atacadista predominante ou mercado produtor.

3.1. Origem dos Dados

Os dados utilizados neste trabalho foram obtidos na Central de Abastecimento S/A do Estado do Ceará (CEASA-CE) e consistem em séries de preços mensais de maracujá no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2006, que correspondem aos mercados atacadistas de Teresina (PI), Ibiapaba (CE), Fortaleza (CE), Natal (RN), Recife (PE), Salvador (BA) e Juazeiro (BA). Os dados estão expressos em reais por quilo (R$/kg).

As séries utilizadas para análise de relação de preços do maracujá no mercado atacadista nordestino foram: TER - logaritmo natural dos preços de Teresina/PI; IBI – logaritmo natural dos preços de Ibiapaba/CE; FORT- logaritmo natural dos preços de Fortaleza/CE; NAT - logaritmo natural dos preços de Natal/RN; REC - logaritmo natural dos preços de Recife-PE; SALV - logaritmo natural dos preços de Salvador-BA e JUA – logaritmo natural dos preços de Juazeiro/BA.

3.2. Testes de Raiz Unitária

3.2.1. Teste de Dickey-Fuller Aumentado (ADF)

O teste de Dickey-Fuller (1979), pressupõe que o processo gerador dos dados é auto-regressivo de ordem 1 ou AR (1). Assim, no caso de Y seguir um processo auto-auto-regressivo de ordem p, AR (p), com p > 1, incorporam-se à equação especificada as primeiras diferenças p diferenças de ∆Y, até que o problema desapareça e, dessa forma, os resíduos tornem-se um ruído branco.

O Teste de raiz unitária de Dickey e Fuller Aumentado (ADF), para determinar a ordem de integração das variáveis; ou seja, o número de diferenças para tornar a série estacionária, tem como base a seguinte expressão:

= − − + ∆ + + + = ∆ m i t i t i t t T Y Y Y 1 1 α ε γ δ β (1)

Onde: β é uma constante; T é a tendência e ∆ é o operador diferença, o qual é representado como: ∆t=YtYt1.

O número de defasagens é determinado pelo menor valor do Critério de Schwarz, visando eliminar a autocorrelação dos resíduos.

A hipótese nula é de que γ = 0 ou ρ = 1. Ou seja, existe raiz unitária (isto é, a série é não-estacionária). A hipótese alternativa é que γ < 0 ou ρ < 1. Ou seja, a série é estacionária. Considerando a presença, ou não, da constante e, ou, da tendência, utilizou-se o teste τ , para

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testar a significância dos modelos sem constante e sem tendência, com constante e sem tendência, e o modelo com constante e tendência.

3.2.2. Análise Confirmatória: o teste KPSS

Conforme Fernandes & Toro (2005), o teste de ADF é muito sensível à presença de valores atípicos.

Neste sentido, Kwiatkowski, Phillips, Schmidt e Shin (1992) sugeriram um teste cuja principal característica é à inversão das hipóteses em teste, isto é, a hipótese nula assume a noção de que a série é estacionária e sob a hipótese alternativa a série é integrada de ordem um. A vantagem deste teste resulta da falta de potência dos testes convencionais; isto é, tendem a não rejeitar a hipótese nula com demasiada freqüência. A presença de valores atípicos prejudica assim apenas o poder do teste, não interferindo no seu tamanho. A rejeição da hipótese nula de estacionariedade possui então um significado ainda mais forte, quando valores atípicos podem estar presentes (CHAREMZA & SYCZEWSKA, 2006).

Ainda de acordo com Charemza & Syczewska (op. cit.), o teste KPSS tende a complementar o teste de raiz unitária, como o teste de Dickey-Fuller. Testando ambas as hipóteses, de raiz unitária e de estacionariedade, é possível distinguir séries que aparentam serem estacionárias, séries que aparentam possuir raiz unitária e para as quais os dados (ou testes) não são suficientemente informativos para assegurar se são estacionárias ou integradas.

Seja yt, t=1,2,K,T, a série observada para a qual quer se testar a estacionariedade.

Assumindo a que se possa decompor a série na soma de tendência determinística, passeio aleatório, e erro estacionário; tem-se.

yt =

ξ

t +rt +

ε

t (2)

Onde (2) rt é um passeio aleatório; ou seja,

rt =rt1+ut (3)

E ut~iidN(0,σu2); isto é, processo é independente e identicamente distribuído, com distribuição normal de média zero e variância constante.

O valor inicial de r , r0 é considerado fixo e tem função de intercepto. A hipótese de estacionariedade é simplesmente σu2 =0. Desde que, assumindo

ε

t seja estacionário, sob a hipótese nula de yt ser estacionário em torno de uma tendência. Também se considerou um caso especial do modelo (2) no qual considera ξ =0, sob a hipótese nula de yt ser estacionário em torno de um nível (r0), em vez de uma tendência.

A estatística utilizada é a de um teste unilateral LM (Multiplicador de Lagrange) para a hipótese de σu2 =0, sob uma pressuposição mais forte de que ut é normal e que

ε

t é iid N(0,σu2).

Os valores críticos para testar LM são baseados nos resultados assintóticos tabelados por KPSS.

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3.3. Vetores Auto-regressivos (VAR)

Para simplificar a análise será utilizado um exemplo de sistema de equações com duas variáveis, as quais se assumem sejam interdependentes e também relacionados por uma memória auto-regressiva, isto é, a seqüência X é afetada pelo seu passado e pela seqüência t

t

Z e vice-versa. A estacionariedade é uma condição fundamental para as propriedades dos

estimadores do modelo. Analiticamente, pode-se representar o VAR:

2 1 22 1 21 20 1 1 12 1 11 10 t t t t t t t t Z X Z Z X X

ε

α

α

α

ε

α

α

α

+ + + = + + + = − − − − (4) Pode-se escrever o modelo VAR em notação matricial, como:

Yt =α +Π1Yt−1+Π2Yt−2 +K+ΠpYtpt (5) Em que

t

Y : vetor (n x 1) autoregressivo de ordem p ; 0

α

: vetor (n x 1) de interceptos; i

Π : matriz de parâmetros de ordem (n x n); t

ε

: termo de erro

ε

t~N(0,Ω).

Esses coeficientes não levam em conta os relacionamentos entre as variáveis expressa no modelo VAR. Para isso, utilizou-se o Teste de Causalidade de Granger/Teste de Wald para exogeneidade por blocos.

3.3.1. Teste de Causalidade de Granger/Teste de Wald para exogeneidade por blocos.

O Teste de causalidade de Granger/Teste de Wald para exogeneidade por blocos analisa a exogeneidade em bloco entre as variáveis. Na prática, segundo Enders (1995), a hipótese nula da exogeneidade em bloco é que a variável excluída não influencia o modelo. Mas, para isso, devemos a seguinte estatística de Máxima Verossimilhança:

(Tc)(log Σr − log Σu ) (6)

Onde esta estatística possui uma distribuição qui-quadrado com graus de liberdade igual a 2p. Com c = 3p,

r é a matriz de variância/covariância dos resíduos da forma restrita (excluindo variável (is)) e

u é a matriz de variância/covariância dos resíduos da forma irrestrita (sem exclusão de variável (is)). A hipótese nula (H0

)

é de que os mercados não causam o mercado em questão. Ou seja, o mercado em questão é um mercado independente.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta seção, apresentaremos os resultados dos testes de raiz unitária de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e KPSS para as séries mensais de preços do mercado atacadista de maracujá no Nordeste.

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A tabela 3 apresenta os resultados do teste de raiz unitária de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) para verificar a estacionariedade das séries com defasagens baseadas em SIC (Schwarz Information Criterion).

TABELA 3 – Teste de Raiz Unitária, Dickey-Fuller Aumentado (ADF) para as séries de preço em níveis logarítmizadas, Janeiro de 2001 a Junho de 2008.

t

τ

lags τµ lags

τ

lags

TER -5,2424* 0 -5,2563* 0 -3,9856* 0 FORT -4,9072* 0 -4,8699* 0 -4,8473* 0 IBI -5,2695* 0 -5,1814* 0 -3,4287* 0 NAT -4,7683* 0 -4,5205* 0 -4,5245* 0 REC -4,1478* 0 -4,1166* 0 -3,4382* 0 SALV -5,7772* 0 -5,7905* 0 -5,1844* 0 LNJUA -6,1439* 0 -6,1462* 0 -3,2472* 1

Os valores críticos para o modelo com constante e com tendência ao nível de 1%, 5%, e 10% são respectivamente -4,0050; -3,4327 e -3,1421 para o modelo com constante e sem tendência os Valores Críticos são, ao nível de 1% 3,4634), 5% (-2,8760) e 10% (-2,5745) e para o modelo sem constante e sem tendência os Valores Críticos são, ao nível de 1% (-2,5767), 5% (-1,9424) e 10% (-1,6156).

***indica que a hipótese nula é rejeitada ao nível de significância de 10%. **indica que a hipótese nula é rejeitada ao nível de significância de 5%. *indica que a hipótese nula é rejeitada ao nível de significância de 1%. Fonte: Dados da pesquisa.

Os resultados que mostraram as séries são estacionárias em nível ao nível de 1%. Na tabela 4 são apresentados os resultados do teste de raiz unitária de Kwiatkowski et

al. (1992).

Verificou-se também que todas as séries se mostraram estacionárias ao nível de significância de 1%.

O Teste de causalidade de Granger/Teste de Wald para exogeneidade por blocos permite identificar dentre estas variáveis aquelas que são fortemente exógenas (análise de longo prazo). Os resultados deste teste sugerem que apenas JUA não se pode rejeitar a hipótese nula de não-causalidade de Granger para essas variáveis em relação aos demais (ver Anexo). Isso indica que o mercado produtor-atacadista do Nordeste de Juazeiro/BA é o único mercado independente.

Neste caso, pode afirmar a existência de integração de mercado do maracujá no Nordeste, entre o mercado produtor-atacadista de Juazeiro/BA e todos os outros mercados atacadistas do Nordeste (Teresina/PI, Ibiapaba/CE, Fortaleza/CE, Natal/RN, Recife/PE e Salvador/BA), visto que o Estado da Bahia além de ser o maior produtor de maracujá do Nordeste (ver tabela 2), o mercado atacadista de Juazeiro/BA é o maior centro produtor e de comercialização do Nordeste (IBGE, 2008).

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TABELA 4 - Teste de Estacionariedade, Kwiatkowski-Phillips-Schmidt-Shin para as séries de preço em níveis logarítmizadas, Janeiro de 2001 a Junho de 2008. Tendência e Constante Defasagen s Constante defasagens TER 0,0801 9 0,0604 9 FORT 0,0773 10 0,1472 10 IBI 0,0396 9 0,1243 9 NAT 0,0577 9 0,2951 10 REC 0,0424 10 0,0485 10 SALV 0,1361 9 0,1385 9 JUA 0,0471 10 0,0631 10

Os valores críticos para o modelo com constante e com tendência ao nível de 1%, 5%, e 10% são respectivamente 0,2160, 0,1460 e 0,1190 e para o modelo com constante e sem tendência os Valores Críticos são, ao nível de 1% (0,7390), 5% (0,4630) e 10% (0,3470).

***indica que a hipótese nula é rejeitada ao nível de significância de 10%. **indica que a hipótese nula é rejeitada ao nível de significância de 5%. *indica que a hipótese nula é rejeitada ao nível de significância de 1%. Fonte: Dados da pesquisa.

Ao analisar a questão de causalidade no curto prazo, isto é, de apenas uma semana à frente, encontra-se a possibilidade da variável SALV ser causada por JUA, a variável FORT é causada por SALV e TER.

A variável IBI é causada por SALV, JUA, FORT e TER. Ou seja, o mercado atacadista/produtor da Ibiapaba/CE é causado por Fortaleza/CE, Juazeiro/BA, Teresina/PI e Salvador/BA. JUA é causada por REC. NAT é causada por SALV, JUA e REC. REC é causada por JUA e NAT, enquanto que TER é causado por SALV e JUA.

JUA além de ser um mercado independente no longo prazo, causa SALV, IBI, NAT, REC e TER no curto prazo, mas é causado por REC.

4. CONCLUSÕES E SUGESTÕES

O objetivo deste artigo foi analisar a integração do mercado atacadista do maracujá no Nordeste. Utilizando dados em série mensais de preços dos mercados atacadistas (Teresina/PI, Ibiapaba/CE, Fortaleza/CE, Natal/RN, Recife/PE, Salvador/BA e Juazeiro/BA). Os testes de raiz unitária de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e KPSS mostraram que as séries são estacionárias em nível.

O relacionamento de preços nas diferentes capitais nordestinas analisadas evidencia que o maracujá produzido em Juazeiro/BA é comercializado em toda Região Nordeste, tendo este mercado um impacto bem definido sobre os outros mercados analisados. Ou seja, os resultados mostraram a existência de integração de mercado do maracujá no Nordeste, entre o

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mercado produtor-atacadista de Juazeiro/BA e todos os outros mercados atacadistas do Nordeste (Teresina/PI, Ibiapaba/CE, Fortaleza/CE, Natal/RN, Recife/PE e Salvador/BA)

Com base no conhecimento empírico da região, recomenda-se um esforço público na melhoria de estradas federais e estaduais, que permitam o escoamento da produção de forma mais adequada. Além de políticas públicas que visem o melhoramento do mercado privado, e o estímulo à competição nos mercados, avaliando canais alternativos, aperfeiçoamento da logística de mercado, promovendo integração vertical e uma melhoria geral no fluxo de maracujá procedente dos mercados atacadistas do Nordeste.

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ANEXO VAR Granger Causality/Block Exogeneity Wald Tests Date: 04/01/09 Time: 17:18

Sample: 2001M01 2008M06 Included observations: 88

Dependent variable: SALV

Excluded Chi-sq DF Prob. FORT 1.075180 2 0.5842 IBI 0.559046 2 0.7561 JUA 6.248067 2 0.0440 NAT 0.310265 2 0.8563 REC 2.582511 2 0.2749 TER 0.306038 2 0.8581 All 27.88131 12 0.0148

Dependent variable: FORT

Excluded Chi-sq DF Prob. SALV 17.23119 2 0.0002 IBI 4.405454 2 0.1105 JUA 4.073669 2 0.1304 NAT 1.934266 2 0.3802 REC 1.062967 2 0.5877 TER 8.793157 2 0.0123 All 38.95978 12 0.0004

Dependent variable: IBI

Excluded Chi-sq DF Prob. SALV 25.08084 2 0.0000 FORT 4.624749 2 0.0990 JUA 6.489683 2 0.0390 NAT 2.628868 2 0.2686 REC 2.933521 2 0.2307 TER 11.94811 2 0.0025 All 52.95461 12 0.0000

(12)

Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

Dependent variable: JUA

Excluded Chi-sq DF Prob. SALV 3.748359 2 0.1535 FORT 0.044374 2 0.9781 IBI 0.471386 2 0.7900 NAT 0.051032 2 0.9748 REC 5.226770 2 0.0733 TER 0.198022 2 0.9057 All 17.49164 12 0.2309

Dependent variable: NAT

Excluded Chi-sq DF Prob. SALV 11.72356 2 0.0028 FORT 4.038928 2 0.1327 IBI 0.062571 2 0.9692 JUA 22.96992 2 0.0000 REC 14.64444 2 0.0007 TER 0.087739 2 0.9571 All 52.53589 12 0.0000

Dependent variable: REC

Excluded Chi-sq df Prob. SALV 3.482434 2 0.1753 FORT 3.758151 2 0.1527 IBI 0.956272 2 0.6199 JUA 10.10971 2 0.0064 NAT 13.78419 2 0.0010 TER 0.938459 2 0.6255 All 37.06558 12 0.0007

(13)

Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

Dependent variable: TER

Excluded Chi-sq DF Prob. SALV 8.351680 2 0.0154 FORT 4.046197 2 0.1322 IBI 0.806420 2 0.6682 JUA 5.407120 2 0.0670 NAT 0.656931 2 0.7200 REC 3.168798 2 0.2051 All 27.81629 14 0.0150

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