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Transplante hepático: proposta de atendimento nutricional

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Pereira PZ et al.

A

Artigo de Revisão

Transplante hepático: proposta de atendimento

nutricional

Liver transplantation: proposal for nutrition intervention

Unitermos:

Hepatopatias. Transplante de fígado. Avaliação nu-tricional. Terapia nunu-tricional.

Key words:

Liver diseases. Liver transplantation. Nutrition asses-sment. Nutrition therapy.

Endereço para correspondência: Patrícia Zuanazzi Pereira

Rua Prof. Dorival Dias Minhoto, 333, apto134, bloco 2 – Lauzane Paulista – São Paulo, SP, Brasil – CEP 02435-090 E-mail: patriciazp@einstein.br

Submissão 9/8/2011

Aceito para publicação 11/12/2011

RESUMO

Introdução: Pacientes com cirrose hepática, frequentemente, apresentam alterações no meta-bolismo de carboidratos, proteínas e lipídios, causando progressiva deterioração de seu estado nutricional. A terapia nutricional visa à oferta adequada de energia, macro e micronutrientes, contribuindo para melhora do estado nutricional dos indivíduos. Objetivo: Criar proposta de atendimento nutricional para pacientes em tratamento pré e pós-transplante hepático. Método: A proposta foi desenvolvida de acordo com literatura nacional e internacional e no Manual de Condutas do Serviço de Nutrição do Hospital Israelita Albert Einstein. Discussão: A avaliação nutricional em pacientes hepatopatas apresenta peculiaridades determinadas pela dificuldade de utilização de marcadores usuais para terapia nutricional, devido ao comprome-timento hepático. Faz parte da assistência nutricional a história alimentar e clínica, a análise de parâmetros antropométricos e bioquímicos, a conduta nutricional e o acompanhamento do suporte dietoterápico aplicado. No período pós-transplante, há necessidade de se diagnosticar alterações clínico-metabólicas, como: obesidade, diabetes, hiperlipidemia, hipertensão e oste-oporose, decorrentes do uso dos medicamentos imunossupressores. O acompanhamento dos pacientes pós-transplante contribui para a prevenção das complicações tardias. Conclusão: A presente proposta pode ser aplicada em serviços de atendimento a pacientes hepatopatas em fase de pré e pós-transplante.

ABSTRACT

Introduction: Cirrhosis of the liver patients often experience changes in the carbohydrate, proteins and lipids metabolism, causing progressive deterioration of their nutrition status. Nutrition therapy aims to offer the appropriate supply of energy, macro and micronutrients, contributing for the individual nutrition state improvement. Objective: To create a nutrition proposal for patients in pre and post liver transplantation treatment. Methods: The proposal was developed in accordance with national and international literature and also the Manual of Nutrition Service Pipelines from Hospital Israelita Albert Einstein. Discussion: The nutrition assessment in patients with liver disease presents peculiarities determined by the difficulty of normal use of markers for nutrition therapy. As part of the food and clinical nutrition assistance history, the analysis of anthropometric and biochemical parameters, nutrition conduct and monitoring of the applied diet therapy support. In the post-transplantation period, is necessary to diagnose clinical-metabolic changes, such as: obesity, diabetes, hypertension and hyperlipidemia, osteoporosis, occasioned by use of immu-nosuppressive drugs. The monitoring of post-transplantation patients contributes to prevent late complications. Conclusion: This proposal can be applied in pre and post transplant care services for patients with liver disease.

Patrícia Zuanazzi Pereira1

Maria Arlete Meil Schimith Escrivão2

Fernando José de Nóbrega3

Rosana Maria Cardoso4

Odete Sanches N. Silva5

1. Especialização em Nutrição Clínica pela São Camilo. Nutricionista da Unidade de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil.

2. Doutora em Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo; Assessora científica junto ao Núcleo de Nutrição Humana do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil.

3. Professor Titular (aposentado) da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM). Coordenador do Núcleo de Ensino e Pesquisa de Nutrição Humana do Instituto de Ensino e pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil.

4. Especialização em Nutrição em Saúde Pública UNIFESP, em Nutrição Clínica pela ASBRAN e Nutrição Funcional pela VP – Consultoria UNICSUL, São Paulo, SP, Brasil.

5. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo; Gerente do Serviço de Nutrição do Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil.

(2)

Introdução

O fígado possui participação no metabolismo de

hidratos de carbono, lipídios, proteínas, vitaminas e

mine-rais, sendo que uma anormalidade na função hepática

pode afetar o estado nutricional e o equilíbrio orgânico

1-4

.

As hepatopatias podem ser agudas ou crônicas. A

etiologia das doenças hepáticas crônicas são diversas,

podendo ser de origem metabólica, virais, alcoólica,

indu-zida por fármacos, autoimune, biliares ou criptogênicas

1,2

.

Indivíduos com doença hepática crônica,

princi-palmente de etiologia alcoólica, apresentam ingestão

dietética inadequada, que leva à desnutrição energético

protéica, evidenciada por alterações dos indicadores

antropométricos, bioquímicos e clínicos

5

.

A desnutrição promove efeito negativo no estado clínico

de pacientes com hepatopatias, levando ao aumento do

tempo de permanência hospitalar, de incidência de infecções,

de complicações pós-operatórias e da mortalidade

6-8

.

Ferreira et al.

7

verificaram desnutrição em 74,7% dos

pacientes cirróticos, com 28% de desnutrição grave,

evidenciando a importância da terapia nutricional no

paciente em fase de lista de espera para um transplante

hepático

7

.

A avaliação do estado nutricional de um paciente

cirrótico deve ser realizada com o objetivo de identificar

distúrbios nutricionais e aplicar medidas terapêuticas,

prevenindo as complicações

9

.

A terapia nutricional visa à oferta adequada de

energia, macro e micronutrientes, contribuindo para

melhora do estado nutricional. Stephenson et al.

10

sugerem que a avaliação e a intervenção nutricional no

pré-transplante podem garantir a melhor sobrevida do

paciente desnutrido no pós-transplante. O objetivo do

presente é criar uma proposta de atendimento nutricional

para pacientes em tratamento pré e pós-transplante

hepático (Tabela 1).

MÉtodo

A proposta foi desenvolvida de acordo com literatura

nacional e internacional e com o Manual de Condutas do

Serviço de Nutrição do Hospital Israelita Albert Einstein.

A revisão de literatura teve como base de dados LILACS,

Medline e PubMed. Foram utilizados periódicos no

período de 1987 a 2010. O levantamento bibliográfico

constou de publicação na língua inglesa e portuguesa,

utilizando as seguintes palavras-chaves: hepatopatias,

transplante hepático, avaliação nutricional e terapia

nutricional.

dIscussão

Avaliação Nutricional

Indivíduos com hepatopatias possuem risco frequente

de desnutrição, isto devido à redução da ingestão e da

absorção de nutrientes

2

. A assistência nutricional é de

fundamental importância, uma vez que esses pacientes

apresentam risco para o desenvolvimento de distúrbios

nutricionais.

Faz parte da assistência nutricional, a história alimentar

e clínica, a análise de parâmetros antropométricos e

bioquímicos, a conduta nutricional e o acompanhamento

do suporte dietoterápico aplicado

11

.

História Alimentar

Para avaliar o risco de desnutrição, a realização de

anamnese alimentar contribui para conhecimento do

hábito alimentar e dados de ingestão oral recente

12

.

O recordatório alimentar de 24 horas, associado ao

questionário de frequência alimentar, é considerado bom

método para avaliar a adequação da ingestão dietética

em relação às necessidades energéticas, protéicas e de

micronutrientes. Para os pacientes diabéticos, questionar

sobre o tempo de ingestão entre uma refeição e outra

e o porcionamento também é importante

13

. Ferreira et

al.

7

avaliaram 159 pacientes candidatos ao transplante

hepático e verificaram ingestão alimentar deficiente nessa

população. O percentual de adequação alimentar em

relação às necessidades calóricas e protéicas não foi

atingido, respectivamente, por 90,7% e 75,7% deles.

As restrições alimentares que são comumente

recomen-dadas aos pacientes candidatos ao transplante, tais como

restrição de proteínas, sódio e líquidos, contribuem para

menor ingestão

14

, além de alguns sintomas, como: anorexia,

saciedade precoce secundária a ascite refratária, disfunção

do paladar, náuseas, vômitos e diarreia crônica

11

.

História e Exames Clínicos

A história clínica tem participação fundamental na

avaliação nutricional, pois a presença de outras doenças

crônicas, como disfunção renal, pancreática, cardíaca e

diabete melito, pode limitar a ingestão alimentar

12

.

Os pacientes cirróticos são caracterizados de acordo

com a escala de Child- Pugh. Essa classificação apresenta

importância prognóstica na cirrose, além de ser o mais

importante preditor de hemorragia digestiva alta

12,15

.

Durante a realização do exame clínico, deve-se

consi-derar e graduar edema, ascite e sinais de deficiências

nutricionais específicas, carência de zinco, ácidos graxos

essenciais, deficiência de niacina e vitaminas do complexo

B

16

. Os indicadores bioquímicos (albumina, pré-albumina,

transferrina, proteína carreadora de retinol e contagem

de linfócitos totais) de hepatopatas podem refletir o grau

da disfunção hepática

16

. Deficiências de vitaminas hidro

e lipossolúveis, zinco, selênio e ferro são frequentes em

pacientes com doença hepática compensada, sendo

necessária a suplementação

2,17,18

. Um dos métodos para

determinar a massa muscular é a dosagem de creatinina

em urina de 24h

2

.

(3)

Avaliação do Estado Nutricional

A avaliação subjetiva global (ASG) utilizada em

pacientes com cirrose apresenta sensibilidade baixa

(22%) e alta especificidade (96%)

4

. Stephenson et al.

10

demonstraram que esse método é um bom indicador de

desnutrição protéico calórica, independentemente da

presença de hepatopatia. A ASG contribui com dados de

história alimentar, exame físico e capacidade funcional,

essenciais para a avaliação nutricional do hepatopata

19

.

Pode ser utilizado como parâmetro para avaliação

nutricional o peso atual, ideal ou peso corrigido

(utili-zado em situações de obesidade, desnutrição grave ou

na presença de ascite e edema), estatura e índice de

massa corpórea. O peso tem aplicação comprometida na

presença de ascite e edema

14

. Sua utilização acoplada à

aferição da circunferência abdominal é importante para o

acompanhamento da evolução da doença. Recomenda-se

a mensuração das dobras (triciptal, biciptal e subescapular)

para avaliação da gordura subcutânea e da

circunfe-rência do braço, para estimativa da massa magra, pois

na presença de ascite e edema, esses indicadores sofrem

menor influência

12,14

.

Num estudo de Figueiredo et al.

20

, foi identificado que

a circunferência muscular do braço e a força do aperto

de mão foram os indicadores mais sensíveis da depleção

de massa muscular.

Pirlich et al.

21

demonstraram em estudo que, apesar

de algumas limitações em pacientes com ascite, a

bioim-pedância multicompartimental é uma boa ferramenta

para a determinação da massa celular corpórea em

pacientes cirróticos, com e sem ascite. Esse método avalia

a condutividade elétrica e resistência, determinando a

massa magra e gorda

4

. Estudo que comparou métodos

de avaliação como antropometria, exames bioquímicos e

ASG com a bioimpedância multicompartimental mostrou

que esta última aumentou a detecção da prevalência de

desnutrição, principalmente em indivíduos com doença

hepática leve e moderada

22

.

Khan et al.

23

verificaram que a manutenção da massa

magra, em adultos jovens, contribui na preservação da

densidade mineral óssea, após o transplante hepático.

Necessidades de Nutrientes

Em pacientes com cirrose, a necessidade de energia

pode variar. Alguns estudos evidenciaram que pacientes

com hepatopatias em estágio terminal eram

normometa-bólicos e outros hipo ou hipermetanormometa-bólicos

24

. Os pacientes

cirróticos compensados podem ter requisitos de calorias

normais quando comparados aos pacientes mais graves

2

.

O aumento do catabolismo protéico ocorre no início

da cirrose e a deficiência de proteínas agrava conforme

a doença progride. O aumento da perda protéica pode

ser observado em pacientes com ascite refratária, que

requerem frequentes paracenteses de grande volume

4

. De

acordo com Schulz et al.

25

, a restrição protéica deve ser

evitada, pois é inadequada e causa efeito negativo sobre a

encefalopatia hepática, o estado nutricional e a evolução

clínica nos pacientes com doença hepática crônica.

Gheorgh et al.

26

demonstraram que pacientes com cirrose

hepática e encefalopatia são beneficiados com a utilização

de dietas normo ou hiperprotéicas modificadas, a base de

caseína e vegetais. Al Mardini et al.

27

demonstraram em

seus trabalhos que a suplementação oral com

aminoá-cidos de cadeia ramificada, para hepatopatas, pode ser

benéfica, por permitir a ingestão adequada de proteínas e

possibilitar a continuidade da alimentação oral exclusiva,

nos casos relacionados à intolerância protéica

27

. Alguns

estudos sugerem que a suplementação oral enriquecida

de aminoácidos ramificados, a longo prazo, parece estar

relacionada com a menor frequência de complicações da

cirrose e melhora do estado nutricional, quando prescrito

como terapia de manutenção

28,29

.

As necessidades de nutrientes na fase aguda do

pós-transplante encontram-se aumentadas para promover a

cicatrização, deter a infecção, fornecer energia para a

recuperação e reabastecer as reservas corporais

esgo-tadas

3,11

. Durante o tratamento são utilizados

medica-mentos imunossupressores, com o objetivo de evitar a

rejeição e prolongar a vida do enxerto, os quais provocam

efeitos colaterais. Nesse período, o objetivo da terapia

nutricional é contribuir para controle de alguns efeitos

como anorexia, transtorno gastrointestinal,

hipercatabo-lismo, diarreia, hiperglicemia, hiperlipidemia, hipertensão

arterial, hipercalemia e hipercalciúria

3

.

Monitorização

O acompanhamento da evolução do paciente inclui

a avaliação do peso corporal, antropometria, exames

bioquímicos, aceitação e tolerância à dieta, bem como

atividades do cotidiano e a cicatrização de feridas

3

. A

maior fase de ganho de peso, pós-transplante ocorre

nos seis primeiros meses

25

. Complicações em longo

prazo, como doenças cardiovasculares associadas a

dislipidemia, obesidade e diabetes estão surgindo como

fatores de risco para a morbidade e mortalidade tardia

dos pacientes transplantados de fígado. A

monitori-zação dos pacientes pós-transplante, juntamente com a

educação nutricional, contribui para a prevenção desses

possíveis eventos

30-32

.

conclusão

A presente proposta pode ser aplicada em serviços de

atendimento a pacientes hepatopatas em fase de pré e

pós-transplante. A intervenção nutricional tem importante

papel tanto na preservação e como na recuperação do

estado nutricional, prevenindo complicações, quanto na

melhora da qualidade de vida, desses indivíduos.

(4)

Tabela 1 - Proposta de Atendimento Nutricional no Transplante Hepático2,3,6,24. Avaliação Nutricional Inicial Requerimento de

Nutrientes na fase pré-transplante

Requerimento de Nutrientes

na fase pós-transplante Segunda Avaliação Dietas por sonda ou parenteral

1-História dietética ENERGIA (kcal/kg/dia)

25 a 35

Desnutrição: 35 a 40

ENERGIA (kcal/kg/dia)

até 70% do VCT (Valor calórico total): 30 a 35 • Antropometria • Indicadores Bioquímicos • Readequação das necessidades energéticas se necessário • Avaliar tolerância da dieta

• Velocidade da infusão de dieta enteral: avaliar individualmente • Calcular oferta de nutrientes (prescrito x recebido) • Complicações 2-História Clínica PROTEÍNA (g/kg/dia)

Cirrose sem encefalopatia Doença compensada com

boa função renal: 1,0 a 1,2 Desnutrição com boa fun-ção renal: 1,5 a 2,0 PROTEÍNA (g/kg/dia) 1,5 a 2 (até fase aguda, em média, 28 dias) Pós fase aguda: 1,0 3-Antropometria Cirrose com encefalopatia aguda Restrição temporária até eliminação: 0,6 a 0,8 e após 1,0 a 1,2. BCAA nos casos de encefalopatia refratária ou balanço nitrogenado negativo. CARBOIDRATOS Verificar necessidade de restrição de carboidratos simples quando hiperglice-mia

4-Indicadores Bioquímicos Cirrose com encefalopatia crônica

Restrição protéica (0,6-0,8) de proteína padrão. Encorajar dieta vegetariana

ou oferecer dieta rica em fibra com pouca proteína animal, suplementada com aminoácidos ramificados

LIPÍDIOS

Até 30% de VET com redução de colesterol

Monitorização • Avaliar a efetividade

do tratamento pro-posto, assim como adesão do paciente ao tratamento • Traçar plano da pró-xima monitorização ou refazer plano de tratamento conforme indicação • O planejamento deve incluir controle do estado nutricional • Recomendações intervenções e plano educacional B. Dados Objetivos: Reavaliação nutricional segundo antropometria. • % alterações recentes de peso • Parâmetros bioquímicos • Estimativa da ingestão de nutrientes na dieta • Orientação dietética, incluindo suplementos ou suporte nutricional Obs: Pacientes que

apresen-tam esteatose hepática não alcoó lica observar a presença de síndrome metabólica e a necessidade de perda de peso

CARBOIDRATOS Fracionamento da dieta com refeições ricas em carboidratos complexos SÓDIO Restrição de sódio somente se ascite e anasarca: 2 a 4 g/dia Terapia Nutricional LIPÍDIOS

Até 30% de VCT Com esteatorreia: restrição de gordura e uso de TCM POTÁSSIO Verificar nível sérico devido a uso de ciclosporina Suplemento alimentar oral

indi-cado, quando:

• Pacientes com presença de IMC < 20 kg/m² ou com histó-ria de perda de peso

SÓDIO

Verificar ascite e anasarca: 2 a 4 g/dia LÍQUIDOS Se hiponatremia (Sódio<130 mEq/L): restrição de 1000 a 1500 ml/dia A. Dados subjetivos Dieta via oral • Dados relativos à ingestão alimentar • Dados atuais da in-gestão alimentar e alterações no hábito alimentar após intervenção • Considerações psicológicas ou sociais que afetem o consumo alimentar • Informações obtidas

por outros profissionais da equipe

• Reforçar o plano educacional se necessário

Orientação para Alta: • A educação nutricional será individual, enfocando cada conceito da dieta em relação ao tratamento • Possíveis complica-ções (considerando as necessidades do paciente e/ou família) • Pacientes devem receber instruções quanto aos recursos disponíveis na comunidade para continuidade da assistência • Fornecer orientação por escrito Terapia Nutricional Enteral

indica-da, quando:

• Indivíduos com trato gastroin-testinal funcionante

• Condições clínicas em que a ingestão oral esteja impossi-bilitada, inadequada ou não é segura

• Pacientes desnutridos e aqueles com risco nutricional para desnutrição LÍQUIDOS Se hiponatremia (Sódio<130 mEq/L): restrição de 1000 a 1500 ml/dia VITAMINAS Avaliar necessidade de suplementação se necessário

Terapia Nutricional Parenteral indicada:

• Trato digestório não funcio-nante

• Estado hipermetabólico com baixa tolerância enteral • Pouca acessibilidade VITAMINAS Avaliar necessidade de suplementação de vitaminas lipo e hidrossolúveis, cálcio, zinco, selênio, ferro e magnésio

Terapia Nutricional Parenteral indicada • Trato digestório não funcionante • Estado hipermetabólico com baixa tolerância enteral • Pouca acessibilidade

Fonte: Hasse, JM; Matarese, LE. Solid organ transplantation. ASPEN, 2007. p. 599-618 / Delich, PC ET AL. Liver Disease. ASPEN, 2007, p540-557. / Plauth, M; Cabre, E; Riggio, O, et al. ESPEN guidelines on enteral nutrition: liver disease. Clin Nut, 2006 / Manual de Condutas do Serviço de Nutrição do Hospital Israelita Albert Einstein.

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