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ALINHAMENTO DA LOGÍSTICA INTERNA COM A ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

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ALINHAMENTO DA LOGÍSTICA

INTERNA COM A ESTRATÉGIA

EMPRESARIAL

Gleison Melhado Matana (UNIMEP )

gleison.matana@gmail.com

Alexandre Tadeu Simon (UNIMEP )

atsimon@unimep.br

Maria Rita Pontes Assumpcao (UNIMEP )

rita@dep.ufscar.br

Andre Luis Helleno (UNIMEP )

alhelleno@unimep.br

No atual mercado global competitivo o desenvolvimento de estratégias robustas e corretamente desdobradas para toda a organização diferencia as empresas rumo ao sucesso. Para tanto, deve haver alinhamento entre as estratégias corporativa, dee negócios e funcional. A estratégia de operações, como uma estratégia funcional, é composta pela união organizada de cada uma de suas áreas de manufatura, logística, qualidade, entre outras, com o propósito de atingir os objetivos definidos pelas estratégias superiores. A área da logística interna da empresa pode contribuir diretamente em vários objetivos e níveis estratégicos, como prazo e custo. Para que isso ocorra, a logística deve ser alinhada com a estratégia de operações. O alinhamento entre a logística e a estratégia funcional de operações, que por sua vez é alinhada com as estratégias de negócios e corporativa, ocorre quando seus objetivos são comuns. Esse alinhamento da logística interna da empresa com a estratégia corporativa, através das estratégias de operações (funcional) e de negócios, alavanca os resultados dos objetivos empresariais contribuindo para o sucesso da organização. O objetivo deste trabalho é identificar as condições necessárias para o alinhamento da logística interna com a estratégia corporativa. Para atingir o objetivo deste trabalho, foi utilizado uma pesquisa teórico/conceitual, identificando os objetivos da estratégia de operações e das atividades-chave da logística interna, possibilitando a apresentação dos objetivos comuns quando as condições necessárias de alinhamento são atendidas. Palavras-chave: estratégia empresarial, logística interna, alinhamento

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1. Introdução

A competição empresarial em um mercado global obriga as organizações a atender as demandas dos produtos que o cliente quer, na quantidade requerida, na condição desejada, quando solicitado, onde requisitado e a custos cada vez menores. A estratégia das empresas em liderança de custo ou diferenciação, propostas por Porter (1980), deixam de ser conflitantes para se tornarem complementares e igualmente necessárias. As organizações são obrigadas a reorganizar seus processos e atividades alinhando com uma estratégia global. Com isso, a estratégia das empresas é desdobrada em corporativa, de negócios e funcional, hierarquicamente subordinadas para possibilitar uma melhor análise e adequação detalhada para cada nível estrutural da empresa (SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON, 2009).

Para suprir o mercado no âmbito mundial, os processos empresariais devem passar de centralizados, integrados verticalmente e de produção concentrada para redes de fábricas com recursos dispersos geograficamente (STOCK, GREIS e KASARDA, 1998). Assim tornam-se críticos o elevado inventário distribuído e a necessidade de transporte veloz e eficiente dos materiais para atender as fábricas ao redor do mundo.

Neste contexto, qualquer estratégia de operação (funcional), não é eficiente se não suportada por um processo logístico robusto e que garanta o valor lugar aos seus materiais. A competitividade dos processos logísticos é considerada um dos marcos fundamentais das empresas de classe mundial alcançando uma vantagem sustentável sobre os competidores, potencializando a satisfação dos clientes com a diminuição dos custos operacionais (HARRINGTON, 1996).

A logística interna se destaca como um dos processos-chave da corporação por contribuir significativamente com os resultados operacionais (TOMPKINS, WHITE, et al., 2010), e é um processo prioritário no alinhamento com a estratégia de operações para se alcançar a competitividade desejada.

Este trabalho tem por objetivo identificar as condições necessárias para o alinhamento da logística interna com a estratégia corporativa. Essas condições asseguram que os objetivos da logística sejam comuns aos objetivos da estratégia funcional de operações, e portanto alinhados. Para isso, uma pesquisa teórico/conceitual é executada, identificando os objetivos da estratégia de operações e das atividades-chave da logística interna, possibilitando

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3 apresentar as condições em que os seus objetivos são comuns e levam à explícita influência dos processos de logística interna nas estratégias a montante.

2. Revisão da literatura

Esse capítulo apresenta a estratégia empresarial e suas vantagens competitivas, o conceito de logística e suas atividades e o alinhamento com a estratégia operacional.

2.1 Estratégia empresarial

O objetivo de qualquer estratégia é a criação de valor para os clientes com obtenção de lucro nesta atividade (PORTER, 1989). Porém, uma visão mais completa apresenta que, a noção de estratégia é muito diversificada e ampla, com algumas concordâncias a respeito dos seus aspectos, demonstrando que a estratégia deve determinar a direção, focar os esforços da organização, prover consistência nas ações e definir a organização (MINTZBERG, AHLSTRAND e LAMPEL, 2010).

Muitas empresas empregaram os modelos de níveis básicos estratégicos de uma organização: estratégia corporativa, estratégia de negócios e estratégia funcional, sendo estas hierarquicamente subordinadas para assegurar a complementação dos seus resultados e possibilitar uma melhor análise e adequação para cada nível estrutural da empresa. A estratégia corporativa aborda um nível amplo de conceitos, como diversificação dos negócios, lucratividade e sinergias globais. A estratégia de negócios apresenta a necessidade de estratégias individuais para cada unidade de negócio da corporação. A estratégia funcional é determinada no nível e formato da operacionalização da empresa (SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON, 2009).

Entre as estratégias funcionais, destaca-se a estratégia de operações pela sua importância nos resultados da empresa e grande complexidade de gerenciamento (SWINK e WAY, 1995). A estratégia de operações é um conjunto de objetivos, políticas e restrições auto-impostas, que descrevem como a organização se propõe a dirigir e desenvolver todos os recursos investidos nas operações de forma a melhor executar sua missão (HAYES, et al., 2004). Os elementos básicos da estratégia de operações são as prioridades competitivas, que definem um conjunto consistente de objetivos e sua ordem de importância nas operações: custo, qualidade, flexibilidade e entrega (MINOR, HENSLEY e WOOD, 1994) (DEVARAJ, HOLLINGWORTH e SCHOEDER, 2004). Outra visão, propõe que as empresas podem

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4 alcançar um desempenho ótimo em várias prioridades competitivas simultaneamente, com um resequenciamento: qualidade, entrega, flexibilidade e custo (FERDOWS e DE MEYER, 1990) (ROSENZWEIG, ROTH e DEAN, 2003). Uma das principais concepções de estratégia de operações, tem como pensamento central “fazer melhor” que a concorrência e está desdobrada em cinco vantagens competitivas: qualidade, velocidade, confiabilidade, flexibilidade e custo (SLACK, 1993) (Figura 1). Então, entende-se que as vantagens competitivas são agrupadas por conceitos similares e que sua priorização depende da definição do negócio e sua estratégia, sustentada pelos atributos organizacionais básicos.

Figura 1 – Vantagens competitivas e seus objetivos de desempenho estratégico em operações

Fonte: Slack (1993)

A definição do negócio e da estratégia está diretamente relacionada com a determinação do campo de atuação da empresa (VASCONCELOS e PAGNONCELLI, 2001). Saber onde competir é uma questão-chave para a formulação da estratégia empresarial (PORTER, 1989). Então, a atribuição do valor lugar (onde) é de extrema importância para a organização, subordinando a localização da empresa, tamanho dos estoques e velocidade do fluxo dos materiais às decisões da logística.

Entende-se que a sobrevivência das organizações está na expansão dos seus limites em um escopo global da cadeia de valor por meio de uma estratégia fortemente suportada pela estratégia de operações e que, por sua vez, está sustentada em seus processos logísticos. Assim, a logística interna deve ser alinhada com a estratégia de operações para fomentar as vantagens competitivas sobre os concorrentes e uma maior percepção de valor pelos seus clientes.

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2.2 Logística

A função da logística está além da movimentação dos materiais. A logística trata do planejamento, organização e controle de todas as operações de movimentação e armazenagem, bem como dos fluxos de informações paralelas com o propósito de prover um bom nível de serviços aos clientes (BALLOU, 2006). A logística vem se desenvolvendo de uma posição de simples processo de operações que onerava o custo do produto, e portanto deveria ser minimizada, para uma atividade chave na estratégia empresarial (CARTER, PEARSON e PENG, 1997). Muitos pesquisadores e empresários reconhecem o valor estratégico da logística na diferenciação das empresas e estabelecimento de vantagem competitiva sustentável no atendimento dos clientes com baixo custo pelo mesmo serviço (HARRINGTON, 1996).

Dentro da estratégia corporativa, a logística tem a função de assegurar o fluxo de materiais, produtos e informações ao longo da cadeia de suprimentos (CHEE, CHEW e KWAN, 2001). Dentro da estratégia de negócios, a logística contribui para a diferenciação de serviços para os clientes, criando valores como entrega, prazo e confiabilidade, com redução de custo, mantendo estoques a níveis baixos e assegurando transportes eficientes (BARBOSA, MUSETTI e KORUMOTO, 2006). Na estratégia de funcional, o excelente desempenho dos processos logísticos apresenta resultados significativos nas operações (BOWERSOX, CLOSS e COOPER, 2006).

A logística interna absorve consideravelmente parte dos empregados, espaço da fábrica, tempo de produção e custo das operações (TOMPKINS, WHITE, et al., 2010), e é de extrema relevância para os objetivos estratégicos de operações.

A logística interna da empresa, definida como parte do suprimento físico, é responsável pela agregação dos valores lugar (onde) e tempo (quando) aos materiais. O suprimento físico está desdobrado em nove atividades-chave essenciais em que se observa os objetivos logísticos internos (BALLOU, 2006):

 Transporte: definição do equipamento e das rotas, consolidação dos materiais  Manutenção de Estoques: política de estocagem, previsão vendas, tamanho e

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6  Processamento de Pedidos: fluxo de informações acuradas entre clientes, fábrica e

fornecedores

 Compras: seleção das fontes, definição da quantidade e momento da compra  Embalagem: método de manuseio e estocagem, proteção das peças contra perdas e

danos

 Armazenamento: definição do espaço e leiaute, localização do estoque e sua configuração

 Controle de Materiais: procedimentos de movimentação, alocação e recuperação dos materiais

 Manutenção de Informações: coleta, armazenamento e manipulação das informações, análise dos dados e definição dos controles

 Programação de Suprimentos: organização da quantidade, sequência e prazo dos materiais para o volume de produção

Com isso, entende-se que as atividades compreendidas pela logística interna oferecem grande influência na competitividade empresarial global e seu alinhamento com as estratégias da empresa é de fundamental necessidade para o sucesso da organização.

2.3 Alinhamento com a estratégia operacional

Sob uma perspectiva “de cima para baixo” é possível reconhecer o alinhamento hierarquizado da estratégia corporativa para a estratégia de negócios e para a estratégia funcional. A estratégia funcional deve “operacionalizar” a estratégia da empresa, assegurando os resultados dos objetivos definidos nas estratégias a montante. A estratégia de operações, sendo uma estratégia funcional, deve garantir a tradução dos objetivos do negócio em objetivos operacionais demonstrando o seu alinhamento subordinado (Figura 2) (SLACK e LEWIS, 2015). Adicionalmente, o desempenho de toda a organização depende da extensão do alinhamento entre a estratégia corporativa e a estratégia das suas principais áreas das operações (GALUNIC e EISENHARDT, 1994) (BROWN e BLACKMON, 2005).

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Fonte: adaptado de Slack e Lewis (2015)

Como uma das áreas das operações, a logística apresenta habilidade de conquistar novos clientes e reter os atuais, com suas dimensões de serviço, como confiabilidade da entrega, velocidade, acurácia dos pedidos, informações ágeis e grande flexibilidade, quando alinhadas com os objetivos da organização (MORASH, DRÖGE e VICKERY, 1996). Os resultados de desempenho esperados dos processos logísticos são conseguidos quando as competências logísticas são consideradas como parte da própria estratégia empresarial. Então, as empresas devem examinar frequentemente seus objetivos logísticos procurando assegurar uma melhor estrutura que possa garantir vantagens competitivas da estratégia de operações (CHOW, HEAVER e HENRIKSSON, 1995).

Entende-se que há o alinhamento das estratégias empresariais com a logística quando os objetivos e resultados forem comuns (HILL, 1999). Entre os modelos de excelência dos processos logísticos que observam o alinhamento estratégico, destaca-se principalmente o modelo de Fawcett e Clinton (1997) (Figura 3), onde é possível observar os níveis de desdobramento desde a orientação estratégica até o desempenho logístico, tendo em comum a medição de desempenho dos seus objetivos e os sistemas de informação. Por este modelo entende-se que o alinhamento da logística com a estratégia é conseguido quando os objetivos de desempenho são comuns, medidos e difundidos em todos os níveis estruturais da organização.

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Figura 3 - Modelo de alinhamento logístico

Fonte: Fawcett e Clinton (1997)

Sendo assim, o alinhamento da logística com a estratégia de operações é conseguido por meio de objetivos comuns, sendo que os benefícios das atividades logísticas são somados e escalados até o nível corporativo.

3. Método

A condução de uma revisão bibliográfica de forma sistemática e metodológica, contribui para o desenvolvimento de uma sólida base de conhecimento, simplificando a construção de teorias em áreas de pesquisas já existentes ou com necessidade de pesquisas inéditas (WEBSTER e WATSON, 2002). A revisão bibliográfica foi realizada para buscar dentro das publicações existentes a identificação dos objetivos da estratégia de operações e das atividades-chave da logística interna. Foi adotado o modelo de revisão bibliográfica de Levy e Ellis (2006) para análise da literatura por sua garantida confiabilidade e rigor científico (Figura 4).

Figura 4 - Etapas da revisão bibliográfica

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9 No modelo de Levy e Ellis (2006), a etapa de entrada é compreendida pela definição do problema de pesquisa e estabelecimento dos objetivos. Na etapa de processamento há a necessidade da execução de ciclos, aumentado o conhecimento até que os objetivos sejam atendidos. A etapa de saída é caracterizada pela confecção do relatório das informações pesquisadas.

Na etapa de entrada as fontes primárias de pesquisa foram estabelecidos os parâmetros de busca dos documentos conforme tabela 1.

Tabela 1 - Parâmetros de busca dos documentos

Fonte: elaborado pelos autores

No processamento foram executadas as 6 fases propostas sobre os documentos

encontrados na etapa de entrada, de forma cíclica, para selecionar esses documentos conforme os critérios definidos na etapa inicial e incluir os demais documentos relevantes selecionados a partir da compreensão da literatura. Obteve-se com essa busca 838 documentos.

Na etapa de saída, os documentos selecionados foram analisados para a extração dos conceitos de estratégia e logística interna. Com as informações da etapa de saída foi possível a elaboração deste trabalho apresentando os resultados para a sociedade acadêmica com o devido rigor através de um método confiável.

4. Resultados e discussões

Os 838 documentos encontrados na revisão da literatura demonstram a vasta amplitude e a importância da logística na estratégia das organizações. Classificando os documentos encontrados é possível obter 99 proceedings, 596 artigos e 143 livros ou capítulos de livros, demonstrando a solidez e relevância desse tema pela quantidade de publicações ao longo dos anos (Gráfico 1).

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Fonte: elaborado pelos autores

Dos 838 documentos encontrados, foram retirados os com menos de 30 citações (5% do documento mais citado). Assim, os 127 documentos com mais de 30 citações, apresentando maior relevância acadêmica, foram analisados e selecionados os 26 documentos que contribuem para o tema e que compõem o capítulo da revisão da literatura.

Com a análise dos documentos foi possível verificar que há existência de objetivos comuns entre os processos de logística interna e a estratégia de operações quando condições são estabelecidas (Tabela 2).

Com a determinação das condições de alinhamento entre as vantagens competitivas e as respectivas atividades-chave da logística interna é possível ainda observar a relação comum entre os objetivos logísticos com os objetivos da estratégia de operações e como a logística interna pode alavancar toda a estratégia da empresa.

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Condição de Alinhamento

Transporte selecionar o equipamento de transporte adequado

Manutenção de Estoques determinar política de estoque (perecíveis)

Compras selecionar fornecedores com qualidade assegurada

Embalagem proteger materiais contra danos

Armazenamento determinar condições e leiaute do estoque

Controle de Materiais movimentar materiais sem avarias

Manutenção de Informações garantir acuracia dos registros dos materiais

Transporte selecionar o equipamento de transporte adequado

Transporte capacitar os operadores

Manutenção de Estoques determinar os materiais disponíveis no estoque

Manutenção de Estoques definir tamanho e localização dos estoques

Manutenção de Estoques determinar política de estoque

Processamento de Pedidos garantir fluxo informações acuradas

Compras determinar a política de entrega dos fornecedores

Embalagem definir o método de manuseio e estocagem

Armazenamento determinar a localização do estoque

Controle de Materiais estabelecer o método de transporte

Controle de Materiais reduzir o tempo e distâncias de transporte

Manutenção de Informações monitorar a localização dos materiais

Programação de Suprimentos reduzir os prazos de entrega

Transporte entregar materiais no local e momento correto

Transporte selecionar o equipamento de transporte adequado

Transporte capacitar os operadores

Manutenção de Estoques determinar política de estoque

Manutenção de Estoques prever demanda de curto prazo

Processamento de Pedidos assegurar fluxo informações acuradas

Compras determinar quantidade e momento da entrega

Embalagem proteger materiais contra perdas

Armazenamento determinar condições e leiaute do estoque

Controle de Materiais alocar materiais na demanda correta

Manutenção de Informações monitorar a localização dos materiais

Programação de Suprimentos organizar quantidade e prazo de entrega dos materiais

Transporte elaborar rota de transporte ajustáveis

Transporte definir equipamentos versáteis de transporte

Manutenção de Estoques controlar a quantidade de materiais nos estoques

Manutenção de Estoques ajustar estoque para demanda de curto prazo

Processamento de Pedidos comunicar os pedidos entre áreas das operações

Compras selecionar fornecedores parceiros e capazes

Embalagem atender a necessidade de manuseio do cliente

Armazenamento elaborar estoques distribuídos flexíveis

Controle de Materiais agilizar a alocação e recuperação dos materiais

Manutenção de Informações garantir fluxo veloz de informações acuradas

Manutenção de Informações definir junto aos clientes internos os níveis de serviço

Programação de Suprimentos organizar sequência de entrega

Programação de Suprimentos facilitar o manuseio dos materiais

Transporte reduzir custos de movimentação do material

Transporte selecionar equipamentos de transporte adequado

Transporte elaborar rota de transporte

Manutenção de Estoques determinar política de estoque

Manutenção de Estoques otimizar investimentos em estoque

Processamento de Pedidos assegurar comunicação rápida (efeito chicote)

Compras estabelecer custo dos materiais

Embalagem definir custo da embalagem

Armazenamento determinar a localização e tamanho do inventário

Controle de Materiais estabelecer movimentação sem perdas

Manutenção de Informações assegurar informações de custo acuradas

Programação de Suprimentos reduzir o estoque em trânsito

Programação de Suprimentos otimizar a capacidade do transporte

Vantagens Competitivas da Estratégia de Operações e objetivos

objetivo: fazer certo Vantagem da Confiabilidade Vantagem da Flexibilidade Vantagem da Qualidade Vantagem da Velocidade assegurar o fluxo contínuo dos materiais garantir a disponibilidade do material permitir alterações rápidas dos processos e informações executar operações de baixo custo entregar o material intacto

Atividades-chave da Logística Interna e objetivos

objetivo: fazer rápido objetivo: fazer pontualmente objetivo: ser ágil na mudança objetivo: fazer barato Vantagem do Custo

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Fonte: elaborado pelos autores

A vantagem competitiva de qualidade tem como objetivo a execução “certa” das atividades, com condição de entregar os materiais intactos. Para isso, nas atividades logísticas, é necessário proteger os materiais de danos inerentes às atividades logísticas, selecionar corretamente o equipamento de transporte, determinar a localização e tipo de estoque, controlar os materiais perecíveis, assegurar a acurácia dos registros do inventário, validar a qualidade do trabalho dos fornecedores, entre outros. Porém, ainda como propriedade da qualidade, entende-se que a ausência de defeitos no processo logístico faz com que o fluxo de materiais seja mais rápido. Adicionalmente, as atividades da determinação da embalagem, a elaboração de processos validados de movimentação dos materiais e a acurácia dos registros evitam danos e falta do material para a operação, elevando inclusive o nível de confiabilidade e velocidade da empresa a custos mais baixos.

A velocidade é uma vantagem competitiva em que sua dimensão base é o tempo. Com a logística tendo como condição assegurar o fluxo contínuo dos materiais é possível contribuir para fazer “rápido” as operações. A execução das atividades logísticas com menores tempos torna mais rápido o fluxo dos materiais e informações através da empresa, diminuindo o inventário (em processo e em trânsito), com maior disponibilidade dos materiais e redução do efeito chicote nos fornecedores mais afastados. Desta forma, a seleção adequada do equipamento e método de transporte, determinação dos estoques e sua política, definição da entrega dos fornecedores, definição do método de manuseio dos materiais e capacitação dos operadores, tornam-se essenciais para a redução do tempo das operações e o aumento da velocidade das informações acuradas. A propriedade da velocidade ainda acrescenta benefícios para a confiabilidade, com maior disponibilidade dos materiais, para a flexibilidade, com agilidade dos processos e informações, e para o custo, com reduções no inventário.

Fazer “pontualmente” as operações é comum à condição da logística de garantir a disponibilidade dos materiais e é atribuído à vantagem competitiva da confiabilidade. Sua característica é a de assegurar as entregas comprometidas em cada fase do processo produtivo, junto com a velocidade, permitindo o pleno funcionamento da empresa sem perdas nas atividades logísticas internas. A garantia de uma entrega confiável é o resultado da correta seleção do equipamento de transporte, da determinação da política do estoque, da previsão de demanda de curto prazo com fornecedores, da alocação correta dos materiais evitando perdas

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13 e da garantia das informações acuradas entre cliente e fábrica. Com uma excelente confiabilidade, as outras vantagens competitivas também são beneficiadas, como a qualidade que garante a satisfação das operações com um material integro no momento e local correto, a velocidade que evita perda de tempo com a garantia da disponibilidade de materiais e informações, a flexibilidade com entregas confiáveis a prazos curtos no local solicitado e o custo com a materialização do valor lugar, entregando o material no local e tempo correto.

A flexibilidade é um uma vantagem competitiva que se baseia na condição da logística de permitir rápidas alterações nos processos e informações, ou seja, ser “ágil” na mudança, atendendo às necessidades dos clientes em um mercado turbulento com concorrentes cada vez mais hábeis e competitivos. Com a grande variedade de produtos requisitados pelos clientes, oscilação das demandas e prazos de entrega cada vez mais curtos, a empresa deve se adaptar o mais rápido possível para se beneficiar do objetivo de desempenho de flexibilidade. Para essa flexibilidade, as atividades logísticas devem elaborar rotas flexíveis, selecionar equipamentos versáteis, definir estoques distribuídos para as vendas de curto prazo, escolher fornecedores parceiros, entender as necessidades da operação e garantir um fluxo rápido e acurado das alterações necessárias em todos os processos da operação, permitindo que as organizações se privilegiem da ágil capacidade de mudança da logística como forma de destaque da concorrência. Ainda, a flexibilidade permite que os processos tratem as interferências inesperadas com habilidade e agilidade necessária para minimizar as perdas, beneficiando os objetivos de velocidade, confiabilidade e custo.

O custo é considerado uma vantagem competitiva essencial pelo seu objetivo de fazer “barato” com uma condição em que a logística deve operar a baixo custo, tendo fundamental importância na estratégia de qualquer empresa, pois aufere maiores margens financeiras ou preços mais baixos elevando a competitividade e posicionamento no mercado. Como o custo é influenciado pela alteração da demanda e variação da quantidade de modelos de produtos ofertados e é consequência da execução dos demais objetivos de desempenho (qualidade, velocidade, confiabilidade e flexibilidade), a administração com excelência e redução dos custos de todos objetivos da logística interna citados anteriormente são indispensáveis para o sucesso da empresa. Analisando os processos da logística interna, entende-se que as atividades logísticas primárias são as que mais incorporam custo ao produto, e por isso, o transporte e a manutenção de estoques devem prioritariamente serem analisados minimizando ou eliminando perdas.

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14 Pela duplicidade dos objetivos logísticos influenciando mais de uma vantagem competitiva é observado que há relação entre as próprias vantagens competitivas, onde uma melhor qualidade com processos rápidos e confiáveis de resposta flexível reduz os custos operacionais, já comprovado pelo modelo do cone de areia do melhoramento da manufatura (Figura 5). Com isso, é possível entender que a melhoria ou alteração de um processo logístico não influencia somente uma única vantagem competitiva estratégica de operações, mas beneficia todas a que se estende. Então, o desenvolvimento das atividades logísticas apresenta benefícios cumulativos e abrange todas as vantagens competitivas multiplicando os resultados alcançados.

Portanto, por meio das condições de alinhamento, uma clara relação é estabelecida entre cada um dos objetivos das atividades logísticas internas com os objetivos de desempenho estratégicos de operações, correlacionando com a respectiva vantagem competitiva. Sendo assim, cada atividade logística deve ser executada com excelência para assegurar os resultados essenciais da organização.

Figura 5 - Cone de areia do melhoramento em manufatura

Fonte: Slack (1993)

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15 As estratégias empresariais de liderança de custo ou diferenciação, propostas por Porter (1980), não mais atendem ao globalizado e exigente mercado, que imprime necessidades de altas variabilidades de demanda com menores prazos e preços mais baixos. Com isso, uma estratégia empresarial robusta com subordinação alinhada das estratégias corporativa, de negócios e funcional é de extrema importância para o sucesso da organização. A estratégia de operações, como uma estratégia funcional, deve então, traduzir os objetivos do negócio em objetivos operacionais, demonstrando seu alinhamento com estratégias a montante.

Dentre as áreas de operações, a logística interna se destaca com sua grande influência nos resultados e objetivos atribuindo valor de lugar aos materiais. Portanto, as atividades logísticas internas devem ser alinhadas com a estratégia empresarial para garantir vantagens competitivas elevando a posição da organização no mercado.

Este trabalho teve como objetivo identificar as condições necessárias para o alinhamento da logística interna com a estratégia corporativa. Essas condições asseguram que os objetivos da logística sejam comuns aos objetivos da estratégia funcional de operações, e portanto alinhados.

Foram identificadas as condições de alinhamento das atividades logísticas internas (transporte, manutenção de estoques, processamento de pedidos, compras, embalagem, armazenamento, controle de materiais, manutenção de informações e programação de suprimentos) com a estratégia de operações e suas vantagens competitivas (qualidade, velocidade, confiabilidade, flexibilidade e custo), sendo que essas condições (entregar material intacto, assegurar o fluxo contínuo dos materiais, garantir a disponibilidade do material, permitir alterações rápidas dos processos e informações, executar operações de baixo custo) garantem que os objetivos sejam comuns. Ainda, foi apresentado a influência cumulativa de benefícios entre as atividades logísticas com suas vantagens competitivas e das próprias vantagens competitivas entre si, como demonstrado pelo modelo do cone de areia do melhoramento em manufatura.

6. Referências

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