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Nascido na cidade do Salvador em 26 de agosto de 1977, Gil Vicente Tavares é diretor, dramaturgo e compositor.

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Nascido na cidade do Salvador em 26 de agosto de 1977, Gil Vicente Tavares é diretor, dramaturgo e compositor.

Ainda aos oito meses, foi morar no Rio de Janeiro com o pai, poeta, compositor e dramaturgo, Ildásio Tavares, e a mãe, Katia Alexandria, que era dançarina e professora de conscientização corporal. Seu pai havia ido ao Rio para seu doutorado em letras, e, após separação do casal, Ildásio voltou pra Salvador. Gil continuou na capital carioca com sua mãe que ensinava na Academia Angel Vianna e trabalhava em peças teatrais, e, aos 4 anos de idade, ele estreou no teatro interpretando uma onça no espetáculo infantil O Condomínio da Floresta Encantada, participando, inclusive, de uma turnê com a peça em Volta Redonda. Logo depois, Katia Alexandria começou a confeccionar adereços para a Rede Globo, e Gil participou de uma oficina com Balu Carvalho, preparadora de elenco infantil, que lhe abriu portas para fazer figurações em alguns seriados da emissora como Sítio do Pica Pau Amarelo e Pirlimpimpim 2.

Aproximadamente aos 10 anos, Gil retorna a Salvador e, durante sua adolescência, ficou mais voltado à área musical, estudando piano e violão, além de compor. Entre 1992 e 1993,

estudante do 2º ano do Ensino Médio, participou de uma oficina de teatro no Teatro Solar Boa Vista, onde sua mãe era diretora artística, na época, ministrada por Airesa. Durante a oficina, Gil apresentou um diálogo rimado em decassílabos para o professor, e Airesa fez com que o texto fosse utilizado como resultado final da Oficina, resultado este em que Gil ajudou a dirigir e ainda fez a iluminação, tudo de forma totalmente amadora e artesanal. Em 1994, após dúvidas entre cursar Música ou Teatro, Gil resolve tentar o curso de Direção Teatral na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, passando em primeiro lugar no vestibular. Apesar de não ter muitas experiências na área no começo da graduação, sempre se envolvia em todos os

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projetos, criações e assistências que eram possíveis para obter experiências.

No início da graduação, foi questionado por Fernanda Paquelet e Márcia Andrade, que

perguntaram se ele escrevia textos teatrais. Disposto a se aventurar a escrever um texto para o Ato de Quatro, respondeu que "sim", e criou a sua primeira peça teatral, chamada Ato único. A peça só seria montada dois anos depois, como graduação de uma aluna sob orientação de Ewald Hackler, um dos entusiastas da escrita do autor desde que havia lido Ato único. A partir de então, Gil começa a escrever e dirigir constantemente, principalmente na Escola de Teatro, traçando sua trajetória como diretor-aluno da faculdade e, paralelamente, seu caminho como dramaturgo. Em uma disciplina com o Professor Luiz Marfuz, cujo objetivo era montar algumas peças do Teatro do Absurdo, fez a adaptação de Fim de partida, de Samuel Beckett e logo depois dirigiu, sob orientação de Hackler, As criadas, de Jean Genet. A experiência com essas peças o levou a apreciar a estética do Teatro do Absurdo, estilo que estaria presente diversas vezes ao longo de sua carreira. Foi o caso, em 1998, quando ele escreveu Canto Seco e Os Javalis, duas peças com influência de Beckett e Ionesco. Nesse mesmo ano, Gil escreveu também uma série de quatro monólogos sobre solidão que foram intitulados Quartos.

Nesse período, Gil foi também assistente de José Possi Neto no espetáculo comemorativo dos 40 anos da Escola de Teatro da UFBA, A casa de Eros, e também participou do extinto

"Proteu" - Projeto de Teatro Universitário do Pelourinho, idealizado por Carlos Petrovich.

Realizado na Praça Quincas Berro D'água, havia uma seleção para escolher alguns alunos que iriam dirigir peças, e receberiam uma verba do Governo Estadual para tal realização. Depois de ser selecionado, ele montou o texto de João Augusto, O Malandro e a Graxeira no Chumbrego da Orgia. Foi também assistente de José Possi Neto no espetáculo comemorativo dos 40 anos da Escola de Teatro da UFBA, A casa de Eros. Além de trabalhar com o texto de cordel de João Augusto, durante a graduação ele pode dirigir espetáculos com textos de Beckett, Brecht, Guarnieri, além fazer assistência para o espetáculo Baal, espetáculo de graduação dirigido por Harildo Déda. Vale ressaltar que, ao aceitar o convite para ser assistente do grande ator e professor da Escola de Teatro, Gil impôs como moeda de troca que Harildo aceitasse fazer sua peça de graduação, independente de qual texto fosse, algo inusitado que Harildo topou, numa rara e honrosa oportunidade para uma formatura de um estudante de teatro.

No final do curso da graduação, Gil não fazia ideia do que montaria para o seu espetáculo de formatura. Após uma passagem pelo Beco dos Artistas, encontrou Hamilton Lima que lhe apresentou o texto Quartett, de Heiner Müller. Decidindo montá-lo como peça de formatura, que aconteceria no ano de 1999, Gil convidou outros nomes de peso do teatro baiano como Joana Schnitman, para dividir o palco com Harildo, Eduardo Tudella para criar o cenário e a luz, Claudete Eloy para fazer figurinos e maquiagem – estes dois também professores da Escola de Teatro –, além de Luciano Bahia na trilha sonora. Além disso, Hackler, como seu orientador novamente, já entusiasta de sua dramaturgia: a montagem lhe rendeu o prêmio de

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Diretor Revelação pelo Prêmio Copene de Teatro.

Posteriormente à sua formatura, foi convidado pela Cena Lusófona a passar uma temporada de 6 meses em Portugal, conhecendo a cena portuguesa e alguns grupos, acompanhando montagens e estreias de espetáculos, além de fazer leituras de suas peças com a Companhia de Teatro de Braga e a Escola da Noite, além de um atelier de dramaturgia a partir de sua escrita, em Coimbra. Voltando ao Brasil, foi convidado por Eliana Pedroso para dirigir a peça comemorativa dos 40 anos de Yumara Rodrigues e, na sequencia, dirigir a peça A boa, de Aimar Labaki. Já com a ideia de formar um grupo, Gil chamou novamente Harildo Déda e Joana Schnitman, e, a princípio com Yumara Rodrigues, mas, depois de um problema de voz, Maria Schüller, montou a peça Antes da Reforma, de Thomas Bernhard. Em 2004, Gil Vicente Tavares apareceu como dramaturgo duas vezes na cidade, sendo um dos autores do

espetáculo comemorativo dos 40 anos do Vila Velha e também da comédia musical Vixe Maria, Deus e o Diabo na Bahia, sucesso de público que ficou mais de quatro anos em cartaz. Em 2005, foi o ano de Gil montar O Despertar da Primavera, de Frank Wedekind, com atores mirins e grandes nomes do teatro como Chica Carelli, Celso Jr. e Fernando Fulco. Vale ressaltar sua participação como roteirista do filme Cidade baixa, de Sergio Machado.

Em 2006, foi para Roma falar de sua obra e assistir à leitura encenada de duas peças suas, Os Javalis e Os Amantes II. No retorno da viagem, decidiu montar um grupo de teatro com

Jussilene Santana, o Teatro NU, convidando também Carlos Betão e Carlos Nascimento, estreando no mesmo ano sua peça Os Amantes II. Em 2008, o grupo estreou Os Javalis, já com Marcelo Praddo, que passaria a fazer parte do grupo, desde então. O espetáculo viajou em 2009 para encerrar o Festival do Teatro Brasileiro em Fortaleza e em 2010 circulou pelo interior da Bahia. 2009 foi também o ano do projeto intitulado o Teatro NU Cinema, que levou para o Cinema Sala de Arte da UFBA três peças curtas de Tchekhov, O pedido de casamento, O urso e Dos males do tabaco, antes da última sessão de cinema do dia. A segunda edição aconteceu em janeiro de 2011, e foi dedicada à dramaturgia baiana, com a montagem de dois textos de autores de Salvador. As peças curtas de Tchekhov ainda foram apresentadas como abertura do projeto Domingo no TCA durante seis meses, para mais de seis mil pessoas, e posteriormente O pedido de casamento e O urso foram apresentadas juntas com o título Dos males do casamento, numa alusão à terceira peça montada.

Sempre fomentando discussões sobre teatro, drama e sociedade, grupo mantém um site, o www.teatronu.com, que além de informações sobre projetos e novidades do Teatro NU, tem uma página com artigos de Gil, Jussilene, além de convidados de outras áreas, e uma página dedicada à dramaturgia baiana, com peças de autores do estado e suas respectivas biografias. Em 2011, o Teatro NU completou 5 anos estreando nos palcos seu primeiro monólogo,

Sargento Getúlio, a partir da obra de João Ubaldo Ribeiro. O espetáculo ganhou o Prêmio Braskem de Teatro 2011 nas categorias Melhor Espetáculo Adulto e seu ator, Carlos Betão,

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Melhor Ator. O espetáculo vem tendo uma boa carreira, tendo participado dos dois festivais internacionais da Bahia e do Porto Alegre em Cena, colhendo ótimas críticas e comentários de artistas gaúchos.

Ainda no Teatro NU, alguns eventos marcaram esses já seis anos no grupo. O ciclo "Memórias do teatro na Bahia" reuniu a primeira turma de profissionais do teatro em Salvador, formados pela UFBA, para rememorar o período áureo da implementação das escolas de arte por Edgar Santos, reitor, à época, da universidade. Em "Diálogos sobre dramaturgia contemporânea", o Teatro NU trouxe a Salvador Ramón Griffero, do Chile, e Darío Facal, da Espanha, para debater suas obras com convidados locais, num evento aberto ao público que contou, ainda, com a leitura das peças desses autores.

O diretor e dramaturgo concluiu seu mestrado em 2007, pesquisando a vida e obra do Marquês de Sade. O resultado de sua dissertação, Sade: criação e processo do drama, foi a escrita da peça Sade e uma reflexão sobre seu processo de criação da dramaturgia. A peça ganhou, em 2010, o Prêmio FAPEX de Teatro e foi publicado juntamente com os outros dois textos

premiados, ano em que foi convidado pela UFG para passar uma semana ministrando aulas, palestras e para dirigir Os Amantes II com atores de Goiânia. Concluiu, em 2011, o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (UFBA), com uma pesquisa voltada à dramaturgia com o título A herança do Absurdo: vestígios no drama contemporâneo. Voltou também aos palcos, como dramaturgo com o texto Alugo minha língua: um cabaré

erotragicômico, espetáculo cênico-musical com direção de Fernando Guerreiro e músicas em parceria com Jarbas Bittencourt.

Gil Vicente Tavares também dirigiu inúmeros eventos como os 30 anos da Rádio Educadora e os 10 anos do CEDECA, com a presença de grandes nomes como o pianista Ricardo Castro, Carlinhos Brown, Regina Dourado e Daniela Mercury. Como compositor, conquistou com A viagem de Firmino, defendida por Ana Paula Albuquerque, o prêmio de Melhor Canção com Letra do III Festival Educadora FM. A mesma cantora gravou quatro músicas suas em seu primeiro CD, cujo espetáculo de lançamento foi dirigido, em 2012, pelo próprio Gil. Além de ter sido gravado por Claudia Cunha, também em seu primeiro CD, dirigiu apresentações dela e de outros artistas e teve músicas suas cantadas por diversos intérpretes como Rebeca Matta e Roberto Mendes. Gil Vicente Tavares também escreve poesias, vez por outra, e teve alguns de seus poemas publicados pela Edições Sempre-em-Pé, de Portugal.

Clique aqui e veja o blog do Teatro NU

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Confira abaixo o vídeo de um dos trabalhos de Gil Vicente Tavares 

   

Referências

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