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O Funcionário Público e a Consolidação Estatutária

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Academic year: 2020

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POLÍTICA AD MIN ISTRATIVA

O Funcionário Público e a Consolidação

Estatutária

Fr a n c is c o Jo s é d e So u z a

(D a D .C. da C ontadoria G eral da República)

INTRODUÇÃO

A o ensejo do anunciado C ongresso I^acional de Servi ores

Públicos, deliberam os concorrer com esta dissertação, m enos pe a categoria de consócio da entid ad e p atro cin ad o ra do conclave -

A ssociação dos S ervidores C ivis do B rasil do que no intuito

d e p restig iar a prom oção congressional, trazen d o a debate o im p o rta n te problem a d a consolidação e sta tu tá ria do servidor púb ico, a n te a proliferação de leis m ateriais ou su bstantivas posteriores, refo rm u lad o ras de direitos e deveres do funcionalism o civil a U n iã o .

T em á tica de vera significação nos dom ínios do D ireito P ú ­

blico, interno, com raízes no direito essencialm ente político o

C onstitucional — corro b o ran te da inferência de que a função pública ju rídica e funcionalm ente e stru tu ra d a é condição ou re ­ quisito essencial ao preten d id o êxito da program ação adm inistra tiv a.

Isto porque a n atu re za das relações entre o D ireito A dm inis trativ o e o C onstitucional é de tal intim idade, que os a eptos a teo ria o rg an icista doutrinavam caber a êste a anatom ia e aque e a fisiologia do E sta d o .

A c eitan d o -se a prem issa, é plausível adm itir-se que, entre serviço público e função pública tam bém há perfeita conotaçao de idéias e, p o rtan to , correlação de m atérias, pois, n a içao o douto Bielsa, ( ')

" . . . Ia suerte dei servicio publico depende casi in tera- m ente de la organización de la función publica, q ue es p r e s u p u e s t o n e c e s a r io de servicio. (G rifad o no origina )

(2)

D e fato, um serviço público capacitado a atin g ir um alto índice de produtividade deve combinar, n a proporção ideal, o ap a - relham ento pessoal especializado com o m aterial de padronização sim plificadora da rotina de trab a lh o .

Sem dúvida, p ara colim ar-se êsse objetivo é de m ister o em ­ prego seletivo ou de triagem dos m elhores sistem as de o rg a n i­ zação científica do trabalho aliado às regras n o rtead o ras do su ­ cesso nas relações hum anas, com o fim de aten d er-se ao interesse público, alfa e ôm ega da adm inistração, porque, como en fatiza o citado professor argentino ( 2) — “La c a u s a de todo serv id o és el interés publico.” (O grifo é do original)

E outra não poderia ser a orientação adm inistrativista m o­ derna perfilhada pelo professor Em m erich, ( 3) p ara quíem:

O serviço público deve verd adeiram en te p ertencer à sociedade a que serve, com partilhando de sua cultura, de seus valores, de seus problem as e de suas am bições.’ Logo, a síntese refletora do serviço de alto nível depende do bom aproveitam ento da capacidade não ociosa, vale dizer, re a ­

lizadora, dos recursos hum anos, scilicet” : o funcionário, que,

na definição do clássico T ro tab a s, ( 4)

. . . est fonctionaire public la personne qui, nommée dans un emploi perm anent, a eté titularisée dans un grade de la hierarchie des cadres d ’une adm inistration publique.

o r e g i m e e s t a t u t á r i o d o f u n c i o n á r i o p ú b l i c o

Como o empirismo (ação ou pragm ática) precede a teoria (raciocínio) que o interpreta e explica sua n atu re za instintiva e nao volitiva ou cognitiva, ou, ainda, como q uer B ergson, produto a intuição criadora , assim tam bém o D ireito, em ergente do

,at° soc^al ius ex facto o ritur — reclam a a preexistência

o caso concreto, da situação de facto ”, p ara que a consciência juri ica .p la s m a d a sob os influxos dos princípios gerais ou uni- \e rs a is do direito, elabore a norm a geral e a b s tra ta que irá reger a re açao ou situação jurídica subjetiva, ou o in stituto, conform e a natureza do sistem a político <e a cobertura que lhe der a ordem social im perante.

(2) Ra fa el Bielsa — Idem, p á g . 129.

f 1^962Hl RBERT Emmer,ch ~ Manual de Administração Pública, p á g . 23, 'is 1948*U' S ^ ROTABAS Manuel de D. P. et Administratif, p á g . 116,

(3)

D e n tro d essa ordem de considerações éticas ou deontológicas do direito, talvez seja possível d a r relevo a assertiva J j u e n nrovim ento dos carqos públicos tem im perado um c n te n o dum L " ” v r , se norteia pelo atendim ento p u ,o e s.m ptes d a necessidade m ais oa m enos im ediata do serviço;^ora se preocupa

apenas com o problem a pessoal de J T ’ n u™ ,

de certo m odo, afirm a o conceitualism o do p ü b lia s ta a rg e n t no. basead o na idéia de que - " E l funcionário existe p a ra la fun ción y no la función p a ra el funcionário . 1, /

E is que o nepotismo é a lepra que corrói o’ se™ t0/ ' ‘“ '“ a O s legisladores demagógicos quando nao = 0 ' ® ^ J p K s s ã ;

fazem da C onstituição tab u la ra sa (p t-alante

cunhada por Joh n L o ck e) na qual U :es m p wn e m .^

S S r " d „ e s e cancerosa" do serviço

p ú b lico . , i oc

H a ja vista a violação iterativa da re 9ra Pr ° { °j in teri-da C a rta P olítica F ed eral, com a pretenditeri-da efetivaçao de ^

nos nom eados “ad in sta r” do artigo 12 da Lei n . ^

diante leis especiais que, _ "et nunc eru& m m e - m solidam cnt derrogam as exigências do pacto fundam enta .

B rotam , então, como cogum elos n a alfQmbra isto e em su^ p erab undân cia, as leis de am paro a sem elhantes situações s ^ tivas do funcionalism o a n te o conteúdo elei orei

posições. ,

O u tra s vêzes, seguindo-se o m odelo m ade: m «- ^ °etor a corrupção era o traç o m arcante da Vlda, pollV ’ cL a c te riz a d a s

do funcionalism o adotav am -se práticas es rux fam iqerado

pela inseguran ça ou instabilidade funcional, como a do f a n u j M

princípio da ro tativ id ad e" ou sistem a do partido

substituição dos servidores nom eados e] ionários da facção

político vencido n as eleições, Pelos _ i;Ln r-i d0s carqos do

vitoriosa. E ra. como se vê. a > f ' s! " ^ ™ ^ ' t u d o s poli.ico»,

serviço público proporcionalm en e a instituto da

estabili-não se perm itindo o estabelecim ento do in stitu to a

M as, n ão se pense que o siste m ^ d e ^ p ro v im e n tc ^ bani9d0(

denom inado — ‘‘senatorial cour nom eação de

funcio-por anacrônico, d o s processos P®11 áxime nos países sub desen

-nários, porque dificilm ente o sera^ j£ mobilidade política,

volvidos, de baixo nivel de ins ruçao n ão poderia

O qu e se obtém d esse “ d ° e e té „ tía m uito ao gôsto d eix ar de ser, o bacilo do culto a íncomy

(5) R a f a e l B .e ls a _ 0 b r - C “” ' "Passim ", S . Paulo, 1934. (6 ) Jo aq u im N a b u c o — M inha Form ç 1962 .

(4)

dos m anipuladores dos negócios adm inistrativos, surdos à a d v e r­ tência do P rof. L a s k i (8) p ara quem :

C onfundir rotina com eficiência e antig üidad e com experiência são sem pre os perigos que am eaçam o fun ­ cionalismo.”

N o Brasil, também se acastelaram os mesmos vícios, que in» quinam as leis do serviço público, porque surgem ao sabo r das necessidades im ediatistas ou ocasionais da A dm inistração e, quanto ao provim ento, não era raro olvidar-se a velha e m oralizadora praxe inglêsa — “T h e rig h t m an in th e rig h t place.”

♦ ^esPeito' em outro trab alho ( 9) citam os os depoim en­

tos de J o s e I n a c i o B o r g e s e R u y B a r b o s a , am bos M inistros da r a z e n d a e que guardam , en tre si, eloqüente identidade de pontos

de v is ta . r

V ejam os o que dizia o m inistro do Im pério:

O bservo que com pequena p ag a não se convida a quem tem préstim o, e introduzir nas repartições quem prestar™ ^ o ) 3° 6 p ertu rb ar ° serviço dos que o podem R uy , m inistro do G ovêrno Provisório da R epública, depõe: ° _ sistem a usual e n tre nós consistia em encher as .p ar íçoes e pessoal nem sem pre idôneo, m as sem pre xcessivo e, conseguintem ente, mal re m u n e rad o . São v am °S (°i) inconvcnientes> ^ue dessa situação re su

lta-m e s lta-m ^ l L r f - que* alta-mos <:air juízo precipitado e p o r isso

dificuldade a e_ c°nclusivo, de que é coisa de som enos

lecnis visa I ^ 'i ° ,um s*stem a coordenador de preceitos

servidores 3 1t 1SCipi maJ das rcla?ões en tre o E stad o e seus

de provim ento ^ ° r ’ C ^ Se se^etiva ou concursiva a té a

e direitos ca r^ ? s e’ d a ‘ Por diante, a fixação de encargos direitos, segundo o canon básico da justiça com utativa.

ou costumeir!? ^ vefd ad e que b asta a citação d e nosso perene

adem ais t n COm^r a o com 0 assunto, n ão desconhecendo,

ícia o conciso histórico feito p o r T e m í s t o c l e s

(8) H a r o l d J. L a ski Introdução à Política, pág. 77.

tabilidade PúWfca^pág!^^Recife? 1960 ™ ConMbui{ão no Estudo da Con'

da F azen d a R u y '0B c t\ o ? IC RioBOlR949NN’ " ° p refáci° 30 R ela tóri° do M in istro

(5)

B r a n d ã o C a v a l c a n t i , ( 12) p a ra ver-se que foi preciso o tra n s­ curso de n ad a m enos que três decênios (d esd e o projeto J u s n - n i a n o S e r p a , de 1907) p ara se chegar ao D ecreto-lei n 9 1.713, de 28 de outubro de 1939, que — "D ispõe sôbre o E sta tu to dos F uncion ários Públicos Civis da U nião.

T am bém é de justiça re ssa lta r a criação do D epartam ento A dm inistrativo do Serviço Público (D .A .S .P .) como órgão d ireta­ m ente subordinado à P residência da República, pelo D ecreto-lei n9 579, d e 30 de julho de 1938, como um g ra n d e passo no sen­ tido de efetu ar-se o saneam ento m oral (infelizm ente nem sem pre a lcan çad o ) no processo de adm issão ou ingresso e na org an iza­ ção do serviço público.

Com o ressurgim ento da dem ocracia política, como form a de govêrno, após a segunda gu erra m undial, passou o Brasil a re ­ g er-se pela C onstituição de 18 de setem bro de 1946, razão por que se tornou im prescindível a revisão, pelo C ongresso N acional, do citado E sta tu to do F uncionalism o Civil, que passou a ser re ­ gulado pela Lei n9 1.711, de 28 de outuljro de 1952.

A o ordenam ento jurídico-político do direito estru tu ral ou f un­ dam ental, sabem os, cabe ap en as d a r as norm as in genere , isto é, gerais e sintéticas sôbre o provim ento ou ingresso do funciona­ lismo e as g a ra n tia s re feren tes à percepção de vencim entos ou

rem uneração, estabilidade e aposentad oria (artig o s 184 usque

194 da C a rta M a g n a ) , deixando à lei o rdinária o estabelecim ento d as no rm as especiais que form am o liame da co ntextura do ser­ viço público, em nosso caso o debatido E sta tu to do F un cio na­ lismo C ivil d a U nião, regido pela Lei n9 1.711-52.

T u d o isso, porém , é relativo ou, como dizia S h a k e s p e a r e ‘‘w ords, w o rd s” — pois o funcionalism o é a etern a vítim a de leis criad o ras de privilégios e discrim inações.

E is que, em abono d a afirm ativa, vem, a talho de foice, o caso d a recente Lei n9 4.950-A ,' de 22 de abril último, prom ulgada pelo P resid en te do S enado F ed eral, que, a pretexto (louváve , e re s to ), dé estim ular d eterm inadas carreiras ou profissões técnicas, estabeleceu um salário inicial com patível com os deveres, 9 ra u e responsab ilidad e e p ad rão de vida, com base no m aior sa ário- mínimo vig en te no P aís, e calculado com o em prêgo do coeficiente ou m ultiplicador 6 ou 5, conform e se tra te de cursos u n iversitá­ rios de m ais ou de m enos de 4 anos, que especifica, exc uin o, porém , o u tro s profissionais em ig u ald ad e de condições e que sa ­ tisfazem os requisitos legais, como os contadores, os econom istas, os atu ário s, " e t c a te rv a ” , profissões de crescente prestígio à m e­ d id a que se processa o desenvolvim ento econôm ico-social da

( 1 2 ) T e m í s t o c l e s B r a n d X o C a v a l c a n t i O Funcionário Público e o seu Regime Jurídico, vol. I» págs. 101/103, Rio, 1958.

(6)

N ação, e de elevados índices de dem anda seja nas universidades seja no m ercado de tra b a lh o .

R egistra-se então que, p ara fazer justiça a uns o legislador postergou o direito de outros e, o que é mais grave, feriu os prm cípios constitucionais de igualdade peran te a lei (a rt. 141, S l 9); a não distinção entre profissionais (a rt. 157, § 1?), e sobrepairando a tudo a idéia de justiça e eqüidade, que se ex- ten o riza no princípio da isonomia salarial, já aceita n a C onsoli­ dação das Leis T ra b alh ista s (a rt. 5’ com binado com o artiq o 461, do D ecreto-lei n* 5.452, de 1’ de maio de 1943).

A nom alia é, outrossim , a lacuna do princípio institucional da parid ade no estipêndio dos funcionários de igual categoria dos res o êres, por falta de expressa cogência no texto C o n stitu ­ cional, perm itindo o desnível salarial do servidor do P o d e r E

xe-da Lei n ^ 24°2 63™ ^ ° S mÜitares’ com a derrogação

tih .r in n ^ f " S ° b stan te ° “w r‘t "do artig o 25 do A to Ins-V f j ! outubro de 1965. estabelecendo — " . . .

senddores dos ’’ ^

procedeu-se ao „ive lame „,o e ^ d o e s ^ “ “ “

. . . substancialm ente um salário. É o preço do tra

-3 f C&#-34; * 30 mesmo temPO, o -caráter de re n d a a li­

m entar. (!3)

r-tn, ? SSa J e9’feração desordenada tem, contudo, o g ran d e mé- n Í E r Í ! ! a . n ec,Çssid ad e de proceder-se à im ediata com-antinôm ■ ^ norm as iu r'dicas esparsas, m uitas vêzes contraditórias,

. 1Cf S ? u con ltan tes. que, alargando a área de insegurança l i 6 0 d,° funcionalismo, vão. po r fim, tum ultuar a boa ordem im prescindível a realização do serviço público

A s i s t e m á t ic a d o e s t a t u t o e l e i s e x t r a v a g a n t e s

on rn p n ^ StatU-t0 - f° rm£d f substancialm ente, um conjunto mais tivas nm o r9anic° ’ contendo disposições gerais e específicas rela- que M h h íl i ■ A dm inistração P ública. N a conform idade do

^ ^ 2 8 . dC ° UtUbr° de 1952' P °r SCU

da U ninn p- A ' ^lu’f e „ ° re 9ime jurídico dos funcionários civis U niao e dos territórios*’, como reza o artig o R

começa ^e9a^ esta dividido em seis títulos e vimento e d \ dlSÇOS1.ço*s Preliminares; o segundo trata do pro- __________ vacancia dos cargos públicos; o terceiro fixa os

(7)

reitos e v an tag en s do funcionário; o quarto, o regim e disciplinar; o quinto regu la o processo adm inistrativo e sua revisão, e o sexto, finalm ente, cura d as disposições gerais e tran sitó rias.

A p ro fu n d an d o a pesquisa, verem os que n a Lei n9 1.711, sob exam e, estão previstas situações novas no serviço público, a serem trad u z id as em leis e regulam entos, como é o caso do ^full tim e , assim enunciado no artigo 244 das ‘‘disposições gerais :

‘P o d e rá ser estabelecido o regim e do tem po inte­ gral p a ra os cargos ou funções indicadas em lei.

N a s “D isposições T ra n s itó ria s” vam os en co n trar a m atriz d as alteraçõ es mais im portantes e já em vigor: o artig o 256, por exemplo, dá o prazo de doze meses p ara o G ovêrno prom over a execução do plano de assistência m encionado no art. 161; o p ara- g ra fo 29 do artig o 257 fixa o têrm o de doze meses p a ra o Exe- tivo a p re se n ta r nova codificação alusiva aos extranum erários, de re sto coisa sup erada, e, por fim, o artigo 259 tra ta do plano de classificação dos cargos do Serviço PúBlico F ederal, com base nos deveres, atribuições e responsabilidades funcionais , que de­ v eria ser ap resen tad o ao C ongresso N acional dentro de dois anos d a p u blicação” da lei, consoante a redação do p arág ra fo único,

Em decorrência, novos institutos jurídicos surgiram m ediante leis v o ta d a s pelo L egislativo e sancionadas pelo E xecutivo, v a­ lendo citar, d en tre a s m ais im portantes, as seguintes:

a ) Lei n 9 3.373, de 12 de m arço de 1958, que "D ispõe sôbre o P la n o de A ssistência ao F uncionário e sua Fam ília, ( . . . ) na p a rte que diz respeito à P rev id ên cia” ;

b ) Lei n9 3.780, de 12 de julho de 1960, que “D ispõe sôbre a C lassificação de C arg o s do Serviço Civil do P o d er Executivo, estabelece os vencim entos correspondentes, e d á o u tras p roviden­ c ias” ;

c) Lei n9 4.503, de 30 de novem bro de 1964, que criou o D e p artam en to de A rrecad ação , unificou a carreira de xator, incluiu os F iéis do T eso u ro do M inistério da F a z e n d a no rupo O cu p acio n al A F 300 — Fisco, “e dá o u tras providências ;

d ) Lei n 9 4.345, de 26 de junho de 1964 que “Institui

novos valores de vencim entos p ara os servidores púb icos c i\is o P o d e r E xecutivo e d á o u tras providências ;

e ) Lei n9 4.863, de 29 de novem bro de 1965, que reajustou os vencim entos dos servidores civis e m ilitares e dá o u tras proyi dências, e

[ ) Lei n9 4.950-A , de 22 de abril de 1966, que "D ispõe

sôbre a rem un eração de profissionais diplom ados em ngen aria,

(8)

Como todos sabemos, a Lei n9 3.780-60 é um diplom a jurídico im portante não só p ara o funcionalism o civil, como, principalm ente, para o serviço público, em virtude da “m ens legis” de ordem es- tru tu rad o ra, sendo, quiçá, a mais significativa m edida to m ad a pela A dm inistração, no sentido de o rd en ar o sistem a de cargos e fu n ­ ções do Serviço público. M esm o porque é princípio com ezinho de D ireito A dm inistrativo de que o conceito am plo de serviço público contém o m enor ou estrito, — a “função” , de carátec im ediato ou essencial, pois, segundo o concebe Kam m erer, adm i- nistrativista alem ão: ( 14)

. . . exercer um a função do E stad o é realizar um dos deveres, um dos fins para- os quais existe o E stad o. É portanto, na realidade, a tradução m aterial de um serviço qualquer à causa pública.”

P rosseguindo na faina exegética da p recitad a Lei n? 3.780-60, observarem os que, ab initio , veio m odificar o su b strato das Disposições Prelim inares" do E statu to de 1952, seja pela am plia- çao do alcance, seja pela reform ulação do sentido, seja, enfim, pe a^intro ução de outros conceitos, indo até a análise definidora de cargo , classe” , “carreira” , “q u ad ro ” , etc., bem assim as noçoes das novas figuras de “série de classes” , “ grupo ocupa- cional , serviço e nível universitário."

° j de classificaÇão de cargos apro vad o pela Lei n ú ­

mero J . 780/60, como vimos, ab range o serviço e, den tro dêste, o grupo ocupaciona , o código, a série de classes, a característica s as e o acesso à carreira principal. S alutarm en te, a lei fêz desaparecer do serviço público a figura do e x tra n u m e rá rio .

O C apítulo V m inistra as re g ras de en q u ad ram en to . O s

e núm eros I e V III cuidam da prom oção do funcionário à

classe superior e do acesso à carreira principal; os C ap ítu los IX e.f. r_^9u am, respectivam ente, a instituição dos órgão s de clas- si ícaçao de cargos e a readap tação de funcionário, nos casos e nas condiçoes previstas n a lei.

j ° C a Pítu l° X I e n fre n ta o a lu d id o p ro b le m a d a im p la n ta ç ã o

. integral e dedicação exclusiva, inovação de largo e im-

viYn •3 Ca,n ce’ P°*s tem Por escopo a m aior eficiência do ser- a fc té r in 1C° - e n atureza técnico-cientifica, de pesquisa e de ma- m c c n l ^P° rei^ j C CU,a p ra t*ca só ago ra se ensaiam os prim eiros

P os de acordo com os D ecretos executivos núm eros 57.744, de > de fevere.ro e 58.095, de 28 de m arço do corrente a n o .

salarial & V * n? ^ • '^ - 6 4 não se cingiu à m era correção n^ternretanHnUn. C10nallSm0 CÍVÍl da U n iã ° ‘ M uito a ° contrário, P tan d o-se a sistem ática de sua co n stru tu ra vam os descobrir

(9)

o sadio propósito do legislador em corrigir distorções ou desacertos de leis a n terio res.

Assim é que, elevando de 18 p ara 22 os níveis dos cargos efetivos, reservou, contudo, os quatro últim os p ara as carreiras de grau superior; extinguiu o triênio — a cham ada progressão ho­ rizontal -— e am pliou a com preensão da an tig a gratificação a d i­ cional p o r tem po de serviço, reestru tu ran d o -a n a base do qüin­ qüênio de serviço, com o percentual de cinco ( 5 % ) a té o limite de sete; estabeleceu, outrossim , o horário sem anal de trabalho p a ra os cargos de chefia e fixou os vencim entos de m inistros,

secretário s-gerais, professores catedráticos, diplom atas, et re-

liquia.”

N ã o esqueceu, a lei, o caso dos tesoureiros-auxiliares, clas­ sificando-os nos níveis 16 e 18, passando a denom inar-se, junto com os con ferentes de valôres do M inistério da F aze n d a — fiéis do tesouro, aliás enquad ram en to êsse m odificado pela Lei n ú ­ m ero 4.503-64, conform e a rem issão de item anterior, que o tra n s­ feriu p a ra o grupo ocupacional Fisco; o art. 18 limita o m ontante dos proventos do pessoal sujeito ao regim e de rem uneração, in­ clusive as participações em m ultas, aos vencim entos dos M inis­ tros de E s ta d o .

A in d a, a lei, m ediante condições que fixa, é aplicável aos servidores d as a u tarq u ias federais, sociedades de economia mista, dos T e rritó rio s e da P re fe itu ra do D istrito F ederal, estendendo-se, tam bém , aos ap o sen tad o s e aos em disponibilidade.

P o r d erradeiro, determ ina a revisão do P lan o de C lassifica­ ção dos C arg o s do funcionalism o civil aprov ado pela Lei n ú ­ m ero 3.780-60, devendo o pro jeto b asear-se no censo dos servi­ dores d e que cogita a Lei n9 4.242, de 17 de julho de 1963, a carg o do In stitu to B rasileiro de G eografia e E statística em cola­ boração com o D .A .S .P ., e que se executou a 31 de maio ultimo, segun do as norm as b aix ad a s com o D ecreto n9 58.297, de e m aio de 1966. O prazo de ap resentação do p refalad o projeto ao C o n g resso N acio nal é de cento e vinte ( 120) dias após a con­ clusão do re cen se am en to .

a c o n s o l i d a ç ã o e s t a t u t á r i a e s u a a p l i c a ç ã o n o s e s t a d o s f. m u n i c í p i o s

D os an teced en tes expostos chegam os à conseqüência da p ro ­ posição: o E stad o , os servidores e o público em geral vêem -se as voltas com a p luralid ad e de norm as re to ras do regim e juri íco- adm inistrativ o do funcionalism o civil da U nião, tôd a vez que a algo a o p in ar sôbre determ inado fato; fund am en tar um estu o, relatório ou parecer; ju stificar um arrazoado ; ap oiar uma decisão "in co n creto ” e. a té mesmo, quan do se deseja um a consulta rap id a

(10)

e em ergente. Êsse em aranhado de leis esparsas leva m uitas vêzes o funcionário inform ante de processo a aduzir ou elab o rar seu raciocínio sôbre falsas prem issas ou fundações m ovediças, d e dis­ positivos legais derrogados e, o u tras vêzes, ab -ro gad os ou de revogação to tal.

D aí resulta a inquestionável vantagem d a unicidade conso- lidadora sôbre o polimorfismo ou pulverização leg al. E n tão , o pensam ento reflexivo (d e que fala John D ew ey) apo n ta-n o s o único caminho certo para chegar-se a um grau razoável de p er­ feição: o recurso ao criativismo do legislador, de que su rg irá a figura jurídica da consolidação, que, sem as inconveniências da rigidez de um código, reunirá tôdas as leis em vigor num só corpo norm ativo.

P orque, sendo a consolidação obra unificadora e co ord ena­ dora do direito objetivo, como escreve R u y C i r n e L im a ,

. . . não modificam o grau de eficácia na h ierarqu ia das fontes. D estinam -se apenas a d ar a conhecer as dis­ posições c o n so lid a d a s.” ( I5)

Se, no plano federal, o escólio que vimos tecendo da legisla­ ção nos ap onta a situação confusionista dom inante, nos E stad o s e M unicípios as dificuldades não parecem de som enos im portância no particular de que estam os versando (funcionalism o) po rq ue o estatu to dos servidores daquelas pessoas jurídicas de direito p ú ­ blico interno acom panha, “pari passu", as diretrizes da federal. É que, dada a autonom ia política e financeira o u to rg ad a pela onstituição, os E stados-M em bro s e os M unicípios têm com pe­ tência p ara o rganizar seus próprios serviços adm inistrativos e, para que o município fique indene à pressão estatal, a lei superior vai ao extrem o de perm itir a intervenção no E stad o , segundo o ’ e ’ da C onstituição F ed eral de 18 de setem bro de 1946.

Se assim é, se a legislação federal influencia a dos estados e municípios, no tocante ao regim e jurídico do funcionam ento civil, po e-se afirm ar que, se a lei vier enfeixar as norm as legais ex ­ travagantes, consolidando-as ou com pilando-as, igual iniciativa

erao os E stad o s e M unicípios, p ara solucionarem seus problem as típicos de pessoal.

CONCLUSÕES

. ^ c^*-ando-se, porventura, seja dedutivam ente conclusivo o ocinio esen\ olvido ao longo d esta análise in terp re tativ a do

(11)

regim e jurídico do funcionalism o civil da U nião, será então p o s­ sível adm itir que:

a ) em seu tem po, o E sta tu to de 1952 representou um m arco digno das tradições jurídicas de nosso pcvo;

b ) contudo, as tendências m odernas o rien tad oras do se r­

viço público e acolhidas pelo P o d er E xecutivo im pelem -no a decorrer à criação de novos institutos legais, p ara evitar a su p e­ ração ou o enfraquecim ento da e stru tu ra funcional de seus ser­ vidores;

c) aind a, o irreversível "dev en ir” ou evolucionismo das ca- 3nb S B D ijq n d s a p e p j s s a D a u J i B a n s z e j s e d i j o j s i i j a sie p o s seuofiai

cabe ao E sta d o satisfazê-las, quèr ao povo em geral, quer, p a r­ ticularm ente, ao seu funcionalism o, do qual depende, em grande p arte, o êxito da A dm inistração P ública.

C oncluím os, pois, pelo acêrto da iniciativa que visa à fusão ou com pilação de tô d as a s leis ex tra v ag an te s (em relação ao E sta tu to , já se v ê ) , porque suas prem issas nos levam à ilação de que a sim plicidade decorrente da ofganização favorecerá a solução, rá p id a e exata, dos problem as do funcionalism o, colo­ cando adem ais a A dm inistração P ública nas condições ideais que propiciam a realização do "bem com um .’’

Referências

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