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ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA EM SUBÁREAS SELECIONADAS DA PRODUÇÃO ACADÊMICA STRICTO SENSU SOBRE O CAFÉ BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1998 A 2012

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Academic year: 2021

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Resumo: a compreensão sobre a complexidade dos fluxos produtivos para a análise da geração de valor e organização da produção de café, sua importância relati-va para o desenvolvimento nacional e as constantes reestruturações pelas quais passa tornam relevante conhecer a pesquisa realizada por acadêmicos sobre sua produção e comercialização. Nesta intenção, este artigo propõe verificar as carac-terísticas da produção científica através de dissertações e teses sobre a temática “café” publicadas no Caderno Indicadores da CAPES nas subáreas de Administra-ção, Economia e Planejamento Urbano e Regional no Brasil, entre 1998 a 2012. Trata-se de pesquisa bibliométrica de caráter descritivo, com abordagem predomi-nantemente quantitativa da produção científica. Dentre as principais constatações foram registradas 113 dissertações e 11 teses, majoritariamente escritas na subárea de Administração e predominantemente localizadas na Região Sudeste do país, sem comprovação das Leis Bibliométricas de Bradford e Price. Finalizando, as dissertações e teses pesquisadas abordaram aspectos parciais sobre o agronegócio. Palavras-chave: Café. Agronegócio.Bibliometria. Estrutura-Conduta-Desempenho. BIBLIOMETRIC ANALYSIS IN SELECTED SUB-AREAS OF ACADEMIC PRODUCTION STRICTO SENSU ON BRAZILIAN COFFEE IN THE PERIOD 1998 TO 2012

Abstract: understanding the complexity of production flows for the analysis of value generation and organization of coffee production, its relative importance for national development and the constant restructuring through which it passes makes it relevant to know the research carried out by academics about its production and marketing. In this intention, this article proposes to verify the characteris-tics of scientific production through dissertations and theses on the theme “coffee” published in the CAPES Indicators Notebook in the subareas of Administration, Economy and Urban and Regional Planning in Brazil, between 1998 and 2012.

Carlos Moisés Oliveira Chaves, Laumar Neves de Souza, José Gileá de Souza

ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA

EM SUBÁREAS SELECIONADAS

DA PRODUÇÃO ACADÊMICA

STRICTO SENSU SOBRE

O CAFÉ BRASILEIRO NO

PERÍODO DE 1998 A 2012*

eISSN: 2448-0460. DOI 10.18224/baru.v6i1.7993 AR TIGO

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This is a descriptive bibliometric research, with a predominantly quantitative approach to scien-tific production. Among the main findings were recorded 113 dissertations and 11 theses, mostly written in the Administration subarea and predominantly located in the Southeast of the country, without proof of the Bradford and Price Bibliometric Laws. Finally, the dissertations and theses researched addressed partial aspects about agribusiness.

Keywords: Coffee. Agribusiness. Bibliometry. Structure-Conduct-Perfomance.

ANÁLISIS BIBLIOMÉTRICO EN SUB ÁREAS SELECCIONADAS DE LA PRODUCCIÓN ACADÉMICA ESTRICTO SENSU SOBRE CAFÉ BRASILEÑO EN EL PERÍODO 1998 A 2012

Resumen: lacomprensión de lacomplejidad de losflujosproductivos para elanálisis de lagenera-ción de valor y laorganizalagenera-ción de laproduclagenera-ción de café, suimportancia relativa para eldesarrollo nacional y la constante reestructuración que experimenta hace relevante conocerlainvestigación realizada por los académicos sobre suproducción y comercialización. Conestaintención, este ar-tículo propone verificar las características de laproducción científica a través de disertaciones y tesis sobre el tema “café” publicado enlasección de Indicadores CAPES enlas subáreas de Ad-ministración, Economía y Planificación Urbana y Regional en Brasil, entre 1998 y 2012. Esta es una investigación bibliométrica descriptiva, conun enfoque predominantemente cuantitativo de laproducción científica. Entre losprincipaleshallazgos, se registraron 113 disertaciones y 11 tesis, ensumayoría escritas enla subárea de Administración y ubicadas predominantemente enla Región Sudeste del país, sinprueba de las Leyes Bibliométricas de Bradford y Price. Finalmente, lasdiser-taciones y tesis investigadas abordaron aspectos parciales de losagronegocios.

Palabras clave: Café.Agronegocios.Bibliometría.Estructura-Conducta-Rendimiento.

A

análise da produção agrícola não pode mais ignorar as conexões entre os di-ferentes segmentos produtivos envolvidos desde a indústria de insumos até o consumidor-final. Especialmente, após Davis e Goldberg (1957) desvendarem os fluxos produtivos envolvidos e cunharem o termo agribusiness, demonstrando que a avaliação da produção agrícola deve ser contínua ao longo de toda a cadeia produtiva.

Esta forma de estudar a produção agrícola, embora seja mais complexa, contribui em dois sentidos principais, a saber. O primeiro é o reconhecimento de que a geração de valor agrícola é fruto da cooperação entre diferentes agentes econômicos que atuam em diversos setores da economia (ZYLBERSZTAJN; GIORDANO, 2015). Por isto, a análise da produção e dos valores gerados deve ser feita por toda a extensão da cadeia produtiva. O segundo sentido é que a atividade agropecuária, normalmente utilizada como exemplo de mercado em competição perfeita, passa a ser percebida como um sis-tema produtivo em que seus integrantes possuem assimetrias de tamanhos, capacidades e poderes capazes de influenciar toda a cadeia de produção, numa relação causal e bidi-recional entre o número e o tamanho dos agentes (estrutura do mercado), a forma ou a ausência de concorrência entre eles (conduta) e os resultados alcançados (desempenho) (MORAES, 2015).

Em relação a este último aspecto, as exportações de café, no ano de 2018, corres-ponderam a 5,49% do saldo da balança comercial agrícola nacional, ocupando a quinta posição entre os demais segmentos exportadores agropecuários. Esta participação deve se alterar, uma vez que até o ano 2028 se projeta crescimento de 23,1% da produção

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na-cional e ampliação em mais de 17% das exportações, considerando as vendas externas de café solúvel (MAPA, 2018; 2019).

A participação relativa do café nas exportações agrícolas e as perspectivas de evo-lução apontam para a importância deste segmento no desenvolvimento nacional, que ocorrerá segundo Lins (2013) num contexto de aprofundamento dos fluxos econômicos mundiais, com ampliação da concorrência implicando numa dinâmica constante de rees-truturação da atividade econômica.

Considerando a representatividade da cadeia produtiva do café nas atividades que possibilitam o desenvolvimento econômico, financeiro e social, Souza (2018), realizou levantamento bibliométrico sobre as dissertações e teses publicadas na área de Adminis-tração entre os anos de 2007 a 2017, ressaltando características como autoria, subtemas e esferas de análise, destacando: boa prática, consumo, gestão, internacionalização e estra-tégia das empresas.No entanto, o acesso a esse conteúdo está vedado.

Sendo assim, e considerando a complexidade dos fluxos e a relevância do segmento produtivo do café nacional, que está continuamente exposto a concorrência internacional, se considera relevante conhecer e compreender o que é publicado pelas dissertações e teses no Brasil. Daí surge a seguinte questão de pesquisa: quais são as características das dissertações e teses divulgadas que tratam da temática “café”, nos Programas de Pós-Graduação (PPG’s) stricto sensu nas áreas de Administração, Economia e Planejamento no Brasil? Assim, o objetivo deste artigo é verificar as características da produção científica através de dissertações e teses publicadas sobre a temática “café” em PPGsstricto sensu em Administração, Economia e Planejamento no Brasil, no período de 1998 a 2012.

Além desta introdução, este artigo apresenta rapidamente noções sobre bibliometria para, em seguida, expor os aspectos metodológicos e a discussão dos resultados obtidos. Finaliza-se com as considerações finais.

O ESTADO DA ARTE E A CONTRIBUIÇÃO DA BIBLIOMETRIA

São chamados de estudos sobre o “estado da arte” aqueles que têm a pretensão de contribuir com a análise da evolução da produção científica e do estado de conhecimento de um campo específico, buscando revelar quais aspectos e dimensões vêm sendo desta-cados e privilegiados em diferentes épocas e lugares e de que forma e em quais condições têm sido realizadas as publicações científicas (ANTONELLO, 2002; FERREIRA, 2002).

Embora estudos sobre o estado da arte carreguem estas aspirações, não se deve perder de vista que a geração de conhecimento ocorre em movimentos ininterruptos que renovam a produção científica de determinada área. Ainda assim, são importantes por promoverem debates sobre o avanço da ciência e tecnologia, referenciando estudos que possam aprimorar, renovar e impulsionar o conhecimento na área científica pesquisada (TEIXEIRA, 2006; WENNINGKAMP, 2015).

A expressão bibliometria, por seu turno, é definida como:

[...] uma técnica quantitativa e estatística para medir índices de produção e disseminação do conhe-cimento, bem como acompanhar o desenvolvimento de diversas áreas científicas e os padrões de autoria, publicação e uso dos resultados de investigação (COSTA et al., 2012, p. 1).

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Logo, se depreende que estudos bibliométricos buscam quantificar, descrever e prognosticar o processo de comunicação escrita, identificando padrões de comportamen-to estatísticos das publicações, instituídos em princípios, a saber: Lei de Lotka, Lei de Brandford, Lei de Zipf (MACHADO JÚNIOR et al., 2016).

A Lei de Lotka busca descrever a relação inversa entre a produtividade e o número de autores. E, desde 1926 norteou a elaboração de muitos estudos investigativos sobre a produtividade dos autores (Machado et al., 2016; Alvarado, 2002). Embora, Rao (1986, apud ARAÚJO, 2006, p.14), aponte que testes estatísticos não a confirmem. O que deter-minou inúmeros aperfeiçoamentos a essa lei, dentre os quais o de maior destaque foi feito por Derek J. de SollaPrice desenvolvendo estudos entre 1965 e 1971 (ARAÚJO, 2006).

De acordo com Alvarado (2009, p. 70), a Lei do Elitismo de Price diz que “se k repre-senta o número total de contribuintes numa disciplina, reprerepre-sentaria a elite da área estu-dada, assim como o número de contribuintes que gera a metade de todas as contribuições”. No caso deste artigo, serão considerados como “contribuintes” os(as) professores(as)--orientadores(as) das dissertações e teses, uma vez que o mesmo professor(a)-orientador(a) pode aconselhar o mesmo tema/assunto mais de uma vez, enquanto os autores das disserta-ções e teses devem produzir um trabalho inédito.

A segunda lei da bibliometria foi estabelecida, em 1934, por Bradford ao realizar uma série de estudos numa coleção de periódicos sobre geofísica percebendo que sempre um núcleo menor de periódicos se relacionava de maneira próxima ao assunto, enquanto o inverso ocorria com um núcleo maior de periódicos sobre o tema. Com o ordenamen-to de uma grande coleção de periódicos em ordem de produtividade decrescente a um dado conteúdo, três núcleos apareceram, cada um contendo 1/3 do total das publicações relevantes (ARAÚJO, 2006). Neste artigo, a variável proxy para periódicos foram as Ins-tituições de Ensino Superior (IES), nas quais os PPG’s publicaram dissertações e teses.

A terceira lei da bibliometria é a Lei de Zipf, formulada em 1949, que descreve a relação entre palavras num determinado texto suficientemente grande e a ordem de série destas palavras (contagem de palavras em largas amostragens), demonstrando que a po-sição de uma palavra no texto multiplicada pela sua frequência era igual a uma constante de aproximadamente 26.500 (ARAÚJO, 2006).

Apesar da possibilidade positiva de verificação da Lei de Zipf neste artigo, ela não se constituiu em objeto de atenção por dois motivos. O primeiro foi a exiguidade de es-paço para a discussão do conteúdo; e, segundo, porque de acordo com Machado Júnior et al. (2016) as Leis de Bradford, Zipf, e Lotka, aperfeiçoada por Price, podem ser utilizadas individualmente ou combinadas sem prejuízos na interpretação de seus resultados. ASPECTOS METODOLÓGICOS

O presente estudo é caracterizado como bibliométrico, de caráter descritivo, pois descreve as características bibliométricas relacionadas aos estudos sobre o tema café na-cional (GIL, 2010). Em razão disto, a abordagem foi predominantemente quantitativa da produção científica, por meio do número de autores, teses e dissertações, PPG’s, dentre outros, que se constituiu no ponto central da bibliometria.

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Esta pesquisa toma como fonte básica de pesquisa as listas de dissertações e teses publicadas pelos PPGs reconhecidos e fornecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no campo “Caderno de Indicadores”, integrados na grande área de Ciências Sociais Aplicadas pelas subáreas de Administração, Ciên-cias Contábeis e Turismo (Administração), Economia e Planejamento Urbano e Regional (Planejamento), entre 1998 a 2012, abrangendo a integralidade do intervalo temporal disponibilizado (CAPES, 2019).

Outras delimitações foram impostas a este artigo pelas razões que seguem. Primei-ro, as subáreas escolhidas são as que melhor se relacionam com a temática deste artigo. Além disso, a opção por dissertações e teses publicadas em PPG’s decorre do entendi-mento de Souza et al. (2013, p. 564) de que “[...] as teses e dissertações são importan-tes componenimportan-tes na disseminação do conhecimento científico produzido no stricto sensu [...]”. E, por fim, a seleção das dissertações e teses ocorreu pela leitura dos títulos, que na orientação de Ferreira (2002, p. 261) “[...] devem dar a ideia a mais exata possível do conteúdo do setor que intitulam”.

Neste sentido, os títulos deveriam conter em qualquer parte palavras que pudessem guardar relação com os temas café, agronegócio e o paradigma Estrutura-Conduta-Desem-penho, sendo as seguintes palavras escolhidas: café, estrutura, conduta, desemEstrutura-Conduta-Desem-penho, per-formance, estratégia, agricultura, agronegócio, agroindústria, agribusiness, cadeia-agroin-dustrial, desenvolvimento e desenvolvimento regional. Guardando as seguintes ressalvas. Primeiro, as palavras “cadeia-agroindustrial”, “agronegócio” e “agribusiness” não trazem diferenças significativas entre si. Neste sentido, a utilização de uma ou outra na composição do título depende da preferência do autor da dissertação ou tese e da literatura que utilizou para balizar seu trabalho. Por conta disto, neste artigo se decidiu por utilizá-las separada-mente na seleção das dissertações e teses objetos de análise. Da mesma forma que as pa-lavras “conduta” e “estratégia”; “desempenho” e “performance” guardam relação. Porém, a subárea de Economia utiliza preferencialmente as palavras “conduta” e “desempenho”, enquanto Administração utiliza as palavras “estratégia” e “performance”.

A partir daí se buscou as seguintes informações para se responder as perguntas “quando”, “onde” e “quem” produziu as dissertações e teses e, assim ser possível produ-zir os indicadores bibliométricos utilizados na quantificação dos processos de comunica-ção escrita: PPG’s no nível de mestrado e doutorado acadêmicos e profissionais, cursos de pós-graduação no nível de mestrado e doutorado acadêmicos e profissionais, IES, região geográfica, unidade da federação, produção acadêmica por ano, área de avaliação, área básica, número de dissertações e teses, autor(a), título e professor(a)-orientador(a). RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observando a Tabela 1, foram publicadas 113 dissertações e 11 teses envolvendo a temática “café” em seu título, sem que houvesse nenhuma dissertação ou tese no nível profissional. A subárea de pesquisa de maior destaque foi Administração que publicou 67 dissertações e 6 teses. Majoritariamente, 87,8% das dissertações e teses estão localizadas na Região Sudeste, com a Região Nordeste ocupando a segunda posição.

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Tabela 1: Número de Dissertações e Teses, por Região, Subárea de Ciência e Nível Stricto Sensu entre 1998 e 2012

Administração Economia Planejamento

Região Total MA DO Total MA DA Total MA DA

CO 0 0 0 2 2 0 0 0 0 N 1 1 0 0 0 0 0 0 0 NE 4 4 0 2 2 0 2 2 0 S 2 2 0 2 3 0 0 0 0 SE 66 60 6 42 37 5 0 0 0 Total Geral 73 67 6 49 44 5 2 2 0

Legenda: MA = Mestrado Acadêmico; DA = Doutorado Acadêmico; CO = Centro-Oeste; N = Norte; NE = Nordeste; S = Sul; SE = Sudeste.

Fonte: Capes(2019). Nota: elaborada pelos autores.

Verifica-se na Tabela 2 que as dissertações e teses estão distribuídas entre 35 IES e que algumas delas possuem produtividade muito maior que as demais. Neste caso, a UFLA, na subárea de Administração; a UFV e USP/ESALQ, na subárea de Economia, foram excluídas para a verificação da Lei de Bradford por estarem acima da produtivida-de média verificada em cada subárea.

Assim feito, na subárea de Administração os núcleos de pesquisa foram estabele-cidos pelo somatório de dissertações e teses até o limite de 13, formando 3 núcleos, a se conhecer. O primeiro núcleo formado pela FPL, UPM, FEAD e FGV/SP. O núcleo inter-mediário formado pela UFRRJ, FGV/RJ, PUC/RJ, PUC/SP, UFU e USP. E, o núcleo mais periférico, com 13 trabalhos distribuídos igualmente entre as IES restantes.

No entanto, uma observação mais detalhada revela que os núcleos foram formados entre IES com números de publicações bastante distintos. Por isto, optou-se em estabele-cer outros núcleos principal e periféricos na produção de dissertações e teses com o tema “café” que possuem quantidades de dissertações e teses mais semelhantes entre si. De forma análoga se nota na subárea de Economia.

Desta forma, na subárea de Administração o primeiro núcleo foi estabelecido pelas FPL e UPM, com 4 dissertações cada uma. A primeira extensão foi formada pelas FEAD e UFRRJ, cada uma com 3 dissertações e pela FGV/SP com 2 dissertações e uma tese. A segunda extensão foi formada pelas FGV/RJ, PUC/SP, UFU e USP, cada uma delas com 2 dissertações e pela PUC/RJ com 2 teses. E o grupo menos produtivo foi formado pelas treze IES restantes com uma dissertação cada uma. Ou seja, na subárea de Administração, contando com a UFLA, podem ser classificados 5 núcleos em ordem decrescente de produtividade.

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Tabela 2: Distribuição de Dissertações e Teses por Subárea de Ciência e Instituição de Ensino Superior entre 1998 e 2012

continua...

Instituição de Ensino Superior Sigla da IES UF Administração Economia Planejamento

T ME DO T ME DO T ME DO

Univ. Fed. de Lavras UFLA MG 33 30 3 - - -

-Fac. Pedro Leopoldo FPL MG 4 4 - - -

-Univ. Presbiteriana Mackenzie UPM SP 4 4 - - -

-Fac. de Estudos Administrativos

de MG FEAD SP 3 3 - - -

-Fund. Getúlio Vargas FGV SP 3 2 1 - - -

-Univ. Fed. Rural Rio de Janeiro UFRRJ RJ 3 3 - - -

-Fund. Getúlio Vargas FGV RJ 2 2 - 1 - - - -

-Pontifícia Univ. Católica PUC RJ 2 - 2 - - -

-Pontifícia Univ. Católica PUC SP 2 2 - 1 - - - -

-Univ. Federal de Uberlândia UFU MG 2 2 - 1 - - - -

-Univ. de São Paulo USP SP 2 2 - 1 - - - -

-Fac. de Ciênc. Econômicas,

Admi-nistrativas e Contábeis de Franca FACEF SP 1 1 - - -

-Fac. Novos Horizontes FNH MG 1 1 - - -

-Inst. Brasileiro de Mercado de

Capitais IBMEC RJ 1 1 - 1 - - - -

-Univ. Estadual de Maringá UEM PR 1 1 - - -

-Univ. Fed. da Bahia UFBA BA 1 1 - - -

-Univ. Fed. do Paraná UFPR PR 1 1 - 1 - - - -

-Univ. Fed. Rural de Pernambuco UFRPE PE 1 1 - - -

-Univ. Estácio de Sá UNESA RJ 1 1 - - -

-Univ. Salvador UNIFACS BA 1 1 - - - - 2 2

-Univ. Fortaleza UNIFOR CE 1 1 - - -

-Univ. Nove de Julho UNINOVE SP 1 1 - - -

-Univ. Fed. de Rondônia UNIR RO 1 1 - - -

-Centro Universitário Salesiano de

São Paulo UNISAL SP 1 1 - - -

-Subtotal Administração 73 - - - -

-Univ. Fed. de Viçosa UFV MG - 16 14 2 - -

-Esc. Sup. de Agricultura Luiz de

Queiroz USP/ESALQ SP - 10 9 1 - -

-Univ. Estadual de Campinas UNICAMP SP - 5 4 1 - -

-Univ. Fed. do Espírito Santo UFES ES - 3 3 - - -

-Univ. Fed. do Ceará UFC CE - 2 2 - - -

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-Pontifícia Univ. Católica PUC RS - 1 1 - - -

-Soc. Brasileira de Instrução SBI RS - 1 1 - - -

-Univ. Católica de Brasília UCB DF - 1 1 - - -

-Univ. Fed. do Rio Grande do Sul UFRGS RS - 1 1 - - -

-Univ. de Brasília UNB DF - 1 1 - - -

-Subtotal Economia 49 - -

-Subtotal Planejamento 2

conclusão

Legenda: T = Total; ME = Dissertação; DO = Tese. Fonte: Capes (2019).

Nota: elaborada pelos autores.

Continuando, na subárea de Economia, a UNICAMP forma o primeiro núcleo pu-blicando 4 dissertações e uma tese. O segundo núcleo é formado pela UFES, com 3 dis-sertações e, a UFC e UNESP/ARARAQUARA, cada uma com 2 disdis-sertações. O terceiro núcleo é formado pelas demais 11 instituições, que publicaram 1 dissertação cada. Ou seja, contando com a UFV, que publicou 14 dissertações e 2 teses, e a USP/ESALQ, que publicou 9 dissertações e uma tese, podem ser classificados 5 núcleos de produção de dissertações e teses em ordem decrescente de produtividade.

Na subárea de Planejamento se destaca a produção da Universidade Salvador – UNIFACS, com a publicação de duas dissertações. Tornando-se núcleo monopolista na publicação de pesquisa acadêmica sobre o café nesta subárea de conhecimento. Em vir-tude destas características se torna irrelevante as verificações dos princípios de Lokta e Price.

Avançando, para verificar a Lei do Elitismo de Price, foi elaborada a Tabela 3, que está organizada de maneira que cada professor(a)-orientador(a) tenha produtividade igual na colaboração em dissertações e teses obtida pela razão entre a quinta e segunda colunas.

Na subárea de Administração a elite produtiva é formada pelos professores Luiz Gonzaga de Castro Júnior, Antônio Carlos dos Santos, Luiz Marcelo Antonialli, Dióge-nes Manoel Leiva Martin, José Carlos dos Santos Jesus, Rosa Teresa Moreira Machado e Edgar Alencar, que, em conjunto, orientaram 26 dissertações e uma tese, ou 37% do total das dissertações e teses publicadas. Ou seja, uma participação bastante distante dos 50% das contribuições apregoado pela Lei do Elitismo de Price.

A este respeito Coile (1977, apud ALVARADO, 2009, p. 71), com dados proceden-tes de 15 áreas científicas diferenproceden-tes, percebeu que o grupo de elite dessas áreas produziu uma proporção que parte de 9% (entomologia) até 38% (matemática) dos trabalhos cien-tíficos; e que os dados sobre a produtividade científica com as demais áreas pesquisadas sugerem que a raiz quadrada do total dos autores produz, em média, 25% do total dos artigos. Logo, o resultado encontrado na subárea de Administração se assemelha aos re-sultados encontrados por Coile.

Em Economia se observa a mesma coisa. Ou seja, o grupo de elite formado pelos professores(as)-orientadores(as) Fernando Curi Peres, Marília Fernandes Maciel Gomes, Orlando Monteiro da Silva, Sônia Maria Leite Ribeiro do Vale, José Vicente Caixeta

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Fi-lho e Lígia Maria Osório Silva orientaram 14 dissertações e 2 teses, ou 32,6% do total. Portanto, distante dos 50% apregoados pela Lei do Elitismo de Price e próximos dos resultados encontrados por Colie.

Tabela 3: Distribuição das Dissertações e Teses por Subárea de Ciência e por Professor e Professora-Orientadora, entre 1998 e 2012

Professores(as)-Orientadores(as) na Área de Administração NP ME DO TO

Luiz Gonzaga de Castro Júnior 1 8 - 8

Antônio Carlos dos Santos, Luiz Marcelo Antonialli 2 7 1 8

Diogenes Manoel Leiva Martin, José Carlos dos Santos Jesus, Rosa Teresa Moreira

Machado 3 9 - 9

Edgard Alencar, ErnandoAntonio dos Reis, Jorge Cláudio Cavalcante de Oliveira Lima, Ricardo de Souza Sette, Ricardo Pereira Reis, Rubens da Costa Santos, Tarcísio Afonso

7 12 2 14

Alexandre LuzziLas Casas, Antônio João dos Reis, M. Cavalcante, Danielle Miranda de Oliveira Arruda Gomes, Décio Zylbersztajn, Eduardo André Teixeira Ayrosa, Eva Stal, George Bedinelli Rossi, German Torres Salazar, Gilberto Wildberger de Almeida, Helene Bertrand, Horst DieterMöller, Ivan Dutra, Joel YutakaSugano, Jorge Ferreira da Silva, Jorge Garcia, José Alves de Castro, José Francisco Calil, José Mário Parto Guimarães, José Roberto Ribas, Juliano Lima Pinheiro, Marcos Affonso Ortiz Gomes, Maria Sylvia MacchioneSaes, Mauro Calixta Tavares, Maxwel Ribeiro Moreira, Múcio Tosta Gonçalves, Norberto A. Torres, Pedro Valentim Marques, Rodrigo Ladeira, Rogério Sobreira, Sergio Bulgacov, Theophilo Alves de Souza Filho, Vânia Maria Jorge Nassif, Wendel Alex Castro Silva.

34 31 3 34

Subtotal da Área de Administração 47 67 6 73

Professores(as)-Orientadores(as) na Área de Economia

Fernando Curi Peres, Marília Fernandes Maciel Gomes, Orlando Monteiro da Silva,

Sônia Maria Leite Ribeiro do Vale 4 12 - 12

José Vicente Caixeta Filho, Lígia Maria Osório Silva, Maurinho Luiz dos Santos,

Ricardo Schirota 4 6 2 8

Adolfo Sachsida, Afonso Arinos de Melo Franco, Altair Dias de Moura, Antônio César Ortega, Arlindo Villaschi Filho, Carlos Antônio Moreira Leite, Carlos Eduardo Lobo e Silva, Carlos Guilherme Adalberto Mielitz Netto, Danilo Rolim Dias Aguiar, Emanuel Augusto Rodrigues Ornelas, Gutemberg Hespanha Brasil, João Gomes Martines Filho, Jorge Madeira Nogueira, José Flávio Motta, José Ricardo Barbosa Gonçalves, Julio Manuel Pires, Marcelo José Braga, Maria Alice Rosa Ribeiro, Maria de Fátima M. Gomes, Maria Irles de Oliveira Mayorga, Maria Lucia Lamounier, Nilson Maciel de Paula, Pedro Valentim Marques, Robério Telmo Campos, Sigismundo Bialoskorski Neto, Sônia Maria Dalcomuni, A. A. Villela, Walter Belik, Wilson Cano

29 26 3 29

Subtotal Área de Economia 37 44 5 49

Professores Orientadores Área de Planejamento

NoelioDantaslé Spínola; Alcides dos Santos Caldas 2 2 - 2

Subtotal Área de Planejamento 2 2 - 2

Total Geral 86 113 11 124

Legenda: NP = Número de Professores(as) -Orientadores(as); TO = Total; ME = Dissertações; DO = Teses Fonte: Capes (2019).

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No entanto, com uma observação mais criteriosa na Tabela 3 se percebe que fa-zem parte do grupo de elite professores(as)-orientadores(as) com produtividade idênti-ca ao professor(a) menos produtivo do penúltimo grupo, e que uma grande parte dos professores(as)-orientadores(as) realizaram apenas uma orientação. Logo, os dados da Tabela 3 tendem a indicar outro tipo de formação de grupo de produtividade.

Na subárea de Administração o grupo de elite deve ser formado por, além dos professores(as)-orientadores(as) já elencados, também pelos professores e Ernando Antô-nio dos Reis, Jorge Cláudio Cavalcante de Oliveira Lima, Ricardo de Souza Sette, Ricar-do Pereira Reis, Rubens da Costa Santos e Tarcísio Afonso. Este grupo expandiRicar-do totaliza 36 dissertações e 3 teses publicadas, cerca de 53,4% do total das 67 dissertações e 6 teses, aproximando o grupo de elite dos 50% das contribuições. O grupo menos produtivo é formado pelos 34 professores(as)-orientadores(as) que colaboraram em 31 dissertações e 3 teses.

Em Economia, a expansão do grupo de elite já mencionado incluiria os professores Maurinho Luiz dos Santos e Ricardo Schirota, ambos com 2 contribuições em disserta-ções, totalizando, agora, 18 dissertações e 2 teses, correspondendo a 40,8% das 44 disser-tações e 5 teses publicadas nesta subárea. Este grupo de elite ampliado embora ainda não atinja o percentual determinado por Price, possui uma produtividade mais alta do que a média de produtividade identificada por Coile, que é igual a 25%.

A seguir, na Tabela 4, estão listadas as palavras utilizadas para seleção das disser-tações e teses publicadas, bem como a frequência de repetição de cada uma. A leitura dos títulos foi realizada para que se pudesse identificar da forma mais fidedigna o que foi abordado sobre a temática “café”.

Tabela 4: Seleção e Frequência de Palavras nos Títulos das Dissertações e Teses, Por Subárea de Ciência entre 1998 e 2012

Subáreas de Ciências Sociais

Aplicadas

Café Estrutura Conduta Desempenho Performance Estratégia Agricultura Agronegócio Agroindústria Agribusiness Cadeia Agroindustrial Desenvolvimento Regional Desenvolvimento

Administração 73 3 0 1 0 8 0 2 0 2 6 0 0

Economia 49 2 0 2 0 1 1 1 0 0 2 0 0

Planejamento 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Total 124 5 0 3 0 9 1 3 0 2 9 0 0

Fonte: Capes (2019).

Nota: compilada pelos autores.

Na subárea de Administração a palavra “estratégia” foi utilizada em oito títulos dife-rentes. De maneira ampla, as dissertações e teses que a utilizaram buscaram relatar as for-mas de diferenciação do produto, as práticas nacionais e internacionais de comercialização que resultassem na melhor forma de realizar a produção e/ou a ampliação do consumo.

Já com a palavra “estrutura” se procurou descrever o conjunto de agentes que constituíam o agronegócio do café, identificando estruturas de governança (interna e

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externa) que permitissem maiores possibilidades de desenvolvimento e inovação de seus agentes.

Os trabalhos que utilizaram as palavras “agronegócio”, “agribusiness” e “cadeia-agroindustrial”, de maneira geral, descreveram as características básicas da estrutura, transações, contratos, coordenação, modernização, tecnologia, competição e colaboração entre os agentes do agronegócio do café, com o fim de identificar as dinâmicas de desenvolvimento, as estratégias de marketing, bem como os fatores que determinam a competitividade do café.

Nos trabalhos cujos títulos utilizaram a palavra “desempenho”, por sua vez, bus-caram identificar quais os recursos explibus-caram as alterações das variáveis associadas ao rendimento das propriedades cafeeiras como produção, produtividade, área plantada, área colhida, rentabilidade, número de pessoas empregadas, dentre outras.

A palavra “café”, presente em todos os títulos, se relacionou a outros diversos temas das dissertações e teses que não foram contemplados na Tabela 4. De uma maneira geral, foram os seguintes assuntos pesquisados: gestão, espaçamento entre plantas, logística, comportamento do consumidor, riscos de transações nos mercado à vista e futuro do café, limites para entrada e saída de investimentos na lavoura, história de introdução regional do café, custos de produção e estocagem, processo de internacionalização das empresas, padrão de concorrência e competitividade, perfil do agricultor, ambiente de inovação e difusão de tecnologia, programas de certificação e criação de vantagens competitivas, implantação de indicadores de risco e de desempenho na comercialização, análise sobre integração de mercados produtores e consumidores, cooperativas de produtores, políticas públicas, identificação de tributos, dentre outros.

Na subárea de Economia, os trabalhos cujos títulos trouxeram a palavra “estrutura” discorreram sobre o crescimento da cafeicultura e os fatores institucionais que levaram a integração vertical da indústria para a produção de café. Enquanto os títulos com a pa-lavra “desempenho” avaliaram indicadores econômicos e financeiros influenciados por programas de gestão de qualidade na indústria de café e pelo impacto de variáveis ma-croeconômicas.

Os títulos que utilizaram a palavra “cadeia-agroindustrial” examinaram e caracte-rizaram os segmentos produtivos do café sob o enfoque da teoria dos custos de transação e, também, a geração e apropriação de renda gerada entre os agentes. Nos trabalhos com a palavra “agronegócio” se tratou da convergência das inovações nas áreas de nanotecno-logia, biotecnonanotecno-logia, tecnologias de informação e cognição, através do desenvolvimento da “língua eletrônica” e seu papel nos programas e esforços de melhoria da qualidade do café no Brasil.

Nas pesquisas que utilizaram a palavra “estratégia” discorreu-se sobre a hipótese de que a conduta dos agentes exportadores comprometia o crescimento do segmento pro-dutivo. No caso das pesquisas com a palavra “agricultura” abordou-se o tema inovação tecnológica com a introdução do café conillon e sua reprodução vegetativa via mudas clonais no estado do Espírito Santo.

Enfatize-se, neste ponto, que a palavra “café”, também presente em todos os títulos das dissertações e teses da subárea de Economia, se relacionou a diversos temas, como:

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competitividade internacional, relação contratual, estrutura de governança e produção de cafés especiais, mecanização, relações de trabalho e emprego rural, diversificação co-mercial, barreiras comerciais, relação e integração entre mercados internos e externos, políticas públicas de estoques, custos de transação, análise de riscos; avaliação de siste-mas de produção, condicionantes para a exportação de café mercados futuros e hedging; transição entre a produção de café para leite, avaliação econômica da irrigação, evolução do mercado interno, logística de exportação, novos condicionantes da demanda interna e internacional, tecnologia da informação em cooperativas de produtores, dentre outros. Foram tratados os seguintes temas focalizando o café a partir do século XIX: a história ambiental do café, a gestação da economia cafeeira, dinâmicas regionais, políticas de defesa da produção e a decadência produtiva.

Ao realizar levantamento semelhante na subárea de Planejamento Urbano e Re-gional se pôde constatar a existência de duas dissertações com temas distintos. Uma de-las abordou o tema mercado futuro na comercialização de commodities agrícode-las como minimizador de riscos. Já a outra dissertação buscou identificar as transformações socio-econômicas ocorridas com a atividade cafeeira na região do Planalto da Conquista, na Bahia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo levantou e verificou as características bibliométricas das dissertações e teses que tratam o tema “café” na Área de Ciências Sociais Aplicadas, especificamente nas subáreas de Administração, Economia e Planejamento, registradas pelo Caderno de Indicadores da CAPES entre 1998 a 2012.

Foram contabilizadas 113 dissertações e 11 teses, totalizando 124 teses e disserta-ções abordando a temática “café” e os fenômenos relacionados descritos de acordo com palavras selecionadas. Essas dissertações e teses estão distribuídas entre 35 IES, majori-tariamente localizadas na Região Sudeste do país. E, predominantemente, publicadas na subárea de Administração.

A Lei de Bradford não se confirmou, tal como descrita, entre as IES. Porém, ade-quando os princípios desta lei à distribuição das dissertações e teses verificada se pode classificar na subárea de Administração cinco núcleos de pesquisa com volume decres-cente de dissertações e teses. Da mesma forma, não se verificou a Lei de Bradford na subárea de Economia. No entanto, foi possível aplicar seus princípios para determinar outros cinco núcleos de pesquisa ordenados em ordem decrescente pela quantidade de dissertações e teses publicadas.

Em relação a Lei do Elitismo de Price, os resultados obtidos demonstram que a produtividade do grupo de elite tanto da subárea de Administração quanto de Economia está distante daqueles preconizados por Price. Por outro lado, os dados coletados apontam, tanto para a subárea de Administração quanto Economia, que a formação dos grupos de elite deveria se guiar por outros critérios que não aqueles considerados por Price. Como, por exemplo, produtividade semelhante ou idêntica entre os(as) professores(as)-orientadores(as).

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De maneira geral, as dissertações e teses que integraram esta investigação explo-ravam a temática do café a partir de diferentes perspectivas e recortes analíticos. Na subárea de Administração se podem classificar grupos diferentes. Em um deles foram tra-tados aspectos relacionados aos ambientes de inovação e difusão tecnológica, definidos pelos programas de certificação do café, criando vantagens competitivas e alterando os perfis do agricultor e do consumidor de café. Em outro grupo se descreveu a integração dos mercados produtores e consumidores a partir do processo de internacionalização das empresas e acordos comerciais. Outra associação pode ser feita a partir das discussões sobre os riscos de transações nos mercados à vista e futuro do café e o uso de indi-cadores na determinação dos limites à entrada e à saída de investimentos na lavoura cafeeira. E, por fim, um grupo em que se discutem diversos aspectos como: estocagem, espaçamento entre plantas, gestão, logística, políticas públicas, identificação de tributos, história de introdução regional do café, dentre outros.

Da mesma forma, diversos foram os assuntos tratados sob a temática “café” na su-bárea de Economia. Em um grupo se discutiu os condicionantes para a competitividade na exportação de cafés, avaliando a estrutura de governança e produção, inclusive de ca-fés especiais, principalmente através da teoria dos custos de transação. Noutro grupo, as discussões aconteceram a partir das repercussões do desenvolvimento tecnológico sobre irrigação, a mecanização, as relações de trabalho e emprego rural, e nanotecnologia. Em um terceiro grupo se debateu as evoluções e integração dos mercados interno e externo frente a novos condicionantes da demanda e as barreiras comerciais. Num quarto grupo, com temas mais distintos, foram discutidas análises sobre riscos e mercados futuros, lo-gística, políticas públicas, transição da produção de café para pecuária leiteira, dentre ou-tros. E, por último, no quinto grupo foram tratados os seguintes temas focalizados a partir do século XIX: a história ambiental do café, a gestação da economia cafeeira, dinâmicas regionais, políticas de defesa da produção e a decadência produtiva.

Aproximando-se do fim, na subárea de Planejamento se abordou o mercado futuro como minimizador de riscos e as transformações socioeconômicas ocorridas com a ativi-dade cafeeira na região do Planalto da Conquista, na Bahia.

E, finalizando, resta dizer que não se verificou nenhuma dissertação ou tese que submetesse integralmente à sua análise o paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho so-bre o agronegócio do café. Como pode ser observado pelos resultados discutidos. Notas

1 Este termo pode ser compreendido como agronegócio em tradução livre para o português.

2 A principal característica desta estrutura de mercado é que os preços são estabelecidos pela oferta e demanda de mercado, de tal forma que os produtores e/ou compradores individualmente não tem poder sobre os preços ou quantidades transacionadas no mercado, que opera em perfeito equilíbrio.

3 Esta dissertação está protegida por copyright, com todos os reservados até 29 de agosto de 2020. 4 É importante se atentar para o fato de que cada título de dissertação ou tese pode utilizar mais de uma

das palavras selecionadas.

5 Termo em inglês que designa a prática do hedge, que é um mecanismo utilizado por operadores do mercado financeiro e de commodities para se resguardarem de uma flutuação de preços (SANDRONI, 1999).

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REFERÊNCIAS

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Recebido em: 20.01.2020. Aprovado em: 26.01.2020. CARLOS MOISÉS OLIVEIRA CHAVES

Doutorando em Desenvolvimento Regional e Urbano pelo Programa de Pós-Graduação em De-senvolvimento Regional e Urbano na Universidade Salvador (UNIFACS). Mestre em Economia Rural pela Universidade Federal de Viçosa.Graduado em Economia. Professor na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. E-mail: cchaves@hotmail.com

LAUMAR NEVES DE SOUZA

Doutor em Ciências Sociais. Professor no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Re-gional e Urbano da Universidade Salvador (UNIFACS). Pesquisador do Grupo de Estudos Regio-nais e Urbanos (Gerurb/CNPq). E-mail: laumar.souza@gmail.com

JOSÉ GILEÁ DE SOUZA

Doutor em Desenvolvimento Regional e Urbano. Coordenador do Mestrado em Direito, Go-vernança e Políticas Públicas da Universidade Salvador (UNIFACS). Professor na Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Pesquisador do Grupo de Estudos Regionais e Urbanos (Gerurb/ CNPq). E-mail: jgsouza@uneb.br

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Tabela 1: Número de Dissertações e Teses, por Região, Subárea de Ciência e Nível Stricto Sensu entre 1998  e 2012
Tabela 2: Distribuição de Dissertações e Teses por Subárea de Ciência e Instituição de Ensino Superior  entre 1998 e 2012
Tabela  3:  Distribuição  das  Dissertações  e Teses  por  Subárea  de  Ciência  e  por  Professor  e  Professora- Professora-Orientadora, entre 1998 e 2012
Tabela 4: Seleção e Frequência de Palavras nos Títulos das Dissertações e Teses, Por Subárea de Ciência  entre 1998 e 2012

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