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CULTURA, IDENTIDADE E SUBALTERNIDADE: UM ESTUDO ETNOGRÁFICO COM OS ALUNOS DO INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DOS SURDOS

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Academic year: 2020

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Nº 2, volume 10, artigo nº 4, Abril/Junho 2015 D.O.I: http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/v10n2a4

Data de Aceite: 11/06/2015

ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 71 de 207

CULTURA, IDENTIDADE E SUBALTERNIDADE: UM

ESTUDO ETNOGRÁFICO COM OS ALUNOS DO INSTITUTO

NACIONAL DE EDUCAÇÃO DOS SURDOS

CULTURE, IDENTITY AND SUBALTERNITY: AN

ETHNOGRAFIC STUDY WITH STUDENTS FROM NATIONAL

INSTITUTE OF EDUCATION OF DEAF PEOPLE

Rafaela Lopes Campelo1, Jacqueline de Cassia Pinheiro Lima2, Joaquim Humberto C de Oliveira3, Daniele Ribeiro Fortuna4, Márcio Luiz Corrêa Vilaça5

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UNIGRANRIO/Programa de Pós-Graduação em Letras e Ciências Humanas, Duque e Caxias, RJ, INES, Rio de Janeiro, RJ, Brasil,e-mail: rafal-campelo@hotmail.com

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UNIGRANRIO/Programa de Pós-Graduação em Letras e Ciências Humanas, Duque e Caxias, RJ, Brasil, e-mail: jpinheiro@unigranrio.com.br

3

UNIGRANRIO/Programa de Pós-Graduação em Letras e Ciências Humanas, Duque e Caxias, RJ, Brasil, e-mail: jhumbertoo@uol.com.br

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UNIGRANRIO/Programa de Pós-Graduação em Letras e Ciências Humanas, Duque e Caxias, RJ, Brasil, e-mail: drfortuna@hotmail.com

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UNIGRANRIO/Programa de Pós-Graduação em Letras e Ciências Humanas, Duque e Caxias, RJ, Brasil, e-mail: marcio.vilaca@unigranrio.com.br

Resumo – A Antropologia contribuiu diretamente para o desenvolvimento

de pesquisas sobre cultura e identidade. Se, no começo, a Antropologia se dedicava a estudar as sociedades distantes, com o passar do tempo, o foco passou a ser a própria sociedade da qual o antropólogo faz parte. Assim, é crescente o número de estudos que pretender lançar olhares sobre

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 72 de 207 diferentes culturas, muitas vezes na busca da compreensão de identidades. O foco do nosso estudo brevemente discutido deste artigo é um pequeno excerto de um estudo etnográfico que vem sendo realizado com alunos do Instituto Nacional de Surdos (INES), no Rio de Janeiro, tendo como preocupação principal as questões culturais e identitárias que envolvem o tema e sua relação com a questão da subalternidade.

Palavras-chave: Cultura. Identidade. Subalternidade. Surdo. Education.

Abstract – Anthropology contributed directly to the development of research

on culture and identity. If, in the beginning, Anthropology was dedicated to study distant societies, over time, the focus shifted to the very society of which the anthropologist is a part. Thus, an increasing number of studies that aims to provide views on different cultures, often in the search for understanding identities. The focus of our study, briefly discussed this article, is a little excerpt from an ethnographic study being carried out with students of the National Institute of Education of Deaf People (INES), in Rio de Janeiro, considering as the main concern the cultural and identity issues involving the subject and its relation to the issue of subalternity.

Keywords: Culture. Identity. Subalternity. Deaf People. Education.

1. Introdução

A natureza sempre foi um dos focos principais – senão o principal – das Ciências em geral. Apenas recentemente, no final do século XVIII, é que o homem passou a ser objeto de conhecimento. Tal interesse culminou com o surgimento da Antropologia na Europa.

Inicialmente, a Antropologia estudava as populações que não pertenciam à civilização ocidental e a pesquisa era muito mais de natureza teórica do que empírica. Naquele momento, os antropólogos raramente recolhiam eles mesmos os materiais analisados. Predominava uma visão etnocêntrica, segundo a qual as populações pesquisadas estavam em estágios inferiores da civilização.

Somente na virada do século XIX para o século XX, inicia-se uma prática antropológica. A etnografia passa a fazer parte do trabalho do antropólogo: era necessário que ele, pessoalmente, fosse ao campo da sua pesquisa para recolher material e descrever meticulosamente tudo o que era observado. Ainda assim, salientamos que muito da natureza influenciava esses novos antropólogos. Era a

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 73 de 207 passagem da antropologia física para a social, muito baseada no conceito de darwinismo social.

Também fez parte da transformação da Antropologia uma mudança do objeto e também da forma como o antropólogo via este objeto. Se, no começo, a Antropologia se dedicava a estudar as sociedades distantes, com o passar do tempo, o foco passou a ser a própria sociedade da qual o antropólogo faz parte. Todas as sociedades, então, começaram a merecer a atenção do antropólogo.

Em relação à maneira pela qual a Antropologia via o seu objeto, o etnocentrismo, gradativamente, foi dando lugar à noção de relativismo cultural. De acordo com Marconi e Presotto (2013, p.17): “A relatividade cultural ensina que uma cultura deve ser compreendida e avaliada dentro dos seus próprios moldes e padrões, mesmo que estes pareçam estranhos e exóticos”.

Assim, nenhuma sociedade ou cultura podia ser considerada superior à outra. Cada uma devia ser vista dentro da sua totalidade e deveria ser comparada somente a sociedades e culturas semelhantes. As comparações passavam de vertical para horizontal.

Se tudo passou a ser foco da Antropologia, as diferentes comunidades existentes dentro de uma cidade, por exemplo, podem ser alvo de um estudo etnográfico. E o antropólogo, ao observá-las, não pode considerar-se superior às pessoas que fazem parte de sua pesquisa ou identificar-se com elas. Ele deve, sim, procurar tornar seu olhar „familiar‟ – se ele se sentir muito distante – ou „exótico – se houver algum tipo de proximidade a elas.

Feitas estas observações iniciais, apresentamos o foco do nosso estudo: um pequeno excerto de um estudo etnográfico que vem sendo realizado com alunos do Instituto Nacional de Surdos (INES), no Rio de Janeiro, tendo como preocupação principal as questões culturais e identitárias que envolvem o tema e sua relação com a questão da subalternidade.

Antes de abordá-lo mais a fundo, entretanto, é importante tecer algumas considerações relativas à cultura e à identidade e a maneira pela qual se manifestam no Instituto Nacional de Educação (INES). Cabe salientar que a autora principal deste artigo é funcionária da Instituição e, atualmente, desenvolve pesquisa sobre os surdos, para sua dissertação no mestrado de Letras e Ciências Humanas

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 74 de 207 da Universidade Unigranrio, no Rio de Janeiro.

2. Um pouco sobre o tema

Este estudo é resultado do nosso interesse em pesquisar, de forma mais aprofundada, as questões relativas à surdez e aos reflexos dessa alteridade na construção do sujeito. Pretende-se investigar os elementos que contribuem para a formação da chamada identidade surda1, bem como a importância desse aspecto para a compreensão da significação do corpo para o surdo. O corpo visto como o “recinto do sujeito”2

(BRETON, 2003, p.18) passa a lhe ser um lugar estranho devido, em alguns casos, ao estigma da deficiência. Para isso, investigamos a influência do pensamento voltado ao orgulho das características próprias dos surdos e como esse movimento intelectual da comunidade viabilizou uma defesa de seu espaço na sociedade- majoritária- ouvinte.

Portanto, podemos iniciar pela dimensão da surdez vista por uma perspectiva de alteridade linguística. Essa nova forma de perceber o sujeito surdo torna-se primordial para que haja a promoção das condições necessárias à sua participação social e esta venha ocorrer de modo pleno e digno. Neste contexto, considera-se o ensino da Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS, viabilizado pela Lei 10.436/02, como forma legítima de comunicação entre o surdo e a comunidade. A partir desse elemento linguístico pretendemos, ainda, pesquisar os reflexos da eventual ausência de língua na comunicação do surdo com a família, especificamente quanto à transmissão de valores culturais referentes à morte e ao luto.

Nosso texto se apresenta como uma tentativa de analisar os aspectos culturais associados ao luto, e a perspectiva infantil surda da morte. O estudo investiga a relação antropológica das emoções demonstradas no contexto da perda na comunidade surda. Para isso, será enfatizado o papel da língua na transmissão e construção dos signos culturais. Neste momento, trataremos com exclusividade dos elementos à cerca do corpo, da morte e de seus desdobramentos na cultura surda.

1

Trata-se da constituição da identidade surda isenta do estigma da deficiência. É o orgulho em ser Surdo.

2

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3. Cultura e identidade no INES

Cultura e identidade são termos que mantêm uma profunda relação. Atualmente, é praticamente impossível refletir sobre a identidade sem pensar na cultura. A cultura, enquanto prática social (CANCLINI, 2005), faz parte de todos os momentos de nossa vida e, portanto, está intrinsecamente ligada à nossa identidade. Se cultura é forma de pensar, agir, consumir, vestir, comer e até sentir, então, os aspectos culturais são constitutivos da nossa identidade, identidade esta, vinculada ao sentido de pertencimento.

No Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), percebemos com clareza, entre os alunos, as implicações dos diferentes perfis culturais e identitários existentes no macro universo da surdez. Quando se pensa em cultura, é importante a observação dos padrões de semelhança nas ações e expressões coletivas, todavia, também, na diversidade. No micro universo da escola própria para essa comunidade, o desenvolvimento individual, como em qualquer outra escola, é muito heterogêneo, o que faz aumentar o abismo existente entre eles. Portanto, a comunidade surda do INES, em seu processo de consolidação cultural, aglutina outro grupo, que é formado por alunos com comprometimentos cognitivos, cujo desenvolvimento é diferenciado, se comparado ao surdo sem qualquer dessas implicações. Logo, a convivência social entre surdos sem problemas cognitivos e surdos com comprometimentos confere à escola maior diversidade, sob todos os aspectos. O INES é o espaço pedagógico, cuja função na educação de surdos se adequou, também, ao público com necessidades médicas maiores que as pedagógicas. É nesse cenário efervescente, misto, flexível, heterogêneo e singular, que identificamos traços culturais próprios.

A partir dessa introdução às questões do cotidiano da escola, iniciamos a análise dos impactos da heterogeneidade entre os sujeitos surdos e a constituição de uma identidade compartilhada.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 76 de 207 transportada para um “supra” espaço social em que se tem conhecimento de sua existência, todavia a expectativa de interação com suas manifestações são as menores possíveis. Os equívocos na concepção da deficiência assemelham-se à interpretação de Stuart Hall (2001) quanto à visão cultural atribuída aos lugares exóticos. Enquanto estes espaços preconizam a manutenção do estágio de intocabilidade, a surdez também passa pelo mecanismo cultural de afastamento e não compreensão de suas especificidades. Os surdos muitas vezes são vistos igualmente como exóticos pela maioria ouvinte.

Entretanto, com o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação, que permitiram o diálogo crescente entre diferentes culturas e sociedades, esse cenário de uma „possível pureza identitária‟ tornou-se ainda mais distante da realidade, principalmente quando falamos de uma identidade nacional. Nesse sentido, nota-se que a maneira pela qual o indivíduo era visto, antes enquadrado no rol dos deficientes, marginal à sociedade produtiva, em alguns casos, restrito de sua potencialidade intelectual pelo entendimento limitador da cultura majoritária, mudou. A identidade, que antes era forjada pela influência da concepção „nacional‟, não é mais sua única fonte de possibilidade. As diferentes culturas enriquecem o debate quanto à questão, viabilizando ao surdo o deslocamento dos espaços de inferioridade e minoria, inclusive favorecendo a identificação da força política do debate sobre a cultura surda, bem como outras possibilidades (HALL, 2001).

Stuart Hall (2001) avalia a cultura como um sistema mercantil em que, através de fluxos de comunicação, ocorre a mercantilização dos produtos culturais com esse fim. Cria-se, então, a possibilidade de identidades partilhadas entre pessoas afastadas no espaço e no tempo, o que resultou no esvaziamento, como dito anteriormente, das chamadas identidades “nacionais”, através da dissolução do nacional em outras formulações culturais. Para o contexto da identidade construída sobre o paradigma da deficiência, podemos citar os atuais sistemas de comunicação como fatores de transformação social. Logo, o afastamento dos padrões culturais pré-existentes permite que, atualmente, a comunidade surda se configure sob novos parâmetros e surja, a partir disso, um modelo identitário surdo brasileiro influenciado pelo contexto mundial, o que proporciona amplitude à luta pelo reconhecimento dos direitos da pessoa surda.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 77 de 207 Consideremos outro traço sobre a elaboração identitária e cultural da Contemporaneidade. Uma análise cabível é sua facilitação às práticas discriminatórias. O surdo, como outros enquadrados no amplo rol atribuído aos “deficientes”, por vezes, é tratado com paternalismo, uma vez que seu comportamento é visto como exótico e estranho. Assim, a sociedade acaba por isolar seus membros que possuem alguma diferença, nesse caso “linguística”.

Com isso, a coletividade pensa aceitar as peculiaridades das minorias, todavia não as assimila em suas instituições. Esse processo de aceitação do “outro” sem a sua interação concreta com o sistema, inicia um processo de personificação das condições de diferença aos sujeitos. Logo, a alteridade, ou a diferença, é atribuída exclusivamente à pessoa portadora de deficiência e não à própria sociedade. A surdez, partícula desse “todo”, que podemos afirmar ser a sociedade, imediatamente é abafada e restringida. Portanto, insere-se no pensamento coletivo a ideia de que a deficiência está restrita ao corpo do deficiente e não ao corpo social, quando, na verdade, o construto da vida em comunidade engloba a sanidade, a doença, o alfabetizado, a diferença, o analfabeto, o miserável; por fim, a pluralidade. Embora esteja sendo organizado um número cada vez maior de projetos de inclusão atualmente, apontamos o despreparo do sistema para lidar com essa “nova” situação sociopolítica. Trata-se do acesso social de um sujeito culturalmente declarado Surdo (com letra maiúscula) e não um surdo (letra minúscula), construído sob o estigma inferiorizante. Esse indivíduo exige, além das condições materiais necessárias à subsistência, o respeito à preservação de sua condição surda, à ampliação da comunidade, à garantia da igualdade de tratamento. Assim, além do sujeito diferenciado pelo orgulho da cultura surda, outras questões impõem desafios à modificação efetiva do sistema. Nota-se que o aprendizado dos hábitos dos surdos, de sua língua, de suas expressões culturais, também significa romper com o conforto do cotidiano de professores, pais, educadores etc.

Para reforçar nossa linha de pensamento, é preciso que vejamos na prática como certos hábitos da cultura dominante, segundo a qual o surdo ocupa um lugar de subalternidade, continuam a ocorrer.

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4. Afinal, pode o surdo falar?

Segundo Spivak (2010, p. 12), “subalterno” é todo aquele que pertence às “camadas mais baixas da sociedade constituídas pelos modos específicos de exclusão dos mercados, da representação política e legal, e da possibilidade de se tornarem membros plenos no estrato social dominante”.

Dessa forma, podemos considerar que o surdo ocupa, atualmente, uma posição de subalternidade. E tal posição parece ser reforçada em relações que, ao contrário, deveriam estimular sua autonomia.

Pensemos num caso concreto. Primeiramente, observemos a importância da maneira com que o sujeito se identifica publicamente nas relações entre surdos e ouvintes. Nota-se então a importância do modo com que o “Eu” se apresenta, se define. Os surdos adolescentes, a exemplo disso, quando alfabetizados em português pela língua oral-auditiva, não raros os casos, se orgulham de falar com os servidores do INES oralizando. Isto quando não insistem em atuar como voluntários na comunicação dos funcionários com os colegas surdos profundos. Alguns recortes foram feitos a partir do relato pessoal de uma conversa com dois alunos surdos, na tentativa de viabilizarmos profundidade ao tema. Os recortes foram elaborados segundo múltiplas possibilidades de avaliação. Em primeira análise, são elas: o paralelo existente entre a atitude do voluntário e a lógica cultural que impera, a representação nas relações sociais brasileiras, as relações de subalternidade e a questão da identidade atualmente. Segue-se a narrativa:

Estávamos pela manhã conversando com dois alunos do INES. Um deles havia se portado mal e surgiu a necessidade de chamá-lo para conversar a respeito de seu comportamento. Enquanto iniciávamos a comunicação, em LIBRAS, fomos surpreendidos quando um deles interrompeu a sinalização que fazíamos e oralizou, dizendo: “Pode resolver comigo, por que ele é surdo”.

A colocação do “voluntário” entre ouvinte e surdo (profundo) indicou que aquele pressupôs ser o colega incapaz de entender aquela mensagem; ainda, ele julgou transmitir melhor a vontade do outro por conseguir oralizar. Como ele mesmo disse: “porque ele é surdo”. Essa justificativa causou admiração porque ambos são surdos. No entanto, aquele aluno não se compreendia desta forma, por conseguir

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 79 de 207 oralizar, e isto foi suficiente para se deslocar para outro lugar, o de representante do surdo.

A lógica cultural dominante pode contribuir para esta observação, pois ao considerarmos a narrativa acima, iniciaremos o recorte do ocorrido, suas implicações e fundamentos que o elucidam. Para tal análise, faremos uso do olhar etnográfico que, segundo Jacques Derrida (1971, p. 234), foi o resultado da descentralização ocorrida no âmago da perspectiva do mundo ocidental, após a era clássica, “no momento em que a cultura europeia foi deslocada, expulsa do seu lugar, deixando então de ser considerada como a cultura de referência".

A seguir, apresentamos algumas considerações sobre etnografia e o estudo realizado no INES.

5. Resultados parciais do estudo etnográfico

A partir da perspectiva etnográfica, concluímos a respeito dos benefícios da observação do grupo social surdo. Ela permite que haja, de fato, o deslocamento das lógicas dominantes e revelem-se os desafios existentes no cotidiano e na experiência coletiva.

O dicionário The Fontana Dictionary of Modern Thought (1988), ao definir imperialismo cultural, estabeleceu que é "o uso do poder político e econômico para exaltar e difundir os valores e hábitos de uma cultura estrangeira em detrimento de uma cultura nativa”. Afastado o viés macro da definição, pensemos no transporte de seu fundamento para as microestruturas. Pois bem, a partir deste novo constructo, concluímos a adequação desse conceito na conduta cultural que se sobrepuja à outra. Somos confrontados a interpretar a cultura estrangeira como aquela própria dos que estão “fora” do núcleo cultural pré-existente. Esta relativização conceitual dá margem ao estrangeiro ser todo aquele que, de fato, se encontre “fora” daquela expressão cultural. Portanto, apesar de ambos compartilharem a surdez, os alunos não compartilhavam a construção identitária em torno do que é ser surdo.

Se compreendemos a língua como um aspecto preponderante na formação da cultura surda, bem como a importância da estrutura gesto-visual e a relação que

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 80 de 207 ela tem com o corpo do sujeito surdo, avaliemos o que houve. O voluntário, naquele instante deslocou-se daquele lugar em que todos eram iguais e sinalizou, através da língua oral, que poderíamos recorrer a ele como representante na comunicação.

Também existem na narrativa algumas evidências da conduta depreciativa da potencialidade do outro. Quando estudamos surdez, o silêncio é muito citado. Mas, neste caso, não avaliamos as consequências da ausência de som propriamente dito, pois não se trata de voz alguma, senão a supressão da manifestação da vontade. A “voz” do “Eu” foi abafada, ou seja, seu querer foi interrompido no diálogo. O silêncio, não mais em evidência, cede espaço à subalternidade. Trata-se não mais da impossibilidade física de se expressar, senão a condição político social que impele o sujeito de fazê-lo a não ser por intermédio de outrem, apenas. Esse evento entre os dois adolescentes nos levou a pensar a respeito da probabilidade da ocorrência de acontecimentos como esses serem diários, em que os indivíduos surdos são anulados devido à lacuna gerada pela dificuldade na comunicação.

Karl Marx, em Dezoito Brumário de Luís Bonaparte (2011), investiga a significação de dois conceitos: vertretung e darstellung. Ambas as palavras são alemãs, distantes da nossa estrutura latina, todavia aplicáveis a esse estudo. A palavra vertretung aponta uma formalidade através de procuração passada a terceiros, típico de representação política das minorias diante do Estado. Enquanto a

darstellung, é a representação que une sujeito representado a seu porta-voz. Aquele

vindo a falar por meio deste, o qual, inevitavelmente, deve representar o sujeito histórico nesse processo. Para isso é preciso que se identifique como membro da categoria genérica de seus representados. Como conclusão, teremos um sujeito identificado na história e os anônimos (SPIVAK, 1990).

No Brasil atual, situado no contexto do “mundo ocidental”, capitalista e judaico-cristão, a questão da representatividade transpassa todos os níveis do efetivo exercício da vontade. A lógica dessa estrutura não nos é, em nada, estranha. Nas organizações religiosas, podemos retirar muitas construções sob este modelo. Vejamos o exemplo: Percebemos uma hierarquização nas relações sociais desempenhadas na Igreja. O fiel é visto como inferior ao padre no “organograma” da Instituição religiosa que, por conseguinte, é inferior ao Divino. Mas a autoridade religiosa, intermediária entre fiéis e Divindade, representa, inclusive, o próprio Deus

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 81 de 207 quando, no processo confessional de remissão de pecados, os fiéis confessam seus erros ao padre que os perdoa, em nome de Deus. Nota-se que, até mesmo o sujeito superior na hierarquia religiosa, ou seja, “o divino”, é apropriado pela Igreja que o representa no ato do perdão. Essas linhas, sobre convergências entre Estado e religião, elucidam o modo sistêmico com que a representação está difundida na sociedade brasileira, e sua repercussão cultural.

Importa tratar, nessa análise inicial, que a pessoa em formação em núcleos globalizados, capitalistas e com a formação religiosa semelhante à experimentada no Brasil reconhece a representação como algo legítimo; as implicações negativas, bem como a associação conceitual de subalternidade esvanecem devido à própria organização político-social do país.

Importa destacar, que o “real” projetado pelo estrangeiro não corresponde à América do Sul, ou ao Brasil. Identificamos que “na falta de autenticidade, a modernidade latino-americana empresta da consciência conservadora implícita no nosso tradicionalismo os referenciais de sua consciência de si mesma, de sua própria crítica (MARTINS, 2008, p. 44)”. Todavia, observamos, através desta análise, que a percepção que temos do país, ou a que escolhemos para apresentar a nós mesmos, igualmente não precisa retratar o “real”. Percebemos, então, que o “real” não existe como algo sólido e invariável. A narrativa que contou o episódio do aluno voluntário na conversa com outro aluno do INES, sua postura, assim como sua apresentação, retrata o conflito de identidades existentes. Além do apego a tradições que o motivou a lançar mão do recurso comunicativo - a língua oral - que julgou ser capaz de separá-lo dos demais alunos. Logo, o „real‟ quanto ao que o sujeito diz ser, também pode ser emprestado de outros construtos narrativos.

Não obstante a isso, a figura do “outro”, seja ela expressada pelo estrangeiro ou por qualquer um que simbolize aspectos de superioridade socioculturais, permanece com o status de “voz a ser ouvida”. Paralelo a esse mecanismo de hierarquização, se apresenta a relação do ouvinte com o surdo, no âmbito escolar que, por vezes, expõe fragilidades no processo de aceitação individual do surdo.

O estudo ainda está em andamento e muito ainda há que se analisar no que diz respeito à cultura, identidade e subalternidade dos surdos. Mas já podemos tecer algumas considerações que apresentamos, a seguir, à guisa de conclusão.

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6. CONCLUSÃO

Para finalizar este artigo, acreditamos ser importante refletir sobre o INES, os surdos e sua identidade na Contemporaneidade. Os funcionários do INES podem contribuir para o desenvolvimento da autoestima dos alunos e a condução da descoberta de suas potencialidades. O que se avalia com cautela é a associação de juízo de valor, atribuindo caráter superior às relações entre pessoa ouvinte e pessoa surda, no relacionamento entre servidor e aluno. Logo, o outro, este outsider cultural, pode assumir várias faces. Seja a de ouvinte, para a comunidade surda, ou a de estrangeiro, para o latino-americano. Percebe-se que existe nesse quadro a penetração de uma cultura externa a ampliar a dicotomia complexa existente entre a negação do outsider e a necessidade de sua aprovação. Tal situação, quando estimulada na escola, infantiliza o surdo, vindo, inclusive, a desumanizá-lo no processo de inclusão social, caso haja a presunção de que o surdo não pertença a uma cultura, ou mesmo possua uma própria.

A identidade, nessa concepção etnográfica, também implica a reflexão como tal processo se dá de maneira geral na Contemporaneidade, no que diz respeito aos conflitos identitários. As situações narradas nas páginas anteriores expressam a rotina institucional do INES, mas trata-se do recorte de uma realidade global. As opções do aluno, em primeira análise, seriam a de se apresentar como surdo ou como ouvinte (com baixa audição) apenas. Mas, naquele instante, iniciou uma teia de identidades ampliadas e dissociadas que evidenciaram o relativismo da interrogativa: “Quem é você?” Essa pergunta, na verdade, desvenda a fragilidade de toda cultura nos dias de hoje.

Notam-se grandes mudanças no processo de construção identitária na Contemporaneidade. Atualmente, a formação de identidade contempla a dissociação do indivíduo a elementos, antes, preponderantes para sua concepção. Vemos, como uma das alterações, o não pertencimento do indivíduo à cultura do lugar onde nasceu ou à tradição de seus antepassados. O paradigma cultural atualmente estimula a descoberta da expressão identitária individual, sem compromisso com definições pré-existentes ou modelos unificados. Segundo Stuart Hall (2001, p. 13), “dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando em deferentes direções,

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 83 de 207 de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas”. Deste modo, as contradições das identidades dissociadas são ainda mais expostas através do uso das redes sociais. Assim, nessa relativização, o indivíduo expõe uma identidade para cada momento. Essa é outra possível explicação à resposta do aluno surdo que se apresentou como não surdo, pois a flexibilização do “Eu” pode conduzir a identidades contraditórias.

Percebe-se, então, que tanto a negativa da surdez como sua aceitação são aspectos fundamentais à compreensão da surdez como uma identidade. A heterogeneidade da comunidade, nesse momento, passa a revelar-se como uma diferença que ultrapassa as questões clínicas. Elementos orgânicos, como o grau de surdez, são somados às questões psicológicas, como a concepção do surdo que vê a surdez como algo limitador e aquele que identifica a diferença como a razão política da defesa do orgulho surdo.

A autora surda, Karin Strobel (2008a; b), é hoje uma das maiores defensoras dos benefícios da Cultura surda para o surdo. Propôs suas ideias na sua tese de doutorado, defendida no Rio Grande do Sul. Na perspectiva dela, a homogeneização do não surdo pode ser um elemento castrador da voz política do direito do surdo e se posiciona contra a visão da surdez como uma deficiência. A partir de sua concepção, temos o seu depoimento como sujeito surdo, ao dizer que a cultura surda faz parte do sujeito que se defende dos “aspectos que tornam o corpo menos

habitável, [...] da sensação de invalidez, de inclusão entre os deficientes, de menos

valia social” (PERLIN, 2004 apud STROBEL, 2008b: p.24 )3

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Como abordado anteriormente, sabemos que se trata da valorização das diferenças entre surdos e ouvintes, a fim de proporcionar à sociedade a perspectiva surda de sua realidade, pois a surdez sob a dimensão clínica é a primeira construção que obtemos sobre o tema. Na verdade, a sustentação da valorização cultural da comunidade surda representa um marco transformador em paradigmas pré-existentes.

Além do instrumento de resistência social, a cultura surda é viabilizadora de autoestima e da consequente expectativa de potencialidade relacionada à possibilidade produtiva do surdo. Assim, devem-se buscar formas de se estimular

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 84 de 207 cada vez mais a autonomia do surdo, no sentido de permiti-lo a falar por si, sem intermediações. Para tanto, a aceitação da surdez como característica identitária é um caminho. Caminho este que já está sendo trilhado, mas precisa ser cada vez mais ampliado.

Referências

BULLOCK, Allan; STALLYBRASS, Oliver. The Fontana Dictionary of Modern

Thought. Virginia; EUA: Collins, 1988.

CANCLINI, Néstor García. Diferentes, desiguais e desconectados. Rio de Janeiro: UFRJ, 2005.

DA MATTA, Roberto. Relativizando: uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1987.

DERRIDA, Jacques. A estrutura, o signo e o jogo no discurso das Ciências

Humanas. In: A escritura e a diferença. São Paulo: Perspectiva, 1971.

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Ed.Vozes, 2003.

MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zelia Maria Neves. Antropologia,

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MARTINS, José de Souza. A sociabilidade do homem simples. Cotidiano e História na modernidade anômala. São Paulo: Contexto, 2008.

MARX, Karl. O dezoito de brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pratical Politics and the Open End. In: THE POST-Colonial Critic: Interviews, Strategies, Dialogues. New York: Routledge, 1990. _________________. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG,

2010.

STROBEL, Lílian Karin. Surdos: vestígios culturais não registrados na história. Tese de doutorado (Educação). Santa Catarina: UFSC, 2008a.

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 85 de 207 Florianópolis. Editora UFSC. 2008b.

Sobre os autores

Rafaela Lopes Campelo - Possui graduação em Direito pelo Centro Universitário da

Cidade (2013). Atualmente é Técnico administrativo/ assistente de alunos do Instituto Nacional de Educação de Surdos. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Especial.

Jacqueline de Cassia Pinheiro Lima - Pós Doutora pelo Programa de

Pós-Graduação em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Doutora em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (2006), tendo nos anos de 2003 e 2004 feito seu Doutorado Sanduíche no Instituto de Urbanismo de Paris, Universidade de Paris XII. Jovem Cientista do Nosso Estado - FAPERJ (2015-2017). Bacharel e Licenciada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1996), Mestre em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1999). Bolsista de Produtividade em Pesquisa 1A - UNIGRANRIO/FUNADESP. Membro da Diretoria da ANINTER-SH. Atualmente é Professora e Pesquisadora da Escola de Ciências, Educação, Letras, Artes e Humanidades da UNIGRANRIO, onde coordenou em 2009 o Curso de História e foi Professora do Programa de Mestrado Profissional de Ensino de Ciências na Educação Básica de 2007 ao primeiro semestre de 2010, desenvolvendo pesquisas nas áreas de Ensino de Ciências, Educação e Cidadania e Filosofia das Ciências. Hoje na UNIGRANRIO atua como docente no Curso de Graduação em História e no Programa de Pós-Graduação em Letras e Ciências Humanas, sendo Coordenadora Geral do Programa nos Cursos de Mestrado e Doutorado. Tem experiência nas áreas de História e Sociologia Urbana, Cidade e Patrimônio e desenvolve no momento pesquisas nas áreas de Patrimônio, História e Literatura, séculos XIX, XX e XXI.

Joaquim Humberto Coelho de Oliveira - Possui Graduação em História pela

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 86 de 207 Universidade Católica do Rio de Janeiro (1992) e Doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2000). Atualmente é professor do Programa de Mestrado Interdisciplinar em Letras e Ciências Humanas e da Graduação da Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO e do Curso de Bacharel em Direito do UNIFESO. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia do Direito.

Daniele Ribeiro Fortuna - Daniele Ribeiro Fortuna possui pós-doutorado em

Comunicação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Doutorado em Letras pela Universidade do Estado do Estado do Rio de Janeiro, com estágio de doutorado-sanduíche na Georgetown University, em Washington, D.C., EUA, mestrado em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e graduação em Comunicação (Jornalismo) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada e Língua Portuguesa, e na área de Comunicação Social, com ênfase em jornalismo, redação, redação publicitária, revisão e edição de textos. Trabalha com os seguintes temas: corpo, escrita autobiográfica, antropologia das emoções, nojo, Literatura Brasileira Contemporânea, Estudos Culturais. Atualmente é professor Adjunto Doutor I da Universidade Unigranrio, atuando na graduação em Comunicação Social e no mestrado acadêmico e doutorado Humanidades, Culturas e Artes. É ainda Jovem Cientista do Nosso Estado (2015-2017) e bolsista de produtividade em pesquisa 1A (Unigranrio / Funadesp).

Márcio Luiz Corrêa Vilaça - Professor Bolsista de Produtividade em Pesquisa 1A -

UNIGRANRIO/FUNADESP. Coordenador do Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Humanidades, Culturas e Artes da UNIGRANRIO. Possui doutorado em Letras pela Universidade Federal Fluminense (2009), mestrado em Interdisciplinar Lingüística Aplicada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003), graduação em Bacharelado em Letras (Português-Inglês) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000) e graduação em Licenciatura Plena em Letras (Português/Inglês) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004). Atualmente é professor adjunto doutor I da Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO),

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ISSN: 16799844 - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional Páginas 87 de 207 atuando no curso de graduação em Letras e no Programa de Pós-Graduação em Letras e Ciências Humanas. Tem experiência na área de Língua Inglesa, Língua Portuguesa e Linguística, com ênfase Linguística Aplicada e em Ensino de Línguas, atuando e publicando principalmente nos seguintes temas: lingüística aplicada, ensino/aprendizagem de línguas, tecnologia e ensino, cibercultura e letramento digital, formação de professores, ensino de língua inglesa e materiais didáticos. É autor dos livros Vocabulário Rápido em Inglês (Ciência Moderna - 2004) e Dominando os Verbos Ingleses (Ciência Moderna - 2005); Vocabulário Temático: Inglês para Profissionais e Estudantes (Ciência Moderna - 2010). Tem experiência também na área de Educação a Distância (EaD) ministrando cursos em Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Referências

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