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A instabilidade do sistema fiscal português

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Academic year: 2021

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CONTABILIDADE FISCALIDADE E FINANÇAS

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INSTABILIDADE DO SISTEMA FISCAL PORTUGUÊS

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ii Resumo

Este trabalho tem como principal objetivo avaliar a instabilidade do sistema fiscal português. Foram observados 492 diplomas que alteraram os impostos: IRS,IRC,IVA,RITI, IS,IMI,IMT,CA,EBF. Esses diplomas continham 3178 alterações aos impostos referidos anteriormente. Com esses impostos foi feita uma análise às variáveis: ano de eleições, tipo de governo, governos de coligação e governos de maioria, de modo a verificar-se o impacto das variáveis no tipo de política praticada. A análise foi realizada de três maneiras distintas: OLS com o número de diplomas alterados por ano, OLS com o número de artigos alterados por ano e Poisson com número de artigos alterados por mês. Com este estudo concluiu-se que, apesar de terem existido mais governos de PSD, que são os governos de PS que mais alteram as finanças públicas em Portugal. O ano de eleições não tem impacto significativo uma vez que apresentam menor número de alterações face aos restantes anos. Tanto os governos de coligação como os de maioria levam a um maior número de alterações e de diplomas alterados.

Palavras-chave: instabilidade do sistema fiscal, impostos, ano de eleições, tipo de governo, governos de coligação, governos de maioria, número de impostos alterados por ano, número de artigos alterados por ano

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iii Abstract

The main goal of this work is to assess the instability of the Portuguese tax system. In the present study, 492 statutes which modified taxes have been analyzed: VAT, corporate tax, income tax, real estate tax. The said statutes gave rise to 3178 changes to these taxes. The following variables have been analyzed: election year, sort of government, coalition government, majority government; with the purpose of establishing their impact on the policy committed form.

The analysis was carried out in three different ways: OLS with the number of statutes changed by year, OLS with the number of articles changed per year and Poisson with the number of articles changed per month. From this study, the following patterns derive: although there have been more PSD governments, PS governments seem to provide more changes across Portugal’s finances; moreover, election years seem to display no significant impact, since they present small changes in comparison to non-election years; finally, both coalition and majority governments change more statutes and, thus, more articles per year.

Keyword: instability of the tax system, taxes, election year, sort of government, coalition government, majority government, number of statutes changed by year, number of articles changed per year

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Agradecimentos

Para iniciar acho importante agradecer às pessoas que sempre estiveram do meu lado e sem as quais a realização desta dissertação não teria sido possível.

Em primeiro lugar agradeço ao meu orientador, Professor Joaquim Miranda Sarmento por me ter ajudado sempre que precisei, sem ele o empenho e a motivação para a realização deste trabalho não teria sido o mesmo. Agradeço igualmente à professora Ana Borges que ficou responsável por rever a tese após a sua conclusão.

Em segundo lugar agradeço aos meus colegas Nuno Ramos e Carla Guiomar que sempre me ajudaram com os melhores conselhos.

Por fim e não menos importante agradeço à minha família por toda a paciência que tiveram ao longo deste processo e ao meu namorado, Miguel Araújo, por toda a ajuda e motivação que me deu ao longo de todo este processo.

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v Índice Resumo ... ii Abstract ... iii Agradecimentos ... iv Índice ... v Índice de Figuras ... vi Índice de Tabelas ... vi Siglas ... vii Introdução ... 1 2 – Revisão de Literatura ... 3

2.1 – As Finanças Públicas no Contexto Europeu ... 3

2.1.1 – Enquadramento Europeu ... 3

2.1.2 – Regimes ... 5

2.1.3 – Portugal ... 6

2.2 – Condicionantes da Estabilidade Fiscal ... 7

3 - Metodologia ... 11

4 – Resultados ... 16

4.1 Análise Estatística – Número de alterações por ano ... 17

4.2 Regressões ... 23

4.3 Análise Estatística – Número de artigos alterados ... 25

4.4 –Regressões ... 28

4.5 – Poisson ... 30

5 – Conclusão ... 32

6 – Bibliografia ... 34

7 - Anexos ... 36

7.1 – Tabela V: Quadro Síntese dos governos de Portugal ... 36

7.2 – Tabela VII – Quadro síntese do sinal esperado ... 37

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vi

Índice de Figuras

Figura 1- Número de alterações por ano ... 17

Figura 2 - Número de alterações por imposto ... 18

Figura 3 - Relação entre o défice e o número de alterações por ano ... 20

Figura 4- Estimativa de densidade Kernel ... 21

Figura 5- Frequência do número de diplomas ... 21

Figura 6 - Número de artigos alterados por ano ... 25

Figura 7 - Número de artigos alterados por imposto ... 26

Figura 8- Relação entre o défice e o número de artigos alterados ... 26

Figura 9- Frequência de número de artigos alterados... 27

Figura 10- Número de artigos alterados por mês ... 39

Índice de Tabelas Tabela I - Estatística Descritiva ... 14

Tabela II - Número de alterações por imposto e categoria ... 19

Tabela III - Tabela OLS com número de alterações por ano ... 23

Tabela IV - Tabela OLS com a variação do número de artigos alterados………...28

Tabela V - Poisson ... 30

Tabela VI - Governos de Portugal ... 36

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vii Siglas

o CA – Contribuição Autárquica

o EBF – Estatuto dos Benefícios Fiscais o IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis

o IMT- Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis o IRC – Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas

o IRS – Imposto sobre o Rendimentos das Pessoas Singulares o IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado

o PEC – Pacto de Estabilidade e Crescimento o PIB – Produto Interno Bruto

o PS – Partido Socialista

o PSD – Partido Social Democrata o UE – União Europeia

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1 Introdução

Até 2009 Portugal foi visto como sendo um país bom para se investir. Ao longo dos anos, investidores internacionais consideraram que a atratividade em Portugal era cada vez maior. Em 2008 foi demonstrada uma evolução favorável na tributação das empresas, estando o valor do IVA e o nível dos requisitos burocráticos apontados como as maiores dificuldades. Com a crise instalada em 2009, alguns investidores internacionais deixaram de apontar Portugal como sendo um potencial local de negócios. A percentagem de investidores que punham de parte a hipótese de deixar de investir em Portugal caiu de 64% para 47% nesse mesmo ano. A área de produção e bens de consumo foi considerada a área com maior queda de atração. As dificuldades relativamente ao valor do IVA, em 2008, mantiveram-se, juntando-se o sistema judicial como uma das principais preocupações. As áreas de telecomunicações, transportes e infraestruturas mantiveram o nível de atratividade. Em 2010 as principais preocupações eram a falta de apoio ao empreendedorismo e à inovação e o elevado nível de tributação. Nesse ano e no seguinte, o turismo e o lazer eram os principais potenciadores de crescimento seguidos das tecnologias de informação e comunicação. Desde 2010 que as principais prioridades eram reduzir a carga fiscal, desenvolver educação e as qualificações e apoiar indústrias de tecnologia e inovação.

Nos últimos anos vários investidores cancelaram investimentos em Portugal, derivado da forte austeridade que se fazia sentir. A solução não se resumia a Portugal mas sim a toda a Europa. Era necessário arranjar formas de crescimento e de captação de crescimento. Os principais pontos críticos desde o início da austeridade são a fiscalidade das empresas e o sistema judicial. Esta instabilidade vivida nos últimos anos é o principal desestabilizador das finanças públicas em Portugal.

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Este estudo tem como principal objetivo avaliar a instabilidade fiscal de Portugal através da análise de diplomas e artigos alterados entre os anos 1989 e 2014. Os impostos incluídos neste estudo são: IRS,IRC,IVA,RITI, IS,IMI,IMT,CA,EBF. Para tal, foi realizado um OLS com o número de diplomas alterados por ano, um OLS com o número de artigos alterados por ano e uma Poisson com o número de artigos alterados por mês.

Este é um estudo que nunca foi realizado quer nacional quer internacionalmente pelo que assume especial relevância.

Esta tese está organizada da seguinte forma: no capítulo seguinte, revisão da literatura, será apresentado o problema não só em Portugal mas também num contexto europeu, a apresentação dos regimes que caracterizam os países da Europa e a influência que as condicionantes previamente mencionadas têm no tipo de política praticada. A metodologia é descrita no capítulo 3. O capítulo 4 é constituído pelos resultados que se encontram divididos em 3 partes: OLS com número de diplomas alterados por ano, OLS com número de artigos alterados por ano e Poisson com número de artigos alterados por mês. O capítulo seguinte apresenta as conclusões, as limitações encontradas ao longo da concretização deste estudo e lança algumas pistas para uma futura investigação que se possa querer realizar nesta área.

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2 – Revisão de Literatura

O objetivo primordial deste trabalho prende-se com o estudo da instabilidade do Sistema Fiscal Português através da análise dos principais impostos em Portugal. Serão avaliadas as variáveis do estudo – ano de eleições, governo de PSD ou PS, governo de maioria e governo de coligação – de modo a observar a sua influência no tipo de gestão orçamental praticado.

É importante realçar a inexistência de trabalhos relacionados com o volume de alterações do sistema fiscal quer a nível nacional quer a nível internacional. Existem ainda variáveis que foram pouco analisadas neste contexto, o que dificultou também a pesquisa a nível da revisão de literatura. Pelos motivos citados, este estudo assume particular relevância e pertinência.

2.1 – As Finanças Públicas no Contexto Europeu 2.1.1 – Enquadramento Europeu

De acordo com Afonso & Rault (2010), a sustentabilidade das finanças públicas é uma questão política fundamental para a União Europeia. Um comportamento orçamental sustentável é fundamental para que um país consiga respostas positivas dos mercados financeiros. Os mesmos autores salientam que a sustentabilidade das finanças públicas é desafiada quando o rácio da dívida pública em relação ao PIB – Produto Interno Bruto – atinge um valor excessivo. Há um problema de sustentabilidade quando as receitas do governo não são suficientes para continuarem a financiar os custos associados à nova emissão de dívida pública.

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Anderson & Minarik (2006) sustentam que “a principal motivação de todas as regras de política fiscal é promover o crescimento económico estável por meio do controle da acumulação da dívida” (pág. 6).

Portugal faz parte da União Europeia e Monetária desde 1999, tendo de cumprir com determinados requisitos orçamentais, entre os quais se encontra a sustentabilidade das finanças públicas. Tal como indicado por Afonso (2005), estes requisitos têm como base evitar défices elevados, não deixando os níveis de dívida pública serem superiores a 60% do PIB. Portugal tem também de respeitar as regras do PEC – Pacto de Estabilidade e Crescimento – onde terá de apresentar um défice inferior a 3% do PIB, tal como referido por Gali & Perotti (2003) e posteriormente por Thams (2006).

As principais mudanças no comportamento orçamental dos países estão relacionadas com o Tratado da União Europeia, assinado em Maastricht a 7 de Fevereiro de 1992, com os critérios exigidos pelo PEC, e ainda com a substituição das antigas moedas pelo Euro. Uma das principais mudanças deve-se também à necessidade de critérios de convergência fiscal, o que levou os países da UE a consolidarem as finanças públicas no período de preparação para a UEM.

Gali & Perotti (2003) afirmam que tanto o Tratado de Maastricht como o PEC prejudicam os governos da UE, impedindo-os de praticar políticas orçamentais estáveis. O limite de 3% estabelecido pelo PEC é prejudicial em caso de recessão, podendo mesmo agravar a situação do país, uma vez que o governo é obrigado a cortar nos gastos e aumentar os impostos. Os mesmos autores avaliaram o comportamento fiscal dos países da UEM durante três períodos de recessão desde 1980 – o início dos anos 80, o início dos anos 90 e o início de 2000 – chegando à conclusão de que apenas a Espanha e a Finlândia apresentavam comportamentos fiscais acíclicos.

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Afonso & Jalles (2013) defendem que a sustentabilidade de uma economia passa por haver um equilíbrio a longo prazo entre receitas e despesas. A instabilidade de um determinado país indica que as políticas orçamentais falharam numa análise a longo prazo.

2.1.2 – Regimes

É importante destacar a existência de dois regimes fiscais: o regime pró-cíclico, também denominado regime passivo ou “ Ricardian fiscal regime”, e o regime contra cíclico, ativo ou “non-Ricardian”. O mais comum é o primeiro, em que a principal preocupação do governo passa pela estabilização da dívida, o que não é de todo relevante para o segundo regime. Embora seja o regime mais comum, o regime passivo é conhecido como sendo o mais prejudicial para a estabilidade económica do país. Afonso et al. (2011) referem que o ideal seria que a tributação e os gastos se comportassem de forma contra cíclica.

Nos regimes pró-cíclicos, e de acordo com Alesina et al. (2008), nos melhores momentos da economia a despesa aumenta enquanto os impostos diminuem. Na recessão, a despesa diminui enquanto as taxas aumentam, de modo a evitar a acumulação de dívida.

Segundo Gali & Perotti (2003), antes do Tratado de Maastricht os países da UEM apresentavam políticas pró-cíclicas. Depois do mesmo, o comportamento dos países tem vindo a tornar-se contra cíclico. Contrariamente, Afonso et al. (2011) salientam que em Portugal, após 1988, a política foi deixando de ser ativa para começar a ser passiva, o que explicará a instabilidade fiscal vivida nos últimos anos. No entanto,

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os mesmos autores afirmam que não existe evidência das mudanças das decisões fiscais na UE desde a adesão à UEM.

2.1.3 – Portugal

De acordo com Farto (2012), até ao final da década de 90 Portugal era um país marcado pelo crescimento da sua economia. Até meados dos anos 90, Portugal apresentava défices elevados, normalmente de 5% do PIB (Guichard & Leibfritz 2006). A partir da entrada em vigor do Euro em 1999, a economia do país passou a uma fase de estagnação. Todos os desequilíbrios que caracterizavam a economia portuguesa foram sendo fortalecidos, e a parcela dos gastos públicos na economia cresceu exponencialmente. Portugal foi perdendo capacidade competitiva e em 2002 tornou-se o primeiro país a quebrar as regras do PEC e ficar sujeito a medidas rigorosas e duradouras de contenção de despesa, tal como referido por Afonso & Sousa (2010). Os mesmos autores salientam que em 2005, e ao contrário do que era expectável, Portugal voltou a estar sujeito a medidas de défice excessivo, apresentando um défice superior a 3%, o limite estabelecido pelo PEC.

Guichard & Leibfritz (2006) afirmam que o governo que tomou posse em 2005, e depois do prazo dado a Portugal para manter o défice abaixo do limite proposto, decidiu parar de depender de medidas pontuais, o que considerava determinante para que se conseguisse baixar o défice. Recomendou-se que Portugal reduzisse 1,5% do PIB em 2006 e ¾ de ponto percentual por cada ano até que o défice atingisse os valores desejados.

Os estudos de Pina (2004) revelam que as despesas em Portugal apresentam resultados pró-cíclicos, o que não é comum em comparação com alguns países da União

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Europeia. No que respeita às receitas, Portugal apresenta alguma estabilização, ou seja, apresenta resultados contra cíclicos. Afonso et al. (2011) salientam que em comparação com outros países da UE, Portugal não tem uma meta global de gastos, não havendo consequentemente um limite para as despesas orçamentais. As únicas regras impostas foram as estabelecidas pelo PEC quando se tornou necessário reduzir o valor do défice.

Os gastos são então um dos fatores responsáveis pela fraqueza das finanças públicas e consequentemente também pela instabilidade fiscal em Portugal.

Estudos realizados por Afonso (2005) entre os anos 1970 e 2003 para alguns países da UE informam que a taxa de crescimento da despesa é superior à da receita, não havendo sustentabilidade orçamental dos países em questão, incluindo Portugal. Esse estudo é reforçado por Pina (2004), que alerta para a necessidade que Portugal tem de manter as despesas controladas. De acordo com o autor, nos anos referidos Portugal apresentou-se como o segundo país com o maior aumento de receita total em percentagem de PIB. No que toca à despesa, os valores face ao PIB eram os mais altos dos 15 países em estudo, crescendo as despesas primárias duas vezes mais do que o PIB. Verifica-se assim que Portugal conseguiu diminuir o défice maioritariamente devido às receitas elevadas.

Aguiar-Conraria et al. (2010) defendem que em 2009 a UEM serviu como porto seguro para Portugal, pois o crescimento do PIB teria sido ainda mais negativo caso Portugal não estivesse na zona Euro.

2.2 – Condicionantes da Estabilidade Fiscal

Golinelli & Momigliano (2006) defendem que as eleições têm um impacto significativo nas políticas orçamentais desde que as decisões orçamentais sejam

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tomadas em contexto favorável. Estudos realizados pelos autores para a zona Euro indicam que em ano de eleições a política orçamental sofre uma quebra de 1,4% do PIB e de 0,6% no ano pré-eleitoral. Caso a situação seja desfavorável, as eleições não têm grande impacto na política fiscal do país.

Como referido por Arvate et al. (2009) em estudos realizados sobre o governo brasileiro o défice em anos não eleitorais é bastante inferior ao défice em anos de eleições. A diferença do défice entre anos eleitorais e não eleitorais situa-se entre 1,3 e 1,5. Já Peltzman (1992) realizou um estudo para os Estados Unidos entre 1950 e 1988, onde concluiu que os eleitores beneficiam os partidos que apresentam défices mais baixos.

Afonso et al. (2011) salientam que quando determinado país atravessa uma fase mais favorável a nível económico com o aumento das receitas fiscais, o governo em exercício alivia a situação fiscal de modo a colher benefícios em termos de eleições. Desde o trabalho de Nordhaus (1975) que se fala em manipulação do governo, acusando-o de tentar a reeleição aumentando os défices antes das eleições. De acordo com Aghion & Bolton (1990), um governo pode optar por baixar os impostos em alturas desejadas de modo a manter o défice sob controlo, uma vez que o impacto sobre o mesmo só será sentido na recessão seguinte. Com esta medida oportunista do governo, há sempre uma maior probabilidade de reeleição. Afonso (2008) é da mesma opinião, defendendo que a política fiscal é manipulada de modo a que um governo possa obter resultados positivos. No entanto, Alesina et al. (1998) consideram que não existem provas do impacto dos défices fiscais sobre as probabilidades de reeleição.

Estudos feitos por Buti & Van den Noord (2003) comprovam que em anos de eleições e em anos pré-eleitorais há uma propensão maior para cortar nos impostos, enquanto nos anos não eleitorais há um aumento dos mesmos. Segundo Alesina et al.

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(2008), os países mais corruptos demonstram apresentar políticas pró-cíclicas. Quando existem eleições, os governos são menos propensos a aceitar um regime pró-cíclico.

Alesina & Tabellini (1988) fazem notar que os governos em exercício podem acumular dívida, prejudicando assim o futuro governo. Defendem também que tanto os governos de esquerda como os de direita optam por essa via quando existe um elevado risco de virem a ser substituídos. Franzese Jr (2000) defende a mesma ideia, afirmando que antes das eleições os governos aplicam políticas expansionistas, ou seja, com elevados défices.

Franzese Jr (2000) realça também que estudos políticos revelam que os partidos de esquerda e de direita têm prioridades fiscais diferentes. O tipo de governo será assim uma condicionante importante para a estabilidade de um país. Um estudo realizado por Cameron (1978) sublinha o facto de os gastos dos partidos de esquerda serem duas vezes maiores do que os gastos dos governos de direita. Posteriormente, e depois da análise feita por Tavares (2004), concluiu-se que os governos de esquerda optam por reduzir o défice com o aumento das receitas fiscais, enquanto os governos de direita optam pelos cortes na despesa. O mesmo autor defende que mais de metade das reduções de défice pelos governos de esquerda resultam do aumento de impostos. Os cortes na despesa são considerados mais importantes e melhor aceites pelos eleitores em detrimento do aumento dos impostos, tal como afirmado por Alesina & Perotti (1996). Quando existe um governo de esquerda no poder, o mesmo pode optar por cortar na despesa, aumentando assim a probabilidade de reeleição. Apesar de a literatura defender que os governos de esquerda aumentam mais a despesa do que os governos de direita, não existe nenhuma relação entre o tipo de partido e o volume do défice.

As coligações governamentais e os governos de maioria são outra das condicionantes da estabilidade fiscal. Segundo Arvate et al. (2009), e para o caso dos

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governos brasileiros, os partidos reeleitos e os governos de coligação apresentam défices orçamentais mais baixos em média do que os seus opositores. Hallerberg & Von Hagen (1999) descrevem os governos de coligação como menos capazes para lidarem com os impactos negativos que possam surgir economicamente. Perotti & Alesina (1995) chamam a atenção para o facto de existir uma relação entre os governos de coligação e as fracas taxas de sucesso na implementação de programas de austeridade. Afirmam também que os governos mais responsáveis fiscalmente são os minoritários. Um governo sem maioria absoluta necessita do apoio de partidos da oposição, de modo a poder chegar a um acordo quanto às medidas a tomar. Ao contrário do que os autores acima referidos defendem, Blais et al. (1993) afirmam que os governos minoritários gastam mais do que os governos de maioria absoluta.

De acordo com o estudo realizado por Tavares (2004), os governos de coligação e os governos de maioria absoluta têm menos probabilidades de sucesso caso ocorram ajustes fiscais. Por ajuste fiscal entende-se qualquer alteração existente no défice acima de um determinado limite.

Roubini & Sachs (1989) afirmam que as coligações tendem a ser mais irresponsáveis a nível fiscal, aumentando despesas que levam ao incremento do défice. Volkerink & De Haan (2001) referem que o número de partidos no governo está diretamente relacionado com défices mais elevados. Kontopoulos & Perotti (1999) indicam que as coligações são mais importantes em momentos desfavoráveis do que em momentos favoráveis.

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3 - Metodologia

O objetivo primordial deste trabalho prende-se com o estudo das alterações fiscais dos impostos: IRS,IRC,IVA,RITI,IS,IMI,IMT,CA,EBF de modo a que se possa averiguar a instabilidade do sistema fiscal português entre os anos 1989 e 2014.

Os dados foram recolhidos da base de dados da DIGESTO – DRE onde foi retirada uma listagem dos diplomas correspondentes aos impostos acima referidos. Todos os diplomas foram analisados e retirado o número de artigos alterados em cada lei/decreto-lei. Os 492 diplomas foram analisados considerando que se o mesmo diploma altera dois impostos diferentes são contabilizados 2 diplomas. Essa análise permite-nos saber quantas vezes os impostos foram alterados ao longo dos 26 anos. Com este estudo pretende-se analisar o volume e a extensão das alterações fiscais em Portugal. Por volume entenda-se o número de vezes que cada imposto foi alterado (medido pelo número de diplomas que o alteraram em cada ano). Por extensão entenda-se o número de artigos de cada imposto que foram alterados em cada diploma).

Foi criada uma base de dados com todos os impostos, com os respetivos diplomas, data e número de artigos alterados juntamente com as variáveis alvo de estudo: ano de eleições, governo, governo de coligação, governo de maioria absoluta., défice orçamental e crescimento do PIB. No caso do IVA e para a coluna do número de artigos alterados, sempre que havia uma alteração numa lista utilizava-se o número 1, caso houvesse alteração nas duas listas utilizava-se o número 2. Estes valores somam ao número de artigos que foram alterados no mesmo diploma. A análise encontra-se dividida em três partes: primeiro procura-se identificar quantos diplomas que alteraram os impostos acima identificados por ano e de seguida identificar o número de artigos

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alterados anualmente. Por fim é realizada uma Poisson de modo a estudar-se o número de artigos alterados por mês e a sua relevância. Nesta última parte considerou-se a variável dependente: número de artigos alterados por mês e não o número de diplomas uma vez que a Poisson funciona com um limite máximo de acontecimentos. O número de artigos alterados é finito uma vez que não se podem alterar mais artigos que aqueles que o código contém enquanto o número de diplomas, que se pode publicar, em teoria é infinito. Para a realização da Poisson e porque neste estudo não são avaliados o tipo de impostos alterados, considera-se um diploma quando são alterados um ou mais impostos. Na Poisson estão então apresentados 212 diplomas, face aos 492 apresentados anteriormente.

As variáveis presentes no estudo são:

Eleições, representa o ano de eleições legais, sendo 1 se o ano da alteração ao imposto é um ano de eleições legal. É avaliado se as respetivas alterações fiscais ocorreram ou não em ano de eleições. É importante referir que é considerado ano de eleições todos os anos onde houve eleições legislativas. Os anos de eleições legislativas foram: 1991,1995,1999,2002,2005,2009,2011. O sinal esperado para esta variável é negativo uma vez que é espectável que em ano de eleições o número de diplomas e, consequentemente, de artigos alterados seja menor que nos restantes anos. O governo que se encontra de saída, à partida, não irá querer mexer no sistema fiscal por motivo de eleições. Outro motivo está relacionado com o facto de no período eleitoral haver menos produção de legislação e também com o tempo que o novo governo precisa para tomar novas decisões.

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Governo, nesta variável existe a opção 1 que representa o governo em que PSD participa e o 0 que representa o governo em que o PS participa. Esta análise é independente das possíveis coligações que esses governos possam ter no momento. De modo a facilitar a análise, no anexo 1 é apresentado um quadro síntese com os governos de Portugal. O sinal esperado para esta variável é negativo. Segundo Tavares (2004) os governos de esquerda como o PS, preferem optar por aumentar os impostos de modo a reduzir o défice enquanto os governos de direita, como o PSD preferem optar pelos cortes da despesa. Por este motivo é espectável que os governos de PSD façam menos alterações e alterem menos artigos que os governos de PS.

Coligação, representada por 1 se o governo for de coligação. É de salientar que nos anos alvo de estudo apenas o PSD recorreu a coligações com o CDS-PP. Como governos de coligação temos o recente governo: PSD/CDS-PP desde 2011, o governo de PSD/CDS-PP de 2004-2005 e o governo de 2002-2004 também de PSD/CDS-PP. Para esta variável o sinal esperado é positivo uma vez que para existir coligação tem de haver um acordo entre dois partidos do governo. As decisões são tomadas por ambos os partidos o que poderá levar a um aumento do número de diplomas e de artigos alterados.

Maioria, que será representado à semelhança dos anteriores com 0 – não; 1 – Sim. Como governos de maioria foram considerados não só os governos em que se obteve maioria absoluta mas também os governos que recorreram à coligação com o fim de obter maioria. É de realçar que nos 26 anos em análise houve 5 governos de maioria: 1989-1991,

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governo de PSD com maioria absoluta; 1991-1995, governo de PSD com maioria absoluta; 2002-2005, governo de coligação PSD/CDS-PP; 2005-2009, governo de PS com maioria absoluta e 2011-2014, governo de coligação PSD/CDS-PP. Um governo com maioria absoluta tem mais liberdade no que toca a decisões orçamentais pelo que será expectável que o sinal esperado seja positivo, visto que existe uma tendência para estes governos aumentarem o número de diplomas alterados e, consequentemente, o número de artigos. Segundo Perotti & Alesina (1995) um governo sem maioria absoluta necessita do apoio de partidos da oposição de modo a que seja possível chegar a um acordo.

Défice Orçamental, variável contínua que representa o défice apurado no ano para as AP, medido em % do PIB. (Fonte: INE)

De seguida é apresentada a tabela de estatística descritiva resultante do estudo mencionado anteriormente:

Tabela I - Estatística Descritiva

Tabela I - Estatística Descritiva Fonte própria

Variable Obs Mean Std. Dev. Min Max N 26 13,5 7,648529 1 26 Ano 26 2001,5 7,648529 1989 2014 Ndiplomas 26 18,92308 5,417919 8 30 Nartigos 26 122,2308 60,25367 39 266 Dfice 26 4,588462 1,993455 1,9 9,8 Eleies 26 0,269231 0,452344 0 1 Govmaioria 26 0,730769 0,452344 0 1 Govcoligao 26 0,269231 0,452344 0 1 PSD 26 0,538462 0,508391 0 1

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15

A tabela apresenta 26 observações que correspondem anos 26 anos do estudo. O número de diplomas coincide com a análise feita na figura 1, indicando como 8 o mínimo de alterações, correspondentes aos ano de 1989 e o máximo de 30 que ocorre no ano de 1996. A média, tal como indicado na figura é de 19. Na figura 5 estão apresentados o número de artigos por ano sendo o mínimo 39 no ano de 1995 e o máximo 266 no ano de 2000. A média é, tal como apresentado na tabela I e na figura 5, 122 alterações. O valor de 0.27 na variável eleições indica-nos que houve menos anos de eleições do que anos não eleitorais. Nos 26 anos de estudo apenas 7 correspondem a anos de eleições. O valor de 0.27 para os governos de coligação vai ao encontro com o facto de apenas terem existido 3 coligações ao longo dos anos em análise.

Para a análise dos governos foi tida em consideração a data de realização das eleições, ou seja, foi avaliado quanto tempo o anterior governo esteve nesse ano e quanto tempo esteve o governo que tomou posse. Por exemplo: no ano de 2011, as eleições legislativas foram realizadas no dia 5 de Junho de 2011. Como a maior parte do ano foi constituída pelo novo governo, ou seja, de PSD, para as contas considera-se que no ano 2011 o governo foi de PSD. Sendo assim, existem 14 governos de PSD contra 12 de PS na amostra o que corresponde ao valor de 0.54 representado na tabela de estatística descritiva, mostrando não haver grande diferença entre os dois partidos. Dos 26 anos estudados 18 foram de maioria, ou seja, 73% que nos aparecem referidos acima na tabela.

(24)

16

A tabela VII em anexo resume o que foi anteriormente escrito recorrendo ao sinal esperado para cada variável e os respetivos motivos.

𝑦 = 𝛽0 + 𝛽1 𝑒𝑙𝑒𝑖 + 𝛽2 𝑔𝑜𝑣 + 𝛽3 𝑐𝑜𝑙𝑖𝑔 + 𝛽4 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 + 𝛽5 𝑑é𝑓𝑖 + 𝑢1 onde:

elei representa a variável ano de eleições;

gov representa a variável governo, ou seja, se o governo é de PSD ou PS; colig representa a variável governo de coligação;

maior representa a varíavel governo de maioria; défi representa a varíavel défice.

O teste de Breusch-Pagan informa-nos da não existência de heterocedasticidade dos erros visto que o p-value é superior a 0.1, o que significa que não rejeitamos a hipótese de homocedasticidade dos erros. Com análise do teste VIF concluímos que não existe multicolinariedade, uma vez que o VIF de todas as variáveis é inferior a 2. O Wald teste apresenta um p-value inferior a 0.1, ou seja, é rejeitada a hipótese nula da existência de heterocedasticidade.

4 – Resultados

Nesta secção serão apresentados os resultados consequentes da análise feita às variáveis tanto a nível de número de alterações por ano, do número de artigos alterados e da análise Poisson. A secção 4.1 apresenta o número de alterações por ano bem como o número de alterações por imposto e a separação do número de imposto pelas respetivas categorias. Será apresentada também a relação entre o défice e o número de alterações. Na secção seguinte será apresentada a regressão coincidente com as análises

(25)

17

feitas em 4.1. Na secção 4.3 os dados são apresentados como na primeira secção deste capítulo mas para o número de artigos alterados tanto por ano como por imposto. O ponto 4.4 apresenta a regressão relativa ao ponto anterior. O ponto 4.5 irá conter os resultados da análise Poisson realizada para o número de artigos alterados por mês.

4.1 Análise Estatística – Número de alterações por ano Figura 1 – Número de alterações por ano

Figura 1- Número de alterações por ano Fonte própria

Após a análise da figura 1 podemos concluir que todos os anos de eleições exceto 2002, 2005 e 2009 apresentaram um número de alterações por ano inferior à média.

Grande parte do número de alterações abaixo da média ocorreram em governos de PSD. Todos os anos seguintes aos anos de eleições tiveram alterações acima da média, com exceção do ano de 2006, ano de maioria do PS. No ano 2005, ano de eleições em que o governo mudou em Fevereiro, das 28 alterações apenas uma foi feita pelo anterior governo.

8 18 13 18 19 13 13 30 19 24 12 23 21 20 20 10 28 18 18 24 23 24 13 23 21 19 0 5 10 15 20 25 30 35 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Nº de alterações Média Média: 19

(26)

18

Figura 2 – Número de alterações por imposto

Figura 2 - Número de alterações por imposto Fonte própria

Pela análise dos gráficos anteriores podemos concluir que o IRS foi o imposto que sofreu mais alterações no período em análise (1989-2014) seguido IVA e do IRC com o mesmo valor de alterações. O Código da CA foi revogado em 2003 sendo futuramente substituído pelo IMI. O número total de alterações é 492, ou seja, o número de diplomas que foram alterados ao longo dos 26 anos.

3% 3% 4% 4% 4% 17% 21% 21% 23% 0 20 40 60 80 100 120 IMT CA IS IMI RITI EBF IRC IVA IRS NÚMERO DE ALTERAÇÕES IMPO ST O

IMT CA IS IMI RITI EBF IRC IVA IRS

(27)

19

Tabela II – Número de alterações por imposto e categoria

Tabela II - Número de alterações por imposto e categoria Fonte própria

Da análise da tabela II podemos concluir que a maior parte das alterações em todos os impostos foram feitas em anos não eleitorais. Para os anos de eleições a média de alterações é de 25%. No que toca ao tipo de governo, a média de alterações é de 46% para governos de PSD, embora tenham havido mais dois governos de PSD que governos de PS. Os únicos impostos que contrariam essa tendência é o IMI e o EBF que apresentam maior número de alterações em governos de PSD. Durante os 25 anos em análise houve apenas 3 governos de coligação o que explica uma média de 26% do número de alterações para esses governos. Dos 25 anos, 19 foram governos de maioria absoluta nomeadamente no governo de 1991-1995 do PSD e 2005-2009 do PS e as coligações que foram previamente apresentadas. Todos os impostos com exceção da

Imposto Total

Nº de Alterações

Anos eleições Governo PSD Governos Coligação Governos Maioria

N % N % N % N % IMT 13 3 23% 5 38% 5 38% 10 77% CA 15 3 20% 6 40% 0 0% 6 40% IS 19 5 26% 8 42% 7 37% 18 95% IMI 19 4 21% 10 53% 10 53% 18 95% RITI 22 5 23% 10 45% 6 27% 16 73% EBF 86 20 23% 48 56% 25 29% 59 69% IRC 102 25 25% 48 47% 23 23% 66 65% IVA 102 24 24% 38 37% 23 23% 65 64% IRS 114 33 29% 53 46% 28 25% 73 64% Total 492 122 25% 226 46% 127 26% 331 67%

(28)

20

CA, que foi revogada em 2003, sofreram maior número de alterações em governos de maioria.

Figura 3 – Relação entre o défice e o número de alterações por ano

Figura 3 - Relação entre o défice e o número de alterações por ano Fonte própria

Existe uma relação positiva entre o défice e o número de alterações. A capacidade explicativa é muito reduzida uma vez que o valor se aproxima mais do 0 que do 1. Neste caso, 5,34% da variável dependente: número de alterações por ano consegue ser explicada pela variável défice.

y = 0,085x + 2,98 R² = 0,0534 0 2 4 6 8 10 12 0 5 10 15 20 25 30 35

(29)

21

Figura 4- Estimativa de densidade Kernel Fonte própria

Figura 5- Frequência do número de diplomas Fonte própria

Figura 4 – Estimativa de densidade Kernel

A estatística de densidade Kernel é um método não paramétrico que avalia a função de densidade de probabilidade de uma variável aleatória. Este tipo de análise é feita para uma amostra finita. Embora a amostra do estudo não apresente uma distribuição normal, existe uma grande proximidade entre ambas.

Figura 5 – Frequência do número de diplomas

(30)

22

Pela análise da figura 5 podemos concluir que o número de diplomas alterados por ano ronda, na maioria das vezes, o valor da média, 19. No primeiro quartil, ou seja, 25% das observações apresentam um valor inferior a 14. O segundo quartil, que corresponde a 50% das observações, apresenta valores abaixo dos 19, o equivalente à média da amostra. No terceiro quartil, onde estão apresentadas 75% das observações, os valores são inferiores a 23. O quarto quartil, equivalente a 100% apresenta valores inferiores a 30 que representa o valor máximo do número de diplomas alterados por ano. Pode concluir-se que existem mais observações acima dos 19, ou seja, do lado direito do gráfico, que abaixo desse valor, lado esquerdo do gráfico.

(31)

23 4.2 Regressões

Tabela III – Tabela OLS com número de alterações por ano

Robust standard errors in parentheses *** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1 Tabela III - Tabela OLS com número de alterações por ano

Fonte própria

Relacionando a regressão anterior com os gráficos podemos chegar às seguintes conclusões:

 Eleições: é estatisticamente significativo a um nível de significância de 1% e o valor é negativo o que vai de encontro às 25% de alterações calculadas na tabela II, que foram realizadas nos anos de eleições, ou seja, a maioria das alterações foram realizadas em anos não eleitorais. O sinal esperado para esta variável era negativo, o que é confirmado com os resultados. Regra geral, em anos de eleições há menos alterações que nos restantes anos. Como foi referido anteriormente, em anos de eleições

(2) VARIABLES Ndealteraes Défice 0.73*** (0.01) Eleições -2.86*** (0.04) Gov maioria 0.67*** (0.05) Gov coligação 3.28*** (0.05) PSD -7.53*** (0.05) Constant 19.02*** (0.05) Observations 26 R-squared 0.43

(32)

24

há menor produção de legislação e quando há mudança de governo, o novo governo precisa de tempo para tomar decisões pelo que não serão feitas grandes alterações no ano eleitoral.

 PSD: é estatisticamente significativo a um nível de significância de 1%. Pela análise da tabela II podemos também concluir que os governos de PSD apresentam menor número de alterações por ano – 46%. Apesar de haverem mais governos de PSD do que de PS, é o PS que apresenta maior número de alterações por ano. Tal como explicado anteriormente, o sinal esperado era negativo visto que o tipo de política praticada pelo PSD levaria a um menor número de alterações.

 Coligação: é estatisticamente significativo a um nível de significância de 1 %. Apenas 26% das alterações foram feitas em governos de coligação, mas esse valor é explicado pela existência de apenas 3 governos de coligação nestes 26 anos. Como referido anteriormente, para ser formada uma coligação é necessário um acordo entre dois partidos, pelo que seria expectável que o número de diplomas aumentasse neste tipo de governo.  Maioria: é estatisticamente significativo a um nível de significância de 1%. De acordo com a tabela II, 67% das alterações foram realizadas em anos de maioria absoluta. O sinal esperado era positivo, o que se confirma na regressão apresentada. Este tipo de governo apresenta uma maior liberdade na tomada de decisão, pelo que, como enunciado anteriormente, o número de diplomas aumenta nos governos de maioria absoluta.

(33)

25

4.3 Análise Estatística – Número de artigos alterados Figura 6 - Número de artigos alterados por ano

Figura 6 - Número de artigos alterados por ano Fonte própria

Analisando o gráfico podemos concluir, com exceção do ano de 2011, que os anos de eleição apresentaram sempre um número de artigos alterados abaixo da média. Esse mesmo facto deve-se à entrada na Troika em 2011, o que levou a um maior número de artigos alterados nesse ano e nos seguintes.

A grande parte dos anos em que existe governo de maioria, o número de artigos alterados é inferior à média.

73 102 70 129 73 118 39 188 72 127 77 266 156 114 88 61 104 138 89 242 94 163 141 123 72 259 0 50 100 150 200 250 300 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Número de Artigos Média

(34)

26

Figura 7 - Número de artigos alterados por imposto

Figura 7 - Número de artigos alterados por imposto Fonte própria

O IRS foi o imposto mais vezes alterado ao longo dos 26 anos, seguido do IRC e do IVA. O número total de artigos alterados ao longo dos 26 anos é 3178.

Figura 8 – Relação entre o défice e o número de artigos alterados

Figura 8- Relação entre o défice e o número de artigos alterados Fonte própria 2% 2% 2% 3% 3% 15% 20% 23% 30% 0 200 400 600 800 1000 1200 IMT CA IS RITI IMI EBF IVA IRC IRS

NÚMERO DE ARTIGOS ALTERADOS

IMPO

ST

O

IMT CA IS RITI IMI EBF IVA IRC IRS

Número de Artigos 48 48 73 87 96 490 643 728 965 y = -0,0004x + 4,6434 R² = 0,0002 0 2 4 6 8 10 12 0 50 100 150 200 250 300

(35)

27

Figura 9- Frequência de número de artigos alterados Fonte própria

A relação entre o número de artigos alterados e o défice é negativa. A variação de uma variável quase não influencia a outra.

O R₂ entre o défice e o número de artigos alterados é inferior ao calculado anteriormente. Podemos concluir que a relação entre o défice e o número de alterações tem mais capacidade explicativa. Apenas 0.02% da variável dependente é explicada pelo défice.

Figura 9- Frequência do número de artigos alterados

Embora a média do número de alterações seja 122 como calculado na tabela II e, posteriormente na figura 6, a maior frequência de alterações por ano ronda valores próximos de 50 e 100. O primeiro quartil, representado por 25% das alterações apresenta um valor inferior a 74. 50% das observações, o equivalente ao segundo quartil apresenta valores inferiores a 109. O terceiro quartil apresenta valores inferiores a 140.25 e o último quartil, que representa 100% do total da amostra apresenta valores

(36)

28

inferiores a 266. Ao contrário do que aconteceu com o número de diplomas, a maior concentração de valores encontra-se à esquerda do segundo quartil.

4.4– Regressões

Tabela IV – Tabela OLS com número de artigos alterados por ano

Robust standard errors in parentheses *** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Tabela IV - Tabela OLS com a variação do número de artigos alterados Fonte própria

Relacionando a regressão anterior com os gráficos podemos chegar às seguintes conclusões:

 Eleições - é estatisticamente significativo para um nível de significância de 1%. Vai de encontro ao facto de todos os anos de eleições, excepto 2011 apresentarem um número de artigos alterados abaixo da média. O sinal esperado era negativo, uma vez que o número de diplomas alterados

(1) VARIABLES Ndeartigos Défice 1.94*** (0.12) Eleições -42.29*** (0.54) Gov maioria -6.67*** (0.68) Gov coligação 35.96*** (0.61) PSD -50.82*** (0.67) Constant 147.27*** (0.67) Observations 26 R-squared 0.25

(37)

29

em anos não eleitorais era de 75%, o que implica um maior número de artigos alterados nesses mesmos anos.

 Maioria – é estatisticamente significativo para um nível de significância de 1%. Contrariamente ao que foi esperado, o sinal da variável é negativo.

 PSD – é estatisticamente significativo para um nível de significância de 1%. Apesar de ao longo dos 26 anos terem havido 14 governos pelo PSD e 12 governados pelo PS, o PS foi quem alterou mais artigos. Dos 3178 artigos alterados ao longo dos anos, 1716 foram alterados pelo PS e 1462 foram alterados pelo PSD.

 Coligação – é estatisticamente significativo para um nível de significância de 1%. Em média os governos de coligação têm maior número de artigos alterados comparativamente com os governos de não coligação. Uma vez que os governos de coligação resultam de um acordo entre dois governos com ideias distintas, têm de chegar a um acordo sobre as medidas a adotar o que leva a um maior número de artigos alterados.

(38)

30 4.5 – Poisson Tabela V – Poisson

(1) (2)

VARIABLES Nmerodeartigosalterados Nmerodeartigosalterados

Anoeleies -0.39*** -0.35*** (0.04) (0.05) Governo -0.50*** -0.77*** (0.06) (0.06) Governocoligao 0.39*** 0.86*** (0.05) (0.06) Governomaioria 0.10** 0.29*** (0.05) (0.05) NmerodeDiplomas 0.69*** (0.01) Constant 2.48*** 1.51*** (0.03) (0.04) Observations 312 312

Standard errors in parentheses *** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

Tabela V - Poisson Fonte própria

Há semelhança do que acontecia na análise das OLS, a variável ano de eleições apresenta um valor negativo. Existe um menor número de artigos alterados nos anos de eleições que resulta em parte, do menor número de diplomas alterados em anos eleitorais. Nestes anos existe menos produção de legislação, não só pelo governo que está de saída mas também pelo novo governo que precisa de tempo para tomar decisões orçamentais.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao tipo de governo uma vez que para a contagem dos governos foram tidos em consideração os meses que cada governo esteve no poder, caso se tratasse de anos eleitorais. Na amostra deparámo-nos com 14 governos de PSD face a 12 do PS, mas o tipo de política aplicada por ambos explica o valor negativo atribuído aos governos de PSD. A política praticada pelos governos de PS leva a um maior número de alterações.

(39)

31

Os governos de coligação tal como explicado anteriormente são estatisticamente significativos e apresentam um valor positivo uma vez que é necessário um acordo entre dois partidos para se proceder à produção de legislação. O raciocínio é semelhante para os governos de maioria, uma vez que os mesmos têm liberdade para aplicar as suas políticas levanto a um maior número de artigos alterados.

Existe uma relação positiva entre o número de diplomas e o número de artigos alterados, pelo que se espera que quando um aumente o outro aumente também.

Há exceção dos anos 1991, 1999 e 2009, o mês de Dezembro apresenta-se como sendo o mês com maior número de artigos alterados. Nos anos mencionados inicialmente não existe qualquer artigo alterado no mês de Dezembro. A figura 10, em anexo, representa o número de artigos alterados por mês, em cada ano de análise.

(40)

32 5 – Conclusão

O objetivo primordial deste estudo era avaliar a instabilidade do sistema fiscal português através da análise de algumas condicionantes. Para se conseguir atingir esse objetivo foi feita uma análise OLS com o número de diplomas alterados, onde se obteve uma amostra de 492 diplomas, uma análise OLS com o número de artigos alterados com 3178 artigos alterados e uma Poisson com o número de artigos alterados por mês. Uma das limitações, já anteriormente abordada, deve-se a escassa informação existente sobre as condicionantes estudadas: ano de eleições, tipo de governo, governos de coligação e governos de maioria.

As principais conclusões que se podem retirar são que, apesar de terem havido mais governos de PSD, são os governos de PS que praticam as políticas que mais alteram as finanças públicas em Portugal. Os anos de eleições não assumem relevância uma vez que são onde existem menos alterações de diplomas e artigos. Embora distintos, os governos de coligação e de maioria são aqueles que provocam mais alterações orçamentais. No que toca ao défice, em anos de eleições o défice assume valores mais elevados e essa diferença pode mesmo atingir uma diferença de 1.5 pontos percentuais. Existem autores que defendem mesmo que o défice pode ser manipulado antes das eleições de modo a aumentar a probabilidade de reeleição. Relativamente ao tipo de partido, as políticas de esquerda, são consideradas as que mais despesa apresentam. Apesar de serem conhecidos como mais responsáveis, são os governos minoritários que mais gastam. Por outro lado as coligações são conhecidas como irresponsáveis por terem tendência a aumentar o défice.

No que toca a investigação futura penso que seria interessante a realização de um estudo numa base temporal maior, ou seja, um estudo realizado não só entre 1989 e

(41)

33

2014 mas um estudo mais alargado de modo a poderem avaliar-se as diferenças económicas entre o antes e o após a entrada de Portugal na UE. Seria também interessante fazer um estudo similar mas numa base europeia de modo a avaliar-se as principais diferenças a nível de gestão orçamental de outros governos da UE. Na realização deste estudo o tipo de impostos modificados foi um assunto que não foi muito abordado pelo que penso que seria pertinente, no futuro, avaliar quais os impostos que mais afetam e que mais ajudam as finanças públicas portuguesas.

(42)

34 6 – Bibliografia

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(43)

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(44)

36 7 - Anexos

7.1 – Tabela VI: Quadro Síntese dos governos de Portugal

Tabela VI - Governos de Portugal Fonte própria

Período Governo Maioria Coligação

[1987-1991] PSD Sim Não [1991-1995] PSD Sim Não [1995-1999] PS Não Não [1999-2002] PS Não Não [2002-2004] PSD Sim Sim [2004-2005] PSD Sim Sim [2005-2009] PS Sim Não [2009-2011] PS Não Não [2011-2014] PSD Sim Sim

(45)

37

7.2 – Tabela VII – Quadro síntese do sinal esperado

Tabela VII - Quadro síntese do sinal esperado Fonte própria

Varíavel Tipo Definição Fonte

Sinal

esperado Razões

Ano de eleições Dummy

0 - Não 1 - Sim Portal do Governo ₋ Governo Dummy 0 – PS 1 - PSD Portal do Governo -

De modo a reduzir o défice os governos de esquerda optam pelo aumento dos impostos enquanto os de direita optam pelo

corte na despesa. Tavares (2004) Governo de Coligação Dummy 0 - Não 1 - Sim Portal do Governo + Governo de Maioria Dummy 0 – Não 1 - Sim Portal do Governo

Um governo sem maioria absoluta precisa do apoio de partifos da oposição com vista a obtenção de acordos nas medidas a

(46)

38

7.3 - Figura 10 – Número de artigos alterados por mês

Varíavel Tipo Definição Fonte Sinal esperado Razões

Ano de eleições Dummy 0 - Não 1 - Sim ₋ Existe uma quebra do PIB em anos de eleições

Governo Dummy 0 - PS 1 - PSD ₊ Gastos dos governos de Esquerda são superiores

Governo de Coligação Dummy 2 - Não 1 - Sim ₋ Governos de coligação tem tendência a aumentar mais a despesa

Governo de Maioria Dummy 3 - Não 1 - Sim ₊ Governos minoritários gastam mais

Défice Orçamental

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Figura 10- Número de artigos alterados por mês Fonte própria 1 0 0 0 0 47 4 0 0 9 1 11 0 1 8 0 0 65 0 0 0 1 4 23 0 0 0 4 0 9 20 29 8 0 0 0 0 0 21 0 0 12 40 7 0 0 7 42 9 1 5 0 0 0 1 0 0 0 15 42 0 1 26 0 0 18 1 0 0 0 0 72 0 6 0 0 22 0 1 5 0 2 1 2 1 37 54 0 1 0 7 0 1 23 1 63 25 0 0 0 0 0 0 12 0 0 0 35 9 11 15 0 0 1 2 0 0 10 10 69 0 0 9 0 0 0 0 0 1 4 63 0 0 0 0 82 0 0 0 0 1 0 0 183 0 14 0 0 0 1 3 17 0 0 0 121 0 0 0 0 13 0 0 7 0 11 0 83 0 2 0 6 0 10 9 0 0 8 20 33 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 60 0 3 1 0 0 2 14 9 0 0 9 66 0 6 0 0 0 3 7 0 0 0 0 122 8 0 0 0 0 2 0 2 1 0 3 73 1 0 0 0 0 149 0 0 0 0 0 92 0 0 5 0 2 2 37 18 13 17 0 0 0 0 1 63 0 11 7 1 0 0 0 80 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 18 118 0 0 1 0 6 0 0 35 0 14 0 67 6 0 0 0 2 2 7 4 0 0 0 51 93 0 0 0 0 0 0 0 5 14 0 147 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 19 89 19 90 19 91 19 92 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14

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