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FAIXA 9 DO CD “MESTIÇAGEM EM PRETO E BRANCO”

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Academic year: 2022

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(1)

CHORO, URBAN O E MES TIÇO

ROLAGEM AUTOMÁTICA

FAIXA 9 DO CD

“MESTIÇAGEM EM PRETO E BRANCO”

(2)

CHORO, URBANO E

MESTIÇO

Se não fosse Napoleão, por em fuga de

Portugal

seu rei, o sexto D.

João,

o Choro seria, do Rio,

natural?

(3)

Se não fosse o reinado trazer a polca e a

modinha.

Se não fosse o negro escravo

trazer o lundu e o tom acima.

Se não fosse o músico mestiço

tocar com ginga e sincopado

.

Se não fosse tudo isso,

teria o Choro nascido

com Callado?

(4)

Salve Chiquinha, Ernesto, Zequinha,

Waldir Azevedo, Jacob, Paulinho,

Adoniran, Altamiro, Pixinguinha,

piano, bandolim, flauta e cavaquinho,

que tocam vida, mais de século e meio,

ao primeiro urbano cantar; o Chorinho,

ao mestiço cantar, o Choro brasileiro,

ao urbano e mestiço cantar, o Chorinho.

WALDIR AZEVEDO

JACOB DO BANDOLIM

(5)

IMAGENS:

aprendendomusica.org;

combutanta.com;

escoladosruralis.com;

guiafeurosa,com.br;

immub.org; e

pt.wikipedia.com.

Arranjo e Voz: Jorge Costa Filho Composição: J. Coêlho

A seguir, o artigo “Chorinho Brasileiro” complementa a canção.

Caso seja de interesse é só utilizar o “ratinho” .

(6)

Chorinho brasileiro

INTRODUÇÃO  

Nossa intenção é, ao tomar o Choro como o objeto

desta narrativa, não só falar desse estilo musical, mas exemplificar como o encontro de nossas matrizes, no caso em especial o colonizador português e o escravo africano, determinou a construção de nossa música.

 

A música brasileira mistura elementos de várias culturas, principalmente as chamadas culturas formadoras: a dos colonizadores portugueses

(europeia); a dos nativos (indígena); e a dos escravos (africana). 

Entretanto: o desmantelamento das missões; o jeito

arredio; o afastamento do índio; e a substituição de

sua mão de obra pelo escravo africano podem, com

certo exagero, justificar que as expressões musicais

com forte influência indígena se circunscreveram a

regiões.

(7)

O Choro, nosso protagonista, ilustrará e ampliará o

entendimento do desenvolvimento de estilos musicais com origem em nossas matrizes e, na época, indicou que nova música, de autoria de novo povo, iria surgir.

 

Para que não fique muito extenso vamos destacar desse artigo, num outro, o tópico que se dedica a ilustrar os que divulgaram e tornaram o Choro

integrante definitivo de nossa música.

A VINDA DA CORTE PARA O BRASIL

Em face da iminente tomada de Lisboa por

Napoleão Bonaparte, em novembro de 1807, D. João VI, rei de Portugal, reúne a corte e viaja para o Brasil.

D. João VI chega em março

de 1808 ao Rio de Janeiro,

capital da Colônia desde

1763.

(8)

Sem dificuldade, D João logo identificou, que a capital brasileira não passava de entreposto comercial e que sua população era formada basicamente de funcionários públicos,

comerciantes, padres, advogados, escravos e

imigrantes recém-chegados em busca de trabalho.

O lazer consistia em assistir a missa aos domingos.

Música praticamente só em meia dúzia de igrejas existentes. As grandes paixões da elite europeia, como ópera, teatro e as orquestras, não poderiam ser satisfeitas.

Apenas três meses após sua chegada, inaugura a Capela Real com Coro e Orquestra com cantores e músicos importados.

Em 12 de outubro de 1813 inaugura o Teatro São João, planejado

especialmente para

apresentação de ópera.

Assim o Rio foi

apresentado à música.

CAPELA REAL

(9)

O RIO É INVADIDO PELA MUSICA DA CORTE

 

Ao mesmo tempo em que o Brasil passava por período de

desenvolvimento econômico e urbano, desenvolvia-se a

educação, inclusive a musical.

Ilustra esse desenvolvimento a criação do Conservatório Imperial de Música, inaugurado por Pedro II em 1848.

 

As melodias das músicas

populares europeias como a polca, mazurca e a valsa

tomaram as ruas e os salões de baile.

Abriu-se mercado de trabalho para os músicos e surge o ponto boêmio na recém-criada Cidade Nova, próximo ao centro do Rio.

A classe média varava as noites em festas ao som desses gêneros europeus.

CARTAZ PROMOCIONAL DE BAILE – RIO SEC XIX

(10)

Bons músicos com cavaquinho e violão tornaram o lugar e as festas famosos. Mestiços em sua maioria começaram, intuitivamente, a tocar essas músicas noutros jeitos e mais sincopadas. Aos poucos, a nova batida extrapolou os limites da Cidade Nova, ganhou as ruas e chegou aos teatros.

O sincopado, daí em diante, seria característica da música popular brasileira.

O Brasil avistara o seu som. E, é desse cenário buliçoso, que surge a primeira música urbana tipicamente brasileira, o Choro. 

ORIGEM DO CHORO

Nesse Rio de Janeiro, escutavam-se as expressões

das culturas branca e negra: as europeias - valsa,

quadrilha, schottisch, mazurca, modinha, minueto,

xote e a mais contagiante delas, a polca; e os ritmos

africanos - batuque e lundu.

(11)

Nesse caldeirão de onde sairia a música popular

urbana brasileira, entrou também o sentimentalismo da Modinha, estilo de origem portuguesa, que fincou raízes por aqui no século XVII. Suave e romântica, com letras que falavam de amor.

A Modinha permitia variações, o que abriria as portas para o improviso no Choro. Já o Lundu teria

contribuído com o ritmo. Além desses dois, a Polca teve participação no nascimento do Choro. O flautista e compositor

carioca Joaquim Callado (1848-1880), foi figura fundamental nesse

cenário. Além de tocar divinamente, Callado compunha músicas com batida diferente,

sincopada.

JOAQUIM CALLADO

(1848-1880)

(12)

Na época, o Choro era muito mais maneira de tocar do que estilo

musical. Não havia ocorrido ainda a

primeira consolidação da música popular

brasileira.

São muitos os que consideram a

música Flor Amorosa, composta por Callado em 1867, como a pedra fundamental do gênero Choro.

Espontaneamente, os músicos da turma de Callado começaram a dar um toque mais alto-astral nas

interpretações. Entre outras coisas, o tom maior, mais solar e alegre, aos poucos foi roubando espaço do

tom menor, usado em canções vindas da Europa.

CAPA DA PARTITURA DE A FLOR AMOROSA

VENDIDA POR IMPERIAL ESTABELECIMENTO DE PIANOS E MÚISICAS , SITUADO NA RUA DO

OUVIDOR

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O CHORO E SUAS CARACTERÍSTICAS  

O QUE É  

O Choro é considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira. É estilo predominantemente

instrumental, mas ocasionalmente algumas

composições ganham letras, passando a ser cantadas.

Os conjuntos musicais que executam o Choro são chamados de rodas de choro ou regionais, e os

músicos que o praticam são conhecidos como chorões.

 

A composição instrumental desses primeiros grupos de chorões girava em torno de um trio formado por flauta, instrumento que fazia os solos; violão, que

fazia o acompanhamento como se fosse contrabaixo; e cavaquinho, que fazia o acompanhamento mais

harmônico, com acordes e variações.

 

Violão, flauta e cavaquinho dão à música aspecto sentimental, melancólico e "choroso". Violão e

cavaquinho com origem portuguesa e a flauta, em povos nativos.

 

(14)

O Choro foi o recurso que o músico popular utilizou para tocar, do seu jeito, a música importada e

consumida pela nobreza e a alta sociedade. Logo se distinguiu em muito das músicas tocadas nos nobres salões cariocas. 

O TERMO CHORO  

Ninguém sabe ao certo como surgiu o termo choro.

 

O folclorista Luís da Câmara Cascudo acreditava que a designação derivava da palavra xolo, espécie de festa dos escravos.

 

O jornalista e escritor José Ramos Tinhorão afirma que a razão do nome estaria na maneira de tocar violão, com frases de contraponto nas cordas graves, que dá certo tom de lamento, ou de choro.

 

O nome Choro teria vindo do caráter plangente e choroso da música, ou talvez, pela maneira chorosa que os músicos amaciavam certos ritmos de sua

época.

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CARACTERÍSTICAS

Apesar de o Choro ter nascido 50 anos antes do que o jazz, sua construção é semelhante à música negra

norte-americana, ou seja, elaborada como se fosse um jogo criativo. Para sua execução, muita habilidade e genialidade. Portanto, o improviso jazzístico já existia no Brasil nos tempos do Império.

 

Ao executar o Choro, o músico possui liberdade para tocar as melodias, pois não precisa seguir à risca as notas impressas na partitura. Os intérpretes podem improvisar sobre o ritmo das melodias ou até mesmo inserir notas e outros elementos não indicados na

partitura. O resultado final do choro depende, portanto, em grande parte da interpretação dos músicos.

 

O que determinava a maneira como cada instrumento iria participar na música se dava em função da

destreza do músico.

 

Os primeiros músicos improvisadores encontravam-se completamente ao acaso e não tinham nenhuma regra para o número de figurantes ou para o tipo de

composição instrumental. Acredita-se que esta

informalidade levou o Choro a ser feito como o é hoje,

com a participação de vários tipos de instrumentos

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Hoje, os instrumentos típicos utilizados nas rodas de choro são: para a execução das melodias - a flauta, o clarinete, o saxofone e o trombone; para execução das melodias e acompanhamentos - o bandolim, o cavaquinho, o violão de 6 cordas e o violão de 7 cordas; e para percussão – o pandeiro. 

CONCLUSÃO  

Esperamos ter alcançado o objetivo de demonstrar como nossa etnia é formada com base nas matrizes do nativo, do colonizador e do negro escravo,

elegendo como protagonista o Choro. Ou seja, no caso, como as respectivas linguagens musicais do colonizador e do negro escravo foram miscigenadas, para a construção de nossa música, gerando o

Choro, gênero predominantemente instrumental.

Foi nossa canção primeira, a Modinha, quem abriu as portas para o improviso do Choro. Entendem os

estudiosos que Lundu, África e Polca, Europa, também, foram importantes nesse processo.

 

 

(17)

Por outro lado o músico que plasmou esse processo de miscigenação das linguagens tinha como

instrumento a flauta e suas composições traziam batida inovadora, a sincopada.

O Choro é considerado como a primeira música

urbana tipicamente brasileira. E, os primeiros grupos de chorões a interpretava com flauta, violão e

cavaquinho. A flauta de origem no povo nativo e violão e cavaquinho, portuguesa.

 

Certamente, a batida sincopada e o tom maior em substituição ao tom menor europeu foram influência africana.

 

Enfim, assim como o Choro, a Modinha, o Lundu e muito outros gêneros musicais brasileiros terão sua origem nos tempos coloniais e nessa miscigenação de linguagens musicais, praticadas por nativos,

europeus e africanos.

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FONTES

 

Livro:

Chorinho Brasileiro – Como Tudo Começou – Carla Aranha

Sites:

almanaquefolha.uol.com.br;

pt.wikipedia.org; e

revelacaoonline.uniube.br

. IMAGENS:

Livro:

Chorinho Brasileiro – Como Tudo Começou – Carla Aranha; e

Sites:

opiniaoenoticias.com.br; e pensario.uff.br.

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Referências

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