Dependência Química
Psicóloga Clínica especialista em Terapia Cognitivo Comportamental; Psicoterapeuta Cognitiva da Clínica Alamedas; Pesquisadora da UNIAD/UNIFESP; Docente de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas; Conselheira em Dependência Química pela
UNIFESP; Especialista em Dependência Química pela UNIFESP;.Mestranda em Ciências da Saúde pelo Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. CRP: 06/17417.
sl-pacheco@uol.com.br
Sílvia Leite Pacheco
O Que é Dependência Química
Doença (Bio,Psico,social) crônica e recorrente
Fatores biológicos – genética e resistência as uso da substância.
Fatores sociais: baixa escolaridade, exclusão social, família desestruturada, ambientes permissivos, estímulo ao consumo.
Fatores Psicológicos: doenças psiquiátricas associadas (comorbidades), abuso na infância, consumo como forma de resolução de conflitos, apreço pelos efeitos
vivenciados.
O que leva o indivíduo a usar drogas?
Pesquisas apontam que os principais motivos que levam um indivíduo a utilizar drogas são:
Curiosidade Influência de amigos
Vontade
Desejo de fuga (principalmente de problemas familiares)
Coragem (para tomar uma atitude que sem o uso de tais substâncias não conseguiria) Dificuldade em enfrentar e/ou agüentar situações difíceis
Busca por sensações de prazer Tornar -se calmo
Servir de estimulantes
Facilidades de acesso e obtenção
Diferença entre Uso, Abuso e Dependência
Existe uma progressão no uso de substâncias:
USO: geralmente se restringe ao consumo dito
„recreacional‟;
ABUSO: padrão mal-adaptativo de consumo, manifestado por consequências em vários âmbitos da vida do indivíduo;
DEPENDÊNCIA: o uso da substância se torna prioridade na vida do indivíduo em detrimento do resto.
Criterios da dependência de substâncias
Forte desejo ou compulsão
Dificuldade na capacidade de controlar a ingestão Tendência para aumentar doses – tolerância
Síndrome de abstinência
Uso de substâncias psicoativas para atenuar sintomas de abstinência Estreitamento do repertório pessoal de consumo
Persistência no consumo, apesar da evidência de manifestações danosas Retorno ao uso das substância leva rapidamente ao quadro anterior
O que são drogas?
Droga é qualquer substância capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em
mudanças fisiológicas ou de comportamento.
Classificação das drogas
Drogas estimulantes;
Drogas depressoras (Depressores do Sistema Nervoso Central);
Drogas perturbadoras (alucinógenas);
Drogas Depressoras
Lentifica ou diminui a atividade do cérebro e possui também alguma propriedade analgésica;
Pessoas sob o efeito de tais substâncias tornam-se sonolentas, lerdas e desconcentradas.
Álcool
Benzodiazepínicos (tranqüilizantes ou calmantes) Barbitúricos (soníferos)
Opiáceos – analgésicos opióides Inalantes
Drogas Estimulantes
aumento da atividade cerebral;
aumento da vigília, da atenção, aceleração do pensamento e euforia;
usuários tornam-se mais ativos, “ligados”;
Cocaína Ecstasy Anfetaminas
Crack
Drogas Perturbadoras
Alucinógenas:
relacionadas à produção de quadros de alucinação ou ilusão;
não possuem utilidade clínica (como os calmantes);
não podem ser utilizadas legalmente (como o álcool, o
tabaco e a cafeína);
não aceleram ou lentificam o SNC (mudança é qualitativa);
cérebro passa a funcionar fora do seu normal e sua atividade fica perturbada.
Maconha
Skank
Haxixe
Efeitos e sinais do uso indevido do Álcool
e outras drogas
ÁLCOOL
O alcoolismo é um grave problema de saúde pública no Brasil;
Mesmo quando não há dependência química, um número grande de pessoas enfrenta problemas relacionados ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas, como acidentes de trânsito, situações diversas de
violência, perda de emprego, etc.
O álcool é uma droga depressora do Sistema Nervoso Central.
Geralmente começa-se a fazer uso de bebidas alcoólicas cedo, entre o
início e meio da adolescência, com grupo de amigos ou em casa.
O mesmo padrão de uso e abuso existente para o álcool também ocorre com outras drogas. Especialistas notaram as seguintes fases
do uso de álcool:
Estágio 1: é a fase da experimentação na qual pode haver forte pressão social para consumir álcool para se divertir e fazer parte do
grupo. O uso acontece mais nos finais de semana e normalmente não há nenhuma mudança de comportamento entre os usos.
Estágio 2: é a fase da busca ativa pelo álcool. O álcool é usado para promover sensações agradáveis durante períodos de estresse. O
uso ocorre também durante a semana. A pessoa pode sofrer mudanças de comportamento, tais como:
Estágios do uso do álcool
Aumento do tempo gasto sozinho;
Declínio na comunicação com os membros da família, e tendência ao isolamento Mudanças no vestuário e aparência
Mudanças na escolha de amigos Envolvimento em brigas constantes Maus hábitos de sono e falta de energia
Hábitos alimentares irregulares Olhos vermelhos
Alterações de humor, como irritabilidade e depressão Tentativa de suicídio
Alguns Sintomas
Álcool
A presença de alguns desses sintomas é normal na adolescência e, isoladamente, não significa que a pessoa esteja fazendo uso de álcool. Entretanto, uma combinação de qualquer um dos sintomas
acima podem sinalizar algum problema.
Estágio 3: é a fase da preocupação com o álcool. Há uma perda quase total de controle sobre o uso. As tentativas de limitar o uso do
álcool, nesta fase, podem causar sintomas de abstinência como:
mau humor, depressão e irritabilidade.
Por que as pessoas bebem?
Curiosidade: os jovens escutam que ficar bêbado é divertido e querem descobrir por si próprios;
A bebida é vista como um “rito de passagem”; algo para ser experimentado no caminho para a vida adulta;
Para ser aceito no grupo de amigos que já estão utilizando o álcool;
Para sentir-se relaxado e aumentar a auto-confiança;
Como fuga de problemas como depressão, conflitos familiares, problemas na escola ou com a namorada ou namorado;
Para embriagar-se (“Binge”). Os jovens, muitas vezes, bebem para passarem dos limites até ficarem fora de controle.
Efeitos agudos
Quando consumido em grande quantidade provoca:
Dor de cabeça Náuseas
Tremores e vômitos
Prejuízo na coordenação motora, na memória e na capacidade de concentração Insuficiência respiratória
Coma e morte.
O consumo moderado promove:
Euforia e desinibição
Diminuição da capacidade de julgamento crítico, da concentração e dos reflexos
Motores
Instabilidade do humor.
O uso prolongado do álcool pode trazer sérias conseqüências à saúde, tais como:
Doenças do fígado, coração e do sistema digestivo Perda de apetite
Deficiências vitamínicas Impotência sexual
Irregularidades do ciclo menstrual.
Cocaína
Classificada como droga estimulante , a cocaína é extraída das folhas do arbusto da coca.
Após passar por um processo de refinação chega-se ao produto final com aspecto de um pó branco e cristal
Formas de consumo
A cocaína pode ser consumida de diferentes formas:
Oral Intranasal
Injetável
Cocaína
No Brasil, a forma mais comum de consumo é a por via nasal, ou seja, pela aspiração da droga sob a forma de pó (ou “farinha” como também
é chamada entre os usuários).
Ao ser inalada pode provocar:
Coriza Rinite
Inflamação e ulceração na mucosa nasal
Alguns consumidores chegam a injetar a droga diretamente na corrente sangüínea, o que eleva consideravelmente o risco de uma
parada cardíaca irreversível e de contrair doenças contagiosas,
principalmente, DSTs e AIDS.
cocaína
Efeitos agudos
Logo após o uso da substância o indivíduo sente-se e apresenta-se:
Desperto;
Eufórico;
Inquieto (fala e se mexe muito);
Desinibido;
Autoconfiante (capaz de vencer qualquer desafio);
Tem sensações de poder e de bem-estar;
Ausência de medo
Excitado física, mental e sexualmente Perda do apetite
Insônia Delírios
Os sentimentos de euforia e confiança causados pela cocaína podem facilmente se transformar em irritabilidade, agressividade e confusão.
O uso dessa substância provocam alterações no Sistema Cardiovascular, tais como:
Aumento na frequência dos batimentos cardíacos Aumento da pressão arterial
08/05/2015
E no Sistema Nervoso Central, tais como:
Tremores Tiques Sudorese
Sensação de dormência na boca (anestesia) Euforia
Ansiedade
Estado de alerta exacerbado Pupilas dilatadas
Desmaio Tontura
Os efeitos crônicos da cocaína são ainda mais graves do que os efeitos agudos e podem causar:
Depressão com risco de suicídio Desmotivação
Irritabilidade Crises de pânico
Paranóia (o indivíduo acredita ser perseguido, mesmo confrontado com a inexistência de evidências reais)
Efeitos Crônicos
Irritabilidade, agressividade e inquietação
Há evidências de que o uso prolongado de cocaína prejudica a motivação do indivíduo, afastando-o dos interesses sociais, familiares, emocionais e profissionais para se concentrar apenas
na droga.
Maconha
Classificada como droga perturbadora, a maconha é uma planta (Cannabis Sativa) que cresce em vários lugares do mundo. Seu
agente ativo (resina que envolve a folha) é o THC (delta-9-
tetrahidrocanabinol) sendo o principal responsável por seus efeitos psicoativos.
Segundo a Secretária Nacional Antidrogas (SENAD), é a segunda droga mais utilizada entre os estudantes (exceto álcool e tabaco), e
a droga ilegal mais usada em nosso país.
A maconha pode ser consumida na forma de cigarro (ou “baseado”,
“beck”, como também é chamado entre os usuários) na qual as folhas secas são enroladas em papel de cigarro ou de seda e
fumadas, esta é a forma mais comum de utilização da droga.
Outra forma de consumo se dá por meio da ingestão de alimentos preparados com a erva.
Como é usada?
Efeitos Agudos e Crônicos
Algumas pessoas não sentem nada quando provam maconha pela primeira vez. Outras podem sentir-se intoxicadas e/ ou eufóricas
(alegres).
Normalmente as pessoas que fazem uso da substância apresentam grande interesse por estímulos visuais, auditivos ou sabor, que de
outra maneira seriam comuns.
Os eventos triviais podem parecer muito mais interessantes ou
engraçados. O tempo parece passar lentamente e, às vezes, a droga
faz com que a pessoa sinta muita sede e fome.
Efeitos da Maconha
Olhos avermelhados Dilatação da pupila Aumento do apetite
Boca seca Voz pastosa (mole)
Vertigens Náusea
Alucinações visuais e auditivas Desorientação mental
Delírios
Há evidencias de que o uso prolongado(crônico) de maconha acarreta:
Apatia
Dificuldade de concentração
Desinteresse em cumprir atividades diárias Tendência ao isolamento.
Mudanças emocionais Instabilidade de humor
Memória prejudicada
Haxixe
(Derivado da maconha)
Originário de uma resina dourada e viscosa que se instala nas folhas da planta da maconha, o haxixe tem maior concentração de THC e por isso seus efeitos sobre o organismo, apesar de semelhantes ao da maconha, são mais intensos. Pode ser usado na forma de cigarro
( mais freqüente) ou colocado em cachimbo ou narguilé.
Skank (“super maconha”)
É uma substância produzida em laboratório a partir das flores, frutos e folhas prensados da maconha. O skank é o cruzamento de
variedades da planta e contém concentrações de THC (principio ativo e alucinógeno da maconha) muito superiores ao da mesma. Os
efeitos são os mesmos da maconha, porém de maior intensidade.
O uso de maconha pode antecipar esquizofrenia em indivíduos vulneráveis, da mesma forma que os
portadores de esquizofrenia podem fazer uso da maconha para aliviar o desconforto do transtorno ou dos efeitos
colaterais de medicamentos .
Crack
É uma droga estimulante produzida a partir da mistura da cocaína com bicarbonato de sódio ou amônia e água
destilada.
Essa mistura resulta em grãos ou pedras que são colocados em cachimbos para serem fumados. Dessa forma se torna mais econômica não havendo necessidade
do uso de seringas.
O crack tem baixo custo tornando seu consumo mais
atraente
•
poder do crack em gerar dependência é grande, pois sua ação no cérebro é muito rápida e intensa. Da mesma forma que o efeito é rápido, sua duração também dura poucos minutos (5 a 10 minutos).
•
Com um forte prazer, a pessoa tem urgência em repetir o comportamento de uso com maior frequência. Com o passar do tempo, o organismo vai ficando tolerante à substancia, fazendo com que seja necessário doses cada vez maiores da droga para obter os
mesmo efeitos.
Cerca de cinco vezes mais potente que a cocaína, o crack tem sido cada vez mais utilizado, e não somente por pessoas de baixo poder
aquisitivo, como há alguns anos.
Os prejuízos causados pelo crack são iguais aos da cocaína, sendo que a pessoa fica mais
exposta a contrair doenças pulmonares e
circulatórias.
O crack sendo uma droga que causa dependência mais rápida pode destruir em menos tempo a vida de uma pessoa levando a morte.
O tratamento para os usuários de crack é urgente e emergencial. Os familiares dificilmente conseguem tratar sem o suporte da equipe de
saúde e na maioria das vezes sem internação
DROGAS CONTEMPORÂNEAS
GHB (Ácido Gama hidroxibutírico)
GHB é um líquido inodoro e incolor levemente salgado que contém um ácido (Gama-hidroxi-butírico). É também encontrado em cápsulas
e em pó, solúvel na água ou em outras bebidas.
A droga foi sintetizada nos anos 60 para ser utilizado em hospitais como anestésico, mas o uso foi suspenso devido aos seus efeitos
colaterais.
É um depressor do sistema nervoso central que reduz a velocidade das funções do corpo.
:
Efeitos do uso da substância
Vertigens Distúrbios visuais
Diminuição da frequência cardíaca
Hipotemia (temperatura do organismo muito abaixo do normal) Hipotensão (pressão baixa)
Depressão respiratória.
Enxaquecas.
Delírio
Sonolência
Diminuição do nível da consciência Desinibição
Sensação de bem-estar Relaxamento
Convulsões
Sem comprovação científica, é usado como estimulador do crescimento da massa muscular
O indivíduo pode sentir mais energia
O GHB pode causar intoxicações intensas mesmo em pequenas doses. Dosagens mais elevadas e a combinação com álcool podem levar ao óbito.
KETAMINA
Ketamina é uma droga sintética também conhecida com “special K” ou “vitamina K”
com efeito psicotrópico.
É um anestésico que pode ser utilizado em forma de pó ou líquido.
Quando é utilizada sob a forma de pó, a substância pode ser cheirada.
O pó também pode ser fumado se colocado em cigarros de maconha ou tabaco.
Outra forma de administrá-la é misturando com água e injetando-a no músculo (armazenada em ampolas).
Há também em forma de pílulas para ser administrada via oral.
A Ketamina é uma substância lícita que é permitida apenas para ser ministrada por profissionais da saúde como os médicos e médicos veterinários (é muito utilizada
como anestésico nos animais em situações cirúrgicas).
Seus efeitos duram cerca de duas horas.
Alguns efeitos da ketamina:
Naúsea Vertigem
Vômitos Diarréia
Baixa de temperatura Problemas respiratórios Entorpecimento (baixas doses)
Alucinações
Dificuldade em controlar movimentos e sentimentos
Pensamento aéreo Tendência a tropeçar
Retardamento das sensações e reflexos Possibilidade de sensações eróticas
Aumento de sociabilidade
Aumenta a pressão arterial, podendo levar a um infarto do
miocárdio.
ANFETAMINAS
São drogas sintéticas e estimulantes que fazem o cérebro trabalhar mais depressa, deixando as pessoas “elétricas”,
“acesas”, “ligadas”, com menos sono e menos apetite.
É chamada de “rebite" principalmente entre os motoristas que precisam dirigir durante várias horas seguidas sem
descanso.
Também é conhecida como “bolinha” por estudantes que passam noites inteiras estudando. E por pessoas que
costumam fazer regimes para emagrecimento sem o
acompanhamento médico.
Está presente em medicamentos sob prescrição médica, sendo seu uso rigorosamente
controlado devido ao risco de dependência e de efeitos colaterais. Além do uso médico
controlado, as anfetaminas são usadas
ilegalmente como droga estimulante e doping.
É comercializada por laboratórios na forma de
remédio com diferentes nomes fantasia.
Quando essa substância é usada
constantemente, a pessoa começa a perceber com o passar do tempo que a droga faz a cada
uso menos efeito.
Dessa forma, em busca do efeito desejado,
necessita aumentar as doses.
A anfetamina não acarreta conseqüências apenas no cérebro. Ela pode causar:
Aumento do número de batimentos do coração (taquicardia);
Aumento da pressão sanguínea;
Afetar os olhos, dilatando a pupila.
Importante frisar que a anfetamina leva o organismo a reagir além de suas capacidades, desempenhando esforços excessivos. Ao interromper o uso da substância, a pessoa sente uma significativa
falta de energia, podendo ficar deprimida.
ECSTASY
O Ecstasy é uma droga sintética, cujo princípio ativo é uma substância chamada metilenodioximetanfetamina, que pode ser abreviada de
“MDMA”, que é um tipo de estimulante.
É classificado como um alucinógeno e atua no cérebro controlando duas substâncias: a dopamina, que interfere nas dores, e a
serotonina, que está ligada às sensações de prazer. A combinação
das duas deixa a pessoa muito mais eufórica, confiante e sociável.
Formas de consumo
É vendido geralmente em comprimidos e consumido por via oral, embora também possa ser injetado ou inalado na forma de pó. Pode
apresentar diversos aspectos, tamanhos e cores, de forma a tornar- se mais atrativo e comercial.
No Brasil, teve seu pico de surgimento na década de 1990. Atinge um publico de adultos jovens, com formação escolar, inseridos no
mercado de trabalho, pertencentes às classes sociais mais
abastadas e usuários de outras drogas.
Efeitos Físicos e Psíquicos
Entre os efeitos físicos causados após a ingestão da droga estão:
Taquicardia
Aumento da pressão sanguínea Boca seca
Perda do apetite Dilatação das pupilas Dificuldade em caminhar
Reflexos exaltados Vontade de urinar
Tremores
Sudorese (suor excessivo) Câimbras ou dores musculares
Tensão maxilar
Bruxismo (ranger os dentes).
Aumento da autoconfiança, da comunicação e da sensibilidade Euforia
Bem estar Despreocupação
Perda da noção de espaço
Aumento da percepção para sons e cores Aumento do estado de alerta
Maior interesse sexual
Aumento da sensação de proximidade e intimidade com terceiros, daí a sua popularidade como a “pílula do amor”.
O Uso constante da droga pode causar :
Morte de células cerebrais Perturbações mentais
Falta de memória Perda do autocontrole
Síndrome do pânico Depressão
Ansiedade
Desidratação
Alucinações (ouvir vozes) Paranóias
Despersonalização Impulsividade
Dificuldade para tomar decisão Insônia.
Inalantes
Os inalantes são substâncias química voláteis (vaporizam para a forma gasosa em temperatura ambiente) e quando inalados podem
intoxicar.
A substância vai para os pulmões segue para a corrente sangüínea e atinge o cérebro em segundos, podendo acarretar sensação de
euforia e alucinações.
Formas de apresentação dos inalantes
Os inalantes podem apresentar-se de várias formas. Nem sempre são produtos ilícitos, visto que também são encontrados em produtos de
uso doméstico e profissional, como tintas spray e fluidos de limpeza Outras substâncias inalantes são: solventes (verniz, esmalte, cola,
removedor, líquido corretivo, gasolina, tinta spray, desodorante e fixador de cabelo) e gases (de isqueiro, de cozinha, anestésicos e
aerossóis
Efeitos agudos
Os efeitos dos inalantes costumam durar poucos minutos, no entanto quando a substância é inalada repetidas vezes, o seu efeito prolonga-se por horas e surgem sintomas agudos do abuso, semelhantes aos do
uso do álcool.
Alguns sintomas:
Desinibição
Fraqueza muscular Falta de coordenação
Tonturas
Desorientação
Perda dos reflexos
Problemas nos rins e fígado
Diminuição do fluxo de oxigênio para o cérebro levando à morte de neurônios
Perda de memória e concentração
Parada cardíaca e distúrbios do ritmo cardíaco Sufocação podendo levar ao óbito
Por serem produtos altamente tóxicos podem levar o usuário à morte dentro de poucos minutos em uma única vez de consumo
prolongado
TABACO
Tabaco é o nome de uma planta originária da América do Sul, da qual é extraída a substância chamada nicotina. O tabaco é uma droga estimulante e por isso a pessoa tem um aumento em seu estado de
alerta.
A nicotina é utilizada na forma de cigarro sendo absorvida pelo pulmão, mas também pode ser absorvida pela mucosa bucal se o
tabaco for mascado.
Durante o consumo, a pessoa introduz no organismo mais de 4700 substâncias tóxicas.
Entre elas estão:
Nicotina Alcatrão
Veneno para matar insetos
Monóxido de carbono (igual ao gás venenoso que sai do escapamento de automóveis)
Agrotóxicos e substâncias radioativas
A primeira experiência pode causar:
Náuseas
Dores de cabeça
Mal estar
A primeira experiência pode causar:
Náuseas
Dores de cabeça Mal estar
Porém, o indivíduo logo se adapta a esses sintomas que acabam desaparecendo. Com a continuidade do uso e sem os sintomas
desagradáveis, a pessoa acaba adquirindo tolerância à droga e passa a consumi-lá com mais frequencia até alcançar a síndrome da dependência.
Algumas doenças crônicas causadas pelo uso da substância :
Câncer de pulmão, laringe, esôfago e boca Doenças coronarianas (o tabaco é um
grande fator de risco para os ataques cardíacos)
Bronquite crônica Enfisema pulmonar
Infecções respiratórias, entre outras
doenças.
Algumas complicações psiquiátricas :
Os dependentes da nicotina têm maior probabilidade de se envolverem com o uso problemático de álcool, com drogas ilícitas, problemas
com depressão e transtornos de ansiedade.
Para tratamentos da dependência de tabaco, algumas técnicas medicamentosas e psicoterapêuticas têm se mostrado eficientes.
O uso de estratégias motivacionais com o cliente para mostrar-lhe as vantagens e desvantagens do uso da substância é uma forma de
incentivá-lo a iniciar um tratamento
O Tratamento da dependência Química e as
terapias cognitivo – comportamentais.
A Dependência Química e o Modelo Cognitivo de Aaron Beck
O modelo cognitivo proposto por Aaron Beck considera o uso de substâncias uma estratégia
compensatória que tem a função de eliminar e neutralizar crenças disfuncionais básicas e centrais a respeito de si, do outro, do mundo e
das relações entre estes.
TCC na DQ
Objetivos:
identificar, junto com o paciente, pensamentos e crenças disfuncionais que desencadeiam sentimentos e comportamentos que prejudicam a rotina e vida do
paciente (como o uso de substâncias psicoativas)
O terapeuta cognitivo comportamental investigará, junto com o paciente, pensamentos que desencadeiam um
modo distorcido ou disfuncional de perceber os acontecimentos, e essa percepção distorcida afeta o
humor e o comportamento.
O uso constante leva ao desenvolvimento de um grupo de crenças muito próprias a respeito das substâncias químicas. Essas
crenças, compõem a sub cultura do
consumo e formam os fatores de risco para
o uso.
Quando um indivíduo com crenças disfuncionais sobre si mesmo entra em contato com substâncias psicoativas, um segundo grupo de crenças mais específicas relacionadas ao
uso pode se desenvolver, tais como “só consigo aliviar a ansiedade bebendo um pouco” ou “usando cocaína, eu me
torno mais sociável”.
Essas crenças desencadeiam a busca e uso da substância.
Crenças que facilitam o uso de drogas:
Crenças antecipatórias: expectativa de que o uso da droga produzirá recompensa, gratificação ou prazer.
Crenças de alívio: expectativa de que o uso da droga aliviará ou afastará algum desconforto ou sofrimento.
Crenças permissivas ou facilitadoras: consideram o uso da
droga aceitável, apesar das consequências.
Entre as crenças do DQ, podemos citar :
a droga é necessária para manter o equilíbrio psicológico ou emocional;
a droga melhorará o funcionamento social e intelectual;
a droga trará prazer e excitação;
a droga fornecerá força e poder;
A droga terá efeito calmante;
A droga trará alívio para a monotonia, ansiedade, tensão e depressão;
Sem o uso da droga, o craving - fissura - continuará,
indefinidamente e cada vez mais forte.
A terapia cognitiva objetiva modificar e reestruturar as crenças disfuncionais,
diminuindo o craving e interrompendo o uso
ou a recaída.
Estrutura das sessões
Primeira sessão: apresentar-se ao paciente e acolhê-lo.
Iniciar a avaliação inicial (busca de dados
relevantes fazendo com que o paciente fique à vontade para dizer o que mais necessita).
A avaliação inicial pode durar até 3 sessões.
Avaliação Inicial:
queixa principal;
quais são as substâncias utilizadas?
qual é o padrão de uso?
qual foi a última vez que ele usou?
onde estava?
O que havia acontecido antes?
você consegue lembrar-se o que estava pensando naquele momento?
você se lembra das consequências positivas e negativas do uso da
droga?
como era a vida do paciente antes do consumo?
como o uso inicial causou abuso ou dependência?
O que está impedindo o paciente de ser capaz de parar com o uso?
quais foram as crenças que ele desenvolveu em relação as drogas?
você já recebeu tratamento da dependência química?
você já conseguiu ficar abstinente?
quais são seus pontos fortes e as suas vulnerabilidades?
História do consumo da droga
Idade, quantidade e droga de preferência em cada época de sua vida;
Marcos na sua vida que possam ter interferido no inicio de uso ou de manutenção;
Houve internação
Padrão de consumo de cada droga
Terapeuta:___________________________________________________
Paciente: _________________ Sessão número:_____________________
Data:_______________________________________________________
Humor antes:__________ Humor depois:________________________
Objetivos do terapeuta: ___________________________________________
Agenda: _____________________________________________________
Resumo da sessão:______________________________________________
Tarefa de casa:________________________________________________
Objetivos para a próxima sessão:____________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
Anotação de sessão
Enfatizar a necessidade do comparecimento às sessões no horário marcado, a importância das
tarefas de casa e de avisar quando não puder
comparecer a sessão.
Considerações Importantes
Antes de iniciar a TCC, o terapeuta deve:
identificar as dificuldades e obstáculos a serem superados;
qual é o estágio motivacional do paciente?
ele reconhece a necessidade da terapia?
É capaz de identificar os gatilhos que o levam para o uso?
O paciente possui comorbidades psiquiátricas.
Necessidade de tratamento psiquiátrico com medicação.
O terapeuta inicia a conceitualização cognitiva desde o primeiro contato com o paciente. A conceitualização cognitiva revela ao terapeuta como se constitui o sistema de crenças do paciente.
De posse das informações relevantes e das hipóteses iniciais de
conceitualização cognitiva, será definido um planejamento de
intervenção, que consiste em um plano estratégico de tratamento:
Inicio do tratamento:
Estabelecer contrato e metas sobre o uso Psicoeducação do modelo cognitivo.
Análise das vantagens e desvantagens em manter o uso Construir uma aliança terapêutica forte
Monitorar o uso da substância (diário de auto monitoramento,
identificação dos pensamentos automáticos, ensinar a monitorar os pensamentos sabotadores, treinamento de habilidades sociais para
resolver problemas
Elaborar a lista de problemas.
Promover a abstinência.
Uso de técnicas Cognitivas: cartões de enfrentamento Monitoramento e manejo de fissura.
Estratégias de enfrentamento da fissura.
Identificação e manejo das situações de fissura.
Reestruturação cognitiva (técnicas de questionamento socrático para
pensamentos, suposições e crenças.
Treinamento de habilidades para resolver problemas: lista de metas;
escolher estratégias de resolução de problemas e pensamentos sabotadores.
Promover a manutenção dos ganhos terapêuticos e monitorar as novas crenças.
Prevenir recaídas: demonstrar o progresso terapêutico, atribuindo a paciente a responsabilidade.
Identificar as expectativas e preocupações do paciente.
Reforçar o que foi aprendido na terapia e como poderia ser útil em situações de emergência.
Informar que sessões de reforço poderão ser agendadas.
Alguns instrumentos importantes para obter mais dados sobre o paciente
Identificação da demanda
Diário de pensamentos automáticos Questionamento socrático
Questionário de Esquemas Questionário de crenças pessoais
Inventários de Beck Roda da Vida
Lista da verificação da Ansiedade de Leahy Questionário de estilos parentais
Identificação de pensamentos automáticos (PA) Avaliação e questionamento de PA
Registro diário de pensamentos automáticos disfuncionais (RPD) Identificação de crenças
Avaliação e modificação de crenças Seta descendente
Solução de problemas
Exame das vantagens e desvantagens Distração
Cartões de enfrentamento Relaxamento
Exercício físico Dramatização
Treinamento de assertividade Dessensibilização ao vivo
Questionário de esquemas
Escala de avaliação
1 = Inteiramente falsa 2 = Em grande parte falsa
3 = Levemente mais verdadeira do que falsa 4 = Moderadamente verdadeira
5 = Em grande parte verdadeira 6 = Descreve perfeitamente
Questionário de Esquemas
1 ___ As pessoas não conseguiram satisfazer minhas necessidades emocionais.
12. ___ Eu me preocupo com a possibilidade de as pessoas de quem eu gosto me deixarem ou me abandonarem.
29. ___ Frequentemente, sinto que tenho que me proteger dos outros.
49. ___ Eu me sinto isolada/o e sozinha/o.
68. ___ Um dos meus maiores medos é que meus defeitos sejam expostos.
74. ___ Sou chata/o e desinteressante em situações sociais.
82. ___ Eu sou um fracasso 111.___ Sou uma pessoa medrosa.
169.___ Quase nada é bom o bastante; sempre posso fazer melhor.
205.___ Frequentemente faço, por impulso, coisas que mais tarde lamento.
0 1 2 3 4 5 6
pe ab da ia dv is fr di vd em sb as ie pi me ai
privação emocional; 1,56
abandono; 2,17 desconfiança /
abuso; 2,65
isolamento social / alienação; 1,00 defectividade (imperfeito) / vergonha;
1,80
indesejabilidade social; 2,00 fracasso; 1,89 dependência / incompetência; 2,07
vulnerabilidade a danos e doenças; 2,79 emaranhamento;
2,00 subjugação; 2,60 auto-sacrifício;
2,41 inibição emocional; 2,33 padrões inflexíveis; 3,31 merecimento; 3,09
autocontrole/autodiscip lina insuficientes; 2,93
Padrões Inflexíveis
Os pacientes acreditam que nada do que fazem é
suficientemente bom, que eles sempre devem se esforçar mais e/ou enfatizam excessivamente valores como status, riqueza e poder, à custa de outros valores como interação
social, saúde e felicidade.
Normalmente, os pais nunca estavam satisfeitos e davam aos filhos um amor que estava condicionado a realizações
notáveis.
Pe- Privação Emocional (suas necessidades nunca serão atendidas) Ab- Abandono (logo perderá as pessoas que criará vínculo)
Da- Desconfiança/Abuso (os outros tirarão vantagens)
Ia - Isolamento Social/Alienação (não consigo fazer parte de nenhum grupo)
Dv - Defectividade/ Vergonha (Sou defeituosa e as pessoas se afastarão quando descobrirem)
Fr - Fracasso (Não sou capaz de ter um desempenho tão bom quanto os outros)
Di - Dependência/incompetência (Incapacidade de assumir responsabilidades do cotidiano)
Vd- Vulnerabilidade a danos e doenças Em – Emaranhado
Sb- Subjugação As - Auto Sacrifício Ie- Inibição Emocional
Pi- Padrões Inflexíveis (os pacientes acreditam que nada do que fazem é suficientemente bom)
Me- Merecimento
Ai- Autocontrole/ Autodisciplina Insuficientes
Quetionamento Socrático
Quais são as evidências?
Quais são as evidências que apóiam essa idéia?
Quais são as evidências contra essa idéia?
Existe alguma explicação alternativa?
Qual é o pior que poderia acontecer? Eu poderia superar isso?
O que de melhor poderia acontecer?
Qual é o resultado mais realista?
Qual é o efeito da minha crença no pensamento automático?
O que eu deveria fazer em relação a isso?
O que eu diria a um amigo se ele estivesse na mesma situação?