• Nenhum resultado encontrado

A aprendizagem matemática no âmbito do programa jovem de futuro: foco na metodologia entre jovens

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "A aprendizagem matemática no âmbito do programa jovem de futuro: foco na metodologia entre jovens"

Copied!
118
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PRÓ- REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

JOILSON PEDROSA DE SOUSA

A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA NO ÂMBITO DO PROGRAMA JOVEM DE FUTURO: FOCO NA METODOLOGIA ENTRE JOVENS

(2)

JOILSON PEDROSA DE SOUSA

A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA NO ÂMBITO DO PROGRAMA JOVEM DE FUTURO: FOCO NA METODOLOGIA ENTRE JOVENS

Dissertação de mestrado apresentado a banca examinadora do Programa de Pós-Graduação strictu sensu Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática, da Universidade Federal do Ceará, como um dos requisitos para obtenção do título de mestre em ensino de Ciências e Matemática.

Eixo Temático: Matemática

Linha de Pesquisa: Métodos Pedagógicos no Ensino de Ciências e Matemática.

Orientadora: Professora Doutora Maria José Costa dos Santos

(3)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca do Curso de Matemática

S697a Sousa, Joilson Pedrosa de

A Aprendizagem matemática no âmbito do programa jovem de futuro: foco na metodologia entre entre jovens / Joilson Pedrosa de Sousa. – 2015.

117 f. : il., enc.; 31 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática, Fortaleza, 2015.

Área de Concentração: Ensino de Ciências e Matemática. Orientação: Profa. Dra. Maria José Costa dos Santos.

1. Fedathi, sequência. 2. Avaliações externas e internas. 3. Metodologia. I. Título.

(4)
(5)
(6)

AGRADECIMENTOS

A Deus, todo poderoso, maior motivo da minha fé.

À minha mãe, Maria Edvam, pelo incentivo e crédito na pesquisa

apresentada.

Aos meus filhos, Felipe, Isaac e Karen, que são a minha fonte inspiradora

e que sofreram com a minha ausência durante essa empreitada.

À minha orientadora Professora Doutora Maria José Costa dos Santos,

que representou a maior contribuição intelectual, pedagógica, na amplitude e

aumento dos meus conhecimentos e que me trouxe ao mundo da pesquisa para

desbravar e descobrir as mais valiosas descobertas.

À minha esposa Tatiane Cruz da Costa por todos os momentos de

contribuição ao longo do mestrado e em todos os outros momentos e pela

demonstração de que o conhecimento é o maior legado que se pode deixar para

alguém.

Ao meu amigo e companheiro de mestrado, professor mestre Antônio

Marcos de Souza, que trilhamos sempre juntos desde o primeiro dia os nossos

passos ao longo de dois anos e que suas contribuições foram sempre de muita valia.

Aos Professores Doutores Júlio Wilson, Isaias Batista de Lima, José

Othon Dantas e Francisco Régis Vieira Alves que mostraram com as suas

contribuições durante as aulas a importância da pesquisa para engrandecer e

melhorar o ensino de ciências e matemática.

Aos coordenadores do mestrado ENCIMA que contribuiu com a sua

organização e atenção, sempre incentivando na minha pesquisa.

Aos membros do grupo de estudo GEM²- Grupo de Pesquisa em

Educação Matemática do Multimeios que tornaram alcançáveis as dificuldades, e o

compartilhamento de muitas aprendizagens para alcançarmos os nossos objetivos.

Aos colegas da turma de mestrado, pelas reflexões, críticas e sugestões

recebidas.

Aos professores entrevistados, pelo tempo concedido nas entrevistas e

nos momentos de formação.

À assistente social Maria Luiza Carlos da Silva, pelo apoio dado nos

(7)

“O segredo da liberdade está em educar as pessoas, ao passo que o segredo da tirania está em mantê-las ignorantes.”

(8)

RESUMO

Este trabalho objetivou verificar se a Metodologia Entre Jovens contribuiu para a construção de uma aprendizagem significativa em Matemática, e como a Sequência Fedathi poderia colaborar na melhoria das estratégias didáticas utilizadas pelos tutores-professores da escola selecionados para desenvolver o programa. A metodologia Entre Jovens é promovida pelo Programa Jovem de Futuro, desenvolvido por meio de uma parceria entre o Instituto Unibanco e a Secretaria de Educação do Estado do Ceará. Os sujeitos da pesquisa foram os alunos e os tutores das 2ª séries da Escola Estadual de Ensino Médio Padre Saraiva Leão, localizada no município de Redenção, no estado do Ceará. Para o desenvolvimento desta pesquisa, dividiu-se o processo analítico em cinco etapas. No momento inicial, realizou-se uma entrevista com os tutores e os alunos assistidos pela metodologia Entre Jovens; em seguida, houve um período de observação das aulas ministradas pelos tutores; posteriormente, buscou-se promover uma oficina com os tutores aplicadores da metodologia Entre Jovens na referida escola; em outro momento, depois de vivenciar a nova proposta em suas aulas, os tutores foram novamente ouvidos, com o objetivo de verificar como foi a receptividade dos alunos à Sequência Fedathi; assim última etapa da análise ocorreu três meses após o início da oficina, realizando-se um estudo comparativo, baseado na análise documental dos simulados aplicados antes e depois da oficina e dos resultados obtidos pelos alunos participantes da metodologia Entre Jovens, nas avaliações do SPAECE dos anos de 2013 e 2014, a fim de analisar se houve ou não progressão no número de acertos e no grau de proficiência dos alunos envolvidos no projeto. A partir dos dados obtidos, concluiu-se que a utilização da proposta teórico-metodológica Sequência Fedathi durante as aulas do Entre Jovens promoveu maior interação aluno e aluno-tutor, de forma que, essa maior interação permitiu a ampliação de discussões e questionamentos, o que, por sua vez, implicou em um processo mais conciso de aquisição do conhecimento. As avaliações internas mostraram, em seus resultados quantitativos, que, após a utilização da metodologia Entre Jovens, houve aumento no número de acertos em relação aos anos anteriores, quando o programa ainda não havia sido implantado. O produto das avaliações externas também indicou a melhoria dos resultados obtidos pelos alunos assistidos pelo Programa Jovem de Futuro.

(9)

ABSTRACT

This study aimed to verify that the methodology Among Young contributed to the construction of significant learning in mathematics, and how Fedathi Sequence may help in the improvement of teaching strategies used by the school's teachers tutors selected to develop the program. The methodology Among Youth is sponsored by Future Youth Program, developed through a partnership between Instituto Unibanco and the Secretariat of the State of Ceará Education. The subjects were students and tutors of the 2nd series of the State Preparatory High School Padre Saraiva Leão, in the municipality of Redenção, in the state of Ceará. To develop this research, we divided the analytical process into five stages. At baseline, there was an interview with the tutors and the students assisted by the methodology Among Youth, then there was a period of observation of classes taught by tutors; subsequently sought to promote a workshop with tutors applicators methodology Among Youth in this school. In the fourth time, after experiencing the new proposal in their classes, tutors were again heard, in order to check how was the receptivity of the students to Sequence Fedathi. The last step of the analysis presented here came three months after the beginning of the workshop, carrying out a comparative study, based on documentary analysis of simulated applied before and after the workshop and the results obtained by students participating methodology Among Youth in the evaluations of the SPAECE the years 2013 and 2014 in order to analyze whether there was progression in the number of hits and the degree of proficiency of the students involved in the project. From the data obtained, it was concluded that the use of theoretical and methodological proposal Sequence Fedathi during class Among the Young promoted greater interaction student-student and student-tutor, so that this greater interaction allowed the expansion of discussions and questions which, in turn, resulted in a more concise knowledge acquisition process. Internal evaluations have shown, in their quantitative results, that, after using the methodology Among Youth, the increase in the number of hits compared to previous years, when the program had not yet been deployed. The product of external evaluations also indicated improved results obtained by students assisted by Program Youth with a Future.

(10)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Gestão Escolar para Resultados/GEpR.

(11)

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01: Evolução do desempenho dos alunos das escolas de tratamento e

controle em relação às metas do Jovem de Futuro – total de matriculados no Rio

Grande do Sul e Minas Gerais.

QUADRO 02: Evolução do desempenho dos alunos das escolas de tratamento e

controle em relação às metas do Jovem de Futuro – total de matriculados no Rio

Grande do Sul.

QUADRO 03: Evolução do desempenho dos alunos das escolas de tratamento e

controle em relação às metas do Jovem de Futuro – total de matriculados em Minas

Gerais.

QUADRO 04: Divisão das escolas da CREDE 08 por ciclo no Jovem de Futuro.

QUADRO 05: Percentual da Distorção do Ensino Médio Idade/Série da 2ª série da

EEM Padre Saraiva Leão.

QUADRO 06: Proficiência Média em Matemática no SPAECE na EEM Padre Saraiva

Leão.

QUADRO 07: Instituições de Ensino Superior Participantes do Pacto.

QUADRO 08: Distribuição das Instituições de Ensino Superior por CREDE/SEFOR.

QUADRO 09: Perfil dos Alunos Entrevistados.

QUADRO 10: Pontuação e Percentual de Acerto por Aluno.

QUADRO 11: Resultados SPAECE 2013.

QUADRO 12: Pontuação e Percentual de Acerto por Aluno.

(12)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AVA - AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

CEJA – CENTRO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

CREDE – COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO

DCNEM – DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO ENSINO MÉDIO

EM – ENSINO MÉDIO

GEPR - GESTÃO ESCOLAR PARA RESULTADOS

IBGE- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

IES – INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

IETS – INSTITUTO DE ESTUDOS DO TRABALHO E SOCIEDADE

IFCE – INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ

IU – INSTITUTO UNIBANCO

JF – JOVEM DE FUTURO

LDB – LEIS DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO

MEC – MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

OIT - ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

PDE - PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

PNAD - PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS

PNE - PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

PPP - PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

PRC - PROJETO DE REDESENHO CURRICULAR

PROEMI- PROGRAMA ENSINO MÈDIO INOVADOR

SAE – SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS DA PRESIDÊNCIA

SAEB – SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

SEDUC - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

SEFOR – SECRETARIA DE FORTALEZA

SISMEDIO – SISTEMA INFORMATIZADO DE CADASTRO

SOLAR – AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM DA UFC

SPAECE - SISTEMA PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO

CEARÁ

UECE – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

UFC – UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

(13)

UNILAB – UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA

AFRO-BRASILEIRA

URCA – UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI

UVA – UNIVERSIDADE DO VALE DO ACARAÚ

(14)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 16

2 A TECNOLOGIA DE GESTÃO JOVEM DO FUTURO E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO FORMATIVO: ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA... 22

2.1 Descrição da metodologia do programa... 26

2.2 Metodologia entre jovens: relevância dentro do processo formativo... 29

2.3 Formulação de políticas públicas voltadas para a juventude: resultados, impacto e efetividade do programa na aprendizagem... 31

3 A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA NO ÂMBITO DO PROGRAMA JOVEM DE FUTURO: UM OLHAR NAS TURMAS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO DO ESTADO DO CEARÁ... 35

3.1 Desafios do ensino médio no estado do Ceará e as contribuições propos – tas pela metodologia Entre Jovens... 37

3.2 A relevância da metodologia Entre Jovens na aprendizagem de matemá – tica:o que pensam os alunos... 45

3.3 A relevância da metodologia Entre Jovens no ensino de matemática: o que pensam os professores... 48

3.4 Benefícios pedagógicos da metodologia Entre Jovens: análise dos resulta-dos em matemática a partir de documentos... 49

3.4.1 A metodologia Sequência Fedathi: contribuições possíveis à metodologia Entre Jovens... 51 4 DIÁLOGOS, REFLEXÕES E ANÁLISES ACERCA DAS RELAÇÕES ASSIMÉTRICAS... 57

4.1 Aluno versus professor... 58

4.2 Professor versus metodologia... 60

4.3 Aluno versus metodologia... 62

5 RESULTADOS DA PESQUISA ... 67

6 CONSIDERAÇÕES... 70

REFERÊNCIAS... 73

ANEXO A - PRÉ-TESTE: AVALIAÇÃO INTERNA... 75

ANEXO B - PÓS-TESTE: AVALIAÇÃO INTERNA... 78

ANEXO C - MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO EM MATEMÁTICA – 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL – SISTEMA PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEARÁ – SPAECE... 81

ANEXO D - MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO EM MATEMÁTICA – 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO SISTEMA PERMA- NENTE DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEARÁ – SPAECE... 82

(15)

MATEMÁTICA - 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO SISTEMA PERMA – NENTE DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEARÁ -

SPAECE... 83

ANEXO F - MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO EM MATEMÁTICA - 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO SISTEMA PERMA – NENTE DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEARÁ -

SPAECE... 84

ANEXO G - MATRIZ DE REFERÊNCIA- MATEMÁTICA – 8ª SÉRIE/ 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ... 85

ANEXO H - MATRIZ DE REFERÊNCIA – MATEMÁTICA – 3º ANO

DO ENSINO MÉDIO... 88

ANEXO I - MODELO DE SESSÃO DIDÁTICA... 91

ANEXO J - QUESTIONÁRIO 01 – O QUE PENSAM OS ALUNOS A RESPEITO DA METODOLOGIA ENTRE JOVENS... 95

ANEXO K - QUESTIONÁRIO 02 – O QUE PENSAM OS TUTORES A RESPEITO DA METODOLOGIA ENTRE JOVENS... 96

APÊNDICE A - SESSÃO DIDÁTICA 1 - ESTUDOS DA RETA NUMÉ – RICA REAL, IDENTIFICAÇÃO, LOCALIZAÇÃO E ORDENAÇÃO... 98

APÊNDICE B - SESSÃO DIDÁTICA 2 - MATEMÁTICA FINANCEI – RA, ESTUDO DA PORCENTAGEM... 103

APÊNDICE C - SESSÃO DIDÁTICA 3 - MATEMÁTICA FINANCEI – RA ,ESTUDO DOS JUROS SIMPLES... 108

APÊNDICE D - SESSÃO DIDÁTICA 4 - ESTUDO DA TRIGONOME - TRIA ABORDADO NO CONTEÚDO DE TRIÂNGULO RETÃNGULO

(16)

1 INTRODUÇÃO

A educação básica, no Estado do Ceará, especificamente o Ensino Médio,

atravessa desafios (abandono/evasão) cujo enfrentamento é necessário para a

melhoria dos resultados de atendimento aos jovens que estão inseridos nesse nível

de ensino. Atualmente, as principais representações desses desafios estão em

melhorar o desempenho do educando, propiciar a formação integral do estudante,

universalizar o acesso à educação, promover a conclusão da Educação Básica,

desafios esses a serem superados para obtermos uma educação de qualidade.

Nessa perspectiva, a Secretaria de Educação Básica do Estado do Ceará

(SEDUC) aderiu, em 2012, à Tecnologia de Gestão Jovem de Futuro (BRASIL,

2013), que propõe um currículo dinâmico, flexível e contemporâneo a partir das

demandas da escola, verificadas juntamente com a comunidade escolar, criou-se, a

partir de então, o Projeto de Redesenho Curricular (PRC). Esse projeto,

conceitualmente, representa as ações a serem integradas ao currículo como

disciplinas optativas, oficinas, clubes de interesse, seminários integrados, grupos de

pesquisas, trabalhos de campo e demais ações interdisciplinares, (BRASIL, 2013),

tornando assim o currículo mais flexível e compatível com as demandas da

sociedade, como está descrito no Documento Orientador do Programa Ensino Médio

Inovador (BRASIL, 2013), um referencial de tratamento curricular que indica as

condições básicas de implantação na escola que fizer adesão ao Jovem de Futuro.

Essa tecnologia de gestão foi adotada com o intuito de buscar melhorias

significativas que promovam: a aprendizagem e o desenvolvimento dos estudantes

do Ensino Médio e a melhora de sua frequência escolar; o aumento da frequência

escolar dos professores, bem como a melhoria de suas práticas pedagógicas e a

articulação entre as dimensões político-pedagógica, administrativa e democrática e

participativa pela Gestão Escolar. Nesta pesquisa, o termo tecnologia de gestão é

empregado como um “conjunto integrado de propostas de ações capazes de

funcionar de forma integrada na melhoria da qualidade das escolas públicas

estaduais, no Ensino Médio”. (INSTITUTO UNIBANCO 2010)

A tecnologia de gestão Jovem de Futuro tem o período de desenvolvimento

de 03 anos para que seja completado o ciclo do ensino médio com todo o apoio

técnico do Instituto Unibanco (IU 2011). Essa instituição foi criada em 1982 e a partir

(17)

vulnerabilidade, concebendo, desenvolvendo, validando e disseminando tecnologias

e metodologias sociais para aumentar a efetividade das práticas e políticas vigentes

nas escolas públicas de ensino médio.

Após a implantação, a escola dá continuidade à Tecnologia de Gestão (IU,

2013), que tem por finalidade contribuir para que os jovens concluam o ensino médio

com qualidade. Essa ação propõe gerar 06 resultados para alunos, professores e

gestão escolar, a saber: 1. Alunos com competências e habilidades desenvolvidas

em Língua portuguesa e Matemática; 2. Alunos com alto índice de frequência; 3.

Professor com alto índice de frequência; 4. Práticas pedagógicas melhoradas; 5.

Gestão escolar para resultados; 6. Infraestrutura da escola melhorada.

Para colaborar com o alcance dos resultados propostos, o Jovem de Futuro

disponibiliza as Metodologias, que são estratégias educacionais elaboradas e

testadas a fim de corrigir fragilidades e dificuldades encontradas nas escolas,

fomentando ações, projetos e trabalhos de forma interdisciplinar (BRASIL, 2013). As

metodologias são classificadas em Pedagógicas e de Mobilização e articulação, as

primeiras contribuem para o processo de ensino e aprendizagem e as de

mobilização e articulação levam à participação da comunidade escolar, fortalecendo

a sua relação com a escola e o entorno.

Dentre as metodologias Pedagógicas, destaca-se, neste trabalho, a

metodologia Entre Jovens, que são oficinas de aprendizagem em Língua Portuguesa

e Matemática, ministradas por Tutores que são professores licenciandos/licenciados

em Língua Portuguesa ou Matemática.

Nessa perspectiva, a questão norteadora desta pesquisa consistiu em: a

Metodologia Entre Jovens contribuiu para o desenvolvimento de competências e

habilidades em Matemática, para os alunos das 2ª séries da Escola Estadual de

Ensino Médio Padre Saraiva Leão, localizada no município de Redenção, no estado

do Ceará?

Para responder essa questão, dentre outras, o objetivo geral deste trabalho

visou compreender a relevância da Metodologia Entre Jovens na aprendizagem

significativa de Matemática dos alunos das 2ª séries do Ensino Médio. Este trabalho

voltou-se para a turma do 2ª série, pois já estavam disponíveis os resultados do

SPAECE 2013, além do que, os sujeitos da pesquisa já estavam relativamente

ambientados à sistemática do Ensino Médio e devido ao fato de, nessa mesma

(18)

Os dez alunos que participam dessa metodologia são aqueles que

apresentaram escala de desempenho inferior ao nível Intermediário, essa escala

apresenta-se constituída de níveis distribuídos da seguinte forma: Muito Crítico,

Crítico, Intermediário e Adequado. Esses índices, por sua vez, estão atrelados ao

índice de pontos obtidos pelos estudantes nas avaliações do SPAECE. Para realizar

esse trabalho, foram selecionados três professores/tutores da própria escola.

Especificamente objetivou-se consultar e discutir os indicadores de

aprendizagem em Matemática; identificar as fraquezas e as fortalezas na

aprendizagem em matemática, na unidade escolar pesquisada, propor canais para

participação nas discussões levantadas acerca da aprendizagem em matemática, e

por fim, contribuir para as ações e intervenções dos tutores, sujeitos nos processos

de aprendizagem matemática, da referida metodologia, a fim da melhoria na prática

pedagógica.

Como proposta de contribuição para essas ações, após a observação feita

durante as duas primeiras semanas de aplicação das oficinas de aprendizagem da

metodologia Entre Jovens, foi sugerida aos tutores a utilização da proposta

metodológica Sequência Fedathi, objetivando oportunizar aos alunos uma nova

experiência pedagógica.

O lócus dessa pesquisa é justificado pelo fato da escola participar do

Programa Jovem de Futuro no triênio 2013-2015, e os alunos que estão nas 2ª

séries do Ensino Médio, estão no seu segundo ano de acompanhamento da

tecnologia de gestão.

Os pressupostos desta pesquisa são de natureza bibliográfica, documental,

qualitativa/quantitativa, com foco no método indutivo e dedutivo, e método

comparativo, seguindo as etapas: observação dos tutores de matemática durante a

aplicação das oficinas de aprendizagem; abordagem da metodologia Entre Jovens

versus Sequência Fedathi (BORGES NETO, 2013) entrevistas com tutores e alunos

sobre a Metodologia Entre Jovens, análise comparativa de dados avaliativos.

Ressalta-se que as ações foram desenvolvidas com os dez alunos inscritos

na metodologia Entre Jovens, com o intuito de verificar se os sujeitos da pesquisa

apropriaram-se dos conhecimentos necessários para o desenvolvimento de

habilidades e competências propostas pelo programa, a saber: interagir com os

números e funções; conviver com a geometria; vivenciar as medidas e tratar a

(19)

No contexto da pesquisa, há um momento de formação com os tutores em

que é apresentada a metodologia Sequência Fedathi, para o auxílio às aulas durante

o desenvolvimento da metodologia Entre Jovens. A formação ocorreu durante um

período de quatro meses – agosto a novembro de 2014. Essa metodologia foi

elaborada pelo laboratório de pesquisas Multimeios, na Faculdade de Educação da

Universidade Federal do Ceará, sob a coordenação do professor Hermínio Borges

Neto, a partir de experimentos na educação básica e superior nas áreas de ciências, matemática, tecnologias, dentre outras.

A Sequência Fedathi propõe uma mudança na postura do professor, quando o

aluno é orientado a uma experimentação de vários caminhos até que chegue à

solução de uma situação problema, analisando possíveis erros, buscando

conhecimentos, fazendo testes para saber se errou e onde errou e assim formaliza

um modelo que considera como correto. A Sequência Fedathi apresenta quatro

etapas de desenvolvimento relacionadas entre si, assim denominadas: tomada de

posição, maturação, solução e prova.

Na tomada de posição, o professor apresenta uma situação desafiadora, que

pode ser um problema, aos seus alunos, partindo de um conceito prévio abordado ou mesmo após o diagnóstico do plateau (nível de conhecimento e experiência do

aluno acerca do assunto a ser abordado), com base no qual foi observada a

carência de conhecimentos necessários para a aprendizagem. Nesse momento, o

docente precisa estabelecer uma interação entre todos os envolvidos, produzindo

um ambiente repleto de indagações que vão sendo respondidas à medida que o

educador se apropria da teoria e de sua aplicação como uma nova metodologia de

trabalho.

A maturação é caracterizada pela compreensão, identificação e discussão

com os alunos acerca da situação problema apresentada, onde a interação continua,

pois os alunos estão em constantes questionamentos, na busca de uma solução. O

professor, por sua vez, adota a postura mão-no-bolso (BORGES NETO, 2001), ou

seja, aquela em que o professor orienta o estudante a refletir sobre a resposta, sem

apresentar-lhe a solução e fazendo reflexões por meio de perguntas que podem ser:

esclarecedoras, estimuladoras e orientadoras. As perguntas esclarecedoras são

aquelas que objetivam verificar o modo e o quanto o aluno está compreendendo a

respeito de um determinado assunto. A partir dessas perguntas, o aluno reformula o

(20)

anteriormente. As perguntas estimuladoras são as que promovem descobertas por

parte dos alunos. Estimulam o pensamento criativo e chegam a suscitar uma série

de outros questionamentos durante o processo de compreensão. As perguntas

orientadoras são aquelas lançadas pelo professor, na tentativa de oportunizar ao

aluno a construção de compreensões e relações entre o problema e o caminho a

percorrer até se obter a solução.

A solução é a etapa em que, a partir do trabalho de estimulação promovido

pelo professor, os alunos representam e organizam modelos que visem à solução do

problema. Para tanto o docente proporciona tempo necessário para a reflexão e a

avaliação das respostas dos alunos, o que constitui um exercício de autonomia e

percepção da sua própria importância na elaboração de sua aprendizagem. Neste

ponto, ele identifica, interpreta e discute as soluções e erros apresentados pelos

alunos, isso constitui um momento de grande relevância na aprendizagem dos

educandos.

A prova constitui a última etapa da Sequência Fedathi, representa o processo

de constatação do aprendizado estudantil. Nesse momento, o educador verifica a

aprendizagem dos alunos, estabelecendo relações entre o conhecimento oriundo

das discussões realizadas em sala e o conhecimento científico a ser apresentado

para a turma. É importante esclarecer que essa verificação deve ser realizada por

meios que lhe permitam averiguar a concreta apreensão do modelo.

Para atender às questões e à problemática da pesquisa, este trabalho

dissertativo foi desenvolvido em 05 capítulos, sendo o primeiro este, o capítulo

introdutório, o qual apresenta resumidamente o objeto de estudo, o porquê, o como

e o onde fazer a pesquisa e quais os seus objetivos. No segundo capítulo, é

realizada a descrição da tecnologia de Gestão Jovem de Futuro, estabelecendo uma

relação com as políticas públicas na educação voltadas para a juventude.

O capítulo 03 apresenta a verificação da prática da metodologia Entre Jovens

nas 2ª séries do Ensino Médio da Escola Estadual Padre Saraiva Leão. Com a

finalidade de analisar as contribuições propostas pela metodologia, a sua relevância

para alunos e professores e os seus benefícios pedagógicos.

No capítulo 04, após os momentos de entrevistas e de intervenção junto aos

tutores de matemática foi realizado um estudo a respeito das relações entre alunos

(21)

finalmente, no capítulo 05, apresenta-se a discussão acerca dos resultados obtidos

nesta pesquisa.

Para a realização deste trabalho, foi necessário compreender a Tecnologia de

Gestão Jovem de Futuro, cuja proposta mobiliza alunos, professores e comunidade

escolar em torno de resultados e metas para um mesmo fim: garantia de que os

jovens entrem, permaneçam, tenham um bom desempenho e concluam o Ensino

Médio (BRASIL, 2013).

Dessa forma, nos capítulo seguinte, apresentaremos, de forma geral, a

organização, a estrutura e a finalidade do programa Jovem de Futuro, bem como o

(22)

2 A TECNOLOGIA DE GESTÃO JOVEM DE FUTURO E SUAS CONSTRIBUIÇÕES NO PROCESSO FORMATIVO: ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

O Ensino Médio é importantíssimo para a formação e para a inserção das

novas gerações no mercado de trabalho e no ensino superior, o que influi na

diminuição das desigualdades sociais e aumenta o desenvolvimento do país. No

entanto, a educação brasileira enfrenta dificuldades, dentre as quais se destaca a

evasão escolar. Na atual realidade, o jovem que abandona o Ensino Médio, sai das

políticas de educação e ingressa nas políticas de assistencialismo ou de segurança

pública, e quando esse mesmo jovem que abandonou a escola constitui família,

passa a fazer parte de um grupo de brasileiros que não dispõe de mão de obra

qualificada.

“Em nosso atual estágio de desenvolvimento, a inserção no mercado de trabalho depende cada vez mais da conclusão do ensino médio. Para quem desiste antes, resta o subemprego ou o emprego no mercado informal ou marginal” (ANGEL, 2009)

O Instituto Unibanco foi criado em 1982 e a partir de 2007 teve como missão

a contribuição para o desenvolvimento dos jovens em situação de vulnerabilidade,

por meio de tecnologias e metodologias sociais nas escolas públicas de Ensino

Médio. Todas as ações do Instituto Unibanco têm como objetivo o aperfeiçoamento

do Ensino Médio na Rede Pública (INSTITUTO UNIBANCO, 2010).

A realidade dos jovens e o cenário de exclusão no ciclo médio, têm se

mostrado nos indicadores que necessitam mudar a perspectiva da juventude

brasileira, pois a taxa de desemprego entre jovens no Brasil é três vezes maior que

a dos adultos; 17,8% dos brasileiros com idade entre 15 e 24 anos estão à margem

do mercado de trabalho. A informalidade entre a mão de obra jovem (31,4%) é mais

de duas vezes superior à registrada entre os adultos (14,1%) com carteira

profissional assinada; 14,8% dos jovens com idade entre 15 e 17 anos estão fora da

escola. Do público nessa faixa etária, somente 50,9% frequentam o curso médio; e

30% dos brasileiros com mais de 18 anos conseguem completar o ciclo, mas não

dão continuidade aos estudos, por meio do ingresso no ensino superior (INSTITUTO

UNIBANCO, 2010).

Para enfrentar esses problemas que afetam os jovens no Ensino Médio, o

(23)

em aspectos específicos da vida do jovem ou da realidade escolar que possam

incentivar e apoiar a formulação de políticas públicas voltadas para a Juventude

(INSTITUTO UNIBANCO, 2010).

Neste trabalho dissertativo, utilizou-se o termo tecnologia com o sentido de

conjunto integrado de propostas de ação capazes de funcionar de forma sinérgica

na melhoria da qualidade das escolas públicas. Já a expressão metodologia, é aqui

empregada como parte integrante de uma tecnologia e pode ser oferecida de

maneira independente.

Nesse entendimento, as tecnologias do Instituto Unibanco representam um

conjunto integrado de propostas de ações capazes de funcionar de forma integrada,

na melhoria da qualidade das escolas públicas estaduais, no Ensino Médio. As

tecnologias passam por avaliações de resultados e de impacto para verificar a sua

efetividade, se o impacto for significativo, após a sua sistematização, elas passarão

por um processo de transferência para serem disseminadas nas secretarias de

educação, nos estados, e, em seguida, aplicadas sob a gestão direta das redes

públicas.

Dentro dessas propostas tecnológicas e metodológicas, desataca-se a

principal tecnologia do Instituto Unibanco, que é a tecnologia de gestão JOVEM DE

FUTURO. Tal tecnologia foi lançada pelo Instituto Unibanco, em 2008.

A fase piloto representou um período de testes nos estados do Rio Grande do

Sul (22 escolas), Rio de Janeiro (13 escolas), Minas gerais (20 escolas) e São Paulo

(41 escolas), com suporte técnico e financeiro em escolas públicas do Ensino Médio

com baixos índices educacionais e alta heterogeneidade. Para fazer a análise da

fase piloto, a Tecnologia de Gestão Jovem de Futuro contou com um grupo de

escolas que já desenvolviam a tecnologia de gestão, denominadas de escolas de

tratamento, e outro que não recebia, chamado de grupo de controle.

As escolas de tratamento e de controle tinham semelhanças em suas

características, como o número de alunos e o lugar geográfico ocupado em sua

região, e, após três anos, passaram por uma avaliação de impacto para verificar e

comparar os seus desempenhos. Essas informações podem ser melhor

compreendidas analisando-se o quadro que segue:

Quadro 01: Evolução do desempenho dos alunos das escolas de tratamento e controle em relação às metas do Jovem de Futuro – total de matriculados no Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

(24)

INDICADORES 2007 2010 VELOCIDADE MÉDIA DE 2007 A 2010

META SITUAÇÃO EM RELAÇÃO À META

2007 2010 VELOCIDADE MÉDIA DE 2007 A 2010

META SITUAÇÃO EM RELAÇÃO À META Rio Grande do Sul

Português 263 285 7,4 288 Em 0,4 ano. 272 283 3,7 297 Em 3,8 anos Matemáica 266 286 6,7 291 Em 0,7 anos 273 281 2,7 298 Em 6,3

anos. Minas Gerais

Português 245 286 13,7 270 Aingiu 238 249 3,7 263 Em 3,8 anos

Matemáica 268 297 9,7 293 Aingiu 262 265 1,0 287 Em 22

anos

FONTE: Estimativas produzidas com base nas provas Diagnóstica e Somativa do projeto Jovem de Futuro, aplicadas pela Ces-granrio em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, 2007 e 2010.

O quadro acima mostra que a velocidade para atingir a meta é a razão entre a

diferença entre as notas das provas de 2007 e 2010, e o tempo do projeto. O

número de anos para se atingir a meta foi calculado pela distância atual em relação

à meta (Somativa 2010 - Meta) dividido pela velocidade de evolução do

desempenho nos últimos três anos. É importante esclarecer que estão sendo

considerados como baixo desempenho os alunos que obtiveram nota média abaixo

de 250 em Português e 275 em Matemática nas edições anteriores do SPAECE.

Dessas escolas, destacam-se as escolas de Minas Gerais, pois atingiram a

meta do projeto nas duas disciplinas – Língua Portuguesa e Matemática: aumentou

em 25 pontos a média de desempenho da terceira série em 2010, em relação à

mesma série em 2008. O progresso que as escolas gaúchas obtiveram em Língua

Portuguesa só poderia ser alcançado pelas escolas não atendidas em 3,8 anos.

Esse mesmo grupo levaria 22 anos para atingir a meta em Matemática, de acordo

com o Sistema de Avaliação da Educação Brasileira/SAEB (BRASIL, 2010).

Em Minas Gerais, as escolas onde o projeto não foi aplicado levariam 3,8

anos para atingir a meta em Língua Portuguesa e 6,3 anos para atingir a de

Matemática, conforme o SAEB (BRASIL, 2010). No estado de Minas Gerais, o

progresso das escolas beneficiadas pela Tecnologia de Gestão Jovem de Futuro foi

duas vezes maior que o das não atendidas, e que constituíam o grupo de controle.

Com os resultados obtidos, o programa obteve, já em 2009, uma

pré-qualifi-cação como tecnologia educacional, e em 2011, passou a fazer parte do Guia de

tecnologias educacionais do Ministério da Educação, que é um documento

(25)

conhecer e a identificar aquelas que possam contribuir para a melhoria da educação

em suas redes de ensino. O Guia está organizado em sete blocos assim divididos:

Gestão da Educação, Ensino-Aprendizagem, Formação dos Profissionais da

Educa-ção, Educação Inclusiva, Portais Educacionais, Educação para a Diversidade,

Cam-po, Indígena, Jovens e Adultos e Educação Infantil. O Jovem de Futuro participa do

bloco Gestão da Educação (BRASIL, 2011).

Com a finalidade de estabelecer uma política pública capaz de garantir o

direi-to dos jovens ao acesso e à permanência a um Ensino Médio de qualidade, o

Minis-tério da Educação criou, em 2009, o Programa do Ensino Médio Inovador (ProEMI)

sob a portaria nº 971, de 09/10/2009 (BRASIL, 2009), que foi criado para fomentar

propostas inovadoras no Ensino Médio, integrando assim as ações do plano de

de-senvolvimento da educação/PDE, que reúnem um conjunto de programas que

compõem o Plano Nacional de Educação/PNE com metas até 2022 (BRASIL, 2013).

Nessa caminhada, faltava ainda a união do ProEMI e do Jovem de Futuro, o

que veio a ocorrer em 2011 numa parceria entre o MEC e o Instituto Unibanco,

promovendo essa integração que foi incorporada pelos estados de Goiás, Mato

Grosso do Sul, Pará, Piauí e Ceará. O Programa Ensino Médio Inovador e o Jovem

de Futuro/ProEMI/JF têm dois focos principais: A Gestão e o Currículo, pois, no

entendimento do programa, uma gestão que traz a eficiência qualificada e

participativa em seu bojo, além de um currículo flexível, dinâmico e inovador,

trabalha a partir da observação das necessidades da escola, onde a comunidades

escolar cria o currículo, a partir de uma diversidade de práticas pedagógicas e do

grupo de metodologias do Jovem de Futuro, criando possibilidades de aumento das

oportunidades educacionais aos jovens do Ensino Médio. Assim, o Jovem de Futuro

apresenta-se como uma tecnologia educacional fundamental, numa perspectiva

curricular crítica e flexível, tornando o currículo dinâmico e acessível aos anseios e

às necessidades dos jovens.

Além dessa flexibilidade, o Jovem de Futuro, dispõe de um grupo de

metodologias que norteiam as atividades de impacto na consecução dos resultados

e metas estabelecidas para o ensino de Matemática no Ensino Médio.

As metodologias representam uma parte da tecnologia que são constituídas

por estratégias que são oferecidas de modo independente, visando à intervenção

em aspectos específicos da vida do jovem ou do cotidiano escolar e que são

(26)

Futuro. As metodologias têm como finalidade contribuir fortemente com a gestão

escolar para resultados, a sua utilização tende a colaborar para a melhoria das

ações e práticas presentes no ambiente escolar.

A utilização das metodologias tem como foco fomentar ações, projetos e

trabalhos interdisciplinares, além de superar dificuldades e fragilidades, específicas

encontradas no ambiente escolar, promovendo uma articulação com a comunidade

escolar, visando a sustentabilidade e à obtenção de resultados positivos, bem como,

a potencialização das atividades já realizadas na escola, assim subdivididas:

Metodologias Pedagógicas - Entre Jovens, Valor do amanhã, Jovem cientista,

Introdução ao mundo do trabalho, Entendendo o meio ambiente urbano;

Metodologias de Mobilização e Articulação - Agente Jovem, Superação na escola,

Campanha Estudar vale a pena, Fundos Concursáveis e Monitoria (INSTITUTO

UNIBANCO, 2011).

2.1 A descrição da Metodologia do Programa

A tecnologia de gestão Jovem de Futuro busca, no Ensino Médio das escolas

públicas brasileiras, o acesso, a permanência e a conclusão da Educação Básica

pelos jovens, no tempo certo, com aprendizado adequado. Nessa perspectiva, o JF

entende que a gestão escolar de qualidade proporciona um impacto significativo nos

resultados da escola, bem como na aprendizagem dos alunos. Para obter os

resultados positivos, a gestão deve se articular sob as seguintes dimensões:

Político-Pedagógica, Administrativa e democrática e participativa (INSTITUTO UNIBANCO, 2013).

A Dimensão Político-Pedagógica é a dimensão em que a gestão relaciona o

seu Projeto Político Pedagógico (PPP) com as suas práticas escolares cotidianas,

ou seja, busca pôr em prática aquilo que está determinado no PPP, cumprindo

assim, a sua função social, garantindo o direito ao acesso, à permanência e à

aprendizagem do estudante, com ações que promovam inovações,

interdisciplinaridades e envolvimento dos alunos.

A Dimensão Administrativa é aquela em que se organizam estratégias de

gestão, nas quais se destacam um bom conhecimento técnico em recursos

(27)

dessas tarefas para que se proporcione, aos alunos, aprender e concluir o Ensino

Médio com qualidade.

A Dimensão Democrática e participativa é o entendimento de que a

organização escolar é uma construção coletiva entre o gestor escolar e a

comunidade escolar, composta de professores, funcionários, pais e alunos, que

buscam trabalhar nas decisões do cotidiano escolar de maneira democrática,

fortalecendo a gestão e a autonomia da escola, pois todos os envolvidos realizam

uma construção coletiva das ações e compromissos com os seus resultados. Dessa

forma, as decisões tomadas em conjunto fortalecem a gestão e a autonomia da

escola, pois todos os envolvidos responsabilizam-se pelo que foi acordado e

comprometem-se com a melhoria do desempenho dos alunos.

Com a integração e a articulação dessas três dimensões, obtem-se uma

gestão participativa, técnica e transformadora, e o Jovem de Futuro utiliza o conceito

Gestão Escolar para Resultados/GEpR.

A educação é influenciada pelos avanços rápidos em todas as suas áreas e

os gestores precisam investir em sua formação (LORENZATO, 2006). Assim, a

GEpR promove a integração de ferramentas e recursos culturais, conceituais e

operacionais, que devem ser utilizados na gestão para a melhoria de resultados.

A GEpR oferece formação para o trio gestor, o diretor, o coordenador

pedagógico e o professor, a fim de que sejam os multiplicadores para o grupo gestor

e para a comunidade escolar. Essa formação é feita de forma presencial, estruturada

em 10 módulos, durante três anos, cujos conteúdos estão interligados, pautados nos

conhecimentos de: Planejamento, Execução, Avaliação, Liderança, Negociação,

Aprendizagem, Gestão de Pessoas, Integração, Institucionalidade, Informação e

Tecnologia. (UNIBANCO, 2012, p. 19)

A gestão escolar para resultados parte do pressuposto de que não existe uma

instituição voltada para o interesse público sem qualificação técnica e social do

núcleo gestor. Para os gestores das escolas, são apresentados, pela GEpR,

instrumentos e estratégias que tornam o seu trabalho mais eficiente e produtivo,

baseado na integração de diferentes processos e ferramentas da gestão escolar,

mobilização e articulação dos recursos humanos, técnicos, materiais e financeiros,

programas que aproximem a comunidade da escola na busca de melhores

(28)

O programa Jovem de Futuro desenvolveu também uma formação à

distância, através de uma plataforma online denominada Ambiente Virtual de

Aprendizagem (AVA), com sítio em www.portalinstitutounibanco.org.br, à qual são

submetidos o trio gestor e todos os professores que estão inscritos nas

metodologias antecipadamente e realizam atividades, participam de fóruns de

discussão nos quais apresentam projetos através de postagens, sendo

acompanhados pelos tutores para, em seguida serem certificados pelo Instituto

Unibanco. Nessa formação, são realizados cursos sobre as metodologias oferecidas

pela instituição, também são ofertados materiais complementares dos módulos de

Gestão Escolar para Resultados.

Figura 1. Gestão Escolar para Resultados/GEpR.

Fonte: INSTITUTO UNBANCO. Gestão Escolar Para Resultados. Compromisso com o ensino médio. São Paulo, p.19. 2012

A formação do gestor tem como meta a relação da GEpR com as práticas

realizadas na escola, envolvendo planejamento, execução, monitoramento e

avaliação das ações no cotidiano da escola, sempre com foco na aprendizagem dos

conteúdos e conclusão Ensino Médio no período adequado.

Convém ressaltar que a GEpR é uma prerrogativa do Instituto Unibanco para

as escolas participantes do Programa Jovem de Futuro. Desse modo, essa

articulação é feita a partir da instrumentalização dos sujeitos para planejar, executar,

monitorar e avaliar as ações da escola com eficiência. Esses sujeitos representam o

(29)

pelo diretor, pelo coordenador, um representante de professores, um representante

do conselho escolar, um representante dos estudantes e um representante dos pais

dos alunos.

Em seguida, para materializar o planejamento participativo da escola, é criado

um importante instrumento denominado Plano de Ação. Nesse plano, são

contempladas as metodologias integrantes do programa, dentre as quais está

inserida a metodologia Entre Jovens.

2.2 A metodologia Entre Jovens: relevância dentro do processo formativo

A metodologia Entre Jovens lançada pelo Instituto Unibanco, em 2009,

ofere-ceu a alunos do primeiro ano do Ensino Médio um programa de tutoria em Língua

Portuguesa e em Matemática, especialmente formatado para minimizar lacunas de

aprendizado oriundas do Ensino Fundamental (BRASIL, 2013). A finalidade foi evitar

que a ausência de uma base de conhecimentos adequada à nova etapa escolar, En

-sino Médio, crie um círculo vicioso de dificuldade e desestímulo e se torne um fator

de evasão. (MEC, 2009)

No mesmo ano de 2009, o Projeto foi pré-qualificado como tecnologia

educa-cional pelo MEC e colocado à disposição da rede de ensino para qualificação final,

sendo conduzido por estagiários dos cursos de licenciaturas e de Pedagogia. Até

en-tão Jovem de Futuro e Entre Jovens eram projetos independentes entre si. Após ser

qualificada e aprovada e após ter passado por novas adaptações, a partir de 2010, o

projeto se transformou em metodologia Entre Jovens, parte integrante da tecnologia

de gestão Jovem de Futuro.

A metodologia Entre Jovens foi criada objetivando a contribuição para que os

alunos do Ensino Médio pudessem melhorar o seu desempenho em Língua

Portuguesa e Matemática, promovendo a compreensão através de noções básicas

de leitura e interpretação, raciocínio lógico, capacidade de interpretação e solução

de problemas, constituindo assim um fundamento importante para o avanço em

outras disciplinas. (MEC, 2013)

A metodologia Entre Jovens se apresenta em quatro premissas básicas:

Estudar a Matemática e a Língua Portuguesa; Diagnóstico das dificuldades

(30)

desempenho escolar; O domínio de competências e habilidades; A permanência e a

conclusão dos estudos (PROEMI/JF, 2013).

A partir dessas premissas, pode-se avaliar a importância de promover uma

nova oportunidade de aprender conteúdos matemáticos trabalhados no Ensino

Fundamental e/ou Médio que não foram assimilados adequadamente, e que esse

resgate possa garantir o desenvolvimento do potencial intelectual desses jovens,

promovendo o desempenho satisfatório no Ensino Médio, possibilitando-lhe concluir

essa etapa de estudos para promover a sua inserção no mercado de trabalho ou no

universo acadêmico.

A escola pode se organizar de várias formas para desenvolver a metodologia,

respeitando as suas diretrizes, como a carga horária de 04 (quatro) horas semanais

para cada disciplina, mas que podem ser ministradas em um único dia ou duas

vezes por semana. Poderá trabalhar com professores/tutores da própria escola, ou

estagiários das faculdades que estejam cursando Pedagogia, Matemática ou Letras.

O Entre Jovens propõe um sistema de Tutoria, no qual são formados grupos

de estudos que funcionam preferencialmente no contra turno. A metodologia

desenvolvida nesses grupos deve ser diferente de aulas regulares, pois se

configuram em oficinas de aprendizagem em que o aluno participa como sujeito

ativo construindo o seu conhecimento com o tutor. Esse processo tem a duração de

três meses em cada semestre do ano letivo.

Os tutores devem assumir um papel de orientador, estimulando a troca de

experiências entre os jovens. Eles são capacitados à distância num ambiente virtual

de aprendizagem (AVA) do Instituto Unibanco, no qual acrescem seus

conhecimentos com a leitura de textos, participam de atividades avaliativas,

participam de fóruns e elaboram uma prática focada no desenvolvimento das

competências e habilidades na própria plataforma virtual (INSTITUTO

UNIBANCO-2013). A metodologia Entre jovens também dispõe de material impresso, que são os

guias didáticos do professor/tutor e do aluno, os quais são desenvolvidos a partir das

matrizes de referência do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Desse

modo, ao utilizar o material desenvolvido e com as oficinas de forma dinâmica e

diferenciada, o projeto poderá proporcionar à escola o alcance de resultados muito

positivos.

Alguns passos são importantes na implantação da metodologia entre jovens,

(31)

implantação; Planejamento das ações; Equipe envolvida na metodologia; Formação

da equipe; Divulgação da metodologia para a comunidade escolar; Início das

oficinas de aprendizagem; Avaliação periódica (MEC, 2013)

A metodologia Entre Jovens busca ainda como metas a serem alcançadas a

frequência de 75% dos alunos nas oficinas oferecidas e 50% dos alunos alcançando

o nível adequado na escala SAEB, sendo ainda possível, à própria escola, a

definição dos índices a serem atingidos. Os níveis da escala Saeb encontram-se

assim dispostos, de acordo com a quantidade de acertos por descritor: Baixo (de 0 a

25% de acertos), Intermediário (de 26 a 50% de acertos), Adequado (de 51 a 75%

de acertos) e Avançado (de 76 a 100% de acertos). Os resultados esperados com o

uso da metodologia são alunos com melhoria nas habilidades e competências em

Matemática; a finalidade da metodologia é que os alunos obtenham o nível

Adequado da escala Saeb, e como desafios a serem superados, apresentam-se a

defasagem e a evasão escolar.

2.3 Formulação de políticas públicas voltadas para a juventude: resultados, impacto e efetividade do programa na aprendizagem

O Ministério da Educação/MEC vem por meio de políticas públicas ou

programas, ampliando as suas ações a fim de garantir o acesso à educação de

qualidade aos jovens do Ensino Médio. Após a criação do Programa Ensino Médio

Inovador (PROEMI) através da Portaria nº 971 de 09 de outubro de 2009, que

deverá ser obrigatória até 2016, e vai ao encontro da meta 3 do Plano nacional de

Educação que está em tramitação, propondo a universalização do Ensino Médio até

2020, com taxa líquida de 85% de atendimento para a faixa etária de 15 a 17 anos

(BRASIL, 2013).

Com a necessidade do estabelecimento de políticas públicas consistentes

para uma educação de qualidade para todos, buscando uma gradativa ampliação do

atendimento à população, foi criado em 2009 o Programa Ensino Médio

Inovador/PROEMI com o objetivo de provocar o debate sobre essa modalidade de

ensino, integrando as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação/PDE como

estratégia do Governo Federal para indução dos currículos do ensino médio, com

(32)

práticas pedagógicas atendendo as necessidades e expectativas dos jovens do

Ensino Médio.

A tecnologia de Gestão Jovem de Futuro foi utilizada pela primeira vez, como

citado no início do segundo capítulo, em 42 escolas localizadas na região

metropolitana de Porto Alegre e Belo Horizonte, onde foram sorteadas as escolas

que seriam denominadas de tratamento, pois receberiam o Jovem de Futuro, e as

escolas de controle, que não receberiam a tecnologia de gestão do Jovem de

Futuro.

As escolas que faziam parte do grupo de controle e do grupo de tratamento

continham algumas semelhanças em suas composições como deficiências de

aprendizagem comprovadas em seus resultados ou com bons resultados,

participando dos dois grupos, ou seja, partindo do mesmo ponto e mudando através

do processo.

No início de 2008, foi realizada, pelo especialista Ricardo Paes de Barros,

subsecretário da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência) e pelo

IETS (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), uma avaliação diagnóstica das

disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática nas turmas de 1ª séries da cidade de

Porto Alegre, período que caracterizava o início do Programa Jovem de Futuro. Essa

avaliação diagnóstica foi realizada com o intuito de comparar seus resultados aos da

avaliação Somativa, aplicada em 2010, na 3ª série que completava assim o ciclo.

Ambas as avaliações moldaram-se de acordo com as diretrizes do Sistema de

Avaliação da Educação Básica (SAEB). Os resultados obtidos em matemática

podem ser verificados nos quadros a seguir.

Quadro 02: Evolução do desempenho dos alunos das escolas de tratamento e controle em relação as metas do Jovem de Futuro – total de matriculados no Rio Grande do Sul.

ESCOLAS DE TRATAMENTO ESCOLAS DE CONTROLE

INDICADORES 2007 2010 VELOCIDADE MÉDIA DE 2007 A 2010

META SITUAÇÃO EM RELAÇÃO A META

2007 2010 VELOCIDADE MÉDIA DE 2007 A 2010

META SITUAÇÃO EM RELAÇÃO A META Rio Grande do Sul

Matemáica 266 286 6,7 291 Em 0,7anos 273 281 2,7 298 Em 6,3anos.

FONTE: Elaboração própria adaptadas de dados do SAEB 2010.

De acordo com o quadro 02, os mesmos alunos foram avaliados

diagnosticamente em 2007, ano do início do Jovem de Futuro e em 2010, ano de

(33)

Jovem de Futuro, denominadas de controle o progresso foi de 8,0 na escala SAEB,

enquanto que o progresso das escolas de tratamento foi 20,0 pontos, ou seja,

analisando a velocidade média no progresso das escolas de controle e a distância

da meta no projeto em 2007 é possível perceber que as escolas de controle levariam

6,3 anos para alcançar a meta de matemática, o que mostrou que a Tecnologia de

Gestão Jovem de Futuro contribuiu para a aprendizagem em matemática. É

importante registrar que, no contexto da escala SAEB, velocidade média do

progresso nas escolas é compreendida como o quociente entre a pontuação

alcançada e o tempo de duração do Ensino Médio.

Nas escolas de Belo Horizonte, foram realizadas as avaliações somativas

(avaliações realizadas de acordo com as competências e as habilidades esperadas

para a 3ª série do EM, de acordo com a escala SAEB) em Matemática nas turmas

de 3ª séries em 2007 e em seguida foram realizadas as provas para a 3ª série em

2010, quando se concluiu o ciclo do Jovem de Futuro. No quadro 03 abaixo, as

escolas mineiras cresceram em matemática no intervalo considerado, as escolas de

controle apresentaram crescimento 3,0 pontos enquanto que as escolas de

tratamento apresentaram um acréscimo de 29,0 pontos na escala SAEB, mostrando

que as escolas de controle levariam 22 anos para alcançar a meta de matemática,

que representou crescimento considerável em matemática.

Quadro 03: Evolução do desempenho dos alunos das escolas de tratamento e controle em relação as metas do Jovem de Futuro – total de matriculados em Minas Gerais.

TRATAMENTO CONTROLE

INDICADORES 2007 2010 VELOCIDADE MÉDIA DE 2007 A 2010

META SITUAÇÃO EM RELAÇÃO A META

2007 2010 VELOCIDADE MÉDIA DE 2007 A 2010

META SITUAÇÃO EM RELAÇÃO A META

Minas Gerais

Matemáica 268 297 9,7 293 Aingiu 262 265 1,0 287 Em 22 anos

FONTE: Elaboração própria com base nos dados do SAEB 2010.

Tendo em vista o crescimento significativo, o Jovem de Futuro foi incluído no

guia de tecnologias educacionais do MEC em 2011, e nesse mesmo ano foi

realizada a implementação do Jovem de Futuro para os estados de Ceará, Goiás,

mato Groso do Sul, Pará e Piauí. Em 2012, o Ministério da Educação, através da

Secretaria Nacional de Educação, criou uma agenda comum de trabalho, integrando

a experiência do Jovem de Futuro ao Programa do Ensino médio Inovador/PROEMI

(34)

Os resultados do Ensino Médio no estado do Ceará não foram satisfatórios, o

resultado do SAEB de 2009 em matemática com proficiência média de 260 (SAEB,

2010) e a missão adotada pela Secretaria Estadual de Educação/SEDUC nesse

mesmo ano que estabeleceu como missão a universalização do acesso, a redução

do abandono e da evasão, e a melhoria na taxa de conclusão do ciclo (CEARÁ,

2010), assim a Tecnologia de Gestão foi implementada no estado do Ceará,

chegan-do gradativamente nas escolas estaduais através de ciclos de adesão, que

repre-sentam a quantidade de escolas que aderiram ao Programa, em cada um dos seus

três ciclos.

Após conhecermos um pouco mais o desenvolvimento do programa Jovem de

Futuro e, de forma mais específica, da metodologia Entre Jovens, destacaremos, a

partir do próximo capítulo, a atuação dessas atividades sobre a aprendizagem

mate-mática dos alunos da 2ª série da EEM Padre Saraiva Leão, a partir da análise dos

(35)

3 A APRENDIZAGEM MATEMÁTICA NO ÂMBITO DO PROGRAMA JOVEM DE FUTURO: UM OLHAR NAS TURMAS DO 2º. ANO DO ENSINO MÉDIO DO ESTADO DO CEARÁ

A tecnologia de gestão Jovem de Futuro foi aderida pelo estado do Ceará por

meio da Secretaria de Educação/SEDUC, ainda no final de 2011, para que fosse

realizada a implantação no ano de 2012, nesse momento é formado o grupo de

supervisores alocados na Secretaria de Educação, que são os responsáveis pela

implementação do programa nas escolas, a partir de formações ao longo do

desenvolvimento da Tecnologia de Gestão com o núcleo gestor da escola e

superintendentes escolares, que são professores que atuam junto ao núcleo gestor

das escolas no acompanhamento dos processos pedagógicos e são lotados na

Coordenadoria Regional de Educação (CREDE), esse apoio estruturado pelo

Instituto Unibanco prevê acompanhamento, monitoramento, avaliação, cessão de

manuais técnicos, capacitação e avaliação.

Inicialmente foram escolhidas 100 escolas, as 50 de maiores índices de

proficiência e as 50 com os menores índices de proficiência no sistema permanente

de avaliação da educação básica do estado do Ceará/SPAECE, que foi denominado

de ciclo 1, em seguida foram sorteadas 124 escolas que constituiu o ciclo 2 para

iniciar no ano de 2013.

No ano de 2014, foram sorteadas pela SEDUC e pelos representantes do

Instituto UNIBANCO mais 155 escolas compondo o ciclo 3 e a previsão que em

2015 seja universalizado as escolas restantes do estado do Ceará. O Jovem de

Futuro é inserido nas escolas estaduais de modalidade ensino regular e no ensino

médio, e, portanto, não participarão as Escolas Estaduais de Ensino Fundamental,

as Escolas Estaduais de Ensino Profissional e os Centros de Educação de Jovens e

Adultos (CEJAs).

Na Coordenadoria Regional de Educação do Estado 08 (CREDE 8) com sede

na Cidade de Baturité, há um universo de 22 escolas estaduais em funcionamento,

onde temos duas Escolas de Educação Profissional, um Centro de Educação de

(36)

Quadro 04: Divisão das escolas da CREDE 08 por ciclo no Jovem de Futuro

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da SEDUC (2014)

No âmbito da CREDE 08, o ciclo 1 do Jovem de Futuro é composto por 03

escolas, o ciclo 2 é composto por 04 escolas, O ciclo 3 é composto por 06 escolas e

o ciclo 04 com 04 escolas .

A Escola Estadual de Ensino Médio Padre Saraiva Leão está localizada

próximo, à Praça Joaquim Távora, no Centro da Cidade de Redenção. Contava com

336 alunos em 2011, 359 alunos em 2012, 364 alunos em 2013, e em 2014 com 397

alunos regularmente matriculados nos três turnos de funcionamento.

O Núcleo Gestor é formado por uma diretora, uma coordenadora e uma

secretária escolar que contam com o apoio pedagógico de um regente de

multimeios, dois coordenadores de Laboratório de Ciências, um coordenador de

Laboratório de Informática e três coordenadores de área, nas áreas de Linguagens e

Códigos, Ciências Humanas e Ciências da Natureza e Matemática.

Essa escola, em 2014, tinha 03 turmas de 1ª série, 04 turmas de 2ª série, 03

turmas de 3ªséries e uma turma de Educação de Jovens e Adultos/EJA (CEARÁ,

2013).

Nesse momento, privilegiam-se as informações estatísticas nas turmas de 2ª

séries, que foram pesquisadas mais detalhadamente, começando pela distorção da

idade/série que é a relação entre a idade escolar e a série ocupada pelos alunos, a

qual tem se mostrado bem acentuada, conforme faixa etária verificada nos cadastros

de matrícula dos estudantes.

Quadro 05: Percentual da Distorção do Ensino Médio Idade/Série da 2ª série da EEM Padre Saraiva Leão

Distorção Idade / série Ano

34,42 2010

35,71 2011

34,35 2012

Fonte: Censo escolar (CEARÁ, 2013)

As turmas de 2ª séries apresentaram nos seus resultados internos 91,7 em

2010, 90 em 2011 e 93,4 em 2012 que são relativamente altos, mas que

comparados aos resultados da Avaliação externa SPAECE, na disciplina de DIVISÃO DAS ESCOLAS CICLO 01 CICLO 02 CICLO 03 CICLO 04

(37)

Matemática conforme o quadro a seguir, mostrando que a escola está no padrão de

desempenho Crítico em Matemática, nos anos que antecederam a implantação do

Jovem de Futuro. Para a compreensão do conceito de Crítico, faz-se necessário

conhecer a escala de Padrão de Desempenho do SPAECE, para a disciplina de

matemática. Essa escala apresenta-se constituída de níveis distribuídos da seguinte

forma: Muito Crítico (alunos que obtiverem até 250 pontos na sua proficiência),

Crítico (alunos que obtiverem entre 251 e 300 pontos), Intermediário (alunos que

obtiverem entre 301 e 350 pontos) e Adequado (acima de 350 pontos).

Quadro 06: Proficiência Média em Matemática no SPAECE na EEM Padre Saraiva Leão

Proiciência Média em Matemáica Ano

252,4 2010

265,3 2011

242,3 2012

Fonte: Censo escolar (CEARÁ, 2013).

Um dado importante que deve ser ressaltado nas turmas de 2ª séries é o

percentual de abandono que foi de 5,5% em 2010, 4,6% em 2011 e 6,6% em 2012,

que é considerado alto para uma escola localizada no centro da cidade, sem

extensões de matrícula e que acarreta em aluno fora de sala e com isso não conclui

o ensino médio, Censo Escolar (CEARÁ, 2013). Contudo, após a implantação do

Programa Jovem de Futuro, percebeu-se um decréscimo na taxa de abandono

escolar.

A referida escola recebeu a Tecnologia de Gestão Jovem de Futuro em 2013

e os alunos das turmas de 1ª séries, cujo índice de abandono foi de 2,7% (BRASIL,

2014), estão em sua maioria nas 2ª séries, onde pesquisarei o aproveitamento da

Metodologia Entre Jovens durante o segundo semestre de 2014, para verificar se

houve impacto de aprendizagem tendo com referência as edições Sistema

Permanente de Avaliação da Educação Básica o Ceará/SPAECE dos anos de 2013

e 2014.

3.1 Desafios do Ensino Médio no estado do Ceará e as contribuições propostas pela metodologia Entre Jovens

A educação, no estado do Ceará, apresenta desafios cujas resoluções são

(38)

trabalho. Dentre esses desafios, destacam-se como urgentes as seguintes ações:

melhorar o desempenho do aluno, universalizar o acesso à educação, promover a

conclusão do ensino médio e reduzir o abandono e a evasão escolar. O ensino

médio promovido pela rede estadual cearense apresenta desempenho que

corrobora a necessidade de utilização de uma estratégia inovadora na solução

desses desafios.

Esses desafios, no entanto, não representam apenas a situação educacional

cearense, mas a realidade de toda a nação. Sendo assim, o Ministério da Educação

(MEC), em diálogo com as Universidades e as Secretarias Estaduais de Educação

(SEDUC), estruturou ações para superar os grandes desafios do Ensino Médio

brasileiro. Umas das ações mais necessárias é a realização de cursos de formação

continuada para professores do Ensino Médio, em consonância com o Plano de

Metas Compromisso Todos pela Educação (Decreto nº 6.094, de 24 de abril de

2007), o Plano Nacional de Educação (Projeto de Lei nº 8.035, de 2010) e as

Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (Resolução CNE/CEB nº 2, de 30

de janeiro de 2012). A proposta de formação continuada para professores do Ensino

Médio seria desenvolvida inicialmente entre outubro de 2013 e dezembro de 2014.

Esse necessidade de formação continuada justifica-se porque

Muito do que o professor sabe, ou precisa saber para bem desempenhar sua função, ele não aprende nos cursos de formação de professor. Escolas e livros, por melhores que sejam, não conseguem oferecer os conhecimentos que o professor adquire por meio de sua prática pedagógica. A sabedoria construída pela experiência de magistério, além de insubstituível, é também necessária para aqueles que desejam aprender, de modo significativo, a arte de ensinar. (LORENZATO, 2006, p. 09)

Para o desenvolvimento dessa proposta de formação continuada, foram

realizadas várias atividades, como seminários nacionais e estaduais de articulação

institucional, além de reuniões de coordenação geral com vistas à organização dos

quadros das Universidades e das Secretarias de Educação, para realizar a

mobilização, o acompanhamento e a avaliação do processo de capacitação dos

formadores (formadores regionais e orientadores de estudo). O conjunto dessas

atividades recebeu o nome de Pacto pelo Fortalecimento do Ensino Médio.

A formação continuada do Pacto Nacional pelo Ensino Médio apresentou

diversas ações conjugadas. A primeira dessas ações foram os Seminários

Imagem

Figura 1. Gestão Escolar para Resultados/GEpR.
Figura 02: Organograma da Estrutura Geral do Pacto.

Referências

Documentos relacionados

Nesse sentido, o livro de Mary Del Priori Sobreviventes e guerreiras: Uma breve história da mulher no Brasil de 1500 a 2000 convida seus leitores a refletir sobre a história

1º 165 LUCAS RIBEIRO MOTTA HIDROREPELL TINTAS/BIKE POINT/FME 2º 151 ANDRE EDUARDO GOHR BRUCICLE/LATINA TÊXTIL/FME BRUSQUE 3º 170 VITOR GONÇALVES DA SILVA HIDROREPELL

Considerando esses pressupostos, este artigo intenta analisar o modo de circulação e apropriação do Movimento da Matemática Moderna (MMM) no âmbito do ensino

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

Dica: Use um arquivo de dados exclusivo para seu bloco de controle PID (N9:0, por exemplo). Isso evita reutilização acidental dos endereços do bloco de controle PID por

As atividades relacionadas à química, meio ambiente, realização de experimentos, bem como avaliação do nível de poluição local com a medição do pH da água

Com base no trabalho desenvolvido, o Laboratório Antidoping do Jockey Club Brasileiro (LAD/JCB) passou a ter acesso a um método validado para detecção da substância cafeína, à

A presente pesquisa teve como propósito desenvolver um estudo sobre a constituição da profissionalidade de professoras da Educação Infantil. Este tema foi suscitado pela