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Modernismo no Brasil 2ª Geração

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Academic year: 2022

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Texto

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Literatura – 2ª Série

Profa. Raquel

Apostila 16 Capítulo 38 Mód. 95 e 96

p. 33

Modernismo no Brasil

2ª Geração

(2)

Autores

PROSA

Graciliano Ramos

José Lins do Rego Erico Verissimo

Jorge Amado

-URBANO -HISTÓRICO

-POLÍTICO /

“CLARISSA”;

“O TEMPO E O VENTO”; e

“INCIDENTE EM ANTARES”

(3)

Erico Verissimo (RS) 3 fases:

2ª fase histórica: O tempo e o Vento (trilogia) Amaral X Terra-Cambará (Ana Terra e Rodrigo Cambará)

1 O continente (1949);

2 O retrato (1951);

3 O arquipélago (1961).

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Erico Verissimo (RS) 3 fases:

O tempo e o Vento

A trilogia narra o processo de formação do estado do Rio Grande do Sul, misturando ao elemento ficcional, preponderante em toda a obra, dados e personalidades históricos. Os romances acabam por recriar 200 anos da história gaúcha, de 1745 a 1945, tempos marcados pelo poder das oligarquias, por guerras internas e guerras de fronteira. O espaço em que a narrativa se desenvolve é a cidade fictícia de Santa Fé.

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Erico Verissimo (RS) O tempo e o Vento Um certo Capitão Rodrigo

“Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o capitão Rodrigo Cambará entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida, e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava um alazão, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal.

Tinha um violão a tiracolo; sua espada, apresilhada aos arreios, rebrilhava ao sol daquela tarde de outubro de 1828 e o lenço encarnado que trazia ao pescoço esvoaçava no ar como uma bandeira. Apeou na frente da venda do Nicolau, amarrou o alazão no tronco dum cinamomo, entrou arrastando as esporas, batendo na coxa direita com o rebenque, e foi logo gritando, assim com ar de velho conhecido:

Buenas e me espalho! Nos pequenos dou de prancha e nos grandes dou de talho!

Pois dê”

http://www.youtube.com/watch?v=SrMsWLnZKtI

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Erico Verissimo (RS) O tempo e o Vento

Filho de Ana Terra

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Erico Verissimo (RS) O tempo e o Vento ANA TERRA

“Mal raiou o dia, Ana ouviu um longo mugido. Teve um estremecimento, voltou a cabeça para todos os lados, procurando, e finalmente avistou uma das vacas leiteiras da estância, que subia a coxilha na direção do rancho. A Mimosa! reconheceu. Correu ao encontro da vaca, enlaçou-lhe o pescoço com os braços, ficou por algum tempo a sentir contra o rosto o calor bom do animal e a acariciar-lhe o pêlo do pescoço. Leite pras crianças pensou. O dia afinal de contas começava bem. Apanhou do meio dos destroços do rancho um balde amassado, acocorou-se ao pé da vaca e começou a ordenhá-la. E assim, quando Eulália, Pedrinho e Rosa acordaram, Ana pôde oferecer a cada um deles um caneco de leite.

Sabe quem voltou, meu filho? A Mimosa.

O menino olhou para o animal com olhos alegres.

Fugiu dos bandidos! exclamou ele.

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Erico Verissimo (RS) O tempo e o Vento

Bebeu o leite morno, aproximou-se da vaca e passou-lhe a mão pelo lombo, dizendo: Mimosa velha... Mimosa valente...

O animal parecia olhar com seus olhos remelentos e tristonhos para as sepulturas. Pedro então perguntou:

E as cruzes, mãe?

É verdade. Precisamos fazer umas cruzes.

Com pedaços de taquara amarrados com cipós, mãe e filho fizeram quatro cruzes, que cravaram nas quatro sepulturas. Enquanto faziam isso, Eulália, que desde o despertar não dissera uma única palavra, continuava sentada no chão a embalar a filha nos braços, os olhos voltados fixamente para as bandas do Rio Pardo.

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Erico Verissimo (RS) O tempo e o Vento

No momento em que cravara a última cruz, Ana teve uma dúvida que a deixou apreensiva. Só agora lhe ocorria que não tinha escutado o coração dum dos escravos. O mais magro deles estava com a cabeça decepada isso ela não podia esquecer...

Mas e o outro? Ela estava tão cansada, tão tonta e confusa que nem tivera a ideia de verificar se o pobre do negro estava morto ou não. Tinham empurrado o corpo para dentro da cova e atirado terra em cima... Ana olhava, sombria, para as sepulturas.

Fosse como fosse, agora era tarde demais. “Deus me perdoe” — murmurou ela. E não se preocupou mais com aquilo, pois tinha muitas outras coisas em que pensar.

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Erico Verissimo (RS) O tempo e o Vento

Começou a catar em meio dos destroços do rancho as coisas que os castelhanos haviam deixado intatas: a roca, o crucifixo, a tesoura grande de podar que servira para cortar o umbigo de Pedrinho e de Rosa —, algumas roupas e dois pratos de pedra.

Amontoou tudo isso e mais o cofre em cima dum cobertor e fez uma trouxa. Naquele dia alimentaram-se de pêssegos e dos lambaris que Pedrinho pescou no poço. E mais uma noite desceu clara, morna, pontilhada de vagalumes e dos gemidos dos urutaus. Pela madrugada Ana acordou e ouviu o choro da cunhada. Aproximou-se dela e tocou-lhe o ombro com a ponta dos dedos.

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Erico Verissimo (RS) O tempo e o Vento

Não há de ser nada, Eulália...

Parada junto de Pedro e Rosa, como um vagalume pousado a luciluzir entre os chifres, a vaca parecia velar o sono das crianças, como um anjo

da guarda.

Que vai ser de nós agora? choramingou Eulália.

Vamos embora daqui.

Mas pra onde?

Pra qualquer lugar. O mundo é grande.

Ana sentia-se animada, com vontade de viver.

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Erico Verissimo (RS) O tempo e o Vento

Sabia que, por piores que fossem as coisas que estavam por vir, não podiam ser tão horríveis como as que já tinha sofrido. Esse pensamento dava-lhe uma grande coragem.

E ali deitada no chão a olhar para as estrelas, ela se sentia agora tomada por uma resignação que chegava quase a ser indiferença.

Tinha dentro de si uma espécie de vazio: sabia que nunca mais teria vontade de rir nem de chorar. Queria viver, isso queria, e em grande parte por causa de Pedrinho, que afi nal de contas não tinha pedido a ninguém para vir ao mundo. Mas queria viver também de raiva, de birra.

A sorte andava sempre

virada contra ela. Pois Ana estava agora decidida a contrariar o destino. Ficara louca de pesar no dia em que deixara Sorocaba para vir morar no Continente. Vezes sem conta tinha chorado de tristeza e de saudade naqueles cafundós.

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Erico Verissimo (RS) O tempo e o Vento

Vivia com medo no coração, sem nenhuma esperança de dias melhores, sem a menor alegria, trabalhando como uma negra, e passando frio e desconforto... Tudo isso por quê?

Porque era a sua sina. Mas uma pessoa pode lutar contra a sorte que tem.

Pode e deve. E agora ela tinha enterrado o pai e o irmão e ali estava, sem casa,

sem amigos, sem ilusões, sem nada, mas teimando em viver. Sim, era pura teimosia.

Chamava-se Ana Terra. Tinha herdado do pai o gênio de mula.”

(O continente. São Paulo, Cia. das Letras, 2004.)

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Erico Verissimo (RS) O tempo e o Vento

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Erico Verissimo (RS) O tempo e o Vento

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Erico Verissimo (RS)

O tempo e o Vento (O continente / O retrato / O arquipélago)

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Erico Verissimo (RS) 3 fases:

fase política:

Incidente em Antares 7 mortos tornam à vida e contam a verdade

Denúncia do

autoritarismo e das violações dos direitos humanos na época da Ditadura;

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Erico Verissimo (RS) Incidente em Antares

Após descrever a origem de Antares (o próprio Brasil), ocorre o incidente:

na imaginária cidade, em dezembro de 1963, faz-se uma greve de coveiros;

em represália, os cadáveres insepultos ressuscitam e resolvem denunciar a corrupção que se alastrava entre os

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Erico Verissimo (RS) importância

São obras de

importância social e histórica,

representativas da cultura da sociedade do Sul do Brasil.

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(21)

Na prática!

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Bons estudos!

- Marcar possíveis

dúvidas para perguntar no plantão!

(23)

Valeu, falou!

Referências

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