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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE CAMPO GRANDE TATIANE DOS SANTOS PEREIRA

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Academic year: 2022

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE CAMPO GRANDE

Cidade 2017

TATIANE DOS SANTOS PEREIRA

OS EFEITOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM LOMBALGIA ASSOCIADA A HÉRNIA DE

DISCO

(2)

Campo Grande - MS 2017

OS EFEITOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM LOMBALGIA ASSOCIADA A HÉRNIA DE

DISCO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à instituição Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia.

Orientadora: Izabella Grossi

TATIANE DOS SANTOS PEREIRA

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TATIANE DOS SANTOS PEREIRA

OS EFEITOS DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM LOMBALGIA ASSOCIADA A HÉRNIA DE DISCO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à instituição Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Campo Grande, 11 de dezembro de 2017

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, por permitir que chegasse até aqui e por abençoar o meu caminho, me dando coragem e força de vontade para superar todas as dificuldades.

Agradeço aos meus pais que me educaram, sempre fazendo o melhor por mim e por me incentivarem a ir em busca dos meus sonhos.

Agradeço aos meus amigos que sempre me apoiaram e acreditaram em mim, incentivando e entendendo que a distância não diminui o amor e companheirismo.

Agradeço aos meus professores que estiveram comigo até aqui, sempre dispostos a ajudar, incentivando para que nos tornemos excelentes profissionais.

Muito obrigado.

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PEREIRA, Tatiane dos Santos. Os efeitos do método pilates no tratamento de pacientes com lombalgia associada a hérnia de disco. 2017. 35 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) – Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, Campo Grande, 2017.

RESUMO

A lombalgia é uma das síndromes dolorosas que mais afetam a população brasileira, causando dor na região lombar. Muitas das vezes a lombalgia pode estar associada a hérnia de disco que por sua vez ocorre pela ruptura do anel fibroso, provocando o deslocamento do conteúdo localizado no centro do disco intervertebral. O método pilates tem se mostrado eficaz para o tratamento desses pacientes, com ênfase no centro de força, onde trabalha o CORE que é composto pelos músculos abdominais, lombares e pélvicos, responsáveis pela estabilização estática e dinâmica da coluna vertebral. Objetivo: Analisar os efeitos do método pilates em pacientes com lombalgia em decorrência da hérnia de disco. Método: Foi realizada pesquisa bibliográfica, através de artigos científicos das bases de dados Scielo, Lilacs, Pedro, Capes, Medline e Bireme e trabalhos de conclusão de curso, onde foram selecionados 20 artigos e 1 monografia publicados entre os anos de 2008 e 2017. Resultados: O método pilates mostrou-se eficaz no tratamento, proporcionando analgesia, aumento da flexibilidade, ganho de força muscular, aumento da amplitude de movimento, melhora da postura, ganho de funcionalidade, melhorando diretamente a qualidade de vida dos indivíduos que participaram dos estudos analisados. Conclusão: Os objetivos propostos no trabalho foram alcançados, onde sugere-se que sejam realizadas novas pesquisas sobre o tema com uma população maior, afim de abranger o método pilates, comprovando seus diversos benefícios e eficácia.

Palavras-chave: Dor lombar; Hérnia discal; Contrologia; Estabilização vertebral segmentar.

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PEREIRA, Tatiane dos Santos. The effects of the pilates method in the treatment of patients with low back pain associated with disc herniation. 2017. 35 folhas.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) – Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, Campo Grande, 2017.

ABSTRACT

Low back pain is one of the pain syndromes that most affect the Brazilian population, causing pain in the lower back. Often, low back pain may be associated with disc herniation, which in turn occurs due to rupture of the fibrous ring, causing

displacement of the contents located in the center of the intervertebral disc. The pilates method has been shown to be effective in the treatment of these patients, with emphasis on the center of force, where CORE works, which is composed of the abdominal, lumbar and pelvic muscles, responsible for the static and dynamic stabilization of the spine. Objective: To analyze the effects of the pilates method on patients with low back pain due to disc herniation. Method: A bibliographic research was carried out through scientific articles from the Scielo, Lilacs, Pedro, Capes, Medline and Bireme databases, and the conclusion of the course, where 20 articles and 1 monograph published between 2008 and 2017 were selected. Results: The pilates method proved to be effective in the treatment, providing analgesia,

increasing flexibility, gaining muscle strength, increased range of motion, improving posture, gaining functionality, directly improving the quality of life of individuals who participated of the studies analyzed. Conclusion: The objectives proposed in the work were reached, where it is suggested that new researches on the subject be carried out with a larger population, in order to cover the pilates method, proving its various benefits and effectiveness.

Key-words: Backache; Herniated disc; Contrology; Segmental vertebral stabilization.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Coluna vertebral ...12

Figura 2 – Vértebra lombar...13

Figura 3 – Tipos de herniação...16

Figura 4 – Joseph Pilates ...18

Figura 5 – Chair...20

Figura 6 – Cadillac...20

Figura 7 – Reformer ...21

Figura 8 – Ladder Barrel...21

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADM Amplitude de Movimento AVD’s Atividades de Vida Diária EVA Escala Visual Analógica da Dor EVS Estabilização Segmentar Vertebral IMC Índice de Massa Corporal

ML Multífido Lombar

RM Ressonância Magnética TA Transverso de Abdome

UPB Unidade Pressórica de Biofeedback

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Sumário

INTRODUÇÃO ...10

1 A LOMBALGIA ASSOCIADA A HÉRNIA DE DISCO E SUAS IMPLICAÇÕES ...12

1.1 ANATOMIAEBIOMÊCANICADACOLUNAVERTEBRAL...12

1.1.1 Coluna lombar...13

1.2 LOMBALGIA ...13

1.3 HÉRNIADEDISCO...15

2 A HISTÓRIA E O CONCEITO DO MÉTODO PILATES...18

2.1 AHISTÓRIADOMÉTODOPILATES...18

2.2 OMÉTODOPILATES ...19

2.3 CORE ...22

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...25

CONSIDERAÇÕES FINAIS...31

REFERÊNCIAS...32

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INTRODUÇÃO

As alterações posturais na coluna vertebral podem pré-dispor a condições degenerativas no adulto e dependendo de sua extensão podem prejudicar as atividades de vida diária. Muitas das vezes as afecções da coluna vertebral estão associadas a má postura que somadas ao sedentarismo podem contribuir para a ocorrência de alterações posturais. A lombalgia é uma das síndromes dolorosas que mais acometem a coluna vertebral, causando dor na parte inferior do dorso na região localizada entre o último arco costal e a prega glútea, podendo ser classificada como mecânica ou não mecânica. A dor lombar na maioria das vezes tem origem multifatorial, correspondendo a idade, sexo, obesidade, má postura, movimentos incorretos, entre outros. Já a hérnia de disco ocorre pela ruptura do anel fibroso, provocando o deslocamento do conteúdo localizado no centro do disco intervertebral em seu espaço dorsal ou dorso-lateral, provocando dor localizada geralmente na região lombar, definida como lombalgia ou dor ciática, que pode irradiar para um dos membros inferiores ou para ambos. O método pilates busca desenvolver o corpo e a mente de forma equilibrada, proporciona ganho de força muscular, equilíbrio, flexibilidade, coordenação dos movimentos, fluidez, concentração e respiração, trabalhando corpo e mente como um só.

Neste contexto a importância deste trabalho é de comprovar através de estudo bibliográfico os efeitos do método pilates no tratamento de pacientes com lombalgia associada a hérnia de disco, onde dentre os benefícios propostos por Joseph Pilates criador do método, os exercícios estimulam a circulação, melhorando a flexibilidade e amplitude de movimento, com isso, favorecendo a postura e o condicionamento do corpo como um todo. A aplicação do método traz benefícios tanto posturais, quanto a diminuição do quadro álgico nesses pacientes, que consequentemente tem uma melhora significativa da sua qualidade de vida, força muscular, flexibilidade e consciência corporal.

O problema de pesquisa irá investigar qual é o impacto da reabilitação em pacientes com lombalgia em decorrência da hérnia de disco que realizaram tratamento terapêutico através do método pilates, demonstrando os efeitos da aplicação desta técnica e os resultados obtidos nas pesquisas realizadas referentes ao tema.

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O objetivo geral deste trabalho é de analisar o impacto do método pilates em pacientes com lombalgia em decorrência da hérnia de disco, mostrando os efeitos da aplicação deste método, afim de comprovar sua eficácia. Assim como seus objetivos específicos, que vão descrever as principais alterações que afetam os pacientes com lombalgia associada a hérnia de disco no capítulo 1, conceituar e analisar as técnicas do método pilates no capítulo 2, e demonstrar os resultados obtidos em estudos retrospectivos quanto a aplicação deste método nos pacientes no capítulo 3.

O trabalho terá como bases de estudos, pesquisas bibliográficas, artigos científicos e trabalhos de conclusão de curso disponíveis na internet ou bibliotecas das universidades. Este estudo é de caráter exploratório, que incluem artigos científicos das bases de dados, Scielo, Lilacs, Pedro, Capes, Medline e Bireme. O idioma utilizado foi a língua portuguesa. Os critérios de inclusão vão analisar artigos científicos que abordem o tema proposto neste trabalho e os de exclusão correspondem aos artigos que não se enquadrem nos critérios de inclusão. O período de pesquisa deste trabalho inclui publicações feitas entre os anos de 2008 e 2017.

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1 A LOMBALGIA ASSOCIADA A HÉRNIA DE DISCO E SUAS IMPLICAÇÕES 1.1 ANATOMIA E BIOMÊCANICA DA COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral é formada por ossos irregulares, com uma estrutura móvel, composta por 33 vértebras, dentre elas, 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais fundidas e de 4 a 5 coccígeas fundidas, como mostra na figura 1. Essas vértebras protegem a medula espinhal, sustentam o crânio, permitem os movimentos da caixa torácica e a fixação dos músculos do tronco. Entre elas estão os discos fibrocartilagíneos intervertebrais separando-as uma das outras, composta externamente por um anel fibroso e contendo em seu interior o núcleo pulposo que é uma substância macia e muito elástica. Os discos intervertebrais vão dar flexibilidade e absorver os impactos da coluna vertebral. (TORTORA;

DERRICKSON, 2017).

Figura 1 - Coluna vertebral

Fonte: https://www.auladeanatomia.com/novosite/

A coluna vertebral tem 4 funções importantes, dentre elas, sustentar a cabeça e os membros superiores, permitindo a liberdade dos movimentos;

capacidade do bipedismo; fornece fixação a vários músculos, costelas e órgãos viscerais; e protege a medula espinhal, dando passagem aos nervos espinhais. É composta por curvas fisiológicas, que são classificadas como lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar e cifose sacral que permitem a distribuição das

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cargas e equilíbrio da parte superior do tronco. (GRAAFF, 2003; TORTORA;

DERRICKSON, 2017).

1.1.1 Coluna lombar

A coluna lombar é formada por 5 vértebras lombares, que são maiores, afim de acomodar as cargas de forma progressiva. São constituídas por um corpo vertebral, pedículos que projetam-se para parte posterior e permitem a distribuição das forças de inclinação e tensão. Também possui 2 laminas que se fundem formando o arco vertebral e tem a função de absorver as forças transmitidas através dos processos espinhosos e articulares. Já os processos transversos e espinhais do corpo das vértebras permitem a inserção dos músculos, como mostra na figura 2. (DUTTON, 2010).

Figura 2 – Vértebra lombar

Fonte: https://www.auladeanatomia.com/novosite/

Os movimentos fisiológicos realizados nas articulações da coluna lombar são de flexão e extensão, que ocorrem no plano sagital, inclinação lateral no plano coronal e rotação no plano transversal. Além de seus movimentos acessórios, a coluna lombar possui seis graus de liberdade. (DUTTON, 2010).

1.2 LOMBALGIA

A dor lombar perde apenas para a hipertensão arterial, sendo a segunda doença crônica que mais afeta a população brasileira. Também chamada de dor

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baixa, a lombalgia é uma das síndromes dolorosas que mais acometem a coluna vertebral, seguida da cervicalgia. (HEBERT et al., 2017). Causando dor na parte inferior do dorso na região localizada entre o último arco costal e a prega glútea com ou sem irradiação para membros inferiores. A dor lombar pode ser mecânica específica ou inespecífica, não mecânica ou psicogênica. A dor mecânica específica sempre está associada a uma doença previa, já a dor mecânica inespecífica que é a mais comum não está relacionada a nenhuma afecção anterior, porém sua condição dolorosa pode causar limitação para realizar atividades de vida diária (AVD’s) e pode ocorrer em qualquer idade. (LIZIER et al., 2012).

Conforme a duração da dor lombar, pode ser definida como aguda, que tem início súbito e duração inferior a 6 semanas, subaguda com duração entre 6 e 12 semanas, ou crônica com duração superior a 12 semanas. (LIZIER et al., 2012).

A lombalgia na maioria das vezes tem origem multifatorial, onde apresenta fatores de risco individuais e profissionais. Os fatores individuais correspondem a idade, sexo, obesidade e desequilíbrio muscular. Já os fatores profissionais relacionam- se a má postura, movimentos incorretos, execução inadequada das atividades, entre outros. (JUNIOR; GOLDENFUM; SIENA, 2010).

A lombalgia acomete entre 50 e 80% da população geral, sendo mais comum em homens acima de 40 anos e mulheres entre 50 e 60 anos de idade.

(JUNIOR; GOLDENFUM; SIENA, 2010). Mas também pode ser desencadeada por doenças inflamatórias, degenerativas, neoplasias, defeitos congênitos, fraqueza muscular, predisposição reumática e sinais de degeneração da coluna, dos discos intervertebrais e mecânico-posturais. (FERREIRA; NAVEGA, 2010; FRANÇA et al., 2008).

O diagnóstico clínico da lombalgia é realizado através de anammese e exame físico, que pode incluir testes como de flexão e extensão da coluna lombar e os exames complementares, como a discografia que é um método invasivo destinado a reproduzir a dor no nível correto, porém por ser realizado por uma injeção de contraste pode acarretar complicações. Também podem ser realizados exames de imagem, que incluem a radiografia simples e a ressonância magnética (RM). (HEBERT et al., 2017).

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Na radiografia é possível detectar alterações degenerativas e proliferativas que causem a diminuição do espaço articular. Na RM é possível verificar se a dor é de origem discogênica, observar alterações na superfície articular, derrames articulares e espessamento sinovial. (HEBERT et al., 2017).

De acordo com Hebert et al. (2017), o tratamento inclui repouso, porém em período reduzido, terapia medicamentosa, fisioterapia e reeducação do paciente.

A fisioterapia tem como principais objetivos proporcionar analgesia, melhora da força muscular, flexibilidade, equilíbrio, controle motor, resistência cardiovascular, redução das disfunções que afetam a coluna, permitindo que o paciente volte a realizar suas tarefas diárias e retorne ao trabalho.

1.3 HÉRNIA DE DISCO

A hérnia de disco ocorre pela ruptura do anel fibroso, provocando o deslocamento do conteúdo localizado no centro do disco intervertebral em seu espaço dorsal ou dorso-lateral. (CARVALHO et al., 2013). É mais comum este processo ocorrer em pessoas entre 30 a 50 anos, porém pode afetar também adolescentes, idosos e raramente crianças. (MILANI et al., 2009).

A patologia afeta com mais frequência o sexo masculino em relação ao feminino, atingindo cerca de 4,8% dos homens e 2,5% das mulheres. No geral estima-se que acometa de 2 a 3% da população. (VIALLE et al., 2010). Dentre as afecções da patologia, a dor referida geralmente é na região lombar, definida como lombalgia ou dor ciática, que pode irradiar para um dos membros inferiores ou para ambos, com presença de dor raticular que é referida como pontadas ou agulhadas, aguda com ou sem queimação que vai ser distribuída conforme o dermátomo afetado. (HEBERT et al., 2017).

A hérnia de disco pode ser atribuída a alterações posturais, musculares, atividades ocupacionais do paciente, fatores ambientais como, obesidade, tabagismo, carregamento de peso, além do envelhecimento natural. Porém conforme estudos retrospectivos, atribuem o aparecimento da herniação por influência genética. (VIALLE et al., 2010; MILANI et al., 2009).

Quanto a herniação do disco intervertebral, tem maiores chances de ocorrer nos níveis L4-L5 e L5-S1 da coluna lombar, podendo provocar lombalgia, lombociatalgia, ciática isolada e síndrome da cauda equina, o que vai estimular a

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postura inadequada, limitação dos movimentos, principalmente na flexão de tronco e/ou dor radicular. Em algumas situações a hérnia pode ocorrer de forma assintomática. (MILANI et al., 2009; HEBERT et al., 2017).

Conforme localização a hérnia discal pode ser classificada como central, recesso lateral, foraminal e extraforaminal. A herniação ocorre quando há extravasamento do conteúdo do núcleo pulposo por uma fissura no ânulo fibroso, podendo provocar uma compressão neurológica, afetando determinada região de acordo com o trajeto definido pelo dermátomo e miótomo da raiz nervosa comprimida. (HEBERT et al., 2017). A hérnia pode ser classificada em quatro formas diferentes, podendo ser causada por uma degeneração, geralmente relacionada a desidratação do disco. A protusão ocorre devido ao alargamento da base do disco, aumentando seu diâmetro inicial, sem que haja ruptura do ânulo fibroso. A extrusão ocorre quando a base do disco é menor que os demais diâmetros, ocorre extravasamento do conteúdo do disco para o espaço intervertebral, onde mantém contato com o núcleo pulposo. E o sequestro ocorre devido a migração de parte do conteúdo do disco para o canal vertebral, formando um fragmento livre sem contato com o núcleo pulposo, como mostra na figura 3.

(VIALLE et al., 2010; HEBERT et al., 2017).

Figura 3 - Tipos de herniação

Fonte: http://www.nursing.com.br/hernia-de-disco/

O diagnóstico clínico é feito através do exame físico, onde é avaliado o histórico de dor do paciente, que pode incluir a avaliação de sensibilidade, testando os dermatámos e miotómos, para localizar o espaço vertebral com hérnia, além do teste de força e reflexo. É importante que seja realizada avaliação da marcha desses pacientes, que podem apresentar claudicação com escoliose

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antálgica, marcha de tredelemburg (compressão de L5, podendo gerar fraqueza de abdutores), marcha do pé caído (compressão L4 e L5, paresia extensora do pé), ou marcha com base alargada (compressão mais superior). Além disso juntamente ao exame físico pode ser solicitado exames por imagem que incluem a radiografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada. (VIALLE et al., 2010; HEBERT et al., 2017).

O tratamento conservador tem como objetivo diminuir o quadro álgico, induzir a recuperação neurológica e permitir o retorno as atividades de vida diária, que podem ser realizados através da analgesia, exercícios de fortalecimento, alongamentos e relaxamento, com o intuito de promover a correção e a estabilização postural. (VIALLE et al., 2010; HEBERT et al., 2017). O tratamento cirúrgico é indicado quando o tratamento conservador não foi eficaz. Tem como indicações causas absolutas, que ocorre quando o paciente apresenta síndrome de cauda equina ou paresia, ou causas relativas, que ocorre quando não houve resposta ao tratamento conservador por mais de seis semanas. (MILANI et al., 2009; VIALLE et al., 2010).

A técnica cirúrgica mais clássica é a laminectomia com discectomia, onde ocorre a remoção do ligamento amarelo. Porém atualmente estuda-se os benefícios de procedimentos menos invasivos através da microdiscectomia que comparada a primeira técnica mostrou-se mais eficaz por ser menos invasiva, onde é realizada a retirada apenas do fragmento herniado. (NUNES-JUNIOR;

MONNERAT, 2012; VIALLE et al., 2010).

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2 A HISTÓRIA E O CONCEITO DO MÉTODO PILATES 2.1 A HISTÓRIA DO MÉTODO PILATES

O método pilates é um treinamento físico e mental que busca desenvolver o corpo e a mente de forma equilibrada, explorando o potencial do corpo humano.

O criador do método Joseph Huberts Pilates, nasceu na Alemanha em 1880 (Figura 4). Na infância sofria de asma, raquitismo e febre reumática, mas apesar de suas fragilidades, desde cedo mostrou-se ser uma pessoa determinada em conquistar um corpo mais forte através da prática de atividades físicas, onde ainda jovem tornou-se estudante de anatomia e fisiologia. (OLIVEIRA, 2012; MARÉS et al., 2012).

Figura 4 – Joseph Pilates

Fonte: http://www.pilates.com.br/metodo/joseph-pilates/

Em 1912 Joseph mudou-se para a Inglaterra, onde começou a ganhar a vida como lutador de boxe. Durante a primeira guerra mundial foi preso por ser considerado um inimigo estrangeiro. A partir daí se tornou enfermeiro, onde ensinou para os outros prisioneiros os exercícios que havia criado. Adaptou molas de camas, iniciando a partir disso a inspiração para a criação dos equipamentos que seriam desenvolvidos posteriormente e para a evolução de seu método.

(MARÉS et al., 2012).

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2.2 O MÉTODO PILATES

O método é chamado de contrologia que é a capacidade que o indivíduo tem de dominar seu próprio corpo, através do controle do corpo e da mente. Para que haja este controle é necessária a integração de alguns princípios, que são a concentração, centro de força (power house), fluidez, precisão, respiração e controle dos movimentos. (MARÉS et al., 2012).

A técnica pode ser realizada em solo (The Mat) ou em aparelhos. Os aparelhos utilizados são (cadeira, reformer, wall, trapézio). Os exercícios tem como objetivo estabilizar a pelve, controlar o abdome, mobilizar as articulações, alongar e fortalecer membros superiores e inferiores. (MARÉS et al., 2012).

Os exercícios do método abrangem contrações isotônicas (concêntricas e excêntricas) e, especialmente, isométricas, com ênfase no centro de força, que é composto pelos músculos abdominais, dentre eles o transverso de abdome, multífido e músculos do assolho pélvico, encarregados pela estabilização estática e dinâmica do corpo. A contração desses músculos e do diafragma é associada a expiração durante o exercício. (MARÉS et al., 2012).

Dentre os benefícios propostos por Joseph Pilates, o método estimula a circulação, melhorando a flexibilidade e amplitude de movimento, com isso, favorecendo a postura e o condicionamento do corpo em geral. Os exercícios não tem contraindicações, pois são adaptados de acordo com a capacidade física de cada praticante. (MARÉS et al., 2012).

Segundo Oliveira (2012), os principais aparelhos criados por Joseph Pilates são:

Chair ou Cadeira: possui quatro molas com a mesma intensidade, pedal antiderrapante e de três a quatro parafusos em escalas (alavancas), na parte posterior e dois pares nos pedais que ajudam no controle da carga (Figura 5).

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Figura 5 - Chair

Fonte: http://www.metalifepilates.com.br/

Cadillac: plataforma em forma de cama contornada por uma mola dura de metal, onde estão fixadas a barra de empurrar, barra do trapézio, barra de rolamento posterior e molas para braços e pernas que tem resistência alterável (Figura 6).

Figura 6 - Cadillac

Fonte: http://www.metalifepilates.com.br/

Reformer: plataforma semelhante a uma cama, que possui um carro deslizante com uma peça móvel para apoiar cabeça e dois blocos para apoio dos

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ombros. O carro se move pela plataforma que tem a barra para os pés. O carro fica preso por molas, que dão resistência alterável (Figura 7).

Figura 7 - Reformer

Fonte: http://www.metalifepilates.com.br/

Ladder Barrel ou Barril Grande: sua estrutura favorece o alinhamento correto do corpo. Tem função de fortalecer o centro de força e o tronco, além de proporcionar o alongamento da coluna, quadris e pernas (Figura 8).

Figura 8 – Ladder Barrel

Fonte: http://www.metalifepilates.com.br/

No método pilates os exercícios são feitos em sua maioria, na posição deitada, afim de aliviar o impacto sobre as articulações que sustentam o corpo na postura ortostática, o que favorece a recuperação estrutural dos músculos, articulações e ligamentos. Os exercícios são associados a respiração, onde o indivíduo realiza os movimentos durante a expiração juntamente com a contração

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dos músculos abdominais, lombares e pélvicos e o diafragma. (MARÉS et al., 2012).

2.3 CORE

No método pilates o termo CORE refere-se a estabilização da coluna vertebral através do centro de força que é composto pelos músculos abdominais, transverso de abdome, multífido e músculos do assoalho pélvico que são responsáveis pela estabilização dinâmica e estática do corpo humano. A estabilidade do CORE é de extrema importância, pois proporciona equilíbrio adequado para coluna vertebral e para pelve. (MARÉS et al., 2012).

Os músculos abdominais são formados pelo reto do abdome, transverso do abdome, oblíquo interno e oblíquo externo. Quando essa musculatura se contrai auxilia na estabilização da coluna vertebral durante o levantamento de peso.

(GRAAFF, 2003).

O reto do abdome é um músculo mais amplo em sua parte posterior, onde os retos se separam, e mais encolhido na direção inferior, região em que os retos se aproximam. Tem como função realizar a torção durante a flexão da coluna vertebral, aproximando tórax e pelve na sua porção anterior. (DUTTON, 2010).

O transverso do abdome é o mais profundo dos músculos abdominais, suas fibras são horizontalizadas através do abdome. Na contração deste músculo segundo a teoria indica que a força de contração aumenta a estabilidade da coluna lombar em várias posturas e movimentos. (GRAAFF, 2003; DUTTON, 2010).

O oblíquo interno é mais profundo em relação ao oblíquo externo. Este músculo fica ativo durante várias funções, como marcha, posturas de pé e sentando ereto. Tem como função a flexão da coluna vertebral e ajuda na respiração. Junto com os oblíquos externos, realiza a rotação da coluna vertebral.

(GRAAFF, 2003; DUTTON, 2010).

O oblíquo externo é o mais forte e superficial da parede lateral dos músculos abdominais. Agem na flexão da coluna vertebral e inclinam a pelve na direção posterior. Junto com os oblíquos internos, realiza a inclinação lateral da coluna vertebral, aproximando tórax e a crista ilíaca lateralmente. (GRAAFF, 2003;

DUTTON, 2010).

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Os músculos da região lombar são constituídos pelo quadrado lombar, multífido e eretor da espinha. Os músculos da coluna vertebral proporcionam estabilidade e movimento resistindo aos efeitos da gravidade. (GRAAFF, 2003)

O quadrado lombar é um músculo grande e retangular, suas fibras se dirigem medialmente. Este músculo fica ativo durante a inspiração, dando suporte a ação do diafragma. Auxilia na inclinação lateral da coluna lombar e no controle excêntrico da inclinação contralateral. (DUTTON, 2010).

O multífido é o maior dos músculos intrínsecos das costas, onde é formado por fascículos que se sobrepõem um ao outro de aparência laminada. Conforme estudos o músculo é extremamente importante na estabilização segmentar lombar, por proporcionar rigidez segmentar e controle dos movimentos. Fica ativo em quase todas as atividades antigravitacionais e auxilia na estabilidade lombar, devido a compressão das vértebras. (DUTTON, 2010).

Os eretores da espinha formam um grupo de músculos superficiais que se prolongam do sacro ao crânio. Possui 3 grupos de músculos que são os iliocostais, longuíssimos e espinais. (GRAAFF, 2003). Este músculo é fundamental na estabilização lombar, realizando forças compressivas ao longo da coluna que proporcionam equilíbrio as curvaturas espinais. (DUTTON, 2010).

O músculos da região do quadril que movimentam a região da coxa e articulação do quadril são formados por músculos anteriores que são o ilíaco e o psoas maior, e músculos posteriores e laterais que formam a região glútea que são glúteo máximo, glúteo médio, glúteo mínimo e o tensor da fáscia lata.

(GRAAFF, 2003).

O ilíaco se insere na parte superior da fossa ilíaca e lábio interno da crista ilíaca e o psoas maior insere-se diretamente a coluna lombar no fêmur junto com o ilíaco. Esses dois músculos formam o iliopsoas, que produz a flexão do tronco sobre o fêmur. Este músculo também realiza a inclinação lateral da coluna para o mesmo lado. (DUTTON, 2010).

O glúteo máximo é o maior extensor e rotador externo do quadril, onde possui uma porção superficial e uma profunda. Auxilia na posição bipedal e na locomoção. Normalmente é ativo durante a flexão ou extensão resistida do quadril.

(DUTTON, 2010; GRAAFF, 2003).

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O glúteo médio é o principal abdutor do quadril e estabilizador primário do quadril e da pelve. Este músculo é dividido em 2 porções, onde a porção anterior é responsável por flexionar, abduzir e rodar internamente o quadril e a porção posterior tem a função de estender e rodar externamente o quadril. O músculo da sustentação a pelve na posição unipodal. (DUTTON, 2010).

O glúteo mínimo é um músculo fino e é o menor e mais profundo dos músculos da região glútea. Fica localizado entre o glúteo médio e a superfície externa do ílio. Este músculo é um importante rotador interno do fêmur. Também realiza a abdução da coxa e auxilia o glúteo médio com o suporte pélvico.

(DUTTON, 2010; GRAAFF, 2003).

O tensor da fáscia lata é um músculo quadrangular, que fica localizado na região superficial da parte lateral do quadril. Ele envolve os músculos da coxa e age contra a tração para trás do glúteo máximo no trato iliotibial. Também auxilia na flexão, abdução e ajuda a rodar internamente o quadril. (GRAAFF, 2003;

DUTTON, 2010).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com Silveira et al. (2016), o método pilates proporciona estabilização do segmento lombo-pélvico, onde os exercícios tem como objetivo estimular o recrutamento muscular do tronco, melhorar o alinhamento postural e o condicionamento dos músculos do tronco, que estão diretamente interligados a manutenção da estabilidade lombar.

Segundo Castanhetti, Súdre-Marques e Fan (2016), foi realizado um estudo em pacientes com diagnóstico de discopatia degenerativa lombar, com idade entre 25 e 35 anos, onde foram selecionados 3 pacientes, sendo 2 mulheres e 1 homem, tendo como critério de inclusão não apresentar dor lombar aguda e não praticar nenhuma atividade física prévia. Os exercícios foram realizados em solo (The Mat), usando a bola suíça e o colchonete. Antes da aplicação do método os pacientes realizaram uma avaliação inicial, que incluíram teste de valsava, para avaliar dor, teste Laségue, que avalia se há irradiação de dor para membros inferiores, questionário mórdico de sintomas osteomusculares, para verificar presença de distúrbios osteomusculares, escala visual analógica da dor (EVA) e teste de força abdominal. Os exercícios foram aplicados duas vezes por semana, com um total de 15 sessões, com 40 minutos cada sessão, onde os pacientes foram atendidos individualmente. Os resultados obtidos com o estudo mostraram- se eficazes, pois os 3 pacientes apresentaram diminuição do quadro álgico na região lombar e ganho de força muscular abdominal, que consequentemente proporcionou alívio da dor irradiada para membros inferiores.

Em outro estudo feito por Lopes et al. (2012), com o objetivo de investigar a eficácia do método pilates em pacientes com hérnia de disco, foram selecionados participantes com faixa etária entre 30 e 50 anos de idade. Foi realizada avaliação inicial quatro dias antes do início da terapia, que incluiu avalição física e anamnese, avaliação de flexibilidade, avaliação postural e avaliação antropométrica. Os exercícios foram realizados utilizando aparelhos e bola suíça. O método foi aplicado durante 6 semanas, em 12 sessões. A reavaliação foi realizada dois dias após o término das sessões. O resultado obtido com estudo foi eficaz, pois as participantes apresentaram diminuição do quadro álgico, melhora da flexibilidade e melhora da postura.

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De acordo com Lara (2011), em um estudo quase-experimental, que ocorre quando a amostra não é aleatória, composta por um único participante do sexo masculino, que teve como critério de inclusão o diagnóstico de hérnia de disco lombar e não apresentar quadro álgico agudo. A aplicação do método pilates foi realizada com frequência de duas vezes por semana, com uma hora por sessão, que totalizou 24 atendimentos em 12 semanas. Antes do início das sessões foi feita avaliação inicial através da coleta de dados, exame físico e testes especiais que incluíram sinal de Laségue, teste de elevação da perna reta, teste de Schober, que avalia a mobilidade lombar, teste de retração da cadeia posterior, teste de flexibilidade no banco de Wells, que avalia flexibilidade da parte posterior de tronco e membros inferiores e avaliação da dor feita pela EVA. Após avaliação foi aplicado o protocolo de exercícios do método pilates, com uso de aparelhos (cadillac, reformer, chair com bola) e no solo. Com o término das sessões foi feita reavaliação com os mesmos critérios da primeira avaliação. O resultado obtido com a aplicação do método foi eficaz, pois o paciente apresentou diminuição do nível de dor inicial que se manteve por toda terapia, ganho de mobilidade lombar, onde consequentemente teve impacto favorável na qualidade de vida do paciente, que adquiriu novos hábitos, contribuindo para manutenção da postura corporal adequada.

O método pilates é importante no tratamento da dor lombar, pois os exercícios promovem o fortalecimento do músculo transverso de abdome, que tem a função de estabilizar a coluna vertebral, que nos casos em que o indivíduo tem lombalgia, esse músculo apresenta fraqueza abdominal, consequentemente afetando a funcionalidade e qualidade de vida do indivíduo. A flexibilidade também influencia na melhora do quadro álgico, pois com seu aumento favorece uma maior amplitude de movimento (ADM), diminuindo a dor lombar. (VIEIRA; FLECK, 2013).

Foi realizado um outro estudo, onde a amostra foi composta por 7 participantes, sendo 4 homens e 3 mulheres com faixa etária entre 24 e 29 anos de idade que apresentavam lombalgia crônica. Os critérios de inclusão compreendiam ter diagnóstico de lombalgia por mais de 12 meses, não praticar exercícios físicos, apresentar dor superior ou igual a 5 na EVA nas atividades de vida diária (AVD’s), e estar afastado do trabalho em virtude da doença. Os participantes foram avaliados no início e reavaliados posteriormente ao término do

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estudo através do questionário SF-36, para avaliar qualidade vida, índice de incapacitação de Oswestry para dor lombar e EVA. A aplicação do método pilates foi realizada em 10 sessões, frequência de duas vezes por semana, com duração de 40 minutos cada sessão. O tratamento foi feito através exercícios em solo e utilizando a bola. Antes do início efetivo do tratamento os pacientes tiveram três sessões para conscientização do centro de força. O resultado obtido no estudo foi eficaz, pois os pacientes apresentaram diminuição da dor, aumento da flexibilidade e melhora da qualidade de vida, que favoreceu diretamente para o ganho de funcionalidade (STORCH et al., 2015).

Em um outro estudo realizado por Mori, Fleck e Machado (2013), foram selecionadas 2 mulheres, sedentárias, com idade de 47 e 56 anos, com diagnóstico de lombalgia por mais de três meses. Nos critérios de inclusão as participantes deveriam apresentar lombalgia crônica com indicação de tratamento, não ter doenças neuromusculares ou hipertensão arterial descompensada, e não realizar atividades físicas ou tratamento fisioterapêutico. As participantes realizaram avaliação inicial, onde foi feita a avaliação da dor através da EVA, foi aplicado questionário SF-12, para qualidade de vida, e questionário de Pittsburgh, para avaliar a qualidade do sono. Os exercícios do método pilates foram aplicados em solo, com frequência de duas vezes por semana, durante 55 minutos por sessão, totalizando 10 sessões em 5 semanas. Os resultados obtidos foram satisfatórios, pois as participantes apresentaram melhora da dor, da qualidade de vida e da qualidade do sono.

O método pilates sugere a melhor interação muscular entre agonista e antagonista, que favorece a musculatura estabilizadora de tronco. Em um estudo realizado com o objetivo de avaliar a efetividade do método pilates na lombalgia crônica, foram selecionados 7 voluntários do sexo feminino, com faixa etária entre 18 e 50 anos de idade, peso de 58 a 62kg e altura entre 1,55 e 1,76m, sendo que 62,5% apresentaram índice de massa corporal (IMC), dentro dos valores normais.

Todas participantes apresentaram diagnóstico clínico de lombalgia crônica, com sintomas de dor lombar por mais de três meses, provocada por retrações/encurtamentos musculares, fraqueza da musculatura flexora e extensora de tronco, com presença de hipomobilidade ou hipermobilidade da região lombar. Foi feita avaliação dos participantes que responderam o

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questionário funcional Oswestry e avaliado o nível de dor pela EVA. Os exercícios do método pilates foram aplicados com frequência de duas vezes por semana, em 25 sessões, durante 3 meses. Os resultados obtidos com o estudo foram eficazes, pois proporcionaram para os participantes a estabilização da coluna lombar, com significativa melhora da dor lombar e qualidade de vida. Apesar de haver contravérsias quanto ao tempo ideal de aplicação do método para que haja equilíbrio entre a musculatura agonista e antagonista da coluna lombar, os 3 meses propostos no estudo foram suficientes para controlar a lombalgia nessas pacientes. (CONCEIÇÃO; MERGENER, 2012).

De acordo com Silva e Gardenghi (2016), os principais músculos responsáveis pela estabilização da coluna vertebral são o transverso de abdome (TA) e o multífido lombar (ML). O TA promove a manutenção da pressão intra- abdominal, pois gera uma tensão na vértebra lombar através da fáscia tóraco- lombar. Já o ML é responsável pela rigidez e controle dos movimentos da zona neutra. Em indivíduos com lombalgia a função desses músculos é afetada, podendo causar atrofia e diminuição da velocidade de disparo do músculo.

Segundo estudo feito por Siqueira et al. (2014), a estabilização segmentar vertebral (EVS) é um outro método que promove fortalecimento através da conscientização da contração muscular através treinamento resistido dos músculos TA e ML e da estimulação proprioceptiva. Nesse contexto foi realizado estudo de caso no período de fevereiro a maio de 2012, incluindo pacientes de ambos sexos, com faixa etária entre 25 e 50 anos de idade, IMC entre 18,5kg/m² e 30kg/m², tendo histórico de dor lombar por mais de 6 meses, com diagnóstico clínico de hérnia de disco lombar em L4/L5 e L5/S1. Foram excluídos do estudo aqueles pacientes que realizaram alguma cirurgia ou com sequela de fratura na coluna lombar, com distúrbios neuromusculares, com doenças reumáticas e gestantes. Foram selecionados 6 pacientes, sendo 4 homens e 2 mulheres, com idade entre 29 e 50 anos. Foi realizada avaliação inicial com coleta de dados através de um formulário. A avaliação da dor foi feita usando a escala modificada de BORG. Também foi avaliado o recrutamento voluntário dos músculos estabilizadores lombares (TA e ML), através da Unidade Pressórica de Biofeedback (UPB), que é um aparelho que avalia o nível de contração exercida pela musculatura. O tratamento de estabilização segmentar é composto por três

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etapas, sendo cognitiva, associativa e automática, onde o indivíduo só passa para a próxima etapa se conseguir realizar a fase anterior sem apresentar fadiga. O treinamento foi realizado em 15 sessões, com frequência de três vezes por semana, onde os pacientes foram reavaliados ao final do protocolo de tratamento.

Os resultados obtidos na pesquisa foram satisfatórios, pois o treinamento promoveu a contração efetiva dos estabilizadores de tronco e o trofismo do músculo multífido. Apesar de não cessar o quadro álgico, a técnica também auxiliou na diminuição do nível de dor da região lombar.

A flexibilidade também é um fator de extrema importância para o corpo humano, pois permite uma maior mobilidade, facilitando a realização das AVD’s e consequentemente a melhora da qualidade de vida. A mobilidade da coluna cervical e lombar é maior em relação a coluna torácica, que promove estabilização e rotação do tronco. Com o envelhecimento o indivíduo vai tendo a perda progressiva da ADM e o aumento da rigidez na coluna, que pode pré-dispor a patologias que afetam a coluna vertebral, causando dor e limitação funcional. O método pilates traz diversos benefícios para os idosos, pois promove aumento da densidade óssea, melhora da flexibilidade e postura, aumenta a capacidade respiratória e cardiovascular. Foi realizada pesquisa quase-experimental, onde foi selecionado dentre 7 pacientes avaliados, apenas 1 idoso, do sexo masculino, com 67 anos de idade, tabagista, com relato de dor lombar sem patologias associadas. Foi realizada avaliação da coluna lombar através do teste de Schober, que avalia a mobilidade lombar, o teste de Stibor, que avalia a mobilidade tóraco- lombar, o protocolo índice de Katz, que avalia independência funcional do paciente, quanto a realização das AVD’s e o questionário WHOQOL-Bref, que avalia a qualidade de vida. O método pilates foi aplicado entre os meses de maio e junho de 2015. O tratamento foi composto por 10 sessões, com frequência de três vezes por semana, durante 30 minutos cada sessão, com exercícios realizados em solo. Foi feita reavaliação após o final da aplicação do protocolo de tratamento. Os resultados obtidos mostraram que o paciente teve ganho de flexibilidade da coluna lombossacra que passou de uma ADM de 1,0cm para 5,5cm, também apresentou aumento da mobilidade tóraco-lombar que foi de 5,0cm para 8,0cm, porém na qualidade de vida não obteve mudanças significativas. O resultado do estudo sugere que o método pilates foi eficaz para

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melhorar a flexibilidade da coluna vertebral, porém são necessárias mais pesquisas com uma amostra maior de participantes. (BERTOLDI; WINTER;

FIALHO, 2016).

De acordo com estudos descritos acima, correspondentes a lombalgia e a hérnia de disco, a maioria foi eficaz no tratamento, proporcionando analgesia, aumento da flexibilidade, ganho de força muscular, aumento da ADM, melhora da postura, ganho de funcionalidade, melhorando diretamente a qualidade de vida dos indivíduos que participaram dos estudos. Apesar de poucos estudos feitos sobre o tema, pode-se dizer que o método pilates é eficaz no tratamento da lombalgia associada a hérnia de disco.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A lombalgia é uma das afecções que mais afetam a população em geral, onde causa dor na região lombar e pode estar relacionada a diversos fatores que incluem doenças inflamatórias, degenerativas, fraqueza muscular, predisposição reumática, sinais de degeneração da coluna, dos discos intervertebrais, entre outros. A dor lombar é muito comum nos pacientes que tem hérnia de disco, que ocorre quando há a ruptura do anel fibroso, provocando o deslocamento do conteúdo localizado no centro do disco intervertebral, onde é definida de acordo com sua extensão, podendo causar a degeneração, protusão, extrusão ou sequestro. A hérnia de disco pode ser atribuída a alterações posturais, musculares, atividades ocupacionais do paciente, obesidade, tabagismo, carregamento de peso, além do envelhecimento natural.

O método pilates tem demonstrado sua eficácia nos tratamentos posturais de diversas patologias, pois trabalha o ser humano como um todo, visando a integração de alguns princípios, que são a concentração, centro de força, fluidez, precisão, respiração e controle dos movimentos, trabalhando corpo e mente como um só, que aplicado nos pacientes com lombalgia associada a hérnia de disco vai trazer diversos benefícios. Os exercícios do método abrangem contrações isotônicas e, especialmente, isométricas, com ênfase no centro de força, onde trabalha o CORE que é composto pelos músculos abdominais, lombares e pélvicos, responsáveis pela estabilização estática e dinâmica da coluna vertebral.

Os indivíduos que participaram dos estudos descritos no trabalho obtiveram resultados satisfatórios, onde a aplicação do método pilates proporcionou analgesia, aumento da flexibilidade, ganho de força muscular, aumento da ADM, melhora da postura, ganho de funcionalidade, melhorando diretamente a qualidade de vida dos participantes. Contudo, conforme os resultados obtidos, o método pilates mostrou-se eficaz, onde os objetivos propostos nesta pesquisa foram alcançados. Sugere-se que sejam realizadas novas pesquisas sobre o tema com uma população maior, afim de abranger o método pilates, comprovando seus diversos benefícios e eficácia, principalmente nos pacientes com lombalgia associada a hérnia de disco.

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