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João Brigola

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Academic year: 2021

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Uma rede local intertutelas – a Rede de Museus e Equipamentos Culturais de Évora

João Brigola

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Uma rede local intertutelas –

a Rede de Museus e Equipamentos Culturais de Évora

João Brigola

joaobrigola@uevora.pt

O conceito de rede aplicado à realidade museológica impõe-se hoje como um dos instrumentos mais eficazes para uma gestão eficaz e equilibrada dos escassos recursos humanos e financeiros atribuídos pelas tutelas às suas unidades museológicas.

As redes de cooperação – de adesão voluntária, horizontal na sua organização interinstitucional, e visando aperfeiçoamento de práticas profissionais e de serviços públicos – têm vindo a ganhar crescente relevo desde 2004, com a consagração em lei da Rede Portuguesa de Museus (RPM).

De par com esta Rede de vocação nacional - cujos aderentes se obrigam a fazer prova de qualifica- ção de espaços, de recursos e de políticas, transformando a credenciação no seu leit motiv - têm- -se constituído no território nacional outras tipologias de redes: regionais, distritais, municipais, temáticas e institucionais.

O texto trata de um tipo particular de rede que, desde meados de 2014, intentamos construir na cidade de Évora: a agregação de mais de quase duas dezenas de coleções e de unidades museo- lógicas e patrimoniais dispersas na malha urbana da cidade, pertencentes a nove tutelas (cinco públicas e quatro privadas). Linhas comuns de cooperação foram, em 2015, plasmadas em docu- mento de definição estratégica: a sinalética; a bilhética; a formação profissional; a programação;

a investigação.

PALAvrAs-cHAve

Colecções e museus; Redes de museus;

Território e programação cultural;

Políticas de cidade;

Plataforma intertutelas.

resuMo

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e Práticas em Museologia. Porto, Universidade do Porto, Faculdade de Letras, DCTP, vol. 6, pp. 28-32.

notABiográficA

João Brigola nasceu em Lisboa. Licenciado em História, Mestre em História Cultural e Políti- ca, Doutor em História/Museologia e Agregado em Teoria e História da Museologia. Docente na Escola de Ciências Sociais, Departamento de História, da Universidade de Évora. Inves- tigador integrado do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedade (CIDEHUS/

UÉ). Integra a equipa científica da Cátedra UNESCO na UÉ. Coordenador Científico da Rede de Museus e Equipamentos Culturais de Évora. Foi Professor Associado Convidado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (2008-2013) e Director-Geral do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), do Ministério da Cultura AbstrAct

The network concept applied to museological reality imposes itself today as one of the most ef- fective tools for effective and balanced management of scarce human and financial resources allocated by guardianships to its museological units.

The cooperation networks - of voluntary, horizontal in its institutional organization, and aiming at improvement of professional and public service practices - have been gaining increasing relief since 2004 with the consecration in RPM of the law.

Along with this national calling network - whose adherents are obliged to provide proof of qualifi- cation of spaces, resources and policies, making the accreditation as a leitmotif - have been made in the national territory other types of networks: regional, district, municipal, and institutional issues.

We bring to your attention, a particular type of network that since mid-2014, we are try building in the city of Évora: the aggregation of more than nearly two dozen collections and museum units scattered in the urban area of city, belonging to nine guardianships (five public and four private).

Common lines of cooperation were, in 2015, molded in strategy document: the signs; ticketing;

vocational training; the programation; the investigation.

Keywords

Collections and museums;

Museum’s networks; Territory and cultural programming; City policies;

Guardianships platform.

biogrAphycAlnote

João Brigola was born in Lisbon. Bachelor of History, Master in Cultural History and Politics, Doctor of History / Museology and Aggregate in Theory and History of Museology. Professor at the School of Social Sciences, Department of History, University of Évora. Integrated re- searcher in the Interdisciplinary Center of His- tory, Cultures and Society (CIDEHUS / UÉ).

Integrates the scientific team of the UNESCO Chair in the UÉ. Scientific Coordinator of the Network of Museums and Cultural Equipment of Évora. He was a Visiting Associate Professor at the Faculty of Social and Human Sciences of the New University of Lisbon (2008-2013) and General Director of the Institute of Museums

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Classificado pela UNESCO como Patrimó- nio Mundial da Humanidade desde 1986, o Centro Histórico de Évora, e em particular o espaço da antiga Acrópole, enquadra um conjunto de monumentos, museus, coleções e equipamentos culturais que, quer pelo seu valor arquitetónico, artístico e patrimonial, quer pela riqueza dos acervos, constituem referências essenciais para a interpretação da história da cidade e para a preservação dos seus elemen- tos identitários. Cada uma destas realidades constitui um importante repositório temático associado à diacronia das sucessivas “Évoras”, incluindo a cidade contemporânea, e é deten- tor de um representativo legado, tanto material como imaterial, cuja salvaguarda era funda- mental assegurar.

Um património rico é um património vivido, partilhado com a comunidade e com quem vi- sita a cidade, encontrando-se intimamente liga- das a vivência, fruição e apropriação dos espa- ços pelas pessoas. O papel desempenhado pelo património de Évora e a diversidade de equipa- mentos culturais conduziram à reflexão sobre a importância para a cidade uma ação integrada ao nível do património, da cultura e das artes.

A criação de uma rede de cooperação institu- cional afigurou-se essencial, congregando os contributos das seguintes entidades detentoras de bens culturais ou com responsabilidades na definição de orientações estratégicas neste do- mínio: Direção Regional de Cultura do Alente-

jo, Câmara Municipal de Évora, Arquidiocese de Évora, Biblioteca Pública de Évora, Casa dos Duques de Cadaval, Fundação Eugénio de Almeida, Museu do Relógio, Entidade Regio- nal de Turismo do Alentejo e Ribatejo e Uni- versidade de Évora.

O valor intrínseco do património de Évora as- sume-se, assim, como um importante recurso estratégico para o sentimento de pertença da comunidade em relação à história e ao universo cultural da cidade. A rede seguiu uma orien- tação que visa, a partir do entendimento do património cultural como recurso estratégico, contribuir para a convergência da cidade e da região de Évora para os padrões de desenvolvi- mento e de coesão europeus.

Neste sentido, as atividades a desenvolver no âmbito da rede têm como objetivo principal a valorização da cidade, na medida em que con- tribuam para a salvaguarda do seu património, para dar a conhecer os equipamentos cultu- rais de Évora, as suas coleções e atividades e funcionam como facilitadoras da vivência dos espaços, perspetivando a captação e formação de novos públicos e o estabelecimento de rela- ções de proximidade com a comunidade e com quem chega de fora.

A rede, originalmente dinamizada pela Univer- sidade de Évora, constituiu-se seguindo uma lógica informal, baseada na ação voluntária e colaborativa das entidades parceiras, dentro de um espírito de partilha que tem como refe-

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e Práticas em Museologia. Porto, Universidade do Porto, Faculdade de Letras, DCTP, vol. 6, pp. 28-32.

rência as sessões plenárias dos representantes institucionais responsáveis, por consenso ou maioria simples, pela definição das orientações estratégicas a seguir e por determinar as ativi- dades a realizar. A convocatória e a agenda das reuniões são articuladas pela Universidade de Évora, embora os assuntos a tratar, bem como a própria convocatória sejam propostos pelos parceiros. O cumprimento das decisões apro- vadas em plenário cabe a uma comissão consti- tuída pelos técnicos designados pelas entidades fundadoras. A comissão técnica é também res- ponsável pela apresentação de propostas rela- tivas às atividades e funcionamento da rede, a submeter à apreciação do plenário.

Quanto ao financiamento da rede, este é asse- gurado por cada parceiro de forma proporcio- nal ao seu investimento, estabelecendo-se uma base paritária sempre que o investimento inci- dir sobre a ações comuns a toda a rede.

Em suma:

1. A Rede de Museus e Equipamentos Culturais de Évora congrega 9 instituições da cidade, 5 públicas e 4 privadas: Universidade; DRCA- LENT; CMÉ; Biblioteca Pública; Entidade de Turismo; Fundação Eugénio de Almeida; Ar- quidiocese; Casa Cadaval; Museu do Relógio.

2. A UÉ foi a mentora do Projecto desde 2014 através do CIDEHUS e da Cátedra UNESCO da UÉ.

3. O Projecto é financiado pelo Alentejo 2020 e estende-se entre Março de 2017 e Março de 2019. É gerido tecnicamente pela Entidade de

4. O estudo de públicos não foi contemplado no financiamento, mas o CIDEHUS-UÉ cons- tituiu uma equipa de docentes e bolseiros que o assegura.

5. No dia Internacional do Turismo de 2016 a Secretaria de Estado do Turismo seleccionou este Projecto como o mais marcante da Região de Turismo do Alentejo e Ribatejo.

6. O Projecto da RMECÉVORA integra um Programa mais vasto que contempla o finan- ciamento de actividades culturais em rede dos municípios do Distrito de Évora, bem como a candidatura da cidade a capital europeia da cul- tura 2027.

7. O programa estratégico que justifica e funda- menta esta rede de território/cidade passa pela concretização de um conjunto de ações visando aprofundar o conhecimento do património, pro- mover a sua divulgação e acesso e criar siste- mas operativos comuns.

• Sistema de bilhética integrado ou criação de bilhete único para visitas aos equipamentos culturais que integram a rede;

• Estudo integrado de públicos dos equipa- mentos culturais;

• Gestão integrada da agenda de programa- ção, evitando a sobreposição ou proximida- de de eventos congéneres promovidos pelas entidades que integram a rede;

• Obter a certificação internacional Herity (Organização Mundial para a Certificação de Qualidade da Gestão do Património Cul-

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• Plano de sinalética integrado;

• Programação de actividades (eventos, ex- posições, etc);

• Criação de uma marca/identidade;

• Plano de comunicação; (site, folhetos, pu- blicidade nacional e internacional, roteiro digital);

• Linha editorial, determinada por cada enti- dade parceira;

• Visitas guiadas temáticas;

• Formação dos profissionais.

Referências

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