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DISCIPLINA: Metodologia do Ensino da Geografia Módulo: O Pensar Geográfico e o seu Dinamismo

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Academic year: 2021

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DISCIPLINA: Metodologia do Ensino da Geografia Módulo: O Pensar Geográfico e o seu Dinamismo

Nome do Professor : Pablo Rodrigo Ferreira

Nome da Disciplina: Metodologia do Ensino da Geografia – Faculdade Campos Elíseos (FCE) – São Paulo – 2017.

Guia de Estudos – Módulo 02

Faculdade Campos Elíseos

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1. DA ANTIGUIDADE À SISTEMATIZAÇÃO DA GEOGRAFIA

2. OS PRIMEIROS PASSOS DA CIÊNCIA GEOGRÁFICA E OS SEUS PRINCIPAIS PRECURSORES

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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MÓDULO 02 – O Pensar Geográfico e o seu Dinamismo

Conversa Inicial

Olá! E aí, como foi a sua experiência de estudo em nosso primeiro módulo. Só para recordarmos, nele, buscamos aprender algumas questões relativas ao conhecimento da Geografia, principalmente sobre a sua interdisciplinaridade, alguns de seus conceitos básicos e sobre a sua presença marcante no dia-a-dia do ser humano, o que nos compromete com um pensar contextualizado da geografia atual.

Nesse segundo módulo, ainda que de maneira sucinta, vamos tratar do processo de amadurecimento do conhecimento geográfico, desde a Antiguidade até a Idade Moderna, um período que compreende os anos 4.000 a.C. até meados do século XX d.C.

Pretendemos identificar os avanços do pensar e do fazer a Geografia e as suas contribuições para as suas respectivas épocas. Desejamos compreender como a dinâmica política, econômica, sociocultural influencia na produção do espaço e do conhecimento geográfico. Também nos propomos a relacionar as demandas da Alemanha e das França do início do século XIX com condição de vanguarda que esses países tiveram na produção da ciência geográfica. Por fim, vamos apresentar os precursores da Geografia Científica e as suas principais propostas para o pensar e o fazer geográfico.

Pronto (a) para mais essa etapa de nossa jornada? Então, vamos nessa!

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INTRODUÇÃO

Pode-se dizer que o conhecimento é uma relação entre o sujeito e o objeto. É a necessidade que o homem tem de desvelar o objeto. Este objeto pode ser um elemento físico, biológico, humano etc. Por meio do conhecimento, o homem busca a explicação e a compreensão da realidade; porém, para que possa compreendê-la, ele utiliza recursos variados, como métodos e técnicas, que lhe possibilitam analisar os fenômenos e elucidar a lógica, tornando a realidade inteligível (RODRIGUES, 2008, p.10).

O conhecimento humano é dinâmico e, por ser assim, passa por questionamentos, revisões, atualizações e desconstruções constantes. Com a Geografia não é diferente; desde os seus primórdios, o pensar geográfico foi adquirindo tons distintos – alguns complementares e outros bem contrários.

Os professores dessa disciplina precisam compreender os caminhos percorridos por ela, a fim de situarem-se de maneira mais coerente à realidade que se apresenta em nossos tempos. Como já vimos, desde que a Terra passou a ser ocupada por nossos ascendentes o saber geográfico entrou em cena, intervindo, criando, recriando, influenciando, transformando, enfim, produzindo o espaço geográfico. Contudo, em determinado período da humanidade, tais saberes práticos e cotidianos começaram a se organizar, tornando-os institucionalizados, assumindo a condição de ciência.

Ao conhecermos como a Geografia foi pensada nos diferentes momentos da

nossa história, passando pela Grécia e Roma Antigas, Idades Média e Moderna, até

a sua sistematização, no final do século XIX, e o seu desenvolvimento na

contemporaneidade, não somente compreenderemos melhor a nossa atualidade,

como, também, teremos condições mais concretas de auxiliar outras pessoas,

dentre elas, os nossos alunos, a interpretarem o seu tempo e o seu espaço,

relacionando-se com eles de maneira mais crítica e responsável.

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1. DA ANTIGUIDADE À SISTEMATIZAÇÃO DA GEOGRAFIA

Atualmente existem diversas maneiras de se relatar a história da Geografia. Alguns estudiosos evocam a pluralidade da nossa ciência, outros valorizam o estudo de suas escalas e de suas épocas, outros ainda enumeram as tradicionais “escolas de geografia”, como a francesa, a alemã, entre outras. O estudo da história da Geografia, e não somente do pensamento geográfico, torna-se indispensável ao geógrafo na medida em que consideramos que não podemos aprender a nossa ciência sem conhecer a sua história (BOUDOU, 2017, p. 28).

Desde o início da humanidade é possível identificar algo em comum com os nossos dias: o ser humano sempre buscou, e ainda busca, conhecer o mundo em que vive a partir das coisas que lhe rodeia. Uma das características que mais distinguem a nossa espécie das demais existentes no planeta é a nossa interação com a natureza, na tentativa de compreendê-la, transformá-la, adaptando-a – por meio de nossa técnica e tecnologia – às nossas necessidades.

Como já aprendemos no módulo anterior, só existe conhecimento geográfico, pois existe o ser humano, que a partir da sua observação passou a interagir com a natureza ao seu redor, dando-a significados e sentidos, enfim, caracterizando o espaço geográfico. Utilizando-se dos seus sentidos, os primeiros seres humanos foram captando informações da terra, do céu, das águas, enfim, da natureza. Por esse motivo, é sempre bom lembrarmos que a Geografia caracteriza-se como um dos conhecimentos mais remotos da humanidade.

Os povos primitivos conheciam o mecanismo das estações, fazendo migrações, às vezes de longos percursos, a fim de acompanharem os animais silvestres que utilizavam como alimentos, ou para colherem frutos de determinadas áreas, na ocasião da 'safra'. (ANDRADE apud RODRIGUES, 2008, p. 35)

Inicialmente, por tratar-se do saber para fazer algo e obter a sobrevivência, o

ser humano produziu um conhecimento geográfico mais prático, como, por exemplo,

a confecção dos primeiros mapas com elementos da natureza que orientava-o na

busca pela alimentação. Contudo, em determinado momento da história da

humanidade, o conhecimento partilhado pelo homem, durante gerações, foi

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adquirindo formas mais sofisticadas e reflexivas, até alcançar o status de ciências;

diferenciando-se dos outros tipos de conhecimento, por sua maneira particular de organizar as informações e elaborar considerações a respeito delas, ou seja, a partir do método científico. Vale ressaltar que essa transição do estágio apenas prático da Geografia para a fase científica – a partir do sec. XIX, com os estudiosos Alexander von Humboldt (1769-1859) e Karl Ritter (1779-1859) – ocorreu à medida que as sociedades foram adquirindo formas mais organizadas e complexas, que demandaram respostas mais elaboradas às perguntas já recorrentes e, também, às novas perguntas decorrentes do progresso social.

Mas entre o saber geográfico presente desde os primórdios até a sistematização do conhecimento geográfico, que atribuiu-lhe o status de ciência, algumas etapas de amadurecimento desse conhecimento aconteceram e são relevantes para melhor compreendermos as suas características e dinâmicas atuais.

Perceber esse caminho do conhecimento geográfico, desde o senso comum, filosófico e teológico até o conhecimento científico, é um dos pilares do estudo geográfico e, por ser assim, desejamos compartilhá-lo com você.

Por isso, a partir daqui, faremos uma breve contextualização desse progresso do conhecimento geográfico, a começar pela antiguidade ocidental, lá na Grécia e Roma Antigas.

Muitos historiadores delimitam Antiguidade, do ponto de vista ocidental, como o período que estende-se desde 4.000 a.C., quando as primeiras sociedades com a escrita surgiram, até o ano de 476 d.C., quando o Império Romano do Ocidente se desfez com as invasões bárbaras. Na Grécia Antiga, como já vimos, foi que o termo

‘Geografia’ – que significa estudo e/ou descrição da Terra - foi utilizado pela primeira vez.

Dantas (2011) comenta, inclusive, que foram os gregos os povos que

originalmente se preocuparam com a sistematização da Geografia, sendo o primeiro

mapa grego, de que se tem notícia, elaborado por Anaximandro de Mileto – o

provável inventor do gnómon, que é um instrumento de mensuração das horas, por

meio da sombra do Sol.

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Ainda sobre a contribuição da Antiguidade, especialmente dos gregos e dos orientais, para o conhecimento geográfico, Manuel Correia de Andrade (2008, p.36), comenta que

A contribuição dos gregos à civilização ocidental é da maior importância, quer do ponto de vista quantitativo, quer do qualitativo [...] Os gregos aprenderam com as civilizações da Mesopotâmia uma série de ensinamentos astronômicos [...] Aprenderam ainda a conhecer o movimento da revolução lunar em torno da Terra, a dividir o ano de acordo com essa revolução e a agrupar dias da semana de acordo com as fases da Lua. Os conhecimentos da Geometria, indispensáveis às pesquisas posteriormente realizadas por Dicearco e Eratóstenes, visando estabelecer as dimensões da Terra, mediando as latitudes, foram também contribuição dos orientais à cultura grega.

Andrade (2008) ainda comenta que importantes documentos ao conhecimento geográfico dessa época foram a literatura grega, mais propriamente os poemas épicos ‘Ilíada’ e ‘Odisséia’, de Homero, que fizeram descrições a respeito de diversos lugares explorados, e os relatos históricos de Heródoto, pai da história e um dos precursores do determinismo geográfico, trabalhado na contemporaneidade por Friedrich Ratzel (1844 – 1904 d.C.).

Aldo Dantas (2011), aproveitando os escritos de Andrade, nos chama a atenção para duas perspectivas do conhecimento geográfico atual, já naquela época, a saber: a ‘Geografia Geral’, mais relacionada às descrições da física terrestre (forma, dimensão, posição sideral), tendo como principais representantes, o grego, Eratóstenes (276 - 194 a.C.), e o romano, Ptolomeu (90 - 168 d.C.); e a

‘Geografia Regional’, com a maior preocupação na distinção de elementos da superfície terrestre e das diferentes culturas nela instaladas, representada pelo grego, Heródoto (484 - 425 a.C.); e pelo romano, Estrabão (64 a.C. - 20 d.C.).

Como podemos perceber, nesse período, a Geografia basicamente estava relacionada à orientação – pela Cartografia e Astronomia, estando bastante ligada à representação de roteiros para os deslocamentos humanos, políticos e comerciais, além da descrição de alguns recursos naturais a serem explorados.

Perceber esse caminho do conhecimento geográfico, desde

o senso comum, filosófico e teológico até o conhecimento

científico, é um dos pilares do estudo geográfico...

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Desde a Antiguidade, a cartografia tem grande importância. O mapa mais antigo de que se tem notícia data de 2500 a.C. e é uma representação de um rio, provavelmente o Eufrates, com uma montanha de cada lado desaguando por um delta de três braços. Nesse período, a concepção existente era de uma Terra plana, com a forma de um disco e constituída por uma massa flutuante na água, com a abóboda celeste por cima. A expansão política, comercial e marítima dos povos do mediterrâneo (Mesopotâmia, Fenícia, Egito) levou à elaboração de mapas marítimos e, sobretudo, à descrição de lugares e de povos. Tais descrições eram denominadas de périplos. O périplo mais antigo data do século VII a. C. e foi feito por marinheiros fenícios a serviço de faraó egípcio (DANTAS, 2011, p. 39).

As representações da superfície terrestre passaram a ser cada vez mais constantes quanto mais constantes se tornavam os deslocamentos e as descobertas humanas no meio ambiente. A cartografia se difundiu com a ação humana de explorar e conquistar, produzindo, cada vez mais, imagens e formas do mundo conhecido de sua época e não apenas isso, mas permitindo a transformação e a apropriação do espaço. Sobre essa relação intrínseca entre o conhecimento geográfico e a cartografia, Christian Jean-Marie Boudou (2017, p. 34) comenta: “a história da Geografia é inseparável da história da cartografia. Desde os primórdios o homem se relacionou com o espaço em que vive e este sempre foi representado”.

A respeito da produção dos mapas, vale destacar que a partir dessa linguagem tornou-se possível a melhor compreensão do meio e a organização da orientação para a exploração do espaço geográfico, enquanto produção do homem inserido em seu meio ambiente.

Com a chegada da Idade Média, algumas reorganizações territoriais aconteceram no mundo, especialmente pelas muitas mudanças político-territoriais.

Com a decadência do Império Romano do Ocidente, o avanço dos bárbaros sobre

os antigos domínios romanos, a expansão árabe fundamentada pelo islamismo, e o

fortalecimento do papado na Europa, foram suficientes para trazer muitos contrastes

e transformações em diversas regiões do mundo. Enquanto algumas regiões

experimentaram um retrocesso ao conhecimento, inclusive o geográfico, como parte

na Europa Ocidental envolvida em muitos conflitos e tensões, outras tiveram uma

grande movimentação e, consequentemente, uma produção maior do conhecimento

geográfico, herdado da tradição grega junto ao conhecimento do Oriente, como, por

exemplo, na Ásia Menor e no norte da África – com os árabes; na Escandinávia e no

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Atlântico Norte, até o Canadá – com os povos nórdicos; e rumo ao Extremo Oriente e Atlântico Sul, com os viajantes italianos.

Sobre o conhecimento geográfico durante a Idade Média, período taxado por alguns como ‘Idade das Trevas’, Andrade (2008, p. 56), sintetiza de maneira que nos faz rever esse rótulo pejorativo dos séculos que antecederam a Idade Moderna:

Fazendo um balanço do avanço do conhecimento geográfico na Idade Média, observa que ele sofreu descontinuidade em relação à Idade Antiga, devido ao período de grande conturbação que se observou nos séculos V e VI, com a destruição do Império Romano do Ocidente; mas, surgidas novas estruturas e iniciado o intercâmbio com os árabes, esses estudos voltaram a desenvolver-se [...] vários dos temas discutidos no período medieval foram retomados do período grego e romano, e uma das maiores contribuições a esta retomada foi dada pelos padres Alberto Magno e Tomás de Aquino, quando renovaram e puseram na ordem do dia as ideias aristotélicas. Daí a crença na esfericidade da terra, apesar de condenada pela Igreja Católica, no fim da Idade Média, e a preparação dos grandes movimentos que geraram os Tempos Modernos.

A Idade Moderna do Ocidente é caracterizada como uma transição do mundo medieval feudal para o mundo capitalista, este último, iniciado a partir do século XVIII. Alguns estudiosos atribuem a sua inauguração a eventos-chave da época, como a tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453, ou à intensificação das grandes navegações marítimas, intensificadas a partir das viagens de Cristóvão Colombo ao continente americano, em 1492, e de Vasco da Gama à Índia, em 1498.

O certo é que a Idade Moderna está ligada à consolidação das novas estruturas das relações sociais, políticas, econômicas e culturais, germinadas no final da Idade Média, durante os séculos XIII e XIV.

Em se tratando de conhecimento geográfico, esse período foi de muito im- portante, especialmente pela ampliação do conhecimento da superfície terrestre e do maior intercâmbio cultural, com os deslocamentos humanos, cada vez mais distantes e frequentes, possíveis pelo aperfeiçoamento das técnicas de navegação a partir da obtenção de mais informações relacionadas à superfície marinha, às influências das correntes marítimas e dos ventos, às técnicas de navegação, à Astronomia e aos fenômenos meteorológicos.

Por causa da expansão marítima, que atendia os anseios políticos e

econômicos da época, os conhecimentos cartográficos, que já experimentavam

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amadurecimento, foram ainda mais aperfeiçoados, a fim de proporcionarem maior segurança e eficácia nas expedições comerciais e de expansão territorial. Por causa do início das navegações, também, no Pacífico, as representações cartográficas modernas começaram a incluir um quarto continente, a Austrália. A respeito disso, houve um considerável enriquecimento do conhecimento por meio de novas informações oceanográficas, climáticas, geológicas, econômicas e antropológicas (ANDRADE, 2008).

A mudança na maneira de pensar e produzir do ser humano a partir da Idade Moderna, particularmente pelo Renascimento Cultural – sec. XV – e pelo Iluminismo – sec. XVIII, também merecem destaque sobre o conhecimento geográfico; e a respeito disso, Bergamo e Cattaneo (2014, p. 224), discorrem que

Os pontos cruciais do desenvolvimento da Ciência Geográfica Moderna são os três acontecimentos que inauguram este período da humanidade. As duas revoluções de âmbito social, Inglesa e a Francesa que eclodiram na Europa entre os séc. XVI e XVII e, a Revolução Industrial de âmbito tecnológico. Estas, que inauguraram um novo modo de produção que se desenvolve até hoje e, foram essenciais para que a ciência geográfica na modernidade ganhasse força, incorporando novos objetos de estudo, que serviram para formular teorias, métodos, modificar as paisagens naturais e, dar sentido a uma nova ordem composta por classes sociais. Depois de acontecer às três grandes revoluções as comunidades científicas deixaram de ter o entendimento aristotélico do mundo, apoiado pela lógica e pela indução. Cientistas passaram a olhar a natureza buscando melhores formas de explorar o meio natural utilizando a multiplicidade de utensílios que a revolução mecanicista criou.

A ciência Geografia estava por se consolidar, a partir de uma obra inacabada,

mas muito relevante para o conhecimento geográfico, produzida por Bernardo

Varenius (1622-1650), nomeada de ‘Geografia Geral’. Apesar de sua morte

prematura, Varenius é considerado um dos precursores da ciência geográfica pela

maneira que conduziu os seus estudos, não apenas descrevendo as características

A respeito da produção dos mapas, vale destacar que a

partir dessa linguagem tornou-se possível a melhor

compreensão do meio e a organização da orientação para a

exploração do espaço geográfico, enquanto produção do

homem inserido em seu meio ambiente.

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da superfície terrestre conforme observada, mas, também, procurando explicar a origem dos fenômenos e das formas presentes nessa superfície.

Segundo Andrade (2008, p.70),

O grande valor de Varenius resulta do fato de haver ele unido a Geografia Geral, Matemática, à Geografia descritivo, humanista, literária em uma só totalidade e de haver feito tanto a descrição como a interpretação das formas e fenômenos descritivos, indicando relações de causa e efeito.

Dessa forma, abria-se as portas para a moderna Geografia Científica, que é o nosso objeto de estudo na seção a seguir.

2. OS PRIMEIROS PASSOS DA CIÊNCIA GEOGRÁFICA E OS SEUS PRINCIPAIS PRECURSORES

Milton Santos (1986) nos ensina que se queremos encontrar os fundamentos filosóficos da geografia no momento da sua construção como ciência entre o final do século XIX e inicio do XX, temos que buscá-los em Descartes (1596 - 1650), Kant (1724 - 1804), Darwin (1809 - 1882), Comte (1789 - 1857), Hegel (1770 - 1831) e Marx (1818 - 1883) (SANTOS apud COSTA; ROCHA, 2010).

A Geografia escolar se vale de saberes cotidianos e práticos para estabelecer o ensino geográfico, entretanto, não podemos nos esquecer de que a Geografia que ensinamos na escola não pode estar desassociada do conhecimento geográfico científico, que prioriza os processos científicos, teóricos e metodológicos próprios da ciência. Acreditamos que o conhecimento teórico-metodológico, ou seja, o domínio das diferentes abordagens teórico-metodológicas da Geografia, é fundamental para a formação do professor e para o seu exercício docente. Somente ao se apoiar nesse conhecimento teórico-metodológico é que o educador terá reais condições de explorar a realidade local e rotineira de seus alunos, a fim de que o seu ensino- aprendizagem da Geografia faça sentido para os seus alunos e cumpra o seu propósito educacional.

Portanto, a fim de consolidarmos nosso aprendizado sobre esse conteúdo

teórico-metodológico da geografia, precisamos dar continuidade a partir do ponto em

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que paramos na seção anterior, ou seja, nos antecedentes da Geografia Científica, com Bernardo Varenius, que foi o precursor de Immanuel Kant, que lecionava Geografia Física e obteve um papel relevante no pensamento de sua época, bem como de Alexander von Humboldt, este último, tradicionalmente conhecido como o pai da geografia científica (ANDRADE, 2008).

Antes, porém, de tratarmos propriamente dos principais responsáveis pela institucionalização da geografia moderna e suas contribuições, é importante relembrarmos as principais condições que favoreceram esse novo status que a Geografia adquiriu a partir do sec. XIX.

A Geografia, como conhecimento autônomo, particular, demandava um conjunto de condições históricas. Tais condições, ou melhor, pressupostos históricos da sistematização geográfica, ocorreram no processo de avanço e domínio das relações capitalistas de produção.

Nesse sentido, o autor apresenta quatro conjuntos importantes de pressupostos que contribuíram para o processo de sistematização da Geografia: 1) o conhecimento efetivo da extensão real do planeta; 2) a existência de um repositório de informações; 3) o aprimoramento das técnicas cartográficas; 4) as mudanças filosóficas e científicas.

(MORAES apud RODRIGUES, 2008, p. 57-58).

A partir daí, passaram a surgir as abordagens teórico-metodológicas da Geografia, enquanto ciência, cada uma para atender os mais diferentes interesses militares, políticos, econômicos e culturais das nações europeias.

A Alemanha marcada por algumas peculiaridades político-territorial- econômicas, ainda não estava organizada como Estado Nacional, não possuía um governo articulador, tinha uma economia descentralizada num sistema feudal, o que a deixava ultrapassada em relação aos outros países da Europa. Somado a tudo isso, o ideal expansionista-imperialista germânico fortaleceu as discussões geográficas ruma a ciência. Se não bastasse a Alemanha, a França, também por causa de seus interesses expansionistas sobre a Ásia e a África, esperava uma ciência que lhe auxiliasse para esse empreendimento.

Portanto, o que podemos perceber é que a gênese da ciência geográfica se

dá justamente para responder a algumas importantes demandas estratégicas de

países europeus diante do mundo. É por isso, que podemos dizer que as

abordagens do conhecimento geográfico foram direcionadas para atender as

demandas colonial, econômica, militar e política.

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Surgia, naquele momento, na primeira metade do século XIX, a ‘Geografia universitária e escolar’ ou a ‘Geografia tradicional’, com uma grande influência das ciências naturais, no contexto darwinista. Essa ‘Geografia acadêmica’ procurava formar docentes do ensino primário e secundário capazes de formar cidadãos que não só conhecessem bem o seu país, como também o valorizasse, num sentido patriota.

Exatamente nesse contexto da ‘Geografia tradicional’, é que entram na história alguns nomes preponderantes ao pensamento geográfico científico, como Kant, Ritter, Humboldt e Ratzel; na Alemanha, e La Bache, na França.

Kant (1724-1804), se sobrepôs no pensar geográfico entre as muitas discussões filosóficas e científicas, que envolviam assuntos geográficos, e ele teve uma importante participação na sistematização da Geografia enquanto ciência. Foi Kant o propositor da separação da Geografia da História, já que considerava que a Geografia, por descrever a natureza no espaço, tinha uma dimensão espacial, com um objeto específico e distinto da História, que por sua vez procurava descrever o desenvolvimento humano ao longo do tempo, enfatizando a dimensão temporal.

Pouco décadas depois de Kant, surgia Alexander von Humboldt (1769 - 1859), aquele que, junto a Ritter, recebeu o reconhecimento de pai da ciência geográfica, a partir da ênfase das ciências naturais, que o influenciou de maneira considerável. Dentre todas as contribuições de Humboldt à ciência geográfica, algumas delas se destacam, como o seu trabalho de sistematização do conhecimento geográfico; seus estudos de fenômenos geográficos em escalas regionais, continentais e mundiais; seu método empírico-indutivo, do específico para o geral, em busca de leis gerais da Geografia; além do estabelecimento do ‘Princípio da Causalidade’ e o ‘Princípio da Geografia Geral’, ambos relacionados a sua

Acreditamos que o conhecimento teórico-metodológico, ou

seja, o domínio das diferentes abordagens teórico-

metodológicas da Geografia, é fundamental para a formação

do professor e para o seu exercício docente.

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análise mais holística, que procurava estabelecer relações entre os fenômenos geográficos.

Contemporâneo de Humboldt, Karl Ritter (1779 – 1869), também deixou a sua marca nos primórdios da Geografia científica, destacando-se, especialmente por seus trabalhos comparativos. Por meio de relatos de outros estudiosos – já que não era um geógrafo de campo, como Humboldt –, Ritter concentrou as suas pesquisas nos diversos sistemas de organização espacial, comparando povos, culturas, instituições e os fenômenos naturais; sendo, por isso, o precursor do método comparativo em Geografia (RODRIGUES, 2008). Deu ênfase no estudo dos lugares, destacando suas individualidades, o homem como o sujeito da natureza, além de buscar leis gerais, a partir da comparação de fenômenos em lugares distintos.

Segundo Dantas (2011), a partir de Ritter, a Geografia amplia seu escopo enquanto ciência, deixando de ser uma modesta descrição da Terra e tornando-se indispensável para a compreensão mais ampla do mundo, incluindo a dinâmica das civilizações e a maneira através da qual os povos exploram o seu ambiente. Ele focou os seus estudos na questão das relações, das conexões existentes entre os fenômenos físicos e humanos, considerando a História uma parceira inseparável da Geografia.

A partir de Humboldt e Ritter, ficou estabelecida a Geografia como ciência descritiva, empírica, indutiva e de síntese, pautada na observação. As contribuições de ambos foram de grande relevância para conferir caráter científico à Geografia e a inserção acadêmica. Nos trabalhos, eles utilizaram a observação da paisagem com o objetivo de fazer um estudo de síntese a partir da inter-relação dos elementos observados (RODRIGUES, 2008, p. 71).

Outro nome proeminente nessa gênese da ciência geográfica foi Friedrich

Ratzel (1844 – 1904), o sucessor de Humboldt e Ritter, duas importantes influências

no pensamento geográfico de Ratzel. Porém, dentre os três, Ratzel é aquele que

tem maior participação no processo de unificação, no desenvolvimento do

nacionalismo e no expansionismo imperialista da Alemanha. A ele é atribuída à

criação da ‘Geografia Humana’, já que seus estudos possuíam um considerável

enfoque no ser humano, contudo, enfatizando a influência do meio natural sobre o

homem.

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Influenciado por seu tempo, sob a grande expectativa expansionista alemã, Ratzel estabeleceu o uso solo e a defesa do território como a base para o êxito ou a decadência de uma sociedade. Dessa ideia é que surge o seu entendimento a respeito do Estado, que, segundo ele, é fruto da organização da sociedade, especialmente para a defesa do seu ‘espaço vital’ – um conceito ratzeliano do território como fonte de provisão à sobrevivência de uma sociedade, que justificava a corrida imperialista por novos territórios coloniais. Por causa disso, Ratzel deixaria um vultoso legado para aquilo que viria a ser a ‘Geopolítica’, que basicamente é o estudo do território com o intuito da dominação. Podemos, a partir disso, observar o quanto as tendências político-econômica-culturais de um determinado tempo são capazes de dar diretrizes ao pensamento científico.

Assim como seus antecessores recentes, Ratzel contemplou a relação entre os fenômenos, o ‘Princípio da Causalidade’ sob uma perspectiva indutiva, partindo do específico para a tentativa de determinação de leis gerais. Aplicando os métodos de estudo utilizados pelas ciências naturais, Ratzel consolidou aquilo que conhecemos como ‘Geografia Determinista’, que procura enfatizar as influências do meio natural sobre o ser humano.

Não distante do contexto em que a Europa de Ratzel vivenciava, surge as ideias do francês Vidal de La Blache (1845-1918), ideias estas, muito relevantes para um complemento da percepção determinista da Geografia, até então, estabelecida no século XIX.

Em semelhança a Ratzel, Ritter e Humboldt, La Blache também dedicou-se ao estudo da região, que para ele é um espaço com características homogêneas e especificidades quando comparados a outros espaços. Sob uma perspectiva empírica-indutiva, a região também encontrou relevância nos estudos do francês.

Para ele as divisões estabelecidas a partir da observação da paisagem, e que

delimitavam as diferentes regiões, revelavam as distintas relações entre natureza –

clima, vegetação, relevo, solo, população, atividades econômicas, etc. – e o ser

humano sobre a extensa superfície terrestre. Os estudos da região de La Bache se

tornaram tão proeminentes, que a conhecida ‘Geografia Regional’, ainda tão

influente em nossos dias, foi a atribuída a ele, que

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divide o estudo geográfico em quadros físicos, humanos e econômicos.

Assim, tem-se, por exemplo, nos trabalhos monográficos e regionais: a localização da área, por meio de projeções cartográficas; o quadro físico; como relevo, solo, hidrografia, clima, vegetação etc; a formação histórica de ocupação humana do território; a estrutura agrária; a estrutura urbana; a estrutura industrial etc. Finalmente, apresenta-se uma conclusão, com um conjunto de cartas, objetivando demonstrar uma relação entre os elementos humanos e naturais da região (RODRIGUES, 2008, p. 86).

Contudo, ao contrário de Ratzel e seus antecessores, La Blache não seguiu as influências naturalistas, mas procurou ressaltar as possibilidades que a natureza apresentava para a ação do ser humano, o que deu a ele a patente de criador do

‘Possibilismo Geográfico’, ou seja, a corrente de pensamento que ressaltou a multiplicidade da ação humana diante das possibilidades apresentadas pelo meio natural. Os estudos de La Blache – ainda que tenham se mantido alinhado à escola geográfica naturalista e determinista, que primava pelos lugares como o centro dos estudos geográficos – enfatizaram a criatividade humana no decorrer da história, ou seja, a capacidade do ser humano, que ao sofrer as influências do meio, age e reage sobre este, produzindo transformações nas diferentes paisagens, nos distintos espaços sobre a superfície terrestre. Assim, o que importava realmente na análise seria o resultado da intervenção humana na paisagem, e não a paisagem em si mesma (MORAES, 2005).

A partir dessa ênfase no ser humano como agente geográfico, La Bache

estabeleceu dois conceitos estratégicos e defensores dos interesses colonialistas da

França, a saber, o ‘gênero de vida’ e o ‘domínio de civilização’. Sendo as sociedades

o reflexo das ações de um grupo humano sobre o meio natural em que ocupam, elas

estabelecem um conjunto de técnicas, hábitos e costumes – denominado de ‘gênero

de vida’ –, que acabam consolidando o ‘domínio de civilização’, quando esse

conjunto passa a ser transmitido e vivenciado por comunidades em determinadas

regiões. Para La Bache, à medida que uma sociedade estabelecia seu ‘gênero de

Podemos observar o quanto as tendências político-

econômica-culturais de um determinado tempo são capazes

de dar diretrizes ao pensamento científico.

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vida’ sobre algumas regiões, no decorrer da história, tais regiões se tornavam o

‘domínio de civilização’, ou seja, a posse dessa sociedade. A ideia defendida por ele era que se outras sociedades/civilizações, buscassem desrespeitar esse ‘domínio de civilização’, isso seria uma agressão ao equilíbrio estabelecido entre a população dessa sociedade e os recursos usados por ela em suas áreas de domínio.

Portanto, La Bache, assim como Ratzel, a partir de seus conceitos, estava usando a ciência geográfica para defender os interesses político-econômico- culturais de um determinado grupo perante outros grupos humanos. A ideia por trás do ‘gênero de vida’ e do ‘domínio de civilização’ era contrapor-se aos ideais germânicos de não respeitar os domínios territoriais e coloniais da França na era do imperialismo e capitalismo industrial.

A respeito das influências de La Bache sobre o pensamento geográfico francês, ANDRADE (2008, p. 112,117) comenta:

Seu pensamento não somente manteve certa uniformidade entre os pensadores franceses, como deu origem a um elo comum que denominou geografia francesa durante dezenas de anos e se expandiu pelo exterior, sobretudo pela Grã-Bretanha e pelo Brasil [...] De forma geral pode-se admitir que a Escola Geográfica Francesa, apesar das divergências que naturalmente existiam entre os principais mestres, caracterizou-se por acentuada preocupação regionalista, por uma orientação ideográfica, por uma posição política conservadora, encoberta por neutralidade científica, e por dar grande importância à descrição, embora não menosprezasse a explicação.

A partir desses precursores da geografia científica, a Geografia conheceria muitos outros nomes e suas estruturas de pensamento, como os norte-americanos Ellem Semple e William Morris Davis e o inglês Elsworth Huntington

,

discípulos de Ratzel; os franceses Emanuel de Martonne, Jean Brunhes, Camille Valloux, André Chollay e Max Sorre, discípulos de La Bache; além de outros, com concepções geográficas um pouco mais independentes dos precursores, como o francês, Élisée Reclus; o russo, Piotr Kropotkin; o alemão, Alfred Hettner e o norte-americano, Richard Hartshorne; estes dois últimos, já com concepções menos empiristas e com um raciocínio mais dedutivo, principais representantes da ‘Geografia Racionalista’, que seria o início da ‘Nova Geografia’, proposta a partir dos anos 1960.

Enfim, do século XIX à primeira metade do século XX, encontramos aquilo

que se denominou da ‘Geografia Tradicional’, que Antonio Carlos Moraes, ao

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comentar a influência do ‘Positivismo’ sobre ela, define-a como o período em que a ciência geográfica privilegiou a seguintes premissas:

"A Geografia é uma ciência empírica, pautada na observação" – ocorre a redução da realidade ao mundo dos sentidos; os trabalhos científicos são realizados circunscritos ao domínio da aparência dos fenômenos; os procedimentos de análise dos fenômenos devem ser realizados por meio da indução e reduzidos ao empirismo, fundamentado na descrição, enumeração e classificação dos fatos referentes ao espaço geográfico.

"A Geografia é uma ciência de contato entre o domínio da natureza e da humanidade" – aceitando-se a existência de um único método de interpretação para todas as ciências, não considerando a diferença de qualidade entre o domínio das ciências humanas e das ciências naturais, a Geografia trabalha com os fenômenos físicos e humanos.

"

A Geografia é uma ciência de síntese" — seria uma disciplina que relacionaria e ordenaria os conhecimentos das outras ciências, considerando a Geografia uma ciência de síntese que unificaria os estudos sistemáticos realizados pelas demais ciências. (MORAES, 2005).

Segundo Andrade, nesse período, o método científico da Geografia se caracterizou por cinco princípios: da extensão, que requer dos estudos geográficos a limitação da área; da analogia, que requer comparações entre áreas de estudo, a fim de se obter dados semelhantes e diferentes; da causalidade, que requer a busca das causas que determinam um fenômeno geográfico; da conexidade, que requer uma análise que privilegia a relação intrínseca dos atores físicos e humanos constituintes da paisagens; e o da atividade, que requer a consideração do caráter dinâmico do fato geográfico, que é constituído da ação ininterrupta dos vários fatores. (ANDRADE apud RODRIGUES, 2008).

Por fim, sobre a ‘Geografia Tradicional’, Costa e Rocha (2010, p.34) comenta que “podemos classificar o determinismo ambiental, o possibilismo e o método regional como os três principais paradigmas da geografia tradicional”.

Encerramos essa breve contextualização da ciência geográfica tradicional, sintetizando-a no caráter determinista da Escola Alemã de Humboldt, Ritter e Ratzel;

e no possibilismo da Escola Francesa de La Bache; reforçando a influência que os

interesses políticos, econômicos e militares exerceram sobre ela. No próximo

módulo, trataremos um pouco a respeito da Nova Geografia, que surgiu por volta da

década de 1960, no pós Segunda Guerra Mundial.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos mais um módulo de nosso estudo em Metodologia do Ensino da Geografia, dessa vez, aprendendo o quanto é importante considerarmos o desenvolvimento do pensar geográfico no decorrer da história da humanidade, especialmente desde a Antiguidade até a Idade Moderna, quando iniciaram-se as estruturas do pensamento científico da Geografia.

É importante, como professores dessa disciplina, aproveitarmos toda essa breve contextualização aprendida nesse módulo, a fim de conseguirmos juntar subsídios suficientes para um pensar geográfico mais relevante e coerente com a nossa realidade atual e, assim, conduzir as reflexões de nossos alunos por um caminho mais efetivo e necessário para o seu dia-a-dia.

Poder perceber as muitas influências que o pensar científico da Geografia recebeu de seu tempo, a saber, da política, economia e cultura de todo o século XIX e da primeira metade do século XX, contribuiu para o nosso amadurecimento a respeito do pensar e fazer ciência, especialmente no que se refere à impossibilidade de se desenvolver qualquer estudo livre dos apelos do meio e dos tempos em que vivemos.

Como estudiosos da Geografia, precisamos nos recordar do papel que cada

período da história humana exerceu sobre o pensar geográfico, particularmente, o

da ‘Escola Alemã’ e da ‘Escola Francesa’, com a influência de seus pensadores

sobre o início da ciência geográfica. Apesar de muitas das propostas da época

serem questionadas em nossos dias, algumas, até mesmo, obsoletas, como

professores dessa disciplina não devemos desprezá-las totalmente. Devemos,

contudo, aproveitar a oportunidade de refletir sobre elas e, de maneira

contextualizada, avaliar como podemos exercer um ensino mais responsável e

qualificado em Geografia em nossos dias.

(20)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia: ciência da sociedade. Recife: Ed.

Universitária da UFPE, 2008.

BERGAMO, Maurício Sérgio; CATTANEO, Dilermano. Reflexões sobre o desenvolvimento epistemológico do pensamento geográfico: Bachelard, Kant e os autores clássicos da geografia. In: Boletim Gaúcho de Geografia, 41: 221-240,

jan, 2014. Disponível em:

<http://www.seer.ufrgs.br/index.php/bgg/article/view/42621>. Acessado em:

05/12/2017.

BOUDOU, Christian Jean-Marie. Tópicos especiais em geografia: a história da

geografia. Disponível em:

<http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/13531711052012Topicos _Especiais_em_Geografia_Aula_03.pdf>. Acessado em: 03/12/2017.

COSTA, Fábio Rodrigues da; ROCHA, Márcio Mendes . Geografia: Conceitos e paradigmas – apontamentos preliminares. In: Revista Geomae, vol. 1, n.2, p. 25-56:

Campo Mourão, PR, 2010. Disponível em:

<http://www.fecilcam.br/revista/index.php/geomae/article/viewFile/12/pdf_7>.

Acessado em: 07/12/2017.

DANTAS, Aldo; MEDEIROS, Tásia Hortêncio de Lima. Introdução à Ciência Geográfica. 2. ed, Natal: EDUFRN, 2011.

MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. 20. ed, São Paulo: Hucitec, 2005.

RODRIGUES, Auro de Jesus. Geografia: introdução à ciência geográfica. São

Paulo: Avercamp, 2008.

Referências

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