UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TEORIA ECONÔMICA
LIBERDADE, MACROECONOMIA E FELICIDADE: Uma análise empírica de um painel de países
Raphael Bottura Corbi
Orientador: Prof. Dr. Naércio Aquino Menezes Filho
Profa. Dra. Suely Vilela
Reitora da Universidade de São Paulo
Profa. Dra. Carlos Roberto Azzoni
Diretora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Prof. Dr. Prof. Joaquim José Martins Guilhoto Chefe do Departamento de Economia
Prof. Dr. Dante Mendes Aldrighi
RAPHAEL BOTTURA CORBI
LIBERDADE, MACROECONOMIA E FELICIDADE: Uma análise empírica de um painel de países
Orientador: Prof. Dr. Naércio Aquino Menezes Filho
SÃO PAULO 2007
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção de Processamento Técnico do SBD/FEA/USP Dissertação defendida e aprovada no Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo – Programa de Pós-Graduação em Teoria Econômica, pela seguinte banca examinadora:
Corbi, Raphael Bottura
Liberdade, macroeconomia e felicidade: uma análise empírica de um painel de países / Raphael Bottura Corbi. -- São Paulo, 2007.
115 p.
Mestrado (Dissertação) – Universidade de São Paulo, 2007 Bibliografia.
1. Macroeconomia 2. Desemprego 3. Inflação 4. Felicidade 5. Liberdade I. Universidade de São Paulo. Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade II. Título.
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Ao meu pai,
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Agradeço ao professor e orientador Naércio Aquino Menezes Filho, pelo apoio e encorajamento contínuos na pesquisa desde os tempos de graduação, aos demais Mestres da casa, pelos conhecimentos transmitidos, e à FEA USP, pelo apoio institucional e pelas facilidades oferecidas.
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RESUMO
O presente trabalho encontra evidências do papel das principais variáveis macroeconômicas e da liberdade sobre a felicidade dos indivíduos. Usando micro-dados de surveys de bem-estar subjetivo para mais de cem mil pessoas de 74 países, estimamos um modelo de Probit Ordenado. Baseados numa especificação microeconométrica de bem-estar padrão na literatura, controlando por efeitos regionais, tempo e características individuais, o PIB per capita apresenta efeitos positivos e decrescentes sobre o bem-estar reportado, sendo que ganhos de bem-estar proveniente do crescimento econômico parece desaparecer com o tempo, sugerindo uma forte adaptação das pessoas.
Os custos das recessões parecem ser maiores do que a simples queda do PIB e o aumento do desemprego. Estimamos que um aumento na taxa de desemprego traz custos psíquicos equivalentes a US$450 para o cidadão médio. Estas evidências estabelecem a noção de que o desemprego tem efeitos negativos sobre o bem-estar mesmo daqueles que continuam empregados. Para os que realmente perdem o emprego, o custo das recessões é de cerca de US$11.400. A inflação parece ter um custo de US$88, na média, o que resulta numa taxa marginal de substituição entre desemprego e inflação de 5, corroborando a existência de uma Função de Bem-Estar Social. Além disso, os custos da inflação recaem especialmente sobre os pobres, culminando em US$364 para os indivíduos do decil de renda mais baixo, sugerindo a natureza regressiva do imposto inflacionário.
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ABSTRACT
This dissertation brings evidence on the role of the main macroeconomic variables and freedom on individual happiness. Using microdata from subjective wellbeing surveys from 74 countries, we estimate an Ordered Probit Model. Based on a standard microeconometric specification, we show that macroeconomics influences wellbeing directly. Even after controlling for time, individual characteristics and regional effects, per capita GDP has positive and diminishing effects on reported wellbeing. Most of this effect vanishes with time, suggesting a strong presence of human adaptation.
The costs of recessions are found to be larger than what would be predicted by standard economic theory. We estimate that a rise on the unemployment rate brings psychic losses over and beyond the fall on GDP. They are equivalent to US$450 for the average citizen and US$11,400 to the people who lose their jobs. The cost of inflation, on average is US$88, which results on a marginal substitution rate between unemployment and inflation of around 5. That corroborates the existence of a Social Welfare Fuction. Moreover, we find that the costs of inflation fall specially on the poor, culminating on US$364 for the individuals belonging to the lowest income decile, suggesting a regressive nature of the inflation tax.