Jose Roberto Fioretto
jrf@fmb.unesp.br
Professor Adjunto-Livre Docente
Disciplina de Medicina Intensiva Pediátrica Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP
Hipoglicemia
• Distúrbio metabólico mais comum do período neonatal e em lactentes jovens
• Definição – de acordo com idade
- período neonatal → < 40-45 mg/dL - acima de 1 mês → < 70 mg/dL
Hipoglicemia
• Aferição por glicemia capilar (Dextrostix®) – margem de erro de 10% a 15%
• Toda amostra < 60 mg/dL colhida por glicemia
capilar deve ser confirmada por glicemia plasmática • Na emergência pediátrica, as principais causas
incluem:
Causas de Hipoglicemia • Diminuição de produção/disponibilidade de glicose
• ↓ estoques de glicose: PIG; prematuridade • Desnutrição / jejum
• Má absorção / diarreia
• Utilização aumentada de glicose
» Estados hiperinsulinêmicos Filho de mãe diabética
Hipoglicemia hiperinsulinêmica persistente da infância Nesidioblastose
Causas de Hipoglicemia
• Mecanismos combinados e outros
• Erros inatos do metabolismo • Deficiência hormonal
• Insuficiência adrenal
• Deficiência do hormônio do crescimento • Deficiência de glugacon
• Iatrogênica
• Insulina / hipoglicemiantes orais
Transitórias
a) Substrato energético insuficiente ao nascer b) Imaturidade de funções enzimáticas
Prematuridade
Recém nascido normal
Hiperinsulinismo transitório (mãe diabética)
Prolongadas
a) Pequeno para a idade gestacional b) Gêmeos discordantes
c) Asfixia neonatal
d) Filho de mãe com DHEG
Sintomatologia
• Relacionada à ativação adrenérgica – mais comum quando glicemia cai rapidamente. Sudorese, taquicardia, taquipneia, tremores, vômitos
• Relacionada à ↓ do consumo cerebral de
glicose (neuroglicopenia) → letargia,
Diagnóstico
• Precoce: risco de lesão cerebral, se
hipoglicemia prolongada
• Lembrar da realização de glicemia capilar em qualquer situação de emergência ou mudança súbita no estado geral da criança
Distúrbios neurológicos Anomalias congênitas Hemorragias Infecções Hipóxia / isquemia Kernicterus Distúrbios metabólicos Hipocalcemias Hipomagnesemias Hiponatremias Hipernatremias Sepse Dist. cardio-vasculares Cardiopatias cianogênicas Insuficiência cardíaca Distúrbios hematológicos Policitemias Hiperviscosidade Intoxicações Drogas usadas pela mãe
Síndrome de abstinência
Alterações da Temperatura
Tríade de Whipple
Sinais e sintomas de neuroglicopenia Sinais e sintomas adrenérgicos
Glicemia < 60 mg/dL
Colher:
Gasometria e Ácido Lático
Insulina e Peptídio C
Cetonas e Ácidos Graxos Livres Amônia e Alanina Cortisol e GH Urina: Glicosúria Cetonúria Substâncias redutoras Glicose IV em bolo Glicose IV contínuo Hidrocortisona IV ou IM ou Prednisolona VO e/ou Hormônio de Crescimento IM 0,4 a 0,5 mg/Kg/dia Glucagon ou Diazóxido (hiperinsulinismos)
Tratamento
• Período neonatal – considerar antecipação da
alimentação enteral se valores muito próximos de 40 mg/dL e RN assintomático
• 2 mL/kg glicose 10% (RN)
• 2 mL/kg glicose 25% (crianças)
• 2 ampolas glicose 50% (adolescentes e adultos) • Doses menores? Hiperglicemia resultante ativa
Hipoglicemias neonatais transitórias:
tratar causa e fatores desencadeantes
(infecções, distúrbios respiratórios, etc.)
Suporte nutricional (VO, SOG, NPP)
lembrar: abrupta da VIG hipoglicemia
Tratar distúrbios metabólicos 2
ários(hidroeletrolíticos, ácido-básicos, etc.)
Hipoglicemia com apneia ou convulsão
Glicose: 200 mg/Kg (2 mL/Kg G10%), IV, em 5 a 10 minutos (pode repetir uma vez, se necessário)
Persistindo convulsões: iniciar anticonvulsivantes
Monitoração da glicemia: h/h até glicemia > 40 mg/dL
Se não estabilizar: VIG em 2 mg/Kg/min a cada hora até 14 mg/Kg/min
VIG > 10 mg/Kg/min: sugere hiperinsulinismo
(casos graves podem necessitar até 25 mg/Kg/min)
Via periférica: glicose até 12,5%
Via venosa central: glicose > 12,5%
Quando houver estabilização clínica e laboratorial:
VIG em 2 mg/kg/min a cada 24 horas (evitar crises hipoglicêmicas por hiperinsulinismo estimulado pela glicose).
Contraindicado em RNs PIG (sem reservas satisfatórias de glicogênio)
Aumenta glicogenólise/neoglicogênese.
30 µg/Kg (máx 1 mg = 1 amp), IV, IM ou SC 1 a 10 µg/Kg/hora IV
glicemia > 30%
Melhora clínica em menos de 15 minutos
Sem resposta: defeito da glicogênese; glicogenólise; deficiência hormonal (exceto de glucagon)
Persistindo sintomas edema cerebral
Perda de consciência > 30 minutos = coma pós hipoglicemia
manitol 20% - 1 g/Kg (máx 40 g), IV, em 20 minutos
Tratamento imediato
→ Glucagon
Tratamento
• RN → iniciar infusão contínua de solução
glicosada após correção para manter a homeostase da glicose, em velocidade de infusão de 6 a 10 mg/kg/minuto
Hidrocortisona, IV ou IM - 5 a 10 mg/Kg, 4/4 a 8/8 horas ou
Prednisolona, VO - 1 a 2 mg/Kg, 6/6 a 12/12 horas
Após uso na crise hipoglicêmica aguda por até 48 horas, usar só nos casos de insuficiência adrenal
Corticóides
Epinefrina 1:1.000, IV, IM ou SC - 0,01 mL/Kg/dose (máx. 0,3 mL) Mobiliza as reservas de glicogênio
Pouco usada nas crises (glucagon é mais eficaz)
Epinefrina