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A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE O SISTEMA DE COTAS NA

EDUCAÇÃO SUPERIOR NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO

DO SUL (2004-2008)

Daisy Ribas Emerich – UCDB

O objetivo da pesquisa consistiu em analisar a percepção dos professores em

relação ao sistema de cotas na Educação Superior - Universidade Estadual de Mato

Grosso do Sul-UEMS, Unidade universitária de Dourados - 2004 a 2008.

Os objetivos específicos: a) Investigar, na percepção dos professores, os aspectos negativos e positivos da implantação do sistema de cotas para negros; b) Verificar como foram mediadas, pelos professores, as possíveis dificuldades dos alunos concernentes à aprendizagem e aos conflitos de discriminação racial.

A escolha da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, unidade universitária de Dourados decorreu por ser a única instituição de ensino público que aprovou o sistema de cotas em MS.

Esta pesquisa vincula-se ao Grupo de Estudos e Pesquisas Políticas de Educação Superior (GEPPES)1, do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

O mapeamento da discussão denominado de estado do conhecimento, foi realizado em diversos bancos de dados: primeiro nos Grupos de Trabalhos (GTs) da Associação Nacional de Pós- Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), segundo no site da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) -2003 a 2007; em terceiro no Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da UCDB e para concluir no site do GEPPES.

No GT 11 da ANPEd, de Política de Educação Superior (2006-2008) o primeiro texto, de Mariluce Bittar e Carina Elizabeth Maciel de Almeida (2006, p. 2) com o texto: “Mitos e Controvérsias sobre a Política de Cotas para Negros na Educação Superior”, fazem uma análise do processo de implantação da política de cotas para negros na educação superior.

O segundo texto de Jacques Velloso e Claudete Batista Cardoso (2007) - Evasão na Educação Superior: Alunos cotistas e não-cotistas na Universidade de Brasília, para os pesquisadores os resultados indicaram que os alunos não-cotistas

[...] têm maiores taxas de evasão que os bacharelados, em

consonância com resultados de estudos anteriores. Essas diferenças

são tênues, quase inexistentes entre cotistas, porém muito marcada

entre não-cotistas. (VELLOSO; CARDOSO, 2007, p.15).

1 Para saber mais acesse: www.geppes.ucdb.br

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No terceiro texto da pesquisadora Sandra Regina Sales: “Acordos e Tensões: o debate sobre políticas de ação afirmativa na universidade brasileira”, a autora, afirma que “[...] no país continua extremamente desigual e hierarquizado como revelam pesquisas nacionais e estrangeiras, corroborados inclusive por órgãos oficiais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [...].” (SALES, 2007, p. 1)

Foi encontrado um quarto texto no GT 11, da mesma pesquisadora, com a seguinte temática: “Reduções, confusões e más intenções: avançando na compreensão das políticas de ação afirmativa no ensino superior brasileiro” A pesquisadora constatou que as ações afirmativas

[...] ocorre no país cercada por ambigüidades. Por um lado há uma

associação direta das políticas de AA às chamadas cotas ou reservas

de vagas, por outro, é freqüente a sua associação às cotas para afro-

descendentes, em especial no acesso ao ensino superior” (SALES,

2008, p.1).

No Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco a pesquisa no período de 2003-2007, na Série Estudos em sua edição 15 o Dossiê Diversidade Cultural e Educação Indígena o artigo de Ana Canen (2003, p.48) que “trata das tensões inerentes à construção da identidade negra e suas implicações curriculares, partindo do olhar do multiculturalismo”. Para Canen (2003, p.50) [...] o argumento central é o de que a identidade negra não se esgota em determinantes de cor ou de herança cultural, devendo ser compreendida na tensão entre esses e outros marcadores [...].

No mesmo Periódico, 22, no ano de 2006, o artigo de Eugenia Portela de Siqueira Marques e Suzanir Fernanda Maia: “Ações afirmativas e a política de cotas: uma análise do Programa Universidade Para Todos (PROUNI) a inserção de negros na universidade”. Na Série Estudos, 24, 2007, o artigo de Mariluce Bittar, Maria José de Jesus Alves Cordeiro e Carina Elisabeth Maciel de Almeida traz a temática: “Política de Cotas para Negros na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – um estudo sobre os fatores de permanência”. O artigo discute a questão das cotas, a história do processo de sua implantação por meio dos aspectos legais na UEMS. O principal objetivo consistiu em identificar os fatores que contribuem para a permanência desses alunos na educação superior [...](BITTAR; CORDEIRO; ALMEIDA, 2007, p.143).

No site do GEPPES encontramos a tese de doutorado (PUC-SP) de CORDEIRO (2008) com a temática: “Negros e Indígenas Cotistas na universidade Estadual de Mato Grosso do Sul” a autora fez a análise do desempenho acadêmico do ingresso à conclusão de curso.

As produções acadêmicas: a tese de doutorado da professora doutora Maria José de Jesus Alves Cordeiro é importante como referencial teórico para esta dissertação por ter sido aplicada nos 37

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(trinta e sete) cursos da UEMS onde foi analisado o desempenho acadêmico dos alunos brancos, negros e indígenas desde os vestibulares de 2003 a 2006 e as médias finais dos anos letivos de 2004 a 2007, sendo que foi neste ano de 2007 que os alunos concluíram seus estudos, e tornou possível a visualização das dificuldades para a implantação do sistema de cotas na UEMS. E, a dissertação de Luciane Andreatta de Castro (2008) que teve como objeto de análise a política de cotas para negros na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) Unidade Aquidauana, na percepção dos alunos e professores. A autora conclui que,

[...] inserir os negros numa política de ação afirmativa para a

educação superior não é o suficiente para solucionar a questão da

pouca presença dos negros nas universidades, mas é preciso que esta

seja realmente conhecida e que a sociedade acredite no processo de

construção de uma outra forma de viver e se relacionar com os

outros.

Essas abordagens foram significativas para a pesquisa, pois, abordaram o movimento e os avanços sobre a temática étnicoracial, e, evidenciaram que as políticas de ações afirmativas já é uma prática que faz parte da realidade brasileira e precisa efetivar-se em todo o país.

Para alcançar os objetivos optamos pelo procedimento metodológico da abordagem qualitativa “Ao mesmo tempo, uma pesquisa qualitativa dedica-se mais a aspectos qualitativos da realidade, ou seja, olha prioritariamente para eles, sem desprezar os aspectos também quantitativos. E vice-versa.” (DEMO, 1998, p. 101)

Para realização da pesquisa, realizamos a entrevista estruturada, pois, “A grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos.” (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 34).

Para a escolha dos sujeitos da pesquisa consideramos que são os professores, a estabelecerem e constituírem os primeiros vínculos com os acadêmicos. O numero de entrevistados que participaram da pesquisa foram dezesseis, todavia dois professores em função de estarem licenciados não participaram.

A pesquisa foi realizada com três capítulos. No primeiro: O papel do Estado, as ações afirmativas e a Educação Superior, discutimos a ideia de igualdade e as ações afirmativas no Brasil. No segundo capítulo: A História da UEMS e As Políticas de Cotas no Curso de Pedagogia e no terceiro capítulo A Percepção dos Professores e os Negros Cotistas no Curso de Pedagogia analisamos a percepção dos professores sobre o sistema de cotas por meio das entrevistas, relacionando-as com a fundamentação teórica que sustenta o objeto da pesquisa.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa de campo contribuiu para compreender que a dinâmica das relações sobre o sistema de cotas não é um processo estático, e que na UEMS os docentes traduzem essa postura de preocupação com o despreparo da instituição para se relacionar com os negros cotistas e essa reflexão possibilita um passo em direção a superação das desigualdades e a construção de práticas pedagógicas não-preconceituosas, propensas para estabelecer uma articulação entre educação e ações afirmativas.

Esta pesquisa contribuiu para passássemos como pesquisadora a observar os fatos como eles se dão e não como penso. Percebemos que as relações estão carregadas de tensões que foram ao longo de nossas vidas sendo cultivadas, seja com “pré conceitos ou preconceitos” e o quanto é difícil a caminhada para todos compromissados com a educação perceber-se impotente em situações que expressam a discriminação, ainda mais quando é preconceito com a cor da pele.

Diante da complexidade desta pesquisa, procurou-se considerar o que os resultados das entrevistas e os dados mostraram não perdendo de vista a análise inicialmente proposta. Não foi com a intenção de esgotar as discussões sobre esta temática que realizamos esta pesquisa, mas ir além das discussões da percepção que os professores da UEMS tem sobre o sistema de cotas e suas implicações na prática no curso de Pedagogia, entendendo que a percepção dos professores foi fator primordial para o sucesso das ações afirmativas.

REFERENCIAS

BITTAR, Mariluce; ALMEIDA, Carina E. Mitos e Controvérsias sobre a Política de Cotas para Negros na Educação Superior. 29ª Reunião Anual da Anped (2006). Caxambu-Minas Gerais. Disponível em http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT11-2516--Int.pdf ; acesso em 11 de jan. de 2010.

BITTAR, Mariluce; CORDEIRO, Maria José de Jesus Alves; ALMEIDA, Carina E. Política de Cotas para Negros na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – um estudo sobre os fatores de permanência. Série Estudos. Periódico do Mestrado em Educação da UCDB, n.24 (dez. 2007). Campo Grande: UCDB, 1995.

CANEN, Ana. Refletindo sobre identidade negra e currículo nas escolas brasileiras: contribuições do multiculturalismo. Série Estudos. Periódico do Mestrado em Educação da UCDB, n.15 (junho 2003). Campo Grande: UCDB, 1995.

CASTRO. Luciane Andreatta de. Política de cotas para negros da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS – Unidade Aquidauana: a percepção dos alunos cotistas e professores. Dissertação (Mestrado). Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, Mestrado em educação, 2008.

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CORDEIRO, Maria José de Jesus. Negros e Indígenas Cotistas na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Desempenho acadêmico do ingresso à conclusão de curso. Tese (Doutorado). Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo – PUC-

SP. 2008.

DEMO, Pedro. Pesquisa Qualitativa. Revista Latino Americana de Enfermagem. V.6 – n. 2 – p. 89-104 – abril, 1998.

LÜDKE M, André MEDA. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo (SP): EPU; 1986.

MARQUES. Eugenia Portela de Siqueira, MAIA, Suzanir Fernanda Maia. Ações afirmativas e a política de cotas: uma análise do Programa Universidade Para Todos – PROUNI – a inserção de negros na universidade. Série Estudos. Periódico do Mestrado em Educação da UCDB, n.22 (dezembro 2006). Campo Grande: UCDB, 1995.

SALES, Sandra. Acordos e tensões: O debate sobre políticas de ação afirmativa na Universidade Brasileira. Disponível em: http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/index.htm ; acesso em 25 de abril. 2009.

SALES, Sandra. R. Reduções, confusões e más intenções: avançando na compreensão das políticas de ação afirmativa no ensino superior brasileiro. Disponível em: http://www.anped.org.br/reunioes/31ra/1trabalho/trabalho11.htm; acesso em 25 de abril. 2009.

VELLOSO, Jacques, CARDOSO, Claudete Batista. Evasão na Educação Superior: Alunos cotistas e não- cotistas na Universidade de Brasília. 2007. Disponível em: www.anped.br; acesso em 16 de maio. 2009.

Referências

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