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Newsletter n. 69 Abril/2015

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Academic year: 2021

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Destaques desta edição

Mercado de Capitais

Participação de Acionistas e Voto à Distância em Assembleias Gerais...

Previdenciário

Resolução CNPC nº 17/2015 - Novas Possibilidades de Contratação de Seguros pelas EFPC...

Resolução CNPC 18/2015 - Ampliação da Possibilidade de Adesão de Participantes em Planos Instituídos...

Resolução CNPC nº 19/2015 - Novos Requisitos de Certificação e Habilitação para Dirigentes e Empregados dos Fundos de Pensão...

Conflito de Competência - Demandas Previdenciárias Reflexas de Pleitos Trabalhistas...

Novas Controvérsias Acerca da Aplicabilidade do CDC às EFPC - As Câmaras Consumeristas do TJ-RJ vão Julgar Previdência Privada...

Jurisprudência

Superior Tribunal de Justiça...

Notícias

TCU - Nova Decisão Sobre a Fiscalização nos Fundos de Pensão das Estatais Federais...

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Participação de Acionistas e Voto à Distância em

Assembleias Gerais

Nair Veras Saldanha Janson*

Luna Miranda de Oliveira Guimarães**

Em 07 de abril deste ano, a CVM editou a Instrução 561 (“Instrução”), que altera as atuais instruções CVM 480 (“ICVM 480”), de 7 de dezembro de 2009, e Instrução CVM nº 481 (“ICVM 481), de 17 de dezembro de 2009.

A principal novidade trazida por essa Instrução é a possibilidade de o acionista participar da assembleia por meio do boletim de voto à distância.

O intuito da nova instrução é facilitar a participação dos acionistas em assembleias gerais, tanto por meio do voto quanto por meio de apresentação de propostas. Com isso, a CVM busca também aprimorar os instrumentos de governança corporativa no mercado brasileiro.

A disponibilização do boletim pela companhia passa a ser obrigatória para assembleias gerais ordinárias e também para assembleias gerais extraordinárias convocadas para eleição de membros para o conselho fiscal ou para o conselho de administração. O fornecimento do boletim nos demais casos fica a exclusivo critério da companhia. Em qualquer das hipóteses, o boletim deve ser disponibilizado com o prazo mínimo de 1 (um) mês antes da realização da assembleia e deverá ser devolvido pelo acionista até 7 (sete) dias antes de sua realização.

O acionista poderá, além de enviar o boletim diretamente à companhia, utilizar-se de terceiros aptos a prestar serviços de coleta e transmissão de instruções de preenchimento do boletim de voto à distância, quais sejam, o custodiante do acionista, caso as ações estejam depositadas em depositário central, ou a instituição financeira contratada pela companhia para prestação dos serviços de escrituração de valores mobiliários, caso as ações não estejam depositadas em depositário central.

Mercado de

Capitais

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Ao acionista que optar por participar da assembleia por meio do boletim de voto à distância, é permitido ainda incluir candidatos ao conselho de administração e ao conselho fiscal, observados os percentuais de determinada espécie de ações previstos na legislação, bem como propostas de deliberação por ocasião da assembleia geral ordinária.

Contudo, é importante destacar que o boletim de voto para participação à distância possui limitações se comparado à participação presencial do acionista ou seu representante legal na assembleia. Um exemplo disto é a inexistência de um campo no boletim de voto à distância que permita ao acionista que utilizar parte de suas ações para eleição em separado de membro para o conselho de administração, utilizar as ações remanescentes para eleição por voto múltiplo. Dessa forma, apesar de o boletim representar uma valiosa inovação para permitir a participação de acionistas que, sem esse instrumento, não compareceriam à assembleia, este, em determinadas situações, não permite o pleno exercício do direito de voto.

Após a realização de cada assembleia, a companhia deve divulgar pelo sistema eletrônico disponibilizado no site da CVM, mapas sintéticos finais de votação. Além disso, após a entrada em vigor da nova instrução, as atas das assembleias gerais deverão passar a indicar quantas aprovações, rejeições e abstenções cada deliberação recebeu, bem como o número de votos conferido a cada candidato, quando houver eleição de membro para o conselho de administração ou para o conselho fiscal.

Outra inovação da Instrução é a possibilidade de substituição dos livros obrigatórios previstos na Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976, de registro de ações nominativas, transferência de ações nominativas, atas das assembleias gerais e presença de acionistas, por registros mecanizados ou eletrônicos, desde que sejam armazenados com segurança e possam ser impressos em papel de forma legível e a qualquer momento.

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companhias abertas registradas na categoria A e autorizadas por entidade administradora de mercado à negociação de ações em bolsa de valores.

Destaca-se que a Instrução não entrará integralmente em vigor imediatamente. O artigo que trata da abrangência de aplicação da ICVM 481 entrou em vigor na data da publicação da nova instrução. Já os dispositivos alteradores da ICVM 480 passam a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2016, bem como os comandos relativos ao voto à distância, para aquelas companhias que, na data de publicação da Instrução, tenham ao menos uma espécie ou classe de ação de sua emissão no Índice Brasil 100 – IBrX-100 ou Índice Bovespa – IBOVESPA. Para as demais companhias, os dispositivos relativos ao voto à distância vigorarão apenas a partir de 1º de janeiro de 2017.

*Nair Veras Saldanha Janson é sócia de BCCS (njanson@bocater.com.br).

**Luna Miranda de Oliveira Guimarães é advogada de BCCS (lguimaraes@bocater.com.br).

Resolução

CNPC nº 17/2015 –

Novas

Possibilidades de Contratação de Seguros pelas

EFPC

Andrea Neubarth Corrêa* Gabriel Leite**

Foi editada a Resolução CNPC nº 17/2015, que “dispõe sobre a contratação de

seguro para planos de benefícios operados pelas entidades fechadas de previdência complementar”.

A Resolução CNPC nº 17/2015 traz um alargamento das possibilidades de contratação de seguros por EFPC até então contida na Resolução CGPC nº 10/2004, agora revogada.

A Resolução CGPC nº 10/2004 restringia a possibilidade da contratação de seguros aos riscos da concessão de benefício em razão de morte ou invalidez

Previdenciário

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do participante ou do assistido e vedava a contratação de seguros para planos na modalidade de benefício definido (“BD”).

A partir da edição da Resolução nº 17/2015, os riscos de sobrevivência de assistidos e aqueles relativos aos desvios das hipóteses biométricas também podem ser cobertos por sociedade seguradora, sem restrição aos planos BD.

Para a contratação, é exigida: (i) a realização de um estudo técnico pela EFPC, ocasião em que deve ser demonstrado o interesse na externalização dos riscos;

(ii) a aprovação da contratação pela Diretoria Executiva e pelo Conselho

Deliberativo; e (iii) a previsão da externalização dos riscos no regulamento do plano de benefícios.

Como na norma revogada, o pagamento do sinistro sempre será feito à EFPC e jamais diretamente ao participante ou assistido.

A inclusão da hipótese de contração de seguro para a sobrevivência é uma grande novidade de parte do órgão regulador, o CNPC, e nos parece fazer todo o sentido.

Sabe-se que há planos BD em fase bastante madura, havendo uma concentração crescente de riscos por conta da diminuição do grupo abrangido. Por conseguinte, a norma propicia uma nova forma de manter-se o equilíbrio do plano com a externalização do desvio de hipóteses atuariais.

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Resolução

CNPC 18/2015

-

Ampliação da

Possibilidade de Adesão de Participantes em

Planos Instituídos

Lygia Avena*

Foi publicada, em 13/04/2015, a Resolução CNPC nº 18/2015, que trouxe significativas alterações na Resolução CGPC nº 12/2002, que trata dos planos de benefícios de instituidor.

A nova Resolução ampliou consideravelmente a possibilidade de adesão de participantes em planos instituídos, prevendo a sua disponibilização não só aos associados e membros do instituidor, mas também às pessoas físicas, vinculadas direta ou indiretamente (nos termos da norma), aos instituidores.

Para tal fim, o normativo considera:

- como membros com vínculo direto ao instituidor: (i) os gerentes; (ii) os diretores; (iii) os conselheiros ocupantes de cargo eletivo e outros dirigentes dos instituidores; e

- como membros com vínculo indireto ao instituidor: (i) os sócios de pessoas jurídicas vinculadas aos instituidores; (ii) os empregados das pessoas jurídicas vinculadas aos instituidores e respectivos cônjuges e dependentes econômicos;

(iii) os próprios empregados do instituidor e seus respectivos dependentes

econômicos; e (iv) os cônjuges e dependentes econômicos dos membros com vínculo direto.

Ao prever a possibilidade de oferecimento dos planos instituídos aos membros do instituidor com vínculo indireto, conforme definido acima, evidencia-se o objetivo do legislador infralegal da ampliação da cobertura previdenciária complementar através dos planos instituídos.

Adicionalmente, foi previsto o número mínimo de 100 (cem) associados para a adesão ou instituição de plano de benefícios em entidade fechada de

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previdência complementar em funcionamento. A redação original da Resolução CGPC nº 12/2002 previa 100 associados, posteriormente alterada pela Resolução CGPC nº 11/2014, que previa um mínimo de 50 associados.

*Lygia Avena é advogada do BCCS (lavena@bocater.com.br).

Resolução CNPC nº 19/2015 - Novos Requisitos de

Certificação e Habilitação para Dirigentes e

Empregados dos Fundos de Pensão

Flavio Martins Rodrigues*

Foi editada a Resolução CNPC nº 19/2015, que “dispõe sobre os processos de

certificação, habilitação e qualificação no âmbito das EFPC”.

A Resolução trouxe uma nova e mais complexa sistemática relacionada com os requisitos para o provimento das seguintes posições:

(i) todos os membros – titulares e suplentes – do Conselho Deliberativo; (ii) todos os membros – titulares e suplentes – do Conselho Fiscal;

(iii) todos os membros da Diretoria Executiva, em especial o Diretor

“Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado-AETQ” na área de investimentos;

(iv) todos os membros – titulares e suplentes – dos comitês de assessoramento,

que atuem na avaliação e aprovação de investimentos; e

(v) todos os demais empregados da EFPC diretamente responsáveis pela

aplicação dos recursos garantidores dos planos.

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sua carteira integralmente externalizada para competentes gestores de recursos.

Esperamos que a Resolução CNPC nº 19/2015 seja fruto de um momento de maior foco da imprensa e de algumas áreas políticas nas EFPC, passando por uma revisão em breve para se alinhar com o conceito da Supervisão Baseada em Risco, que a PREVIC vem tentando implementar.

Certificação, Habilitação e Qualificação

A Resolução CNPC nº 19/2015 sistematizou (art. 2º):

(i) a certificação: “processo realizado por entidade certificadora para

comprovação de atendimento e verificação de conformidade com os requisitos técnicos necessários para o exercício de determinado cargo ou função”;

(ii) a habilitação: “processo realizado pela PREVIC para confirmação do

atendimento aos requisitos condicionantes ao exercício de determinado cargo ou função; e

(iii) a qualificação: “processo continuado pelo qual o dirigente ou profissional

envolvido na gestão dos planos de benefícios aprimoram seus conhecimentos e sua capacitação para o exercício de suas atribuições na EFPC”.

A certificação foi introduzida em 2009 por norma do Conselho Monetário Nacional, assim como a conceituação da qualificação antes já havia sido referida na Resolução CGPC nº 13/2004, que estabelece que “os conselheiros,

diretores e empregados [devem] permanentemente [manter-se] atualizados em todas as matérias pertinentes às suas responsabilidades” (art. 4º, caput).

As novidades estão: (i) na habilitação dos dirigentes perante a PREVIC, confirmando os “requisitos condicionantes”, que são mais amplos do que os requisitos constantes da LC 109/2001, abrangendo também a certificação; (ii) na ampliação do número de pessoas que deverão ser obrigatoriamente certificadas; e (iii) no conteúdo mínimo da certificação, que envolve as demais áreas de atuação da EFPC.

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A habilitação é o meio de “confirmação” (essa é a expressão da norma) do atendimento aos requisitos normativos – legais (art. 3º) e infra-legais (certificação) – para o exercício de determinadas posições em EFPCs.

A norma não deixa claro se a habilitação é anterior ou posterior à posse. Por regra, a habilitação deve dar-se antes da entrada em exercício, contudo o requisito da certificação, na maioria dos casos, é informado à PREVIC em até um ano após a posse. Somente o AETQ deve possuir todos os requisitos (art. 4º, parágrafo único c/c art. 5°, § 1°) no ato da sua posse. Esse ponto central merecerá esclarecimento de parte da autarquia de supervisão (a PREVIC) para evitar problemas na estrutura de governança e representação da entidade.

A norma não fixou prazo para a confirmação da habilitação de parte da PREVIC e há um contingente de milhares de dirigentes a serem habilitados periodicamente. Considerando uma média modesta de membros titulares e suplentes no Conselho Deliberativo (em geral 12), no Conselho Fiscal (em geral 6) e na Diretoria Executiva (em geral 3), temos 6.300 dirigentes a serem confirmados em duplo procedimento: confirmação dos requisitos legais e confirmação da certificação, determinando 12.600 confirmações periódicas.

Como se disse, os membros da diretoria-executiva (salvo o AETQ), do conselho fiscal e do conselho deliberativo poderão obter a certificação em até um ano a partir da posse. Dessa forma, poderá haver Conselhos Deliberativos e Fiscais sem nenhum membro certificado por até um ano. No limite, se houver alterações de membros a cada ano, esses colegiados poderão subsistir indefinidamente sem nenhum membro certificado. Nestes casos, há uma referência de que a fiscalização tenderá ser mais intensa (art. 7º), mas não terá havido o descumprimento da norma.

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A certificação “deve ser realizada por instituição autônoma, responsável pela

emissão, manutenção e controle dos certificados e com capacidade técnica reconhecida pela PREVIC” (grifou-se), cujo conteúdo mínimo de aferição consta

do Anexo da nova Resolução. Em nossa visão, a autarquia supervisora deverá emitir uma lista de instituições, cuja certificação será aceita a partir do exame da aderência curricular. Também nessa linha, para as funções de cunho técnico nos comitês ou áreas de investimento, é admitida a “certificação específica de

conhecimento em finanças e investimentos, a qual deverá ser aprovada pela PREVIC” (art. 6º, § 4º) (grifou-se). Como se trata de uma aprovação da entidade

certificadora (e do tipo de certificado), deve haver prévia lista indicativa de parte da PREVIC.

A qualificação está voltada para a manutenção dos conhecimentos e capacitação, bem como pela revalidação da certificação, sendo que o seu custo será encargo da EFPC (art. 5º, §3º).

Providências Práticas a Serem Empreendidas

Desde logo, as EFPC deverão:

(i) aferir quais os membros dos conselhos estatutários, da diretoria executiva e

os empregados da EFPC diretamente responsáveis pela aplicação dos recursos garantidores dos planos possuem certificação;

(ii) indicar aqueles que deverão estar certificados em até um ano após a edição

da Resolução CNPC 19/2015;

(iii) iniciar um programa de treinamento para fins de certificação daqueles

membros de colegiados; e

(iv) estabelecer um programa de qualificação para todo o grupo abrangido pela

referida Resolução.

As entidades terão que estabelecer um plano de contingência para a hipótese de substituição dos profissionais necessariamente certificados, sobretudo do AETQ, de forma que exista um outro profissional capaz de assumir essa função interinamente em suas faltas e impedimentos.

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Uma indagação final: a Resolução CNPC nº 19/2015 “revogou” o art. 8º da Resolução CMN nº 3.792/2009?

O art. 8º da Resolução CMN 3.792/2009 trata da necessidade de certificação de profissionais indicados na nova norma do CNPC. Coloca-se, por conseguinte, um conflito positivo de competências, pois os dois colegiados acabaram por entender que podem tratar desse tema.

Há regras completamente diversas nos diferentes diplomas normativos, p.ex., a regra do CMN determina a exigência de certificação de maioria do Conselho Deliberativo, a desnecessidade de certificação dos membros do Conselho Fiscal e a entidade certificadora não precisa ser reconhecida formalmente pela PREVIC.

O Regime de Previdência Complementar necessita de regras claras e perenes, sem discussões de competências, sobretudo normativas. O convívio dos diferentes tratamentos nos parece incompatível, de forma que o esclarecimento jurídico desse tema desafiará novas reflexões.

*Flavio Martins Rodrigues é sócio de BCCS (frodrigues@bocater.com.br).

Conflito de Competência

-

Demandas

Previdenciárias Reflexas de Pleitos Trabalhistas

Camila Capretz* Pedro Oliveira**

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O Conflito de Competência foi suscitado em razão do trâmite de duas ações com objetos idênticos paralelamente na Justiça Comum e na Justiça do Trabalho, restando a afirmação de cada um dos tribunais acerca de sua competência para apreciar as demandas (portanto, um conflito positivo).

O Ministro Relator Dias Toffoli entendeu pela interpretação extensiva do art. 115 do CPC para conhecer dos embargos e acolhê-los com efeito modificativo, conforme decisão publicada no dia 12.03.2015.

O posicionamento adotado corrobora a decisão do Plenário do STF, que reconheceu a competência da Justiça Estadual para dirimir tais demandas (RE 586453, publicado em 14.02.2013).

O Ministro Relator Dias Toffoli assinalou que no julgamento do RE 586453 o Plenário “teve por pressuposto sua incidência sobre demandas únicas”, não cabendo critério de conexão entre as causas de pedir trabalhistas e os pedidos que tratem acerca do contrato de previdência complementar.

O Relator foi preciso ao declarar que “seria inaplicável a regra de solução de

conexão entre os feitos prevista no art. 105 do CPC, uma vez que as ações tramitariam perante juízos com competência material distinta”.

A decisão é de suma importância, uma vez que ainda persiste controvérsia da jurisprudência acerca da competência material para apreciar as demandas “reflexas” para complementação de aposentadoria. Ou seja, ainda há posicionamentos diferentes com relação às demandas nas quais há pedido de que o incremento da parcela trabalhista – paga em razão de demanda judicial – determine um reflexo no cálculo da complementação de aposentadoria, majorando-o.

A título de exemplo, cita-se a sentença proferida nos autos do processo 0036300-88.2010.8.16.0001, em trâmite no Tribunal de Justiça do Paraná, com publicação no dia 12.06.2013.

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O Juízo de Primeira Instância decidiu pela sua incompetência material, uma vez que, “no caso dos presentes autos, a relação jurídica estabelecida entre as

partes decorre da sentença proferida na justiça do trabalho que reconheceu o direito do autor ao recebimento de verbas trabalhistas. Portanto, verifica-se a incompetência deste juízo, para julgar processar e julgar esta demanda”.

Desta forma, a decisão proferida no Conflito de Competência (CC 7706) afasta a dúvida sobre a incidência dos efeitos da repercussão geral do RE 586453, sendo certa a competência da Justiça Comum para apreciar a totalidade das demandas oriundas do contrato de previdência complementar.

*Camila Captrez é advogada de BCCS (ccapretz@bocater.com.br). **Pedro Oliveira é advogado de BCCS (poliveira@bocater.com.br).

Novas Controvérsias Acerca da Aplicabilidade do

CDC às EFPC - As Câmaras Consumeristas do

TJ-RJ vão Julgar Previdência Privada

Daniela Reis Ideses*

Muito vem se discutindo acerca da aplicação ou não do Código de Defesa do Consumidor às entidades de previdência privada fechada (EFPC).

Especificamente no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), a controvérsia acerca do conflito de competência estava sobrecarregando as pautas das Câmaras Especializadas em Direito do Consumidor, criadas a partir da Lei Estadual nº 6.375/2012, com a finalidade de dar agilidade aos julgamentos.

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Em movimento oposto aos recentes entendimentos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Órgão Especial definiu que a atribuição dos pleitos relacionados com as EFPC é da Câmara Especializada Consumerista. O TJ-RJ possui 22 Câmaras Cíveis e 5 de Direito do Consumidor.

A decisão foi publicada em 06.04.2015, no julgamento do conflito de competência nº 0061229-68.2014.8.19.0000, de relatoria do Desembargador Reinaldo Pinto Alberto Filho. No seu voto, o Relator assinalou que a aplicação do CDC nas relações entre a entidade fechada de previdência privada e seus participantes já foi reconhecida pelo STJ, através da Súmula 3211.

O caso em comento foi elevado ao patamar de paradigma pelos Desembargadores do Órgão Especial, como forma de evitar que outras demandas semelhantes sejam julgadas de forma diferente, conforme permite o art. 120, parágrafo único do Código de Processo Civil.

Em que pese o nosso respeito pela decisão, a posição do TJ-RJ representa um descompasso perante o mais recente entendimento do STJ, que já esclareceu que a relação jurídica existente entre a entidade fechada de previdência privada fechada e seus participantes é baseada no associativismo e No mutualismo, o que afasta a finalidade lucrativa inerente somente às entidades abertas de previdência complementar. Ficou sedimentado que “o fundo de pensão não se

enquadra no conceito legal de fornecedor”, devendo ser afastada a aplicação da

Súmula nº 321 do STJ2.

Agora, temos que manter o trabalho para a revisão da referida Súmula de forma que haja um novo posicionamento no âmbito do TJ-RJ.

* Daniela Reis Ideses é advogada de BCCS (dreis@bocater.com.br).

1 Súmula 321/STJ. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de

previdência privada e seus participantes.

2

O posicionamento foi firmado pelos Ministros integrantes da 3ª Turma do STJ, que, por unanimidade de votos, acompanharam os termos do Ministro Relator Ricardo Villas Bôas Cueva, nos autos do Recurso Especial nº.1421951 / SE. A decisão publicada em 19/12/2014.

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Superior Tribunal de Justiça

DIREITO FALIMENTAR E RECUPERAÇÃO JUDICIAL. RECURSO ESPECIAL. CRÉDITOS RELATIVOS A NEGÓCIOS JURÍDICOS FORMALIZADOS APÓS O MOMENTO EM QUE DEFERIDO O PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO (LF, ART. 52). NATUREZA EXTRACONCURSAL (LF, ARTS. 67, CAPUT , E 84, V). PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA (LF, ART. 47). PREVALÊNCIA. RECURSO IMPROVIDO.

1. Inexiste afronta ao art. 535 do CPC quando o acórdão recorrido analisou todas as questões pertinentes para a solução da lide, pronunciando-se, de forma clara e suficiente, sobre a controvérsia estabelecida nos autos. 2. A expressão "durante a recuperação judicial", gravada nos arts. 67, caput, e 84, V, da Lei de Falências e de Recuperação de Empresas, abrange o período compreendido entre a data em que se defere o processamento da recuperação judicial e a decretação da falência, interpretação que melhor harmoniza a norma legal com as demais disposições da lei de regência e, em especial, o princípio da preservação da empresa (LF, art. 47). 3. Recurso especial a que se dá provimento.

(REsp nº 1.399.853 - SC, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, Julgado em 10.03.2015 e publicado no DJe de 13.04.2015).

TCU - Nova Decisão Sobre a Fiscalização nos

Fundos de Pensão das Estatais Federais

O Tribunal de Contas da União, em deliberação de seu Plenário em 01.04.2015, decidiu: (i) verificar, de imediato, a efetivação da “paridade contributiva”; e (ii) promover um estudo para aferir a necessidade de uma ampla auditoria nos fundos de pensão de estatais federais, com a verificação da supervisão dos patrocinadores e também da fiscalização da PREVIC.

Temos tido a oportunidade de acompanhar as posições do TCU, que oscilam ao admitir, em alguns casos, a chamada “fiscalização de primeira ordem”, i.e., a fiscalização direta sobre os fundos de pensão por conta de receberem valores

Jurisprudência

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públicos. Outras vezes, essa Corte de Contas entende que a fiscalização deve ser de “segunda ordem”, a partir da atuação junto ao órgão de fiscalização (PREVIC) e aos patrocinadores estatais, uma vez que estes possuem o dever legal de supervisão.

Participação dos Profissionais da Área de

Previdência Complementar em Eventos de Maior

Relevância para a Área

Em 04.03.2015, o sócio Flavio Martins Rodrigues participou, em Brasília, do 1º

Fórum de Discussão em Previdência Complementar da PREVIC.

Em 01.04.2015, o sócio Flavio Martins Rodrigues e a associada sênior Lygia Avena proferiram palestra, em São Paulo, sobre o tema “A Fiscalização e o

Processo Administrativo Sancionador nas EFPC e a Responsabilidade dos Gestores” para o GPFP 2015 – Grupo de Profissionais de Fundo de Pensão,

que congrega entidades de previdência patrocinadas por empresas multinacionais.

Em 09.04.2015, o sócio Flavio Martins Rodrigues proferiu palestra, em Salvador, sobre o tema “Agenda Prioritária do Judiciário e a Gestão

Preventiva do Contencioso” no Encontro Regional Nordeste da ABRAPP.

Endereços Av. Rio Branco, 110 39º e 40º Andar – Centro Rio de Janeiro - RJ CEP: 20040-001 Tel.: (21) 3861-5800 Fax: (21) 3861-5861/62 Rua Joaquim Floriano, 100 16º Andar – Itaim Bibi São Paulo - SP CEP: 04534-000 Tel.: (11) 2198-2800 Fax: (11) 2198-2849

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O conteúdo desta Newsletter é simplesmente informativo, não devendo ser entendido como opinião legal, sugestão ou orientação de conduta. Quaisquer solicitações sobre a forma de proceder ou esclarecimentos sobre as matérias aqui expostas devem ser solicitados formalmente aos advogados de BCCS.

Referências

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