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Rev. Bras. Hematol. Hemoter. vol.26 número3

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Editorial/Editorial Rev. bras. hematol. hemoter. 2004;26(3):153-154

Editorial / Editorial

Os avanços da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea

Developments in the Brazilian Society of Bone Marrow Transplantation

Luis Fernando S. Bouzas

O ano de 2004 ficará marcado pela retomada da par-ticipação dos especialistas nas áreas de onco-hematologia, hemoterapia e transplantes no processo de regulação e discussão das políticas a serem implementadas nas áreas citadas.

Por cerca de cinco anos, esforços da SBHH, SBTMO, CBH, INCa e de diversas instituições públicas e privadas foram desenvolvidos para a reabertura dos canais de co-municação com os órgãos governamentais responsáveis pelas normas, regulação e financiamento. Como em geral acontece, as “crises” são mais eficientes do que as ações diplomáticas.

Não podemos esquecer que neste período vivemos intenso imobilismo com o período eleitoral e transforma-ções decorrentes da transição política.

A área dos procedimentos de alta complexidade na qual se inclui o transplante de célula-tronco hematopoiética com sua variabilidade crescente de técnicas e indicações, sem dúvida alguma, foi das mais atingidas.

Com o avanço da tecnologia e farmacologia são acrescidos procedimentos e drogas com uma velocidade que ultrapassa em muito a capacidade de adequação ad-ministrativa com normas atuais e insumos financeiros.

Nos últimos anos, apesar dos avanços, com a apli-cação de recursos, expansão de unidades de transplan-tes (leitos) e laboratórios, incentivo ao crescimento do Redome – Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea, e a certeza de que estamos muito aquém da ne-cessidade nacional.

As crises ensinam e alertam para a urgência destas ações. As listas crescentes de pacientes com indicação de transplante aparentado e não aparentado e a demanda reprimida para o transplante autólogo, há muito são evi-dentes e de conhecimento público.

Consideramos que as propostas encaminhadas e as ações para sua implementação são uma vitória da união de esforços e têm que ser exaltadas.

A realização do 1º Fórum de Discussão do Proces-so de Doação/Transplantes no Brasil, de 15 a 17 de abril – 1ª etapa, e de 20 a 22 de maio – 2ª etapa, em Brasília, significou a retomada do envolvimento da comunidade dos especialistas. Com imensa e qualificada represen-tatividade foram revistas as portarias, conceitos e tabe-las no sentido de contribuir para a atualização da regula-mentação nacional.

A abertura para a participação ampla de usuários e suas associações trouxe à tona a necessidade de que efe-tivamente o país precisa de um sistema funcionante que seja equânime e democrático.

O aumento do número de unidades de transplante credenciadas através de visitas realizadas pelo SNT-Sis-tema Nacional de Transplantes e Inca foi significativo.

A área de TMO não aparentado, que contava com apenas dois centros (UFPR e INCa), teve o acréscimo de quatro novos centros que iniciaram suas atividades no segundo semestre de 2004 (Hospital Amaral Carvalho-Jaú, HCUSP, UFMG e UFRS), o que representou um aumento de oferta de leitos de 200% (de cinco para quinze leitos) do que estava disponível no país .

As atividades relacionadas à busca de doadores não aparentados também foram contempladas e tiveram um crescimento quantitativo e qualitativo.

O INCa, responsável pelo Redome, implementou im-portante mudança com a alocação de recursos humanos, financeiros e logísticos. Além do acréscimo de pessoal e equipamentos, foi disponibilizada uma nova área física, o que permitirá a separação do Redome (Registro de Doa-dores) do Rereme (Registro de Receptores).

O Rereme, então, será o responsável pelos cadas-tros de receptores e buscas de doadores tanto no Redome quanto nos registros internacionais (NMDP, CRIR e NYBC). Realizamos o recadastramento da lista de pacien-tes inscritos até janeiro de 2004 e já no primeiro semestre de 2004 foram inscritos 305 (trezentos e cinco) pacientes

Diretor do Cemo – Instituto Nacional do Câncer – INCa-RJ Tesoureiro da SBTMO

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novos significando 174% de crescimento em relação ao igual período nos anos anteriores.

A fim de agilizar este cadastro, o INCa – Serviço de Informática desenvolveu Sistema que permitirá o cadas-tro automatizado via web por médicos e centros de trans-plante, e que estará disponível em breve.

Este sistema trará importante avanço na comunica-ção, o que permitirá o acesso à informação aos profissio-nais, pacientes e órgãos reguladores.

O Redome também foi fortalecido. Iniciamos o ano de 2004 com cerca de 48.000 (quarenta e oito mil) doado-res e já no primeiro semestre contamos com 72.000 (se-tenta e dois mil). Este significativo aumento se deve à colaboração de diferentes órgãos e ONGs que vêm reali-zando campanhas de conscientização e cadastro de no-vos doadores.

A parceria INCa/Datasus contribuiu para o desen-volvimento de um software específico (Redome- NET) para o cadastro automatizado de doadores.

Acreditamos que até o final de 2004 tenhamos do-brado o número inicial de doadores e caminhamos para que, a médio prazo, os doadores brasileiros sejam atendi-dos de maneira integral internamente. Contamos ainda com o projeto Brasilcord, de Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical, para alcançar este objetivo. Este proje-to está sendo analisado pelos órgãos competentes e de-pende da liberação de verbas para a manutenção dos ban-cos existentes e a criação de novos serviços.

O Redome passa a figurar entre os principais regis-tros internacionais com seus representantes aceitos como membros da WMDA – World Marrow Donor Association e em breve poderá também fornecer doadores para outros países na forma de intercâmbio.

Evoluímos sem dúvida, mas ainda temos muito a caminhar. Precisamos criar o registro de transplantes no Brasil para controle e avaliação, acreditar nossas unida-des e laboratórios, evoluir na regulamentação e na adição de novas drogas de alta complexidade e custo.

Concluímos que só com a união de esforços e perse-verança vamos construir um sistema melhor, com o objeti-vo principal de atender ao paciente, com engrandecimen-to e fortalecimenengrandecimen-to das instituições nacionais.

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