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Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial vol.12 número6

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Academic year: 2018

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R Dental Press Ortodon Ortop Facial 5 Maringá, v. 12, n. 6, p. 5, nov./dez. 2007

Várias vezes por mês alguém me consulta a respeito de como escrever um artigo científico. São estudantes de pós-graduação, colegas de várias especialidades ou outras áreas. As dúvidas variam, cobrem campos diversos - do relato de caso à metanálise - e raramente se repetem. Nesses momentos, me lembro sempre de um dos maio-res nomes da Odontologia do século 20, Robert Gorlin, famoso por ter emprestado seu nome a várias síndromes e sinais clínicos. Ele comentou, em um artigo em que relatava mais uma síndrome que descobrira, a sua dificuldade em escrever um artigo1. Escrever o quintucentésimo artigo, dizia

ele, foi tão doloroso quanto escrever o primeiro e revisões repetidas eram rotina.

O seu tormento realça que o assunto é com-plexo e também vasto: há livros inteiros dedicados ao tema. Entretanto, alguns princípios gerais nor-teiam a prática da boa redação de um artigo.

Um importante fundamento é que a pesquisa seja totalmente delineada antes de serem coletados os primeiros dados, sejam eles variáveis clínicas ou artigos de uma revisão bibliográfica. O investimen-to em planejameninvestimen-to assegura que não se perderá tempo no transcorrer do trabalho, e permite que o pesquisador estruture suas idéias sobre o tema desde o início, facilitando a redação do artigo.

O segundo ponto é que há uma estrutura para os artigos científicos que precisa ser obedecida - as revistas disponibilizam aos autores instruções a esse respeito. Ela pode ter particularidades em algumas áreas do conhecimento. Os relatos de caso em Ortodontia diferem estruturalmente daqueles na área de Dentística. Entretanto, o modelo de referência para os artigos de pesquisa - comumente denominado IMReD (sigla derivada de Introdução, Material e Métodos, Resultados e Discussão) - é quase universal e foi formulado após décadas de evolução na preparação de artigos. A adesão a esse arquétipo ocasiona a reprodutibilidade da pesquisa e fluidez, além da agradabilibilidade no texto.

A importância deste último ponto, o texto, é muitas vezes subestimada pelos autores. Talvez exista a tendência de acreditar que a qualidade da informação técnica suplanta eventuais deficiências no vernáculo. Entretanto, é inevitável que reviso-res e editoreviso-res, ao se depararem com um texto re-pleto de erros, perguntem a si mesmos: se o autor

não teve o cuidado de redigir adequadamente o trabalho, será que ele foi cuidadoso com o ensaio, com a coleta de dados, com a análise estatística? Essa questão sublinha a relevância da cuidadosa revisão da língua que, idealmente, deve ser feita por um profissional da área.

Ao final desses passos, revisões, não re-revisões, ou melhor, re-re-revisões são fundamentais. O último dos quatro preceitos de Descartes2 sobre

os quais se ergueu a ciência moderna foi “fazer em tudo enumerações tão completas e revisões tão gerais que eu tenha certeza de nada omitir”. Vários autores de artigos muito citados já me relataram que algo em torno de dez profundas revisões é uma atitude normal.

O cômputo de todo esse conjunto de esforços é gratificante e se justifica. Isso pode ser teste-munhado pela leitura dos artigos contidos nesse número.

O artigo destacado na capa propõe um ino-vativo sistema de forças para diminuir algumas resultantes indesejáveis na mecânica ortodôntica tradicional e é seguido por uma análise dos fatores que motivam os pacientes adultos a buscarem tratamento ortodôntico.

Um interessante trabalho de revisão trata da liberação de íons por biomateriais metálicos e mostra que devemos estar atentos a mais questões do que talvez estejamos.

Voltou à ordem do dia a forma do arco dentário inferior, devido às propostas de tratamento com expansão desse arco por diferentes sistemas de bra-quetes e arcos. Uma revisão da literatura apresenta o estado do conhecimento sobre o assunto.

Uma seqüência de artigos versa sobre resulta-dos de diferentes tratamentos e é acompanhada pela apresentação de um novo conceito, em relação à cárie dentária, que pode alterar futuras práticas clínicas.

Boa leitura, Jorge Faber Editor ED I T O R I A L

Artigos, artigos e mais artigos

1. GORLIN, R. J. Syndromes, syndromes and more syndromes.

J. Dent. Res., Alexandria, v. 75, no. 2, p. 732-35, 1996.

2. DESCARTES, R.Discurso do Método. 1 ed. São Paulo: Paulus.

Referências

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