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Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial vol.11 número6

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Academic year: 2018

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R Dental Press Ortodon Ortop Facial 15 Maringá, v. 11, n. 6, p. 15, nov./dez. 2006

O

Q U E H Á D E N O V O N A

O

D O N T O L O G I A

O reconhecimento facial é baseado na comparação das

faces com padrões pré-estabelecidos

* Doutor em Biologia - Morfologia, Laboratório de Microscopia Eletrôni-ca da Universidade de Brasília. Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Clínica privada focada no atendimento de pacientes adultos.

Jorge Faber*

A rica e imediata percepção de uma face familiar, incluindo sua identidade, expressão e mesmo intenção, é uma das mais impressionantes faculdades divididas pelo cérebro humano e de primatas não-humanos. O reconhecimento revela uma habilidade sofisticada de captar sutis variações morfológicas entre indivídu-os, já que não existem duas pessoas exatamente iguais. Esse processo se beneficia da caricaturização, ou seja, o exagero de alguns aspectos que se distinguem da norma, como, por exemplo, um dorso de nariz proe-minente. Apesar do grande número de trabalhos que se detém sobre a estética da face e os fatores prediti-vos de diminuição ou aumento de escores da beleza facial, um número relativamente restrito de artigos focou um aspecto relevante – como percebemos a di-ferença entre as faces?

Um grupo de pesquisadores publicou na revista Nature1 achados interessantes, que trazem

importan-tes dados a respeito dessa questão. Microeletrodos fo-ram posicionados em dois macacos (Macaca mulatta) na região do córtex inferotemporal anterior, extrace-lularmente. Essa área sabidamente contém neurônios que respondem à face e outros padrões visuais com-plexos. A seguir, faces foram apresentadas aos animais com alterações incrementais em diferentes sentidos do espaço. As modificações foram produzidas a partir de uma face padrão, obtida de escaneamentos a la-ser em 3D. As respostas neuronais foram monitoradas para cada face apresentada.

Os resultados dos neurônios testados foram mui-to consistentes. As células exibiram aumenmui-tos linea-res nos potenciais de ação em função da identidade facial. As células foram capazes de discriminar entre duas faces sutilmente diferentes nas séries sucessivas apresentadas, mesmo para diferenças muito abaixo dos níveis de reconhecimento sugeridos pelos dados comportamentais.

Esses achados sugerem que a identificação de uma face é o resultado de um processo interno de com-paração com um padrão básico (Fig. 1). Esse padrão é possivelmente construído após a exposição a inú-meras faces. O mecanismo baseado no padrão pode também explicar porque nosso reconhecimento da face é tão imediato e sem esforço e também porque, ao mesmo tempo, nós temos tão pouca percepção in-tuitiva de como realizamos essa tarefa.

O tópico abordado nesse artigo abre várias lacu-nas para pesquisas que podem elucidar importantes questionamentos na Odontologia. O primeiro é: será que a forma de identificação de um sorriso obedece ao mesmo mecanismo de uma face, ou seja, temos um padrão forjado por nossa exposição a vários sorrisos e distinguimos os vários fenótipos a partir da distân-cia do padrão? Caso a forma de identificação seja a mesma, será que o sorriso agradável é o padrão ou ele se distancia do padrão tanto quanto um sorriso desagradável, só que em direção oposta? Essas e ou-tras perguntas poderiam ser assuntos de interessantes pesquisas de mestrado e doutorado.

1. LEOPOLD, D. A.; BONDAR, IV; GIESE, M. A. Norm-based face encoding by single neurons in the monkey inferotemporal cor-tex. Nature, London, v. 442, p. 572-575, Aug. 2006.

Imagem

FIGURA  1  -  A  identificação  de  uma  face  é  um  processo  de  comparação  da distância relativa “D” da face padrão (no centro dos eixos cartesianos)  daquela sob análise

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