IMPLEMENTAÇO FINAL DO MÓDULO DE SAÍDA
DE UM TRANSCEPTOR DE RF A 900MHZ
EM SOC CMOS
José Edil Guimarães de Medeiros
Brasília, Julho de 2007
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
Fauldade de Tenologia
TRABALHO DE GRADUAÇO
IMPLEMENTAÇO FINAL DO MÓDULO DE SAÍDA
DE UM TRANSCEPTOR DE RF A 900MHZ
EM SOC CMOS
José Edil Guimarães de Medeiros
Relatório submetido ao Departamento de Engenharia
Elétria omo requisito parial para obtenção
do grau de Engenheiro Eletriista
BanaExaminadora
Prof. JoséCamargodaCosta,ENE/UnB
Orientador
Prof. JanaínaGonçalvesGuimarães,ENE/UnB
Co-orientadora
Prof. PauloH.PortelaCarvalho,ENE/UnB
Examinadorinterno
Eng. WagnerA. Araújo,BrasilSemiondutores
Examinadorexterno
Aos meus melhores amigos: meus pais...
José Edil Guimarães deMedeiros
Agradeço aos meus paispor riarem asondições para que eu pudesse estudar numa das
melhores esolas de nível superior do Brasil. A meus irmãos Ério, Gabriel e Gabriela
pelo apoioe pelas horasde desontração ao longo davida.
A minha namorada Lidia, e a toda sua família, pelo amor e ompreensão que sempre
tiveram omigo. Voês são minha segunda família.
Aos meus professores e amigos José Camargo da Costa, Janaína Gonçalves Guimarães
e Paulo H. Portela de Carvalho, pela dediação a Universidade e a seus alunos. Aos
amigoseengenheirosGilmarS.Beserra, Éder GillianS.Beserra,Hélder H.Guimarães,
Genival M. de Araújo, Fernando M. L. Tavares e aos outros amigos do LTSD/LPCI.
Aos ompanheiros doLEMOM, Charles, Leonardo e Nassif. Um agradeimento espeial
ao engenheiro e amigo Wagner A. Araújo pela amizade, pela ajuda na onlusão deste
texto e por aeitar partiipar daminha bana deavaliação.
A todo o pessoal daminha turma deEngenharia, desejo muitosuesso para todos voês.
A todos aqueles que de forma direta ou indireta me ajudaram a hegar até aqui, muito
obrigado.
José Edil Guimarães de Medeiros
Opresentetrabalho apresenta umpropostade arquiteturaparatranseptorde RFparaapliação
emSoC CMOS pararede de sensores sem o. Foi feita a revisão da arquitetura espeiada em
trabalhos anteriores e observadas as suas vulnerabilidades. Também foram propostas topologias
paraintegração dotranseptornosistemaemhipdo qualelefaráparte. Adesriçãoapresentada
nestetextoirá orientar odesenvolvimento dosiruitosde rádiointegrantes dosistemaemhip.
1 Introdução... 1
1.1 O SoC-SCI... 1
1.2 Definição do problema ... 2
1.3 Objetivos doprojeto... 2
1.4 Apresentação do manusrito... 3
2 Revisão Bibliográfia... 4
2.1 Arquiteturas de reeptores de rádio... 4
2.1.1 Reeptor om freqüênia de rádio sintonizada... 4
2.1.2 Reeptor super-regenerativo... 5
2.1.3 Reeptor super-heteródino... 6
2.1.4 Reeptor de onversão direta... 8
2.1.5 Reeptores digitais... 8
2.2 Ténias de modulação digital... 9
2.2.1 Análise espetral de sinais digitais em banda passante ... 9
2.2.2 Modulação emamplitude... 11
2.2.3 Modulação emfreqüênia... 12
2.2.4 Modulação emfase... 13
2.2.5 Deteção ótima... 13
2.2.6 Deteção oerente de sinais OOK, BPSK e FSK ... 14
2.2.7 Envoltória de um sinal senoidal om ruído ... 16
2.2.8 Deteção não-oerente de sinais OOK... 17
2.2.9 Deteção não-oerente de sinais FSK... 18
2.2.10 Comparação entre os esquemas de modulação digital... 19
2.3 Projeto de sistemas de rádio... 19
2.3.1 Sensibilidade ... 20
2.3.2 Figura de ruído... 21
2.3.3 Banda... 21
2.3.4 Compressão de ganho ... 22
2.3.5 Ponto de intereptação de tereira ordem... 22
2.4 O transeptor de RF original... 22
3 Metodologia... 25
3.1 Fluxos de projeto de iruitos integrados ... 25
4 Projeto... 28
4.1 Espeifiação da seção analógia... 28
4.2 Projeto da seção digital ... 30
4.2.1 Desrição doontrolador digitaldo transeptor ... 30
4.2.2 Code Manhester... 32
5 Resultados... 35
5.1 Simulações... 35
5.1.1 Alane... 35
5.1.2 Sensibilidade ... 35
5.1.3 Máquina de ontrole do transeptor ... 36
5.2 Impato da arquitetura nodesempenho geral do sistema... 36
5.3 Topologia final... 37
6 Conlusões... 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 42
Anexos... 44
I Códigos Matlab... 45
II Simulação da máquina de estados do transeptor... 47
1.1 Estrutura dosistemade ontrole de irrigação... 2
1.2 Estrutura donó dosistema deontrole de irrigação... 2
2.1 Reeptor de rádio omfreqüênia sintonizada ... 4
2.2 Diagrama de bloosde umreeptorsuper-regenerativo [7℄... 5
2.3 Reeptor super-heteródino... 6
2.4 Problema deimagem na reepção heteródina[8℄... 7
2.5 Mixer derejeição deimagem propostopor Hartley[8℄ ... 7
2.6 Arquiteturas de reeptores digitais... 9
2.7 Formas deonda paraasmodulaçõesdigitais maissimples(ASK,PSKe FSK)... 10
2.8 Densidade espetralde potênia da modulação ASK[18℄... 12
2.9 Detetor baseado emltroasado... 14
2.10 Detetor de orrelação... 15
2.11 Comportamento da função densidade de probabilidade para o envelope de uma senóide maisruído [18℄... 17
2.12 Reeptor OOK nãooerente... 17
2.13 Densidades de probabilidade paraOOK não-oerente[18℄... 18
2.14 Detetor não-oerente parasistemaFSK... 19
2.15 Probabilidade de erro debit paraalgumasmodulaçõesdigitais... 20
2.16 Arquitetura original dotranseptor de RFpara oSoC-SCI [21℄ ... 23
3.1 Metodologia de projeto deiruitos integrados... 26
4.1 Arquitetura propostaparao transeptor deRF... 28
4.2 Data slier utilizado omo omparador... 30
4.3 Diagrama de estadosdamáquina de ontrole dotranseptor de RF... 32
4.4 Símbolos utilizadosna odiação Manhester... 33
4.5 Diferentes posiçõespara abordadesubida na odiação Manhester... 34
5.1 Comportamento da potênia reebidapela distâniapropagada... 36
5.2 Comportamento da sensibilidade frente a gura de ruído... 37
5.3 Simulação damáquina deestadosdo ontrole do transeptor deRF... 38
5.4 Arquitetura ompletado transeptor de RF... 39
2.1 Comparação entresistemas de modulaçãodigital... 19
2.2 Espeiações originaisdotranseptor de RFdo SoC-SCI... 22
4.1 Desriçãodos registradoresde RF... 30
4.2 Desriçãodo registrador$RFC0... 31
4.3 Desriçãodo registrador$RFC1... 31
4.4 Resumo dosmodosde operaçãodo transeptor ... 31
4.5 Sinaisde saída damáquina deontrole do traneptor... 32
4.6 Tabela-verdade paradeodiação Manhester... 34
5.1 Espeiações paraotranseptor de RF... 38
Siglas
ADC Analogto Digital Converter Conversor analógio-digital
ANATEL AgêniaNaional de Teleomuniações
ASK Amplitude ShiftKeying Modulação por haveamento deamplitude
CMOS Complementary Metal-Oxide Semiondutor
Embrapa EmpresaBrasileirade Pesquisa Agropeuária
FSK FrequenyShift Keying Modulaçãoporhaveamento de freqüênia
ISM Industrial,Sienti and Medial
LNA Low-Noise Amplier Ampliador de baixo ruído
LPF Low-pass Filter Filtropassa-baixa
NAMITEC Tenologias de Miroe NanoeletrniasparaSistemasIntegradosInteligentes
NF NoiseFigure Figura deruído
OOK On-OKeying
PA PowerAmplier Ampliador depotênia
PSK PhaseShiftKeying Modulação por haveamento de fase
RF Radio-Frequeny Freqüênia de rádio
SCI Sistemade ontrole deirrigação
SoC Systemon Chip Sistema emhip
VHDL VHSICHardwareDesription Language
VHDL-AMS Analogand Mixed-SignalVHDL
Introdução
Estetrabalho apresenta arevisão dasespeiaçõesparao transeptor de rádio-freqüêniade
umsistema emhip. Tambémserá apresentadaaespeiaçãodamáquina digital deontrole do
módulodeomuniação ede suaomuniação omaseção digital dosistema.
1.1 O SoC-SCI
Aagriultura setransformou emumaatividade extremamenteomplexa, prinipalmenteapós
a primeira fase da Revolução Industrial. Desde então, a automação do trabalho no ampo e as
resentes pesquisas no setor têm levado ao aumento na produtividade dos produtos agríolas.
O uso da tenologia da informação para a obtenção de dados mais preisos sobre as ondições
ambientais deuorigemàhamada AgriulturadePreisão. Nestamodalidade, oampode ultivo
é segmentado em áreas menores, possibilitando a apliação de água e fertilizantes neessários às
demandas loais, em quantidade e tempo adequados, otimizando o uso de insumos agríolas e
provendo maiorprodutividade eluratividade [1℄.
AUniversidadedeBrasília,empareriaomaEmbrapaeoNAMITEC,partiipadodesenvol-
vimento de um sistemade ontrole de irrigação visando à otimização do usode reursos hídrios
na agriultura brasileira. Este sistema é onstituído de três elementos básios: nós, estação de
ampo eestação de base, onforme mostraa Figura1.1[2℄.
Osnóssãoospontosdemediçãoeatuaçãonaáreadeultivo. Suafunçãoéoletarproessare
transmitirasinformaçõesreferentesaoestadodosolo(temperatura eumidade),alémde ontrolar
osistemade irrigação referenteà sualoalidade. Asestaçõesde ampo podemseomuniar om
até255 nósespalhados em umaárea de até100 hetares, reebendo dados e retransmitindo para
aestação de ampo queonentra asinformaçõesdo sistemaparaa tomadade deisões.
Cada nó do sistemaserá onstituído de sensores de umidade e temperatura, baterias e painel
solar,umatuadorparaaionamentodosistemadeirrigação,antenaeumsistemaemhip,onforme
mostradona gura1.2.
OhipéformadoporummiroproessadorRISCde16bits,memóriasRAMeROM,interfaes
analógiasedigitais eumtranseptor deRF.Aomuniaçãodosnósviarádioiráoperarnafaixa
Figura1.2: Estrutura donó dosistema deontrole de irrigação
ISMde915MHz a928MHz[3 ℄.
1.2 Denição do problema
Analisar osproblemas enontrados naespeiaçãooriginaldo transeptorde RF[2℄e propor
umanova arquiteturaparaa seçãode RFdo SoC-SCI.
1.3 Objetivos do projeto
Formular a espeiaçãonal do transeptor de RFdo sistema emhip em desenvolvimento.
Veriar a espeiação através de modelagem apropriada e simulação. Detalhar a omuniação
entre obloo de rádioe asoutras seçõesdo sistemaemhip.
Noapítulo2 éfeitaumarevisãobibliográa sobre otemadeestudo. Em seguida,oapítulo
3 desreve a metodologia empregada no desenvolvimento do projeto. A desrição dosiruitos é
apresentadanoapítulo4,seguidadosresultadosedisussõesnoapítulo5. Oapítulo6apresenta
asonlusõesdotrabalho. Osanexosontêm material omplementar.
Revisão Bibliográa
Neste apítulo serão revistas algumas arquiteturas de reeptores de rádio, parâmetros impor-
tantes para o projeto de sistemas sem o e algumas ténias de modulação digital. A intenção
não é esgotar o assunto, mas sim, apresentar alguns dos oneitos teórios estudados durante o
desenvolvimento deste trabalho.
2.1 Arquiteturas de reeptores de rádio
Em geral, é o reeptor que determina o desempenho geral de um sistema de rádio. As prin-
ipais onsiderações que devem ser observadas para a esolha de uma topologia para o reeptor
envolvem simpliidade, usto, tamanho e onsumo de potênia. Oreeptor super-heteródino é o
maisutilizado emapliaçõesdeurta distânia,masoonheimento deoutras topologiaspermite
aoprojetista seleionara maisadequada paraasuaapliação [4℄.
2.1.1 Reeptor om freqüênia de rádio sintonizada
Coneitualmente, o reeptorsintonizado é o maissimples. Conforme mostrado na Figura2.1,
aantenaé seguida por umltro passa-faixaouumiruito sintonizado nafreqüênia desejada. O
sinalreebidoéampliado e entãodetetado, geralmente por umdetetorde envoltória. Osinal
embanda-base éentãoentregue aumomparador pararestaurar osníveis digitais de tensão.
Figura2.1: Reeptor derádio omfreqüênia sintonizada
O ganho de tensão que pode ser obtido é limitado porque ampliadores de alto ganho em
freqüêniasna faixa de UHF estão sujeitos a realimentação positiva ausada por elementos para-
sitas, o que pode levar a instabilidade do ampliador. Este fatolimita a sensibilidade que pode
seralançada por estetipodetopologia, fazendoomqueelasósejaapliadaemlinksde alane
resou qualquer outra fonte radiante, o que minimizao ruído gerado pelo transeptor no restante
dosistemaemhip [5 ℄.
2.1.2 Reeptor super-regenerativo
Esta topologia foiinventada em1922 por Armstrong [6℄ e amplamente utilizada até a déada
de1950,quandofoigradualmente substituídapeloreeptorsuper-heteródinodevido asuamelhor
seletividade. A melhoria das ténias utilizadas na onepção de iruitos integrados analógios
tornoupossívelaumentara banda e asensibilidade deste tipo de reeptor, tornando-o novamente
atrativo paraapliaçõesde urta distânia.
A Figura2.2mostrao prinípio defunionamento doreeptor super-regenerativo [7℄.
(a)Reeptorsuper-regenerativo
(b)Envoltóriadosinaldesaídadoosilador
Figura2.2: Diagramade bloos deumreeptor super-regenerativo [7℄
Osistemaonsisteemumosiladorformadopelobloodeganho
A
epelaredederealimentação seletivaβ
. A entrada de RF introduz energia vinda da antena aumentando o tempo neessárioparaqueo iruitoomee aosilar. O sinalQ,gerado internamente, modia oganho de malha
fehada do sistemaperiodiamente, removendo oupromovendo a ondiçãode osilação.
Semsinais de RF,o tempo de partida do osilador éxado pelos parâmetros do sistema. Um
sinalinjetadonoosiladorirámodiarotempodepartidadarede,onforme mostradonaFigura
2.2(b). Otamanho desta modiação depende da potênia do sinal reebidoe da diferença entre
desteosilador reete apotênia do sinaldeRFinjetado no sistema.
Apesar de sua grande sensibilidade e simpliidade, o reeptor super-regenerativo apresenta
algumasdesvantagens: re-irradiaruídoparaosiruitosposiionadosemtornodobloo,ébastante
sensível a interferênias e só pode ser utilizado em onjunto om modulações ASK ou FSK (om
deteçãopor envoltória).
2.1.3 Reeptor super-heteródino
Aonguração super-heteródinaé amaisutilizada para omuniação via rádio. Sua operação
onsiste em levar os sinais reebidos para uma freqüênia intermediária onde seja mais fáil am-
pliar,ltraredetetarosinalreebido. Obomdesempenho destatopologia épossívelpelofato
de que os estágios de ltragem e ampliação são realizados em uma freqüênia que não muda
onforme se altera o anal de reepção. Além disto, em baixas freqüênias, é possível realizar
ampliadoresde maiorganho sem orisode instabilidade [4 ℄.
AFigura2.3mostraaonstruçãobásiadeumreeptordestetipo. Aantenaéseguidaporum
ltropassa-faixa,responsávelporatenuar todosossinaisforadabandadeatuaçãodoreeptor. O
ampliador de RFé normalmente umampliador de baixo-ruído (LNA) sintonizado que pode
inorporarafunçãodoltrodeentradadosistema. Omixer multipliaossinaisderádioreebidos
pelo sinais de umsintetizador de freqüênias loal ajustável. Na saída do mixer obtêm-se sinais
entradosem
ω RF +ω LOeω RF − ω LO,ondeω RF éafreqüêniadosinaldeRFeω LO éafreqüênia
ω RF éafreqüêniadosinaldeRFeω LO éafreqüênia
doosiladorloal. Oltronasaída domixer é ajustadopararejeitarumadestasduasfreqüênias
geradas. Tem-se,então,umsinalanálogoaoreebidopelaantenamasentradoemumafreqüênia
maisbaixa, hamada de freqüênia intermediária (
ω IF). Este sinal pode agora ser ampliado e
demodulado. Em umreeptorde dadosdigitais,umondiionador desinaiséadiionadonasaída
dodemodulador para restaurar osníveis lógios dosistemadigital.
Figura2.3: Reeptorsuper-heteródino
Odiagrama daFigura2.3 mostraapenasa onguração básia. Algumas variaçõessão larga-
menteutilizadasparamelhorar odesempenho geral dosistema, omopor exemplo,ousode duas
freqüêniasintermediárias.
O uso de freqüênias intermediárias no proesso de demodulação faz surgir o problema da
freqüênia imagem. Este fenmeno surgeporque ummultipliador analógionão preserva a pola-
ridadedadiferençadefreqüêniaentreosdoissinaisdeentrada, istoé,para
x 1 (t) = A 1 cos(ω 1 t)
ex 2 (t) = A 2 cos(ω 2 t)
oprodutodex 1 (t)
ex 2 (t)
(onsiderando apenasabandainferior)teráaformacos(ω 1 − ω 2 )t
, sem diferença decos(ω 2 − ω 1 )t
[8℄. Assim, emum reeptor heteródino, as bandas loalizadas simetriamente emrelação aω LO sãoonvertidas para amesma freqüênia, onforme
mostradona Figura2.4. Se abanda de interesse está entrada emtorno de
ω 1 (= ω LO − ω IF),a
imagemestará emtorno de
2ω LO − ω 1 (= ω LO + ω IF).
Figura2.4: Problema de imagemna reepção heteródina[8℄
Este problema de imagem degrada a reepção pois permite que umsinal interferente atueno
sistema. Mesmo na ausênia de uminterferente, o ruído presente na banda da imagem degrada
a relação sinal-ruído do reeptor de aproximadamente
3dB
. A solução para este problema estánousode um ltro derejeição de imagem, posiionado antes domixer. Esteltro deve terbaixa
atenuação na banda de interesse e alta rejeição na freqüênia da imagem, dois requisitos que só
podemserrespeitadossea freqüênia
ω IF for suientemente alta.
Outra solução freqüentemente adotada em reeptores de rádio de baixo usto [9 , 10, 11, 12 ℄
onsistenautilizaçãodeummixer omrejeiçãodeimagem. Umadassoluçõesmaisutilizadaséa
arquiteturade Hartley[13 ℄, mostradana gura 2.5.
Figura2.5: Mixer de rejeiçãode imagemproposto por Hartley [8℄
Supondo que o sinal de entrada do mixer seja
x(t) = A RF cos(ω RF t) + A IM cos(ω IM t)
, ondeo primeiro termo representa o anal de interesse e o segundo termo a imagem. Assumindo que
a freqüênia do osilador loal seja menor que a freqüênia da portadora de rádio, de forma que
ω RF − ω LO = ω LO − ω IM. Nos pontosA
eB
,teremos
x A (t) = A RF
2 sen(ω LO − ω RF )t + A IM
2 sen(ω LO − ω IM )t
e
x B (t) = A RF
2 cos(ω LO − ω RF )t + A IM
2 cos(ω LO − ω IM )t.
Noponto
C
teremosx C (t) = A RF
2 cos(ω RF − ω LO )t − A IM
2 cos(ω LO − ω IM )t.
Nasaída do mixer obtém-se
A RF cos(ω LO − ω RF )t.
A prinipal desvantagem desta arquitetura é sua sensibilidade a desasamento entre os om-
ponentes de iruito. Apesar disto, implementações em tenologia CMOS que alançam rejeição
de imagem da ordem de 30dB e ganho de onversão da ordem de 20dB já foram reportados na
literatura[14,15 ℄.
2.1.4 Reeptor de onversão direta
Oreeptordeonversão direta,ouhomódino, seassemelhabastanteaosuper-heteródinomos-
tradonaFigura2.3,masnesteaso,afreqüêniaintermediáriaézero. Nestaarquitetura,aimagem
oinideomo sinaldesejado,não sendoumproblema.
Olado negativo desta topologia onsiste no fatode que o osilador loal deve sersintonizado
na mesmafreqüênia do sinaldesejado, riando potenial para interferêniasdevido à injeção do
sinaldoosilador no sinaladvindo daantena.
Aoutilizarestetipodereeptoromumamodulaçãoemamplitude,surgeumproblemadevido
àfaltadesinroniaentreafasedaportadorae afasedosinalprovenientedoosiladorloal. Para
x 1 (t) = A(t) cos(ω 1 t + θ 1 )
ex 2 (t) = cos(ω 1 t + θ 2 )
, a saída do mixer após umltro passa-baixas seráA(t) cos(∆θ)/2
,onde∆θ
éadiferençade faseentreaportadora dosinaldesejado eosinaldoosilador loal. A eliminaçãodeste fator de atenuaçãopode ser feita através douso deum Phase
loked loop.
2.1.5 Reeptores digitais
Os reeptores digitais vêm ganhando popularidade em apliações de urta distânia devido à
reduçãodosustosdeomponentesomapaidadedeproessamentodigitaldesinaiseaoaumento
nademandaporsoluçõesommelhordesempenhoequeatendamosrequisitosdemúltiplospadrões
deomuniação [4℄.
Asduasarquiteturas básiassão mostradasna Figura2.6. Na primeira (Fig. 2.6(a)), a amos-
tragem e onversão analógio-digital são realizadas na freqüênia do sinal de rádio. A segunda
(Fig. 2.6(b)) onsiste emuma arquitetura super-heteródina onde a onversão analógio-digital é
realizada após a redução da freqüênia do sinal de rádio. A ltragem e demodulação são feitas
nodomínio digitalpara ambososasos. Estaabordagem permiteatender a múltiplos padrõesde
omuniação operando embandasdiferentes, alémde ofereerganhosom relaçãoaoonsumo de
potênia,áreado iruito,ustoe osumode energia quandoomparada asoluçõesmaistradiio-
nais[16 ℄.
(b)Reeptordigitalomfreqüêniaintermediária
Figura2.6: Arquiteturas dereeptores digitais
2.2 Ténias de modulação digital
Sistemas de omuniação digital são geralmente mais omplexos que os sistemas analógios.
Entretanto, esquemas digitais de omuniação apresentam uma série de vantagens que ompen-
sam este aumento de omplexidade: são mais bem adaptados para transmissão de dados, maior
possibilidade de integração om a eletrnia digital de proessamento de sinais, as informações
sãofailmenteodiadas visandoompressão,há apossibilidade dousodeódigos delinha para
minimizarefeitos deruído edistorção, entre outras [17 ℄.
Emsistemasdigitaisde RF,aportadoraémoduladapor umsinalbandabasedigital. Agura
2.7 ilustra as formas de onda para as modulações binárias em amplitude (ASK), fase (PSK) e
freqüênia(FSK).
2.2.1 Análise espetral de sinais digitais em banda passante
Qualquer sinalmoduladopodeser representadopordois sinaisem quadratura
x c (t) = A c [x i (t) cos(ω c t + θ) − x q (t) sen(ω c t + θ)],
(2.1)onde
ω c,A c e θ
representam afreqüênia,a amplitudee afasedaportadora esãomantidos ons-
tantes. Ostermos x i (t)
e x q (t)
ontêm ainformação e representam asomponentes emfase e em
quadratura, respetivamente. Considerando que x i (t)
ex q (t)
sãoestatistiamenteindependentes,
θ
representam afreqüênia,a amplitudee afasedaportadora esãomantidos ons- tantes. Ostermosx i (t)
ex q (t)
ontêm ainformação e representam asomponentes emfase e em quadratura, respetivamente. Considerando quex i (t)
ex q (t)
sãoestatistiamenteindependentes,adensidade espetralde potênia de
x c (t)
pode seresrito naformaG c (f ) = A 2 c
4 [G i (f − f c ) + G i (f + f c ) + G q (f − f c ) + G q (f + f c )],
onde
G i (f )
eG q (f )
representam adensidade espetraldepotêniadasomponentes emfasee em quadratura.Introduzindoa notaçãoparao espetro depotênia embanda base
G bb (f ) = G i (f ) + G q (f ),
obtem-se
G c (f ) = A 2 c
4 [G bb (f − f c ) + G bb (f + f c )].
Assim,porsimplestranslaçãonafreqüênia,épossívelobteroespetroembandapassanteapartir
doespetro embanda basede umsinal.
Assumindo quea omponenteemfaseé umsinaldigital naforma
x i (t) = X
k
a k p(t − k/r),
(2.2)onde p(t) é a função que dene a forma do pulso utilizado,
r = 1/D
é a taxa de transmissão ek = 0, 1, 2, · · ·
;seu espetrode potênia podeser esrito omo[18℄G i (f ) = σ a 2 | P (f ) | 2 + (m a r) 2
∞
X
n= −∞
| P (nr) | 2 δ(f − nr),
(2.3)onde
σ adenotaa variâniadosinal(denida omoo valorrms dosinal), m a representa aompo-
nente d dosinal e
P(f )
éa densidade espetralde potênia da funçãop(t)
. A mesma expressãoseaplia para a omponente em quadratura se esta for uma forma de onda digital independente
daomponente em fase.
No asoda transmissão depulsosquadrados,
p(t) = u(t) − u(t − D) =
( 1 0 ≤ t ≤ D
0
aso ontrário (2.4)ujatransformada de Fourier gera
| P (f ) | 2 = D 2 sinc 2 (f D) = 1
r 2 sinc 2 f
r .
(2.5)Como
| P (f ) | 2 nãoé limitadoem bandapara oaso depulsosquadrados, é neessárioque f c ≫ r
paraproduzirumsinalbanda passante.
2.2.2 Modulação em amplitude
No aso geral, uma forma de onda ASK M-ária tem
M − 1
valores disretos não-nulos deamplitude. Como não há variações de fase, a omponente em quadratura pode ser onsiderada
zero. Esrevendo a omponente em fase omo na equação 2.2, om
k = 0, 1, 2, · · · , M − 1
, eutilizandoo pulso quadradodenido na equação2.4, obtém-se
m a = M − 1
2 σ 2 a = M 2 − 1
12 .
(2.6)Utilizando aequação 2.3obtém-se
G bb (f ) = G i (f ) = M 2 − 1 12r sinc 2 f
r + (M − 1) 2
4 δ(f ).
(2.7)A gura 2.8 mostra o espetro em banda passante de umsinal ASK. A maior parte do sinal
estáontidanafaixa de
f c ± r/2
eéusualestimarabandade transmissãoomosendoB T ≈ r
. SeumsinalASK representa dados binários a umtaxa de
r b = r log 2 M
, então a eiênia espetraldesteesquema será
r b
B T ≈ log 2 M bps/Hz.
(2.8)OsistemaOOK(on-okeying)éoqueapresentaapioreiêniaespetral,pois
r b /B T ≈ 1bps/Hz
quando
M = 2
. É possível dobrar a eiênia do sistema ASK utilizando a omponente emquadratura para transmitir informação. Esta ténia é hamada QAM (Quadrature Amplitude
Modulation).
2.2.3 Modulação em freqüênia
Considerando um sinal FSK de fase ontínua, isto é, não são permitidas variações de fase
durante ohaveamento da freqüênia,pode-se esrever
x c (t) = A c
X
k
cos(ω c t + θ + ω d a k t)p d (t − kD),
onde
f k = f c + f d a k a k = ± 1, ± 2, · · · , ± (M − 1).
A ontinuidade da formade onda é garantida emt = kD
se2ω d D = 2πN
,onde N é uminteiro.Asrelaçõesa seguirdenemumaversão binária onheida omo FSK deSunde.
M = 2 D = T b = 1/r b N = 1 p D (t) = u(t) − U (t − kT b )
f d = r b /2.
Apósexpansãotrigonométria de
x c (t)
e usandoofatode quea k = ± 1
,pode-seesrevercos ω d a k t = cos ω d t sen ω d a k t = a k sen ω d t
x i (t) = cos πr b t
(2.9)x q (t) = X
k
Q k p(t − kT b) Q k = ( − 1) k a k ,
(2.10)onde
p(t) = sen(πr b t)[u(t) − u(t − T b )].
Odensidade espetralde potênia destesinalserá
G bb (f ) = 1 4 h
δ f − r b
2
+ δ f + r b
2 i
+ r b | P (f ) | 2 ,
(2.11)| P(f ) | 2 = 4 π 2 r 2 b
cos(πf /r b ) (2f /r b ) 2 − 1
2
.
Apesar do lobo prinipal do espetro de potênia neste aso ser era de 50% maior que nas
modulações ASK e PSK, a banda é usualmente denida omo
B T ≈ r b por ausa da diminuição
muitomaisaentuadada energia foradesta bandaquando omparada omosoutros esquemas.
2.2.4 Modulação em fase
UmsinalPSKpodeser expressona formageral
x c (t) = A c X
k
cos(ω c t + θ + φ k )p D (t − KD),
paraointervalode tempo
kD < t < (k + 1)D
. Esrevendo naforma emquadratura,x i (t) = X
k
I k p D (t − kD) x q (t) = X
k
Q k p d (t − kD),
(2.12)onde
I k = cos φ k Q k = sen φ k .
Geralmenteseutiliza
φ k = π(2a k + N )/M a k = 0, 1, · · · , M − 1
deforma agarantir a maiordistânia entre asfasesutilizadas paramodulação.
Supondo que as omponentes em fase e em quadratura são estatistiamente independentes,
obtém-se
G bb (f ) = 2 r
2 | P D (f ) | 2 = 1
r sinc 2 f
r .
(2.13)Comparandoeste resultado omoobtido paramodulação ASK, onlui-sequea modulação PSK
émaiseiente emtermosdepotêniapor nãoenviarumaomponentedisreta omaportadora,
masmantém amesma bandaoupada.
2.2.5 Deteção ótima
Esrevendo a equação 2.1de maneiramaisgeral,obtém-se
x c (t) = A c
("
X
k
I k p i (t − kT b )
#
cos(ω c t + θ) −
"
X
k
Q k p q (t − kT b )
#
sen(ω c t + θ) )
.
Parasistemasoerentesprátios, aportadoradevesersinronizadaomaondamodulantedigital.
Assim,
θ = 0
ef c = N c /T b = N c r b ,
(2.14)onde
N c é uminteiro grande. Assim
x c (t) = A c X
k
[I k p i (t − kT b ) cos ω c (t − kT b ) − Q k p q (t − kT b ) sen ω c (t − kT b )] .
(2.15)Reduzindo anotação paraonsiderar ointervalode apenas umbit, obtém-se
x c (t) = s m (t − kT b ) kT b < t < (k + 1)T b ,
(2.16)onde
s m (t) = A c [I k p i (t) cos ω c t − Q k p q (t) sen ω c t]
representa asformasde ondadosbits da mensagem(
s 0 (t)
param = 0
es 1 (t)
param = 1
).AFigura2.9mostraaarquiteturadoreeptorótimo. Osinalltradomaisoruídoéamostrado
em
t k = (k + 1)T b,o m do intervalodo bit, e omparado om umvalor de limiar pararestaurar
o bit da mensagem. Deve-se esolher h(t) (a resposta ao impulso do ltro) e o valor de limiar
V
de modo a reduzir a probabilidade de erro na deteção:h(t) = K[s 1 (T b − t) − s 0 (T b − t)]
eV = (z 1 + z 0 )/2
,ondez m (t) = s m (t − kT b ) ∗ h(t)
[18℄.Figura2.9: Detetor baseadoem ltroasado
Épossíveltambémimplementarumdetetorótimoutilizandoaarquiteturamostradanagura
2.10, que só requere dois multipliadores e dois integradores, além de ópias de
s 0 (t)
es 1 (t)
geradas loalmente. Este tipode sistema é hamado de detetor de orrelação porque ele alula
a orrelação entre o sinal reebido om ruído e as ópias loais sem ruído. É importante dizer
também que os detetores baseados em ltros asados e os de orrelação só são equivalentes no
instantede amostragem.
Para odetetorde orrelação,
V = K(E 1 − E 0 )/2
,ondeE m é a energia dobit.
2.2.6 Deteção oerente de sinais OOK, BPSK e FSK
Asformasde ondaparaa modulação OOKpodemser esritasomo
s 1 (t) = A c p T b (t) cos(ω c t) s 0 (t) = 0.
A ondição
f c = N c /T b implia que s 1 (t − kT b ) = A c cos(ω c t)
para qualquer intervalo de bit não
nulo.
Neste esquemade modulação,
E 0 = E 10 = 0
eE 1 = A 2 c
Z T b
0
cos 2 ω c tdt = A 2 c T b 2
1 + sinc 4f c r b
≈ A 2 c T b 2 .
Assim,
E b ≈ A 2 c T b /4
e o limiar de omparação deve seresolhido de forma queV = KE b. Neste
aso, aprobabilidade de errode bit será
P e = Q( p
E b /N 0 ) = Q( √ γ b )
,ondeQ(x)
éa função erroomplementar, denida omo
erfc(x) = 2
√ π Z ∞
x
e − t 2 dt
.
Considerando o asoda modulação BPSK,
s 1 (t) = A c p T b (t) cos ω c t s 1 (t) = − s 1 (t).
Segueque
E b = E 1 = E 0 = A 2 c T b /2 E 10 = − E b
e
P e = Q( p
2E b /N 0 ) = Q( p 2γ b ).
O sistema BPSK neessita da metade da energia de bit para obter a mesma performane da
modulaçãoOOK, mantidos osoutros parâmetros onstantes.
Considerando agoraa modulação FSKom desloamento de freqüênia
± f d e formasde onda
s 1 (t) = A c p T b (t) cos 2π(f c + f d )t
e
s 0 (t) = A c p T b (t) cos 2π(f c − f d )t.
Quando
f c ± f d ≫ r b,E b ≈ A 2 c T b /2
eE 10 = E b sinc(4f d /r b )
. Sef d = r b /2
(FSKdeSunde),E 10 = 0
e a probabilidade de erro será a mesma da modulação OOK. É possível obter uma performane
melhornoesquema FSK permitindo desontinuidades de fasena formade onda, masisto implia
emgrandeaumento naomplexidade doreeptor eno aumento da banda utilizada.
Antes de omentar os esquemasde deteção não-oerente, é onveniente analisar a envoltória
deumsinalsenoidal sobinuêniade ruído.
Considere uma senóide
A c cos(ω c r + θ)
mais ruído gaussiano om média zero e variâniaσ 2.
Utilizando aexpansãoem quadratura
n(t) = n i (t) cos(ω c t + θ) − n q (t) sen(ω c t + θ)
pode-seesreverasoma omo
A c cos(ω c t + θ) + n(t) = A(t) cos[ω c t + θ + φ(t)].
Em qualquerinstante
t
,A = q
(A c + n i ) 2 + n 2 q φ = arctan
n q A c + n i
.
A função densidade de probabilidade da envoltória do sinal para o aso geral será dada pela
distribuiçãode Riian [18 ℄:
p A (A) = A
σ 2 e − (A 2 +A 2 c )/2σ 2 I 0 A c A
σ 2
A ≥ 0,
(2.17)onde
I 0 (v)
representa a função de Bessel modiada de primeiro tipo e de ordem zero, denidaomo
I 0 (v) = 1 2π
Z π
− π
exp(v cos φ)dφ,
(2.18)eom apropriedadeque
I 0 (v) ≈
( e v 2 /4 v ≪ 1
e v
√ 2πv v ≫ 1 . (2.19)
A Figura 2.11 mostrao omportamento da distribuição de Riian a medida que a razão
A/σ
setornamaior.
Quando
A c = 0
,ouseja, apenasoruídoestápresente,A
sereduzaoenvelopedoruídoA nom
afunção densidade de probabilidade sendodada peladistribuição deRayleigh
p A n (A n ) = A n
σ 2 e −A 2 n /2σ 2 A n ≥ 0.
(2.20)No outroextremo,quando
A c ≫ σ
,adistribuição deA
será aproximadamentegaussianap A (A) ≈
r A
2πA c σ 2 e − (A − A c ) 2 /2σ 2 A c ≫ σ,
(2.21)ondefoiutilizada a propriedadepara
v ≫ 1
na equação 2.19.maisruído[18℄
2.2.8 Deteção não-oerente de sinais OOK
Emgeral,sistemasOOKsãoonebidosvisandosimpliidade. Aportadoranão ésinronizada
epodemos esrever paraumintervaloarbitrário de bit
x c (t) = A c a k p T b (t − kT b ) cos(ω c t + θ) a k = { 0, 1 } .
Asenergiasde bitsão
E 0 = 0
e (assumindof c ≫ r b)
E 1 = a c T b
2
1 + sen(2ω c T b + 2θ) − sen(2θ) 2ω c T b
≈ A 2 c T b 2 .
Assumindoquezeros e umssão igualmente prováveis,
E b = E 1 /2 ≈ A 2 c T b /4
.A Figura 2.12 mostra o esquema de reepção. O ltro passa-faixa é um ltro asado om
h(t) = KA c p T b (t) cos(ω c t)
que ignora a faseθ
. Dessaforma, quandoa k = 1
,a o valor de piodaenvoltória do sinalreebidoé
A b = KE b. EsolhendoK = A c /E b por onveniênia, temos
A 2 c /σ 2 = 4E b /N 0 = 4γ b .
Figura2.12: Reeptor OOKnão oerente
AFigura2.13mostraasfunçõesdensidadedeprobabilidadeondiionaisparaosistemaOOK
V ≈ A c 2
r 1 + 2
γ b ≈ A c
2 γ b ≫ 1.
Como nãosetem simetrianesta situação,
P e 1 6 = P e 0 quandoP e émínimo.
Figura2.13: Densidades de probabilidade paraOOKnão-oerente[18℄
Para manter a simpliidade, sistemas OOK requerem
γ b ≫ 1
para manter uma performanerazoáveleo limiar
V
énormalmenteesolhido omoA c /2
. Com estasonsiderações, asprobabili- dadesdeerro serãoP e 0 = Z ∞
A c /2
p A n (y)dy = e − A 2 c /8σ 2 = e − γ b /2 (2.22)
P e 1 = Z A c /2
0
p A (y)dy ≈ Q A c
2σ
= Q( √ γ b ) ≈ 1
√ 2πγ b e − γ b /2 γ b ≫ 1.
(2.23)Dasequações2.22e 2.23onlui-seque
P e 1 ≪ P e 0
quando
γ b ≫ 1
eP e = (P e 0 + P e 1 )/2 = 1
2 [e −γ b /2 + Q( √ γ b )] ≈ 1
2 e −γ b /2 γ b ≫ 1.
(2.24)2.2.9 Deteção não-oerente de sinais FSK
ExaminandoaFigura2.7, pode-sepereberquequea modulaçãoFSKbináriapodeser enten-
didaomo dois sinais OOK entrelaçados, om a mesma amplitude
A
, mas freqüênias diferentesf 1 = f c + f d e f 0 = f c − f d. Assim, a deteção não-oerente de sinais FSK pode ser reali-
zada utilizando o esquema mostrado na Figura 2.14, onde h 1 (t) = KA c p T b (t) cos(ω 1 t)
e h 0 (t) = KA c p T b (t) cos(ω 0 t)
. Novamente adotando K = A c /E b e notando que E b = E 1 = E 0 ≈ A 2 c T b /2
,
h 1 (t) = KA c p T b (t) cos(ω 1 t)
eh 0 (t) = KA c p T b (t) cos(ω 0 t)
. Novamente adotandoK = A c /E b e notando que E b = E 1 = E 0 ≈ A 2 c T b /2
,
tem-se
A 2 c /σ 2 = 2E b /N 0 = 2γ b .
Para garatir que os ltros separem de maneira eiente asfreqüênias
f 1 e f 0, de forma que
o ruído nas duas bandas não seja orrelaionado no instante da amostragem, deve-se utilizar o
espaçamento entre as freqüênias de forma a respeitar a ondição de Sunde,
f 1 − f 0 = 2f d. No
instantedaamostragem,quando
A k = 1
,aamostraobtidapeloramosuperiorsegueadistribuição deRiian enquanto a do ramo inferiorsegue a distribuição de Rayleigh e vie-versa paraa k = 0
.Seguindoproedimento análogo ao asoanterior, tem-se
P e 1 = P e 0 = P e
e
P e = 1
2 e − A 2 c /4σ 2 = 1
2 e − γ b /2 (2.25)
Apesar da probabilidade de erro ser muito pareida para
γ b ≫ 1
, o esquema FSK apresentatrês grandes vantagens sobre o esquema OOK: envelope onstante, probabilidades de erro iguais
paraosbits0 e 1e limiar deomparação
V = 0
.2.2.10 Comparação entre os esquemas de modulação digital
Neste trabalho, serão onsiderados apenas a eiênia espetral da modulação,
r b /B T, e a
probabilidade de erro de bit,
P be para a omparação entre osesquemas de modulação. A Tabela
2.1 resume os parâmetros para alguns esquemas de modulação digital e a Figura 2.15 mostra o
omportamento da taxade errode bit.
Modulação Deteção
r b /B T P be
OOK Envelope
1 1 2 e − γ b /2
FSK(
f d = r b /2
) Envelope1 1 2 e −γ b /2
BPSK Coerente
1 Q( √
2γ b )
Tabela 2.1: Comparação entresistemas de modulaçãodigital
2.3 Projeto de sistemas de rádio
O projeto de sistemas é feito oneituando umonjunto de bloos funionais, e suas espei-
ações, que vão interagir de maneira a produzir a performane desejada do sistema. Para obter
suesso,sãoneessáriosimaginação eentendimento dosustosparaseobterdeterminada espei-
ação. Tambémé neessáriosaberomoa performane individualdosbloosafetaa performane
global do sistema [19 ℄. Esta seção apresenta os prinipais parâmetros utilizados para espeiar
umsistema derádio.
2.3.1 Sensibilidade
Asensibilidade deumsistemaderádioéamenorpotêniadesinalnaentradadoreeptorque
permiteumataxadeerrodebitaeitávelnasaída. Estavariávelirádependerdoruídonaentrada
dosistema,daguraderuído,dabanda edarelaçãosinal-ruídoneessáriaparadeteçãodosinal,
onforme esritona equação 2.26.
(P min ) dB = (N in ) dBm + (N F ) dB + (10 log B ) dB + (SN R receptor ) dB ,
(2.26)onde
N in é a densidade de potênia de ruído na entrada do sistema, N F
é a gura de ruído do
reeptor,
B
é a banda equivalente de ruído do sistemaeSN R
é a relação sinal-ruído na entrada dodemodulador.Adensidade depotêniade ruídodisponívelnaentrada dosistemaé amáximapotêniaquea
fontederuídopodetransferirparaumaarganumabandade1Hz. Segundooteoremadamáxima
transferêniade potênia, esta ondição será atingida quando a impedânia de saída da fonte de
ruídoforigual aoomplexo onjugadoda impedânia deentradadosistema, umaondiçãomuito
N in = kT,
onde
k
é aonstante deBoltzman (1, 38 · 10 − 23 J/K
) eT
éa temperatura de ruídoequivalenteda fonte. Paraantenas apontadaspara ohorizonte, pode-se onsiderara temperatura equivalentederuídoomosendo
T = 290K
. Paraantenasapontadasparaoéu,estatemperaturaénormalmente bemmaisbaixa, tipiamente50K
[20℄. Considerando estesvalores,(N in ) dBm = − 174dBm
.2.3.2 Figura de ruído
Aguraderuídorepresentaaquantidadederuídointroduzidanosinaldevidoaosomponentes
eletrniosutilizadosno reeptor. Umamaneiraprátia de expressareste parâmetroé
(N F ) dB = (SN R in ) dB − (SN R out ) dB .
Para enontrara gurade ruídode sistemasemasata, utiliza-se afórmulade Friis
F total = F 1 + (F 2 − 1)
G 1 + (F 3 − 1)
(G 1 G 2 ) + · · · ,
(2.27)onde
F néofatorderuídodoestágion
(denidoomoF = 10 N F dB /10)eG néoganhodoestágion
.
G néoganhodoestágion
.
ApartirdestaexpressãoépossívelnotarqueousodeumLNAnosprimeirosestágiosdereepção
fazom queasespeiaçõesde ruídodosbloossubseqüentes sejam menosrestritivas.
2.3.3 Banda
A equação 2.26 mostra a importânia de se utilizar a menor banda possível em um sistema
paraobter a máxima sensibilidade. Este fato faz om que umasolução de ompromisso deva ser
prourada pois a redução na banda do sistema obriga o uso de taxas de transmissão menores de
modo a evitar interferênia inter-simbólia ausada pela distorção das formas de onda devido a
poua banda disponível.
Para umsistema digital, amenor banda teória quedeve ser utilizada é a banda de Nyquist,
denidaomometadedataxadetransmissão. Em reeptoressuper-heteródinos,abandadoanal
é determinada pelo ltro sintonizado na freqüênia intermediária. Para satisfazer os requisitos
de banda, ltros om alto fator de qualidade são neessários, mas os requisitos de sinronização
se tornam mais rítios para evitar interferênia inter-simbólia. Em reeptores de baixo usto,
utilizam-seltrosmenosseletivoseomabandamaiorqueataxadetransmissãodemodoaevitar
adistorção dosinal.
A denição usual de banda de um ltro é a diferença entre as freqüênias onde a atenuação
aumenta de 3dB omparada om a freqüênia entral. No álulo da sensibilidade, entretanto,
Modulação empregada OOK
Téniade aesso FDMA
Largura dosanais detransmissão 50kHz
Taxade transmissão 9,6kpbs
Alane 500m
Alimentação 3,3V
Tabela 2.2: Espeiaçõesoriginais dotranseptor de RFdoSoC-SCI
deve-se utilziar abanda equivalente deruído, denida omo
B n = 1 H 0 2
Z ∞
0 | H(f ) | 2 df, (2.28)
onde
H 0 2 é omáximo ganho de potênia do ltro.
2.3.4 Compressão de ganho
Todos osiruitos apresentam umlimite paraa potênia do sinalde entrada que eles podem
ampliar om ganho onstante. A medida quea entrada a mais forte, o ganho de umampli-
adorse reduzdevido ao efeito de saturação. Umamedida muito omum desteefeito é o ponto
deompressão de 1dB, denido omo o ponto onde o ganho do ampliador sereduz de 1dB em
relaçãoàurva de ganho onstante.
Este é um parâmetro importante em reeptores de rádio pois um sinal interferente de alta
intensidade pode ausar a ompressão do ganho, tornando o reeptor insensível a um sinal de
interesse queseja debaixa amplitude (dessensibilização doreeptor).
2.3.5 Ponto de intereptação de tereira ordem
Assimomo oponto de ompressãode 1dB,o ponto deintereptação de tereiraordem,IIP3,
étambémumparâmetroquequantiaa não-linearidadedeumiruito,sendoagura demérito
quequantia o fenmeno de intermodulação. O IIP3 determina onívelde sinal deentrada para
oqual aamplitude da omponentede tereira ordemna saída doiruito alança aamplitude do
sinalpuro desejado[4℄.
2.4 O transeptor de RF original
OSoC-SCIprevêumtranseptor de RFparaviabilizar aomuniação semo entre osnósda
redee asestaçõesdeampo[2℄. Estetranseptordeveoperarnafaixa ISMde 915MHza 927MHz
[3℄ommodulaçãoOOK eanais de 50kHz.
A tabela2.2resumeasespeiações paraotranseptor de RFutilizadasomo referênia.
A Figura2.16mostrao diagramade bloosda arquiteturaque foioriginalmente idealizada.
O sintetizador de freqüênias [21 ℄ onverte a freqüênia de referênia, obtida a partir de um
osilador externo, na freqüênia do anal de omuniação, hamada freqüênia de front-end, de
aordoomo dado programadopelo proessadorno registradorde seleçãode freqüênia.
Asaída dosintetizadoré haveada porumbuer ontrolado peloproessadorantes deatingir
o ampliador de potênia (PA) [22℄. O PA amplia o sinal já modulado de forma a obter a
potênia neessáriaa transmissão.
O sistema half-duplex utiliza uma have ontrolada pelo proessador para seleionar o modo
deoperaçãodo transeptor (TX ouRX).
Oampliadordebaixo ruído(LNA)[23 ℄aumenta aintensidadedosinalreebidopelaantena
demodo apermitira demodulação dosinal.
AsaídadoLNAémixadaomumsinalprovenientedosintetizadordefreqüênias,transladando
o sinal modulado em um sinal de informação banda-base, que é a freqüênia que esse sinal será
tratadopeloproessador. Odemodulador[24 ℄ onsiste emumomparadorqueajusta eamplia
asaída do mixer para atingir níveis digitais de sinal. A saídado demodulador é lida diretamente
peloproessador atravésde umregistradordediado.
Durante as fases iniiais deste trabalho, foram identiadas algumas vulnerabilidades om
relaçãoa estaarquiteturainiial. Comodisutido naseção2.1.4, umreeptorhomódinoneessita
de uma estrutura de sinronização de fase entre o sinal reebido e o sinal gerado pelo osilador
loal. Alémdisso,sefazneessáriaaintrodução deumltroapósomixer pararejeiçãodosanais
de omuniação adjaentes. Foram observadastambém algumasinompatibilidades entrea saída
de alguns módulos e a entrada de outros, gerando a neessidade do uso de redes de asamento
deimpedânia ouapaitores de aoplamento, o queaumenta a áreatotal do transeptorquando
implementado emsilíio.
Além disto, a espeiação original não ontempla a forma omo será feita a interonexão do
bloodeRFeaseçãodigitaldoSoC-SCI.Umaprimeiraimplementaçãofoirealizadaomontrole
viaregistradores mapeadosemmemória. Estasolução,apesarde simples,traz grandeslimitações
eleo responsávelpor modular osdados para otranseptor (através da have TX) e sinronizara
amostragemdodado reebido (atravésdo registradorde entradade dados).
Metodologia
Este apítulo apresentará a metodologia de projeto utilizada no desenvolvimento de irui-
tos integrados analógios e digitais. A metodologia utilizada no desenvolvimento deste trabalho
também serádetalhada.
3.1 Fluxos de projeto de iruitos integrados
A metodologia de projetode iruitosintegrados adotadaestámostrada na gura3.1.
Oprojetoseiniianafasedeonepção. Nestaetapasãolevantadososobjetivoseasneessida-
desdo projeto. Desta etapanaseumaespeiaçãoque deveserveriadaatravésdesimulações
omportamentais. Os bloosonstrutivos do sistema são identiados e desritos. Este trabalho
seonentranesta etapado projetodo transeptor de RFdo SoC-SCI.
Para os bloos analógios e de rádio-freqüênia (ampliadores, misturadores et), segue-se o
ramoesquerdo do uxograma mostrado na gura 3.1. Conheido omo full-ustom, este uxode
projetopartedaespeiaçãoesegueomoprojetoelétriodosbloosesuaposteriorimplementa-
çãofísia. Trabalhosreentesdesenvolvidos noLaboratóriodeEstruturas deMiroondaseOndas
Milimétrias (LEMOM) da Universidade de Brasília visam inorporar nesta etapa do uxo de
projetoa otimizaçãode iruitosutilizando algoritmosgenétios e outrasabordagens inovadoras.
Para osbloosdigitais (proessador, memórias et),segue-seo ramo direitodo uxogramada
gura3.1. Conheidoomostandard-ell based,esteuxodeprojetoseiniiaomaelaboraçãode
umadesriçãodosistemaemlinguagemdedesriçãodehardwareeprogrideparaaimplementação
nalomo auxílio deferramentas desíntese lógia e físia.
Todas as etapas são ontempladas om ténias de projeto voltado a testabilidade. Para os
iruitosdigitais, é feita a modelagem de falhas e levantados osvetores de teste neessários para
aaraterização do sistema. Ténias de san-hain sãoutilizadaspara a veriação de iruitos
seqüeniais. Paraosiruitosanalógios,sãoempregadasténiasparaaumentodaobservabilidade
dosiruitos.
As etapas de layout são orientadas por ténias de ompatibilidade eletromagnétia visando
isolarossistemas de RFde sistemasanalógios de alta preisão(onversores analógio-digitais) e
dasseçõesdigitais.
Éfeitotambémumo-projetoentresoftwaredeapliaçãoehardware,onde asneessidadesde
umaáreaimpatam diretamente nasdeisõesde projetotomadasna outra.
Este trabalho seonentrana etapa iniial do projeto, onde é realizada aonepção e espei-
ação do sistema. Todos os bloos apresentados serão implementados posteriormente emsilíio
seguindo-se ametodologia desrita.
3.2 Metodologia geral para o transeptor de RF
Apósaanálise eonstataçãodasvulnerabilidadesdo projetooriginaldo transeptorde RFdo
SoC-SCI,foifeitaumaextensarevisãobibliográaontemplandotópiosomoténiasdemodu-
de rádio-freqüênia. Uma arquitetura foi esolhida om base na simpliidade de implementação
e possibilidade de integração total no sistema emhip utilizando o máximo de bloos projetados
em trabalhos anteriores. Após esta esolha, foram identiados os bloos que ainda areem de
implementação e dimensionadostodososparâmetros importantes parao projetodestesbloos.
Conheendo a arquitetura do transeptor, foram identiados todos os sinais de ontrole ne-
essárioseumamáquinadigitalde ontrole foidesrita utilizando umalinguagemde desriçãode
hardware. Todas as etapas de dimensionamento foram veriadas utilizando álulos teórios ou
simulações.
Projeto
Neste apítulo serão apresentadas a topologia para o transeptor de RF e a desrição do seu
módulodigitalde ontrole.
4.1 Espeiação da seção analógia
Umaarquitetura super-heteródina ombaixa freqüênia intermediária sereveloua solução de
ompromissoentre simpliidadedeimplementação eomínimodealteraçõesnosbloosprojetados
emtrabalhos anteriores. A Figura4.1mostraa arquiteturapropostaparao transeptorde RFdo
SoC-SCI. Afreqüênia intermediária será de 450kHz, permitindo o usodo mesmo sintetizador de
freqüêniasparaa transmissão ereepção. Talesolhainviabiliza o usode ltrosintegrados para
rejeiçãodeimagem maspermiteo usodosintetizadordefreqüêniasjáexistente,desdequesejam
feitasalgumasalterações nadistribuição dosanais deomuniação.
Figura4.1: Arquiteturaproposta paraotranseptor de RF
AesolhadanovaarquiteturaparaotraneptordeRFdoSoC-SCIfoifeitavisandoomínimode
reprojetodebloosimplementadosemtrabalhosanteriores. OLNAeosintetizadordefreqüênias,
implementados omo trabalhos de mestrado [21, 23℄, serão aproveitados om orreções no seu
de projetistas do LEMOM, mantendo a topologia original mas prourando valores ótimos para
os omponentes utilizando algoritmos genétios. O atual mixer e omparador não poderão ser
utilizados omo estão devido ao problema de imagem, sendo neessário um novo projeto destes
bloos para adaptá-los às neessidades do reeptor heteródino. As haves TX/RX e de dados
também deverãoser reprojetadasvisando àdiminuição do onsumo depotênia dosistema.
A modulação OOKontinuará sendoutilizada. Destamaneira, atopologia do ramo de trans-
missãodosistemapermaneeinalterada. Amudançanafreqüêniadeoperaçãodosistemaaarre-
tariaaneessidadedeotimizaçãodetodososiruitosimplementados(porsetrataremdeiruitos
sintonizados) e também não será realizada. A potênia máxima de transmissão é regulada pela
ANATELe tambémnão podeser modiada.
As alterações onsistem na inlusão de um ltro entre a have de seleção TX/RX e a antena
paralimitaroespetrodeentradadosistema,ousodeummixer omarquiteturadeHartleypara
rejeiçãode imagem,a adiçãodeumestágioampliador nafreqüêniaintermediária, ousodeum
ltro paraseleçãode anal, a adição de umdetetor de envoltória para deteção não-oerentedo
sinalea mudança na topologia doiruito omparador.
O ltro entre a antena e a have de seleção TX/RX, apesar de aumentar a gura de ruído
globaldo sistema,atenua ossinaisinterferentes forada faixade sintonia dotranseptor (915MHz
a 927MHz) diminuindo a potênia entregue ao LNAe tornando o sistemamais imune a desensi-
bilização. Além disso, esse ltro reduz as emissões fora da faixa lieniada para funionamento
do sistema. Este ltro pode ser implementado fora do hip, junto a rede de asamento entre o
SoC-SCIe aantena.
O mixer a ser utilizado será implementado utilizando arquitetura de Hartley para rejeição
de imagem. É muito difíil implementar um ltro de rejeição de imagem quando a freqüênia
intermediáriaé muitobaixa, emvirtudedaseletividadeneessária. Asimplementaçõesdeste tipo
demixer presentesnaliteraturaapontampararejeiçãodeimagemdaordemde25-30dB,ganhode
onversão de 5-15dB,IIP3de aproximadamente -3dB e guraderuído daordem de 8dB[15, 25℄.
Oltro deseleçãodeanaldeveestarentradonafreqüêniaintermediáriade450kHz. Podem
ser utilizadas três topologias para este iruito: ltro RLC passivo, ltro a apaitor haveado
ou uma topologia Gm-C, que onsiste em um ampliador de transondutânia seguido por um
apaitor. A primeira opção garante asimpliidade do projetodesteltro, masnãoé eiente em
termosde área e seletividade. Ousode ltrosa apaitor haveado permite a implementação de
ltros om alta seletividade mas om aumento na omplexidade de projeto. A topologia Gm-C
vemsendolargamente utilizadaem projetode iruitosintegradospor não utilizar resistores nem
neessitarem de iruitos externos de ontrole, omo é o aso dos ltros a apaitor haveado,
emborasejam sensíveisàsvariaçõesdo proessode fabriação.
Para o iruito omparador, uma topologia data slier, mostrada na gura4.2, pode ser uti-
lizada. Este tipo de iruito permite ajustar automatiamente o limiar de omparação de aordo
oma potênia de sinal reebidoatravés da arga de umapaitor. A desarga do apaitor nos
momentosdeinatividadedotranseptor (quandoesteenontra-sedesligadoouemmododetrans-
missão por exemplo) faz om que a deteção dos primeiros bits reebidos oorra om alta taxa
perdade dadosemvirtude desteproblema.
Figura 4.2: Data slier utilizado omoomparador
4.2 Projeto da seção digital
Esta seção do transeptor é responsável por gerar os sinais de ontrole desritos na seção
anterior neessáriosparao funionamento do sistema.
4.2.1 Desrição do ontrolador digital do transeptor
Visando failitar a integração do transeptor de RF om a seção digital do SoC-SCI, todo o
aessodigital ao bloo será realizado através dobarramento interno do sistema. Estaabordagem
fazomque otranseptor de RFsejatransparente ao usuário,sendo aessadoomoumbano de
memória.
Oontrole dotranseptorserárealizadoatravésdeumonjuntode 18registradoresde16 bits,
desritosnaTabela4.1, sendo 16deles paradadose 2 para palavrasde ontrole.
Registrador Função
$RFC0 Seleção de anal, depotênia de transmissãoe de taxade transmissão.
$RFC1 Modo deoperação.
$RFT0
Aesso aosdadosparatransmissão
↓
$RFT7
$RFR0
Aesso aosdadosreebidos
↓
$RFR7
Tabela4.1: Desriçãodosregistradores de RF.
Otranseptorde RFtemtrês modosdeoperaçãodistintos: TX,RX eIdle. NomodoTXserá
realizada a transmissão de dados e no modo RX, a reepção. No modo Idle, os iruitos de alto
onsumosãodesligadosvisandoeonomiadeenergia nosmomentosdeinatividadedotranseptor.
As Tabelas 4.2 e 4.3mostram a estrutura lógia dos registradores $RFC0 e $RFC1, respeti-
vamente.
0 - 5 6 -13 14 - 15
Potênia de transmissão Canal de transmissãoou reepção Taxade transmissão
Tabela 4.2: Desriçãodo registrador$RFC0.
$RFC1
0- 13 13 14 15
Livre EN_WRITE TX_FLAG RX_FLAG
Tabela 4.3: Desriçãodo registrador$RFC1.
Oregistrador$RFC0iráarmazenarasinformaçõesrelativasàpotêniadetransmissãodesejada,
aoanal deomuniação quedeve serutilizado e à taxade transmissão.
A potênia de transmissão poderá variar de 1mW a 10mW om passos de 1mW. Para isto
seriam neessários apenas 4 bits de ontrole. Os dois bits adiionais podem ser utilizados para
expansãodosistemaou paraoprojetode umiruito deontrole de potênia om até64níveis.
A seleção do anal de omuniação é feita através de um registrador de 8 bits presente no
sintetizador defreqüênias [21℄sendo suiente paragerarportadorasespaçadasde 50kHz dentro
dafaixa de sintonia dotranseptor. Oiruitooriginal não serámodiado.
Osdois bits deseleção dataxa de transmissão permitemongurar o transeptor paraoperar
omtaxade9600bps,4800bps,1200bpse600bps. Ataxade9600bpsseráutilizadaomopadrãono
sistemade ontrole de irrigação. Taxas menores permitem viabilizar aomuniação em situações
ondea relaçãosinal-ruído enontra-semuito reduzida (huva,presença de obstáulos,et).
Oregistrador$RFC1onteráapalavradeontrole quepermiteaoprogramadorsaberemqual
modode operação enontra-se o transeptor, além deatuar no bloo paraordenar oiníio de um
transmissão ou de reepção. O bit 14 seleiona o modo de operação TX e o bit 15 o modo de
operação RX.Quando os doisbits estão em zero, o modo Idle é seleionado. O modo teste pode
seraessadoatravésdeumpinoexterno. Atabela4.4resumeestesmodosdeoperação. Osdemais
bitspodemser utilizadosparaexpansões naarquitetura dotranseptor.
Modo deoperação Bit 14 Bit 15
TX 1 0
RX 0 1
Idle
0 0
1 1
Tabela4.4: Resumo dosmodosdeoperação dotranseptor
A Figura 4.3 mostra o diagrama de estados da máquina de ontrole do transeptor. Neste
diagramaestãomostrados ospossíveisestadosparao transeptorde RFeasondiçõesquelevam
asuatransição.
Omodo Idle é o estadopadrão da máquina. Sempre queuma transmissão ou reepção forem
ompletadas, o transeptor irá para este modo de operação até que o programa de apliação o
ongureparareepção outransmissão.