• Nenhum resultado encontrado

Rev. Adm. Pública vol.51 número3

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Rev. Adm. Pública vol.51 número3"

Copied!
2
0
0

Texto

(1)

REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA | Rio de Janeiro 51(3), maio - jun. 2017

Editorial

Alketa Peci

Fundação Getulio Vargas / Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas Rio de Janeiro / RJ — Brasil

Paulo Roberto Motta

Fundação Getulio Vargas / Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas Rio de Janeiro / RJ — Brasil

POR ALKETA PECI

O tema das parcerias e da colaboração do setor público com atores privados e sem ins lucrativos permeia o terceiro número que a RAP publica neste ano de festividades do seu 50o aniversário.

Dando continuidade às parcerias editoriais, convidamos o professor Paulo Roberto Motta, um dos acadêmicos mais reconhecidos de administração pública no país e um dos primeiros editores da RAP, a apresentar este número da revista.

Recorremos às parcerias editoriais para marcar, simbolicamente, o empreendimento coletivo que sustenta uma revista acadêmica. A longevidade histórica da RAP deve muito a esta comunidade de editores, avaliadores e autores que sistematicamente interpretam, criticam e reconstroem o que é a administração pública e seu papel no contexto brasileiro e internacional.

POR PAULO ROBERTO MOTTA

Os desaios para inserir a novidade na gestão pública se manifestam cotidianamente, sobretudo nessa época de maior descrença nas possibilidades dos governos em atender as demandas públicas. Respostas de curto prazo e formas inusitadas surgem como necessidades imperiosas.

Frustrações dos cidadãos trazem ao meio acadêmico a responsabilidade de repensar a admi-nistração. Nesse sentido, a RAP seleciona contribuições relevantes de estudiosos do tema, atentos a produzir e analisar novas ideias para aprimorar alternativas de ação na área governamental.

As últimas décadas se mostraram relevantes para a inovação na gestão pública, principalmente pelo avanço das formas colaborativas.

Por meio de análises variadas, os artigos trazem uma preocupação comum com as dimensões colaborativas, com exemplos sobre as modernas relações da administração pública com as ONGs e com o setor privado.

A ideia de colaboração, cada vez mais proclamada e praticada para a área pública, tem se revelado promissora num mundo em que isoladamente as formas de gestão podem menos, e unidas alcançam mais.

(2)

REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA | Rio de Janeiro 51(3), maio - jun. 2017

RAP | Editorial

Por exemplo, em relação ao público e ao privado, o avanço da colaboração pode reduzir precon-ceitos de que tanto os ganhos na área privada quanto as práticas burocráticas na área pública podem daniicar a qualidade, o acesso e a equidade na prestação de serviços. A gestão privada, concentrada na resposta a demandas, pode ganhar com a perspectiva social da gestão pública fundamentada na oferta de serviços e no papel de mediadora e protetora da equidade.

Por outro lado, a área pública pode aprimorar uma lógica empreendedora com relexos positivos na burocracia governamental. Fundamentada em orçamentos normativos, rotinas indelegáveis e controles duplicados, pode usufruir, pela colaboração, das práticas privadas baseadas nos orçamentos indicativos, nas tarefas delegáveis, nos controles diretos.

A experiência nessa colaboração contribui para desenvolver novas perspectivas, nova compreensão e, possivelmente, uma nova identidade com relação à coisa pública.

A colaboração com as ONGs possui um caráter distinto, pois esse tipo de organização combina características públicas e privadas com a vantagem de operar a custos mais baixos e permitir melho-res práticas de liderança. Assim, aperfeiçoa, na prática, os novos conceitos do público e do privado que já avançaram para além das tradicionais concepções sobre a propriedade: o “público” se estende para o foco e impacto da ação e o “privado”, para signiicativas responsabilidades sociais. Na prática, a invasão de um conceito sobre o outro produz formas inusitadas e criativas de cooperação inclusive com outras entidades, respondendo melhor à democracia e ao serviço público.

Os arranjos produtivos contemporâneos envolvem uma grande pluralidade de atores, de entidades privadas e públicas, na busca de melhores serviços e produtos. As redes produtivas internacionais conclamam à competitividade da administração pública para garantir o desenvolvimento do país. Formas de cooperação merecem incentivos, como também mais estudos, pois cada vez mais despon-tam como uma base importante para o progresso.

Há uma contribuição importante a ser avaliada e reavaliada sobre essas formas de cooperação. Boa leitura!

Alketa Peci

Doutora em administração e professora adjunta pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas. Editora-chefe da Revista de Administração Pública (RAP). E-mail: alketa@fgv.br.

Paulo Roberto Motta

Referências

Documentos relacionados

he contrast between these two sections allows understanding of co-optation as result of a process of social tension, which was materialized in the creation of Seppir among

Assim, foi realizada uma análise processual que, de acordo com Lascoumes e Le Gales (2007, 2012b), é a mais adequada para a compreensão da instrumentação da ação pública, sendo

herefore, a process analysis was performed because according to Lascoumes and Le Gales (2007, 2012b), it is more adequate to understanding the instrumentation of public action,

Especiicamente, pesquisadores do tema percebem a falta de evidências empíricas, especialmente de natureza qualitativa, que poderiam enriquecer o estudo dos aspectos dessas

here are also those intended to understand how organizations involved in this type of arrangement manage their alliance portfolio, especially with regard to the creation

Além desses valores de transformação individual, pôde-se observar nos jovens entrevistados um forte sentido social como o desejo ou a sensação de retribuir para outras pessoas e

In a radical contrast with the social and family environment in a poor community, the organiza- tions that ofer projects on classical music promote a new socialization,

The last article discusses public management: in “Review of passive transparency in Brazilian city councils”, Fabiano Maury Raupp and José Antonio Gomes de Pinho investigate