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2. CONHECENDO O DECRETO Nº / Estrutura e parte conceitual

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Academic year: 2022

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Seu sonho, nosso objetivo!

1 1 A ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

A disciplina de “Ética no Serviço Público” está elencada no quadro de conhecimentos gerais para o cargo de Policial Penal.

A ética no serviço público em Pernambuco é regulamentada especialmente pelo Decreto n° 46.852/2018 que criou o Código de Ética dos Servidores Públicos no âmbito do Poder Executivo Estadual.

A Lei n° 16.309/18 que dispõe sobre a responsabilidade civil de pessoas jurídicas em relação ao poder público e outras matérias, entre elas, a criação de código de ética da Administração Pública Estadual por meio de decreto para regular a prática ética dos servidores públicos (art.

61). Coube ao decreto acima referido regulamentar os deveres éticos dos servidores, as pessoas submetidas a estas regras, as sanções decorrentes de seu descumprimento e os órgãos incumbidos da aplicação destas normas.

É importante salientar que a norma acima referida é Decreto emanado do Chefe do Poder Executivo Federal, com base em seu poder constitucional de regulamentação das leis. Esta norma é decreto regulamentar, pois editados com base na Lei, para detalhar suas disposições. O poder regulamentar do Chefe do Poder Executivo só vincula os que a ele são subordinados na cadeia hierárquica da administração direta e estende-se as pessoas jurídicas da administração indireta, por que estas também integram o Poder Executivo.

As normas destes Decretos aplicam-se exclusivamente aos servidores públicos civis do Poder Executivo Estadual e outros a eles equiparados, não se aplicando aos demais Entes federativos e aos outros Poderes, que têm a liberdade de formular cada um seu próprio código de ética profissional.

2. CONHECENDO O DECRETO Nº 46.852/2018 2.1 Estrutura e parte conceitual

O decreto acima traz uma parte conceitual, com o significado de termos importantes e depois subdivide-se em 2 capítulos. O primeiro intitula-se “DOS FUNDAMENTOS”, e o segundo “DA CONDUTA PESSOAL”. Tratemos inicialmente dos conceitos e depois faremos um estudo aprofundado dos 2 últimos.

No art. 1º do DECRETO Nº 46.852/2018 há cinco conceitos cuja norma cuida de dar significado, são eles:

a) Administração Pública Estadual - o complexo de entidades, órgãos e agentes públicos estaduais a quem se atribui a função administrativa, bem como a soma das ações e manifestações que deles emanam, no exercício dessa função;

b) órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura de uma entidade da Administração Indireta e fundacional;

c) entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;

d) agente público - todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços

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2 de natureza permanente,

temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, a órgão ou entidade da administração pública estadual, direta e indireta, não abrangidos aqueles submetidos ao regime jurídico previsto na Lei nº 6.783, de 16 de outubro de 1974 (militares);

e) autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

As normas dos Decretos referidos estendem-se quase que a todo e qualquer indivíduo que se preste a realizar algum serviço em prol da Administração Pública no âmbito do Poder Executivo Estadual, com exceção dos militares. A aplicação de sanções pelas comissões de ética não excluem a responsabilidade civil, administrativa, criminal e decorrente de improbidade administrativa.

2.2 Dos Fundamentos

2.2.1 Das regras gerais aplicáveis aos agentes públicos

São regras gerais a serem observadas pelos agentes públicos da Administração Direta e Indireta do Poder Executivo estadual, abrangidos por este código:

I - interesse público: os agentes públicos devem tomar suas decisões considerando sempre o interesse público, sem tomá-la para obter qualquer favorecimento para si ou para outrem. Esse é um princípio básico que deve nortear a

atuação do servidor no plano ético, entender e buscar alcançar o interesse público.

II – integridade: os agentes públicos devem agir conscientemente e em conformidade com os princípios e valores estabelecidos neste código e na legislação aplicável, sempre defendendo o bem comum.

Uma conduta integra requer a ausência de dúvidas e a estrita observância dos valores éticos previstos no Código de Ética.

III – imparcialidade: os agentes públicos devem se abster de tomar partido em suas atividades de trabalho, desempenhando suas funções de forma imparcial e profissional. Dessa forma não se deve favorecer ou desfavorecer qualquer cidadão em virtude de predileções pessoais do agente público ou mesmo em virtude de grau de parentesco. Todo tratamento discriminatório em virtude de condição social, cor, sexo, origem, credo ou outros fatores importará em ofensa ao código de ética e poderá acarretar em sanções em outras esferas.

IV – transparência: as ações e decisões dos agentes públicos devem ser transparentes, justificadas e razoáveis.

Assim sendo a ação transparente diz respeito não só a publicidade das ações (salvo quando o interesse público exigir o sigilo) mas também a transparência dos motivos que a fundamentaram, sob pena de infração ética, sem prejuízo de outras punições eventualmente cabíveis.

V – honestidade: o agente é corresponsável pela credibilidade do serviço público, devendo agir sempre com retidão e probidade, inspirando segurança e confiança na palavra empenhada e nos compromissos assumidos.

VI – responsabilidade: o agente público é responsável por suas ações e decisões perante seus superiores, sociedade e entidades que exercem alguma forma de

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Seu sonho, nosso objetivo!

3 controle, aos quais deve prestar contas,

conforme dispuser lei ou regulamento. O dever de prestação de contas está intimamente ligada a ideia de responsabilidade, no entanto, em caso de atitude que cause dano aos administrados a responsabilidade será primeiro do Estado, devendo posteriormente ser apurada pelo Estado a responsabilidade do agente público.

VII – respeito: os agentes públicos devem observar as legislações federal, estadual, municipal e os tratados internacionais aplicáveis, bem como tratar os usuários dos serviços públicos com urbanidade, disponibilidade, atenção e igualdade, sem qualquer distinção de credo, raça, posição econômica ou social.

VIII - habilidade técnica: o agente público deve buscar a excelência no exercício de suas atividades, mantendo-se atualizado quanto aos conhecimentos e informações necessários, de forma a obter os resultados esperados pela sociedade. Dessa forma é dever do agente público atualizar-se e manter-se atualizado nas matérias que dizem respeito ao seu âmbito de atuação sob pena de infração ética.

Há no art. 7º um conceito muito importante, acerca do que se considera

‘recursos públicos’. Para fins de normativa ética recursos públicos são recursos financeiros, bens móveis e imóveis (incluindo recursos de telecomunicação e transporte) de propriedade ou gozo pelo Estado, os direitos a que o Estado faça jus e ainda o tempo da jornada de trabalho (onde o agente deve dedicar-se exclusivamente a atividades de sua função).

O art. 8º também prescreve que ocorre conflito de interesses quando o interesse particular, seja financeiro ou pessoal, entra em conflito com os deveres e atribuições do agente em seu cargo, emprego ou função

2.2.2 Dos deveres éticos dos agentes públicos Em cada órgão do Poder Executivo estadual em que qualquer cidadão houver de tomar posse ou ser investido em função pública, deverá ser prestado, perante a respectiva comissão de ética, um compromisso de acatamento e observância das regras estabelecidas no Código. Este traz ainda os deveres fundamentais dos agentes públicos.

Todo agente público deve ter assiduidade (só sendo admitidas faltas justificadas), pontualidade, discrição (por vezes tem-se acesso a dados sensíveis), urbanidade e lealdade às instituições constitucionais.

O agente público deve respeitar a hierarquia, porém, sem temor de representar contra qualquer superior que atente contra este Código, lei ou regulamento. O dever de observar a hierarquia aplica-se não só a servidores militares mas também a servidores civis.

Os agentes devem observar as normas legais e regulamentares. Devem também levar ao conhecimento da autoridade superior irregularidade de que tiver ciência em razão do cargo ou função, sendo que a não observância de tal norma acarretará em punições em outras esferas (administrativa, penal e eventualmente civil).

O agente deve zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado além de utilizar os recursos do Estado para atender ao interesse público, respeitando as leis e regulamentos pertinentes

É dever dos agentes providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento individual a sua declaração de família, para facilitação de providências em caso de morte ou ausência, e para municiar a administração de informações importantes sobre seu pessoal.

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Seu sonho, nosso objetivo!

4 Devem os servidores atender prontamente às

requisições para defesa da Fazenda Pública e à expedição de certidões requeridas para defesa de direitos e esclarecimentos de situações. Deve ainda guardar sigilo sobre documentos e fatos de que tenha conhecimento em razão do cargo ou função, fornecendo quando requerido e autorizado por lei, informações precisas e corretas

Entre as obrigações éticas destaca-se ainda o agir com honestidade e integridade no trato dos interesses do Estado mantendo conduta compatível com a moralidade pública e com este Código de Ética, de forma a valorizar a imagem e a reputação do serviço público e quando em missão ao exterior, comportar-se de forma a reforçar a reputação do Estado e do Brasil.

Em caso de servidor que possui competência decisória é seu dever informar sobre qualquer conflito de interesse, real ou aparente, relacionado com seu cargo, emprego ou função e tomar medidas para evitá-los. Qualquer caso de suspeição ou impedimento deve ser tratado a fim de que conflitos de interesse não prejudique a atuação estatal.

Por fim além de observar o código de ética aplicável aos servidores estaduais os agentes devem respeitar a outros códigos de ética aplicáveis, em razão de classe, associação ou profissão (ex: médicos, advogados entre outros).

Existem também regras de conteúdo negativo, ou seja, proibições que preveem as condutas que o agente não pode realizar, são elas:

I - exercer, cumulativamente, dois ou mais cargos ou funções públicas, salvo as exceções previstas em lei;

II - referir-se, de modo depreciativo ou desrespeitoso, a outros agentes públicos, a autoridades públicas ou a atos do poder

público, admitindo-se a crítica em trabalho assinado do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço;

III - retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;

IV - promover manifestação de apreço ou desapreço e fazer circular ou subscrever lista de donativos (contribuição feita em dinheiro para fins de beneficência ou caridade, ou de assistência a uma pessoa ou instituição) no recinto da repartição;

V - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;

VI - coagir ou aliciar subordinados com objetivo de natureza político-partidária;

VII - participar de gerência ou administração de empresa comercial ou industrial, salvo em órgão da administração pública indireta;

VIII - exercer comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como acionista, cotista ou comanditário;

IX - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais, vencimentos e vantagens de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

X - praticar usura em qualquer de suas formas;

XI - pleitear, sugerir ou aceitar qualquer tipo de ajuda financeira, presente, gratificação, prêmio, comissão, empréstimo pessoal ou vantagem de qualquer espécie, para si ou para outrem, para influenciar, praticar ou deixar de praticar ato no exercício de seu cargo, emprego ou função pública;

OBS: não se considera presente brinde que:

não tenha valor comercial; que venham de entidades de qualquer natureza que não ultrapassem 100,00;

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5 XII - cometer a pessoa estranha à repartição,

fora dos casos previstos em lei o desempenho de encargo que lhe competir ou a seus subordinados;

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de governo estrangeiro, sem prévia autorização do Governador do Estado de Pernambuco;

XIV - celebrar contrato com a administração estadual quando não autorizado em lei ou regulamento;

XV - receber, direta ou indiretamente, remuneração de empresas que mantenham contrato com o órgão ou entidade de sua lotação;

XVI - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau civil;

XVII - prejudicar deliberadamente a reputação de outros agentes ou de cidadãos que deles dependam;

XVIII - facilitar a prática de crime ou ato de improbidade contra a Administração Pública Estadual; e

XIX - praticar, incorrer em omissão ou exercer quaisquer atividades antiéticas ou incompatíveis com o exercício do cargo, emprego ou função, ou ainda com o horário de trabalho.

3. DA DENÚNCIA E DAS PENALIDADES

A denúncia compreende a formalização de informação na qual se alega uma transgressão ao Código de Ética por um agente ou por agentes de um órgão ou entidade pública. A denúncia deve ser encaminhada à comissão de ética do órgão em que o denunciado atua e deve conter:

nome(s) do(s) denunciante(s), nome(s)

do(s) denunciado(s) e prova ou elementos idôneos de prova da transgressão alegada.

Na ausência de comissão de ética no próprio órgão em que atua o agente, a denúncia deve ser encaminhada para o titular do órgão ou para o Conselho Superior de Ética Pública. Os procedimentos tramitarão em sigilo, até seu término, só tendo acesso às informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente.

Ao fim verificando-se que a conduta de fato constitui transgressão aos princípios e às normas contidas no Código de Ética o agente ficará suscetível, conforme a natureza do ato e as circunstâncias de cada caso, as penalidades de advertência e censura.

Inexiste previsão de aplicação de penalidade apenas verbal, devendo ser sempre por escrito.

Na imposição das penas será priorizando a mais branda em detrimento da mais grave, salvo no caso de manifesta gravidade ou reincidência. Na fixação da pena, serão considerados os antecedentes do denunciado, as circunstâncias atenuantes ou agravantes e as consequências do ato praticado ou conduta adotada.

A censura poderá ainda conter determinação de fazer, não fazer, alterar, modificar ou retratar-se do fato ou conduta praticados, por meios e instrumentos considerados eficazes para atingir os objetivos pretendidos.

A pena deverá ser informada à unidade responsável pela gestão dos recursos humanos, para registro nos assentamentos funcionais, com implicações, quando previsto em lei ou regulamento, nos processos de promoção, bem como nos demais procedimentos próprios da carreira do agente.

Referências

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