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Procedimento para Avaliação de Habitat para o Cerrado Brasileiro na Área do Jardim Botânico de Brasília - DF para as espécies Dendropsophus minutus e Anolis meridionalis

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(1)

Pró‐Reitoria de Pós‐Graduação e Pesquisa 

Stricto Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental   

 

Procedimento para Avaliação de Habitat para o Cerrado Brasileiro na Área do Jardim

Botânico de Brasília – DF para as espécies Dendropsophus minutus e Anolis

meridionalis. 

(2)

ARMANDO DE QUEIROZ TEIXEIRA JUNIOR

Procedimento para Avaliação de Habitat para o Cerrado Brasileiro

na Área do Jardim Botânico de Brasília – DF para as espécies

Dendropsophus minutus e Anolis meridionalis.

Dissertação apresentada ao

Programa do Pós-Graduação Stricto Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre

em Planejamento e Gestão

Ambiental.

Orinetador: Prof. Dr. Perseu Fernando dos Santos

Co-Orientador: Prof. Dr Gustavo Macedo de Mello Baptista

Brasília

(3)

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós‐Graduação da UCB 

 

T266p  Teixeira Junior, Armando de Queiroz. 

Procedimento  para  avaliação  de  habitat  para  o  cerrado  brasileiro  na  área  do  Jardim  Botânico  de  Brasília  –  DF  para  as  espécies dendropsophus  minutus  e anolis  meridionalis.  /  Armando de Queiroz Teixeira Junior – 2011. 

115f. : il.; 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2011. Orientação: Perseu Fernando dos Santos 

Coorientação: Gustavo Macedo de Mello Baptista 

 

(4)

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

Dissertação autoria de Armando de Queiroz Teixeira Junior, intitulada “Avaliação de Habitat para o Cerrado Brasileiro na Área do Jardim Botânico

de Brasília – DF para as espécies Dendropsophus minutus e Anolis

meridionalis”, apresentada como requisito parcial para obtenção de grau de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília, em ___/___/2011, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

____________________________________________________

Prof. Dr. Perseu Fernando dos Santos

Orientador

____________________________________________________

Prof. Dr Rodrigo Studart Correa

Examinador Interno

____________________________________________________

Prof. Dr Gustavo Macedo de Mello Baptista

Examinador Externo

Brasília

(5)

Dedico essa Dissertação de Mestrado

a minha mãe Leolina, que sempre me

apoiou em todos os meus sonhos e

loucuras, a Andrea Lessa que me

acompanhou por toda essa caminhada

me dando suporte e carinho, aos

meus grandes amigos do PGA que me

ensinaram o mais importante durante

essa caminhada que é viver feliz.

Dedico também aos meus familiares e

professores que sempre estiveram ali

(6)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família, principalmente aos meus país, que me

proporcionaram condições de chegar até esse ponto da minha caminhada.

Minha mãe com sua garra de viver sempre me ensinando a ser um homem

correto e determinado. A Andrea Lessa que me acompanhou durante toda a

construção desse trabalho tolerando minhas faltas com carinho e atenção.

Agradeço muito aos meus amigos de PGA com seu suporte nos momentos

difíceis e seus ensinamentos muitas vezes maiores que dos professores. Aos

meus doutores professores que acompanharam a caminhada desse aluno

com paciência e conhecimentos.

Meu obrigado a toda equipe do Jardim Botânico de Brasília pelas

permissões, auxilio e atenção dispensados a esse trabalho mesmo nos

(7)

RESUMO

O presente trabalho se propôs a utilizar o Procedimento de avaliação de

Habitat – HEP, metodologia utilizada nos Estados Unidos desde os anos

1970, para a área do Jardim Botânico de Brasília – DF (JBB). Essa

metodologia se propõe a ser uma alternativa mais rápida, menos custosa e

mais confiável ao levantamento rápido de fauna, muito utilizado no Brasil, já

que permite a avaliação do habitat antes e depois da implementação de um

empreendimento e/ou permite a comparação de dois ambientes semelhantes

que contenham comunidades semelhantes. O HEP permite o planejamento e

gestão de áreas de interesse, dando ao tomador de decisões ferramentas

para propor medidas conservacionistas. O trabalho utilizou duas espécies,

uma de lagarto Anolis meridionalis e uma de anfíbio Dendropsophus minutus

como espécies representativas dos ambientes presentes no JBB. O HEP

permitiu o cálculo das Unidades de Habitats, a partir do Índice de

Adequabilidade de Habitat – HSI, disponíveis para ambas as espécies e

mensurou a disponibilidade de nichos ecológicos limites disponíveis na área.

O total de HU para as espécies estudadas no JBB foi de 27.148.932,72

sendo 30.547.812,75 para A. meridionalis e 58.145,4 para D. minutus. Esse

número deve ser mantido ou aumentado para a manutenção não só das

espécies estudadas mas também toda a comunidade que utiliza os mesmos

nichos ecológicos. Essa medida não monetária pode ser utilizada para o

manejo dessa unidade de conservação bem como servir de parâmetro para a

comparação de outras áreas semelhantes.

Palavras-Chave: Habitat. Adequabilidade. Anfíbio. Nicho ecológico. Jardim

(8)

ABSTRACT

This study propose to use the Habitat Evaluation Procedures – HEP in the

Brasília Botanical Garden, that methodology have being used in the United

States since 1970. The HEP is a faster, less costly and more reliable

alternative to the rapid assess of wildlife much used in Brazil, as it allows that

the habitat evaluation before and after implementation of an enterprise. That

procedure allows the comparison of two different areas at the same point in

time with similar communities. The HEP permits for the planning and

management of the interest areas giving to the decision maker tools to

propose conservation measures. The study used two representative species

of the Brasilia Botanical Garden available environments, one lizard Anolis

meridionalis and one amphibian Dendropsophus minutus. The procedure

permitted calculation of Habitat Unit - HU from the Habitat Suitability Index –

HIS for both species and measured the ecological niches available in the

area. The HU, a no monetary measure, can be used for the management of

this reserve. The total number of HU for the species studied in the Brasilia

Botanical Garden was 27,148,932.72 and 30,547,812.75 for A meridionalis

and 58,145.40 for D minutus. Those numbers must be maintain or increased

to preserve not only both species in that study but also the entire community

that uses the same ecological niches.

Keywords: Habitat Suitability. Amphibian. Ecological niche. Brasília Botanical

(9)

LISTA DE TABELAS.

Tabela 1:. Resultados mensurados em cada ponto de coleta para D. minutus.  21  Tabela 2:. Valor das áreas das coberturas de solo do JBB  31  Tabela 3: Coleta de Dados no Ribeirão Saia Velha – CIAB.  34  Tabela 4: Resultados para o HSI de D. minutus na área do CIAB  34  Tabela 5:. Áreas disponíveis para A. meridionalis no Jardim Botânico de Brasília.

(10)

LISTA DE FIGURAS.

Figura 1: Localização e vizinhança do Jardim Botânico de Brasília – 2011.  10  Figura 2: Pontos de Coleta – 2009 e localização dos pontos de coleta de dados  18  Figura 3:. Densidade populacional de D. minutus em cada ponto de coleta. Os  quadrados representam leitos lóticos e os triangulos leitos lênticos.  21  Figura 4:. Densidade de poleiros para vocalização em cada ponto de coleta. Os  quadrados representam leitos lóticos e os triangulos leitos lênticos.  21  Figura 5:. Densidade de esconderijos em cada ponto de coleta. Os quadrados  representam leitos lóticos e os triangulos leitos lênticos.  22  Figura 6:. Densidade de poleiros para vocalização pelo índice de adequabilidade 

– SI esperado.  22 

Figura 7:. Densidade de esconderijos disponíveis pelo índice de adequabilidade – 

SI esperado.  22 

Figura 8:. Tipo de ambiente aquático predominante no trecho de recurso hídrico.

  23 

Figura 9: Localização das áreas disponíveis para D. minutus no Jardim Botânico 

de Brasília.  29 

Figura 10:. Figura de Habitat Suitability Index para Dendropsophus minutus do 

Jardim Botânico de Brasília, 2010.  30 

Figura 11:. Relação HSI calculado com a densidade populacional encontrada nos 

pontos de coleta do CIAB  34 

Figura 12:. Figura de Habitat Suitability Index para Anolis meridionalis do Jardim 

(11)

SUMÁRIO

 

I.  INTRODUÇÃO ... 1 

II.  OBJETIVO ... 6 

II.I.  OBJETIVO GERAL ... 6 

II.II.  OBJETIVO ESPECÍFICO ... 6 

III.  JUSTIFICATIVA: ... 7 

IV.  MATERIAIS E MÉTODOS: ... 9 

IV.I.  CARACTERIZAÇÃO A ÁREA ... 9 

IV.II.  HABITAT EVALUATION PROCEDURES ‐ HEP ... 11 

IV.III.  HABITAT SUITABILITY INDEX ‐ HSI ... 13 

IV.IV.  ESPÉCIES ALVO ... 14 

IV.IV.I.  ANOLIS MERIDIONALIS ... 14 

IV.IV.II.  DENDROPSOPHUS MINUTUS ... 15 

V.  RESULTADOS ... 18 

VI.  DISCUSSÃO ... 24 

VI.I.  DENDROPSOPHUS MINUTUS ... 24 

VI.II.  VALIDAÇÃO D. MINUTUS ... 33 

VI.III.  ANOLIS MERIDIONALIS ... 35 

VII.  CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ... 37 

VIII.  REFERÊNCIAS: ... 40   

 

(12)
(13)

I. INTRODUÇÃO

A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 (BRASIL, 1981), dispõe sobre

a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação

e aplicação, e cria o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a

finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo,

diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos

naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões

compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à

sadia qualidade de vida.

Ao CONAMA, compete estabelecer normas e critérios para o

licenciamento de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, a ser

concedido pelos Estados e supervisionado pelo Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA). Neste contexto, são expedidas

as resoluções CONAMA nº 01/86 e 237/97 que regulamentam a elaboração

do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto ao Meio

Ambiente (RIMA), onde é exigido que todas as atividades poluidoras ou

potencialmente poluidoras tenham de seguir critérios básicos e diretrizes

gerais para avaliação de impacto ambiental.

Contudo, essas resoluções e leis não especificam as ferramentas que

devem ser utilizadas para a avaliação dos impactos e medidas de mitigação.

Limitar ferramentas não é possível e nem desejado já que novos métodos e

ferramentas são desenvolvidos constantemente e os desafios ambientais são

crescentes. No entanto, a possibilidade de utilizar várias ferramentas e

técnicas abre oportunidades para o uso de métodos pouco eficientes ou

mesmo sujeitos a opiniões que não são testáveis como exige o rigor

científico.

Na tentativa de regulamentar melhor o assunto, o IBAMA traçou

critérios e padrões para a avaliação de fauna no âmbito do licenciamento

ambiental, porém, só contemplam a fauna ignorando outros seres vivos com

(14)

Existem vários métodos para a avaliação de impactos ambientais

como método espontâneo, listagem de controle, matrizes, redes de interação,

superposição ou sobreposição de Figuras, modelos de simulação, análise

multicritério, sistemas especialistas, modelo Fuzzi e avaliação ecológica

rápida (FOGLIATTI; FILIPPO; GOUDARD, 2004) sendo que o esse último

tem sito o mais utilizado.

Exemplos da má utilização de ferramentas para o levantamento de

dados são abundantes; hoje os mais visíveis são os relacionados à avaliação

ecológica rápida; método de amostragem mais utilizado no Brasil para o

levantamento e monitoramento de áreas. O levantamento rápido de flora e

fauna é um método que geralmente não atende a todos os quesitos

necessários, ao satisfatório entendimento da área de estudo e aos possíveis

problemas gerados por um empreendimento. Esse método não permite a

catalogação de todas as espécies, como por exemplo, espécies crípticas, que

só seriam reconhecidas por um especialista, espécies sazonais que não

estão ativas no período do estudo e espécies com nichos ecológicos muito

restritos, limitadas a pequenas porções da área de interesse. O referido

método só permite a listagem das espécies presentes antes da instalação do

empreendimento e outra listagem após certo estágio do empreendimento.

Esse tipo de abordagem não permite a mitigação, já que impossibilita a

previsão dos danos. Ou seja, ao longo do tempo não é possível monitorar a

saúde da comunidade biológica em relação às modificações impostas ao

meio (PENTER et. al., 2008).

A utilização de recursos naturais é uma característica compartilhada

por todos os seres vivos do planeta (STORE, 2001) (CONAMA, 1986),

contudo o homem, devido a sua grande população, tem exacerbado o ritmo

de utilização e impedindo a ciclagem desse espaço e desse material. Essa

remoção de recursos compromete a estabilidade das comunidades de forma

perigosa e torna urgente o desenvolvimento e a utilização de métodos

modernos para a conservação da capacidade de suporte dos ambientes que

representam o número de indivíduos de determinada espécie que aquele

(15)

A preservação dos habitats e da capacidade de suporte dos ambientes

naturais hoje tem grande importância, porque o crescimento da população

humana tem criado uma demanda de espaço e de recursos nunca antes vista

em outra espécie. O Brasil, como parte do grupo de países em

desenvolvimento no mundo, tem seguido a máxima de que a conservação

ambiental está sujeita às forças econômicas (KUSHWAHA; ROY, 2002). Os

biomas brasileiros tem sofrido destruição intensa pela ocupação urbana e/ou

agrícola ou sofrido extração de recursos naturais de forma intensa. Esse tipo

de impacto compromete a comunidade biológica causando, assim, prejuízo à

biodiversidade, os ciclos biogeoquímicos e a manutenção da vida no planeta.

Especialmente o Cerrado brasileiro tem perdido espaço para a ocupação

humana por não possuir legislação específica e nem mesmo sendo

reconhecido como patrimônio nacional pela Constituição brasileira, tema que

é discutido no Congresso Nacional ha 12 anos e ainda sem sucesso. Sem

esse status, a ocupação é completamente desordenada, fazendo com que

esse importante bioma nacional receba títulos como a última fronteira

agrícola, o que impulsiona sua ocupação pela agroindústria e pela pecuária.

(KLIK; MACHADO, 2005; RATTER; RIBEIRO; BRIDGEWATER, 1997;

WALTER; GUARINO, 2006)

Uma nova tecnologia que visa prever o impacto da ação humana após

empreendimentos, e com isso mitigar danos à comunidade biológica é o

Habitat Evaluation Procedures (HEP), que foi desenvolvida pela United

States Fish and Wildlife Service (USFWS) desde os anos 80. Esse método

tenta modelar habitat onde organismos vivem que se caracteriza por seus

aspectos abióticos e vegetacionais (RICKLEFS, 1996). Para essa

modelagem são descritos os nichos ecológicos utilizados por organismos

representativos da comunidade de interesse, chamados espécies alvo,

estabelecendo assim, a capacidade de suporte do ambiente para cada

espécie alvo. Essa modelagem pode ser utilizada para definir condições

básicas a sobrevivência de determinada comunidade natural e determinar

como as atividades humanas modificam os ambientes e alteram a

(16)

sido desenvolvido desde 1974 e já conta com modelos descritos e testados

para mais 300 espécies (USFW – EMS103. 1980).

Segundo Ricklefs (1996), nicho ecológico é a relação de organismos

ou populações com os diversos aspectos de seu ambiente. Esses aspectos

são muito variados tornando o conceito multidimensional. Para esse trabalho,

nicho ecológico será definido como todos os aspectos bióticos e abióticos

necessários para a sobrevivência saudável das populações em áreas

naturais; definição que está de acordo com Ricklefs (1996) e Polechová e

Storch (2008) que definem nicho ecológico como sendo a posição do

organismo em um ecossistema incluindo requerimentos do habitat bem como

as necessidades funcionais do organismo.

O HEP tenta valorar, em valores não monetários, os diferentes nichos

limites para espécies com relevância econômica ou ambiental, como por

exemplo, espécies guarda-chuva (ADMINISTRATION, A. S. D. B. P, 2000). O

procedimento pode fornecer parâmetros comparativos de duas ou mais áreas

diferentes ou das mesmas áreas em dois momentos diferentes (USFW - ESM

102, 1980) fornecendo informações importantes para análises de impacto,

mitigação, extinção, etc.

O HEP se baseia na ideia que o habitat para uma determinada espécie

pode ser descrito por um índice denominado HSI - Habitat Suitability Index,

que fornece valor numérico que varia de 0 – 1, onde 0 (zero) representa o

habitat péssimo para determinada espécie e 1 (um) o habitat ótimo, ou seja

com todos os requisitos para a sua sobrevivência. A USFWS chegou ao

ápice desses estudos com a edição dos documentos intitulados “Habitat as a

Basis for Environmental Assessment” (ESM101), “Habitat Evaluation

Procedures - HEP” (EMS102) editados em 1980 e “Standards for the

Development of Habitat Suitability Index Models for Use with the Habitat

Evaluation Procedures (EMS103) editado em 1981 que demonstram

detalhadamente os métodos de HEP e HSI e todas bases teóricas relevantes.

Para se determinar a Unidade de Habitat – HU pelo método HEP basta

multiplicar o HSI da espécie modelo pela área de vida dessa mesma espécie,

(17)

adimensional, utilizada para o levantamento dos nichos básicos e/ou

avaliação de impactos futuros aos habitats das espécies modelo. A seleção

de espécies modelo permite a avaliação rápida e eficiente de áreas de

interesse. A escolha das espécies modelo deve ser criteriosa objetivando

espécies representativas dos nichos ecológicos disponíveis (USFWS -

EMS102, 1980).

A confiabilidade do método depende da capacidade do usuário em

definir um bom HSI para cada espécie modelo, que deve refletir seus reais

nichos ecológicos limite.

A realização da Avaliação de Habitat – HEP na área do Jardim

Botânico de Brasília será uma primeira avaliação desse método para o Bioma

Cerrado, expondo facilidades e problemas para sua aplicação. Além de

fornecer importantes informações das condições dos habitats para as

espécies que ali vivem e permitir um melhor manejo do espaço da unidade e

seu entorno bem como monitorar e mitigar possíveis impactos a área.

(18)

II. OBJETIVO

II.I. OBJETIVO GERAL

Construir o Índice de Adequabilidade Ambiental – HSI para a espécie

Dendropsophus minutus, utilizando como área de referência, o Jardim

Botânico de Brasília e determinar, juntamente com o HSI do lagarto Anolis

meridionalis, a quantidade de Unidades de Habitat - HU disponíveis para

ambas as espécies.

II.II. Objetivo específico

Desenvolver o HSI – Habitat suitability index (Índice de adequabilidade

do habitat) para a espécie Dendropsophus minutus espécie de anfíbio, anuro

da família hylideae.

Calcular a Unidade de Habitat (HU), utilizando o HSI das espécies

Anolis meridionalis e Dendropsophus minutus, no Jardim Botânico de

Brasília.

Levantar facilidades e problemas da utilização do método no Bioma

(19)

III.

Justificativa:

Atualmente a pressão das cidades e da agroindústria no Bioma

Cerrado vem aumentando em escala sem precedentes, contudo as técnicas

para avaliação, manejo e monitoramento não tem acompanhado esse

crescimento com a mesma desenvoltura, mesmo com o desenvolvimento de

novas técnicas. Os métodos atuais de avaliação e monitoramento ambientais,

como o mais difundido, a listagem de espécies, demandam muito tempo e

muitas vezes requerem grande número de profissionais da área de biologia e

mesmo assim não contemplam todos os aspectos bióticos e abióticos para o

total entendimento da área e prevenção de impactos.

O Cerrado Brasileiro tem sofrido grandes perdas devido à pouca

aplicação da legislação específica e a falta de estudos para o levantamento

de dados básicos sobre o bioma Cerrado que permitam o entendimento

desse bioma é uma gestão clara e eficiente.

Os Habitats naturais devem ser entendidos como ambientes de

suporte para todas as espécies que ali vivem, fornecendo todo o tipo de

recurso necessário como alimento, abrigo, parceiros sexuais, etc. Baseados

na ideia de que o homem tem suas necessidades e demanda de espaço,

alimento, etc., mas que também depende do meio ambiente para ter uma

sobrevivência completa e saudável, o entendimento e a sistematização do

manejo de áreas naturais visando sua conservação é prioritário. O HEP é um

método rápido, sistêmico e abrangente que permite a obtenção de dados

precisos e úteis para a caracterização de áreas naturais, avaliação de

possíveis impactos ambientais e planejamento de ações mitigatórias. A

grande vantagem do método é o foco no habitat e não nas próprias espécies,

que tem seu estudo de história natural demorado e dispendioso e nem

sempre todas as espécies da área são conhecidas. Focando o habitat é

possível quantificar a capacidade de suporte do meio e com isso prever

redução da capacidade de suporte e monitorar atividades nocivas ao meio.

Por esses motivos é de fundamental importância o desenvolvimento

(20)

para a realização de avaliações ambientais precisas e confiáveis, que

permitam a antecipação dos possíveis danos ao ambiente, que permita a

gestão dos espaços, o planejamento de medidas mitigatórias para as

espécies afetadas e o monitoramento em longo prazo das áreas atingidas.

A avaliação de habitat é uma tecnologia utilizada a mais de 50 anos,

mas raramente documentada. Aldo Leopold em 1933 publicou um dos

primeiros trabalhos descrevendo técnicas para inventário e monitoramento de

áreas naturais (COOPERRIDER, 1896). Uma das metodologias bem

documentada foi publicada pela US Fish and Wildlife Service nos anos de

1980 e 1981, que é o HEP, do inglês, Procedimento de Avaliação de Habitat.

O HEP se propõe a calcular a HU, utilizando a área de vida de organismos

alvo multiplicado pelo valor do HSI – Índice de adequabilidade do habitat para

essas espécies.

Essa metodologia já é difundida no Continente Norte Americano desde

os anos 70, com grande sucesso, e já conta com mais de 300 modelos já

documentados (USFW - ESM 103. 1980). Esses modelos têm subsidiado

(21)

IV. Materiais e Métodos:

IV.I. Caracterização a área

A Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília – EEJBB está

localizada na APA Gama/Cabeça de Veado, que por sua vez, faz parte da

Reserva da Biosfera do Cerrado. Distante 10Km do Plano Piloto, o EEJBB é

uma área de proteção permanente contígua a outras duas importantes áreas

de preservação sendo a RECOR, área administrada pelo Instituto Brasileiro

de Geografia - IBGE e pela Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília

- UnB. Os três locais formam uma importante área preservada dentro do DF

Distrito Federal (INSTITUTO BRASÍLIA AMBIENTAL, 2009).

A área de 4.518,20ha conhecida hoje como Estação Ecológica do

Jardim Botânico de Brasília foi oficialmente constituída em 26 de novembro

de 1992 pelo decreto nº 14.422, que considerou a importância da área para a

preservação dos recursos naturais do DF. Em 1996 com o decreto nº 17.277

a área destinada ao projeto Cristo Redentor foi anexada ao EEJBB o que

aumentou sua área para 4.429,63ha, a área atual da reserva.

O EEJBB faz fronteiras com importantes áreas urbanas como o Lago

Sul e mais recentemente com Regional Administrativa – RA do Jardim

Botânico. Essa intensa urbanização vem trazendo problemas às espécies ali

mantidas. Os problemas descritos no plano de manejo do EEJBB incluem

restrição de movimentação dos animais pelas cercas, atropelamento nas vias

vizinhas a estação, contato com animais domésticos, etc. Estudo realizado

pela UNESCO em 1953 e publicado em 2001 mostra a pouca urbanização do

entorno da Unidade de conservação com grandes áreas preservadas e

importantes corredores ecológicos, contudo estudo semelhante feito pela

equipe responsável pelo plano de manejo demonstrou que em 2007 a

permeabilidade ecológica do entorno do EEJBB se reduziu, quase isolando a

área (INSTITUTO BRASÍLIA AMBIENTAL, 2009) provocando consequências

à diversidade genética da fauna e flora.

A EEJBB preserva significativas fitofisionomias do Bioma Cerrado e

(22)

o Córrego Cabeça de Veado, afluente do Lago Paranoá e as nascentes dos

Córregos Cachere e Tapera, afluentes do Córrego Taquara, tributário do

Ribeirão do Gama, outro afluente do Lago Paranoá.

Todos esses aspectos tornam a Estação Ecológica do Jardim Botânico

uma unidade de conservação de extrema relevância para a preservação da

fauna e flora do Bioma Cerrado no Distrito Federal (Figura 1).

Figura 1: Localização e vizinhança do Jardim Botânico de Brasília – 2011.

47°49'0"W 47°49'0"W 47°50'0"W 47°50'0"W 47°51'0"W 47°51'0"W 47°52'0"W 47°52'0"W 47°53'0"W 47°53'0"W 47°54'0"W 47°54'0"W 47°55'0"W 47°55'0"W 47°56'0"W 15°50'30"S 15°51'0"S 15°51'0"S 15°51'30"S 15°51'30"S 15°52'0"S 15°52'0"S 15°52'30"S 15°52'30"S 15°53'0"S 15°53'0"S 15°53'30"S 15°53'30"S 15°54'0"S 15°54'0"S 15°54'30"S 15°54'30"S 15°55'0"S 15°55'0"S 15°55'30"S 15°55'30"S 15°56'0"S 15°56'0"S 15°56'30"S 15°56'30"S 15°57'0"S 15°57'0"S 15°57'30"S 15°57'30"S 15°58'0"S 15°58'0"S 15°58'30"S 15°58'30"S 47°20'0"W 47°20'0"W 47°30'0"W 47°30'0"W 47°40'0"W 47°40'0"W 47°50'0"W 47°50'0"W 48°0'0"W 48°0'0"W 48°10'0"W 48°10'0"W 15°30'0"S 15°30'0"S 15°40'0"S 15°40'0"S 15°50'0"S 15°50'0"S 16°0'0"S 16°0'0"S

Cobertura do Solo da Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília

Coordinate System: GCS SIRGAS 2000 Datum: SIRGAS 2000

Units: Degree

Ü

10 5 0 10 20 30 40

Kilometers 1:100.000

94,50 9 18 27 36

Kilometers

1:1.000.000

Legenda

JBB_Cobertura_SIRGAS

Administracao

Aeroporto de Brasilia

Area Urbana

Area da Aeronaltica

Campo limpo

Campo sujo

Capim gordura

Captacao CAESB

Centro de Visitantes

Cerrado Senso Stricto

Fazendo Agua Limpa - UnB

IBGE

Mata de Galeria

Pedreira

Pinheiros

(23)

A avaliação de habitat foi realizada em toda a área do Jardim Botânico

de Brasília, tanto a área do Jardim Botânico quanto na área do Santuário,

com o objetivo de determinar a atual quantidade HU para as duas espécies

modelo, que são espécies representativas da biota local. Esse levantamento

utilizou técnicas de sensoriamento remoto para o levantamento dos nichos

ecológicos e da cobertura do solo do Jardim Botânico.

Para a espécies Anolis meridionalis foi tomado o resultado dos

trabalhos de Veras e Santos (2007) e Santos e Santos (2009) que construiu e

validou, respectivamente o HSI do animal para a área. Para a espécie

Dendropsophus minutus a construção do HSI se limitou a regiões com

presença de recursos hídricos, já que a espécies depende completamente do

ambientes de águas lênticas para a reprodução. Foram amostrados sete

pontos ao longo dos principais leitos da área, sempre mensurando a

cobertura do solo, presença de vegetação que propicie poleiros para

vocalização dos machos, tipo de ambiente aquático, presença de locais para

esconderijo e a densidade da população de machos ativos.

IV.II. Habitat Evaluation Procedures - HEP

O objetivo do HEP é estabelecer um valor adimensional e não

monetário para a área de interesse que permita a tomada de decisões com

estratégias conservacionistas. Esse valor é a HU, que define o número de

unidades disponíveis para a espécie alvo. Esse método permite quantificar

quanto de habitat será ou foi perdido para as espécies alvo e com essa

informação implementar medidas para a recuperação desses habitats. O

procedimento é de grande valia, já que atualmente, o principal motivo para a

extinção de espécies é a perda de seus habitats (BRASIL, MINISTÉRIO DO

MEIO AMBIENTE, 2008).

O HEP é dividido em três etapas a primeira deve ser a definição da

aplicação do estudo, para os efeitos desse trabalho será, as condições

básica do habitat no Jardim Botânico de Brasília; a segunda é a delimitação

da área a ser avaliada, no caso toda a extensão do Jardim Botânico de

Brasília, individualizando as suas diferentes coberturas vegetais e determinar

(24)

A terceira etapa consiste em calcular as condições básicas das diferentes

coberturas vegetais da área e o total de unidades de habitat para o Jardim

Botânico. Para isso, contudo é necessário o cálculo do HSI para as espécies

alvo que foram informativas para o local.

Para a determinação do HEP do Jardim Botânico de Brasília foram

utilizadas imagens aéreas feitas em 2009 com resolução de 0,45 metro

adquirida pelo sensor UltraCam XP GDS. A classificação da cobertura do

solo foi realizada de forma manual no programa ArcGis 9.3, com confirmação

da classificação em loco por marcação de pontos no GPS marca GARMIN

modelo GPSMAP 60 CSX com precisão média de 4 metros. Nessa fase cada

ambiente deve ser individualizado para permitir uma análise mais rápida e

precisa, o objetivo é identificar as coberturas utilizadas por cada espécie

modelo e consequentemente seus nichos ecológicos. A determinação das

espécies modelo pode ser baseada no uso de espécies de uso econômico ou

em espécies que melhor representam as condições ecológicas locais. Para o

atual estudo foi preferível a escolha de espécies informativas, que

representem guildas, organismos que utilizam recursos em comum. As

espécies escolhidas fora o lagarto Anolis meridionalis e o anfíbio

Dendropsophus minutus. O primeiro teve sua escolha baseada na

disponibilidade de dois trabalhos já publicados na área (VERAS; PRILOMA,

2007; PRILOMA; LIMA, 2009) o que deu suporte ao estudo e agregou

informações importantes sobre a unidade de conservação. A segunda

espécies foi escolhida pelo seu hábito de vida que fornece informações

importantes sobre os ambientes aquáticos e terrestre devido ao seu modo de

vida aquático e terrestre (DUELLMAN, 1986).

Para a última etapa, o cálculo do número de unidades de habitat para

cada espécie modelo, é necessário a determinação do HSI para cada

espécie modelo e as áreas que oferecem recursos para essas espécies. O

calculo do HSI é feito com base nos nichos ecológicos de cada espécies

avaliada em relação ao HSI máximo para a espécie. O HSI máximo seria

aquele em que todos os nichos para a espécie estejam presentes em

abundância. De posse do HSI a HU é calculada pela simples multiplicação do

(25)

Todas as análises feitas para a realização do HEP e do HSI seguiram

os respectivos procedimentos contidos nos documentos da USWFS, Habitat

Evaluation Procedures (HEP) 102 ESM e Standards for the Development of

Habitat Suitability Index Models 103 ESM.

O Procedimento para Avaliação de Habitat determina que para o

levantamento das Unidades de Habitat devem ser seguidos os seguintes

passos: 1 – Determinar a aplicabilidade do HEP (Levantamento das

condições básicas locais, comparação espacial ou temporal, etc), 2 – Definir

a área de estudo, 3 – Determinar as Unidades de Habitat básicas, 4 –

Comparar Unidades de Habitat básicas entre áreas ou comparar condições

futuras na mesma área. Se for o caso, 5 – Comparar ações mitigatórias

determinando as alterações nas unidades de Habitat.

Para a determinação das HU é necessário a escolha das espécies

alvo e para cada uma delas o calculo de seu HSI. O HSI a razão entre os

valores dos nichos ecológicos limites da espécie alvo. O valor mensurado do

nicho ecológico limite disponível na área deve ser dividido pelo valor

considerado ideal para se obter um valor entre 0 e 1 sendo 0 o pior resultado

e 1 o melhor (USFW - EMS 103)

IV.III. Habitat Suitability Index - HSI

O HSI é um índice que tem por objetivo mensurar a qualidade do

habitat estudado para cada espécie modelo (ADMINISTRATION2000; USFW

- ESM 103). Esse índice varia de 0,0 a 1,0 sendo que 0,0 representa um

ambiente não propício para a manutenção da população e 1,0 a melhor

condição de nichos ecológicos para a espécie. O HSI pode variar na sua

gradação desde valores binários (0 ou 1) para presença ou ausência até

variações decimais dependendo da precisão permitida pela variável e método

de medição dessa variável.

O cálculo do HSI utiliza medições, observações e literatura para

determinar os nichos ecológicos limites para a espécie. O cálculo é simples,

sendo que o valor HSI é a divisão do valor atribuído a área pelo valor ótimo

(26)

considerar que em uma determinada área, um determinado nicho ecológico

for medido e o valor encontrado for de 10 e o valor considerado ótimo, para

esse mesmo nicho for de 50, o cálculo para se determinar o HSI para essa

única variável seria HSI=10/50, portanto o HSI é 0,2. Os valores para o

cálculo do HSI podem ser determinados utilizando modelos escritos que

classificam o ambiente em Excelente, Bom, Regular e Abaixo do esperado,

no qual são atribuídos valores numéricos a cada classe; excelente - 1, bom -

2, regular – 3, e abaixo do esperado – 4. Sendo que para cada valor é

atribuído um valor de HSI, 1 – HSI 1,0, 2 – HSI 0,75, 3 – HSI 0,5, e 4 – HSI

0,25. Ainda podem ser utilizados modelos numéricos como densidade

populacional, biomassa disponível, etc.

Cada variável que compõe o HSI da espécie pode possuir diversos SIs

(Suitability Index), valor que representa cada nicho ecológico limite na

fórmula proposta do HSI. Como o HSI o SI varia de 0 a 1.

O HSI deve representar uma relação linear com a capacidade de

suporte do ambiente (USFW - EMS 103) sendo que cada unidade do índice

que variar deve representar uma quantidade fixa do recurso que se

modificou.

IV.IV. Espécies Alvo

IV.IV.I. Anolis meridionalis

A espécie Anolis meridionalis foi a primeira espécie endêmica do

Cerrado a ter seu HSI determinado e validado por Veras Batista (2006) e

Priloma e Lima (2009). A espécie foi escolhida por ter uma grande literatura

disponível, ser bem representativa do bioma Cerrado e ser uma das espécies

de lagarto endêmicas do Cerrado brasileiro.

Seu HSI já foi determinado para o Jardim Botânico de Brasília, o que

torna sua utilização fácil e confiável para determinar quantas unidades de

habitats estão disponíveis para a espécie nessa unidade de conservação.

Para a determinação desse HSI foram utilizadas as variáveis; cobertura

(27)

teor de areia no solo e volume de madeira caída (VERAS, 2006). Essas

variáveis foram revistas por Vieira e Priloma (2009) que propuseram a

utilização de apenas quatro variáveis sendo: cobertura de vegetação rasteira,

densidade de cavidades no solo, densidade de cupinzeiros e areia na

camada superficial do solo. O modelo revisado mostrou-se representativo

tanto para a espécie A. meridiolalis quanto para toda a guilda que o mesmo

pertence.

Os dados do HSI de Vieira e Priloma (2009) foram utilizados para o

cálculo do HU do Jardim Botânico de Brasília para A. meridionalis.

IV.IV.II. Dendropsophus minutus

Anfíbios são organismos que surgiram no Planeta no período

Devoniano, a cerca de 300 milhões de anos (DUELLMAN, 1986). Anfíbios

são excelentes indicadores ambientais devido ao seu caráter duplo de vida,

tendo, geralmente, uma fase larval aquática e outra fase adulta terrestre

(DUELLMAN, 1986).

O Brasil é o país com maior biodiversidade de anuros do mundo

(SANTOS; VERAS, 2007). Esse fato torna esse grupo de animais muito

relevante para estudos que tem como objetivo a avaliação de habitats.

Apesar de ser um local com grande diversidades desses animais, o

conhecimento sobre sua história natural é pequeno (SANTOS; VERAS, 2007)

e exige novas pesquisas, que devem ser feitas rapidamente devido ao grau

de destruição dos habitats pela ação antrópica.

Atualmente o aumento do conhecimento sobre as espécies tem

permitido o uso de várias espécies para estruturar tomadas de decisão sobre

o uso e ocupação de solos. Contudo, anfíbios tem sido ignorados, talvez pela

dificuldade de realizar estudos sobre o grupo, e não tem sido representados

ou se representados são sub valorizados. Apesar desse fato esses animais

são de extrema valia por serem os únicos a integrarem informações de

ambientes aquáticos e terrestres e sinalizarem alterações ambientais

relevantes (BEISWENGER, 1988). O uso de anfíbios em planos de

(28)

organismos em grupos que consideram sua forma de reprodução ou

alimentação sem incluir mais detalhes (BEISWENGER, 1988).

Anfíbio da ordem anura, família Hylideae o Dendropsophus minutus é

uma espécie de tamanho pequeno típica de áreas cobertas por vegetação

herbáceo arbustiva próxima a recurso hídrico perturbados ou não (HADDAD,

1987). Sua distribuição ocorre desde o norte da América do Sul até o Uruguai

e Missiones na Argentina (HADDAD, 1987). Apesar de ser uma espécie

relativamente abundante e com certa flexibilidade para ocupar áreas

perturbadas, essa espécie requer alguns atributos ambientais específicos

para sua reprodução e manutenção da população. O trabalho de mestrado de

Haddad (1987) é um dos únicos feitos que descreve a história natural dessa

espécie. O fato de não existirem muitos trabalhos sobre a história natural de

anfíbios é comum; normalmente são encontrados trabalhos que abordam

aspectos específicos desses animais, como comportamento reprodutivo ou

relações das comunidades como exemplificado nos trabalhos de Santos e

Veras (2007) e Felipe et all (2008).

A espécie D. minutus foi escolhida pela sua grande distribuição

geográfica, o que tornará esse trabalho relevante para várias localidades do

país com a presença desse animal, por ser uma espécie relativamente bem

estudada, permite a obtenção de informações relevantes na literatura de

forma mais fácil, principalmente da dissertação de mestrado do professor

Célio Haddad (1987). Ainda podemos salientar a relevância de qualquer

anuro na avaliação de habitats já que são espécies que exigem do meio,

recursos específicos, tanto dos ecossistemas aquáticos como dos ambientes

terrestres.

Essa espécie é encontrada em beira de recursos hídricos

preferencialmente lênticos de constante troca com água cristalina e rodeada

por vegetação rasteira. Para reprodução o macho da espécie prefere

empoleirar-se em até 1,5m do chão, mas pode cantar no chão em locais com

vegetação escassa, contudo, a vegetação é importante para proteção contra

predadores. Durante o dia os animais preferem utilizar touceiras de capim

(29)

(HADDAD, 1987). Os fatores abióticos também influenciam de forma intensa

a sobrevivência desse animal, sendo os mais importantes a temperatura e a

umidade (HADDAD, 1987).

Para o calculo do HSI para D. minutus foram selecionados os

seguintes nichos ecológicos limites: disponibilidades de ambientes aquáticos

lêntico de troca constante, disponibilidade de locais para o canto de

acasalamento e disponibilidade de locais para abrigo diurno. Esses nichos

foram definidos com base no trabalho de Haddad (1987). Como a literatura é

escassa foram utilizadas informações complementares de especialistas na

área.

Foram localizados sete locais com presença de recursos hídricos,

condição principal para o estabelecimento e reprodução de D. minutus. Cada

local foi descrito, as variáveis densidade de vegetação não lenhosa de até 2

m na margem ou semi-submersa, densidade de locais de esconderijo foi

mensurada.

As espécies escolhidas para esse trabalho são representativas de

importantes fisionomias do Bioma Cerrado, o lagarto A. meridionalis e o

anuro D. minutus representam, respectivamente, ambientes secos de campo

abundantes nesse bioma e ambientes úmidos de extrema importância para

todas as espécies existentes na Savana Brasileira.

Ambos os animais foram escolhidos por possuírem literatura

disponível para a realização do trabalho, fato pouco comum no Brasil devido

a grande biodiversidade existente e pouca disponibilidade de profissionais

para estuda-la.

Utilizando os métodos do HEP é possível determinar o número de

unidades de Habitat disponível para as duas espécies o que

consequentemente, pelas características das duas, representa grande parte

dos ambientes disponíveis para todas as espécies da savana mais biodiversa

(30)

V. Resultados

Foram escolhidos oito locais para a coleta dos dados referentes aos

nichos ecológicos limites da espécie D. minutus. Cada um deles foi escolhido

pela presença de recursos hídricos lênticos ou lóticos para posterior análise

desse parâmetro. Não foram considerados os locais sem recursos hídricos

devido ao objetivo traçado para o cálculo do HSI, que é o HSI de locais para

a reprodução da espécie.

Todos os pontos foram marcados no aparelho de navegação por

satélite marca Garmin modelo GPS60 GSX e receberam as denominações

numéricas P-1, P-2, P-3, P-4, P-5, P-6, P-7 e P-8. Todos os pontos estão

indicados no Figura 2.

Para a Espécie A. meridionalis todos os dados foram obtido nos

trabalhos de Veras e Santo (2007) e Santos e Vieira (2009).

Figura 2: Pontos de Coleta – 2009 e localização dos pontos de coleta de dados

# $ [ " X E a D 47°49'0"W 47°49'0"W 47°50'0"W 47°50'0"W 47°51'0"W 47°51'0"W 47°52'0"W 47°52'0"W 47°53'0"W 47°53'0"W 47°54'0"W 47°54'0"W 47°55'0"W 47°55'0"W 47°56'0"W 15°51'0"S 15°51'0"S 15°51'30"S 15°51'30"S 15°52'0"S 15°52'0"S 15°52'30"S 15°52'30"S 15°53'0"S 15°53'0"S 15°53'30"S 15°53'30"S 15°54'0"S 15°54'0"S 15°54'30"S 15°54'30"S 15°55'0"S 15°55'0"S 15°55'30"S 15°55'30"S 15°56'0"S 15°56'0"S 15°56'30"S 15°56'30"S 15°57'0"S 15°57'0"S 15°57'30"S 15°57'30"S 15°58'0"S 15°58'0"S

Pontos de Coleta

Coordinate System: SIRGAS 2000 UTM Zone 23S Projection: Transverse Mercator

Datum: SIRGAS 2000 False Easting: 500.000,0000 False Northing: 10.000.000,0000 Central Meridian: -45,0000 Scale Factor: 0,9996 Latitude Of Origin: 0,0000 Units: Meter 1:100.000

Ü

Legenda # P-1 $ P-2 [ P-3 X P-4 E P-5 a P-6 D P-7 " P-8

Ponto de Confirmação

10,50 1 2 3 4

Kilometers

(31)

O ponto denominado P-1 é um local de Mata de Galeria com pouca

vegetação herbácea-arbustiva e solo coberto por uma espeça camada de

folhas secas e galhos. O local foi bem alterado apresentando bambus e

vegetação exótica, a copa das árvores não é muito fechada. O leito é lótico

com pequenas reentrâncias de águas mais lentas. Este local esta bem

próximo a uma estufa ativa do JBB e por meio de comunicação pessoal do

vigilante do posto a presença de serpentes é intensa devido ao acúmulo de

material depositado aos arredores da construção.

O ponto P-2 está em domínio de Mata de Galeria muito alterada,

devido a presença de uma bomba de captação de água do próprio JBB. No

local há uma mangueira e o solo é pouco coberto por folhas secas e galhos.

Na margem direita pode-se observar uma vegetação menos alterada com

pouca presença de ervas e arbustos e solo mais coberto por folhas. O leito é

lótico com poucas e pequenas corredeiras e com nenhuma vegetação

semi-submersa nas margens.

O ponto 004 fica próximo a uma ponte de concreto utilizada por

veículos de serviço da CAESB – Companhia de Água e Esgoto de Brasília. O

local é relativamente preservado, se não fosse a presença da própria ponte.

O leito é lótico com pequenas quedas d’água e um pequeno local assoreado

ao lado da barragem que favorece o aparecimento de pequenas regiões de

água mais lenta. A vegetação arbórea é densa e pouca vegetação

herbáceo-arbustiva. O solo tem uma grossa camada de folhas secas e muitos galhos

mortos.

Ponto P-4 também é local de domínio da fitofisionomia de Mata de

Galeria, o local tem cobertura arbórea intensa, vegetação herbáceo-arbustiva

escassa e solo coberto por muitas folhas secas. Área de vegetação bem

preservada.

Ponto P-5, local de captação de água da CAESB. Nesse local foi

formado uma pequena lagoa rasa devido a construção de uma represa. A

vegetação tanto a jusante quanto a montante é de Mata de Galeria sendo

que no local da lagoa existe a presença de pouca vegetação arbórea e

(32)

não tem grande quantidade de cobertura de serapilheira apesar de ser

intensamente coberto por gramíneas. O leito é lêntico na lagoa, mas lótico a

jusante.

Ponto P-6, também local de captação de água da CAESB nos mesmos

moldes do ponto P-5 porem menos preservado, com presença de capim

gordura (Melinis minutiflora) e Gleichenia sp. Grande presença de cobertura

de capim nos solo e alguma vegetação semi-submersa. O leito é lêntico com

porção lótica após a barragem.

Ponto P-7 é o mais preservado dos sete. Local de Mata de Galeria que

limita o JBB com a área da aeronáutica (Figura 1). O local que antecede esse

ponto esta sendo dominado por capim gordura e logo na margem da Mata de

Galeria existe uma região de alagado com presença de buritis indicando a

ocorrência de uma vereda. A Mata de Galeria é bem preservada com leito

estreito e lótico. O solo é pouco coberto por serapilheira e não existe

vegetação herbácea relevante. Nesse ponto ainda foi avaliado a porção

Campo Limpo contíguo à mata que na época das chuvas se torna alagado e

permite a reprodução de anfíbios. Esse ponto foi denominado P-8, que possui

grande cobertura de vegetação herbácea e não possui leito permanente.

A tabela 1 mostra os resultados, para cada ponto de coleta para a

espécie D. minutus. A tabela mostra o tipo de ambienta, a média de poleiros

para vocalização, a média de esconderijos e a densidade populacional

contada pelo métodos de transcectos.

A coleta de dado foi realizada conforme descrito na metodologia e se

obteve os seguintes resultados para D. Minutus. Mostrados nas tabelas na

(33)

Tabela 1:. Resultados mensurados em cada ponto de coleta para D. minutus.

P-2 P-3 P-4 P-7 P-1 P-5 P-6 P-8

Leito Lótico Lótico Lótico Lótico Lótico Lêntico Lêntico Lêntico

Poleiros 163.33 206.67 60 100 453.33 573.33 380 666.67

Esconderijo 40 43.33 76.67 10 83.33 280 523.33 200

Densidade populaconal

Baixa Baixa Baixa Baixa Média Alta Alta Alta

Figura 3:. Densidade populacional de D. minutus em cada ponto de coleta. Os quadrados representam leitos lóticos e os triangulos leitos lênticos.

Figura 4:. Densidade de poleiros para vocalização em cada ponto de coleta. Os quadrados representam leitos lóticos e os triangulos leitos lênticos.

          0  2  4  6  8  10  12 

P003  P004  P019  P022  P002  P020  P021  P022.1 

0  100  200  300  400  500  600  700  800 

(34)

Figura 5:. Densidade de esconderijos em cada ponto de coleta. Os quadrados representam leitos lóticos e os triangulos leitos lênticos.

As medições para A. Meridionalis foram realizadas por Veras e Santos

(2007) e Priloma e Lima (2009). As medições para a confecção dos HSI no

EEJBB foram utilizadas para o calculo da HU.

Figura 6:. Densidade de poleiros para vocalização pelo índice de adequabilidade – SI esperado.

Figura 7:. Densidade de esconderijos disponíveis pelo índice de adequabilidade – SI esperado.

0  100  200  300  400  500  600 

P022  P003  P004  P019  P002  P022.1  P020  P021 

0  0.2  0.4  0.6  0.8  1  1.2 

66.25  226.665  270 

0  0.2  0.4  0.6  0.8  1  1.2 

21.25  41.665  167.22 

(35)

 

Figura 8:. Tipo de ambiente aquático predominante no trecho de recurso hídrico.

‐0.2  0.3  0.8  1.3 

(36)

VI.

Discussão

O Índice de adequabilidade ambiental tem se mostrado de grande

relevância em várias localidades no mundo, tendo sucesso na tarefa de

mensurar a quantidade de habitats perdidos (HADDAD, 1987;

ADIMINISTRATION, 2000, MITCHELL; ZIMMERMAN; POWELL, 2002;

IMAM; KUSHWAHA; SINGH, 2009; SANTOS; VIEIRA, 2009). Estudos de HSI

permitem a tomada de decisões de que medidas mitigatórias são mais

adequadas a cada perda de ambiente além de fornecer uma quantidade mais

precisa de habitats a serem preservados.

O atual estudo considerou a totalidade da área do Jardim Botânico de

Brasília, tanto a área de visitação quanto a área da estação ecológica. Para a

espécie D. minutus foram considerados os recursos hídricos presentes na

área e as avaliações quanto aos parâmetros escolhidos (nichos limites. Para

a espécies A. meridionalis foram considerados os trabalhos de Veras e

Santos (2007) e Santos e Vieira (2009). O conjunto desses dados foram

utilizados para o cálculo da HU para todo o Jardim Botânico de Brasília

VI.I. Dendropsophus minutus

Segundo o trabalho de Haddad (1987) a manutenção da população de

D. minutus possui grande correlação com a disponibilidade dos seguintes

nichos ecológicos limites que forma adotados nesse trabalho (presença de

recurso hídrico lêntico, densidade de vegetação na margem e/ou

semi-submersa e densidades de locais para esconderijo).

A maior relação está demonstrada no figura 3 que demonstra a

dependência da espécie por ambientes de águas lênticas (triângulos). Essa

afirmação corrobora com os achados de Haddad (1987). D. minutus

desenvolve seu amplexo e desova dentro da água (HADDAD, 1987), a

preferencia por recursos hídricos lênticos se justifica pelo pequeno porte do

animal que poderia ser carregado pela água em ambientes lóticos.

O nicho poleiros para vocalização também apresentou grande

congruência com a densidade populacional encontrada (figura 6), tanto que

no ponto P-1 foi encontrada uma densidade populacional considerada

(37)

para esconderijo. Esse fato indica que a densidade de poleiros pode ser uma

fator mais importante que a presença de locais para esconderijo, por essa

razão esse fator recebeu um peso maior no calculo do HSI para a espécie.

A relação entre a densidade populacional e a densidade de poleiros

disponíveis para vocalização de machos permitiu a construção do figura 6

que indica o HSI esperado para as densidades de poleiro medidas em

campo.

De forma semelhante o figura 7 demonstra a relação entre a

densidade de esconderijos disponíveis e o SI esperado para a área.

A variável tipo de ambiente aquático foi medida em duas categorias:

águas lênticas e águas lóticas permitindo a construção do figura 8 que

concorda com as observações de que a espécie em questão tem preferencia

por ambientes aquáticos lênticos. Seu SI é mostrado no figura 8.

Com as três variáveis medidas e seus SIs determinados, foi possível

propor uma fórmula geral para a mensuração do HIS. A formula foi concebida

levando em consideração que D. minutus não ocorreu ou teve sua ocorrencia

muito reduzida em locais com águas lóticas, por essa razão a váriável tipo de

ambiente aquático recebeu a numerção de 1 para águas lênticas e 0 para

águas lóticas. Essa variável na forma numérica foi multiplicada na formula de

forma a determinar o valor de HIS = 0 para ambientes com água corrente.

Segundo as observações de campo a variável poleiros parece exercer

maior determinação de adequabilidade ambiental que a variável esconderijo.

Esse fato é completamente válido, já que espécies tendem a priorizar a

reprodução e manutenção da espécie em detrimento a sua própia segurança

(DALKINGS, 2006). Devido a essa observação foi atribuido um fator de 2 à

densidade de poleiros para vocalização.

Todos os dados permitiram desenvolver a fórmula 1 que se propõe a

(38)

HSID= Va * ((2 * Sip + SIe)/3) (1)

Fromula 001. HSI para D. minutus

Onde:

Va = Tipo de ambiente aquático

SIp = Índice de adequabilidade de poleiros

SIe = Índice de adequabilidade de esconderijos

Os valores de SI foram obtidos dos figura 6 e 7 para poleiros e

esconderijos, respectivamente. Como os valores de adequabilidade são

constantes, ou seja, para cada variação constante no valor da densidade de

esconderijos ou poleiros o valor do SI variará na mesma proporção

constante, os figuras podem ser lidos diretamente.

Foi definido o HSI de cada ponto de coleta, que representa uma

porção dos ambientes disponíveis para a espécie, principalmente

determinado pela presença de recursos hídricos. Foram determinados os

seguintes HSIsconforme tabelas P1 a P8:

P-1

P-1

Leito Lótico (0)

Poleiros 226.67

Esconderijo 41.67

HSID2 = 0 * (2 * 0,2 + 0,1)/3

(39)

P-2

P-2

Leito Lótico (0)

Poleiros 81.67

Esconderijo 20.00

HSID3 = 0 * (2 * 0,3 + 0,1)/ 3

HSID3 = 0

P-3

P-3

Leito Lótico (0)

Poleiros 103.34

Esconderijo 21.67

HSID4 = 0 * (2 * 0,1 * 0,1)/ 3

HSID4 = 0

P-4

P-4

Leito Lótico (0)

Poleiros 30.00

Esconderijo 38.34

HSID19 = 0 * (2 * 0,7 + 0,2)/ 3

(40)

P-5

P-5

Leito Lêntico

Poleiros 286.67

Esconderijo 140.00

HSID20 = 1 * (2 * 0,9 +0,5)/ 3

HSID20 = 0,8

P-6

P-6

Leito Lêntico

Poleiros 190.00

Esconderijo 261.67

Densidade Alta

HSID20 = 1 * (2 * 0,6 + 1)/ 3

HSID20 = 0,7

P-7

P-8

Leito 1

Poleiros 333.34

Esconderijo 100.00

Densidade Alta

HSID20 = 1 * (2 * 1 + 0,4)/ 3

(41)

A obtenção do HSI de cada local com recurso hídrico disponível permite a

elaboração do figura 10 que demonstra a adequabilidade de cada uma

dessas localidades a presença de D. minutus no JBB.

(42)

Figura 10:. Figura de Habitat Suitability Index para Dendropsophus minutus do Jardim Botânico de Brasília, 2010.

A construção do HIS para a espécie permite calcular a unidade de

habitat HU. Unidade adimensional que permite a quantificação da área Coordinate System: SIRGAS 2000 UTM Zone 23S Projection: Transverse Mercator

Datum: SIRGAS 2000 False Easting: 500.000,0000 False Northing: 10.000.000,0000 Central Meridian: -45,0000 Scale Factor: 0,9996 Latitude Of Origin: 0,0000 Units: Meter

Ü

0 37,5 75 150 225 300

Meters 1:5.000 1:50.000

0 375750 1.500 2.250 3.000

Meters

HSI

0 Matas de galeria

0,7 Captações

(43)

disponível ao organismo. A HU permite a mensuração precisa de quanto de

área será perdida para cada espécie e em associação com o HIS permite

verificar que aspecto natural deve ser reposto. A HU para D. minutus foi

calculada com base na área ocupada pela espécie, que no caso de anfíbios é

de fácil determinação pela dependencia de recurso hídrico disponível.

Segindo o manual ESM 103 (1981) o calculo da HU é feito pela

simples multiplicação do HIS pela a área disponível para o organismo. No

JBB existem poucos locais com recursos hídricos como pode ser visto no

figura 1, que demonstra a cobertur vegetal do JBB.

Na tabela 2 são trazidos os valores das áreas cobertas por cada

cobertura no JBB.

Tabela 2:. Valor das áreas das coberturas de solo do JBB

Identificação Área (m2)

Captação 01 403

Captação 02 222

Campo Limpo 79844

Campo Sujo 13951278

Cerrado SS 32965513

Mata de Galeria 2234835

Vereda 96284

Com esses dois dados são calculados os valores de HU para a

espécies D.minutus.

O calculo do HU é feito multiplicando-se o valor do HSI da espécie

pela área disponível para a sobrevivência ou parâmentro de vida da espécie.

No caso da espécie D. minutus as áreas disponíveis para reprodução são

locais com disponibilidade hídrica. Conforme tabela 2 foram identificados três

tipos de locais com essa disponibilidade sendo: veredas, lagoas de captação

da CAESB e rios com Mata de Galeria. Para cada um desses locais foi

calculado seu HU. O somatório de todos esses HUs representa a quantidade

de Unidades de Habitat disponíveis no Jardim Botânico de Brasília para a

espécie Dendropsophus minutus.

(44)

Áreas de Mata de Galeria

HIS = 0

Área = 2.234.835m2

HU = 0

Áreas de Veredas

HIS = 0,8

Área = 96.284m2

HU = 77.027,2

Captação 01

HIS = 0,8

Área = 403m2

HU = 322,4

Captação 02

HIS = 0,7

Área = 222m2

HU = 155,4

Para se calcular a HU para todo o jardim Botânico de Brasília deve-se

primeiro calcular o HSI de D. minutus para a unidade de conservação como

um todo e depois disso multiplicar esse valor pelo total de áreas disponíveis

para a espcie. (USFW - EMS103, 1981)

O calculo do HSI para toda a unidade é a média simples dos HSIs

calculados para cada localidade com recursos hídricos disponíveis.

HSIt = (0 + 0,8 + 0,8 + 0,7)/4

HSIt = 0,6

Onde:

HSIt – HSI total para o Jardim Botânico de Brasília

(45)

HUt = HSIt x At

HUt = 0,6 x 96.909 m2

HUt = 58.145,4

O HU disponível para D. minutus do Jardm Botânico de Brasília é

58.145,4. Esse valor representa o número de unidades em que a espécie

pode sobreviver. Caso o JBB sofra ações antrópicas ou não que afetem os

nichos ecológicos limítes esse valor variará e devem ser adotadas medidas

para retornar o valor ao original para não comprometer a sexistencia local da

espécie.

VI.II. Validação D. minutus

A área escolhida para validar o modelo de HSI para a espécie D.

minutus foi o Centro de Instrução e Adestramento de Brasília – CIAB, Quartel

da Marinha Brasileira localizada a 27 Km ao sul do centro da cidade e é

contígua a Fazenda Água limpa da UnB e da Reserva Ecológica do IBGE.

Essa proximidade torna o essa área importante para a conservação do bioma

Cerrado próximo a Capital da República. O CIAB é uma área de treinamento

que conta com uma extensão de 59.755.783m2. Apesar de ser uma área de

adestramento militar o CIAB, por ser um terreno muito grande possui Cerrado

muito preservado, contando com todas as fitofisionomias e com importantes

leitos de cursos hídricos.

O ponto escolhido para a validação foi próximo a fronteira sul da área

onde esta localizada um antigo tanque de piscicultura desativado que hoje é

utilizado como local de treinamento no Ribeirão Saia Velha. O Ribeirão

possui águas lóticas que se tronam lênticas a partir do tanque de piscicultura.

O tanque possui três das quatro margens do tanque são cobertas por mata

ciliar e a última margem é coberta por capim.

Foram determinados quatro pontos de coleta para a determinação do

HSI, três nas margens sul leste e oeste do tanque de piscicultura e o quarto

ponto na Mata de Galeria a jusante do tanque. A metodologia para a coleta

(46)

exceção no número de coletas de cada margem. Seguiu-se coletar cinco

quadrantes em cada ponto.

Tabela 3: Coleta de Dados no Ribeirão Saia Velha – CIAB.

CIAB C001 C002 C003 C004

Leito 1 1 1 0

Poleiros 684.33 465.67 3.67 30

Esconderijo 467.33 349.33 125.67 76.67

Para cada ponto foi calculado seu respectivo HSI e comparado com a

densidade de indivíduos encontrados. Os resultados do HSI para cada ponto

são mostrados na tabela 4 e figura 11.

Tabela 4: Resultados para o HSI de D. minutus na área do CIAB

Sip Sie HIS Densidade

C001 1.0 1.0 1.0 alta

C002 0.7 0.7 0.7 média

C003 0.0 0.3 0.1 baixa

C004 0.0 0.2 0.0 baixa

Figura 11:. Relação HSI calculado com a densidade populacional encontrada nos pontos de coleta do CIAB

As medições realizadas no Ribeirão Saia Velha demonstram a

validade e acurácia do modelo proposto para o calculo do HSI para a espécie

D. minutus. Essa validação fornece mais um reforço ao calculo da HU do

Jardim Botânico de Brasília favorecendo a utilização dessa medida para

subsidiar ações de manejo na área.

0.0  0.2  0.4  0.6  0.8  1.0  1.2 

1  2  3  4 

Series1 HSI  Series2 Densidade 

Imagem

Figura 1: Localização e vizinhança do Jardim Botânico de Brasília – 2011.
Figura 2: Pontos de Coleta – 2009 e localização dos pontos de coleta de dados
Figura 4:. Densidade de poleiros para vocalização em cada ponto de coleta. Os quadrados  representam leitos lóticos e os triangulos leitos lênticos
Figura 5:. Densidade de esconderijos em cada ponto de coleta. Os quadrados representam  leitos lóticos e os triangulos leitos lênticos
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