UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
CATARINA
PROGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA
DEPRODUÇÃQ
MÁRIO
AUGUSTO
DA
CRUZ
~
A
EFF
-EQUALIZAÇAO
FINANCEIRA
FEDERAL DA
CPR
FINANCEIRA
COMO
ALTERNATIVA DE
~
F|NANc|AMENTo
DA
PRoDuÇAo
EAGRoPEcuÁR|A
FLORIANÓPOLIS
~
A
EFF
-EQUALIZAÇAO
FINANCEIRA
FEDERAL DA
CPR
FINANCEIRA
COMO
ALTERNATIVA
|=|NANc|AMENTo
DA
PRoDuçAo
AGRoPEcuÁR|A
Dissertação
apresentada
ao
Programa de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção
da Universidade
Federalde
Santa
Catarina para aobtenção do
títulode
Mestre
em
Engenharia
de
Produção.
Área:
Gestão de Negócios
Orientadora: Ilse
Maria Beuren,
Dra.FLoR|ANÓPoL|s
2001
MÁR|o
Aueusro
DA
cRuz
A
EFF
-EQUALIZAÇAO
FINANCEIRA
FEDERAL DA
CPR
FINANCEIRA
COMO
ALTERNATIVA DE
|=|NANc|AMENro
DA
PRoDuçAo
AGRoPEcuÁR|A
Esta
dissertação foi julgadaadequada
para
aobtenção
do
títulode
Mestre
em
Engenharia de Produção
e aprovada
em
sua forma
final peloPrograma
de
Pos-
Graduaçâo
em
Engenharia
de Produção da
Universidade
Federalde Santa
/
Catarina
Prof. Ricar Miršrida Bar ', Ph.D oordenado
Banca
Examinadora:
Mt./Ó:
u
fzwi
Profa. llse Maria Beuren, Dra.
. entadora
_ \
`
1. 'i _/4'
Prof. Ant io rn 'I _ z› de Quei o
¿ r.
l._ O
Prof.
Prolair
B r ert, Dr.Mmbro
À
Heloísa,
pelo
companheirismo
e
compreensao.
Às
nossas
filhas,Renata
e
Flávia.AGRADECIMENTOS
A
Deus,
por tercolocado
pessoas
certasno
meu
caminho
e
terme
dado
forças
para
seguirem
frente.A
todos
que
contribuíram, diretaou
indiretamente,para a
realizaçãodo
trabalho.
À
Universidade
Federalde
Santa
Catarina pelaoportunidade e
aos
professores
do Curso
pelosconhecimentos
transmitidos.Ao
Sindicato Ruralde
Londrina,que
disponibilizouinformações sobre
aEFF -
Equalização
Financeira Federalda
CPR
Financeira,e
atodos
que
participaram
da
entrevista.Ao
Banco
do
Brasil S.A.,empresa
na
qualtenho
ahonra
de
trabalhar,pelo
apoio
irrestrito, inclusive pela bolsaque
me
concedeu.
Tambem
agradeço
aos
meus
colegas
peloapoio na
caminhada
e
pelasolidariedade
muitas
vezes
demonstrada.
Aos
membros
da
Banca,
porterem
aceitado participare
pelas brilhantescontribuições
que
trouxeram
ao
trabalho.À
Profa Dra. llseMaria
Beuren,uma
orientadora especial.Seu
conhecimento, dedicação, determinação e
energiaforam fundamentais na
orientação
do
trabalho.Obrigado especialmente
porter-me
permitidocompartilhar
da sua
amizade.
Finalmente,
agradeço
aminha
familia pelacompreensão
nos
momentos
mais
difíceis.(Gandhi)
SUMÁRIO
LISTA
DE
FIGURAS
... ..x
LISTA
DE
QUADROS
... .. xiLISTA
DE TABELAS
... ... XÍÍLISTA
DE
SIGLAS
... .. xiiiGLOSSÁRIO
... .. xvlRESUMO
... ..xx
ABSTRACT
... .. xxl 1.INTRODUÇÃO
... ... ..01
1.1TEMA
E
PROBLEMA
... .. os 1.2OBJETIVOS
... ..07
1.3JUSTIFICATIVA
TEÓRICO-EMPÍRICA
... ..os
1.4METODOLOGIA
DA
PESQUISA
... ..09
1.5ORGANIZAÇÃO
DO
ESTUDO
... .. 11 2.REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
... ... ... ..132.1
O CREDITO
RURAL
No
BRASIL
... .. 132.1.1
Aspectos
históricos eimportância
do
CréditoRural
... .. 142.1.2
Conceituação
do
CréditoRural formal
eInformal
... ..20
2.1.3
Turbulências
na
políticade
CréditoRural
... ..22
2.1.4
O
fim
da
conta
movimento
e asnovas
fontesde
recursos ... ..27
2.1.5
As
formas
alternativasde obtenção de
recursos e osnovos
caminhos
do
CréditoRural
... ... ..31
2.2
A
CÉDULA DE PRODUTO RURAL
(CPR)
... _. 35 2.2.1A
criaçãodo
Certificadode
Mercadoria
com
Emissão
Garantida
(CM-G)
... ..35
2.2.2
A
criaçãoda
Célulade
Produto Rural
(CPR)
... ..37
2.2.3 Definição
de
CPR
... ..40
2.2.4
Comparação
entre oCM'-G
e aCPR
... ..44
FINANCEIRA)
... ._ 452.3.1
Considerações
gerais ... ..45
2.3.2
Definição
de
CPR
Financeira ... ..46
2.4
A CÉDULA
DE
PRODUTO RURAL DO
BANCO
DO
BRASIL
(BB
CPR)
... ..48
2.4.1
Modalidades de
BB
CPR
... ..49
2.4.2
Comparativo
entreBB
CPR
eBB
CPRF
Preço
Fixo ... .. 512.5
OPERACIONALIZAÇAO
DA
BB
CPRF
PREÇO
FIXO
... .. 542.5.1
Custo da
taxa de aval ... ..55
2.5.2
Bônus
sobre a taxade
aval ... .. 562.5.3 Limites
para
concessãode
aval ... ..56
2.6
SUBSÍDIOS
Ao
CRÉDITO
RURAL
... .. ....582.6.1
Considerações
iniciais ... ..58
2.6.2
Os
subsídios ... .... ..59
2.6.3
Encargos financeiros no
CréditoRural
... ..60
2.6.4
Equalização
de encargos financeiros ... .. 622.6.5
A
correção monetária no
CréditoRural
... .. 633
A PROPOSTA DA
EFF
-
EQUALIZAÇÃO
FINANCEIRA
FEDERAL
DA
CPR
FINANCEIRA
COMO
ALTERNATIVA DE
FINANCIAMENTO DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA
... .. 653.1
A
EFF
-EQUALIZAÇÃO
FINANCEIRA
FEDERAL
DA
CPR
FINANCEIRA
... .. 3.2AS
OPINIÕES
DOS ENTREVISTADOS
... .. 4ANÁLISE
COMPARATIVA
ENTRE
o
CRÉDITO
RURAL
FORMAL
E
A
EFF
-
EQUALIZAÇÃO
FINANCEIRA
FEDERAL
DA
CPR
FINANCEIRA
... ._ 4.!COMPARATIVO
DE
ALAVANCAOEM
DE
RECURSOS
... .. ....65....68
72 72 4.1.1
Alavancagem
de recursos atravésdo
CréditoRural formal
... .. 724.1.2
Alavancagem
de
recursos atravésda
EFF
-
Equalização
Financeira Federal
da
CPR
Financeira ... ..76
4.1.1 Análise
comparativa
dealavancagem de
recursos entre oCrédito
Rural
formal e aEFF
-
Equalização
FinanceiraFederal
da
CPR
Financeira ... ..76
4.2
COMPARAÇÃO
DE CUSTO DOS RECURSOS
... ._ 784.2.1
Custo
dos recursospara
oprodutor
rural atravésdo Crédito
Rural formal
... .. 784.2.2
Custo
dos recursospara
oprodutor
rural atravésda
EFF
-
Equalização
Financeira Federalda
CPR
Financeira ... .. 794.2.3
Custo
dos recursospara
oGoverno
atravésdo
CréditoRural
formal
... ..80
4.2.4
Custo
dos recursospara
oGoverno
atravésda
EFF
-
Equalização
Financeira Federalda
CPR
Financeira ... .. 814.2.5 Análise
comparativa de
custos dos recursospara
oGoverno
e
para
oprodutor
rural, entre o CréditoRural formal
e aEFF
-
Equalização
Financeira Federalda
CPR
Financeira ... ._ 824.3
A
PROPOSTA DE
MUDANÇAS NO
SISTEMA
DE CRÉDITO
RURAL
COM
VISTAS
À
IMPLANTAÇÃO
DA
EFF
-
EQUALIZAÇÃO
FINANCEIRA
FEDERAL
DA
CPR
FINANCEIRA
... .. 845
CONCLUSÕES
E
SUGESTÕES PARA
TRABALHOS
FUTUROS
... ..87
5.1
CONCLUSÕES
... _. 875.2
SUGESTÕES PARA
TRABALHOS
FUTUROS
... .. 92REFERÊNCIAS
... .. 94ANEXOS
... .. 100Figura
1 -Relação
entre CréditoRural
eprodução de
grãosno
Brasil...Figura
2 -Financiamentos de
CréditoRural
concedidospor
categoriano
Brasil,
de 1965
a2000
... ..Figura
3 -Resumo
do
processode
emissão e negociaçãode
uma
CPR
.... ..
Figura
4 -Evolução
da
BB
CPR
eda
BB
CPRF
... ..LISTA
DE
QUADROS
Quadro
1- Comparativo
entreCMG
eCPR
... ..Quadro
2- Comparativo
dasmodalidades
de
BB
CPR
eBB
CPRF
Preço
Fixo ... ..Quadro
3- Taxas
cobradas na
concessão de avalem
BB
CPR
Tabela
1-
Relação
entre CréditoRural
eprodução de
grãos,no
Brasil..Tabela
2 -Taxa
realde
jurosdo
crédito ruralpor
finalidadede
... .. 16
Empréstimo, no
Brasil ... ..24
Tabela
3 -Financiamentos
concedidospor
fontes de recursos,no
Brasil,
de 1990
a2000
... ..30
Tabela
4 -Bônus
sobre a taxade
aval ..... ... ..
56
Tabela
5 - Limitespara
concessãode
aval .....
57
Tabela
6 -Despesas
com
equalizaçõesde
taxas e preços dasoperações
oficiais
de
créditono
Brasil,de 1995
a2001
... ..74
Tabela
7-
Gastos
do Tesouro Nacional
com
equalizações dosencargos
do
CréditoRural (R$
Milhões) ... ..7Tabela
8 -Alavancagem
de
recursosno
CréditoRural formal
ena
5
EFF
-
Equalização
Financeira Federalda
CPR
Financeira ... ..77
LISTA
DE
SIGLAS
ACC
-Adiantamento
de Contrato deCâmbio
AGF
-
Aquisiçãodo Governo
FederalBACEN
- Banco
Centraldo
BrasilBANESPA
- Banco
do
Estado de São PauloBANESTADO
- Banco
do
Estado do ParanáBASA
-
Banco
daAmazônia
BB
- Banco
do
BrasilBNB
- Banco
do
Nordestedo
BrasilBB CPR
-
Cédula
de Produto Rural doBanco
do BrasilBB
CPRF
-
Cédula
de Produto Rural Financeirado
Banco
do
BrasilBB
CPRF
Preço Fixo~
Cédula
de Produto Rural Financeirado
Banco
do
Brasil, coinvalor
do
resgate fixo.BCSP
-
Bolsa de Cereais deSão
PauloBM&F
- Bolsa de Mercadorias e FuturosBNDES
- Banco
Nacional de DesenvolvimentoEconômico
e SocialCAL
- Comunicado
deArremate
de LeilãoCDB
~
Certificado de Depósito BancárioCDI
-
Certificado de Depósito lnterbancárioCETIP
- Central de Custódia e Liquidação Financeira deTítulos Privados
CM-G
~ Certificado de Mercadoriacom
Emissão
Garantida
CMD-G
- Certificado de Mercadoriacom
entrega física disponível garantidaCMF-G
- Certificado de Mercadoriacom
entregafutura garantida
CMN
-
Conselho
Monetário NacionalCNA
-
Confederação
Nacional da AgriculturaCPR
-
Cédula
de Produto RuralCPR
Financeira -Cédula
de Produto Rural FinanceiraCR
-
Central de Registros S.A. (daBCSP)
CREAI
-
Carteira de Crédito Agrícola e IndustrialCTRIN
~
Conselho
do Trigo nacionalDER
- Deposito Especial ReinuneradoEGF
-Empréstimo do Governo
FederalEMATER
-
Empresa
de Assistência Técnica e Extensão RuralESALQ
-
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz_
FAE
-Fundo
de Aplicação Extra-mercadoF
AEP
- Federação da Agriculturado
Estadodo
ParanáFAT
-
Fundo
deApoio
ao TrabalhadorFGV
-
Fundação
Getúlio VargasFINAME
-
Agência
Especial de Financiamento IndustrialFNCO
-
Fundo
Constitucional de Desenvolvimento do Centro OesteFNE
-
Fundo
Constitucional de Financiamentodo
NordesteFNO
-
Fundo
Constitucional de Financiamento do NoiteFUNCAFE
-
Fundo
de Defesa daEconomia
CafeeiraIAA
-
Institutodo Açúcar
e do ÁlcoolIBC -
Instituto Brasileiro do CaféIBGE
~
Instituto Brasileiro de Geografia e EstatisticaIEA -
Instituto deEconomia
AgrícolaIGP -
Índice Geral de PreçosINCRA
-
Instituto Nacional de Colonização eReforma
AgráriaIPI
-
Imposto sobre Produtos IndustrializadosIR
-
Imposto deRenda
IRP
-
Índice de Reajuste daPoupança
l\/ICR
-
l\/lanual de Crédito RuralORTN
-
Obrigações Reajustáveis do Tesouro NacionalPGPM
-
Politica de Garantia de PreçosMínimos
PIB
-
Produto Interno BrutoPOOC
-
Programa
dasOperações
Oficiais de CréditoPROAGRO
- Programa
de Garantia da Atividade AgropecuáriaPROCERA
- Programa
de Credito Especial paraReforma
AgráriaPROEX
- Programa
de ExportaçãoPROGER
- Programa
deGeração
deEmprego
eRenda
PRONAF
-Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura FamiliarSEAB/DERAL
- Secretaria de Estado e Abastecimentodo
Paraná/Departamento
deEconomia
RuralSNCR
- Sistema Nacional de Crédito RuralSUDHEVEA
-
Superintendência de Desenvolvimento daAmazônia
TJLP
-
Taxa
de Juros deLongo
PrazoTN
-
Tesouro
NacionalTRADING
- Agroindústriacom
atividadeem
vários países.TRD
-
Taxa
Referencial DiáriaAval
Bancário(em
CPR)
_
Garantia dada aocomprador
daCPR
pelo agente financeiro(BB),
em
vista doscompromissos
assumidos pelo emitentedo
título.Balcão Eletrônico
(BB)
-
Canal eletrônico de comercialização utilizado peloBanco
do
Brasil.
BB
CPR
- É
aCédula
de Produto Rural avalizada peloBanco do
Brasil. Trata-se de instrumento de crédito para formalização de operação devenda
antecipada de produto,realizada entre produtor e
uma
empresa
agropecuária, tendo avaldo
Banco
do
Brasil eregistro na
CETIP.
BB
CPRF
- É
uma
modalidade deCédula
de Produto Rural avalizada peloBanco
do
Brasil, cuja liquidação se dá financeiramente. Trata-se de instrumento de crédito para
formalização de operação entre o produtor e o
mercado
financeiro, tendo avaldo
Banco
do
Brasil e registro naCETIP.
O
produto rural servecomo
referência de preço, tendoum
de entrada, recebido pelo produtor, e outro de saida,pago
pelo produtor, sendoque
o deságio é ditado pelo mercado.
BB
CPR
Exportação- É
uma
modalidade deCédula
de Produto Rural avalizada peloBanco do
Brasil, cujo destino do produto comercializado é a exportação. Trata~se deinstrumento de crédito para formalização de operação de
venda
antecipada de produtopara importador (não residente), através
do
qual o produtor se obriga a entregar aoproduto na quantidade/qualidade nele descrito, no seu vencimento,
em
armazém
alfandegário, livre e
desembaraçado
paraembarque
e exportação.Tem
avaldo
Banco
do
Brasil e registro naCETIP.
BB CPRF
Preço Fixo-
É
uma
BB CPRF
quetem
o valor de resgate determinado nadata da emissão
do
titulo.CETIP
_
Central de Custódia e Liquidação de Títulos Privados. Efetua o registro.controle e liquidação dos títulos (CPR).
CM-G
-
O
Certificado de Mercadoriacom
Emissão
Garantida éum
título mercantil decontrato de
compra
e venda, disponível nas modalidades entrega física futura garantida-
CMF-G,
e entrega física disponível garantida-
CMD-G.
CMD-G
-
O
Certificado de Mercadoriacom
Emissão
Garantida-
Entrega FisicaDisponível é
um
certificado devenda
de produtos disponíveis.CMF-G
-
O
Certificado de Mercadoriacom
Emissão
Garantida-
Entrega Física FuturaGarantida é
um
certificado paravenda
antecipada de produtos que serão produzidos.Commodity
-
Produto passível de padronização, principalmente noque
diz respeito aqualidade, quantidade e peso. Facilita a negociação de lotes
do
produto, poisnão
hánecessidade de avaliaçao prévia.
CPR
~
A
Cédula
de Produto Rural eum
instrumento de crédito para formalização deoperação de
venda
antecipada de produto, realizada entre produtor euma
empresa
agropecuaria, tendo aval bancário e registro na
CETIP.
CPR
“de gaveta”- E
aCPR
não registrada naCETIP. Segundo
PIMENTEL
(2000:l l),há
quem
considere “de gaveta” apenas asCPRs
não registradas naCETIP;
outrosconsideram
também
aquelas registradas e usadas corno caução na cessão de crédito,mas
não
avalizadas peloBanco do
Brasil.CPR
Financeira_
É
aCPR
com
liquidação financeira. Trata-se de instrumentofinanceiro de crédito para formalização de operação entre produtor e o
mercado
financeiro, no qual o produto rural serve corno referência de preço, tendo
um
de entrada.recebido pelo produtor, e outro de saida, pago pelo produtor, sendo que o deságio e'
ditado pelo
mercado
financeiro.A
operação tem aval bancário e e registrada naCETIP.
Conta
Movimento -
Conta
utilizada peloBanco
do Brasil corno fonte de recursos para odiferença entre a captação não monetária e os desembolsos
que
realizavaeram
cobertosdiariamente pela
Conta Movimento.
O
Banco
Centraldo
Brasiltambém
utilizava aConta Movimento.
Depósito Especial
Remunerado (DER)
_
Fundo
de aplicação constituído pelos saldoscongelados
do
“Plano Collor”, para evitar que esses saldos se deteriorassem ao longodo
tempo. Parte desse fundo deveria ser aplicado no Crédito Rural.EFF
-
A
EFF
- Equalização Financeira Federal daCPR
Financeira éum
instrumento definanciamento agropecuário proposto pelo Sindicato Rural de Londrina,
com
recursosdo mercado
financeiro, através do qual haveria equalização de4%
do
valor de faceda
BB
CPRFs
emitidascom
prazominimo
de 5 meses.EGF
_
Empréstimo do Governo
Federal paraarmazenamento
agropecuário,com
baseno
preçomínimo
vigente para o produto.Na
modalidadeSOV
ésem
opção
de venda,ou
seja, a liquidação é monetária; na modalidadeCOV,
o produtortem
aopção
deentregar o produto ao preço
minimo
no vencimento da operação.Inversão de
Mercado
_
Mudança
abrupta de mercado, contrariando tendências.Leilão Eletrônico
-
Instrumento eletrônico que interligada as Bolsas de MercadoriasBrasileiras e e utilizado pelo
Banco
do Brasil para venda de produtos.Poupança
rural_
Caderneta depoupança
doBanco
do Brasil S/A, que direciona partedos recursos para o credito rural.
"Soja verde"
-
operação que consiste na venda, pelo produtor ou cooperativa, de suaprodução
agropecuária futura, mediante recebimentodo
valor davenda
no ato daformalização
do
negócio epagamento
em
produto na colheita; refere-setambém
àvenda
antecipadaem
que o recebimento do valor da venda se da namesma
dataestipulada para a entrega do produto.
Negociação
realizadacom
base noCodigo
Comercial
Brasileiro.“Troca-troca”
-
Operação
que consiste na troca que ovendedor
deinsumos
realizacom
o produtor rural
ou
sua cooperativa, fornecendo os insumos necessários àformação da
lavoura
em
trocado compromisso
do produtor de lhe entregar,em
produto, naépoca
dacolheita, o valor correspondente à transação.
Negociação
realizadacom
baseno
Código
Comercial
Brasileiro.CRUZ,
Mario Augusto
da.A
EFF
-Equalização
FinanceiraFederal
da
CPR
Financeira
como
alternativade financiamento da produção
agropecuária. 2001,l3lp. Dissertação (Mestrado
em
Engenharia de Produção)-
Programa
de Pós-Graduação
em
Engenharia de Produção,UFSC,
Florianópolis.Orientadora: Ilse
Maria Beuren
Defesa: 27/12/2001
O
objetivo geraldo
trabalho consistiuem
apresentarum
estudo comparativo entre ocrédito rural formal e a proposta da
EFF,
como
um
novo
instrumento de financiamentoagrícola
no
Brasil.Quanto
à metodologia empregada, trata-se de pesquisa exploratória,de natureza qualitativa,
com
dados obtidos através de pesquisasdocumental
ebibliográfica, e de entrevistas,
além
da observação participante.Os
resultadosconfirmam
a possibilidade de financiar a atividade agropecuária utilizandocomo
fontede recursos o
mercado
financeiro, através da EFF.Foram
feitas duas análises daEFF,
uma
nas condições daépoca
em
que foi feita a proposta e outra nas condições dedezembro
de 2001.Na
epoca da proposta o seu custo erapróximo
aodo
Crédito Ruralformal para o produtor rural
-
0,8625%
aomês
contra os0,70l5%
aomês
do
CréditoRural formal -,
menor
para oGoverno
-
4%
contra os10%
do
Crédito Rural formal - epermitiria 2,5 vezes mais
alavancagem
de recursos para o setor rural.Nesta
análise,concluiu-se
que
a equalização de4%
era adequada, pois tornava semelhantes os custospara o produtor rural nas duas modalidades de crédito.
Nas
condições dedezembro
de2001,
embora
mantivessemenor
custo para oGoverno
e mais capacidade de alavancarrecursos para o setor rural, a elevação das taxas de juros no
mercado
financeiro tornou oseu custo para o produtor rural 1,6 vez maior do que o Crédito Rural formal,
inviabilizando o instrumento para a atividade agropecuária. Nesta análise, concluiu-se
que
a equalização de4%
não era adequada, pois não tornava semelhantes os custos parao produtor rural nas duas modalidades de crédito. Haveria necessidade, portanto, de
equalizações variáveis para a EFF,
acompanhando
as taxas de jurosdo mercado
emantendo
seus custos para o produtor ruralpróximo
aosdo
Crédito Rural formal,como
forma
de torna-la viável. Observou-se que seria vantajoso para o Governo, poistambém
os seus custos
com
o Crédito Rural formal oscilamcom
as taxas de jurosdo mercado
financeiro.
A
equalização variaria, então,conforme
a taxa de jurosdo mercado
e asintenções
do
Governo
de incentivar mais oumenos
a atividade. Através desse sistema, oGoverno
poderia determinar quanto investiria na equalização de taxasdo
Crédito Rurale manteria a situação sob controle, pois, ao contrário
do
Crédito Rural formal,conheceria previamente os seus custos. Para a implantação da
EFF
seriam necessáriasapenas adaptações a
documentos
já existentes, que inclusive já foram estudadas peloSindicato Rural de Londrina.
As
conclusões do estudo foram que aEFF
viabilizaria ofinanciamento da produção agropecuária
com
recursosdo mercado
financeiro, seriamenos
dispendiosa para o Governo, alavancaria mais recursos para o setor rural,permitiria que o
Governo
mantivesse maior controle sobre os gastoscom
equalizaçãodo
Crédito Rural e não admitiria proi'i'ogação de dividas.
Palavras-chave: Crédito Rural, Financiamento,
CPR
Financeira,EFF
-
EqualizaçãoFinanceira da
CPR
Financeira.ABSTRACT
CRUZ,
Mario Augusto
da.The
EFF
- Federal Financial Equalizationof
theFinancial
CPR
asan
alternativeway
of financing the agriculture production.2001, Dissertation ( Master°s degree in Production Engineering) Post-baccalaureate
Program
in Production Engineering,UFSC,
Florianópolis.Advisor: Ilse
Maria Beuren
Dissertation conclusion: 27/12/2001
The general purpose of the
work
consisted of presenting a comparative study betweenthe conventional rural credit and the proposal of EFF, as a
new
agricultural financing instrurnentin Brazil. Regarding the methodology adopted, it consists of an exploratory research of
qualitative nature, with data obtained trough documental and a bibliographical researches and
interviews, besides participant observation. The results confinn the possibility of financing an
agricultural activity with resources
fiom
the financial market trough the EFF.Two
analyses ofthe
EFF
were carried out, one regarding the conditions backwhen
the proposal was made, andthe other regarding the conditions back on December 2001. At the time of the proposal, the cost
of the financing to the producer was' close to the conventional rural credit's
-
0,8625%
monthagainst
O,70l5%
month of the conventional rural credit -, lower for the government-
4%
against
10%
of the conventional rural credit - and allowed the possibility of raising funds 2,5bigger to the rural sector. It was concluded in this analysis that the equalization of
4%
wasappropriate, for it tumed the costs similar to the producer in both kinds of credit. At the
conditions on December 2001, although it presented a lower cost to the government and a
better competence of raising frmds to the rural sector, the increase of the interest rates in the
financial market tumed its cost to the producer 1.6 times bigger than the conventional rural
credit, thus making this instrument irnpractical for the agricultural activity.
Upon
this analysis, itwas then concluded that the equalization of
4%
was not appropriate, for it did notmake
thecosts similar to the producer in both kinds of credit. There would be a need, therefore, of
variable equalizations for the EFF, following the interest rates in the market and keeping its
costs to the producer close to those of the conventional rural credit, as a
way
of making itpracticable. It was then observed that it would be advantageous to the government for its cost
with the conventional rural credit also oscilate with the interest rates of the financial market.
The equalization would then vary according to the interest rates of the market and the intentions
of the government in stirnulating more or less the activity.
By
this system, the government coulddetennine
how
much
would be invested in the equalization of the rates of the rural credit andwould keep the situation under control for, contrary to the conventional rural credit, it would
know
its costs beforehand. lt would be needed, for the introduction of the EFF, only adjustaments which have already been studied by the Rural Trade Union of Londrina. The conclusions of the study were in away
that theEFF
wouldmake
the financing of agriculturalproduction practicable trough funds coming from the financial market, it would be less onerous
for the government, it would raise more funds for the rural sector, it would allow the
govenunent to have a better control over the expenses on the equalization of the rural credit and
would not allow debts to be extended.
Keys
words: Rural Credit, Financing, FinancialCPR,
EFF
- Federal FinancialEqualization of the financial
CPR.
Segundo
TEIXEIRA
(2000:46), o Brasil, descobertoem
1.500 por Pedro Álvares Cabral, esperou mais de 30 anos para que tivesse inicio a sua colonização.Admite-se
atémesmo
que a vinda da “missão colonizadora” de MartinAfonso
de Souza,em
1531,não
teriacomo
principal missão fundar cidades e muitomenos
iniciaracolonização,
mas
sim explorar o rio da Prata, considerado porta de entrada para asextraordinárias riquezas
do
Império Inca.BUENO
apud
TEIXEIRA
(2000:55) diz que:ao contrário do que ocorreu em outras colonizações portuguesas em ilhas do Atlântico (Açores e
Madeira), não houve interesse da alta nobreza lusitana em se associar ao modelo das capitanias
hereditárias no Brasil. Os lotes, perfazendo 12 capitanias, foram entregues a membros da pequena nobreza: militares e burocratas da corte, sendo que desses agraciados apenas quatro já
haviam estado no Brasil.
A
formação
nacional portuguesa,em
que pese a proximidade geográficacom
aEspanha, iria gerar grandes diferenças entre as colônias espanholas e portuguesa na
América.
Conforme
CARVALHO
apud
TEIXEIRA
(2000:46-47), amanutenção
daunidade política na colônia portuguesa e a fragmentação nas colônias espanholas são
distinções fundamentais. Por conseqüência, as colônias espanholas transformaram-se
em
I7 paises independentes e a colônia portuguesaem
um
único pais independente.Outra diferença significativa, segundo
FREYRE
(l973:l8-19),_ éque
acolonização portuguesa no Brasil, ao contrário da espanhola, caracterizou-se pelo
domínio
quaseque
exclusivo da família rural ou semi-rural. Diz, ainda, que foi a familia, não o individuo,nem
o Estado, desde o séculoXVI,
o grande fator colonizadornacional, a força social que se desdobrava constituindo a aristocracia rural
mais
poderosa da America.
Com
área total deaproximadamente
851 milhões de hectares,conforme
FERNANDES
(l997:l2), o território brasileiro estáocupado
da seguinte forma:350
milhões
com
a floresta amazônica; 220 milhõescom
pastagens; 5 milhõescom
reflorestamento; 20 milhões
com
centros urbanos, lagos e pântanos; 55 milhõescom
reservas legais; 50 milhões
com
lavouras e os l5l milhões restantes estão na região doscerrados, cuja área atinge
204
milhões de hectares(24%
do território nacional).Da
areatotal de cerrados, 127 milhões de hectares são terras
com
potencial agrícola, dos quais2
milhões
com
culturas anuais e 2 milhõescom
culturas perenes e reflorestamento).Dispondo
de 80 milhões de hectares agricultáveis nos cerrados, quepermitem
aumentar
em
nove
vezes a produção de soja e milho (mais de230
milhões de toneladasde soja e
320
milhões de toneladas de milho), o Brasiltem
grande potencial na atividadeagrícola e
demonstra
adimensão
estratégica que a agricultura representa para o nossopais. Comparativamente, essa área corresponde a quase toda a área
do México;
a toda aárea cultivada
com
milho, soja, trigo nosEUA;
e a toda a área cultivadacom
arroz,milho, trigo e soja na China.
Nossa formação
histórica e a grande área territorial fizeramcom
que omodelo
econômico
brasileiro se assentasse basicamente na exploração agropecuária desde oinício
da
colonização, tendo cabido aocampo
gerar a mão-de-obra e os recursosexcedentes necessários à modernização urbano-industrial.
Com
a transferência de renda e de mão-de-obra docampo
para a cidade, o setorrural
acabou
enfraquecido,comprometendo
sua capacidade de continuar gerando osrecursos necessários à industrialização.
Segundo
CASTRO
eALIMANDRO
apud
GONZALEZ
(l999:l), o setor rural teve sua participação na renda interna reduzidaem
l5 pontos percentuais entre 1949 e l970. Para
compensar
parcialmente as perdasdo
setor e estimular as atividades rurais, instituiu-se,
em
meados
dadécada
de 60. oSistema Nacional de Crédito Rural
-
SNCR, como
principal instrumento da políticaagrícola brasileira, o qual acabou por incorporar
uma
política de subsídios, eque
tevegrande importância nas transformações verificadas no agríbusíness nacional.
BARROS
apud
NUEVO
(l996:2) informa queum
dos principais papéisdesempenhados
peloSNCR
foi o de compensar,em
parte, transferências de rendado
setor agricola brasileiropara outros setores da economia, atraves, principalmente, de distorções de preços de
produtos e insumos.
Na
década de 70, segundoGONZALEZ
(2000:93), o crédito subsidiado foiresponsável pela expansão de fronteiras e pela modernização tecnológica
do campo.
com
reflexos noaumento
da produção, da produtividade e das expressivas taxas decrescimento do PIB,
em
função das quais secunhou
a expressão de “milagre brasileiro"para o período. Entretanto, o ônus do subsídio e a
deformação
alocativa, jáque
ossubsídios
acabavam
atingindo os produtores mais informados/capacitados, receberamA
década
de 80,também
segundoGONZALEZ
(2000:93),acabou
conhecidacomo
“década
perdida”, pois a instabilidadeeconômica
e as altas taxas de inflaçãoafetaram sobremaneira a agricultura brasileira e provocaram, dentre outras
conseqüências,
uma
sensível redução novolume
de crédito ofertado atravésdo
Sistema Nacional de Crédito Rural (cerca de12%
a.a. entre 1980 e 1991), e elevação dos custosfinanceiros
do
dinheiro.BARROS
apudNUEVO
(1991:4-5)menciona que
"a criaçãoda
caderneta depoupança
rural, logo após a desativação da contamovimento
do
Banco
do
Brasil,em
1986, foiuma
forma
alternativa de carrear recursosdo
setor privado ao financiamento rural".Nesse
período, o crédito foi racionado mediante o uso de rígidos critérios deseleção dos agricultores candidatos aos empréstimos nas instituições bancárias.
Assim,
diante da escassez e
do
custo financeiro elevado dos recursosdo
SNCR,
os agricultoresreduziram a
demanda
de crédito formal ebuscaram
uma
alocaçãomais
eficiente dospróprios recursos,
bem como
procuraram outras formas/fontesmais
acessíveis esimplificadas de financiamento para suas atividades. Diante desse cenário, os
mercados
financeiros informais, que, segundo
ALMEIDA
(1994:l57), representaram cerca de29%
dos créditos recebidos pelos produtoresnum
levantamento realizado junto a279
produtores na safra 1989/90, voltaram a se constituir ein alternativa, retornando, por
exemplo, o
escambo
com
firmas
vendedoras de insumos e cooperativas e avenda
antecipada da produção.
Portanto, devido à exigência
do mercado
ecomo
alternativa ao crédito rural,foram
desenvolvidos novosmecanismos
de crédito, tanto para custeiocomo
paracomercialização, a
exemplo
do Certificado de Mercadoriacom
Emissão
Garantida(CM-G)
e daCédula
de Produto Rural (CPR).Segundo
GONZALEZ
(1999:6), devido adesentendimentos entre a Central de Registros e a Bolsa de Cereais de
São
Paulo, ocertificado está sofrendo solução de continuidade.
Os
principais objetivos que levaram à criação daCPR
foram,segundo
NUEVO
(l996:7): a) carrear recursos para o
financiamento
da produção agrícola; b) simplificarprocedimentos, reduzir custos operacionais e dar maior segurança para as partes
envolvidas; c) canalizar recursos de outros setores da
economia
para o setor agrícola: d)otiinizar a aplicação dos recursos oficiais, direcionando os créditos para investimentos
4
aos setores da agricultura
menos
desenvolvidos, e quemais
necessitam de ajuda governamental.Entretanto,
embora
tenha experimentado grande desenvolvimento, aCPR
aindanecessitaria,
conforme
GONZALEZ
(l999:3l), deum
maior desenvolvimento/aprimoramento
demecanismos
de proteção (hedging, seguro, etc.) e de maisampla
disseminação/inter-relacionamento
com
os instrumentos demercados
futuros e deopções.
O
autor observa que, “apesar de nascidacomo
veiculo de financiamento, seconseguir os objetivos de inter-relação
com
os demais instrumentos, ajudará aconsolidar o
mercado
de derivativos agropecuários”.Nesse
contexto, omercado
reagiucriando
nova modalidade
deCPR,
a Cédula de Produto Rural Financeira-
CPR
Financeira, na expectativa de mobilizar expressivo
volume
depoupanças
para omercado
financeiro rural, o que realmentevem
acontecendo.Por não envolver entrega da produção e ser
um
instrumento ágil de capitalizaçãodo
produtor rural, aCPR
Financeiraganhou mercado
e teve grande evoluçãono
volume
de recursos alocados, superando a
CPR
tradicional. Entretanto, os custos para oprodutor rural
acabam
sendo muito superiores aos do crédito rural subsidiado.Dentro
do
esforço de encontrarum
novo modelo
de financiamento da agricultura brasileira,que
necessita ser auto-sustentável oumesmo
contarcom
a participaçãocrescente de fontes particulares de recursos financeiros, o Sindicato Rural de Londrina
(PR) levou ao
conhecimento
de setores doBanco
do Brasil edo
Governo
a proposta deum
instrumento alternativo de Crédito Rural, quechamou
deEFF
-
EqualizaçãoFinanceira Federal da
CPR
Financeira.A
EFF
- Equalização Financeira Federal daCPR
Financeira éuma
proposta de
equalização da
CPR
Financeira, a qual seria emitidacom
um
prazo não inferior a 5meses, de
forma que
o total a ser pago pelo produtor rural emissor daCPR
Financeirasofreria, na data da liquidação,
um
desconto no valor equalizado.Em
princípio. oSindicato Rural de Londrina sugeriu
uma
equalização de4%
do valor de liquidação daCPR
Financeira, que na época tornaria o custo para o produtor rural equivalente aodo
1.1
TEMA
E
PROBLEMA
A
necessidade deum
novo
instrumento de financiamentoda
agriculturabrasileira levou a estudar a
EFF
- Equalização Financeira Federal daCPR
Financeira,com
a intenção de analisar a viabilidade da proposta feita pelos produtores rurais,representados pelo Sindicato Rural de Londrina (PR).
A
crise fiscal e a abertura econômica, dois vetores característicos da década de 1990têm
importância significativa nosrumos
da política agrícolado
país.BARROS
(2000:57) afirma que:
a abertura e compatível com a redução da atuação do Estado em certas políticas - de
abastecimento, gerenciamento de riscos e financiamento - e acentua a necessidade de outras
voltadas para o crescimento contínuo da produtividade e, portanto, da competitividade. Já a crise
fiscal demanda contenção de despesas, o que precisa ser feito de forma seletiva e racional.
As
necessidades de conter gastos públicos e de intensificar investimentosem
produtividade, para manter a competitividade,
soam
conflitantes.O
Brasil precisaCOl'lÍll'll.l8.l`
COm
O âgl`OI'l€gÓClO Op€l`ãI'ldO C, 2:10 lTl€SI'l'lO ÍCITIPO, pOl.lpal` I`€CuI`SOS pafainvestir ein alternativas capazes de incrementar a produtividade.
BARROS
(2000:58)cita que:
a grande ameaça que paira sobre o futuro da agricultura esta na relativa lentidão com que se dáo
processo de criação, fora do setor público, de novas alternativas de gerenciamento de riscos e de
financiamento da agricultura, necessários tanto para a manutenção da atividade nos níveis
desejados a curto prazo, como para viabilizar a adoção continua das modernas técnicas de
produção. Existe ainda o agravante de que, falhando ou retardando demais 0 amadurecimento de
tais alternativas. o setor público veja-se forçado a assumir novamente 0 papel de interventor nos mercados, voltando a absorver vultosos recursos, como nas décadas anteriores, o que podera vir
a comprometer as já limitadas disponibilidades de recursos voltados para a manutenção e
crescimento da produtividade.
FURTUOSO
eGUILHOTO
(200l:6)informam
que oPIB do
agronegóciovem
decrescendo nos últiinos
meses
e atribuem o fracodesempenho
ao desaquecimentodo
sub-setor agricultura.
Tambem
esclarecem que osegmento
da agropecuária é o quedemonstra
ocomportamento
da renda dos produtores rurais dentro das porteiras dasfazendas. apontando para
uma
retração da renda dos produtores.Acrescentam
que.comparando
as taxas de crescimento do PIB básico agricolacom
osdo
setor de insumos. observa-se que as taxas acumuladas no referido ano dos insumos superaram asreferentes ao
segmento
da agropecuária. o que confirma a tendência de transferência de6
Desse modo,
a rendado
produtor rural tende a diminuirem
relação aos outrosagregados
do
agronegócio, ficando evidente a necessidadedo
governo,em
virtude dacondição de concorrência imperfeita no agronegócio, subsidiar os agricultores
com
oobjetivo de
aumentar
a produtividade, aexemplo
do que ocorre nos paísesmais
ricos,dando
o tratamento diferenciado que o setor necessita,concedendo
subsídiosque
possam
ser recuperados ao longo da cadeia produtiva.Entretanto, financiamento rural formal
com
oferta ilimitada de recursos ecom
taxas de juros diferenciadas dificilmente voltará a existir.
O
crédito nessas condições,caso seja disponibilizado pelo governo, provavelmente será canalizado para o
pequeno
produtor rural e para as regiões mais carentes, devido ao elevado custo social das
politicas de crédito.
Com
a escassez de recursos oficiais ao crédito rural, aCPR
tem
se apresentadocomo
alternativa de financiamento ao segmento, mostrando grande incremento desde asua criação.
Sendo
um
instrumento de crédito quepode
ser utilizado pelos agricultorespara comercializarem sua produção, a
CPR
representaum
método
moderno
de venderasafra durante todo o ano, funcionando
como
alternativa saudável à antiga prática dereter o produto para vender apenas na safra,
quando
a situação muitas vezes edesvantajosa.
Segundo
SCARAMUZZO_(200l
:Bl4),em
2000
os negócioscom
CPR
noBanco do
Brasilmovimentaram R$
603 milhões, sendoR$
203 milhões viaCPR
física eR$
400
inilhões viaCPR
financeira. Esses números,embora
expressivoscomparativamente
aosR$
26 milhõesmovimentados
ein 1994, anodo
lançamento, sãobastante tímidos, considerando a
demanda
total por crédito rural.Embora
se constituindoem
um
mecanismo
eficiente e que permite a obtenção derecursos
com
rapidez e facilidade,em
alguns casos aCPR
não atendia às expectativasdos produtores que tinham necessidade dos recursos,
mas
não tinham a intenção de sedesfazer
do
produto,ou
seja, queriam os recursos imediatamente,mas
pretendiamcomercializar a produção
numa
época futura, quejulgavam
ser mais vantajosa.O
mercado
fez surgir, então, aCédula
de Produto Rural Financeira-
CPR
Financeira,com
os princípios da
CPR. mas
sem
a obrigatoriedade de entregar o produto.Na
verdade.haveria a vinculação
do
produto rural,mas
a transação seria inteiramente monetária.com
o produtor recebendoum
volume
de recursos definido e jásabendo quando
edívida.
A
EFF
- Equalização Financeira Federal daCPR
Financeirapode
sermais
um
avanço, já que é
um
instrumentonovo
e ousado para o financiamento agrícolano
Brasil, e poderá se constituirnuma
opção
para o produtor rural e para o Governo. Diantedo
exposto, elaborou-se a seguinte questão de pesquisa:
Quais
assemelhanças
e as diferenças dealavancagem
de recursos e de custos,para
oGoverno
epara
o produtor rural, entre 0 Crédito Ruralformal
ea
EFF
-Equalízação
F
ínanceíra Federalda
CPR
F
ínanceira, enquanto instrumento de financiamento agrícolano
Brasil?l.2
OBJETIVOS
O
objetivo geral deste trabalho consisteem
apresentarum
estudo comparativo dealavancagem
de recursos e de custos, para oGoverno
e para o produtor rural, entre oCrédito Rural formal e a
EFF
- Equalização Financeira Federal daCPR
Financeira,como
um
instrumento de financiamento agrícola no Brasil.Ein plano
mais
detalhado, busca-se alcançar os seguintes objetivos específicos:0 apresentar a proposta da
EFF
- Equalização Financeira Federal daCPR
Financeira;
o verificar
como
ocorre aalavancagem
de recursos financeiros para o setorrural através
do
Crédito Rural formal e através daEFF
- EqualizaçãoFinanceira Federal da
CPR
Financeira;0 identificar 0 custo dos recursos para o produtor rural e para o
Governo
nosistema de Crédito Rural formal e na
EFF
- Equalização Financeira Federalda
CPR
Financeira; e0 propor
mudanças
alternativas no sistema de crédito ruralcom
vistas à8
l .3
JUSTIFICATIVA
TEÓRICO-EMPÍRICA
A
comercialização de produtos agropecuários no Brasiltem
evoluído bastantenos últimos anos,
com
o desenvolvimento demecanismos
de negociação entrevendedores e compradores,
além
de se verificar a entrada de investidores institucionais.As
mudanças têm
viabilizado 0 atendimento deboa
parte das necessidades financeirasdo
setor agropecuário,sem
que haja a necessidade dedemandar
exclusivamenterecursos governamentais provenientes
do
crédito rural altamente subsidiado.BARROS
(2000:64) diz
que
“parcela crescente do crédito que financia a agricultura nos últimosanos procede dos recursos livres
(sem
controle de taxas de juros) e de outras fontes.como
oFundo
deApoio
ao Trabalhador -FAT
e recursos provenientesdo
exterior”.Dois fatores
foram
determinantes para o surgimento denovos mecanismos
definanciamento: o grau de maturidade alcançado pelo
mercado
decommodities no
Brasile as dificuldades orçamentárias
do
governo brasileiro.A
comercialização antecipada da produção agropecuária brasileira tinha na“soja-verde” e na “troca-troca” 0 maior
volume
de operações realizadas.Segundo
NUEVO
(l996:22), essas operações de venda a termoeram
feitas pormeio
de contrato.com
baseno Código
Comercial Brasileiro, e apresentavamalgumas
inconveniências.Objetivando superar essas dificuldades, o
Banco
do Brasil realizou estudos queresultaram na proposta de criação da
Cédula
de Produto Rural- CPR.
-
SCARAMUZZO
(200l:Bl4) destaca queas operações
com
Cédula
de ProdutoRural
(CPR) do
Banco
do
Brasil(BB)
somaram R$
111,79 milhões nos dois primeirosmeses
deste ano, nas modalidades fisica e financeira,l5l,2% acima do
registrado nomesmo
periodoem
2000.A
Confederação
Nacional da Agricultura(CNA)
divulgou pesquisa elaboradapela entidade sobre
“Quem
é o Agricultor Comercial Brasileiro'?. Elaborada a partir de39,9 mil entrevistas realizadas
com
produtores rurais de todo 0 País, a pesquisa mostraque
62%
cursaram apenas o primeiro grau, que80%
têm
mais de46
anos de idade eque
a renda. resultante exclusivamente da atividade rural, e' de até
R$
500,00 por ano para53%
dos produtores.Na
pesquisa, os maiores problemas levantados pelos entrevistadosforam o
êxodo
dos jovens para as cidades e a falta de financiamento para o setor. i\o Brasil. que ainda dispõe de extensa area de cerrados agricultáveis paraserem
explorados, torna-se relevante conhecer
mecanismos
de financiamento daprodução
agropecuária.
Diante dessas questões, tomar conhecimento da
EFF
- Equalização FinanceiraFederal da
CPR
Financeira, principalmente paraquem
exerce atividade ligada ao créditorural, foi
um
convite para estudar o assunto e analisar a possibilidade de suaimplantação
como
um
novo
instrumento de financiamento da agropecuária brasileira.l.4
METODOLOGIA
DA
PESQUISA
A
pesquisatem
como
finalidade, segundoTRUJILLO
(1982:167), “conhecercomo
seprocessam
osfenômenos
que ocorrem nomundo
existencial e, sobretudo, acompreensão
destes fenômenos, sua estrutura e função, o que acarretam e atéque
pontopodem
ser controlados e orientados”.Quando
vista sob o ângulo de interesse da economia, a investigação científica objetiva,conforme
MUNHOZ
(1989: 16), “conhecera inter-relação de variáveis, a fim de que se faculte atuar sobre determinada realidade,
visando
maximizar
a utilização de fatores escassos~
queraumentando
a eficiência econômica, quer elevando e diversificando os benefícios sociais”.A
pesquisa cientifica requer metodologia,pensamento
reflexivo e tratamentocientifico.
GIL
(l999:64) cita que:o delineamento da pesquisa refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação quanto a previsão de análise e interpretação dos
dados. Entre outros aspectos, o delineamento considera o ambiente em que são coletados os
dados. bem como as formas de controle das variáveis envolvidas.
O
objeto de estudo do presente trabalho é aEFF
- Equalização FinanceiraFederal da
CPR
Financeiracomo
instrumento de financiamento daprodução
agropecuária.
O
problema.conforme
KERLINGER
(l980:35), "éuma
questãoque
mostra
uma
situação necessitada de discussão. investigação. decisão ou solução".Existem várias formas de classificar as pesquisas.
Quanto
aos objetivos. aspesquisas são divididas
em
exploratórias, descritivas e explicativas. ParaGIL
(l999:¬13),"a pesquisa exploratória tem
como
principal finalidade desenvolver. esclarecer emodificar conceitos e ideias, tendo
em
vista a formulação de problemas mais precisosl0
exploratórias são desenvolvidas
com
o objetivo de proporcionar visão geral, de tipoaproximativo, acerca de determinado fato”. Trata-se de
um
tipo de pesquisa que érealizado especialmente
quando
“otema
escolhido épouco
explorado e torna-se dificilsobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis”.
Por tratar-se de
novo
instrumento de financiamento para a agropecuáriabrasileira,
que
envolve desenvolvimento, esclarecimento e modificação de conceitos e idéias, a presente pesquisa é considerada exploratória.Do
ponto de vista daforma
de abordar o problema, trata-se de pesquisaqualitativa, na qual, de acordo
com
o entendimento deSILVA
eMENEZES
(2000:20),"o ambiente natural é a fonte direta para a coleta de dados e o pesquisador é elemento
chave",
além
de seruma
forma
de pesquisa que "não requer o uso demétodos
e tecnicasestatísticas".
Para
LAKATOS
eMARCONI
(l99l:l74), “toda pesquisa implica olevantainento de dados de variadas fontes, quaisquer que sejam os
métodos ou
técnicasempregados”.
No
presente trabalho, os dados foram obtidos a partir de entrevistas epesquisas
documental
e bibliográfica.Uma
das condicionantes do trabalho foi obteruma
visão geraldo problema
pesquisado na opinião de pessoas-chave envolvidas
com
o assunto, para o que foinecessária a realização de entrevistas seini-estruturadas
(Anexo
l).Do
universo deprodutores rurais e pessoas ligadas ao agronegócio, que constitui a população
do
presente estudo, extraiu-se
uma
amostracom
asmesmas
caracteristicasdo
público alvopara a realização da entrevista.
A
entrevista, na opinião deRUIZ
(l989:5l), "consisteno diálogo objetivo de colher, de determinada fonte ou informante, dados relevantes
para a pesquisa
em
andamento”.As
entrevistas foram realizadas no inicio denovembro
de 2001. pelo próprio pesquisador,
com
o atual ecom
o ex-presidentedo
SindicatoRural de Londrina;
com
o presidente da Sociedade Ruraldo
Paraná ecom
representantes
do
Escritório Regional daEMATER,
da Secretaria de Agricultura edo
Abastecimento do
Paraná, da Bolsa de l\/lercadorias e Futuros edo
Banco
do
Brasil.totalizando 7 (sete) entrevistas.
Não
obstante. tratando-se de pesquisa realizada na área de atuação dopesquisador. ocorre.