itffi,.
*§r=
oUr
q [ \tOFUNIVERSIDADE, DE E,VORA
II{STITUTO
SUPERIOR DE
EDUCAÇÃO
E,CIEI{CIAS
Dissertação de
Mestrado
coNTRrBUrçÃo
no
oRrGAMr pARA AExpLoRAçÃo
or
coxrnúoos
on
GEoMETRTA No ENSINo
nÁsIco:
pRoposrAs
DE TAREFASOrientador:
ProfessorI)outor
Jorge Nluno Silva
Mestranda
Maria
deFátima
lYevesGranadeiro
da SilvaMESTRADO EM EDUCAÇÃO
A CRIAr\ÇA EM DIFE,REI\TES CO|{TEXTOS
EDUCATMS
Ano
2009UNTVERSIDADE DE
EVORA
INSTITUTO
SUPERIORDE EDUCAÇÃO
ECIÊNCIAS
Dissertação de Mestrado
coNTRrBUrÇÂO DO ORrcAMr PARA A EXPLORAÇÀO DE CONTEÚDOS DE GEOMETRIA NO ENSINO BÁSICO: PROPOSTAS DE TAREFAS
Orientador: Professor Doutor
RS
Jorge Nuno Silva
Mestranda
€vo
Maria de Fátima Neves Granadeiro da Silva
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
A CRIANÇA EM DIFERENTES CONTEXTOS EDUCATIVOS
Ano
2009É
attorizada
a
reprodução
integral
desta
dissertaçãoapenas
para efeitos
de investigação, mediante declaração escrita do interessado, que atal
se compromete.A
autoraContribuição do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
Maria de Fátima Neves Granadeiro da Silva
Universidade de Évora, Agosto de 2009
A
arte de dobrar papel teveorigem
na Chinano
séculoI
ou
II
d.C., e difundiu-sepelo Japão no século
VI.
Esta arte milenar
tem
cativado
a
atençãodos
estudiososao longo de
séculos.Inicialmente
ligada
ao culto religioso,
adoptada posteriormentepelos
samurais como entretenimento, é hoje mundialmente aceite como uma arte.Transmitido de mães para
filhas
durante gerações,foi
no séculoXIX,
pela mão do pedagogo Frtiebel, introduzido no currículo escolar alemão, sendo desde então consideradopor
muitos
como
um
instrumento
primordial
na
aquisição
de
coúecimentos,especialmente
na
ârea
a
geometria
e por
outros
um
elemento
básico
de interdi sciplinaridade.Este trabalho pretende demonstrar as potencialidades do Origami como instrumento
essencial
nas
diversas áreas curriculares,
especialmenteno
estudo
de
conceitos matemáticos, nomeadamente no âmbito da geometria e a sua inclusão no currículo escolar.O uso do Origami na sala de aula inspira curiosidade e motiva a criatividade.
Palavras-chave.
Educação, geometria,material
concretoe ORIGAMI
(dobragens de papel).Origami's
Contribution
for Leaming Geometrical Concepts in the Primary Education: Tasks'ProjectsMaria de Fátima Neves Granadeiro da Silva
Evora University, August 2009
The art
of
paperfolding
arosein
China during thefirst or
second centuryA.D.
By
the sixth century,
it
had spread to Japan.This
millenary
art got the scientific community's attentionfor
centuries.At
the beginning,folding
was associatedwith
a ceremonialact,later
onit
was useby Samurais as entertainment, and today
it
is accepted as an artby
all.Transmitted
from
mothersto
children
during
generations,it
was introduced
by Frôebelin
the
Germancurriculum and
sincethen
has been consideredby
someas
aninstrument
for
teaching basic
geometryand
by
others
as essentialin
interdisciplinaryconcepts.
With
this
work
wewould
like to
showthe
Origami potentialities as an instrument connectingdifferent curriculum
areas, especiallyin
mathematics,particularly
in
geometry and his inclusionin
education curriculum.The use
of
Origami
in
the classroom helps children to obtain and consolidate basic concepts and inspire curiosity and promote their creativity.Key words:
Education, geometry, concrete material andORIGAMI
(folding
paper).i.
Agradecimentos
Quero agradecer a todos o que tornaram este trabalho possível. - Aos meus pais por todo o seu amor e carinho.
-
À
minha madrinha por todo o seu amor e apoio incondicional.- Ao
Vicente Palacios por ter desenhado e publicado alguns dos meus trabalhos deOrigami e me ter enviado
liwos
e documentação para que este estudo fosse possível.-
A
Embaixada do Japão pelo reconhecimento público do trabalho desenvolvido emprol do Origami ao conceder-me o prémio "Hara".
-
Ao
ProfessorDoutor Jorge Nuno Silva
pelas suas
sugestões, comentários, estímulo positivo e por acreditar emmim.
-
Ao
Pedro, à Inês, aos familiares e amigos pela sua amizade e compreensão.-
Aos
sócios
e
amigos
da
Asociación
Espaflola
de
Papiroflexia
pela
suadisponibilidade e apoio.
Dedicatória
- À
minha
amigaEmbaixatriz
krgrid Martins e
ao meu amigoVicente
Palacios, que, nestesvinte
e três anos de estudo sobreo
Origami,
me incitaram a continuaro
meu trabalho de pesquisa.Contribuiçâo do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarcfas
ÍNorcp
cERAL
CAPÍTULO
r-
TNTRODUçÃO...
...71
PROBLEMA E QUESTÕES DAINVESTTGAçÃO...
...71.1
Os Novos MATERTATS DroÁcncos e a sua RruevÂNcn No ENsrNo DA MerruÁrrc1... 107.2
As VrRruoes Do uso Do ORTGAMT euEoucaçÂo
..,,... t2 CAPÍTULOII-
REV|SÃO DA TITERATUtr
#fr,
22.T
FUNDAMENToS RELIGIoSoS r FIIosÓr|cos Do ORIGAMI2.2
Aeuceçôrs oo ORrenur,.. oRIGAMI NA TITERATURA, NA ARTE E NA EDUcAçÃo 15 19 23 262.3
Os PRlMErRos DocuMENros DEORrcAMt....
... 262.4
O Onreaur ul ARre E NALTTERATURA
... 282.5
PRoBLEMA MareuÁrrco, FRôEBÊL|ANAS r Cocorouoen
... 312.6
O Onreeur no lrurcto oo SÉcuuoXX
... 352.7
A GEoMETRTA No ENsrNo PnruÁnro EM PoRTUGALA pARIR DA Le r or1894
... 412,8
O ORTGAMT E AlNTERDrsopLrNARrDADE...
... 45oRlGAMl, GEOMETRIA TEOREMAS E
AX|OMAS....
.../t82.9
OnrGAMr, MlrsuÁrrca rGrouerRn..
... 48oRlGAMt, AXTOMAS E
TEOREMAS....
...572.1O
Os SErE4xroMAs...
... 57z.lt
lr,lrulernÁvet MsrÉnro ExrsrENTE NAs DoBRAGENS DE uMQulomoo...
... 592.12
TEoREMA DEHee1...
... 602.13
TEoREMAS DE MAEKAWA E DEKAwÂsAKr
... 622.14
NóPruaeonA1...
... 652.15
O ORrelurMoDurAR
... 68GEoMETRIA No ENstNo
aÁs1co...
...722.t6
Novo PRoGRAMA o ENslNo BÁsrco...
...722.L7
ExencÍcros, PRoBLEMAS, TAREFASExpLoRArônns,luveslcnçÕes...
... 80Conribuição do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Prorpostas de Tarefas
CAPITULO III . METODOTOGIA 89
3
METODOLOGTA DE UM ESTUDOTEóR!CO...
...893.
1
EsruDoTEóRrco BTBLToGRÁFrco- DocuMENrA1...
...,. 89cAPtTUtO lV - PROPOSTAS DE
TAREFAS...
...934
TAREFAS PARA ALUNOS DO ENSINO BÁSICO 93 A Primeiro oula..,...
...,... 93Actividode
Diognóstica
... 94Torefo 7 - Como Obter um Quodrodo a Portir de um Rectôngulo de
Popel...
... 95Torefo 7 A - Solução de GodiVishne (7), poro Rectôngulo A4
...
... 96Torefa 7 B - Solução de GodiVishne (2), poro Quolquer
Rectôn9u1o...
... 98Tarefa 2 - Utilizando um Quadrodo Dobror Ângulo Agudo, Recto e Obtuso Torefa 3 - Como Dobror um Quodrado ao Meio.... Tarefa complementar - a lnterdisciplinaridade - O Dia da Mãe ... Tarefa 4 - Como Dobror um Rectôngulo oo Meio... Torefa 5 - Como Obter um Copo por Dobrogem... Tarefas Complementares - À Descoberta de Figuras Geométricas no CP do Copo... 108
Torefo 6- Obter o Octógono Regulor o Portir do Dobragem do
Copo...
... 709Tarefo 7
-
Como Obter o Divisão do Rectôngulo em Quotro Portes lguais Tarefa Complementar (1) - Vamos contar figuras geométricas... Tarefa Complementar (2) - Como Obter Ângulos de 300 e 6Oe por Dobragem... Tarefa 8 - Construir um Pentágono com umo Tiro de Popel Tarefa Complementar - Obter o Pentágono a Partir de um Rectângulo A4... Torefo 9- Como obter um livro de notos o portir de um rectôn1u\o... Tarefa Complementar - Va mos Contar Rectângulos.... Torefo 70 - Dobrogem de umo Pojorita Torefa 77 - Como Obter Dois Quodrodos o Portir do Popelde Formato A4. Torefa 72 - Dobrondo Puzzles e Construindo Figuros Geométricas 700 702 104 706 106 170 111 111 772 113 775 118 779 121 123 Torefo 73 - Calculor o Amptitude dos Ângulos lnternos de um Triângulo por Dobragem ... 724 Torefo 74 - Dobror um Avião e Consolidor ConceitosTorefa 75- Construir um Cubo por Dobro1em...
Tarefo 76- Construir uma Coixo por Dobrogem. Tarefa 77- Dobror um Chopéu de Viking...
Tarefa complementar - Dobrar Peixes e Construir Mobi|e...
cAptruto v - coNslDERAçÕEs F1NAts...
727 129 131 133 134 L37
ConFibuiçâo do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
ÍNorcB
DEFrcuRAs
FTGURA 2-2 - BoRBoErAs MAcHo E rÊum...
2t
65 65
FTGURA 2-3 - PÁe rruas Do LtvRo RÁ|úMA -Zusutxt tonnoo poR HAyATo Onoxn
(1734)...
...27FTGURA 24 - DESENHo or Leonmoo ol
Vrr.rcr
... 28FTGURA 2-5 - DoBRAGEM, C.P. DA PNARITA E REIRESENTAçÃo
GRÁFrcA...
... 29FIGURA 2-6
-
THRí)UGH THE LIxKING GLAss. FIGURA 2-7-
ENUNcIADo Do PRoBLEMA. FTGURA 2-8 - PÁe rnas oEWAKaKU CHtyE (URÁBE- soruçôes oo PRoBLEMA... Fre um 2-14-
Trc Am eno W1NDER oF OR\GAML KASAHARA,2008,p.35
... 37FTGURA 2-15 - GEoMETRtc
Ex8qcrs8s,...
...,... 38FTGURA 2-16 - FTGURAS GEoMÉrnrcls oe JururoR E FoBELTANAS or
KesexnRl..
..., 40FTGURA 2-17 - DoBRAGENS RECREATVAS (Leuos, 7929, p.61)
...
... 42FTGURA 2-18 - DoBRAGEM Do BARco (p.
117)...
...4430 31 31 ... 58
FTGURA 2-19 - MArH tN Mor,rv- OR|GAMI rn rrE CussnooM, PEARL, 1997,e.19... FTGURA 2-20 - AxtoMA 1 ... Fre une 2-21- AxroMA 2... 47 58 FTGURA 2-27 - Drv§ÕEs Do
QUADRADo
... 60Fte um 2-28 -TEoREMA DE
HAGA
... 60Fre um 2-29 -TEoREMA or
Heel
... 61FTGURA 2-30 - ApUCAçÃo DO TEoREMA DE
HAGA...
... 62FIGURA 2.31.TEoREMA DE
MAEKAWA..
... 52FTGURA 2-32 - Tronrue oE
Kawasaxr
... 63FIGURA 2.33 . TEoREMA DE
KAWASAKI
... 64Frelm 2-34
-
PoEMA Do Nó PENrAGoNAL...Contribuição do Origami para a Exploraçâo de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
Fre unn 2-36 - Nó
PENTAGoNAL..
... 66FTGURA 2-37 - Nós PENTAGoNATS E suAs
coNExôEs...
... 67FTGURA 2-40 - Pouroaos
PrAróNrcos
... 70FTGURA 4-1 - Queonnoo oBTrDo A PARTTR DE
RECrÂNGU1o...
... 96FTGURA 4-2 - QumRaoo oBTrDo A PARTTR DE REcrÂNGULo sEM DETXAR MARCA
...
...97FTGURA 4-3 - Quloneoo sEM MARCAS oBTrDo A PARTTR DE uM
REcrÂNGULo
... 99FTGURA 4-4 - Trpos DE Âr.rculos (rrcum RETTRADA DE AqRENDENDa coM DaBRADURAS)
...
... 100FTGURA 4-5 - DosRan uM QUADRADo Ao MEro (1), (nmnaoo DE FRANco,
1999)...
... 102Fre una 4-6
-
QUADRo RELATTvo À raRere "DoBRAR o QUADRADo Ao MEto" (ADAprADo DE FRANco, 1999) ... 103FTGURA 4-7 - DosReR uM QUADRADo Ao MEro (2), (nolernol DE KASAHARA, 1991)
...,..
... 104Frcunn 4-8
-
CoMeLEMENTo DA TAREFA 3 , (one mrua ol rúuea)...
... 105FTGURA 4-9 - DTAGRAMA DoBRAGEM Do
copo
... 107FTGURA 4-10 - ENcArxEs Do copo, (eoenmoo oe GÊruove,
1991)...
..,... 109Fre unn 4-11 - DrvrsÂo oo nEcrÂne uro EM euATRo PARTES
rGUArs.
... 110FTGURA 4-12 - Ârue ulos DE 3Os E
60s...
... 112FTGURA 4-13 - D|ÀGRAMA r.ró pEruT1eonn1
...
.... 113FTGURA 4-14 - ELABoRAçÃo DA TIRA pam o perurÁeoNo A pARrR oa ovsÃo oo nrcrÂrucuto Ao MEro... 113
Frcuna 4-15 - Nó perureeonALA pARrR DE UMA FoLHA
A4...
... 114Freuna 4-16 - DIAGRAMA DE DoBRAGEM Do LrvRo DE
NorAS...
... 117FIGURA 4-17 - DIAGRAMA DE DoBRAGEM oa
Puear{
... T27 FTGURA 4-18 DnGRAMA DE DoBRAGEM ol orvrsÃo oo nrcrÂne uro EM Dors euADRADos rGUArs ... 122FTGURA 4-19 - PEçA eARA o
pu21E...
... 124Frounn 4-20 Sue rsrÕrs DE DoBRAGEM DE
puzzlE
... 724Freuna 4-21 Sorvrl oos ÂHcuLos TNTERNoS oo rnÉne
urc
... 125Frounn 4-22 - DnGRAMA DE DoBRAGEM Do
AvrÃo
... 128Froum 4-23 - DnGRAMA DE DoBRAGEM Do cuBo, (nernnoo oe MereuÁna- Umn Lweunerm Uttumse{... 130
FTGURA 4-24 - DnGRAMA PARA DoBRAR A
cArxA...
.... 133Fraunn 4-25 - DTAGRAMA DA DoBRAGEM oo cxlpÉu DE
vrKrNG...
... 134Contribuição do Origami para a Exploração de Conteudos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
LISTA
DE
ABREVIATT]RAS
E SIGLAS
A.E.P (Asociación Espaftola de
Papiroflexia)
CN(Cunículo
Nacional do Ensino Básico)COAT
(theFirst International
Conference on Origami in Education and Therapy) CP (Crease Patem)DEB (Departomento de Educação básica)
DGIDC
(Direcção Geral de Inovação e do DesenyolvimentoCurricular
NCTM
(National Council of Teachers of MathematicsNOA
(Nippon Origami Association)OSME (International Meeting of Origami Science, Moth, and Education)
NPMEB
(Novo Programa de Matemática do Ensino Básico)Contribuição do Origami para a Exploraçâo de Conteúdos de Geomefia no Ensino Básico:
,_
tt
r.opo!tn3";lr.a.
CAPÍTULO
I
_
INTRODUÇÃO
1
PROBLEMA
EQUESTÕES
Un
INVESTTGAÇÃO
"Todas
as artes contribuem paraa maior
de todas as artes,a
arte deviver"
(Bertold Brecht).
Aproximadamente
a
partir
do
ano
de
1870 alguns
investigadores
alemães começaram a estudar os fenómenos psicológicos como um conjunto autónomo. Este estudodesenvolveu-se
a
partir
de
l9l2
pela
necessidadeda
existênciade
uma teoria
que salientasse sobretudo o aspecto global da realidade psicológica, não esquecendo o valor e a necessidadeda
experimentaçãocientífica.
Seus expoentesmais
conhecidosforam
Kurt
Koffka, Wolfgang
K«ihler eMax
Werteimer."Os
seus estudos procuravam entender comose
davam esses fenómenose
o
que
aconteciapara que
determinado recurso pictóricoresultasse, tendo sido utilizado para tal diversas obras de arte" (Gestalt SP).
A
estes estudos convencionou-se denominar de Psicologia da Gestalt ou Psicologia da Boa Forma.Na Europa
do
séculoXIX,
pela mão do pedagogo Friedrich Frõebel (1782-1852),as
dobragensforam
introduzidasno currículo
escolarAlemão,
atravésdo
Movimento Kindergarten (1837-40) que posteriormenteinfluenciou
todoo
currículo escolar Europeu.Todavia Frôebel nunca conheceu o termo Origami. Para ele a educação de inffincia tem de basear-se na acção,
no
jogo
e
no
trabalho. Este método defendia osprincípios
deliwe
actividade da criança, criatividade, participação social e expressão motora.
O
MovimentoKindergarten
foi
levado
para
o
Japãopor
uma
senhora alemã,obtendo
considerável aceitação$fikipedia).
A
popularizaçáo da arte do Origami deu-se, no Japão, no período Tokugawa(1603-1867).
As
dobragens de papel que eram ensinadas às crianças, na escola misturam-se como
tradicional Origami.No
ano de 1876 oOrigami
faziaparte do currículo escolar Japonês, sendo a geometriajá
estudada nas formas e dobras dos papéis.Desde então diversos países em
todo o
Mundo têmvindo
aincluir o
Origami
nos seus currículos escolares.O
pedagogoJean
Piaget
(1896-1980)
consideraquatro períodos
no
processoevolutivo
da espécie humana. Uma súmula detalhada das principais características de cadaContribuição do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Brísico: Propostas de Tarefas
dessas fases
é
caracteÍizada por formas diferentes de organização mental que permitem aoindivíduo maneiras dissemelhantes de se relacionar com a realidade que o rodeia.
De um modo
geral, todos
os
indivíduos vivenciam as
quato
fasesna
mesma sequência, mas o proémio e o término de cada uma delas pode sofrer variações em função das características da estrutura biológica de cadaindivíduo
e dos estímulos proporcionados pelo meio ambiente onde está inserido.A
comunidade intemacional procurava novos métodos de ensino e novos tópicoscurriculares
no
campo
da
Educação
Matemática quando
surgiu
um
modelo
dedesenvolvimento
do
pensamento geométrico desenvolvidopelo
casalVan Hiele
(Matos,1985). Este casal
de
holandeses desenvolveuo
seu trabalho/modelono
contexto de umcurrículo que
encaravaa
Geometriacomo instrumento para exercitar
as
capacidades lógicas da mente. Este modelo educativo pretende explicar o comportamento dos alunos.O ponto de vista pedagógico de Van Hiele incorpora uma perspectiva
muito
actual,segundo
ele
é
necessárioo
uso
de
diferentes
linhas
metodológicasde
trabalho
queevidenciam
a
construçãode
conceitos matemáticospelos
alunosque
assimse
tornamsujeitos activos
na
própria
aprendizageme
torna
patentea
preocupaçãopelo
insight
e manipulação das figuras. Adaptado de psicologia da Gestalt, muitas das ideiasno
modeloVan Hiele
foram
centradasem
tomo
da ideia
de
uma
estrutura(Van Hiele,
1986). Odesenvolvimento
do
insight deve
focar-se
no
desenvolvimento
da
capacidade dos estudantesverem
estruturascomo
parte de
estrufurasmais finas,
ou
como parte
de estruturas mais inclusivas. Considera que o desenvolvimento mental progride à medida que as estruturas dos alunos setransfoÍnam
ou se substitui uma estrutura por outra.Van
Hieleutiliza
este raciocínio quando descreveo
seumodelo
segundo níveis de desenvolvimento da aprendizagemDe
acordo
com
Santos
(1995)
a
teoria
de Van
Hiele
trabalha
com
o desenvolvimento do raciocínio em Geometria plana, descreve cinco níveis hierárquicos de acüvidades,Em
cadanível
deveexistir
uma relagão entre os objectos de estudoe
umalinguagem
própria. Este
modelopode
ser usadopara orientar
a
formagãoe
avaliar
ashabilidades do aluno. O progresso ao longo dos níveis depende mais da instrução recebida
do
queda
idadeou da
maturidade. Estateoria
assume implicitamente queo
ensinoe
a aprendizagem da Geometria devem seguir um modelo que privilegia a dedução.Os
trabalhosde
Jean Piaget (1896-1980)dão
enfoqueao
desenvolvimento das estruturas de inteligência em estágios e influenciaram o modelo de Van Hiele.Confibuição do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
Santos
(1995) refere ainda
que
"as
pesquisas realizadas
indicam
que
a apÍendizagem geométricaé
necessária ao desenvolvimentoda criança" e
acrescenta que segundo Fainguelemt (1995)"a
geometria estimula as estruturas mentais, possibilitando a passagem do estágio das operações concretas parao
das operações abstractas. Enfocar osaspectos
topológicos,
projectivo
e
euclidiano,
permite
à
criança
a
possibilidade
deconhecer
e
explorar
o
espaço
onde
vive,
fazer
descobertas,identificar
as
formas geométricas e pode contribuir para o desenvolvimento do pensamentocrítico
e autónomo"(Santos, 1995, pp. 3-13).
De
acordo
com
Fainguelernt (1999,
p.
49),
"a
geometria exige
uma
maneira específica de raciocinar, uma maneira de explorar e descobrir.Não
é suficientecoúecer
bem Aritmética, Álgebra ou Análise para conseguir resolver situações em geometria".
Práticas pedagógicas
apontam
o
Origami como
recurso poderoso,
ferramentadidáctica desencadeadora de aprendizagens significativas, na concepção construtivista de ensino e no modelo
Van Hiele
de pensamento geométrico(Cruz
&
Gonschorowski, 2006,pp. 2-3).
Segundo Paiva&
Bezerra (2008,p. 2)
ao
elaboraremos origamis
os
alunosfamiliarizam-se
com
os
triângulos,
característicasdos
quadriláteros, movimentos
detransformação
e múltiplas
liúas
de
simetria dentroda
mesmafigura,
noções de rectas perpendiculares, congruência, bi s sectrizes de ângulos. . .Como pesquisadores propomo-nos investigar e apresentar novas tarefas alternativas para o ensino da Geometria. Colocamos então as seguintes questões:
í.
O
Origami
é
ou
não
um
bom
material manipulável
para
a
exploração de conteúdos matemáticos do Ensino Básico?2. Qual a contribuição do Origami na exploragão de conteúdos Matemáticos face ao novo programa de matemáüca?
Para responder
a
estas questões poderemos recuar ao tempo de Frôebele
folhear diversas fontes informativas aolongo
de décadas. O presente trabalho tempor
pretensãoinvestigar,
em
fontes
escritas (primárias
e
secundiárias)-
liwos,
artigos,
relatórios científicos, teses, monografias e alguns periódicos-
que tratam dos problemas recorrentesdo
ensinode
Matemática, nomeadamenteno
campoda
Geometria,no
Ensino
Básico.Depois de
analisaras
diferentesfontes de
informaçãoe
tendo em conta
as principaisdiÍiculdades
apresentadaspelos
alunos,
propor
tarefas
que
permitam
desenvolver competências,no
sentido de melhorar a performance dos mesmos.De igual
modo foramutilizados
fontes e recursos electrónicos que englobam fontes primáriase
secundárias ouContribuição do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geomefia no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
fontes
constituídas especialmentepara
meio
electrónico.Com
basena
documentaçãorecolhida promoveu-se a articulação entre os vários tipos de fontes analisadas de modo a garantir a fiabilidade das informações.
Como objectivo, este estudo, procurou evidenciar as potencialidades educativas dos Ambientes Geométricos Dinâmicos nomeadamente a utilização do Origami na sala de aula.
A
sua
influência no
que
diz
respeitoàs
atitudes
e
concepçõesdos
alunos
perante ageometria
e
relativamenteao
seu desempenho matemáticono
que concerneao
Ensino Básico. Desempenho esse centrado na construção de conceitos e relações matemáticas e na necessidade de justificação das mesmas.A
sustentação teórica desta análise será alicerçada no modelo de desenvolvimento do pensamento geométrico desenvolvido pelo casal de holandês,Dilma
e Pierre Van Hiele,baseado na observação dos seus próprios alunos.
Vamos propor tarefas para implementar no período das operações concretas
(7
aos11
anos).A
manipulaçãode figuras
geométricas de papele a
utilização da
técnica deOrigami,
nesta
faixa
elátira,vai
permitir
desenvolvermais cedo "novos modos
de funcionamento mental" que segundo Piaget apenas seriam conseguidos no período formal.Este
trabalho
apresentarátrês
secções:a
primeira
senáa
introdução,
a
segundaabordará
a
história
do
Origami
e a
relação
do
Origami
com
o
conhecimento
e aprendizagens matemáticas e numa terceira secção serão apresentadas sugestões de tarefasa
ttilizar
na
sala de
aula, tendo
estascomo
objectivo
desenvolveras
competências necessárias paraa
aprendizagem dos diferentes conceitos matemáticosno
Ensino Básico referidos noNPMEB.
1.1
Os novosMateriais
Didácticos e a suâ Relevância no Ensino daMatemática.
A
matemática é cada vez mais utilizada na sociedade, a sua ligação às mais diversas áreas da actividade humana torna-se evidente.Vivemos num
"cenário
matematizado"onde
a
matemáticafaz
parte
do
nossoquotidiano.
Este
fenómeno
é
bem
evidenciado
na
arquitectura, engenharia, biologia, medicina, música, arte e na simples vida diária. Mas para se ser conquistado pelo fascínioda matemática
é
imprescindível, segundo PappasT.
(2001), compreender que esta não éConribuiçâo do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
"Deste modo,
a
EducaçãoMatemática
tem
como objectivo promover
a formação de cidadãos participativos, críticos e confiantes na forma comolidam
com a
matemática,uma
vez
que
esta sedistingue
das outras ciências, em especial nomodo
como encaraa
generalizaçãoe
a demonstração eno
modo como combina o trabalho experimental com os raciocíniosindutivo
e dedutivo,oferecendo
um
contributo
único
como
meio
de
pensar,
de
aceder
aoconhecimento
e
de
comunicar"
(Departamentode
EducaçãoBásica, DEB,
2001).
Desde Pestalozzi
a
utilização de material manipulável
tem sido
cadavez
maisincrementada. Os instrumentos didrícticos utilizados podem ser previamente estruturados,
isto é, adquiridos em lojas de material didáctico, ou podem ser construídos na sala de aula pelas crianças e pelo professor, tendo sempre em conta os
fins
a que se destinam.Todo
o conceito é construído passo a passo; é um processo longo em que o aluno vai progredindo do concreto parao
abstracto. Tem-se veriÍicado que os alunos que aprendem com a ajuda de materiais têm melhores resultados nos testes,pois
facilmente visualizam os conceitos.Os símbolos tomam-se
significativos
depois de os conceitos a eles associados terem sidointeriorizados
(concreto/abstracto).Mas
atenção,não
devemosusar
o
material
apenas esporadicamente,porque
se
o
fizermos as
crianças poderão pensarque
esteé
apenaslúdico.
A
manipulação
de
materiais permite diversificar
as
actividades, aumenta
amotivação
e a
criatividade, todavia
elespor
si
sónão
sãoa
garantiade
aprendizagernsignificativa, temos de ter em conta toda a actividade mental tão necessária à aprendizagem
da
matemática.O
professortem
um
papel
importanteuma
vez
que para seobter
umaaprendizagem
significativa é
necessárioutilizar
cuidadosae
corectamenteo
material
de modo a por em prá*ica os conceitosjá
adquiridos.A
experiência mostra que existe aprendizagem se os alunos estiverem envolvidosactiva e fisicamente na actividade. Na prática não existe uma correspondência directa entre
o
material eum
conceito.O
mesmo conceito pode ser trabalhado com vários materiais e reciprocamente o mesmo material pode servir para estudar diferentes conceitos.Em
súmula,o
Origami
utiliza
um
material barato que permitepor
emprática
osparâmetros referenciados.
O
aluno
que
enfrenta situaçõesde
aprendizagem diferentes necessita de materiais curriculares variados, e adequados às novas situações.Contribuiçâo do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
1.2
AsVirtudes
do uso doOrigami
em Educação"Dobrar
o
papel
pareceum
acto
extremamentesimples, mas
este simplesmovimento
na
realidade fornece-nosuma
grandealegria que invade
nossaalma"
(Kunihiko Kasúara).
A
geometriaé
uma
das ciênciasmais
antigas.Ao
longo
do
tempo os
métodos sistemáticos de ensino têm sido substituídos por métodos mais analíticos. Novas maneiras e materiaistêm
sido testados, e parece-nos quea
conjugação das ideiasdo
modelo VanHiele
associadasao
construtivismo
e
ao
Origami
poderá
permitir
aos
alunos
uma progressão sequencial e paralelamente reforçar a visão espacial permitindo-lhe elaborar os seus próprios conceitos.A
ttilização do
Origami
na
Educaçãolevanta
desdeo
seu
primórdio
algumasquestões pertinentes. Segundo
registos,
a
úilização de
dobragenspara
o
estudo
da geomeffia iniciou-se com os mouros no séculoVIII,
que, devido à proibição da sua religião em confeccionar figuras simbólicas, consffuíam Íiguras geométricase
esfudavam as suas relações e propriedades através de dobras.Desde
1840.O
Origami,
tem sido
incluído nos
diversoscurrículos
escolares deinúmeros países,
e
actualmenteé
incontestávela
sua interdisciplinaridade.É
natural
oaluno
participar na
construçãodos modelos,
e
atravésdo
manuseamentodo
materialconcreto
vai
compreendendoe
aprendendoa
familiarizar
-se
com
diversas estruturas;permitindo-lhe esta vivência todo um processo de experimentação e controle, que contribui
para a formação dos seus modelos mentais.
Nas
últimas
décadas muitosforam
os pedagogos e os professores que através das suaspráticas
pedagógicas demonstraramser
fundamentala
utilização
do
Origami
naaquisição
de
uma multiplicidade
de
conceitos
matemáticos.Por
exemplo,
no
Third
International
Meetingof
Origami
Science, Mathematics, andEducation
vâios
aspectosforam
focados,
descrevendo-sediversas
aplicações pedagógicas,algumas para
lâ
daMatemática.
As
que nos interessam emprimeiro lugar
são, naturalmente, as que exibem modos deexplicitar
conceitos matemáticos através de dobragens de papel.A
possibilidadede facultar
um
material manipulável que
acompanhe ideias abstractasa
transmitir
tem grande impacto na motivagão e desempenho dos alunos.As
obras de Karen Baicker(Origami
Math) e Barbara Pearl(Math
inMotion),
maiscentradas
nos
alunos,com
actividadesde
grau crescente de sofisticação, são das poucas estrufuradas deraiz
parao
ensino.Em
português temos alguns documentos semelhantes,Contribuição do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
nomeadamente
de
autoresbrasileiros como, Rego, Rego
&
Junior
(A
Geometria
doOrigami).
Há autores com obras matematicamente mais avançadas, em que a relação entre as dobragens
e
alguns conceitos clássicosda
matemáticaé
abordado,por
exemplo:
Jesús Hemández (Matemáticasy
Papiroflexrc),
Betsy Franco (UnÍolding Mathematicswith
Unit
Origami), ThomasHúl
(Project Origami)
eLiliana Monteiro
(Fundamentos MatemáticosContribuição do Origami para a Exploraçâo de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
CAPÍTULO U
_
REVISÃO
O^q.LITERATURA
2
HISTÓRIA
DO
ORIGAMI
RESENHA HISTORICA DO
ORIGAMI
Quando no ano 105 d.C.
T'sai Lun,
administrador no paláciodo
imperador chinêsYuan Hsing, colocou em prática um processo de fabricação do papel ao misturar cascas de árvores, panos velhos e redes de pesca, para substituir a sofisticada e dispendiosa seda que se utilizava para escrever, não poderia imaginar a utilização que a humanidade faria desse
seu
invento,
ao
qual
chamariapapel (Grupo
Riglos,
1988).Os
chineses mantiveram o segredopor
séculos, e exportavam esse material a altos preços.As
técnicas de fabricação passaram à Coreia (ano 600) e depois ao Japão (ano 610) (Celpa).No
ano 751, os chinesesforam
derrotadospelos
árabes.Entre os prisioneiros
que caíramnas
mãosdos
árabes, estavam fabricantes de papel, que foram levados para Samarkanda, a mais velha cidade daÁsia,
e
foram
obrigados
a
transmitir-lhes
os
seuscoúecimentos
(Robinson,
2004) (Bracelpa, 2007).O
segredodo
fabrico do papel chegou a Marrocos (Fez)no
SéculoXII
(1100) e a sua introdução na Espanha muçulmana, em Jativa-Valência, data do ano 1150. Só mais tarde se estendeu aos reinos cristãos europeus (Celpa).
Exceptuando
na
China
e
no
Japão,
o
papel fabricado
nem
sempreteve
boa qualidade, nomeadamente na Europa era grosso eftígil,
o quedificultava
a sua dobragem,e
só apartir do
séculoXIV
sefúricou
um
papel maisfino e flexível. De
acordo comBeech (2006) a invengão do papel
possibilitou
aos japoneses desenvolver a fascinante arte da dobragem de papel.No
período Heian (794-1185),o
Origami era uma arte baseada nasimbologia,
utilizada
em
cerimóniasreligiosas (eram
recriados pequenosobjectos
doquotidiano, destinados a serem queimados
ou
enterrados) e era consideradoum
artigo deluxo
exclusivo da
nobreza.A
palavra
Origami
foi
cuúada em
1880
a partir
de
duas palawas, (oru)"dobrar"
e (kami) "papel".Conforme afirma
Bugei
(2002)
e
corrobora Beech (2006),na
Europa, sem essesentido
religioso, existia
no
séculoXVI
o
costume dos estudantesda
Universidade de Pádua, quandovisitavam os
seus professores, deixavamum
cartão-de-visitacom
o
seunome,
dobrado
de
forma
a
expressarum
sentimentoou
intenção.
Os
mestres das cerimónias do chá recebiam os seus diplomas dobrados com segredo; uma vez desdobradosContribuição do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
não era possível
voltaÍ
a dobrá-los sem adição de dobras extras. Beech (2006) acrescentaainda que durante
o
período Marumachi (1338-1573),o
estilo deOrigami
servia paradistinguir
as diferentes classes da aristocracia dos samurais. No período Edo ou Tokugawa (1603-
1867), houveuma democratização
do
Origami.O
Origamideixou
os templos einstalou-se
nas
casas
senhoriais, passando
a
ser
praticadoprincipalmente pelas mulheres
e
crianças, independentemente da sua classe social. Kenneway (1978) afirma que as figuras criadas, pelos japoneses, foram transmitidas de mães para filhas, através da tradição oral.Ainda
segundoBeech (2006),
corroboradopor
Lister
(1998), é neste período que surge a basedo
tsuru
Figura2'l-senbazuraorikata (ave-símbolodo
Origami)
e a
mais
antiga publicação
coúecida,
o
livro
"SenbazuruOriksta"
(1797),o
qual
contém asprimeiras
instruções sobreo
tsuru (Figura
2-I),
49modelos para dobrar grous interligados (Ren-Zuru) pelas
asasou
recorrendo
a
cola.Mitchell
(2008) acrescenta que o "Ogasa wararyuorikota
Taizen" (1801) e o "Kayaragusaou Ka-No-
Mado"
( I 8 5 0) apresentam igualmente dobragens interessantes.Koya
(2007), considera que a dobragem decorativa eformal (Orikata/Origata)
foi
influenciada, principalmente,
pelo
livro "Hoketsuki"ol
"Wrapping and Tying"
(1764), deIse Sadatake. Esta arte
foi
adoptadapela
sociedade marcial daquela épocae
transmitidadurante gerações.
Lister,
cit. por Robinson (2004), refere que no séculoXV[-
era Genroht(1688-1704),
apareceramas primeiras
ilustrações
de
dobragensnos
quimonos
das aristocratâs. Encontramos o tradicional junco chinês, o tsuru e uma variedade de barcos e otocador
de flauta
conhecido como komoso.
De
facto, em pinturas Ukiyo'e
podemosobservar as
seúoras da
aristocracia fazendo dobragens.Um
famosobloco
de
madeira (1734) mostra Komoso com o mesmotipo
de barco e de tsuru observado nos quimonos doinício
era Edo. Nesta
mesma
pinfura
podemos observar
ainda
uma
caixa
cúbica, consideradahoje como o primeiro
modelo deOrigami
modelar, e\m
osanáo (contentorcom pés) (Robinson, 2004).
De
acordo
com
Shoin (1992),
a
população japonesa começoua
aprimorar
astécnicas
do
Origami
e
até ao
final
da
era
Edo, foram
criados
aproximadamente 70origamis,
utilizando
quadradosde
papel.
No
período Taisho
o
número
de
OrigamisContribuição do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
o
balãoe o
homem.No
Japão,o
sapo representao
amore a
fertilidade,
a
tartaruga éassociada
à
longevidadee o
tsuru,
também
conhecidopor
grou
ou
garça,
significalongevidade,
boa sorte, felicidade
e
saúde.Ao
enfiamento
de
mil
tsurus
chama-se senbazuru(mil
grous). Segundo a lenda, quemfizer
diversas fieiras de tsurus, até perfazero milhar,
com o pensamento voltado para aquilo que deseja alcançar, terá bons resultados.Devido à
progressiva reduçãodo
preço
do
papel,
o
Origami
passoude cerimonial
aoesfato
social das classes mais populares e houve uma rápida expansão desta técnica. Osprincípios
básicos eramrígidos
e
impunham quea partir
deum
simples papel dobradodeveria ser obtido
um
objecto a três dimensões, semutilizar
tesoura, cola ou similares.A
beleza dos modelos dependiadaleveza
do papel artesanalutilizado.
No
séculoXVII,
as regras rígidas foram alteradas, dando a liberdade de seutilizar
pequenos cortes desde quefeitos no
início
do processo e apaÍece um novo tipo de Origami.Segundo
o
conceituado pesquisador das origensdo Origami,
professor MassaoOkamura (1912-2006), foram os Samurais que deram os principais passos para
o
formatoactual do Origami. O Origami tornou-se uma forma de arte muito popular (Indiopedia.org). Beech
(2006)
acrescentaque
o
Origami
floresceuno
Japãoe
em muitos
outros países, nomeadamente em Espanha, onde os primeiros Origamis foram introduzidos pelosMouros no século
VIII.
Os princípios do Islão proibiama
cnaçdo de figuras.As
dobras depapel
foram
utilizadas pelos iârabes para estudos matemáticose de
astronomia.Após
osmuçulmanos terem sido expulsos da Península Ibérica, os espanhóis desenvolveram esta
arte, que apelidaram de Papiroflexia.
De
Espanhafoi
difundido
paraa
Argentina e mais tarde para a América (Beech, 2006).Segundo
Kasúara
(1991) até ao séculoXD( o
Origami
foi
conhecidopor
Kami-orimono,
Orisue, Origata, Tatamigami e empregava noÍmalmente papel Hanshi (papel deaffoz,usado em caligrafia, branco de ambos os lados) de forma rectangular.
Ainda
segundoKasahara
(1991)
corroboradopor
Franco
(1999),no final do
séculoXIX,
em Yushimadistrito
de Tóquio, um vendedor de papel começou a importar papéis coloridos da Europa ea
cortií-los em
quadradosde
aproximadamente 15cm,
emvez de
rectânguloscomo
erafeito
no passado. Agrupou as folhas quadradas em conjunto coloridos a que deu o nome de"papel de
Origami",
interferindo de forma significativa na expansão desta arte.A
partir
de então,o
Origami
passoua
ser associado a folhas quadradas(Franco,
1999).Não
se sabepor que resolveu cortar os papéis em quadrados, mas algumas dobras tradicionais, o tsuru,
Contribuição do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
1991).
Harbin (1971)
acrescenta queo
papel de Origami, japonês, normalizado utilizava quadrados com as medidas de 17,5 cm;14,5 cm e 12 cm.Conforme é referido por Boursin (1997, p. 3) em 31 de Março de 1854 os japoneses
abriram os
portos
aos países ocidentaise
propiciaram uma revoluçãona
arte de dobrarpapéis.
As
bases do pássaro e darã
chegaram à Europa, onde não eramcoúecidas.
Porvolta de
1860, uma tournée deum
grupo de teatro japonês apresentouem
França viírios Origamis, entre eles, o tradicional tsuru e os franceses descobrem o Origami. As dobragens desenvolveram-sena
Europa independentemente da tradição japonesa, as dobragens de guardanapos remontam à época de HenriqueIV
e LouisXfV.
Na
década 1920,o
grandeilusionista Houdini (1922)
demonstrou talentocom
o papel, mas, só na década de 1930, os prestidigitadores apresentam dobragens em notas dedólar
durante
os
espectáculos.Conforme
Shoin
(1992), nesta época,
no
Japão, osdiagramas
apresentavam
instruções
gráficas,
onde
identificamos
várias
formas geométricas,partindo
todas elas do quadrado.No
Japão as dobragens eram dedicadas as meninas eno
Ocidente associadas aos rapÍLzes o'Todos nós fizemos,o
barco de papel, oavião,
o
chapéu de papel soldadofeitos de folha
dejornal, a
pajaritae o
quanto-queresfeitos
de papel quadrado, tradicionaisno
nosso ensinobásico" (Kenneway,
1986,p.
8).Durante a época de 30 o
jovem engeúeiro,
Akira
Yoshizawa, experimentou a tradicional artede
Origami e
descobriu quetinha facilidade
em inventar novos modelos (Jackson, 1e8e).A
grande divisão entre a antiga dobragem do papel e a moderna surgiu, segundo aWikipédia, em 1950, quando o trabalho do mestre
Akira
Yoshizawa(l9l
l-2005)
se tornou mundialmente conhecido.Akira
criou
a
ideia da
dobragemcriativa
(SasakuOrigami)
einventou todo
um
conjunto de
métodosque permitiam
dobraruma
sériede
animais e pássaros,incluindo
o tradicional porco, mas eram necessárias "duas peças" de papel para conseguir animais dequafo
patas.Ainda
segundo aWikipédia
este problemaviria
a
serultrapassado
com
a
invenção
das
Bases
Blintzed
em
meados
da
décadade
1950particularmente
pelo
norte-americanoGeorge
Rhoades.Nesta
décadaAkira
apresentadiagramas
(orikata) com
instruçõesgráficas utilizando
uma
nomenclaturade
bases esímbolos
e
diferencia
as dobrasde vale
e
de
montanha,mafrzes para
a
produção defiguras. Esta
nomenclafura, intemacionalmente aceite,promoveu
a
sistematização dasdobras
e
basese
permitiu ampliar
a
criatividade
dos
autorese
a
complexidade dos modelos.Contribuição do Origami para a Exploraçâo de Contzudos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
Por volta
de
1980
Maekawa
June
e
Peter
Engel
começaram
a
estudarmatematicamente
as
bases
e
verificaram que
as
dobras
deixadas,
no
papel
eram essencialmentetriângulos
e
rectângulose
descobriramque ao
reagrupá-lasde
mododiferente obtinham novas bases e assim começaram a
deseúar
modelos antes de os dobrar. Esta teoriaviria
a ser desenvolvida porKawúata
Fumiaki e Robert Lang. Outros métodosforam apresentados por
Max
Hulme e Neal Elias por volta de 1970 (koshiro, 2009).De
acordo
com Pearl
(1997)
o
Origami pode
exercer-seem
qualquerlocal,
a qualquer hora e está relacionada com diversas competências. Pelo facto de esta arte mágicater
sido aperfeiçoadae
divulgadano
Japão, tornou-se intemacionalmentecoúecida
pelonome de Origami.
A
palawa
Origamifoi
adaptada aos diferentes idiomas e apareceram as expressões:papiroflexia, paperfolding, pigatura
di
carta,pliage de papier,
papierfalten, opntamn, dobradura, dobragem de papel.Na
segunda metadedo
séculoXX
devido a uminteresse crescente
pelo
desenvolvimentodo
Origami,
este alargouas
suasfronteiras
eelevou-se
a
forma
de
arte. Nesta
época
voltou
a
utilizar-se
o
papel
rectangular
e aparecerampapéis
de
diversas formas
geométricas.No
Ocidente
Robert Harbin
emInglaterra e Sam Randlett, na América popularizaram esta arte e
o
seu novo nome, tendo sido fundadaem
1967 aBritish
Origami Society, a primeira associação de Origami fora do Japão (Jackson, 1989).2.1
Fundamentos Religiosos e FilosóÍicos doOrigami
De acordo com Boursin (1997) a palavra japonesa para papel
pronuncia-se"komf'
eapalawa
para Deus, originalmente aplicadapara os espíritos ou divindades existentes emtodo
o
tipo de
objectos, pronuncia-se igualmente"kami'.
Embora não haja
neúuma
confusão
entre
as duas palavras, quetêm
ideogramas diferentes,o
facto
de
ambas sepronunciarem
"kami" levou
os japonesesa uma
associaçãosimbólica
ou
poética entre ambas. Inicialmente, arte meramente religiosa, representaçãodo
espíritoreligioso,
tinhacarácter simbólico nos
rituais
das cerimónias xintoístas (separar o puro do impuro), onde o branco era símbolo depaz e de pureza. Quando passaram afazer parte significativa davida
cerimonial da nobreza japonesa as primeiras dobragens eram simbólicas e oferecidas aos deuses.Segundo
David Liste
(1996) a antiga religião do Japão, oXintoísmo,
que coexisteContribuição do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
divindade reside em cada iírvore e em cada pedra, por isso era tradição assinalar os locais sagrados com a "Shimenawa" (corda sagrada), na qual eram presos os
"O-shide"
(conjuntode simbólicos feixes de palha de anoz e harmónios de papel branco dobrado
em
zig-zag e recortado ). Dentro do proprio templo há um bastão no topo do qual estão presos amuletosutilizados em
cerimónias depurificação e no qual
é pressupostohabitar a
divindade dotemplo. Associadas às cerimónias Xintoístas
o "iy'oshf'
on*Noshiawabi"
(çtapel dobrado com inclusão de umatira
de abalone seco) remonta ao séculoXII
e ainda hoje é utilizadoem rituais de funerais e casamentos, e como enfeite tradicional em oferendas significando a fortuna e a bênção de Deus para o recebedor.
Segundo Beech (2006)
o
Origami popularizou-se a partir da era Heian (794-1 185), e atingiu o auge no período Muromachi (1338-1573). Arte de enorme simbolismo utilizavao papel como matéria-prima, alicerçando-se nisso a distinção hierárquica entre os Samurais que tinham o hábito de trocar prendas entre si, decorados com
Noshi
e foram, noinício
doséculo
XVII,
os
responsáveispela
criação
dos
primeiros
Origamis que
coúecemosactualmente. Como
o
papel eramuito
caro, valorizava-se a sua compra e tambémo
seuuso.
As
corestêm
um
significado
muito
especial,o
vermelhoe o
brancoé
usado para ocasiões felizes, sendo o preto e branco para funerais.De
acordo comBugei
(2002),no início
do séculoXII já
severifica
uma dualidade abstracta entre a vida marinha e o Noshiawabi, dualidade evidente no Kan-no-mado. Entreos
48
Origami
tradicionais encontram-seos
desenhosdo
camarão, caranguejo,polvo
elagosta,
os
quatroorigamis
apresentam recortes(Montral
&,Lang,
1990,p. l0).
Refere ainda Bugei (2002), que nesta época oskirikomi
(figuras de papelutilizando
recorte) eram confeccionados com papéis manufacturados especialmente parao
uso dos sacerdotes nas cerimónias religiosasA
simbologia estava no próprio papel, era imperativo que as palavras das sagradas das escrituras fossem registadas em papel branco,puro
eo
maisfino
que se pudesse fabricar.Segundo Oomoto
(p.
19), pelo métodoKirigami
oukirikomi,
papéis quadrados ou rectangulares eram dobrados, colocadosem
Nusa (haste de madeira com tiras de papel de seda e corda de sisal) ou recortados emKatashiro
(boneco de papel) (Souza, s/d,p.
5l)
eeram
utilizados em
diversas cerimónias, entre asquais o Hinamqtsuri.
De
acordo comShoin (1992)
a
origemdo Origami
éo
Katashiro usado nas diversas cerimónias xintoístaContribuição do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: propostas de Tarefas
devido à
rigidez
das normas de conduta, estes Origamis considerados clássicos desta artesão ainda utilizados e ensinados aos alunos da Escola ogasawara
"Os
katashiro são, aindahoje,
colocados nos templos xintoístasno
lugar
dadivindade, tomando a sua forma. O mais antigo katashiro de Origami encontra-se no Ise Jingu, província de
Mie,
portanto sediz
que a históriado
Origami é tão antiga quanto a história do Japão,, (Kanegae, lgSS).Segundo
Beech
(2006), Honda(1995) e
Lister
(1996) datadas tambémda
épocaHeian, com semelhanças com
o
Origami
recreativo, apesar de serem para decoração, as dobragens de papel mais antigas no Japão, obtidas a partir dabase
do
balão,
simbolizando
o
noivo
e a
noiva,
são
asborboletas
"O-cho"
e
"Me-cho"
(Figxa
2-2).
Acrescenta ainda Honda(1995)
que são imprescindíveis nos casamentos tradicionais japoneses e tiveram origem na transformação dasformas do papel que cobriam os gargalos dos frascos que
contiúam
o saké usado na cerimónia. As dobrasevoluíram
Figura"
-Hf":'etas
macho e até resultarem em borboletas.Do japonês
Kusu
(remédio)e
dama(bola),
surgiu Kusudama. Estabola
de papeldecorativa,
com
um
cordão e pompom, guardava ervas medicinaisou
aromáticas,e
erautilizada
com
o
objectivo de
afastara
doençae
eliminar
os
odores desagradáveis ounocivos. O cordão do kusudama servia para
dirigir
a energiapositiva
paÍa apessoa ou para o ambiente (Yamaguchi, 1990). As primeiras instrugões de um kusudama foram publicadas nojornal NOA
§ippon
Origami Association, 1978).Muitos
símbolos tradicionaisforam
transferidos pelos japoneses para os pássaros de papel, animais e plantas, numa panóplia de formas.A
lenda de Senbazuru (fieiras demil
grous) simboliza
a
eternafelicidade
e é muito
popular
entre os japoneses. Dobram-se também grous para enviar a pessoas doentes expressando o desejo do seu restabelecimento. O grou de papel dobrado é uma das criações mais importantes no Japão e qualquer japonêsaprende
a
dobrá-lo ainda criança
e
aprende
que
no
Origami
é
preciso
fazer
oorimetadashitô
-
que significa dobrar certo. Assim, quem fizer uma dobragemfirme
e bela será uma pessoa respeitável, de confiança e disciplinada.A partir
do anode
1945,o
seusimbolismo alterou-se
subtilmente passandoa
estar
associadoàs vítimas
da
Segunda GuerraMundial
-
Hiroshima e em especial àhistória
de Sadako Sasaki (1943-
1955) que faleceu aos 12 anos,vítima
de leucemia, causada pela Bomba de Hiroshima.Contribuição do origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: propostas de Tarefas
Akira
Yoshizawa que,
na
suajuventude,
estudoucomo
mongebudista
teve
oprivilégio
de conceder beleza e vida eterna aos seus modelos. Antes de dobrar ele oravae
tentava
compreendero
espírito
do
pretendiamoldar.
A
carga simbólica
é
facilmente identiÍicada quando se dobra papel. Por exemplo, ao dobrarmos uma borboleta queremos captat a alegria da primavera,o
milagre da metamorfose,o
deslumbramento davida
e a exaltação da liberdade.O
padrão devincos
que fazemosé
um
eco da complexidade doADN
que determina a organização intema da peçafinal
(Lister,1996)
John Smith (1990), eminente origamista, cit. por Lister, tomou o Origami acessível
a
pessoascom
deficiência, descobriu
uma nova
simplicidade
na
dobragem
usandounicamente dobras simples
em vale
e
em
montaúa e
escreveu"Origami pure
Land,.
curiosameÍtte,"PureLand'é
também o nome de umafilosofia
oriental."Because such
folding only
uses mountain andvalley
folds, he thought thatit
resembled a landscape and the words'?ure
Land"
occurredto
John. He later foundto
his
surprise thatthis
was an actual namefor
an eastern philosophy,, (David Lister).Acrescenta
ainda
Lister
citando
Paul
Jackson,
"as
formas
abstractas têm,igualmente,
uma
beleza intemporal,
a
importância
de
fazer
um ou
dois vincos
desimplicidade extrema.
A
dobragem não precisa de ser complexa para adquirir significado e beleza".Harbin (1980,
p.
12) eHo
(1993) afirmam que sendoo
Origami uma combinação de regras severas e de grande reflexão entusiasmou o mago Robert Neale, o teólogophilip
Shen e filósofos como
Miguel
Unamuno e Koshio Uchiyama.Famoso expoente do Zen, Uchiyama seguiu as pisadas de seu pai Kosho, e sua avó
Michio,
que eram origamistas.Até
que pontoo
Origami
deKosho
foi
influenciado peloBudismo Zen
é uma
questãode
opinião. Kosho Uchiyama
afirma:
"O
Origami
é
ummundo no qual, quem representa coisas a partir de uma folha de papel sente a alegria de ser
um criador".
Os discípulos do Zen procuram a iluminação esvaziando a sua mente de todos os pensamentos racionais. Adoptado
pelos
guerreiros Samurai para melhorara
sua períciacom as armas durante as batalhas, aplica-se noutras actividades: arranjos florais, cerimónia
do
chá
e
teatro. Tambémos
origamistastentam
melhorara
suaprática
de
dobragem, dedicando-seao
estudodo
Zen.O
falecidoEric
Kenneway escreveuum
pequeno texto acercado
Zen
para incluir
no
seu
liwo
"Complete
Origami"
(1987), mas
entretantoContribuiçâo do Origami para a Exploração de Conteúdos de Geometria no Ensino Básico: Propostas de Tarefas
retirou-o.
KennewaymoÍreu
antesver o
seulivro
publicado.O
editor
pensoude
outra maneiÍa eincluiu
o artigo sobre Zen quando editou oliwo.
"Para alguns poucos dobradores a unicidade do quadrado de papel (que tem a capacidade de se transformar em todas as criaturas, interdependentes porque o
quadrado
Íica
sempreum
quadrado) simbolizaa
sua crençana
harmonia douniverso e a presença do Buda-natureza em todas as coisas" (Kenneway, s/d).
O
italiano
Vittorio-Maria
Brandoni fundou uma
Escolade
Origami
baseada emprincípios
Zene
acredita que esta arte deve ser uma atitude perante avida
e
a
natrreza(Lister,
1996).A
prática da contemplação no Zen é o caminho para a iluminação, o dobrar com precisão pode levar "ao despertar" das nossas mentes e corações. Não necessitamos deser seguidores
do
Zen
para perceber que as nossas dobrasnos levam
à
meditação.Ao
dobrarmos
múltiplas 'hnit/peças"
paraum Origami
modularou
ao dobrarmil
grous para oferecer aum
doente ou enviar para suspender no Parque daPaz, em Hiroshima, os dedosestão ocupados sem necessidade
de
interferência mental
e
a
repetiçãotem um
efeitolibertador nas nossas mentes.
Dobrar funciona
comoum "mantra"
queliberta
o
espírito paraa
oraçãoe a
meditação.De
certaforma
passamospor uma
experiência libertadora semelhante à doBudismoZen
(Celpa)."Quando as mãos estão ocupadas o coração está sereno"! (Yoshizawa)
2.2
Aplicações doOrigami
"Dobrar papel
parece
um
acto
extremamentesimples,
mas este
simplesmovimento
na realidade fornece-nos uma grande alegria que invadea
nossaalma" (Kasahara).
O
Origami,
primitivamente
religioso,
apresenta actualmenteuma
panóplia
deutilidades
e
proficiências: lúdica, hobby para
adultos,
vida
quotidiana
(vestuário
edecoração), publicidade (marketing, embalagem,
filmes.
outdoor),
hospitalar
e educacional.Como exemplo
de
aplicação pnâtica podemoscitar
a
obra
da
designer RachelYoung que aplica a técnica de Origami na produção de objectos funcionais.
Robert