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A Importância da Mediação Pedagógica na Educação a Distância para a Construção do Conhecimento

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Academic year: 2021

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Márcia Regina Mafraa*; Silvia Helena Carvalho Ramos Valladão de Camargob; Antonio Carlos Giuliania

Resumo

Este artigo tem o direcionamento para a modalidade - Educação a Distância (EAD), pautada na importância de se intensificar a proximidade do Professor Tutor versus Aluno (cliente) para a Construção do Conhecimento por meio da Mediação Pedagógica (tutoria), ou seja, refletir sobre as práticas de ensino existentes, os aspectos que permeiam as ações no processo da mesma, buscando ampliar a discussão sobre os mecanismos que utiliza-se para melhorar, aperfeiçoar e aprimorar o aprendizado, e o desempenho do aluno na busca da construção do conhecimento via EAD, visto que é uma discussão ascendente que tem permeado as Instituições de Ensino Superior (IES) a buscar soluções pautadas, com ferramentas eficazes para conseguir atingir uma camada social que nunca teve a oportunidade de realizar o sonho de ter um curso superior, ou porque trabalha e não tem disponibilidade de tempo, ou por falta de condição financeira.

Palavras-chave: Educação a Distância. Professor Tutor. Mediação Pedagógica. Construção do Conhecimento. Aluno. Abstract

This paper has taken to the sport - Distance Learning (EAD), based on the importance of intensifying the proximity of the Teacher versus Student Tutor (client) for the Construction of Knowledge through Pedagogical Mediation (tutoring), ie reflect on current teaching practices, the factors that underlie the actions in the same process, seeking to broaden the discussion on the mechanisms used to improve, enhance and improve learning, and student achievement in the pursuit of knowledge construction via EAD since it is an upward discussion that has permeated the higher Education Institutions (HEIs) to seek guided solutions with efficient tools in order to accomplish a social layer that never had the opportunity to realize the dream of having a college degree, or why it works and has no time availability, or lack of financial condition. Keywords: Distance Learning. Teacher Tutor. Pedagogical Mediation. Construction of knowledge. Student.

A Importância da Mediação Pedagógica na Educação a Distância para a Construção do

Conhecimento

Importance of Pedagogical Mediation in Distance Education for Knowledge Building

aUniversidade Metodista de Piracicaba, SP, Brasil bFaculdade Anhanguera de Ribeirão Preto, SP, Brasil

*E-mail: marciamafra9@gmail.com

1 Introdução

Este trabalho buscou analisar o processo de Mediação Pedagógica para a construção do conhecimento por meio da Modalidade de Educação a Distância - EAD, correlacionando o professor tutor com o aluno. Trata-se de um estudo pautado em pressupostos contemporâneos sobre o envolvimento do aluno no desenvolvimento das atividades (atividade complementar, estágio, ATPS, TCC, etc.) Funcionamento do sistema operacional (acesso ao sistema, ambientalização, atividades disponíveis, acesso ao material, desenvolvimento da atividade e posterior postagem da atividade no portal, fóruns e avaliações) disponíveis no ambiente AVA.

Sobre a ótica do professor tutor mediador, o indivíduo deverá possuir discernimento para visualizar as dificuldades encontradas por este aluno no processo ensino-aprendizado, as ferramentas que deverão ser utilizadas, a sequência da lógica (metodologia do processo), e o aprendizado da disciplina em si.

Mediante os saberes aproveitados por essa troca de experiência (professor tutor versus aluno) com uma

comunicação interativa (rápida) envolvendo os benefícios oferecidos inovadores que a modalidade de ensino a distância os proporciona e a solução das dificuldades operacionais encontrada pela IES no perfeito funcionamento da ferramenta educacional AVA.

Verifica-se que atualmente a oferta e a demanda por cursos oferecidos na modalidade de EAD teve destaque expressivo no seu crescimento devido as mudanças ocorridas pela globalização e as novas exigências do mercado de trabalho.

De acordo com Censo da Educação Superior (Censo) realizado em 2010, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, as matrículas na graduação do ensino a distância aumentaram 170 vezes do ano de 2001 para 2010, sendo que os estudantes matriculados nessa modalidade de ensino saltaram de 5.359 para 930.179 (BRASIL, 2013).

Para atender a demanda em ascensão de mão de obra qualificada, com base no artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases na Educação Nacional 9.394/96, - LDB de 23 de dezembro

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de 1996 e no Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005, estabelece-se que as instituições de ensino oferecem formação e qualificação profissional na modalidade de ensino presencial ou semipresencial, a distância, mediante a integração das novas tecnologias de informação e comunicação - TIC na educação, objetivando o desenvolvimento das competências individuais, organizacionais e o alcance de um número maior de pessoas em diversas regiões do país, com a mesma qualidade no corpo docente (BRASIL, 2013).

De acordo com o resumo técnico do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, com relação ao Censo da educação superior. A modalidade presencial totaliza 4.196.423 matrículas de bacharelado, 926.780 matrículas de licenciatura e 606.564 matrículas de grau tecnológico. A modalidade a distância, por sua vez, soma 429.549 matrículas de licenciatura, 299.408 matrículas de bacharelado e 263.970 matrículas de grau tecnológico, conforme demonstra a Figura 1, (BRASIL, 2013):

Figura 1: Distribuição do Número de Matriculas de Graduação por modalidade de Ensino

O estudo que deu origem a esse artigo foi realizado mediante levantamento bibliográfico, e por meio de pesquisa exploratória com foco na mediação pedagógica, demostrando a importância do professor tutor como mediador no desenvolvimento do aluno nos cursos de EAD, por meio da construção de novos saberes, que por sua vez atualmente encontra grandes desafios e dificuldades para a construção do conhecimento, como a falta de disponibilidade de tempo e a aplicação prática no mercado de trabalho. Devido a tantas mudanças ocorridas no ambiente profissional e globalizado, faz-se necessário um olhar crítico para essa nova configuração de ensino, adaptar as pessoas e os conteúdos, utilizar a tecnologia a favor do progresso, criar estratégias e possibilidades de execução para incentivar o auto aprendizado e autonomia do aluno.

Partiu-se do pressuposto de que a construção do conhecimento precisa ser significativa e qualitativa, ou seja, repensando sobre a prática enquanto condição para o processo de desenvolvimento do aluno junto as atividades exigidas pelo mercado. Reavaliar a forma que se dá a “mediação” entre o professor tutor e o aluno é extremamente importante, pois as relações que permeiam as ações durante o processo de ensino aprendizagem, o aluno modifica suas estratégias de ação, suas ideias e seus conceitos, em função de novas informações e experiências transmitidas pelo professor tutor, gerando, portanto, novas estruturas cognitivas, sendo um dos fatores determinantes para o bom desenvolvimento do indivíduo e será feito reflexões sobre a atuação do professor

tutor enquanto facilitador da aprendizagem, considerando a mediação como estilo de aprendizagem no qual pode ser considerada como variável envolvida na construção dos conhecimentos (MEDEIROS, 2013).

Este artigo justifica-se por refletir nas ferramentas existentes para o desempenho do aluno, verificar os aspectos que permeiam as ações no processo de mediação, buscando ampliar a discussão sobre os mecanismos que utiliza-se para o aprendizado do aluno na busca da construção do conhecimento com relação ao professor tutor e o seu desenvolvimento, para que possamos efetivamente atender as expectativas destes, visto que é uma discussão ascendente que tem permeado as Instituições de Ensino Superior (IES).

O Problema de pesquisa surgiu de uma análise vivencial em uma instituição de ensino particular na modalidade de ensino a distância (EAD). Percebeu-se a importância de intensificar na educação a distância a proximidade do Professor Tutor

versus Aluno/Cliente para a Construção do Conhecimento

por meio da Mediação Pedagógica. Ocorrendo o seguinte questionamento: Existe o tripé Professor Tutor versus Aluno

versus Construção do Conhecimento?

2 Desenvolvimento

2.1 Caracterização do Ensino a Distância - EAD

O Decreto no 5.622, de 19-12-2005 (BRASIL, 2013), que revoga o Decreto no 2.494/98, define Educação a Distância como modalidade educacional na qual a mediação didática

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pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

De acordo com Vergara (2007), o ensino a distância é uma modalidade de educação não-presencial, isto é, alunos e professores não compartilham o mesmo espaço físico, sendo mediada por algum recurso impresso, mecânico ou eletrônico, que pode facilitar-lhes a interação. Considerada como mais uma forma de educar, caráter mais de desenvolvimento do aluno para a aquisição de novas competências profissionais, ou que tenha caráter educacional, o que inclui o desenvolvimento integral do educando, diferentemente da tradicional relação ensino aprendizagem presencial, não sendo considerada como uma ameaça a mesma, podendo ser de forma mista e assim ampliando o leque de possibilidades na construção do conhecimento.

Neder (2000) considera que EAD é compreendida como um “meio”, “forma” de possibilitar o ensino ou como possibilidade de evolução do sistema educativo, caracterizado por:

a) Educandos e educadores estão separados pelo tempo e espaço;

b) Há um canal ou melhores canais (tecnológicos e humanos) que viabilizam a interação entre os educadores e educandos, portanto um processo mediatizado;

c) Estrutura organizacional complexa a serviço do educando com subsistemas integrados: comunicação, tutoria, produção de material didático, gerenciamento, etc.;

d) Aprendizagem de forma independente, individual e flexível;

e) Modalidade nem sempre adequada para todos os segmentos, devido a disciplina, maturidade e motivação.

Na concepção de Valente (2000) até o presente momento a EAD é considerada como uma alternativa a educação presencial, pois através da junção das tecnologias, crescente demanda pela educação, atendendo um número maior de alunos, capacitando-os com mais instruções, com professores qualificados independentemente da localização que o aluno está situado, o EAD passa a ser visto como uma solução e não mais como alternativa educacional.

2.2 Análise da figura professor tutor na educação a distância - EAD

A partir do século XV o professor tutor surge como modalidade de ensino com o objetivo de orientar os alunos na fé e na conduta moral, posteriormente foi adquirindo um caráter mais acadêmico ao se tornar um orientador e acompanhante dos trabalhos e das atividades pedagógicas dos estudantes. Considerado como o indivíduo legalmente encarregado de tutelar alguém, ou seja, protetor, especificamente o título de

professor tutor na modalidade EAD, tem a característica de orientar os trabalhos acadêmicos, conduzindo no processo ensino aprendizagem dos alunos, instigando-os a busca de conhecimentos, despertando-os o sabor pelo saber, de forma a manter o aluno em constante aprendizagem, porém assumiu-se a noção de que eram os materiais que ensinavam e o lugar do professor tutor passou a ser o de um “acompanhante” funcional para o sistema e o lugar do ensino assim definido, ficava a cargo dos materiais, “pacotes” autossuficientes sequenciados e pautados, que finalizava com uma avaliação semelhante ao ensino presencial (FERREIRA, 2000; MACHADO, 2004; SÁ, 1998).

Conforme abordado anteriormente pelos autores citados, o aspecto mediador e motivacional do tutor não eram aspectos prioritários no EAD, uma vez que o foco se concentrava nos materiais. Tal perspectiva remete ao instrucionismo de Skinner quando propôs que as máquinas teriam o foco para ensinar e ganhou força na década de 80 dando início ao processo de inserção dos computadores nas escolas, sendo caracterizado como uma forma de apenas transmitir os conteúdos através do computador, em sua proposta inicial a qual considerava que o acerto naturalmente constituía um caráter motivacional para manter o comportamento de aprender, sendo o professor tutor, figura de caráter secundário no processo ensino aprendizagem (COSTA, 2010).

Repensando a prática do professor tutor enquanto mediador e orientador, que cria propostas de atividades reflexivas, apoia e orienta na resolução de conflitos de ideias entre os alunos, cria estratégias que favoreçam a aquisição de informações alternativas para a resolução de problemas e torna o sujeito autônomo na construção do saber, que por sua vez é muito importante para o seu desenvolvimento integral no processo de aprendizagem colaborativa, ou seja, depende muito da vontade do aluno de estudar, pesquisar e produzir de forma independente e disciplinada, porém intensifica o relacionamento, questionamentos e a troca de informações entre os alunos, por meio de múltiplas atividades (MAIA; MEIRELLES, 2002).

O professor tutor deve possuir em sua formação pessoal a capacidade para lidar com os grupos heterogêneos de alunos, possuindo características psicológicas e éticas como maturidade emocional, empatia com os alunos, habilidade para a mediação, liderança, cordialidade, além de saber ouvir as necessidades dos alunos, mediando com as demandas do curso que atua e vai atuar por meio dos recursos tecnológicos, na zona de desenvolvimento proximal, ou seja, o acolhimento, a segurança de estar amparado na nova modalidade de ensino (EAD), instigando o aluno a desejar o desenvolvimento potencial e mediando para tornar este conhecimento potencial em real e consequentemente trabalhando a construção do conhecimento, porém não é atividade exclusiva do professor tutor e sim de todos os envolvidos no processo de aprendizagem como, inclusive, os próprios colegas de curso, o ambiente proporcionado pela IES, o sistema operacional,

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a ouvidoria (feedback), e posteriormente as avaliações (avaliação do aluno, ENADE e MEC) (VYGOTSKY, 1984). 2.3 Entendimento sobre o aluno

Na visão de uma grande parte dos alunos que procuram os cursos de EAD em função da falta de tempo disponível para fazer um curso presencial e pelo preço pago pelo curso ser mais acessível, no primeiro momento ele imagina que será fácil concluí-lo, bastando apenas acessar um sistema, quando ele tiver tempo disponível; no segundo momento quando ele começa a receber o material e identificar que precisará se esforçar, ele passa a entender que dependerá de recursos computacionais e de ajuda de outras pessoas e de livros para poder concluir seu curso.

Atualmente o EAD tem o propósito de aprendizagem colaborativa segundo Valente (1993) descreve que o computador não é mais o instrumento que ensina o aprendiz, mas a ferramenta com a qual o aluno desenvolve algo, utiliza-o como ferramenta e, portanto, a aprendizagem ocorre pelo fato de estar executando uma tarefa por meio do computador, ou seja, através da ferramenta “computador” o aluno será o sujeito promotor de uma ação, ou seja, seu lugar deixa de ser o espectador e passa a ser o de agente executor da aprendizagem. O aluno passa a ter uma postura ativa em relação ao conhecimento conforme citado na teoria de Vygotsky (1984) com os pressupostos que embasam a relação ensino aprendizagem, que é de mediação do processo.

Pela análise de Castro et al. (2005) o aluno como o ator principal no palco da educação a distância, exigindo o desenvolvimento de determinadas capacidades e habilidades essenciais para o processo de ensino aprendizagem, ou seja, estar motivado para aprender, ter perseverança, responsabilidade, ter hábito de planejamento, visão de futuro, ser proativo, comprometido, autodisciplinado e ser incentivado a estudar e pesquisar de modo independente e colaborativo. O aluno deixa de ser aquele a quem se ensina, e passa a ser um sujeito que aprende a aprender, constituindo uma rede de contatos e troca de informações intensificadas de modo a consolidar a aprendizagem por meio de atividades individuais e grupais para agir em um ambiente em que haja apoio, incentivo e compreensão.

Para a análise de Almeida (2001), a aprendizagem colaborativa em rede requer uma concepção interativa, sócio construtivista do aprender, em que, a construção do conhecimento ocorre por meio da relação estabelecida entre os membros envolvidos na aprendizagem, assim, coordenadores, professores mestres, professores tutores e alunos potencialmente colaborarão neste processo. O trabalho em equipe e o envolvimento dos alunos na aprendizagem são condições intrínsecas para a construção do conhecimento.

Segundo Medeiros (2013) o aluno necessita perceber que suas contribuições estão sendo lidas, consideradas e será necessário ter espaço para motivá-lo por meio de mensagens

que o instigue a participar das discussões do curso e por meio dos próprios fóruns de discussão, por ser o local de opiniões, questionamentos e discordâncias, espaço legítimo de mediação pedagógica, no qual o professor tutor tem acesso a várias informações que permitem checar a avaliação dos dados do aluno, a frequência do aluno no curso, monitorar a participação do aluno, considerar e valorizar as participações dos mesmos, ou seja, concordar, discordar ou propor questionamentos.

2.4 Mediação pedagógica com enfoque na construção do conhecimento

A mediação pedagógica na modalidade a distância tem sido abordada em vários âmbitos da educação, analisar, repensar sobre a estrutura de educação que existe em 2013 e como está sendo conduzido o uso da tecnologia enquanto uma ferramenta facilitadora, visando tornar o processo de ensino aprendizagem mais eficaz para atender as necessidades e expectativas dos sujeitos dessa ação (alunos matriculados em cursos de EAD).

No entanto, refletir sobre a interação do professor tutor versus aluno para construção do conhecimento, em um ambiente virtual, exige uma série de posturas e comportamentos a serem desenvolvidos durante o processo da construção do conhecimento. Os desafios dessa modalidade são imensos, entretanto, o professor tutor pode contribuir como um facilitador, mediador, orientador das ações que serão desenvolvidas nesse ambiente, sendo uma peça indispensável no processo de orientação dos alunos de um curso a distância (PETERS, 2004).

A mediação do professor tutor é essencial para que seja um espaço rico e produtivo para a construção do conhecimento, pois de acordo com Masetto (2002), as ferramentas tecnológicas constituem uma das zonas de desenvolvimento proximal da aprendizagem na educação a distância, sendo essencial o fluxo das discussões, a interatividade e o diálogo que vão permear na construção do conhecimento entre os alunos.

A ferramenta Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA vem sendo utilizado de forma clara, ativa, um espaço de compartilhamento, troca de informações, discussões, construções coletivas, problemáticas, presente no cotidiano dos envolvidos, aliado a encontros presenciais intervalados, relacionamento nas redes sociais, que coloca em dúvida o mito do distanciamento temporal e geográfico que existia entre essas pessoas, ou seja, é possível encurtar distâncias geográficas quando o professor tutor realmente faz uso das ferramentas disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem, é preciso que o professor tutor esteja atentamente propiciando interação, proximidade, situações para que o aluno atue como protagonista autônomo e aprenda a lidar com os desafios (MEDEIROS, 2013).

Confirmando com o autor citado acima, o papel do professor tutor considerado como mediador é essencial no

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ensino a distância, ou seja, na maioria das vezes, as ações ou os cursos do ensino a distância existentes, têm privilegiado a transmissão de informação, pois as ações existentes criam oportunidades de construção de conhecimento que praticamente inexistiam, sendo utilizadas pela interação com as pessoas e com os objetos do meio, usando para isso os recursos tecnológicos. O simples fato comumente de navegar na internet tem sido entendido como uma oportunidade de interagir com a informação e, consequentemente, de construir o conhecimento. O significado da interação, da importância de enriquecer os ambientes de aprendizagem incorporando as tecnologias digitais, nos quais os sujeitos podem atuar e ser capazes de construir os conceitos e ideias que impregnam esses ambientes e da importância da afetividade no ensino a distância, por meio dos sentimentos de pertencimento, acolhimento, cooperação e questionamentos na comunicação mediada. Desta forma, verifica-se o quanto estes aspectos são essenciais na mediação pedagógica, papel intrínseco da função de professor tutor na educação a distância. (MILL; RIBEIRO; OLIVEIRA, 2013; VALENTE, 2010).

Segundo Masetto (2002), considera-se como mediação pedagógica a atitude, o comportamento do professor que se coloca como um facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem, apresentando-se a disposição de ser uma ponte entre o aprendiz e a construção da aprendizagem, ou melhor, sendo uma ponte “rolante”, que ativamente colabora para que o aprendiz consiga chegar aos seus objetivos, ou seja, intensificar a presença do professor tutor no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) é de extrema importância, visto que possibilitará uma relação dialógica e de proximidade. 3 Conclusão

Após acompanhar por cinco anos as principais dificuldades encontradas pelos alunos que fizeram o curso de Gestão de Pessoas - EAD pelo AVA foi possível identificar que a evasão pode acontecer pela falta de conhecimento do aluno em utilizar as ferramentas disponíveis.

Ao analisar a educação a distância na formação do educador reflexivo, Valente (2010) especifica a abordagem do estar junto virtual, segundo os princípios da interação, reflexão, investigação, colaboração e construção do conhecimento, colocando em evidência o potencial do trabalho com projetos para gerar novas teorias em um redemoinho de ideias, práticas, reflexões e produção de conhecimentos em diferentes contextos e situações educacionais. O autor aborda conceitos importantes para o cotidiano na educação a distância no qual foi possível correlacionar com a prática vivenciada. Segundo o autor é necessário entender o conceito das palavras: Informação: são os dados encontrados nas publicações, livros e debate de pessoas; Ensino: considerado como literal, depositar informações no aluno; Aprendizagem: está diretamente ligado a memorização e reprodução das informações; e Construção do Conhecimento: é o produto do processamento,

da interpretação, da compreensão da informação fornecida. Aprender é o ato de construir o conhecimento, ou seja, o aluno deve processar a informação que obtém interagindo com o mundo, materiais, tecnologias envolvidas, professor tutor e as pessoas presentes nos fóruns de discussão, colocando-os em situações que devem ser resolvidas, implicando na interpretação e no processamento das informações. Ensinar deixa de ser o ato de transmitir informações e passa a ser um ato de mediar as informações disponíveis em ambientes em que o aprendiz possa interagir com uma variedade de situações e problemas, auxiliando-o na interpretação de situações reais no cotidiano dele para que consiga construir novos conhecimentos, unindo teoria e prática.

Através da análise bibliográfica, este estudo buscou trazer subsídios para a população de forma geral, através da literatura citada, evidências de que a intensificação da proximidade do professor tutor com o aluno, reflete de forma ampla e positiva na construção do conhecimento por meio da mediação pedagógica, na modalidade de ensino a distância (EAD) e consequentemente esses processos se realizam por meio da interação, proximidade, colaboração, investigação, reflexão e atingindo o objetivo final, ou seja, a construção do conhecimento via qualquer ferramenta que o aluno tenha interesse em aprender.

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