QUALIDADE DE
VIDA
NO
TRABALHO:
estudo
de
caso
no
departamento
de
gestão
de
pessoas
da
Unimed
Florianópolis
Trabalho de Conclusao de Estágio apresentada à
disciplina Estágio Supervisionado
-
CAD
5236,como
requisito parcial para obtençãodo
grau de Bacharelem
Administração da UniversidadeFederal de Santa Catarina, área de atuação
em
RecursosHumanos.
Professor Orientador:
Gerson
Rizzatti _QUALIDADE DE
VIDA
NO
TRABALHO:
estudo
de
caso
no departamento
de
gestão
de
pessoas
da
Unimed
Florianópolis
Este Trabalho de Conclusão de estágio foi julgado e
adequado
para a obtençãodo
título deB-ACHAREL
EM
ADMINISTAÇÃO
e aprovado
em
suaforma
final pela Coordenadoria de Estágiosdo Departamento
de Ciênciasda Administração da Universidade Federal de Santa Catarina
no
dia 03 de julho de 2003.Prof. Sinesio Stefano Dubiela Ostroski
Coordenador
de EstágiosApr~cgrada
pelos professores:Ger
snzR1 a Oriento/
(
I
///Áâ
Á
Hans
MichaelVan
BellenMembro
. \_
Nelson
ColossAos meus
pais, pela educação queme
proporcionaram e por tudo que tenho na vida.A
minhas
irmãs, por tudoque sempre
fizerame
fazem
pormim.
As
grandes amigas Andréa,Vânia
e Dirce, porme
proporcionaremum
ótimo ambientede trabalho.
Ao
meu
orientador,Gerson
Rizzatti, pelas orientações ao longo deste estudo.Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.
RESUMO
O
presente estudo tevecomo
objetivo principal avaliar os fatores determinantes de Qualidadede Vida no
Trabalho(QVT)
a partirda
percepção dos funcionáriosdo
Departamento
de Gestão de Pessoas daUnimed
Florianópolis Cooperativa de Trabalho Médico.A
QVT
envolveum
conjunto de aspectos, que sebem
trabalhados pela empresa,resultarão
em
aumento
de produtividade, competitividade e eficácia organizacional, aliadas aum
incremento dedesempenho,
satisfação e bem-estar dos trabalhadores.'Num
primeiromomento,
utilizou-se da pesquisa bibliográficaem
fontes primárias esecundárias .para esclarecer os principais conceitos que
dizem
respeito aQVT,
bem
como
métodos
utilizados para sua aferição.Também
sebuscou
aprofundarum
pouco
mais os conhecimentos a respeito da organização profissional eda
história e estruturada
Unimed
Florianópolis. '
'
Em
seguida,foram
realizadas entrevistascom
os funcionáriosdolDepartamento
deGestão de pessoas da
Unimed
Florianópoliscom
baseem
um
roteiro previamente definido, que sefundamentou no
Modelo
de Aferição deQVT
proposto porWalton
(197 3).Finalmente
num
terceiromomento
foram
analisados e interpretados osdepoimentos
dos funcionários
do Departamento
de Gestão de pessoas daUnimed
Florianópolis,confrontando os dados obtidos
com
a literatura disponível.Palavras-chave: Qualidade de vida
no
trabalho -homem
X
trabalho; Administração deFigura
01- Quadro
Cooperado
Figura 02
-
GráficoSexo
... ..S ... ..
Figura 03
-
GráficoIdade
... ..Figura 04
-
GráficoEstado
Civil ... ..Figura 05
-
GráficoGrau
de
Escolaridade ... ..Figura 06
-
GráficoTempo
de
Serviço ... ..Figura 07
-
GráficoFaixa
Salarial ... ..LISTA
DE FIGURAS
1INTRODUÇAO
... .. 1.1Tema
eproblema
... .. 1 .2 Justificativa ... .. 1.3 Importância.. ... .. 1.4Oportunidade
... .. 1.5 Viabilidade ... .. 1.6Ocooperativismo no
Brasil ... .. p 1.7O
cooperativismomedico
... .. 1.8O
sistemaUnimed
... .. 1.9A
Unimed
Florianópolis ... ..1.9.1
O
Departamento
de Gestão de Pessoas ... ..2
OBJETIVOS
... ..2.1 Objetivo geral ... ..
2.2 Objetivos específicos ... ._
3
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
... ._3.1
Concepções
sobre trabalho ... ..p
3.2
Administração de Recursos
Humanos
... .. p3.3
Breve
históricoda
evoluçãoda
administraçaode
recursoshumanos
3.3.1 Breve histórico da evolução da administração de recursos
humanos
no Brasil..3.4 Histórico
do
conceitode
Qualidade
... ..3.5 Histórico
da preocupação
com
otrabalhador
... ..3.6
Os
primeiros estudosda
satisfaçãodo
indivíduono
trabalho ... ..3.7
Qualidade de
Vida no
Trabalho: desenvolvimento
e perspectivas... 3.8Tentando
conceituar aQualidade de
Vida no
Trabalho
... ..3.9
Modelos
de
Qualidade de
Vida
no Trabalho
... ..3.9.1 3.9.2
/Wether
e Davis ... .. 3.9.3 . NadlereLaw1er
... .. 3.9.4_Hackman
eOldham
... ._ 3.9.5 Siqueira e Colleta ... .. 3.9.6Huse
eCummings.
... .. 3.9.7 RichardWalton
... ._3.10
A
Qualidade no
Ambiente
de
Trabalho
... ..3.10.1
Programa SS
... _. 3.10.2 Fatores Ambientais ... .. 3.10. 2.1Ergonomia
... .. 3.I0.2.2 Cores ... .. 3.10. 2.3 Iluminação ... .. 3. 10. 2.4
~ Poluição sonora ... ..3. 10. 2.5
Aeração
e temperatura ambiental ... ..3.10. 2.6
Limpeza
interna ... ._ p3. 10. 2. 7
Odores
e decoraçao ... _.3.10.3 Segurança
no
ambiente de trabalho ... .. p3. 10. 3. I
Recomendações
de segurança ... ..3. 10. 3.2 Cores de segurança ... ..
4 4.1 4.2 4.3 4.3.1 4.3.2 4.4 4.5 4.6 4.7 5 5.1 5.1.1 5.1.2 5.1.3 5.1.4 5.1.5 5.1.6 5.1.7 5.2 5.2.1 5.2.2 5.2.3 5.2.4 5.2.5 5.2.6 5.3 5.3.1 5.3.2 5.3.3 5.4.4 5.4.5 5.4.6 5.4.7 5.4.8 5.4.9 6 6.1 6.2 6.3
METODOLOGIA
... ..Abordagem
da
pesquisa ... ..Tipo de
pesquisa ... .. Delimitaçãoda
pesquisa ... .. População ... ..Amostra
... .. Tiposde
dados
... ..Técnica
de
coletade dados
... ..Técnica
de
análisede dados
... ..Limitação
da
pesquisa ... ..APRESENTAÇÃO
E ANÁLISE
DOS
DADOS
... ..Ações para
QVT
na
Unimed
Florianópolis ... ..Saúde
em
Forma
eCaminhar
Unimed
... ..Projeto Fênix ... ..
Alimentação dos colaboradores durante o expediente ... ..
A
contribuiçãoda
CIPA
... ..Política de administração de cargos e salários da organização ... ..
Assistência
Médica
e Odontológica ... ..código
de Ética ... ..O
perfil dos funcionários pesquisados ... ..Quanto
ao sexo ... ..Quanto
à idade ... ..Quanto
ao estado civil ... ..Quanto
à escolaridade ... ..Quanto
aotempo
de serviço ... ..Quanto
à faixa salarial ... ..Análise dos Resultados ... ..
Significado de qualidade de vida
no
trabalho ... ..Compensação
justa e adequada ... ..Condições de trabalho ... ..
Autonomia
... ..Oportunidade de crescimento e segurança ... ..
Integração social na organização ... ..
Constitucionalismo ... ..
O
trabalho e o espaço total da vida ... ..Relevância social
do
trabalho ... ..CONSIDERAÇÕES
EJNAIS
... ..Conclusões
... ..Recomendações
... .. Sugestões ... ..REFERÊNCIAS
... ..ANEXOS
... ..ANEXO
A: Organograma - Unimed Florianópolis Cooperativa de Trabalho Médico...ANEXO
B: Organograma - Gerência Administrativa / Unimed Florianópolis ... ..ANEXO
C: Roteiro de entrevista sobreQVT
- Departamento de Gestão de PessoasUnimed Florianópolis ... .. z fv (Õ ~c›~o*o~o~o~c›~c›~o~o~c:~c>~o~c*o~o›ø*o~c:~o~o*o~o~o~ç›~ç:~ç:~p*p~ç~;:~;›~ç›*;s'ç:*;:rçz'-o~c~ç~ç:-u~o~çsp P \O\O\O0O0000O0OO0O00\l\l\l\l\l\lO`\O\0\O\O'\O'\O\O\O\Ó'\O\O\O'\O\O\U1U1U1U1U1U\U1U1U1U1UIL/IU! l\J*-*©0O\JO'\U1U1l\)O\O\l-läU¬>l\)OO0\l\lO'\U`IU1-|>~J>~UJl\Jl\J>-^›-*OQ\O\O\O\l\1O\O'\U\U1U1-lã-l>-lš 93
1
INTRODUÇÃO
O
presente trabalho consisteno
relatório deuma
pesquisa realizadaem
junho
de2003
com
os funcionáriosdo Departamento
de Gestão de Pessoas daUnimed
Florianópolis,com
oobjetivo principal de obter o nível de satisfação dos funcionários quanto a cada
um
dosaspectos
que
a Qualidade deVida no
Trabalho envolve.Partindo
do
princípio deque
as organizações são formadas por pessoas e deque
osucesso destas organizações
depende
diretamente das pessoas envolvidasem
seus processos,nota se que
nao
há organizaçao motivadasem
pessoas motivadas,nem
haverá qualidade nosprodutos/serviços oferecidos
sem
Qualidade deVida no
Trabalho.A
insatisfação, a má-vontade, o desconforto e outras situações negativas parao
~
trabalhador se incorporarao, de
uma
maneiraou
de outra, ao produto final, reduzindoo
nívelde satisfação
do
cliente.A
insatisfaçãono
trabalho e a conseqüente desmotivação são problemasque
preocupam
estudiosos e administradores, principalmente neste início de séculoXXI,
ainda mais na sociedade globalizadaem
que vivemos,onde
a concorrência é muito acirrada e os consumidores cada vez mais exigentes.Diante destes fatos, e especialmente para evitar que os trabalhadores se
entreguem
amonotonia
e ao descasocom
a organizaçao, éque
surgiram os estudos de Qualidade deVida
no
Trabalho(QVT).
Estes estudostêm
a finalidade de aumentar a produtividade e a satisfação~ ~
dos trabalhadores, através
da mensuraçao
dos níveis de satisfação destes sobre suas condiçoes1.1
Tema
eproblema
Quando
se falaem
melhoria da Qualidade deVida no
Trabalho(QVT),
as pessoastêm
em
mente
melhores salários e melhores condições fisicas de trabalho.Na
verdade, é tudo isto e muito mais.A
QVT
tem
o poder detomar
as organizaçoes maishumanas, onde
o trabalhoenvolve responsabilidade e autonomia sobre o
desempenho
de tarefas,com
ênfaseno
desenvolvimento pessoal, resultando
num
ambienteonde
o trabalhador dê maisdo que
trabalho e receba mais
do
que salário. Portanto,QVT
éum
conjunto de fatoresque
tem
como
objetivo
tomar
o trabalho maishumano,
desenvolvidoem
condições adequadas,remunerado
adequadamente, utilizando e aprimorando as habilidades dos funcionários,
com
oportunidades de crescimento e aprendizado por parte dos empregados,com
integração social eem
equilíbrio
com
a vida social.Os
dirigentes organizacionais precisam ouvir as pessoas afim
depoderem
utilizar aomáximo
suas potencialidades, procurando saber o que os colaboradores sentem, oque
querem
e oque
pensam.Maximizar
as potencialidades é desenvolver as pessoas, e procurar criarcondições para
que
estas,em
se desenvolvendo,consigam
desenvolver a organização.Assim
pretende-se, nesta pesquisa, verificar junto aos colaboradoresda
Unimed
Florianópolis, os principais fatores de
QVT
que irão proporcionar maior satisfação e prazer,pelo
que
se estabeleceo
seguinteproblema
de pesquisa: “Quais são os fatores determinantes deQVT
na
percepção
dos funcionáriosdo Departamento
de Gestão de Pessoasda
Unimed
F
lorianópolís?”1.2 Justificativa
As
pessoasem
fase produtivaocupam
cercade
um
terçodo
seutempo
com
o trabalho.Muitas vezes esse
tempo
pode
ser maiordo que
otempo
despendidocom
o lazerou
com
o
descanso.
O
trabalho ocupa, hojeem
dia,um
espaço muito importantena
vida de todos, poisgrande parte de nossa vida se passa dentro das organizações.
O
funcionário só será realmente útil parauma
empresa
se sentir prazerem
realizarsuas atividades.
É
papelda
organização proporcionar as condições quepermitam que
otrabalhador realize suas firnções prazerosamente, desenvolvendo seu potencial e sua
criatividade.
A
escolha pelotema
justifica-se por considerarque
o estudo sobre a Qualidade deVida no
Trabalho é de grande importância para qualquer organização.E
os resultados desta pesquisa serão compartilhadoscom
os dirigentes da área de Gestão de Pessoasda
Unimed
Florianópolis, visando contribuir para o
aprimoramento
de conhecimentos sobreo
tema
em
questão.
1.3
Importância
Sabendo que
as organizações são formadas por individuoscom
característicaspsicológicas, sociais e
econômicas
diferenciadas e que a qualidade de vidado
ambiente e dasrelações de trabalho
influenciam
no desempenho
dos trabalhadores, este estudo será de grandePessoas da
Unimed
Florianó olis na erce ao de seus funcionários › estará contribuindo ara Ppromover
melhorias nas políticas de recursoshumanos
e paraque
a organização possa crescercomo
um
conjunto de pessoas satisfeitasem
busca deum
único objetivo.1.4
Oportunidade
Estudar a Qualidade de
Vida no
Trabalho naUnimed
Florianópolis na percepção deseus fimcionários é
uma
oportunidade de diagnosticar possíveis falhasno
ambiente detrabalho,
bem como
propor possíveis soluções para estas falhas, de maneira aaumentar
onível de qualidade de vida dos funcionários, trazendo beneficios a toda organização, inclusive
seus clientes.
Pelo fato
do
pesquisador ser fiincionáriodo Departamento
de Gestão de Pessoasda
organização estudada, vislumbra-se
uma
grande oportunidade de enriquecimento profissionale de
um
melhor
aproveitamento das atividades desenvolvidas.1.5 Viabilidade
Este projeto é viável quanto aos custos e acesso às informações, pois
como
se trata de~
uma
pesquisa acadêmica seus custos para aempresa
sao praticamente nulos e o fatodo
pesquisador ser funcionário da organização
em
estudo facilitará o acesso às informações e ao ambiente da organização propriamente dito.1.6
O
Cooperativismo no
BrasilOs
registros históricosmostram
que a primeira cooperativano
Brasil surgiuno
finaldo
séculoXIX,
mais precisamenteno
ano de 1889,em
Ouro
preto,Mina
Gerais,chamada
“Sociedade
Econômica
Cooperativa dos Funcionários Públicos deMinas
Gerais”.Desde
o surgimentodo
cooperativismono
Brasil até hoje,foram
vários os estágios de desenvolvimento pelos quais o sistema passou.Após
1945,com
ofim
daSegunda
Guerra Mundial, o Cooperativismo passa poruma
fase de grande desenvolvimento,
em
funçãodo
restabelecimentodo
comércio internacional.O
modelo econômico
nas décadas de 50 e60
fortaleceu as cooperativas agropecuárias,que
com
os incentivosgovemamentais
tiveram grande desenvolvimento.Sendo
assim, atéhoje as cooperativas agropecuárias
superam
as urbanasem
importância, dinamismo, inovaçao,capacidade de organização e
mesmo
número
de associados. gDados
demarço
de1997
da Organização das Cooperativas Brasileiras(OCB)
demonstram que
o sistema cooperativistano
Brasil possui 4.342 cooperativas, 3.876.824associados e 151.129 empregados,
movimentando
cerca deR$
30
bilhões da economia.Na
região sul
do
paíshá 894
cooperativas, 1.152.813 associados e 76.167 empregados.A
empresa
cooperativa éuma
das formas mais avançadas de organização dassociedades.
No
mundo
já existem mais de700
mil cooperativas, distribuídasem
quase todos1.7
O
cooperativismomédico
O
que
há demoderno
em uma
sociedadeque
adota os princípios cooperativos, é a possibilidade das pessoas participaremda
administração e dos resultados da empresa, oque
torna mais prática a administração dos conflitos
que
naturalmenteacontecem
em uma
organização.
Segundo
dados levantadosem
documentos
localizados nos arquivos da organização eno
site http://www.unimedflorianopolis.com.br/, o cooperativismo de trabalhomédico
teveinício
na
década de 60.O
declínio da medicina liberal e o insucesso da medicina estatalabriram espaço para o rápido aparecimento
do
atravessado da assistência médica, aMedicina
de Grupo.
As
associações médicasnão
estavam preparadas,na
época, parao
processo demudança,
demodo
que se limitaram a testemunhar, perplexas, o avançoda
medicinamercantil.
A
classemédica
jánão
estava mais atuandono
mercado
em
caráter de profissionalliberal, mais sim,
como
“empregados”
de empresas que estavam se aproveitandodo
caosem
que
se instalava o sistema de saúdeno
pais. Essa situação fezcom
que
as forças sociaisreagissem,
buscando
soluções que corrigissem as deficiências e os erros dos sistemasvigentes.
Assim, o Sindicato
Médico
de Santos (SP),com
diversos profissionais da classe, liberados porEdmundo
Castilho, procurouuma
alternativa que atendesse a três objetivosbásicos:
- Preservar a ética, eliminando a intermediação da Medicina; - Preservar a relação médico/paciente, através da livre escolha;
liberdade
do médico
em
decidir sobre os meios de atendimento ao cliente.O
processo demudança
foi assim implementado,no
auge da vigênciada Medicina
mercantil. Hoje,
uma
das maiores Cooperativasdo
Brasil aUnimed,
que foi criadaem
1967,adquiriu
um
perfil empresarial e logo se expandiu por todo o país.Na
constante busca de melhorar a relação entre médico/paciente, a cooperativa atende essebinômio
seguindo afilosofia
e as normatizações estabelecidas estatutariamente.Especificamente na área da saúde,
no
Estado de Santa Catarina, segundo aOCB,
o
número
de cooperativasdo segmento
de saúde chega a 23,com
4.896 associados econtam
com
a colaboração de495
empregados.1.8
O
sistemaUnimed
O
sistemaUNIMED
écomposto
por365
Cooperativas médicas, entre Singulares,Federações e Confederações:
0
CONFEDERAÇÃO
(Cooperativa de Terceiro Grau) EÉ
formada
pela união deno
mínimo
O3(três) Federações, tendocomo
principalatividade a representação
do
sistema UNI1\/[ED junto ao público, aos órgãos de defesado
consumidor, e é representante
do
SistemaUNIMED
a nível mundial._
Tem
a fianção delegislador
do
sistemacomo
um
todo, editando asnormas
derivadas que rege o inter-relacionamento das singulares de todo o país, opera
na
gestão dos contratos de abrangêncianacional, tendo
também como
princípio o apoio operacional e tecnológico às Singulares eFederações.
0
FEDERAÇOES
(Cooperativa deSegundo
Grau)como
principal atividade O desenvolvimentoda
UN1l\/IEDem
sua área de ação (Regionalou
Estadual), elaborando a regimentação das singulares de seu estado/região
em
consonânciacom
a Confederação,podendo
atuartambém
como
cooperativa singularem
determinadaregião de sua área de ação (seccional) até
que
esta unidade tenha condiçõeseconômicas
efinanceiras de ser
uma
singular._
0
SINGULARES
(Cooperativa de Primeiro Grau)São
formadas pelosmédicos
cooperados, tendocomo
principal característica a comercialização e prestação de assistência médica.Segundo
dados obtidosna
empresa, oComplexo
EmpresarialUNIMED
écompostos
por:
-
UNIMED
PARTICIPAÇÕES
(Haóing)
-UNIMED
SEGURADORA
S/A
-
UNIMED
CORRETORA
DE SEGUROS
-UNIMED ADMINISTRAÇÃO
E SERVIÇOS
-UNICRED
DO
BRASIL
-
USIMED
DO
BRASIL
_FUNDAÇÃO
CEU
-
CENTRAL NACIONAL
(Operadora) -UNIIEL
-
UNIHOSPITAL
-UNIMEC
-
Colômbia
qualidade a ll milhões de usuários através de suas
365
cooperativas euma
ampla
rede deserviços credenciados.
Além
do
território nacional, aUNIMED
está presentena
Colômbia
eno
Paraguaie
mantém
acordos operacionaiscom
instituições da Argentina e Uruguai, oferecendointercâmbio para viajantes
no
Mercosul.O
sistemaUnimed
no
Brasil apresenta seguintes números,conforme
dadosobtidos
no
site daUnimed:
ll milhões de usuários (clientes)
91.000 médicos cooperados 100 leitos próprios
70
prontos-atendimentos1
18 laboratórios próprios
16 mil
empregos
diretos42
hospitais próprios18 centros de diagnósticos
ll hospitais
em
construção1.9
A
Unimed
FlorianópolisA
UNIMED
de Florianópolis éuma
grande Cooperativa de Trabalho Médico, criadaem
30
de agosto de l97l.Devido
às dificuldades vivenciadas pelos hospitais frente aoINPS,
surgiu
uma
demanda
por serviçosmédicos
mais qualificadosA
assembléia geralque
~
Associaçao Catarinense de
Medicina
(ACM).
O
primeironome
daUnimed
foiSanmed
- Cooperativa de AssistênciaMédica
da
Grande
Florianópolis, surgidodo
hábito de conotar onome
da cooperativacom
odo
estado desua localização. Assim, havia a
Medminas
(MG),
aMedpar
(PR), etc.Uma
decisão posteriorlevou à adoção
do
nome
Medsan.
A
denominação
Unimed
foi adotadaem
1983.A
primeira diretoria foi constituída pelo presidente AntônioMoniz
Aragão
e pelosdiretores
Roldão
Consoni, João CarlosBaron Maurer
e Paulo Tavares daCunha
Melo.A
sustentação da cooperativa nos primeiros anos decorreu
em
parte da credibilidade de seu primeiro presidente,que
exerceu importantes cargosno
serviço público eem
entidades médicas.Os
dados acimaforam
levantadosem
documentos
internos da organização.A
seguirsegue os
nomes
de todos os presidentes,com
os respectivos mandatos:1971-1983
-
Dr. AntonioMoniz
Aragão. 1983-1985 - Dr. LincolnVirmond
Abreu
1985-1988 - Dr. João Nilson
Zunino
1988-1991 - Dr. Defendente Debiase
1991-1995 - Dr. Euclides
Quaresma
1995-1999 - Dr. Sílvio Schmitz - 1999-
2003
-
Dr. Almir Adir GentilO
cooperativismomédico
está vinculado à área de cooperativa da saúde, eque têm
porobjetivo prestar serviços à populaçao de
forma
mais acessível, garantindo aomédico
autonomia profissional,
onde
ele toma-se proprietáriodo
sistema através decompras
de cotas.mercantis
que
exploram tanto o profissionalcomo
o cliente),mas
sim remuneração justa aoprestador de serviço e atendimento de qualidade ao usuário
do
serviço,A
UNIMED
de Florianópolis-
Cooperativa de TrabalhoMédico,
situa-se à ruaDom
Jaime Câmara,
94
-
Centro, Florianópolis-
SC
onde
funciona toda a parte administrativa.Possui
um
posto de atendimentono
Kobrasol (São José-
SC)
e na ruaOsmar
Cunha, 227
(Florianópolis -SC),
onde
existeo
atendimento a usuários de Florianópolis edo
Intercâmbio(usuários de outras
UNIMEDS).
O
SOS UNIMED,
que é o serviço de atendimento deurgência e emergência fiinciona na avenida Beiramar Norte, (Florianópolis -SC).
A
Missão
daUnimed
de Florianópolis é a seguinte:“A
Unimed
éuma
organizaçaoeconômica
social que, norteada pela filosofiacooperativista, busca:
Agregar profissionais
médicos
para a defesado
exercício liberal, ético equalitativo de sua profissao
com
adequadas condiçoes de trabalho e remuneraçao justa;Propiciar, à maior parcela possível da população,
um
serviçomédico
deboa
qualidade, personalizado e a custo compatível.
Para realizar seus propósitos maiores, agrega talentos
humanos,
recursosfinanceiro/materiais e busca os preceitos e prática da excelênciaÍ”.
A
Unimed
para melhorar a sua qualidade nos serviços, tanto para o clienteextemo
como
para os próprios cooperados (clientes internos), acresceuo
valor ético nos seus produtos, segundo omanual
interno da cooperativa aplicam-se dois princípios de valoreséticos na organização:
Princípio da Preservaçao da Profissao Liberal
A
profissão é liberalquando
o profissionaltem
a liberdade de, só ele e maisninguém,
usando
de seus conhecimentos eassumindo
toda a responsabilidade decorrente,escolha dos meios, secundariamente é conferida ao profissional a liberdade econômica, isto é,
de estabelecer os honorários.
Em
decorrênciado
princípioem
discussão, a Cooperativa não intervirá naconduta
do
cooperante, eo
médico, conhecedor dos princípiosdo
sistema, assumirá damesma
forma que o
faz na clínica particular, ocompromisso
de dar omelhor
de siem
beneficiodo
cliente,
empregando
os meios disponíveis na Cooperativa.- Princípio da Preservação da Relação
Médico
PacienteEste princípio determina
que
naUnimed
o usuário (cliente)tem
o direito a escolhado
profissional de sua confiança,não devendo
a cooperativa conduzir clientes a consultórios de cooperantes.A
Unimed
preconiza o atendimento personalizadodo
cliente,sendo
o
consultóriodo
profissional o local ideal para omédico
atender os usuários dacooperativa. _
A
Unimed
de Florianópolis apresenta hojeum
quadro grande de cooperados,composto
por 1201 pessoas fisicas e 120 pessoas jurídicas.Abaixo
apresentamosum
quadrocom
osnúmeros da
Unimed
de Florianópolis:''''''''''''' M “` lã
E
```````` “Á " ``````````````````` """mT""“`""""““_"`"`""""`¬¡W
Í*N° Usuários
(clientes)145.192
N°
Médicos
Cooperantes
‹_.1.201
F' 'L' '"'"“'" '"""6"W"'"'""' "iii" _77 _” i m "` -NHospitais
Credenciados
A24
Í N°~CIíniicasmiCiooperantese
Credenciadas
169
Jä ChN° Laboratórios
Cooperantes
e
fCredenciados
Íi ¿ 1, ,______,,Ê_,__:,7__ z _* _ .__zi_____ , ____ ..._zNilšmpresas
Contratantes dos
planos
742
il 1N
1.9.1
O
Departamento
de Gestao de PessoasO
Departamento
de Gestão de Pessoas está subordinado a GerênciaAdministrativa da empresa. Atualmente é
composto
por cinco colaboradores, sendo:0
Um
Supervisordo
Depto. de Gestao de Pessoas0 Três Analistas de Gestão de Pessoas
0
Um
Assistente de Gestão de PessoasAs
principais atividades desenvolvidasno
departamento sao:A
- Elaboraçao da folha de
pagamento
dos funcionários, que envolve controle defreqüência e levantamento dos proventos e descontos mensais de cada colaborador.
- Processos de recrutamento e seleção (que
podem
ser internos e/ou extemos),assim
como
a avaliação periódicado
desempenho
dos colaboradores,- Administração de conflitos interpessoais
(um
fator muito relevante observadodurante o levantamento dos dados).
-
Atendimento
dos funcionários- Treinamento e capacitaçao
2
OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
'
Analisar a Qualidade de
Vida no
Trabalho na percepção dos colaboradores daUnimed
Florianópolis.
1.2.2 Objetivos específicos:
a) Identificar os principais aspectos relativos a Qualidade de
Vida
no
Trabalhona
Unimed
Florianópolis;
b) Verificar o significado da Qualidade de
Vida no
Trabalho para os colaboradoresda
Unimed
Florianópolis;Q
i
c) Analisar o grau de satisfação dos colaboradores da
Unimed
Florianópolisem
relação àQualidade de
Vida no
Trabalho;d) Apresentar o nível de satisfação dos colaboradores
com
relação à Qualidade deVida no
3
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
3.1
Concepções
sobre trabalhoA
concepção de trabalho evoluiucom
a própria história, e oque no
início erauma
questão de sobrevivência, hojepode
ser consideradoum
fator fundamentalna
vidade
todo serhumano
(Burigo, 1997).“Do
latim trípalium,ou
três paus, instrumento para a tortura de escravos” (Burigo,1997, p.53), o trabalho
vem
lentamente perdendo esta conotação permitindo ao trabalhadorvantagens insubstituíveis
como
identidade, status, reconhecimento, satisfação das necessidades e responsabilidade pelo conteúdo de suas atividades edo
usodo
seu tempo,entre outras coisas.
Enquanto
a Antiglidade e a IdadeMédia
percebiamo
trabalhocomo
atividade inferior, destinada a escravos, servos e camponeses, aos quais, por sua vez, encontravam-sepraticamente nulas as possibilidades de mobilidade social, as sociedades capitalistas
modernas
atribuem ao trabalho
uma
dimensão
igualitária e libertadora,na
qual, aomenos
teoricamente,todos os
homens
estariam aptos a vender sua forçaou
capacidade de trabalhono mercado
edesta
forma
ascender socialmente.Burigo (1997) ainda afirma que o trabalho constitui-se
num
forte fator motivacionalsobre
uma
pessoa, na organizaçao etambém
sobre outras esferas da vida. Esta motivaçao étraduzida pelo gosto pelo trabalho que faz e
no
potencialem
transforma-loem
fonte de prazer3.2
Administração de Recursos
Humanos
Segundo Almeida
(1993),um
novo
paradigma está surgindo: o capital deixa de habitara
máquina
para habitar ohomem,
assimcomo
aRevolução
Industrialmigrou
da terra para amáquina.
A
informação,o
conhecimento e a criatividade passaram a constituir-senum
conjunto fundamental de recursos estratégicos.
A
administraçao de recursoshumanos
é oramo
especializado da ciênciada
administração que envolve todas as ações
que
têm
como
objetivo a integraçãodo
trabalhadorno
contexto da organização e oaumento
de sua produtividade.É
a áreaque
trata derecrutamento, seleção, treinamento, manutenção, controle e avaliação de pessoal (Gil, 1994).
Um
dos principais desafios da administração de recursoshumanos
éque
lidacom
recursos vivos,
extremamente
complexos, diversificados e variáveis,que
são as pessoas.Cada
pessoa
tem
suas características individuais de personalidade, aptidões, conhecimentos enecessidades.
Sendo
assim, o grande desafio da administração de recursoshumanos
é abordaras pessoas,
como
sereshumanos,
e não simplesmentecomo
recursos organizacionais.As
pessoas constituem os únicos recursos vivos e inteligentes dentro da organizaçao (Chiavenato,
1989).
3.3
Breve
históricoda
evoluçãoda
administraçãode
recursoshumanos
Os
primeiros estudos acercada
administraçao iniciam-se por volta de 1850com
o
nascimento da Administração Científica através das experiências de Frederick Taylor (1856-
deste
movimento
era proporcionarfundamentação
científica às atividades administrativas,substituindo improvisação e empirismo (Gil, 1994).
Na
década de30
aAbordagem
Humanistica ocorrecom
o aparecimento da Teoria das RelaçõesHumanas.
Com
aabordagem
humanística, a teoria administrativa sofreuma
verdadeira revolução conceitual: a transferência da ênfase antes colocada na tarefa (pela
administração científica) e na estrutura organizacional (pela teoria clássica da administração) para a ênfase nas pessoas
que
trabalhamou
participam nas organizações (Chiavenato, 1997).Passa-se a se preocupar mais
com
ohomem
e seu grupo social.A
administração de recursoshumanos
surgeem
decorrênciado
crescimento dasorganizações e
do
aumento da
complexidade das tarefas de gestão de pessoal.Seu
desenvolvimento confunde-se
com
a própria históriada
administração (Gil, 1994).3.3.1
Breve
histórico da evolução da administração de recursoshumanos
no
BrasilSó
sepode
falarem
administração de recursoshumanos
em
determinado localquando
aí se identifica a existência de
uma
base industrial sólida.Por
isso acompreensão do que pode
ser
chamado
de Administração de RecursosHumanos
nas primeiras décadasdo
séculoXX
deve levar
em
consideração a representatividadedo
proletariado industrial no contextoda
população brasileira.
O
séculoXX
se iniciacom
80%
da população brasileira habitando o campo.Em
1907, os dados registram 149.140 trabalhadoresem
estabelecimentos industriais, dos quais 23.335Esses
números
dão idéiado
fraco poder de pressãodo
proletariado, aindamais
seconsiderarmos o
pequeno
peso das atividadeseconômicas
urbanasnuma
economia
essencialmente agrícola.
Mas
como
demonstração de forçado
movimento
sindical nas três primeiras décadasdo
séculoXX,
eclodirammovimentos
grevistas.Em
1917 ocorreu a mais importante greve de toda a históriado
movimento
operário brasileiro, serviu para alertar os patrões e poderespúblicos para a urgência da aplicação de
medidas
adequadas para proteçãodo
trabalhador.Uma
legislação trabalhista,no
entanto, só viria a se concretizarna
década de trinta.O
governo Getúlio
Vargas
promoveu
amplas intervenções nas questões trabalhistas, criandoo
Ministério
do
Trabalho, Industria eComércio
para tratar dos problemas e oDepartamento
Nacional
do
Trabalho, parapromover
medidas de previdência social e melhora nas condiçõesde trabalho.
Em
1943 surgiu a Consolidação das Leisdo
Trabalho, que criou a carteiraprofissional, regulamentou a
jomada
de trabalho, definiu o direito de férias remuneradas, etc.Para atender as crescentes exigências trabalhistas, as empresas tiveram
que
seorganizar e passaram a incluir
em
sua estruturauma
a seção de pessoal. Para dirigi-la, surgeo
chefe de pessoal, contratado para cuidar das rotinas trabalhistas, das obrigações, dos direitos edeveres dos trabalhadores e, sobretudo da parte disciplinar (Aquino, 1979, p. 65).
Nesta época, a administração de pessoal
não
se preocupavacom
aspectos deintegração, produtividade e
bem
estar da mão-de-obra, sua natureza era legal, disciplinadora,punitiva e paternalista. (Aquino, 1979, p. 65).
Mais
tarde,com
o impulso industrial eo
crescimento das empresas surgiram novasoportunidades de emprego, elevou-se o nível de qualificaçao e conseqüentemente de
De
1968 a 1973 o país passou porum
notável surto de crescimento econômico. Foi o períododo
milagre brasileiro,que
resultou na constituição de grandes empresas ena
valorização da tecnologia e de profissionais especializados.
Mas
o milagreeconômico
não durou muito, exigindo das empresas açõesmais
concretas
em
relação à administração de seus recursos, tanto materiais, financeiros quantohumanos.
Como
conseqüência, muitas empresas passaram a conferir mais maior atenção a certasáreas de recursos
humanos
pouco
consideradas até então, taiscomo
treinamento,desenvolvimento de pessoal, cargos, salários e beneficios.
A
partir de 1978, as relações de trabalhono
Brasiltomaram-se
bem
mais tensas.O
processo de abeitura
econômica
estimulou os trabalhadores a reinvidicar maiores salários emelhores condições de trabalho.
As
greves tornaram-sebem
mais freqüentes.Na
década de80
surgiu a Central
Única
dos Trabalhadores(CUT)
e a Confederação Geral dos Trabalhadores(CGT), que
conseguiram fazer-se ouvir pelogovemo
e pelos empresários._
As
mudanças no
campo
político e os avanços da informática contribuíram decisivamente para alterações na formado
gerenciamento de pessoal.O
profissionalde
recursos
humanos
passou a ser mais desafiado, requerendo dele novas habilidades,como
a denegociador,
bem como
maiores conhecimentos referente a teorias e técnicas gerenciais.Com
a recessão dos anos 80, muitas empresaschegaram
a desativar os setores derecursos
humanos,
sobretudo o de treinamento e desenvolvimento.O
início da década de90
trouxe otimismo, sobretudoem
função das eleições diretaspara presidente,
mas
as medidas econômicas que se seguiram não se mostraram eficazes.E
para sobreviver à crise, as empresas tiveram que se adaptar, muitas fezes atravésda
dispensaSob
um
enfoque otimista, pode-se dizerque
a criseeconômica
apresenta aspectospositivos, pois leva os empresários a refiexão acerca de seu papel
no
momento
em
que
oestado não está mais
em
condições de socorrê-los,como
foino
passado.3.4 Histórico
do
conceitode
Qualidade
Parece simples e óbvia a definição de qualidade, porém, se corretamente definida,
podemos
percebê-lacomo
uma
questão bastanteampla
e que envolveuma
sériede
elementospara
que
sua prática seja viável. Entre estes elementos está o fatorhumano,
que se constituinum
diferenciadorno
processo histórico da qualidade.As
necessidadeshumanas
pela qualidade existem desde o princípio da história.Também
é bastante antigo o conceito de qualidade,mas
apenas recentemente ela surgecomo
uma
função gerencial formal.De
acordocom
VIEIRA
(1996) eBÚRIGO
(1997), a evoluçãohistórica deste concito
pode
ser analisadaem
função de quatro épocas básicas: a inspeção, ocontrole estatístico de qualidade, a garantia da qualidade, finalmente, a gestão estratégica
da
qualidade.
No
periodo da manufatura,quando
tudo era produzido pelos artesões, a inspeção foi o primeiro passo para regular a qualidade dentro da organização.Sob
a influência de Taylor eFayol, a partir
do
séculoXX,
a inspeção configurou-seem
classificar e separar osbons
produtos dos maus,
com
o auxílio deum
sistema racional de medidas. Logo, a qualidadepassou a ser definida
como
a igualdadeou
uniformidade, que atendesse às especificações dosprodutos, estabelecidas pelo fabricante.
De
acordocom
IURAN
(1995), o maior beneficio desta atividade foi reduzir os riscos de que produtos defeituososchegassem
aos clientes.Por
outro lado, a inspeção criou a crença de que a obtenção da qualidade era responsabilidade
apenas
do
setor de qualidade e de maisnenhum
outro.i
A
partir de 1931,com
o objetivo de atender as necessidades dos clientes, a qualidade passa a ser controlada por técnicas estatísticas.Nesta
fasedo
controle estatísticode
qualidade,em
vez da simples verificaçãodo
produto finalcom
o padrão determinado pela produção, foiinstituído
que
a correção deveria ser realizada durante todo o processo de fabricação.O
principal
marco
foi a obra deSHEWART
(apud
VIEIRA,
1996
eBURIGO,
1997)que
trouxeuma
deñnição precisado
controle de fabricação, e criou poderosas técnicas deacompanhamento
e avaliação da produção diária,propondo
diversas maneiras de melhorar aqualidade,
onde
a ação corretiva passa a sertomada
durante todo o processo de fabricação.Mas
apesar damudança,
o controle da qualidade continuou restrito a fábrica.Só
no
início da década de 60, a qualidade extrapola os limites da qualidadedo
produto.
A
qualidade passa a ser definida sob a ótica das expectativas dos clientes. Surge o Controle Totalda
Qualidade, deArmand
FEINGENBAUM,
segundo o qual o controleda
qualidade deveria iniciar
com
o projetodo
produto e terminarcom
a satisfação'do
cliente.Assim,
tomou-se
indispensável ocomprometimento
de todos osmembros
da
organizaçãono
controle da qualidade.
Com
a gestão estratégica da qualidade, nos anos70
e 80, a qualidade deixa de terum
caráter preventivo de defeitos para se voltar à ótica
do
cliente.Em
1987 surge aISSO
9000,queuniformiza
os requisitos a serem adotadosem
contratos de
fomecimento
de materiaisou
serviços que traduzem e representem oconsumo
mundial.Nos
anos 90, a qualidade é necessária a qualquerempresa
que deseja obter sucesso,tendo
como
foco atender as necessidades dos clientes e,como
função direta, o processo dePara
VIEIRA
(1996), existem três tipos de abordagens de qualidadeno mundo:
a Européia, a americana e a japonesa (que derivou a americana).A
européia se caracterizou poruma
abordagem
mais defensiva, preocupadaem
definir critérios para a certificação dosprodutos.
A
americana está muito voltada ao controle estatísticodo
processo, exercido pelosfuncionários.
E
a japonesa, voltada ao gerenciamento da qualidade, envolve todos os~ ~
membros
da organizaçao.3.5 Histórico
da
preocupação
com
o trabalhadorFoi após a
Revolução
industrial que se passou a estudar de maneira científica ascondições de trabalho.
No
início o foco estavana
racionalização da produção fiente aocomportamento do
trabalhador diante de sua tarefa de aumentar a produtividade e os ganhos da empresa.
Nesta época, o
mercado
incentivava a produçãoem
escala e, devido ao crescimentopopulacional mundial e ao
êxodo
mral, a mão-de-obra era" abundante.A
Revolução
Industrialsepara o capital dos meios de produção e os operários
passam
a ser assalariados e capitalistas.A
mecanização da produção desqualifica o trabalho, o que resultavaem
baixos salários e longas jornadas.Além
da industrialização, a Organização Científicado
Trabalho(OCT)
fragmenta asdiversas fases
do
trabalho artesanal, entregando a cada trabalhadoruma
parcela diminutado
produto final,
sem
participardo
planejamento esem
possuiruma
visãodo
conjunto e dosUma
das premissas básicasda
Administração Científica de Taylor era deque
ohomem
move-se puramente
por razões de natureza econômica, por isso deveria sero
principal fatoraser administrado nas relações entre a empresa e o trabalhador.
Preocupados
com
a alienaçãodo
trabalhador e desinteresse da classe trabalhadora,surgem
nos anos20
as primeiras preocupações científicascom
as condições fisicasdo
localde trabalho e a satisfação
do
trabalhador associada à produção industrial.3.6
Os
primeiros estudosda
satisfaçãodo
indivíduono
trabalhoNeste item, as pesquisas e teorias iniciais sobre o estudo
do comportamento do
homem,
servirãocomo
suporte teórico para as novas teoriasdo comportamento do
indivíduono desempenho
de suas tarefas e de sua qualidade de vidano
trabalho.A
idéia deque empregados
são pessoascom
necessidadescomplexas
que precisam sersatisfeitas para
que
seu trabalho sejadesempenhado
de maneira adequada, não era evidenteno
início deste século.
(Wood
Jr., 1992).Elton
Mayo
através de diversas experiênciascom
grupos deuma
fábrica descobriuque
a atenção especial leva as pessoas a se esforçarem mais, influenciando na produtividade. Para
encontrar o motivo destas reações provocadas pela atenção especial e dos vínculos grupais,
Mayo
realizou várias entrevistas e concluiuque
o ambiente social dosempregados
tem
influência
no
seudesempenho
e conseqüentemente na produtividade.Segundo
este estudioso o conceito“homem
social”, motivado por necessidades sociais, que buscano
seu trabalho relações mais gratificantes e que é mais sensível àsconceito de
“homem
racional”,motivado
por necessidadeseconômicas
pessoais (Stonerapud
Ávila, 1996).
ABRAHAM
MASLOW
(apudRODRIGUES,
1994) formulou a teoria da satisfação apartir das necessidades, considerando que o
comportamento
humano
é influenciado poruma
hierarquia de necessidades.
Segundo
o autor, o serhumano
expande suas necessidadesdurante sua vida, e á
medida
que satisfaz as necessidades básicas,surgem
outras necessidades.Desta forma, os indivíduos normais se encontram parcialmente satisfeitos e insatisfeitos.
A
“hierarquia das necessidades” deMASLOW
écomposta
por cinco necessidadesfundamentais:
0
As
necessidades fisiológicas são asque dizem
respeito à alimentação, repouso, sono,abrigo, desejo sexual.
São
necessidadesque
jánascem
com
o indivíduo e estãorelacionadas a sua sobrevivência.
Se
transportadas para aempresa
podem
ser definidascomo
necessidades de salarios compatíveis,que
satisfaçam as necessidades fisiológicas,ambiente de trabalho adequado, limpo e arejado, carga horária suportável, entre outros. 0
As
necessidades de segurança referem-se às necessidades de se defenderdo
perigo,mantendo
obem
estar.Na
empresa diz respeito àmanutenção
de emprego, recebimento desalario
em
dia,amparo
através de assistência médica.0
As
necessidades sociaiscorrespondem
às amizades, participação e aceitação da sociedade.Na
empresa
tem
omesmo
significado,mas
ao invés de ser aceito pela sociedade é aceitopelo seu grupo de trabalho.
0
As
necessidades de estima estão relacionadascom
a maneira se avalia e se vê, envolvendoa necessidade de ser respeitado,
amado,
reconhecidono
seu ambiente organizacional. 0As
necessidades de auto-realizaçãodizem
respeito à buscado
autodesenvolvimento, de3.7
Qualidade de
Vida
no
Trabalho:desenvolvimento
e perspectivasMesmo
recebendo diferentes títulosou
conotações, a qualidade de vidano
trabalho épreocupação do
homem
desde o início da sua existência, objetivando facilitarou
satisfazer as necessidadesdo
trabalhadorno
desempenho de
suas atividades na organização(RODRIGUES,
1994).É
no
trabalho que ohomem
passa a maior parte de suas horas úteisdo
dia e, a partirdaí, cria laços de
amizade
e expectativas deuma
vida melhor.Por
isso, a insatisfaçãocom
otrabalho influencia a alienação e insatisfação
com
outros domínios da vida.A
qualidade de vidano
trabalho busca humanizar as relações de trabalhocomo
alternativa para rever os efeitos negativos
do
Taylorismo,como
a sistematização das tarefasquanto ao trabalhador e ao ambiente de trabalho.
Porém
apenas na década de60
as preocupaçõescom
aQVT
tomaram
impulso, tendocomo
base à saúde, a segurança e a satisfação dos trabalhadores (Burigo, 1997).
A
década de70
foimarcada
pela estagnaçãodo
desenvolvimento daQVT,
mas
já adécada de 80 foi
marcada
pela idéia de aumentar a participação dos trabalhadores nas decisoes organizacionais.Por
fim, nos anos 90, programas queestudam
a saúde na organizaçao transformaram aQVT
em
foco principal das organizações, resgatando valores ambientais e humanísticos3.8
Tentando
conceituar aQualidade de
Vida
no Trabalho
A
qualidade de vidano
trabalhotem
um
conceito amplo,que
inclui fatores pessoaisque são entendidos
como
necessidades, expectativas, crenças e valoresdo
trabalhador, efatores situacionais
como
tecnologia, sistema de recompensa, ambiente de trabalho e estadogeral da
economia
(BURIGO,
1997).GUEST
é mais específico e conceituaQVT
como “um
processo pelo qualuma
organização tenta revelar0
potencial criativo de seu pessoal, envolvendo=os,e_m decisõesque
afetam suas vidas
no
trabalho.Uma
característicamarcante
no
processo éque
seusinteresses
não
são simplesmente extrinsecos,focando melhora
da
produtividade e eficiênciaem
si, elestambém
são intrínsecosno que
diz respeitoao que o
trabalhador vêcomo
finsde
auto-realização e auto engrandecimento ”. `
Destaca-se ainda a definição de
BERGERON
(apud
FERNANDES,
1996),que
lembra muitoGUEST,
seguindo a qualQVT
consiste na aplicação concreta deuma
filosofiahumanista pela introdução de
métodos
participativos, visando modificarum
ou
vários aspectosdo
ambiente de trabalho, a fim de criaruma
nova
situação mais favorável àsatisfação dos
empregados
e á produtividade da empresa.Deve-se colocar que os estudos e as pesquisas realizadas por
FERNANDES
(1996) ao'longo dos últimos anos levaram
em
tentativa de «conceituarQVT
como
“a
gestãodinâmica
econtingencial de fatores fisicos, tecnológicos e sócio-psicológicos
que
afetama
cultura erenovam o
clima organizacional, refletindo-seno
bem
estardo
trabalhador ena
3.9
Modelos
de
Qualidade de
Vida
no
Trabalho
Diversos autores engajaram-se
na
tentativa de elaborarum
modelo que
servissede
base para pesquisas sobre Qualidade de
Vida no
Trabalho.Os
principais autores terão suas propostas explicitadas a seguir.3.9.1 Westtley
Willian Westley (1979) avalia a qualidade de vida nas organizações através de quatro indicadores fundamentais: indicador econômico,
A
político, psicológico e sociológico
(RODRIGUES,
1995,FERNANDES,
1996).O
indicadoreconômico pode
ser representado pela eqüidade salarial e eqüidadeno
tratamento recebido.
O
indicador político corresponde ao conceito de segurançano
emprego, ao direito detrabalhar e não ser dispensado de forma discriminatória.
O
indicador psicológico é representado pelo conceito de auto-realização e, porfim,
oindicador sociológico
pode
ser representado pelos conceitos de participação ativaem
decisões relacionadas diretamentecom
o processo de trabalho,com
as formas que as tarefas saoexecutadas e
com
divisão de responsabilidades dentro das equipes. -Indicadores de Qualidade de
Vida no
Trabalho segundoWESTLEY
(1979) adaptado porRUSHEL
(1993)zIndicadores
Econômicos
local de trabalho carga horária ambiente externo Indicadores Políticos segurança
no emprego
atuação sindical retroinformação liberdade de expressão valorizaçãodo
cargorelacionamento
com
achefia
Indicadores Psicológicos realização potencial nível de desafio desenvolvimento pessoal desenvolvimento profissional criatividade auto-avaliação variedade de tarefa
Indicadores Sociológicos
-
participaçao nas decisoes-
autonomia-
relacionamento interpessoal-
grau de responsabilidade-
valor pessoalSegundo
RODRIGUES
(1995), “os problemas políticos trariamcomo
conseqüência a insegurança; o econômico, a injustiça;o
psicológico, a alienação e o sociológico, aanomia”
ecomo
maneira de minimizar,ou
até 'solucionar estes problemas,WESTLEY
sugere o enriquecimentodo
trabalho tanto a nivel individualcomo
na reestruturaçãodo
grupo.3.9.2
Wether
e DavisWETHER
eDAVIS
(1983) estruturaramum
modelo no
qual definem os elementosorganizacionais, ambientais e comportamentais
como
aspectos influenciadoresdo
projeto decargos
com
relação aQVT
(FERNANDES,
1996). Estes autoresvêem
o projeto de cargosem
três níveis:
o
organizacional, o ambiental e o comportamental.Fatores Ambientais
-
sociais~
tecnológicos-
culturaisFatores Organizacionais
-
propósito-
objetivos-
organização-
departamentos-
cargos FatoresComportamentais
-
necessidades de recursoshumanos
-
motivação-
satisfaçãoEspecialmente
no
nível organizacional, aabordagem
é feita considerando a eficiênciaalcançada através da racionalização da produção, principalmente
com
a especialização das tarefas.No
nivel ambiental a habilidade e a disponibilidade de empregados,bem como
suas expectativas sociais, são os dois pontos básicos considerados.Enfim,
em
nívelcomportamental é a parte mais sensível para o êxito
num
cargo, pois se refere às necessidadeshumanas
e aocomportamento
individualno
ambiente de trabalho(RODRIGUES,
1995;FERNANDES,
1996).3 .9.“3 Nadler e
Lawler
NADLER
eLAWLER
(1983)definem
QVT
através das atividades representativas dosesforços realizados para alcançá-las. Tais atividades representativas
podem
ser assimA)
Participação nas decisõesB)
Reestruturaçãodo
trabalho atravésdo
enriquecimentodo
cargo e dos grupos detrabalho
autônomo
C)
Inovaçãono
sistema de recompensasD)
Melhora do
ambiente de trabalho (horas trabalhadas, ambiente fisico, etc.)Ainda
segundo estes autores, existem três necessidades quedevem
ser satisfeitas paraque
um
programa
deQVT
sejabem
sucedido, são elas:- o desenvolvimento do projeto
em
diferentes níveis, mas, aomesmo
tempo,coerente ao contexto que sera aplicado;
-
promover mudanças
nos sistemas de gerenciamento e disposiçõesorganizacionais;
-
mudança
no comportamento
das gerências superiores.Em
resumo, para o sucesso daQVT
é necessário ocomprometimento
da alta gerênciacom
o processo, para que este possa ser disseminado por toda a organizaçaocomo
um
fatorpositivo, que
promove
odesempenho
organizacional(RODRIGUES,
1995).3.9.4
Hackman
eOldham
Hackman
eOldman,
citados por Rodrigues (2000, p. 119), consideramque
apositividade pessoal e o resultado
do
trabalho (alta motivação interna, alta satisfaçãono
trabalho, alta qualidade
no desempenho
e baixo absenteísmo e rotatividade) são obtidosquando
os três estados psicológicos (Significação Percebida, Responsabilidade Percebida eapresentam resultado positivo. Estes estados são criados por cinco dimensões básicas
do
trabalho: Variedade de habilidade, Identidade Tarefa, Significação Tarefa,
Autonomia
eFeedback.
3.9.5 Siqueira e Colleta
O
resultado deum
estudo sobre os fatores detenninantes de Qualidade deVida no
Trabalho, feito por Siqueira e Colleta, citados por Vieira (1996, p. 40) identificou as seguintes
categorias:
1) Política de
Recursos
Humanos:
política de cargos e salários, treinamento,educação, beneficios, estabilidade,
cumprimento
de regras e legislação trabalhista; 2)T
rabalho: ambiente seguro e saudável, ausência de cobranças rígidas,oportunidade de participação nas decisões, informações suficientes e
equipamentos
adequados, tarefas enriquecidas e trabalhos
em
grupo, delimitaçãodo
espaço detrabalho de
forma
a permitir a viabilidade de outros níveis de vidado
empregado,horário
fixo
de 8 horas, amizade entre colegas, contatosdiretoscom
o patrão,tratamento
adequado
por parte dos clientes da organizaçao;3) Interações Pessoais: colegas
-
amizade, cooperação, confiança; echefia -
abertaao diálogo, participativa, conhecimento técnico, compreensiva, autoridade,
confiança;
4) Indivíduo: assiduidade, baixa rotatividade, satisfação
com
o que faz, responsabilidade, iniciativa, confiançaem
simesmo,
separação entre problemaspessoais e profissionais, residir
em
local de fácil acesso;5)