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Avifauna da Fazenda da Serra, São Francisco Xavier, SP.

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Academic year: 2021

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Avifauna da Fazenda da Serra, São Francisco Xavier, SP.

Associação para Conservação das Aves do Brasil –SAVE Brasil Execução: Julio César da Costa – Costa e Faria Consultoria Agroambiental

Proprietário: Antonio Carlos Braga

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1. APRESENTAÇÃO

As aves formam um grupo bastante diversificado, totalizando 1.901 espécies no Brasil (CBRO, 2014) e 793 no estado de São Paulo (Silveira e Uezu, 2011). A Mata Atlântica brasileira abriga 688 espécies de aves, 200 das quais endêmicas ao bioma (Goerck, 1997), sendo o segundo bioma mais rico em espécies de aves no Brasil, depois da Amazônia (Marini e Garcia, 2005).

A Serra da Mantiqueira é uma cadeia de montanhas no sentido nordeste-sudoeste, que acompanha a divisa entre os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, paralela ao vale do rio Paraíba do Sul. É uma das regiões mais altas do Brasil, com picos atingindo 2.500m de altitude. A região da Serra da Mantiqueira é reconhecida por ser uma importante área de diferenciação de aves no sudeste do Brasil e duas Áreas Importantes para Conservação de Aves (IBA do Inglês Important Bird Areas) são definidas para essa região: SP/MG01 Serra da Mantiqueira e SP/MG02 São Francisco Xavier/Monte Verde (Bencke et al. 2006).

A Fazenda da Serra está localizada no distrito de São Francisco Xavier, município de São José dos Campos, SP. A região faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) de São Francisco Xavier, criada pela Lei Estadual 11.262 de 08 de novembro de 2002 e regulamentada pela Resolução SMA 64/08, com área de 11.559 ha. Esta APA integra o Mosaico de Unidades de Conservação da Mantiqueira, formado por Unidades de Conservação dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, num território de aproximadamente 700.000 hectares.

Predomina na região a Floresta Ombrófila Densa, sendo que na porção norte do município de São José dos Campos, onde se encontra a fazenda, cerca de 60% do território é composto por florestas naturais. A Fazenda da Serra possui 112 ha, dos quais 76,7 ha são compostos por vegetação nativa (Manara e Simi, 2015).

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2. MÉTODOS DE AMOSTRAGEM

A identificação das espécies de aves foi realizada com auxílio de binóculos Nikon (8x40), gravador digital modelo Edirol R-09HR acoplado a um microfone direcional Yoga® EM-9600. Assim, quando necessário, foi realizada a técnica de play-back, a qual consiste em gravar a vocalização de uma ave e reproduzi-la em seguida, através de um mini-amplificador (modelo RadioShack).

Durante a amostragem, foram anotadas todas as espécies observadas ou ouvidas, juntamente com os ambientes onde ocorreram. Para estimar os parâmetros ecológicos das comunidades, foram realizados censos quantitativos, através do método de listas de Mackinnon (Poulsen et al., 1997).

O método controla o tamanho das amostras, permitindo comparações mais confiáveis entre diferentes locais ou de um mesmo local em diferentes épocas (Ribon, 2010), uma vez que a unidade amostral é o número de listas e não as horas ou os dias amostrados. Assim, ao contrário de buscas aleatórias onde a curva acumulativa é feita em horas ou dias, nas listas de Mackinnon a curva é construída a partir das listas de 10 espécies, ou seja, quanto maior o número de listas maior será a unidade amostral, independente do tempo de amostragem (Ribon, 2010).

Embora Mackinnon tenha proposto listas de 20 espécies (Mackinnon, 1991), Herzogh et al. (2002) propõem que sejam feitas listas de 10 espécies, o que aumenta o número de unidades amostrais para uma mesma área. Não obstante, fazendo-se listas de 10 espécies diminui o risco de uma mesma espécie ser marcada mais de uma vez em uma mesma lista (Ribon, 2010).

Esse método consiste na elaboração de listas de 10 espécies diferentes de aves registradas, de modo que não contenha espécies iguais na mesma lista e tomando-se o cuidado de não incluir indivíduos já contados em listas anteriores; ou seja, cada lista só pode conter espécies diferentes entre si e indivíduos que ainda não foram contados. Nota-se que, independentemente de quantos indivíduos de cada espécie se veja ou se ouça, somente a informação sobre a presença ou ausência da espécie em cada lista é que será usada nas análises seguintes (Ribon, 2010).

Após o preenchimento das 10 espécies na primeira lista inicia-se uma nova lista com mais 10 espécies e, assim, sucessivamente. Assume-se que quanto mais comum for uma espécie, mais vezes ela será ouvida ou visualizada e estará presente em um maior número de listas (Ribon, 2010). A vantagem dessa metodologia é que pode ser realizada ao longo de todo o dia, além de oferecer parâmetros quantitativos sobre a

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comunidade de aves, visto que suas amostras são as dezenas de listas obtidas ao longo do estudo.

A amostragem na Fazenda da Serra foi realizada no período de 08 a 12 de setembro de 2015, período do ano adequado para a realização de levantamentos de aves, já que a maior parte das espécies inicia a atividade reprodutiva no início da primavera, o que favorece a detecção dos indivíduos pelo observador. Embora tenha havia muita chuva durante o trabalho de campo, foram realizadas 22 horas de observação, com a realização de 30 listas de Mackinnon.

2.1 Análise dos dados

Foi calculado o Índice de Frequência nas Listas (IFL) para cada espécie, obtido pela divisão do número de listas em que a espécie ocorreu pelo total de listas produzidas. Todas as espécies registradas foram classificadas quanto a alguns parâmetros amplamente utilizados em análises de comunidades de aves: sensibilidade a distúrbios no habitat (Stotz et al. 1996); dependência a habitat florestal (adaptado de Pacheco e Bauer 2000); endemismo (Bencke et al., 2006; Silva e Bates, 2002) e dieta (Sick, 1997 e observações pessoais). A classificação de sensibilidade proposta por Stotz et al. (1996) considera três classes de sensibilidade: baixa, média e alta. Espécies classificadas como de baixa sensibilidade são pouco afetadas por alterações ambientais e são comuns em ambientes antropizados; espécies de média sensibilidade apresentam alguma restrição a ambientes muito alterados, enquanto que espécies altamente sensíveis são aquelas extremamente exigentes quanto à qualidade e integridade do ambiente. A classificação de dependência a habitats florestais é uma adaptação do trabalho de Pacheco e Bauer (2000) e classifica as espécies de acordo com as seguintes categorias: independentes, semi-dependentes e dependentes de habitat florestal. Na primeira categoria estão as espécies campestres, na segunda as espécies que ocupam desde bordas de floresta até áreas abertas com árvores esparsas, e na terceira categoria estão as espécies estritamente florestais. A classificação de endemismo considera as espécies que são exclusivas de cada bioma brasileiro e a dieta expressa o tipo de alimentação preferencial de cada espécie. Por fim, foram verificadas as listas oficiais de fauna ameaçada de extinção com o objetivo de verificar a ocorrência das espécies de aves sob algum risco de ameaça nas áreas estudadas, de acordo com as seguintes referências: Portaria MMA no 444

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de 17 de dezembro de 2014 (MMA, 2014); lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção (IUCN, 2014) e o Decreto Estadual 60.133/2014 (SÃO PAULO, 2014).

3. RESULTADOS

3.1 Composição da comunidade

Com esforço amostral de 22 horas de trabalho de campo foram registradas 133 espécies de aves pela Fazenda da Serra (Tabela 1). Três espécies são ameaçadas de extinção de acordo com o Decreto Estadual 60.133/2014: o urubu-rei Sarcoramphus papa, o araçari-banana Pteroglossus bailloni e o pavó Pyroderus scutatus. De acordo com a mesma lista outras duas espécies encontram-se na categoria “NT”, ou seja, quase ameaçada de extinção, são elas o uru Odontophorus capueira e a graúna Gnorimopsar chopi. Já segundo a lista internacional da IUCN cinco espécies figuram como quase ameaçadas de extinção: o barbudo-rajado Malacoptila striata, o araçari-banana P. bailloni, o pica-pau-dourado Piculus aurulentus, o limpa-folha-miúdo Anabacerthia amaurotis e o grimpeiro Leptasthenura setaria. Nenhuma das espécies registradas é ameaçada em nível nacional segundo a lista do Ministério do Meio Ambiente.

As três espécies ameaçadas de extinção no estado de São Paulo (urubu-rei, araçari-banana e pavó) foram registradas apenas uma vez (um contato), porém, algumas das espécies quase ameaçadas de extinção, como o uru, a graúna, o limpa-folha-miúdo e o grimpeiro, foram registros diversas vezes, todos os dias de permanência na fazenda. Contatos com o grimpeiro foram comuns nas áreas próximas à sede, devido a grande quantidade de pinheiros-do-paraná Araucaria angustifolia.

Quanto aos endemismos, destacam-se as espécies restritas ao bioma Mata Atlântica, que somam 35% da comunidade amostrada. Apenas uma espécie é considerada endêmica ao bioma Cerrado, a gralha-do-campo Cyanocorax cristatellus, a qual vem ampliando sua distribuição e hoje ocorre em praticamente todo o estado de São Paulo, mesmo em paisagens florestais, sendo considerada possivelmente como uma espécie invasora.

Os dois parâmetros ecológicos avaliados (Figura 1) mostram o padrão típico de uma comunidade de aves de paisagens florestadas em bom estado de conservação. A grande maioria das espécies (62%) é dependente de florestas, ao passo que apenas 18% é campestre. Por outro lado, embora a proporção de espécies altamente

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sensíveis (10%) esteja abaixo das outras duas classes, ainda sim podemos considerar um resultado importante, visto que em localidades mais antropizadas tal proporção sempre tende a ser menor.

Figura 1: Parâmetros ecológicos da comunidade de aves registrada na Fazenda da Serra: dependência a habitats florestais, segundo uma adaptação ao trabalho de Pacheco e Bauer (2000) e sensibilidade a distúrbios no habitat, de acordo com Stotz et al. (1996).

A composição da comunidade de aves registrada na Fazenda da Serra, embora ainda incompleta, devido ao baixo esforço amostral, apresenta um padrão tipicamente florestal e com a presença de espécies indicadoras da qualidade do habitat. Frugívoros de grande porte foram registrados, como o jacuaçu Penelope obscura, o tucano-de-bico-verde Ramphastos dicolorus, o araçari-banana P. bailloni e o pavó P. scutatus. Tais espécies apresentam importante papel de dispersão de frutos pela floresta, especialmente os de tamanho grande, o que coloca tais espécies de aves como agentes na dinâmica das florestas tropicais. Além dos frugívoros típicos, outras espécies onívoras foram registradas, mas com grande potencial na dispersão de sementes, como o caso da araponga-do-horto Oxyruncus cristatus (Figura 2) e os sabiás Turdus flavipes, T. leucomelas, T. amaurochalinus, T. rufiventris e T. albicollis. Algumas espécies frugívoras (ou onívoras, mas com grande quantidade de frutos na dieta) esperadas para a localidade não foram registradas, como o caso dos surucuás Trogon spp. e da araponga Procnias albicollis. A realização de novas campanhas de campo possivelmente irá culminar com o registro de tais espécies.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Alta Baixa Média Independente Semidependente Dependente S e n si b il id a d e D e p e n d ê n ci a Número de espécies

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A composição dos insetívoros especializados também foi marcante, como os representantes da família Dendrocolaptidade, com cinco espécies: o arapaçu-verde Sittasomus griseicapillus, o rajado Xiphorhynchus fuscus, o arapaçu-escamado-do-sul Lepidocolaptes falcinellus, o arapaçu-grande Dendrocolaptes platyrostris e o arapaçu-de-garganta-branca Xiphocolaptes albicollis. A família Furnariidae também apresentou boa riqueza, com 10 espécies registradas. Os trepadores como Anabazenops fuscus e Syndactyla rufosuperciliata, e os limpa-folhas como Anabacerthia amaurotis e Philydor rufum são exemplos de espécies que ocorrem em matas de boa qualidade. Espera-se também que um maior esforço de amostragem vá aumentar a listagem de espécies desta família, com novos representantes do gênero Philydor, e espécies tais como Cichlocolaptes leucophrus, Heliobletus contaminatus, entre outros.

Figura 2: Araponga-do-horto Oxyruncus cristatus, espécie dispersora de frutos de grande tamanho, registrada na Fazenda da Serra.

O grimpeiro Leptasthenura setaria (Figura 3), típica de regiões com a presença do pinheiro-do-paraná Araucaria angustifolia, foi uma das espécies mais comuns na Fazenda da Serra, tanto nas áreas próximas às residências, como nos locais com araucária no meio da floresta.

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Figura 3: Grimpeiro Leptasthenura setaria, espécie comum na Fazenda da Serra, além de considerada quase ameaçada de extinção pela lista internacional da IUCN

As espécies com maior frequência nas listas (IFL) são todas florestais, com destaque para o pula-pula Basileuterus culicivorus, presente em 32,5% das listas. A sequencia em ordem decrescente das espécies com base no IFL são: arapaçu-verde S. griseicapillus, arapaçu-rajado X. fuscus, verdinho-coroado Hylophilus poicilotis, pula-pula-assobiador Myiothlypis leucoblephara, tangará Chiroxiphia caudata, choquinha-lisa Dysithamnus mentalis, enferrujado Lathrotriccus euleri, piolhinho Phyllomyias fasciatus, trepador-quieta Syndactyla rufosuperciliata, choca-da-mata Thamnophilus caerulescens e o tico-tico Zonotrichia capensis, única espécie campestre desta lista. As demais espécies aparecem em menos de 20% das listas.

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Tabela 1: Lista das aves registradas na Fazenda da Serra, durante levantamento realizado em setembro de 2015. Espécies endêmicas aos biomas Mata Atlântica e Cerrado estão assinaladas como End. MA e End. Ce, respectivamente, na frente das espécies. * IFL: Índice de Frequência nas Listas de Mackinnon. Sensibilidade: A – alta, M – média, B – baixa; Dependência: D – dependente, S – semidependente, I – independente. Grau de ameaça de extinção: NT – quase ameaçada, Am – ameaçada. O arranjo taxonômico segue a proposta do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2014).

TÁXON NOME POPULAR IFL* (%) AMEAÇA SENS. DEP.

TINAMIFORMES Tinamidae

Crypturellus obsoletus inhambuguaçu 7.5 B D

GALLIFORMES Cracidae

Penelope obscura jacuaçu 10 M D

Odontophoridae

Odontophorus capueira, End. MA uru 2.5 NT (SP) A D PELECANIFORMES

Ardeidae

Syrigma sibilatrix maria-faceira 5 B I

CATHARTIFORMES Cathartidae

Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha B I

Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta B I

Sarcoramphus papa urubu-rei Am (SP) M S

ACCIPITRIFORMES Accipitridae

Geranospiza caerulescens gavião-pernilongo 2.5 M S

Rupornis magnirostris gavião-carijó 2.5 B I

Parabuteo leucorrhous gavião-de-sobre-branco M D

GRUIFORMES Rallidae

Aramides saracura, End. MA saracura-do-mato 5 M S CHARADRIIFORMES

Charadriidae

Vanellus chilensis quero-quero 2.5 B I

COLUMBIFORMES Columbidae

Patagioenas picazuro pombão 12.5 B S

Leptotila verreauxi juriti-pupu 2.5 B S

Leptotila rufaxilla juriti-gemedeira 7.5 M D

Geotrygon montana pariri 5 M D

CUCULIFORMES Cuculidae

Piaya cayana alma-de-gato 2.5 B S

Guira guira anu-branco B I

APODIFORMES Apodidae

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TÁXON NOME POPULAR IFL* (%) AMEAÇA SENS. DEP.

Streptoprocne zonaris taperuçu-de-coleira-branca 2.5 B I Chaetura meridionalis andorinhão-do-temporal B S

Trochilidae

Phaethornis eurynome, End. MA rabo-branco-de-garganta-rajada 5 M D Florisuga fusca, End. MA beija-flor-preto M D Stephanoxis lalandi, End. MA beija-flor-de-topete 2.5 M D Thalurania glaucopis, End. MA beija-flor-de-fronte-violeta 7.5 M D Leucochloris albicollis, End. MA beija-flor-de-papo-branco 2.5 B D

CORACIIFORMES Momotidae

Baryphthengus ruficapillus, End. MA juruva-verde 12.5 M D

GALBULIFORMES Bucconidae

Malacoptila striata, End. MA barbudo-rajado NT (IUCN) M D

PICIFORMES Ramphastidae

Ramphastos toco tucanuçu M S

Ramphastos dicolorus, End. MA tucano-de-bico-verde 7.5 M D Pteroglossus bailloni, End. MA araçari-banana 2.5 Am (SP), NT (IUCN) A D Picidae

Veniliornis spilogaster, End. MA picapauzinho-verde-carijó 10 M D Piculus aurulentus, End. MA pica-pau-dourado 5 NT (IUCN) M D Colaptes campestris pica-pau-do-campo 2.5 B I Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela 2.5 M D Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca 5 B S

CARIAMIFORMES Cariamidae

Cariama cristata seriema 2.5 M I

FALCONIFORMES Falconidae

Caracara plancus caracará B I

Milvago chimachima carrapateiro 2.5 B I

Micrastur ruficollis falcão-caburé 7.5 M D

PSITTACIFORMES Psittacidae

Pyrrhura frontalis, End. MA tiriba-de-testa-vermelha 10 M D Brotogeris tirica, End. MA periquito-rico 2.5 B D

Pionus maximiliani maitaca-verde 7.5 M S

PASSERIFORMES Thamnophilidae

Rhopias gularis, End. MA choquinha-de-garganta-pintada 7.5 A D

Dysithamnus mentalis choquinha-lisa 20 M D

Dysithamnus xanthopterus, End. MA choquinha-de-asa-ferrugem 2.5 M D Thamnophilus caerulescens choca-da-mata 20 B D Hypoedaleus guttatus, End. MA chocão-carijó A D

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TÁXON NOME POPULAR IFL* (%) AMEAÇA SENS. DEP.

Batara cinerea matracão M D

Mackenziaena leachii, End. MA borralhara-assobiadora 2.5 M D Pyriglena leucoptera, End. MA papa-taoca-do-sul 12.5 M D Drymophila ferruginea, End. MA trovoada 2.5 M D

Conopophagidae

Conopophaga lineata, End. MA chupa-dente 10 M D

Grallariidae

Grallaria varia tovacuçu 12.5 A D

Rhinocryptidae

Scytalopus speluncae, End. MA tapaculo-preto 5 M D

Formicariidae

Chamaeza ruficauda, End. MA tovaca-de-rabo-vermelho 5 A D

Scleruridae

Sclerurus scansor, End. MA vira-folha 5 A D

Dendrocolaptidae

Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde 32.5 M D Xiphorhynchus fuscus, End. MA arapaçu-rajado 27.5 A D Lepidocolaptes falcinellus, End. MA arapaçu-escamado-do-sul 7.5 A D Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande 2.5 M D Xiphocolaptes albicollis arapaçu-de-garganta-branca 2.5 M D

Xenopidae

Xenops minutus bico-virado-miúdo 2.5 M D

Xenops rutilans bico-virado-carijó 5 M D

Furnariidae

Lochmias nematura joão-porca 7.5 M D

Automolus leucophthalmus, End. MA barranqueiro-de-olho-branco 10 M D Anabazenops fuscus, End. MA trepador-coleira 5 A D Anabacerthia amaurotis, End. MA limpa-folha-miúdo 7.5 NT (IUCN) A D Philydor rufum limpa-folha-de-testa-baia 10 M D Syndactyla rufosuperciliata trepador-quiete 20 M D Leptasthenura setaria, End. MA grimpeiro 15 NT (IUCN) B D

Synallaxis cinerascens pi-puí 15 M D

Synallaxis spixi joão-teneném 2.5 B D

Cranioleuca pallida, End. MA arredio-pálido 12.5 M D

Pipridae

Chiroxiphia caudata, End. MA tangará 20 B D

Oxyruncidae

Oxyruncus cristatus araponga-do-horto 5 A D

Tityridae

Schiffornis virescens, End. MA flautim 10 M D

Pachyramphus castaneus caneleiro 12.5 M D

Cotingidae

Pyroderus scutatus, End. MA pavó 2.5 Am (SP) M D

Platyrinchidae

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TÁXON NOME POPULAR IFL* (%) AMEAÇA SENS. DEP. Rhynchocyclidae

Mionectes rufiventris, End. MA abre-asa-de-cabeça-cinza 2.5 M D

Leptopogon amaurocephalus cabeçudo 10 M D

Phylloscartes ventralis borboletinha-do-mato 12.5 M D Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta 15 M D Todirostrum poliocephalum, End. MA teque-teque 7.5 B D

Tyrannidae

Camptostoma obsoletum risadinha 10 B I

Myiopagis caniceps guaracava-cinzenta 2.5 M D Myiopagis viridicata guaracava-de-crista-alaranjada 2.5 M D

Phyllomyias fasciatus piolhinho 20 M S

Serpophaga subcristata alegrinho 7.5 B S

Attila rufus, End. MA capitão-de-saíra 7.5 M D

Myiarchus swainsoni irré 5 B I

Pitangus sulphuratus bem-te-vi 15 B I

Megarynchus pitangua neinei 2.5 B S

Myiozetetes similis bentevizinho-de-penacho-vermelho 7.5 B S

Tyrannus melancholicus suiriri 2.5 B I

Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu 2.5 B D

Lathrotriccus euleri enferrujado 20 M D

Muscipipra vetula, End. MA tesoura-cinzenta 2.5 M D

Vireonidae

Cyclarhis gujanensis pitiguari 17.5 B S

Vireo chivi juruviara 10 B D

Hylophilus poicilotis, End. MA verdinho-coroado 25 M D

Corvidae

Cyanocorax cristatellus, End. Ce gralha-do-campo 5 M I

Hirundinidae

Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa 5 B I Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora 2.5 B I

Troglodytidae

Troglodytes musculus corruíra 15 B I

Turdidae

Turdus flavipes sabiá-una 5 M D

Turdus leucomelas sabiá-barranco 7.5 B S

Turdus rufiventris sabiá-laranjeira B S

Turdus amaurochalinus sabiá-poca 2.5 B S

Turdus albicollis sabiá-coleira 15 M D

Passerellidae

Zonotrichia capensis tico-tico 20 B I

Parulidae

Basileuterus culicivorus pula-pula 32.5 M D

Myiothlypis leucoblephara, End. MA pula-pula-assobiador 25 M D

Icteridae

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TÁXON NOME POPULAR IFL* (%) AMEAÇA SENS. DEP.

Gnorimopsar chopi graúna 2.5 NT (SP) B I

Thraupidae

Coereba flaveola cambacica 2.5 B S

Saltator similis trinca-ferro-verdadeiro 7.5 B S Tachyphonus coronatus, End. MA tiê-preto 15 B D

Lanio melanops tiê-de-topete 12.5 M D

Tangara desmaresti, End. MA saíra-lagarta 12.5 M D

Tangara sayaca sanhaçu-cinzento 10 B S

Tangara palmarum sanhaçu-do-coqueiro B S

Tangara ornata, End. MA sanhaçu-de-encontro-amarelo 7.5 M D

Tangara cayana saíra-amarela 10 B I

Tersina viridis saí-andorinha B D

Hemithraupis ruficapilla, End. MA saíra-ferrugem 7.5 B D

Poospiza lateralis quete 5 M S

Sporophila caerulescens coleirinho 2.5 B I

Cardinalidae

Habia rubica tiê-do-mato-grosso 7.5 A D

Fringillidae

Sporagra magellanica pintassilgo 2.5 B I

Euphonia chlorotica fim-fim 7.5 B S

Euphonia cyanocephala gaturamo-rei 2.5 B S

Euphonia pectoralis, End. MA ferro-velho 7.5 M D

Número de espécies: 133

Contudo, a análise da lista de espécies (Tabela 1) da Fazenda da Serra mostra uma série de lacunas, ou seja, a comunidade de aves do local certamente é mais rica e diversificada, o que pode ser alcançado futuramente com novas campanhas de campo. Como exemplo podemos citar a baixa riqueza de famílias como Tinamidae, com o registro apenas do inhambuguaçu Crypturellus obsoletus. Gaviões e falcões (famílias Accipitridae e Falconidae) também apresentaram baixa riqueza, com apenas três espécies em cada família, sendo que espécies de maior porte como o gavião-pega-macaco Spizaetus tyrannus também não foram registradas.

Para traçar um perfil das espécies de aves que potencialmente ocorrem na região da Fazenda da Serra, foram compilados dados de quatro trabalhos realizados na paisagem regional, os quais são descritos abaixo (a numeração segue a mesma apresentada na Tabela 2):

1) Atual levantamento realizado por mim na Fazenda da Serra, em altitudes de até 1.500m;

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2) Compõe-se por um relatório de autoria de Antonio Silveira, intitulado “Lista preliminar e cumulativa da avifauna de São Francisco Xavier-SP”, no qual o autor realizou levantamentos na Fazenda Mandala, Fazenda Monte Verde, na área urbana de São Francisco Xavier, em altitudes de até 2.000m na estrada São Francisco – Monte Verde;

3) Lista de avifauna presente no trabalho de Barbosa e Almeida (2008), no qual foi realizado um levantamento no Parque Estadual de Campos de Jordão, em altitudes variando de 1.030 a pouco mais de 2.000m.

4) Levantamento realizado por mim (Costa, J.C., dados pessoais) na fazenda Karacy, também em São Francisco Xavier, no ano de 2011;

5) Lista de avifauna presente no trabalho de Vasconcelos e D´Angelo Neto (2009) em que foram amostradas diversas áreas nos municípios de Gonçalves e Camanducaia-MG, em altitudes variando de 1.250 a 2.050m.

A compilação dos dados secundários culminou com o registro de 288 espécies de aves (já inclusos os dados da Fazenda da Serra). É grande o número de espécies ameaçadas de extinção nesta lista, com registro de 22 espécies sob algum grau de ameaça na lista estadual (São Paulo, 2014), 18 espécies na lista internacional (IUCN, 2014) e três na lista nacional (MMA, 2014).

Tabela 2: Listas das espécies de aves levantadas através de dados secundários para a região de São Francisco Xavier. * Sigla dos levantamentos: 1 – atual levantamento na Fazenda da Serra, 2 – levantamento de Antonio Silveira em São Francisco Xavier, 3 – levantamento de Barbosa e Almeida (2008) no Parque Estadual de Campos de Jordão, 4 – levantamento de Julio César da Costa na fazenda Karacy, 5 – levantamento de Vasconcelos e D´Angelo Neto (2009) em Gonçalves e Camanducaia-MG. Grau de ameaça de extinção: NT – quase ameaçada, Am – ameaçada, VU - vulnerável. O arranjo taxonômico segue a proposta do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2014).

FAMÍLIA/Espécie NOME POPULAR ESTUDOS* AMEAÇA

1 2 3 4 5 SP MMA IUCN

TINAMIDAE

Crypturellus obsoletus inhambuguaçu x x x x x Crypturellus parvirostris inhambu-chororó x

Crypturellus tataupa inhambu-chintã x x Nothura maculosa codorna-amarela x

ANATIDAE

Amazonetta brasiliensis pé-vermelho x

CRACIDAE

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FAMÍLIA/Espécie NOME POPULAR ESTUDOS* AMEAÇA

1 2 3 4 5 SP MMA IUCN

ODONTOPHORIDAE

Odontophorus capueira uru x x x x x NT

ARDEIDAE

Bubulcus ibis garça-vaqueira x x

Ardea alba garça-branca-grande x x

Syrigma sibilatrix maria-faceira x x Egretta thula garça-branca-pequena x

CATHARTIDAE

Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha x x x

Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta x x x x x

Sarcoramphus papa urubu-rei x Am

ACCIPITRIDAE

Accipiter striatus gavião-miúdo x x

Geranospiza caerulescens gavião-pernilongo x

Heterospizias meridionalis gavião-caboclo x x

Rupornis magnirostris gavião-carijó x x x x x Parabuteo leucorrhous gavião-de-sobre-branco x x x x

Geranoaetus albicaudatus gavião-de-rabo-branco x x x Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta x x

Spizaetus tyrannus gavião-pega-macaco x x x Am

RALLIDAE

Aramides cajaneus saracura-três-potes x

Aramides saracura saracura-do-mato x x x x x

Laterallus leucopyrrhus sanã-vermelha x Pardirallus nigricans saracura-sanã x x CHARADRIIDAE

Vanellus chilensis quero-quero x x x x COLUMBIDAE

Columbina talpacoti rolinha-roxa x x

Columba livia pombo-doméstico x

Patagioenas picazuro pombão x x x x

Patagioenas cayennensis pomba-galega x x Patagioenas plumbea pomba-amargosa x x x

Zenaida auriculata pomba-de-bando x

Leptotila verreauxi juriti-pupu x x x

Leptotila rufaxilla juriti-gemedeira x x x x Geotrygon montana pariri x x

CUCULIDAE

Piaya cayana alma-de-gato x x x x

Crotophaga ani anu-preto x x

Guira guira anu-branco x x x

Tapera naevia saci x

TYTONIDAE

(16)

FAMÍLIA/Espécie NOME POPULAR ESTUDOS* AMEAÇA

1 2 3 4 5 SP MMA IUCN

STRIGIDAE

Megascops choliba corujinha-do-mato x x Pulsatrix koeniswaldiana murucututu-de-barriga-amarela x

Strix hylophila coruja-listrada x x x NT

Strix virgata coruja-do-mato x

Athene cunicularia coruja-buraqueira x x

NYCTIBIIDAE

Nyctibius griseus mãe-da-lua x

CAPRIMULGIDAE

Lurocalis semitorquatus tuju x

Hydropsalis albicollis bacurau x x

Hydropsalis longirostris bacurau-da-telha x Hydropsalis forcipata bacurau-tesoura-gigante x NT APODIDAE

Cypseloides senex taperuçu-velho x NT

Streptoprocne zonaris taperuçu-de-coleira-branca x x x x Chaetura meridionalis andorinhão-do-temporal x x x TROCHILIDAE

Phaethornis pretrei rabo-branco-acanelado x x

Phaethornis eurynome rabo-branco-de-garganta-rajada x x x x x Eupetomena macroura beija-flor-tesoura x x

Florisuga fusca beija-flor-preto x x

Colibri serrirostris beija-flor-de-orelha-violeta x x

Stephanoxis lalandi beija-flor-de-topete x x x x x Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho x x x

Thalurania glaucopis beija-flor-de-fronte-violeta x x x x Hylocharis cyanus beija-flor-roxo x

Leucochloris albicollis beija-flor-de-papo-branco x x x x x Amazilia versicolor beija-flor-de-banda-branca x

Amazilia lactea beija-flor-de-peito-azul x Clytolaema rubricauda beija-flor-rubi x x x x TROGONIDAE

Trogon surrucura surucuá-variado x x

Trogon rufus surucuá-de-barriga-amarela x

ALCEDINIDAE

Megaceryle torquata martim-pescador-grande x x x Chloroceryle amazona martim-pescador-verde x

Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno x

MOMOTIDAE

Baryphthengus ruficapillus juruva-verde x x x x

BUCCONIDAE

Nystalus chacuru joão-bobo x

Malacoptila striata barbudo-rajado x NT

(17)

FAMÍLIA/Espécie NOME POPULAR ESTUDOS* AMEAÇA

1 2 3 4 5 SP MMA IUCN

Ramphastos toco tucanuçu x x x

Ramphastos vitellinus tucano-de-bico-preto x Am VU Ramphastos dicolorus tucano-de-bico-verde x x x x x

Pteroglossus bailloni araçari-banana x x Am NT

PICIDAE

Picumnus sp. pica-pau-anão x

Melanerpes candidus pica-pau-branco x x

Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó x x x x x

Piculus aurulentus pica-pau-dourado x x x x x NT

Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado x x x Colaptes campestris pica-pau-do-campo x x x x

Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela x x x Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca x x x x

Campephilus robustus pica-pau-rei x x NT

CARIAMIDAE

Cariama cristata seriema x x x x

FALCONIDAE

Caracara plancus caracará x x x x Milvago chimachima carrapateiro x x x x x

Herpetotheres cachinnans acauã x x

Micrastur ruficollis falcão-caburé x x x x x

Micrastur semitorquatus falcão-relógio x

Falco sparverius quiriquiri x x

Falco femoralis falcão-de-coleira x x

PSITTACIDAE

Psittacara leucophthalmus periquitão-maracanã x x

Eupsittula aurea periquito-rei x

Pyrrhura frontalis tiriba-de-testa-vermelha x x x x x

Forpus xanthopterygius tuim x x

Brotogeris tirica periquito-rico x

Touit melanonotus apuim-de-costas-pretas x Am VU EN

Pionopsitta pileata cuiú-cuiú x x x x Pionus maximiliani maitaca-verde x x x x x

Amazona vinacea papagaio-de-peito-roxo x x Am VU EN

THAMNOPHILIDAE

Rhopias gularis choquinha-de-garganta-pintada x x

Dysithamnus stictothorax choquinha-de-peito-pintado x NT NT

Dysithamnus mentalis choquinha-lisa x x x x Dysithamnus xanthopterus choquinha-de-asa-ferrugem x x x x

Herpsilochmus rufimarginatus chorozinho-de-asa-vermelha x Thamnophilus doliatus choca-barrada x

Thamnophilus ruficapillus choca-de-chapéu-vermelho x x x Thamnophilus caerulescens choca-da-mata x x x x x

(18)

FAMÍLIA/Espécie NOME POPULAR ESTUDOS* AMEAÇA

1 2 3 4 5 SP MMA IUCN

Batara cinerea matracão x x x x x

Mackenziaena leachii borralhara-assobiadora x x x x

Mackenziaena severa borralhara x

Myrmoderus squamosus papa-formiga-de-grota x

Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul x x x

Drymophila ferruginea trovoada x x

Drymophila rubricollis trovoada-de-bertoni x x

Drymophila genei choquinha-da-serra x x x NT

Drymophila ochropyga choquinha-de-dorso-vermelho x Am NT

Drymophila malura choquinha-carijó x x

CONOPOPHAGIDAE

Conopophaga lineata chupa-dente x x x x x Conopophaga melanops cuspidor-de-máscara-preta x

GRALLARIIDAE

Grallaria varia tovacuçu x x x x x

Hylopezus nattereri pinto-do-mato x x x

RHINOCRYPTIDAE

Eleoscytalopus indigoticus macuquinho x NT

Scytalopus speluncae tapaculo-preto x x x x x FORMICARIIDAE

Chamaeza ruficauda tovaca-de-rabo-vermelho x x x x x SCLERURIDAE

Sclerurus scansor vira-folha x x

DENDROCOLAPTIDAE

Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde x x x x x

Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado x x x x Campylorhamphus falcularius arapaçu-de-bico-torto x x x

Lepidocolaptes squamatus arapaçu-escamado x x x x Lepidocolaptes falcinellus arapaçu-escamado-do-sul x x x

Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande x x x x x Xiphocolaptes albicollis arapaçu-de-garganta-branca x x x x x XENOPIDAE

Xenops minutus bico-virado-miúdo x

Xenops rutilans bico-virado-carijó x x x x

FURNARIIDAE

Furnarius rufus joão-de-barro x x x x Lochmias nematura joão-porca x x x x x

Automolus leucophthalmus barranqueiro-de-olho-branco x x Anabazenops fuscus trepador-coleira x

Anabacerthia amaurotis limpa-folha-miúdo x x x NT Anabacerthia lichtensteini limpa-folha-ocráceo x

Philydor atricapillus limpa-folha-coroado x

Philydor rufum limpa-folha-de-testa-baia x x x x x

(19)

FAMÍLIA/Espécie NOME POPULAR ESTUDOS* AMEAÇA

1 2 3 4 5 SP MMA IUCN

Syndactyla rufosuperciliata trepador-quiete x x x x x

Cichlocolaptes leucophrus trepador-sobrancelha x

Leptasthenura setaria grimpeiro x x x x NT

Phacellodomus ferrugineigula joão-botina-do-brejo x Synallaxis ruficapilla pichororé x x

Synallaxis cinerascens pi-puí x x x x x Synallaxis frontalis petrim x

Synallaxis albescens uí-pi x NT

Synallaxis spixi joão-teneném x x x x x

Cranioleuca pallida arredio-pálido x x x x x

PIPRIDAE

Neopelma chrysolophum fruxu x

Chiroxiphia caudata tangará x x x x x OXYRUNCIDAE

Oxyruncus cristatus araponga-do-horto x ONYCHORHYNCHIDAE

Myiobius barbatus assanhadinho x TITYRIDAE

Schiffornis virescens flautim x x x x x

Tityra inquisitor anambé-branco-de-bochecha-parda x

Tityra cayana anambé-branco-de-rabo-preto x

Pachyramphus viridis caneleiro-verde x x Pachyramphus castaneus caneleiro x x x x x

Pachyramphus polychopterus caneleiro-preto x x x x Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto x x COTINGIDAE

Lipaugus lanioides tropeiro-da-serra x Am NT

Pyroderus scutatus pavó x x x x x Am

PIPRITIDAE

Piprites pileata caneleirinho-de-chapéu-preto x x x Am VU

PLATYRINCHIDAE

Platyrinchus mystaceus patinho x x x x x

RHYNCHOCYCLIDAE

Mionectes rufiventris abre-asa-de-cabeça-cinza x x x x x Leptopogon amaurocephalus cabeçudo x x

Phylloscartes ventralis borboletinha-do-mato x x x x

Phylloscartes difficilis estalinho x x x NT NT

Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta x x x x Todirostrum poliocephalum teque-teque x x x x

Poecilotriccus plumbeiceps tororó x x Myiornis auricularis miudinho x

Hemitriccus diops olho-falso x

Hemitriccus obsoletus catraca x x x x

(20)

FAMÍLIA/Espécie NOME POPULAR ESTUDOS* AMEAÇA

1 2 3 4 5 SP MMA IUCN

Hemitriccus furcatus papa-moscas-estrela x Am VU VU TYRANNIDAE

Hirundinea ferruginea gibão-de-couro x x

Tyranniscus burmeisteri piolhinho-chiador x Camptostoma obsoletum risadinha x x x x x

Elaenia flavogaster guaracava-de-barriga-amarela x x

Elaenia mesoleuca tuque x x

Elaenia obscura tucão x

Myiopagis caniceps guaracava-cinzenta x

Myiopagis viridicata guaracava-de-crista-alaranjada x

Capsiempis flaveola marianinha-amarela x

Phyllomyias fasciatus piolhinho x x x x

Phyllomyias griseocapilla piolhinho-serrano x NT

Serpophaga subcristata alegrinho x x x x x Attila phoenicurus capitão-castanho x x

Attila rufus capitão-de-saíra x x

Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata x

Myiarchus swainsoni irré x x x x

Myiarchus ferox maria-cavaleira x x

Pitangus sulphuratus bem-te-vi x x x x x Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro x x

Myiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado x x

Megarynchus pitangua neinei x x x

Myiozetetes similis bentevizinho-de-penacho-vermelho x x x x x

Tyrannus melancholicus suiriri x x x x

Tyrannus savana tesourinha x x

Empidonomus varius peitica x x

Colonia colonus viuvinha x x x

Myiophobus fasciatus filipe x x

Fluvicola nengeta lavadeira-mascarada x x x Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu x x

Lathrotriccus euleri enferrujado x x x x x Contopus cinereus papa-moscas-cinzento x

Knipolegus cyanirostris maria-preta-de-bico-azulado x x x x Knipolegus nigerrimus maria-preta-de-garganta-vermelha x x

Satrapa icterophrys suiriri-pequeno x

Xolmis cinereus primavera x

Xolmis velatus noivinha-branca x x

Muscipipra vetula tesoura-cinzenta x x x x VIREONIDAE

Cyclarhis gujanensis pitiguari x x x x x

Vireo chivi juruviara x x x

Hylophilus poicilotis verdinho-coroado x x x x x CORVIDAE

(21)

FAMÍLIA/Espécie NOME POPULAR ESTUDOS* AMEAÇA

1 2 3 4 5 SP MMA IUCN

Cyanocorax cristatellus gralha-do-campo x x x x

Cyanocorax chrysops gralha-picaça x x

HIRUNDINIDAE

Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa x x x x Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora x x x

Progne tapera andorinha-do-campo x x Progne chalybea andorinha-doméstica-grande x x TROGLODYTIDAE

Troglodytes musculus corruíra x x x x TURDIDAE

Turdus flavipes sabiá-una x x x

Turdus leucomelas sabiá-barranco x x x x Turdus rufiventris sabiá-laranjeira x x x x x

Turdus amaurochalinus sabiá-poca x x x x x Turdus subalaris sabiá-ferreiro x

Turdus albicollis sabiá-coleira x x x x x

MIMIDAE

Mimus saturninus sabiá-do-campo x x

PASSERELLIDAE

Zonotrichia capensis tico-tico x x x x x

PARULIDAE

Setophaga pitiayumi mariquita x

Geothlypis aequinoctialis pia-cobra x x

Basileuterus culicivorus pula-pula x x x x x Myiothlypis leucoblephara pula-pula-assobiador x x x x x ICTERIDAE

Cacicus chrysopterus tecelão x x x x x

Gnorimopsar chopi graúna x x x NT

Pseudoleistes guirahuro chopim-do-brejo x

Molothrus bonariensis vira-bosta x x

THRAUPIDAE

Coereba flaveola cambacica x x x

Saltator similis trinca-ferro-verdadeiro x x x x

Saltator maxillosus bico-grosso x x

Orchesticus abeillei sanhaçu-pardo x NT

Thlypopsis sordida saí-canário x

Tachyphonus coronatus tiê-preto x x x x

Lanio melanops tiê-de-topete x x x Tangara seledon saíra-sete-cores x

Tangara cyanoventris saíra-douradinha x Tangara desmaresti saíra-lagarta x x x x

Tangara sayaca sanhaçu-cinzento x x x x x Tangara palmarum sanhaçu-do-coqueiro x x x

(22)

FAMÍLIA/Espécie NOME POPULAR ESTUDOS* AMEAÇA

1 2 3 4 5 SP MMA IUCN

Tangara cayana saíra-amarela x x x x

Stephanophorus diadematus sanhaçu-frade x x x x Pipraeidea melanonota saíra-viúva x x x

Tersina viridis saí-andorinha x x x x x

Dacnis cayana saí-azul x x

Hemithraupis ruficapilla saíra-ferrugem x x Haplospiza unicolor cigarra-bambu x x x

Poospiza thoracica peito-pinhão x x x Poospiza lateralis quete x x x x x

Sicalis citrina canário-rasteiro x NT

Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro x x

Emberizoides herbicola canário-do-campo x

Volatinia jacarina tiziu x x

Sporophila lineola bigodinho x x

Sporophila caerulescens coleirinho x x x x CARDINALIDAE

Piranga flava sanhaçu-de-fogo x x

Habia rubica tiê-do-mato-grosso x x

Cyanoloxia brissonii azulão x Am

FRINGILLIDAE

Sporagra magellanica pintassilgo x x x x

Euphonia chlorotica fim-fim x x x

Euphonia violacea gaturamo-verdadeiro x

Euphonia cyanocephala gaturamo-rei x x Euphonia pectoralis ferro-velho x x

Chlorophonia cyanea gaturamo-bandeira x

PASSERIDAE

Passer domesticus pardal x x

(23)

3.2 Características do habitat e soltura de espécimes da avifauna

Foi realizada apenas uma avaliação qualitativa da estrutura da vegetação e da qualidade do habitat, com vistas à reintrodução e soltura de espécimes da avifauna no local. Uma análise mais detalhada exigiria mais tempo de trabalho de campo, com alocação de parcelas e mensuração das variáveis de interesse. Assim, o foco de tais observações foi de determinar o estágio de sucessão em que se encontra a vegetação e verificar a presença de espécies vegetais com síndrome zoocórica de dispersão de sementes, que possam servir de alimento para aves frugívoras.

A vegetação existente na Fazenda da Serra, embora esteja conectada ao continnum de vegetação da paisagem da APA de São Francisco Xavier, se encontra visivelmente em processo de recuperação. Nas cotas mais baixas da fazenda (1.400m), carecem de elementos arbóreos de grande porte, ou áreas com características de floresta madura (Figura 4). Já na cota de 1.500m até a divisa da propriedade ao norte, na cota mais alta do terreno (1.800m), a vegetação é mais exuberante. Obviamente que se faz necessário um laudo técnico sobre os parâmetros florísticos e fitossociológicos destas áreas, mas podemos considerar, grosso modo, que a vegetação possa ser caracterizada como secundária em estágio avançado de regeneração. Interessante seria conseguir um histórico mais detalhado sobre a região, a fim de entender o uso dos recursos naturais locais.

(24)

Figura 4: Detalhe da vegetação na cota de 1.400m, onde são escassos indivíduos arbóreos de grande porte e a vegetação apresenta estrutura mais simplificada.

Embora a riqueza de espécies vegetais zoocóricas em área de Mata Atlântica seja elevada, a presença da palmeira juçara Euterpe edulis é considerada de grande importância para a comunidade de aves frugívoras. Nas áreas visitadas da Fazenda da Serra foram encontrados indivíduos em todos os estágios, como jovens e adultos em frutificação (Figura 5), porém, é muito elevada a quantidade de plântulas por todos os locais visitados (Figura 6).

(25)

Figura 5: Indivíduos jovem (A) e adulto (B) de palmito juçara, encontrados em todas as áreas visitadas da Fazenda da Serra.

Considerando um ciclo de 5 a 10 anos para entrada das plântulas do palmito juçara na fase adulta, é esperado que num futuro próximo haja uma elevada densidade desta espécie pelas matas da região, o que certamente se constituirá como recurso importante para a comunidade de aves frugívoras.

(26)

Figura 6: Plântula da palmeira juçara, encontrada em elevada densidade pelas áreas visitadas na Fazenda da Serra.

No que se refere à reintrodução de espécies da avifauna, em especial a jacutinga Aburria jacutinga, alguns aspectos podem ser pontuados, como a presença de caçadores no local, fato constatado pelo encontro com cevas, fogueiras e outros artefatos em meio à floresta. A reintrodução de uma espécie cinegética em local com histórico de caça é um fator que pode comprometer o sucesso do projeto.

Em segundo lugar, foi relatado por moradores a crescente atividade de corte ilegal da palmeira juçara nas fazendas da região. Sem que haja um controle da atividade de palmiteiros é dado como certo que haverá extração ilegal nas áreas da fazenda, principalmente nas partes mais altas, com relevo acidentado e de difícil acesso para atividades de fiscalização.

(27)

5. Bibliografia citada

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PACHECO, J. F; BAUER, C. Biogeografia e conservação da Avifauna da Mata Atlântica e Campos Sulinos – construção e nível atual de conhecimento. [Workshop Avaliação e Ações Prioritárias para Conservação dos Biomas Floresta Atlântica e Campos Sulinos. Síntese dos resultados e Relatório Final do Grupo Temático Aves]. 2000.

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Referências

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