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VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de ISSN X Pg.

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VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 2323-2330

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INCLUSÃO E FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM EDUCAÇÃO ESPECIAL: ASSUNTOS EM EVIDÊNCIA NAS EDIÇÕES DO CONGRESSO

BRASILEIRO MULTIDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

CRISTIANE DE OLIVEIRA TOKAIRIN- UEL1

MARIA CRISTINA MARQUEZINE- UEL2

Introdução

O presente texto tem por intuito apresentar os resultados de uma pesquisa que envolve as áreas de conhecimento abordadas nos trabalhos científicos discutidos durante as cinco edições do Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial realizados em Londrina no estado do Paraná, no período de 1997 a 2009, dando ênfase à frequência com que vem sendo discutida a Educação Especial na área de Recursos Humanos, assim como as áreas que mais desenvolvem projetos ou pesquisas relacionadas ao assunto , além dos locais onde estes projetos veem se desenvolvendo.

Foram utilizados como fonte de dados os anais de cada edição do evento, através da análise documental onde realizamos o levantamento sobre as áreas de pesquisa, local onde as mesmas aconteceram e os respectivos participantes.

Diante da preocupação em propiciar um espaço de reflexão, discussão e disseminação dos conhecimentos gerados através de pesquisas científicas na Educação Especial, promover o encontro nacional de pesquisadores, ensejar atualização e trocas de experiências estimulando a formação de linha de pesquisa multidisciplinar em Educação Especial; um grupo de professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) passou a organizar bienalmente o CONGRESSO BRASILEIRO MULTIDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL (CBMEE); com o apoio da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Centro Universitário Filadélfia (UNIFIL) e em 2009, também o Departamento de Educação Especial da UNESP- Campus Marília.

O evento atualmente é referencia nacional na área com a programação baseada na demanda e na realidade nacional e a participação de profissionais renomados, além de possibilitar a divulgação de trabalhos de intervenção desenvolvidos com portadores de necessidades especiais e a disseminação dos conhecimentos produzidos através de pesquisas científicas no livro pós-congresso. A cada edição do congresso o número de trabalhos inscritos para apresentação nas modalidades de comunicação oral e pôster tem aumentado significativamente, decidimos então identifica-los e agrupa-los de acordo com os seguintes temas: 1) O processo inclusivo: passado, momento atual e perspectivas; 2) Políticas Públicas em Educação Especial; 3) Esporte: da iniciação ao rendimento; 4) Educação, reabilitação, deficiência e novas tecnologias; 5) Brincar: desenvolvimento e aprendizagem; 6) A pessoa com deficiência no contexto do trabalho: formação e inserção profissional; 7) Família, sociedade e deficiência; 8) Formação de recursos humanos para atuação em educação especial; 9) Habilidades sociais e problemas de comportamento na educação especial; 10) Transtornos globais de desenvolvimento nos diferentes níveis de escolarização; 11) Altas habilidades; 12) A educação especial no contexto hospitalar; 13) Avaliação, diagnóstico e prevenção de deficiências.

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2324 Como o número de trabalhos inscritos para a apresentação nas modalidades de comunicação oral e pôster aumentou paulatinamente em cada uma das edições do congresso chegando a aproximadamente 450 trabalhos cujos autores estavam espalhados em todo o território nacional, resolveu-se identificar os trabalhos sobre formação de Recursos Humanos em Educação Especial com a finalidade de se analisar a produção científica sobre o tema, que tem grande relevância para a área de Educação Especial, tendo em vista que a universidade é a grande responsável pela formação dos profissionais atuantes na sociedade e deve ser um espaço de construção de novos saberes, através do desenvolvimento de pesquisas, portanto é de extrema importância que seja cada vez maior o incentivo da formação da consciência de pesquisador nos professores, possibilitando uma formação que contribua tanto em sua pratica social quanto no enriquecimento de sua área de saber.

Visando ampliar as reflexões acerca deste tema, realizamos um levantamento de dados com base nos trabalhos inscritos, neste congresso de grande importância na área de Educação Especial, onde são reunidos profissionais de todas as áreas e de diversas localidades do país, a fim de constatar a relevância que vem sendo atribuída ao assunto em questão, bem como se manifestam a preocupação em se discutir as necessidades especiais não só na educação, mas em diversos âmbitos profissionais que têm demonstrado interesse perante o assunto, tais como a fonoaudiologia, fisioterapia, esportes, áreas clinicas e hospitalares.

Método

A pesquisa quantitativa e qualitativa consiste em uma análise documental que segundo Caulley apud Ludke (1986 p.39) “busca identificar informações factuais nos documentos a partir de questões ou hipóteses de interesse” apresentando vantagens como serem considerados fontes ricas e estáveis de onde podem ser retiradas “evidencias que fundamentem afirmações e declarações do pesquisador”. Representam ainda uma fonte ‘natural’ de informação. Não é apenas uma fonte de informação contextualizada, mas surgem num determinando contexto e fornecem informações sobre esse mesmo contexto. (Ludke 1986 p.39).

Também se torna vantajoso a analise documental visto que é um meio com baixo custo, ainda que seja necessário maior tempo empregado neste tipo pesquisa por parte do pesquisador, e mais atenção para que ele se atente aos detalhes relevantes a sua pesquisa, presentes nos documentos analisados. A analise documental pode ser vista como uma das fontes mais confiáveis, tendo em vista que os dados analisados não são “reativos” e, portanto não pode ser alterado devido à mudança de comportamento no contato com o pesquisador.

A escolha por determinado documento não é aleatória, os materiais escolhidos para a analise devem permitir que o pesquisador observe, analise, investigue de forma efetiva o fenômeno pesquisado, portanto é preciso que o mesmo tenha consciência do material a ser investigado bem como sua contribuição para a pesquisa.

Foram utilizados como fontes de dados os trabalhos apresentados nas cinco edições do CBMEE e publicados em seus respectivos anais.

Este levantamento de dados focalizou em alguns aspectos considerados de maior relevância para o desenvolvimento do trabalho (ver tabela). Estes aspectos após coletados e devidamente tabelados foram analisados e interpretados com base nas literaturas existentes sobre o assunto.

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Fonte de dados - Foi utilizado como fonte de dados os trabalhos de pesquisa apresentados nas

cinco edições do CBMEE e publicados em seus respectivos Anais.

Instrumento - Como instrumento foi elaborado uma ficha de registro composta por sete itens,

os quais requeriam a identificação temática do trabalho, local de realização e participantes, informantes; tipo de pesquisa, local de realização e ano.

Procedimento- O delineamento da pesquisa foi a análise documental, realizada, a partir da

localização das referencias bibliográficas de onde cada um dos trabalhos inscritos foi lido para que se identificasse a temática pesquisada. Separou-se os trabalhos da temática, o texto foi lido e analisado para que fosse preenchida uma ficha de registro para cada um deles.

Tratamento dos dados – Os dados sofreram ação da estatística descritiva, para que se

identificasse a frequência das categorias estabelecidas. .

Resultados e Discussão

De acordo com os dados coletados, podemos constatar que nas cinco edições do congresso foram apresentados 1402 trabalhos que se distribuíram nas seguintes áreas conforme podemos observar na Tabela 1. Tabela 1 1997 1999 2002 2007 2009 Total Trabalhos Inscritos 167 326 223 337 349 1402 1. Inclusão 10 42 52 62 80 246 2. Políticas 08 08 06 12 15 49 3. Esporte 17 33 06 19 09 84 4. Tecnologia 25 46 16 28 27 142 5. Brincar 07 13 08 15 16 59 6. Profissão 13 19 09 15 17 73 7. Família 16 45 26 43 38 168 8. Formação em R. H. 24 36 35 60 69 224 9.Habilidades Sociais 11 25 36 36 33 141 10.Transtornos Globais 10 19 08 10 09 56 11. Altas Habilidades 00 00 02 09 14 25 12. Hospitalar 04 10 02 08 05 29 13. Diagnóstico 22 30 17 20 17 106

As áreas estão enumeradas conforme consta na introdução deste trabalho. Nesta tabela utilizamos a palavra chave de cada tema, a fim de simplificar os dados.

Ainda de acordo com a Tabela 1, constatamos que em 1997 foram apresentados 167 trabalhos, sendo que 24 tratavam sobre a temática pesquisada. Na edição de 1999 houve a inscrição de 326 trabalhos, onde 36 trabalhos eram sobre o tema. Em 2002, inscreveu-se 223 trabalhos no evento, dos quais 35 eram sobre o tema pesquisado. Em 2007 houve 337

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2326 trabalhos inscritos e 60 deles eram sobre o tema formação de recursos humanos. Na última edição do evento, até o presente momento, em 2009 foram 349 trabalhos inscritos, dos quais 69 abordavam o tema em questão.

Baseado nos resultados podemos constatar que houve um aumento significativo de trabalhos de pesquisa sobre a formação de recursos humanos em educação especial; percebemos nitidamente que as áreas mais abordadas são Inclusão e Formação em Recursos Humanos e que elas foram se sobressaindo de forma crescente ao longo dos últimos anos, pois se tratam de duas temáticas de grande relevância para a Educação Especial.

É importante ressaltar que isso ocorre devido ao fato destes assuntos estarem em grande evidencia neste momento de transformação, que foi desencadeado a partir da década de 1990; num período que se destaca pelas proposições políticas neste contexto, que se articula numa perspectiva inclusiva. Desta forma existe uma interdependência entre as políticas públicas que determinam a estruturação da escola inclusiva e a formação de profissionais que são os responsáveis por implementar e efetivar tal educação. Esta pode ser uma explicação para o número de trabalhos sobre formação de professores chegarem a 85% dentre os trabalhos relacionados à formação de recursos humanos em educação especial.

Diante do atual contexto social em constante transformação e com movimentos contraditórios onde múltiplos saberes, culturas e relações se cruzam. A educação se submete aos princípios obrigatórios, enquanto cumpre o seu papel na formação de cidadãos, tendo que atender a exigência de investir na formação dos profissionais em educação para enquadrar-se.

A Lei de Diretrizes Bases da Educação 9394/96 – Capítulo V, que assegura o acesso e a permanência de todos os alunos que necessitam e procuram o processo educativo, estendendo-se em todos os níveis e modalidades de ensino do Sistema Brasileiro de Ensino, constitui um dos movimentos com novas exigências (BRASIL, 1996).

A formação contínua, segundo Perrenoud (2002), trabalha com professores que já estão exercendo sua função e buscam a atualização dos saberes e, fora do padrão escolar, visam o trabalho, a organização e a pessoa para suscitar transformação, reestruturação e construção de novas competências. Os resultados desse estudo apontam que muitos docentes buscam formação continuada, como por exemplo, em cursos de especialização que ajudem a capacitá-los na atuação em educação especial.

A questão da inclusão abrange além do contexto escolar e acadêmico, tem avançado cada vez mais por toda sociedade e eis o motivo de profissionais de outras áreas como Fisioterapia, Fonoaudiologia, Odontologia, Psicologia entre outros também estarem buscando esta formação especializada.

Na inclusão a existência das diferenças, que são consideradas normais, é reconhecida, entretanto, a escola poderá ajudar a acentuar ou até mesmo promover as desigualdades não apenas no âmbito escolar, mas em outras esferas da sociedade. Segundo Mendes (2006), com a adesão a essa nova proposta de educação especial, a escola também precisará se adaptar às necessidades dos alunos especiais, reformulando seu currículo, capacitando professores e profissionais da área, mudando o método de avaliação e garantindo uma educação democrática e de qualidade.

Portanto, para que a prática inclusiva se efetive, nos parâmetros de toda essa modificação na política de educação especial, se faz necessária também a mudança na postura dos profissionais da área, para tal considera-se importante a capacitação dos profissionais que lidam com alunos que possuem necessidades educacionais especiais. Atualmente estes profissionais não se encontram preparados para lidar com esse contexto e isso se deve, em

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2327 primeiro lugar, ao currículo dos cursos de graduação, que em sua maioria não abordam questões relacionadas à educação especial, e quando o fazem não se aprofundam nessa temática (CHACON, 2004).

As tabelas abaixo mostram o local onde foram realizadas todas as pesquisas apresentadas durante as cinco edições do CBMEE até o presente momento e seus respectivos participantes.

Tabela 2 LOCAL 1997 1999 2002 2007 2009 Total Universidades 60 101 62 108 90 421 Escolas regulares 38 89 79 118 147 471 Escolas Especiais 39 60 40 52 34 225 Hospital 05 17 04 12 10 48 Outros 25 59 38 47 68 237 Tabela 3 PARTICIPANTES 1997 1999 2002 2007 2009 Total Pais 12 28 26 38 31 135 Deficientes 94 163 102 155 148 662 Professores 16 50 46 56 85 253 Alunos de Universidades 11 13 11 21 16 72 Não informado 18 31 26 49 41 165

Profissionais de outras áreas 16 41 12 18 28 115

Embora tenham sido inscritos uma enorme quantidade de trabalhos na somatória dos cinco congressos realizados em Londrina até a presente data, resultando no número significativo de 1402 trabalhos, entre eles apenas 72 trabalhos foram relacionados diretamente com a formação do profissional ainda na Universidade no que se diz respeito à Área de Recursos humanos, sendo assim este número é muito pequeno se levarmos em conta a importância que se tem dos profissionais em Recursos Humanos saírem da graduação com uma formação que os prepare de forma significativa para o atendimento às pessoas portadoras de alguma deficiência.

A maior parte das pesquisas desenvolvidas foi no âmbito das Universidades, muitas vezes por iniciativa dos próprios professores que reconheceram a deficiência sobre o assunto, que pode estar relacionada à falta de pesquisa, ou a uma possível deficiência nas grades curriculares dos próprios cursos em que atuam.

Através destes dados foi possível observar a maior incidência de trabalhos nos cursos de formação de professores bem como uma regularidade dos trabalhos em todos os anos, também através destes trabalhos, sendo possível constatar maior preocupação por parte dos

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2328 graduandos em desenvolver projetos que permitam a inclusão efetiva das pessoas portadoras de necessidades especiais não só na sociedade, mas também bem no próprio curso, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida a esses indivíduos.

Outras áreas que apresentam preocupações referentes ao tema são a psicologia, a fonoaudiologia, a fisioterapia e a enfermagem, que desenvolvem trabalhos considerando a prática desses profissionais na área de educação especial, assim como a relação desses profissionais com os indivíduos portadores de alguma necessidade especial (deficiência) dando um subsídio para a sua prática.

Analisando esses dados, é possível perceber uma maior preocupação dos professores que lecionam na própria universidade e o grande número de pesquisas desenvolvidas nas escolas, na tentativa de avaliar a pratica desses profissionais que se formaram ou que ainda estão na universidade.

É possível analisar também o aumento de trabalhos inscritos de um congresso para o outro, e o interesse sempre presente de outras áreas em contribuir com trabalhos e pesquisas referente ao tema.

A Universidade é o ambiente propicio para que as pesquisas sejam desenvolvidas e para tanto devem ser cada vez maiores os conteúdos produzidos, é de extrema importância o incentivo de pesquisas e também da discussão referente ao tema Educação Especial, pois sabemos que são estes os profissionais que atuarão na sociedade, e para que essa atuação seja efetiva e que possa ocorrer da melhor forma possível é importante uma formação de qualidade.

Deve-se destacar também o incentivo para o desenvolvimento de pesquisas nas diversas áreas das Universidades, para que possamos contribuir enquanto formadores e pesquisadores atuantes propiciando principalmente aos discentes envolvidos neste contexto a possibilidade de colocar em prática todos os saberes e fazeres discutidos durante sua formação aprimorando assim seus conhecimentos de forma eficaz.

Tabela 4 – Formação de Recursos Humanos por Área

1997 1999 2002 2007 2009 Total Formação de Professores 19 30 32 54 55 190 Fisioterapia - 2 - 2 3 7 Fonoaudiologia 1 2 2 1 3 9 Enfermagem 2 - - 2 2 6 Psicologia 1 1 - 1 1 4 Outros 1 1 1 - 5 8 Total 24 36 35 60 69 224

De acordo com a Tabela 4, podemos ver que dos 224 trabalhos relacionados à formação de recursos humanos; 190 trabalhos (85 %) inscritos no evento tratavam da formação de professores. Os outros 15% se somam com a incidência de sete trabalhos em formação do fisioterapeuta, seis em enfermagem, nove trabalhos na categoria formação do fonoaudiólogo, oito na categoria outros e quatro trabalhos sobre a formação de psicólogos para atuação em Educação Especial. Diante do número de trabalhos que abordam a formação de professores

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2329 pode-se supor que ou a academia passou a se interessar mais sobre o tema, ou o MEC criou linhas de financiamento de projetos de pesquisa com essa temática. Muitas das dificuldades enfrentadas pelos professores ao atuarem na inclusão, podem estar relacionadas com a formação inicial desses profissionais, já que parte dos cursos de graduação não ofertou disciplinas que possibilitassem o contato com conteúdos relacionados à Educação Especial. Esses resultados são compatíveis com os obtidos por Chacon (2004) em sua pesquisa, no qual apontou que grande parte dos cursos das IES não disponibiliza em sua grade curricular disciplinas relacionadas à Educação Especial. Por outro lado, quando o fazem são insuficientes para a formação do profissional que irá atuar nessa área, mas o que se espera é que aos poucos esse contexto deve se impor a transformações que possam atender essa demanda. Afinal, segundo Cartolano (1998), o aperfeiçoamento no conhecimento possibilita leituras críticas não só da educação, como também das propostas de mudança, além de tornar a prática dos profissionais mais conscientes, contribuindo assim para uma educação cada vez mais inclusiva e de qualidade.

Conclusões

Os dados encontrados apontam para um novo caminho, levando-nos a pensar a questão da inclusão para além da escola, abordando outros temas e nos levando a refletir sobre os espaços e as pessoas que direta ou indiretamente estão ligados à Educação Especial.

Pesquisas como a de Chacon (2004) apontam que até o ano de 2000 poucas Instituições de Ensino Superior (IES) ofertavam disciplinas relacionadas à educação especial, não cumprindo dessa forma, a Portaria nº. 1.793, publicada em dezembro de 1994. Esse documento regulamenta que os cursos de Pedagogia e Psicologia devem, prioritariamente, oferecer ao menos uma disciplina que aborde questões relacionadas à educação especial e à integração de alunos com necessidades educacionais especiais. No entanto mesmo com todas estas dificuldades apontadas na formação inicial, que resulta num contexto onde a maioria dos professores não sabe lidar com os alunos com deficiência por desconhecerem os fundamentos legais e os pressupostos que permeiam a educação especial; podemos notar o crescente interesse por parte destes profissionais em buscar uma capacitação específica.

A categoria profissional que agrega uma quantidade maior de projetos de pesquisa apresentados no evento é a de professor. Diante desses dados sugere-se a elaboração de um projeto de pesquisa documental que vá analisar as publicações em periódicos e outros tipos de publicações técnicas para ver se está havendo o mesmo aumento de trabalhos publicados nessa temática.

Essas constatações instigam ainda um estudo mais aprofundado sobre a formação dos professores universitários na perspectiva da educação inclusiva.

Referências

ALMEIDA,M. A. ; MARQUEZINE, M.C. Anais do I Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial. Londrina: EDUEL,1997.

BRASIL, LEIS, DECRETOS. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC/SEESP, 1996

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2330 CARTOLANO, M. T. P. Formação do educador no curso de pedagogia: a educação especial. Caderno CEDES. Campinas, set. 1998. Disponível em http://www.scielo.br. Acesso em 08 mar. 2009.

CHACON, M. C. M.. Formação de recursos humanos em educação especial: resposta das universidades à recomendação da portaria ministerial nº 1.793. Revista Brasileira de Educação Especial Marília, set.-dez. 2004. Disponível em: http://www.abpee.net/. Acesso em 04 mar. 2009.

LÜDKE, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU,1986.

MARQUEZINE, Maria Cristina; ALMEIDA, Maria Amélia (Orgs.). CONGRESSO BRASILEIRO MULTIDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2, 1999. Londrina.

Anais... Londrina: EDUEL, 1999.

MARQUEZINE, Maria Cristina; BUSTO, Rosângela Marques; TANAKA, Eliza Dieko Oshiro; SOUZA, Silvia Regina; MELETTI, Silvia Marcia Ferreira; VITALIANO, Célia Regina; FUJISAWA, Dirce Shizuko (Orgs.). Novos rumos da Educação Especial. Londrina: EDUEL, 2002.

MARQUEZINE, Maria Cristina; ALMEIDA, Maria Amélia; OMOTE, Sadao (Orgs.).

Colóquios sobre pesquisa em Educação Especial. 1. Londrina: EDUEL, 2003.

MARQUEZINE, M.C. et all. Anais do IV Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial. Londrina: EDUEL, 2007.

MARQUEZINE, M.C. et all. Anais do IV Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial. Londrina: EDUEL, 2009.

MENDES, E. G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, set.-dez. 2006. Disponível em http://www.scielo.br. Acesso em 28 fev. 2009.

PERRENOUD, P. A prática reflexiva no oficio de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002, 232p.

Referências

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