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DESEMPENHO E QUALIDADE DA CARNE DE OVINOS DA RAÇA SANTA INÊS UTILIZANDO MÉTODOS ALTERNATIVOS DE CONTROLE SANITÁRIO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ PROGRAMA DE MESTRADO EM ZOOTECNIA

DESEMPENHO E QUALIDADE DA CARNE DE OVINOS DA

RAÇA SANTA INÊS UTILIZANDO MÉTODOS ALTERNATIVOS

DE CONTROLE SANITÁRIO

AURÉLIO PORTELA GUIMARÃES JUNIOR

SOBRAL - CE AGOSTO – 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ PROGRAMA DE MESTRADO EM ZOOTECNIA

DESEMPENHO E QUALIDADE DA CARNE DE OVINOS DA

RAÇA SANTA INÊS UTILIZANDO MÉTODOS ALTERNATIVOS

DE CONTROLE SANITÁRIO

AURÉLIO PORTELA GUIMARÃES JUNIOR

SOBRAL – CE AGOSTO – 2012

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AURÉLIO PORTELA GUIMARÃES JUNIOR

DESEMPENHO E QUALIDADE DA CARNE DE OVINOS DA RAÇA

SANTA INÊS UTILIZANDO MÉTODOS ALTERNATIVOS DE

CONTROLE SANITÁRIO

ORIENTADORA:

PROFª. DRª. ANA SANCHA MALVEIRA BATISTA

SOBRAL - CE AGOSTO – 2012

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Zootecnia, da Universidade Estadual Vale do Acaraú, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia.

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G976d

Guimarães Junior, Aurélio Portela.

Desempenho e qualidade da carne de ovinos da raça Santa Inês utilizando métodos alternativos de controle sanitário / Aurélio Portela Guimarães Junior. – Sobral : [s. n.], 2012.

66 f.

Orientador: Ana Sancha Malveira Batista.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Vale do Acaraú. Programa de Mestrado em Zootecnia.

1. Ovinos. 2. Manejo Sanitário. 3. Cordeiros. 4. Qualidade da carne. I. Batista, Ana Sancha Malveira, orientadora. II. Universidade Estadual Vale do Acaraú. III. Título.

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AURÉLIO PORTELA GUIMARÃES JUNIOR

DESEMPENHO E QUALIDADE DA CARNE DE OVINOS DA RAÇA SANTA INÊS UTILIZANDO MÉTODOS ALTERNATIVOS DE CONTROLE

SANITÁRIO

Dissertação defendida e aprovada em: _____ / ________ / ______ pela Comissão Examinadora:

__________________________________

Profa. Dra. Ana Sancha Malveira Batista Universidade Estadual Vale do Acaraú

Coordenação de Zootecnia

__________________________________

Profa. Dra. Ângela Maria de Vasconcelos Universidade Estadual Vale do Acaraú

Coordenação de Zootecnia

___________________________________________ Prof. Dr. Enéas Reis Leite

Universidade Estadual Vale do Acaraú Coordenação de Zootecnia

Prof. Dr. José Teodorico de Araujo Filho Universidade Federal de Alagoas

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Dedico

A meus pais, Aurélio Portela Guimarães e Maria das Graças Carvalho Guimarães, por suas histórias de sucesso na educação dos filhos, diante de todas as adversidades.

A minha adorada esposa, Tallita da Ponte Ribeiro, que me ensinou as prioridades e necessidades na vida.

A meus irmãos, Allisson Ney Carvalho Guimarães e Diego Carvalho Guimarães, pelo incentivo e apoio.

A meus amigos e colegas de trabalho da Fazenda Amway Nutrilite do Brasil, pela ajuda mútua, incentivo e apoio.

Aos meus eternos mestres, Ana Sancha Malveira Batista, Gilberto de Castro Mendonça Lima e Richard Bryan Charity por acreditar, incentivar e ajudar nos momentos de maior dificuldade.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, fonte de vida e misericórdia, MEU porto seguro.

Aos meus pais, irmãos, minha esposa Tallita Ribeiro e a toda minha família que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.

À professora, orientadora e amiga Ana Sancha pela paciência na orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão desta dissertação.

A todos os professores do curso de zootecnia da UVA, em especial, Fátima Révia Granja Lima e Cláudia de Castro Goulart, que foram tão importantes na minha vida acadêmica, profissional e pessoal.

Aos amigos e colegas, em especial, Celso Braga, Cleber Barreto, Rilson Paiva, Clauberto Honorato, Fabio Carvalho, Fabiano Malveira, Samuel Pinheiro, Cosmo Damasceno, Luís Alves, Genival Fontenele, Raidon Fontenele, Gerardo Bernardino, Ozaias Honorato e Ozanir Honorato, pelo incentivo e pelo apoio constante.

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BIOGRAFIA DO AUTOR

AURÉLIO PORTELA GUIMARÃES JUNIOR, filho de Aurélio Portela Guimarães e Maria das Graças Carvalho Guimarães, nascido em Fortaleza – CE aos 03 de Maio de 1974. Depois de toda uma infância voltada ao meio rural, em 1997, ingressou no Curso de Zootecnia, na Universidade Estadual Vale do Acaraú, em Sobral – CE, concluindo em Fevereiro de 2004. Em Maio de 2004 ingressou no Projeto de Integração de Ovinocaprinocultura com Apicultura na Mesorregião da Chapada do Araripe, sendo este o primeiro emprego como zootecnista. Em Dezembro de 2006 ingressou na Fazenda Amway Nutrilite do Brasil, como Coordenador de Pecuária, onde trabalhou até junho de 2012. Em Março de 2011 ingressou no Programa de Pós-graduação em Zootecnia, nível de mestrado na Universidade Estadual Vale do Acaraú, na área de Produção Animal, concluindo em agosto de 2012. Em Julho de 2007 casou-se, com a também zootecnista, Tallita da Ponte Ribeiro e em dezembro de 2012 ocorreu o nascimento de seu primeiro filho, Iago.

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SUMÁRIO

Páginas Página RESUMO GERAL... 12 ABSTRACT GENERAL ... 13

CAPÍTULO 1 – REVISÃO DE LITERATURA. Introdução... Procedimentos utilizados na produção animal orgânica... Parasitas gastrointestinais em ovinos... Forma de tratamento com anti-helmíntico... Método Famacha... Fitoterapia no tratamento de parasitas gastrointestinais em ovinos... 15 16 20 20 21 22 Qualidade da carne ... 24

Características nutricionais da carne... 25

Características físicas da carne ... 25

Composição centesimal e perfil de ácidos graxos ... 26

Características sensoriais da carne ... 28

Referências Bibliográficas... 30

CAPÍTULO 2 - DESEMPENHO DE OVINOS DA RAÇA SANTA INÊS UTILIZANDO MÉTODOS ALTERNATIVOS DE CONTROLE SANITÁRIO Introdução... 39

Material e Métodos... 40

Resultados e Discussão... 43

Conclusões... 46

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CAPÍTULO 3 –

CARACTERÍSTICAS DA CARNE DE OVINOS DA

RAÇA SANTA INÊS UTILIZANDO MÉTODOS ALTERNATIVOS

DE CONTROLE SANITÁRIO

Introdução... 52 Material e Métodos... 54 Resultados e Discussão... 58 Conclusões... 64 Referências Bibliográficas... 65 Considerações Finais... 69

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LISTA DE TABELAS

Página CAPÍTULO II

1 - Ingredientes e composição química da dieta... 41 2 - Controle de verminoses utilizando métodos de tratamento fitoterápico e

alopático em ovinos da raça Santa Inês ... 43 3 - Desempenho de cordeiros terminados com diferentes controles sanitários

... 44 4 - Despesas com alimentação e sanidade ... 44

CAPÍTULO III

5 - Médias e coeficientes de variação das características químicas da carne de Cordeiros terminados com diferentes métodos de controle sanitário..

58 6 - Características físicas da carne de cordeiros terminados em diferentes métodos

de controle sanitário ... 59 7 - Composição de ácidos graxos (%) e coeficientes de variação (CV) na fração

lipídica da carne de cordeiros Santa Inês terminados em diferentes métodos de controle sanitário ... 60 8 - Médias das relações e coeficientes de variação (CV) entre ácidos graxos

saturados (AGS), monoinsaturados (AGM) e poli-insaturados (AGP) da carne de cordeiros Santa Inês terminados em diferentes métodos de controle sanitário ... 62 9 - Características sensoriais da carne de cordeiros terminados em diferentes

métodos de controle sanitário ...

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LISTA DE FIGURAS

Página CAPÍTULO I

1 - Cartão FAMACHA ... 22 CAPÍTULO III

2 - Modelo da ficha utilizada para avaliação sensorial da carne de cordeiro ...

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LISTA DE QUADROS

Página CAPÍTULO I

1 - Procedimento técnico para manejo de pastagens na produção orgânica

... 18 2 - Procedimentos técnicos para manejo nutricional e sanitário na produção

orgânica ... 19 3 - Plantas medicinais utilizadas no tratamento animal ... 23

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RESUMO GERAL

Objetivou-se determinar o desempenho e a qualidade da carne de cordeiros da raça Santa Inês utilizando-se métodos alternativos de controle sanitário. O experimento foi conduzido na Fazenda Amway Nutrilite do Brasil, localizada no município de Ubajara, no Estado do Ceará. Foram utilizados 16 cordeiros, machos, inteiros, da raça Santa Inês. A dieta utilizada para os dois sistemas foi a mesma, tendo como volumoso o capim Napier (Pennisetum purpureum), a leucena (Leucaena leucocephala) e resíduo de acerola (Malpighia glabra) e como concentrado milho triturado o qual foi produzido na própria fazenda, dentro dos padrões orgânicos, e o farelo de soja, adquirido no comércio local. Os animais receberam suplemento mineral e água à vontade. Os tratamentos diferenciaram-se pelo manejo sanitário, com os animais mantidos no tratamento fitoterápico recebendo tratamento à base de plantas colhidas e processadas no local, enquanto aqueles mantidos no tratamento convencional receberam tratamento alopático. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com dois tratamentos, tratamento convencional e fitoterápico, e oito repetições. Após o abate dos animais obteve-se o músculo Longissimus dorsi e, partir deste, foram realizadas as análises de composição centesimal (umidade, proteínas, lipídios e cinzas), perda de peso por cocção, capacidade de retenção de água, força de cisalhamento, perfil de ácidos graxos e análise das características sensoriais. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%.

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PERFORMANCE AND CHARACTERISTICS OF MEAT OF LAMB

FINISHED IN DIFFERENT PRODUCTION SYSTEMS

GENERAL ABSTRACT

The objective was to evaluate the performance and meat quality of Santa Inês lambs using alternative methods of sanitary control. The experiment was conducted at the Amway Nutrilite Brazil, located in the municipality of Ubajara in the state of Ceará. Lambs were used 16 males, intact, Santa Ines. The diet used for the two systems was the same, with the massive Napier grass (Pennisetum purpureum), leucaena (Leucaena leucocephala) and residue of acerola (Malpighia glabra) and the concentrate was used as ground corn produced on the farm and within the organic standards, and soybean meal. The animals received mineral and water at will. The difference between the treatments consisted in the sanitary, with animals kept in the organic production system receiving herbal treatment herbal harvested and processed at the farm, while those kept in the conventional production system received allopathic treatment. The experimental design was completely randomized with two treatments, a system of conventional and organic production, and eight replicates. After the slaughter of animals, gave the Longissimus dorsi muscle, and from this, we carried out analyzes of chemical composition (moisture, protein, fat and ash), weight loss by cooking, water holding capacity, shear force, fatty acid profile analysis and sensory characteristics. The data were subjected to analysis of variance and means compared by Tukey test at 5%.

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CAPITULO I

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INTRODUÇÃO

A utilização de ovinos e caprinos como fonte de alimentos de alto valor biológico e gerador de riquezas, atrelado ao incremento no uso de tecnologias, está transformando, de forma acelerada, o cenário da exploração destes pequenos ruminantes no Brasil (Simplício, 2001). A cadeia produtiva da carne ovina tem adquirido importância nacional, figurando, na Região Nordeste, como legítima substituta da bovinocultura de corte, com taxas de crescimento do rebanho superiores a 4% ao ano (Barreto Neto, 2003).

O esgotamento dos recursos naturais tem sido fonte de preocupação, especialmente para a preservação e ampliação da biodiversidade, conservação do solo, água e ar. Agricultores e pecuaristas vêm sendo pressionados a repensarem seu modo de produção; por isso, o mercado de produtos orgânicos tem se mostrado promissor no setor agropecuário, apresentando franca expansão (Araújo Filho & Marinho, 2003). No Brasil observa-se um crescimento de 10% ao ano, evidenciando o desejo dos consumidores na aquisição de carne proveniente de animais criados e abatidos em sistemas que promovem seu bem-estar, e que sejam sustentável e ambientalmente corretos (D'Almeida, 2005).

Arenales (2004) afirma que no sistema orgânico de produção de carne busca-se produzir alimentos saudáveis, de elevados valores nutricionais e isentos de contaminação, preservando-se a biodiversidade onde se insere o sistema produtivo. O manejo da produção orgânica animal baseia-se no atendimento das necessidades fisiológicas e etológicas dos animais. Assim, aos animais deve ser permitido satisfazer suas necessidades comportamentais associando-as a condições sanitárias adequadas ao contínuo bem-estar e conforto, quer criado exclusivamente a pasto ou alimentados com dieta 100% orgânica, produzida na própria fazenda ou na região.

Alguns produtos devem ser definitivamente excluídos da alimentação orgânica de animais, como os promotores e estimulantes sintéticos do crescimento e do apetite, conservantes, corantes artificiais, uréia, subprodutosde origem animal (farinha de carne, farinha de osso, camas de aviário ou qualquer outro tipo de esterco), tortas de oleaginosas submetidas à extração por solventes, aminoácidos puros e alimentos geneticamente modificados (IBD, 2006).

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Entretanto, a produção orgânica ainda é pouco expressiva se comparada ao modelo convencional. De acordo com Santos & Monteiro (2004), o principal entrave na produção desses alimentos é a baixa escala de produção, seguido pela falta de padronização das carcaças e pela irregularidade na oferta (Fernandes & Oliveira, 2001).

O meio ambiente e o manejo inadequado são responsáveis pelo aparecimento de doenças no rebanho, as quais aumentam os índices de mortalidade, reduzem a produção e a qualidade dos produtos. Todas as medidas preventivas são válidas no intuito de reduzir a incidência de doenças no rebanho, adotando-se medidas de higiene e programas de vacinação (Quadros &Vieira, 2009).

O mercado consumidor tem buscado carnes com melhores qualidades organolépticas e cada vez mais exige alimentos isentos ou com um mínimo de resíduos de produtos químicos. Vieira (2004) adverte que os produtos de origem animal podem conter resíduos de compostos químicos que foram administrados aos animais, além de serem eliminados com as excreções, contaminando o meio ambiente.

Com o mercado cada vez mais competitivo, é necessária a adoção de técnicas para melhorar os sistemas de produção, fazendo com que a carne ovina alcance os parâmetros de qualidade desejáveis, tanto quantitativos como qualitativos (Santos, 2002).

Procedimentos utilizados na produção animal orgânica

A agricultura mundial foi impulsionada significativamente nos anos 60 e 70 com a chamada “revolução verde”, quando as práticas de mecanização, correção e fertilização do solo impulsionaram a produção mundial de alimentos para patamares nunca experimentados (Vitti & Luz, 2004). Os novos anseios que envolviam a produção de alimentos despertaram o mundo para sistemas de produção mais conservacionistas, e a palavra ecologia ganhou significado especial. Surgiram, então, os sistemas alternativos com propostas ambicionistas para a produção de alimentos em harmonia com o meio ambiente. Em comum, todas apresentam forte preocupação com os destinos inseparáveis do homem e do meio ambiente, sendo a agricultura orgânica a mais conhecida desse segmento (Araújo Filho & Vasconcelos, 2003).

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As mudanças nos níveis de produtividade e na qualidade genética dos animais preconizada na revolução verde contribuíram para o aparecimento de muitas doenças que implicam no uso intensivo de medicamentos e nas condições artificiais de criação, tornando os animais verdadeiras máquinas de produção. Sofrem primeiro os animais e depois o homem, este por estar sendo impelido a consumir alimentos de qualidade duvidosa quanto à função de manter a saúde humana. Os problemas de ordem de segurança alimentar, como o mal da vaca louca, invoca a importância da rastreabilidade como forma de garantir qualidade superior aos produtos (Fonseca, 2001).

Segundo a FAO (2007), órgão da Organização das Nações Unidas, define-se como agricultura orgânica a produção holística de um sistema de manejo que promove e estimula a saúde do agrossistema, incluindo a biodiversidade, os ciclos biológicos e atividade biológica do solo. O sistema enfatiza, ainda, práticas de manejo em preferência ao uso de insumos externos à propriedade, levando-se em conta a adaptação dos sistemas às condições regionais. Soma-se a esse pressuposto, o uso, sempre que possível, de práticas agronômicas, métodos mecânicos e biológicos, em detrimento do uso de materiais sintéticos para realização das funções de um determinado sistema (Darolt, 2002).

Os maiores problemas para a produção orgânica de animais referem-se à produção de forragem e grãos, pois no sistema de produção orgânico recomenda-se que a alimentação seja equilibrada e supra todas as necessidades dos animais. Os suplementos devem ser isentos de antibióticos, hormônios e vermífugos. São proibidos aditivos, promotores de crescimento, estimulante de apetite e uréia (Almeida, 2000). Os principais procedimentos para manejo das pastagens, manejo do rebanho e das instalações, alimentação e tratamento veterinário, são apresentados nos Quadros 1 e 2.

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Quadro 1 - Procedimento técnico para manejo de pastagens na produção orgânica Manejo de Pastagens Procedimentos Recomendados Procedimentos Restritos Procedimentos Proibidos Técnicas de manejo e conservação de solo e água;

Nutrição das pastagens;

Controle de pragas, doenças e invasoras das pastagens;

Pastagens mistas;

Pastoreio rotativo;

Rodízio de animais;

Fogo para limpeza de pastagem; Pastoreio permanente; Estabelecimento de pastagem em solos encharcados, rasos ou pedregosos; Monocultura de forrageiras; Queimadas regulares; Superlotação de pastos; Uso de agrotóxicos e adubação química;

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Quadro 2 - Procedimentos técnicos para manejo nutricional e sanitário na produção orgânica

Manejo Nutricional e Sanitário

Procedimentos Recomendados Procedimentos Restritos Procedimentos Proibidos Autossuficiência alimentar;

Aditivos naturais para ração;

Suplementos vitamínicos naturais;

Homeopatia, fitoterapia e acupuntura;

Vacinas estabelecidas por Lei;

Aquisição de alimentos não orgânicos;

Aditivos, suplementos vitamínicos e minerais (de forma controlada); Agentes etiológicos dinamizados; Amochamento e castração; Uso de aditivos estimulantes sintéticos e promotores de crescimento; Uréia; Restos de abatedouros; Transferência embriões; Descorna e outras mutilações; Animais geneticamente modificados;

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Parasitas gastrointestinais de ovinos

O Brasil detém 3,3 % da população mundial de caprinos e ovinos, estimada em 9,5 milhões e 14,6 milhões, respectivamente, (SEBRAE, 2009) e a região Nordeste concentra os maiores rebanhos, com 94% dos caprinos e 55% dos ovinos. No entanto, um dos principais entraves ao crescimento deste segmento são as parasitoses por nematódeos gastrintestinais, que representam o maior e mais grave problema sanitário dos pequenos ruminantes, ocupando lugar de destaque entre os fatores que limitam a produção ovina, sendo responsabilizada por perda de peso, redução no consumo de alimentos, queda na produção de leite, baixa fertilidade e, nos casos de infecções maciças, altas taxas de mortalidade, chegando a inviabilizar economicamente a criação (Vieira, 2008).

O controle integrado de parasitas (CIP) é um conjunto de medidas estratégicas que visam principalmente reduzir a contaminação dos animais e da pastagem, assim como manter a eficácia das drogas antiparasitárias. A dependência de anti-helmínticos comerciais no controle dos nematódeos gastrintestinais tem demonstrado ser pouco sustentável e eficiente em longo prazo (Molento, 2005).

Recentemente foram revisadas algumas das técnicas alternativas a serem utilizadas, no Brasil, para o CIP, incluindo o manejo do rebanho e de pastagens, pastoreio rotacionado, descontaminação prévia das pastagens, pastoreio com alternância de categorias e ou espécies de hospedeiros, controle biológico, seleção genética, nutrição, vacinas e fitoterapia (Cezar et al., 2008).

Formas de tratamento com anti-helmínticos

Seis são as formas de tratamentos contra helmintos, quando o tratamento preventivo realizado em períodos regulares, com datas pré-estabelecidas, e no rebanho inteiro, com o objetivo de evitar infecções clínicas ou subclínicas. No entanto, o princípio ativo não elimina 100% das formas infectantes, selecionando cepas resistentes (Molento, 2005). O tratamento curativo é realizado somente quando ocorrem sinais clínicos evidentes e o Tratamento tático é utilizado sempre que as condições ambientais favoreçam o surgimento de verminose. Tanto no tratamento curativo quanto no tático, o

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desenvolvimento da resistência anti-helmíntica é retardado, mas existe importante perda de produção pelos animais além de alta contaminação do meio-ambiente com os estágios infectantes dos nematódeos. O tratamento supressivo consta em vermifugar os animais a cada 2-4 semanas, com drogas de curta persistência. A razão disto é empregar drogas antes do fim do período pré-patente dos parasitas, objetivando, portanto, uma quase total eliminação de vermes no ambiente (Reis, 2004; Torres-Acosta & Hoste 2008).

No tratamento seletivo são tratados somente alguns animais do rebanho, e o tratamento não intencional é quando se utiliza anti-helmínticos para o tratamento de outras doenças parasitárias, como a miíase por Oestrus ovis ou a sarna (Torres-Acosta & Hoste, 2008).

Método Famacha

É a técnica mais conhecida de tratamento seletivo, uma vez que são vermifugados apenas os animais que apresentam anemia clínica (Molento, 2005). Além disso, permite identificar animais susceptíveis, resilientes e resistentes, proporcionando informações para um programa de seleção. No momento da avaliação se define a coloração da conjuntiva frente a um cartão ilustrativo que acompanha a técnica, e se determina o grau de anemia dos animais.

No cartão (Figura 1) estão presentes cinco categorias, variando de 1 (coloração vermelho brilhante) até 5 (coloração pálida, quase branca), que representam diferentes valores de hematócrito, sendo 35, 25, 20, 15 e 10%, respectivamente, para os grupos de 1 a 5 (Bath G. F. & Van Wyk, J. A. 2001). Baseado nesta comparação são tratados somente os animais que apresentam coloração de mucosas compatíveis com os graus 4 e 5 e, em alguns casos, com o grau 3. Este procedimento permite que haja persistência de uma população de parasitas sensível no meio ambiente, mantém a eficácia helmíntica por um período maior e, com isso, o aparecimento de resistência anti-helmíntica tende a ser retardado (Vieira, 2008).

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Fonte: Molento, 2007

Figura 1 – Cartão FAMACHA

Fitoterapia no tratamento de parasitas gastrointestinais em ovinos

A utilização de plantas no tratamento de diversas enfermidades, infecciosas ou não, é uma prática que foi bastante usada por nossos antepassados, principalmente em épocas da inexistência de produtos farmacêuticos mais avançados. O uso de produtos naturais com propriedades terapêuticas é tão antigo quanto é a civilização humana e, por um longo tempo, produtos minerais, de plantas de animais foram as principais fontes de drogas (Rates, 2001).

A Fitoterapia é o método de tratamento de animais que emprega vegetais frescos, drogas vegetais ou, ainda, extratos ou óleos vegetais preparados com estes dois tipos de matérias-primas. Na medicina veterinária, diversas pesquisas vêm sendo conduzidas com plantas medicinais no intuito de controlar o parasitismo por nematóides gastrintestinais em pequenos ruminantes (Githiori et al., 2003; Ademola et al., 2004; Iqbal et al., 2005; Costa et al., 2006).

Dentre as várias plantas ou extratos pesquisados podem ser citados: o extrato aquoso de Albizia anthelmintica, que obteve redução de 70% no OPG (Githiori et al., 2003); o extrato aquoso bruto de Artemisia brevifolia, que reduziu em 67,2% a contagem de ovos nas fezes (Iqbal et al., 2004); os medicamentos anti-helmínticos preparados com as plantas Myrsine africana , A. anthelmintica e Hilderbrantia sepalosa, que produziram redução do OPG de 77%, 89,8% e 90%, respectivamente (Gathuma et al., 2004); o extrato etanólico de Khaya senegalensis reduziu em 88% de redução do OPG nas feses de ovinos (Ademola et al.,2004); e a atividade anti-helmíntica de Calotropis procera avaliada em ovinos diminuiu 88,4% no OPG (Iqbal et

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al., 2005); sementes de Butea monosperma obtiveram eficácia de 78,4% através da contagem dos ovos por grama de fezes (Iqbal et al., 2006a); o extrato aquoso do rizoma de Zingiber officinale proporcionou um decréscimo de 66,6% no OPG (Iqbal et al., 2006b); e o extrato do Mormodica charantia observou-se uma redução média do número de OPG para 63,06% após 30 dias (Almeida et al., 2005). O Quadro 3 apresenta as plantas utilizadas por produtores rurais para tratamento das enfermidades de bovinos, ovinos e caprinos.

Entretanto, a total aceitação de drogas derivadas de plantas e a utilização da fitoterapia na medicina científica só ocorrerão se estes produtos cumprirem os mesmos critérios de eficácia, segurança e controle de qualidade que os produtos sintéticos (Rates, 2001), ou seja, os produtos derivados de plantas devem ter eficácia avaliada e confirmada, assim como deve ser garantida que sua administração a organismos vivos ocorra sem riscos para sua saúde.

Quadro 3. Plantas medicinais utilizadas no tratamento animal

Plantas Medicinais Tratamento

Nome Científico Parte da Planta

Caprinos/Ovinos

Alecrim Baccharis

dracunculifolia

Folha Antisséptico

Ameixa Ximenia americana Casca Mastite

Aroeira Mycrodruon urundeuva Casca Mastite

Bananeira Musa acuminata Folha Verminose

Pimenta do Reino

Piper nigrum Semente Verminose

João Mole Pisonia tomentosa Casca Retenção de placenta

Jucá Caesalpinia ferrea Casca Mal do Caroço

Jurema Preta Mimosa tenuiflora Casca Mamite

Limão Citrus limonum Fruta Verminose

Mamoeiro Carica papaya Casca Verminose

Mamona Ricinus communis Azeite Boqueira

Marmeleiro Croton sonderianus Casca Mal do Caroço

Mastruz Henopodium

ambrosioides

Folha Verminose

Nin Azadirachta indica Folha Verminose

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Qualidade da carne

O conhecimento das características qualitativas da carne é premissa básica para a melhoria da qualidade potencial do produto (Tarouco, 2003). As principais características que influenciam a qualidade, e sua consequente aceitação pelos consumidores da carne ovina, estão relacionadas aos aspectos nutritivos, sensoriais e tecnológicos (Krolow, 2005).

Segundo Fernandes et al. (2009), pesquisas tem evoluído no sentido de melhorar os aspectos qualitativos dos produtos cárneos, com o objetivo de atrair consumidores e ampliar a competição do mercado. No entanto, o termo qualidade da carne pressupõe um conceito amplo e complexo, pois envolve diversos aspectos inter-relacionados, englobando todas as etapas da cadeia produtiva, variando com as regiões geográficas, questões culturais, classes socioeconômicas, visões técnico científicas, industriais e comerciais (Leão et al., 2011).

Em termos gerais, a composição da carne se estabelece à medida que o animal cresce, estado que se completa no momento do abate. A qualidade é fortemente afetada por fatores, tanto ante, quanto post mortem. A composição química está relacionada a fatores relativos ao animal, ao meio, à nutrição, aomanejo antes do abate, às condições de processamento e à conservação das carcaças após o abate (Sañudo, 2002).

A qualidade da carne tem feito parte de estudos cada vez mais objetivos, fundamentando-se em testes químicos e físicos, variando em função do segmento observado, ou seja, a produção, a indústria, o comércio e o consumidor (Dabés, 2001; Silva Sobrinho et al., 2005).

Silva Sobrinho et al. (2005) relataram que a qualidade da carne está diretamente associada a aspectos relativos à maciez, suculência, sabor e odor. Deve-se observar ainda, diferenças entre as carnes de cordeiro quanto à raça, idade ao abate, alimentação e, principalmente, sistema de produção, fatores que influenciam na cor do produto, com a coloração variando de rosa nos cordeiros até o vermelho escuro nos animais adultos.

O consumidor tem se mostrado atento às características sensoriais do produto e, sua avaliação tem sido eficiente na avaliação dos alimentos, por sua habilidade em

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caracterizá-los quanto às propriedades perceptíveis pelos órgãos dos sentidos humanos (Batista et. al., 2010).

Com o acesso à informação, o homem moderno busca alimentos mais saudáveis, com baixos conteúdos de lipídios e colesterol. Desse modo, fatores como o peso do animal, a proporção de músculos, o teor de gordura, a conformação e a idade determinam sua aceitabilidade (Teixeira et al., 2005).

Características nutricionais da carne

A relação entre nutrição e saúde vem sendo discutida diante dos problemas de saúde relacionados com os alimentos (Vandendriessch, 2008). Quando se quer qualidade de vida e adoção de atitudes compatíveis com a atenção à saúde, é importante o interesse da população em conhecer o que se consome (Scollan et al., 2006), daí a importância dos parâmetros nutricionais desejáveis dos alimentos. Com o aumento da população mundial a melhora no estilo de vida das pessoas, e do desejo pela maior variabilidade nas dietas (Sofos, 2008), a carne ovina pode ocupar espaço num mercado cada vez mais competitivo e globalizado.

Características físicas da carne

Os atributos quanto à qualidade da carne apresentam grandes variações, as quais influenciam na preferência dos consumidores. Dentre esses atributos encontram-se o pH, que está diretamente relacionado com o acúmulo de ácido lático oriundo das mudanças post-mortem; a maciez, que determina a aceitação do corte; e a perda de peso por cozimento, que está associada ao rendimento após o preparo.

Durante o período de rigor mortis e da maturação da carne, o pH tem influência marcante na contração, proteólise e desnaturação protéica, acarretando mudanças na sua estrutura e, consequentemente, na qualidade (Lawrie, 2005).

O método físico de medir a força de cisalhamento tem sido bastante utilizado, pois apresenta alta correlação com a análise sensorial (Borges et al., 2006). Segundo Cezar & Sousa (2007), utilizando essa técnica classificaram a textura da carne em macia

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(2,28 a 3,63 kgf/cm2), de maciez mediana (3,64 a 5,44 kgf/cm2) e dura a extremamente dura (acima de 5,44 kgf/cm2).

A perda de peso por cocção constitui uma medida essencial da qualidade da carne, posto que está associada ao seu rendimento no momento do consumo. Durante o cozimento, o calor provoca alterações na aparência e nas propriedades físicas da carne. Quando sua temperatura atinge valores entre 60 e 70 °C ocorre uma forte contração das células musculares e perda de suco, provocando, consequentemente, diminuição significativa na maciez (Bressan et al., 2004).

Composição centesimal e perfil de ácidos graxos

A carcaça tem sua composição influenciada pela alimentação, tendo o nível nutricional induzido variações no crescimento do animal e, portanto, em sua composição química. Sañudo et al. (2008) relataram que o efeito da dieta pode ser considerado sob o ponto de vista do sistema de manejo alimentar, da concentração de nutrientes, do tipo e qualidade das matérias primas da ração e seu estado físico, sendo esses aspectos difíceis de serem analisados isoladamente.

A carne, do ponto de vista qualitativo e quantitativo, é caracterizada pela natureza das proteínas que a compõe. Além de sua riqueza em aminoácidos essenciais, contém umidade, gordura, vitaminas, glicídios e sais minerais. A composição química da carne ovina apresenta valores médios de 73% de umidade, 23% de proteína e 4% de gordura. Quantitativamente, a água é o constituinte mais importante da carne, uma vez que aproximadamente 75% da mesma consiste em água e esse valor é apreciavelmente constante de um músculo para outro no mesmo animal. Mesmo entre espécies, a umidade exerce influência na qualidade da carne, tanto na sua suculência como na textura, sabor e cor (Madruga et al. 2008).

A carne apresenta elevado valor biológico, o que pode ser observado por seu alto conteúdo em proteína proveniente dos músculos, tecidos conjuntivos, miofibrilas e sarcoplasma, bem como pela disponibilidade em aminoácidos essenciais e elevada digestibilidade. A ingestão diária de 100 gramas de carne fornece de 45 a 55% da proteína diária recomendada para humanos (Lawrie, 2005).

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Pertencente a um grupo heterogêneo de compostos insolúveis em água e solúveis em solventes apolares, a gordura é um importante constituinte dietético, devido ao alto conteúdo energético, pelas vitaminas lipossolúveis A, D, E, K, bem como pelos ácidos graxos essenciais. A gordura depositada na carne tem participação em atributos sensoriais desejáveis, como maciez, suculência e aroma. A gordura intramuscular, de marmoreio e grau de gordura de cobertura, é apontada como fatores que contribuem para a suculência e maciez, quando comparados com diferentes localizações da gordura na carcaça e na carne (Lawrie, 2005).

Os lipídeos, por sua vez, constituem os componentes mais variáveis da carne, oscilando sua proporção conforme a espécie, a raça, o sexo, o manejo, a alimentação, a região anatômica, a idade do animal e, até mesmo, o clima (Maturano, 2003).

É importante ressaltar que as propriedades físicas e químicas dos lipídios afetam diretamente as qualidades nutricionais, sensoriais e de conservação da carne. O sabor é influenciado pelo perfil de ácidos graxos. As gorduras saturadas solidificam após cozimento, influenciando a palatabilidade da carne. A presença dos ácidos graxos insaturados aumenta o potencial de oxidação, influenciando diretamente a vida de prateleira da carne in natura ou cozida (Santos et al., 2010).

Netto & Torres (2008) afirmaram que a carne, em especial a vermelha, tem sido objeto de propaganda negativa, sendo associada especialmente às doenças cardíacas, pela formação de aterosclerose, bem como às doenças neoplásicas (câncer) e às intoxicações. Entretanto, a carne é referida como uma importante fonte de energia (de até 30 % do total), proteínas e aminoácidos essenciais. E também fonte de ferro, elemento essencial na formação de glóbulos vermelhos, fósforo e vitaminas.

A idade do animal influencia na formação de ácidos graxos, sendo que, quanto mais elevada a idade, maior a quantidade de gorduras saturadas e colesterol, embora também aumente a formação de ácido oleico e linoleico, que são favoráveis.

O sexo exerce influência nas fêmeas, apresentando maior percentual de ácido oleico em sua gordura. Por outro lado, o corte tem importância, uma vez que o pernil tem menos colesterol e maior teor de gorduras insaturadas (Netto & Torres 2008). Segundo os mesmos autores, pode haver um efeito protetor da carne ovina, especialmente nas raças de duplo propósito, pela maior quantidade de gorduras formadoras de HDL, também chamado de colesterol bom.

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Características sensoriais da carne

Atualmente, os consumidores de produtos cárneos têm preferência por produtos de qualidade, induzindo os produtores e a indústria da carne a adequarem seus sistemas de produção para oferecer-lhes um produto com essa característica. A qualidade da carne provoca o mais alto grau de satisfação do consumidor e as características sensoriais estão relacionadas à porção comestível, principalmente à relação músculo/gordura à composição e valor biológico destes (Osório et al., 2009).

Os testes sensoriais fazem parte do controle de qualidade de um produto. Por ser uma medida multidimensional integrada, possui a vantagem de determinar a aceitação de um produto por parte dos consumidores, permitindo a observação de pequenas alterações, as quais, muitas vezes, não são detectadas através de outros procedimentos analíticos (Quadros & Silva, 2008).

A escolha do produto pelo consumidor está baseada em diversas características, onde o aspecto sensorial tem grande importância, sendo mais valorizados os atributos de suculência, cor, textura, aroma e sabor.

A suculência está diretamente relacionada aos lipídios intramusculares e ao teor de umidade da carne e na carne cozida é avaliada durante a mastigação. A primeira sensação de boca molhada durante as mordidas iniciais se deve à rápida liberação do suco celular da carne. A sensação seguinte, de suculência permanente, é causada pela lenta liberação da umidade e, possivelmente, pela estimulação da gordura sobre a saliva (Osório et. al., 2009).

A cor reflete a quantidade e o estado químico de seu principal componente, a mioglobina, proteína envolvida nos processos de oxigenação do músculo, que se caracteriza como principal pigmento responsável pela cor da carne. Na carne fresca, em condições normais, a mioglobina pode se apresentar em três formas básicas: mioglobina reduzida de cor vermelha púrpura, que se encontra no interior da carne; oximioglobina, formada quando a mioglobina entra em contato com o ar e tem uma cor vermelha brilhante, a coloração desejável pelo consumidor; e metamioglobina, que forma-se pela exposição prolongada da mioglobina ao oxigênio, apresentando cor marrom pardo, sendo motivo de recusa pelo consumidor (Osório et al., 2009).

A textura forma um conjunto de sensações distintas, dentre elas a dureza e a maciez, as mais importantes porque na carne cozida explicariam dois terços das

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variações da textura (Osório et al., 2009), podendo ser determinadas por métodos sensoriais e instrumentais.

Osório et al., (2009) afirmaram que a maciez da carne é diretamente relacionada com as estruturas protéicas e os tecidos conjuntivos e musculares, existindo maior sensibilidade e importância para o conjuntivo que para a fibra muscular.

O aroma tem grande importância sobre a aquisição de um produto e, na carne, o teor de gordura, bem como sua composição, marca profundamente esta característica. Pinheiro et al., (2008) conceituaram que o sabor de um alimento corresponde ao conjunto de impressões olfativas e gustativas, provocadas no momento do consumo, antes da sua ingestão, durante a mastigação e após a deglutição, e pode ser influenciado pelas características organolépticas do alimento. Por ser uma sensação complexa, sua avaliação depende basicamente do painel sensorial.

Existe variabilidade entre indivíduos na intensidade e na qualidade da resposta a um dado estímulo, devido a fatores estranhos. Assim, a escolha dos membros do painel sensorial, bem como suas condições de trabalho, reveste-se de grande importância, pois será determinante na confiabilidade da avaliação sensorial (Batista et al., 2010).

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CAPÍTULO II

DESEMPENHO DE OVINOS DA RAÇA SANTA INÊS

UTILIZANDO MÉTODOS ALTERNATIVOS DE CONTROLE

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RESUMO

Objetivou-se determinar o desempenho de cordeiros Santa Inês utilizando tratamento fitoterápico e alopático no controle sanitário. Foram utilizados 16 cordeiros, machos, inteiros, sendo oito animais em tratamento fitoterápico e oito em tratamento alopático. A dieta foi à mesma para ambos os tratamentos. Foi composta por volumoso, capim elefante (Pennisetum purpureum Schumach), leucena (Leucaena leucocephala) e resíduo de acerola(Malpighia glabra), e o concentrado de farelo de milho, produzido de forma orgânica e farelo de soja, produzido de maneira convencional. A água e o suplemento mineral foram fornecidos à vontade. Foi avaliado o peso inicial e final dos dois tratamentos, assim como o ganho de peso médio diário e o tempo de confinamento dos cordeiros. No peso inicial e final dos animais entre os dois tratamentos não houve efeito significativo, assim como no ganho de peso médio diário, já com relação ao tempo de confinamento, houve diferença significativa (P<0,05), sendo os cordeiros mantidos em tratamentos fitoterápicos permaneceram por menos tempo em confinamento do que os animais pertencentes ao tratamento alopático.

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PERFORMANCE OF SHEEP SANTA INES USING ALTERNATIVE

HEALTH CONTROL

ABSTRACT

The objective was to determine the performance of Santa Inês sheep using alternative methods of sanitary control. We used 16 anraça Santa Ines, bulls, eight finished in the conventional system of production and eight finished in the organic system. The diet for the two production systems was the same, comprise a large with elephant grass (Pennisetum purpureum Schumach), leucaena (Leucaena leucocephala) and residue of acerola (Malpighia glabra), and partly concentrated, consisting of corn bran and soybean meal is produced in conventional manner. Water and mineral supplement were provided ad libitum. We evaluated the average daily weight gain, initial weight, final weight and age of the lambs. In the average daily weight gain, the initial weight and final weight, no significant effect between treatments, as with respect to age, significant differences (P <0.05), and the lambs of the organic system newer than the animals in the conventional system.

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INTRODUÇÃO

No Brasil, as infecções causadas pela verminose gastrintestinal são importante fonte de perdas econômicas na produção de pequenos ruminantes. Dentre os vermes que acometem caprinos e ovinos destaca-se o Haemonchus contortus, o qual é responsável pela redução no ganho de peso, queda na produtividade (carne, lã ou leite) e elevada taxa de mortalidade, especialmente em animais jovens (Athayde et al., 2004; Coumendouros et al., 2003; Kawano et al., 2001).

A resistência dos nematódeos de ovinos a vermífugos convencionais é um dos principais problemas sanitários com que se defronta a ovinocultura no Brasil, (Echevarria, 1996). Esta situação não é diferente em outros países onde a resistência dos parasitos à maioria dos grupos químicos é uma realidade (Sangster, 1999). Além disso, sabe-se que os anti-helmínticos produzem resíduos na carne e no leite dos animais tratados e, também, no meio ambiente. No contexto da agricultura convencional, há premência no desenvolvimento de métodos que reduzam a carga parasitária dos animais e a disponibilidade de larvas nos pastos, destacando-se, também, o grande crescimento da agricultura orgânica na qual há extremas restrições ao uso de produtos sintéticos, sejam preventivos ou curativos, incluindo os antiparasitários (Hordegen et al., 2003).

As perdas causadas por helmintos são determinadas não somente pelos efeitos agudos da doença que em muitos casos resultam em morte do animal afetado, mas, principalmente, pelos efeitos de infecções prolongadas que agem com baixo desempenho, como perda de peso, redução na produção de carne, lã e leite (Furtado, 2008). Outro aspecto importante no controle de parasitas é o custo, já que a aquisição dos anti-helmínticos e da mão de obra para a aplicação do medicamento é onerosa para o produtor, devido ao uso constante no controle sanitário (Geary et al., 1999).

Objetivou-se, com esse trabalho, avaliar o desempenho de cordeiros da raça Santa Inês utilizando métodos alternativos de controle sanitário.

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MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido nas dependências do Setor de Ovinocultura, pertencente à Fazenda Amway Nutrilite do Brasil, localizada na Região Norte do Estado do Ceará, situada no km 334 da BR 220, no município de Ubajara, Ceará (latitude 3 ° 51 ’ 12 ’’ S e longitude 41 ° 5 ’ 10 ’’ W). O clima é o Amw’ (tropical chuvoso de monção), segundo classificação de Köppen. A temperatura média anual da região é de 28 °C e a precipitação média é de 640 mm ano-1, com o período chuvoso concentrando-se entre os meconcentrando-ses de janeiro a maio, e o período concentrando-seco geralmente estendendo-concentrando-se de junho a dezembro.

Foram utilizados 16 cordeiros da raça Santa Inês, machos e inteiros, alojados em gaiolas metálicas, dotadas de comedouros, bebedouros e dispositivos apropriados para fornecimento de suplemento mineral. Os cordeiros foram numerados e distribuídos por sorteio, oito em cada tratamento, em gaiolas metabólicas, colocadas em ambiente aberto, sombreado com barreiras de quebra-vento compostas por plantas de Sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia) e Nin (Azadirachta indica), com piso arenoso, onde permaneceram durante todo o período experimental.

Os dois grupos receberam a mesma dieta, com base na matéria seca, com relação volumoso:concentrado de 34:66 e ajustada para atender exigências de proteína e energia metabolizável para ganho esperado de 200g por dia segundo recomendações NRC (2007) (Tabela 1).

A parte volumosa da dieta continha capim napier (Pennisetum purpureum Schumach), Leucena (Leucaeana leucocephala) e resíduo de acerola (Malpighia

glabra). O concentrado fornecido era composto de farelo de soja adquirido no mercado

local, e farelo de milho produzido na própria fazenda e obedecendo às normas do sistema de produção orgânico.

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Tabela 1 – Ingredientes e composição química da dieta Ingredientes Dieta Farelo de Milho 53,61% Farelo de Soja 10,41% Resíduo de Acerola 3,40% Capim Napier 25,49% Leucena 5,10% Suplemento Mineral1 2,00%

Composição Bromatológica Base MS (%)

Matéria Seca (MS) 87,98%

Proteína Bruta (PB) 18,00%

Fibra em Detergente Neutro (FDN) 30,05%

Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) 70,00%

Extrato Etéreo (EE) 3,36%

1 Cada 1000g contem: Ca - 140,0g; P – 65,0g; S – 15,0g; Mg – 15,0g; Zn – 3.500,0 mg; Mn – 3.000,0mg;

I – 60,0 mg; Se – 10,0 Mg; Co – 100,0mg; Vit A 50.000,0 UI; Fluor (Maximo) – 650,0 mg.

No primeiro dia de experimento, ainda na fase de adaptação e com 30 e 60 dias foram coletadas amostras de fezes de todos os animais pertencentes aos dois grupos. As amostras foram levadas para o Laboratório de Parasitologia da Embrapa Caprinos e Ovinos para analises. Após a obtenção dos resultados das OPG, no lote de animais submetidos ao tratamento alopático foi realizada uma aplicação de vermífugo a base de Ivermectina na dosagem de 1 mL para cada 3 kg de peso vivo e nos animais pertencentes ao tratamento fitoterápico foi utilizado o extrato do melão de São Caetano

(Momordica charantia), colhido e manipulado na fazenda, numa proporção de 2:1, ou

seja, duas partes de álcool para uma de melão de são Caetano. A dosagem utilizada para o tratamento foi 5 mL do extrato / kg de peso vivo, durante três dias consecutivos. O mesmo procedimento ocorreu também aos trinta e aos sessenta dias.

Durante o período experimental, os animais foram acometidos de diarréia e catarro, sendo os cordeiros submetidos ao tratamento convencional tratados com anti diarréico e antiinflamatório. Já os animais submetidos ao tratamento fitoterápico foram tratados a base de fitoterapia, no controle da diarréia utilizou-se o chá do olho da folha da goiabeira (Psidium guajava) e para o controle do catarro garrafada de casca de jucá (Caesalpinia ferrea), casca de ameixa (Ximenia americana) e casca de aroeira (Mycrodruon urundeuva).

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O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com dois tratamentos (alopático e fitoterápico) e oito repetições. Os dados foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%, conforme procedimentos GLM do pacote estatístico (SAS, 2002), cujo modelo estatístico utilizado foi:

Yij = µ + ti + eij, onde:

Y = Características avaliadas µ = Média das observações ti = Tratamento (1,2) eij = Erro experimental

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas analises de ovos por grama de fezes (OPG) não houve diferença significativa (P>0,05) na utilização de fitoterápicos e alopáticos para o controle da verminose nos sistemas de produção (Tabela 2).

Tabela 2. Controle de verminoses usando a contagem de ovos por grama de fezes (OPG) empregando métodos de tratamento fitoterápico e alopático em ovinos da raça Santa Inês

Variável Tratamento Alopático Tratamento Fitoterápico CV (%)

OPGS (g) 0 dia 1043,5a 1445,8a 62,10

OPGS (g) 30 dias 565,0a 791,3a 69,95

OPGS (g) 60 dias 257,14a 368,75a 71,33

Não houve diferença significativa pelo teste F a 5%

Conforme os dados da Tabela 2 foram constatados reduções na contagem do número de ovos por grama de fezes em todos os tratamentos, entre os dias 1, 30 e 60 dias após o inicio do tratamento, ressaltando-se que durante todo o período experimental não houve diferença entre os tratamentos.

No grupo dos animais tratados com melão de São Caetano (Momordica

charantia), observou-se aos 30 dias após o início do tratamento houve uma redução

média do número de OPG de 45,27%, enquanto aos 60 dias após o inicio do tratamento houve redução média de 74,49%. Isso provavelmente seja explicada pela ação anti-helmíntica dos componentes naturais da planta sobre os vermes adultos e de fase larval presentes no trato gastrintestinal dos animais tratados, sendo possível considerar o melão de São Caetano (Momordica charantia) como uma alternativa a longo prazo para o tratamento da helmintíases gastrintestinais.

Os dados se assemelharam aos obtidos por Almeida (2005), que utilizando o extrato alcoólico de M. charantia, obteve uma redução no número de OPG de 56% aos 60 dias pós-tratamento. Comparando os resultados com os obtidos dos animais do grupo tratado com melão de São Caetano e animais tratados com produto cujo princípio ativo foi Ivermectina, observou-se aos 30 dias após aplicação do medicamento uma redução de 45,85%, enquanto aos 60 dias a redução foi de 75,36%. A baixa redução logo no início do tratamento pôde ser explicada pelo fato de que nem todos os parasitas têm a mesma sensibilidade aos diversos grupos químicos de anti-helmínticos. Além disso, os

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estágios imaturos são de um modo geral menos sensíveis à ação dos medicamentos quando comparados ao estágio adulto (Magalhães, 1998).

Para as variáveis de desempenho, não houve diferença significativa (P>0,05) para o ganho de peso médio diário, para o peso inicial e o peso final dos cordeiros terminados em sistemas com utilização de diferentes controles sanitários (Tabela 3).

Tabela 3. Desempenho de cordeiros terminados com diferentes controles sanitários Tratamentos Variáveis Alopático (kg) Fitoterápico (kg) CV (%)

Idade (dias) 185,50a 170,37b 1,97

PI* (kg) 13,76a 13,58a 17,12

PF** (kg) 24,80a 23,60a 13,62

Gpmd*** (kg) 0,14a 0,13a 25,15

*PI – Peso Inicial; **PF – Peso Final; *** Gpmd – Ganho de Peso Médio Diário;

Tabela 4. Despesas com alimentação e sanidade

Sistema Convencional Insumos Utilizados Valor Unitário

R$ Quantidade utilizada/animal Valor Total R$ Dieta (kg) 0,68 44,23 kg 30,07 Medicamentos 6,00 05 doses 30,00 Vacinas 0,52 02 doses 1,04 Vermífugos 0,36 03 doses 1,08

Valor gasto por cordeiro 62,19

Sistema Orgânico Insumos Utilizados Valor Unitário

R$ Quantidade Utilizada/animal Valor Total R$ Dieta (kg) 0,68 51,75 kg 35,19 Medicamentos 0,05 48 doses 2,40 Vacinas 0,52 02 doses 1,04 Vermífugos 0,05 09 doses 0,45

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Os dados obtidos são opostos aos encontrados por Zeola et al., 2011, que reportaram diferença significativa (P<0,05) para o ganho de peso médio diário, onde os cordeiros procedentes do sistema orgânico obtiveram o ganho de peso de 110g/dia enquanto os cordeiros pertencentes ao sistema convencional, 130g/dia. Com relação a idade ao abate os cordeiros submetidos ao sistema de produção orgânico levaram maior tempo para chegar ao abate do que os cordeiros do sistema convencional, 149 dias e 112 dias, respectivamente.

Na Tabela 4 são mostrados os custos com tratamento dos cordeiros durante o período do experimento, estando contabilizados todos os produtos utilizados quer sejam fitoterápicos e alopáticos, assim como o custo da dieta fornecida aos cordeiros.

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CONCLUSÃO

Os métodos alternativos de controle sanitário utilizados em cordeiros da raça Santa Inês foram eficazes no combate a verminoseem ambos os tratamentos, alopático e fitoterápico. Quanto ao desempenho dos animais, os cordeiros pertencentes ao grupo de animais tratados com alopatia levaram mais tempo para chegar ao abate do que animais tratados com fitoterapia, os mesmos também tiveram menor custo de produção.

Referências

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