• Nenhum resultado encontrado

Informamos que uma apresentação está disponível para download no site

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Informamos que uma apresentação está disponível para download no site"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

Operadora:

Bom dia senhoras e senhores, e obrigada por aguardarem. Sejam bem-vindos à teleconferência da Perdigão S.A. para discussão dos resultados referentes ao 4T06 e ao ano de 2006.

Informamos que uma apresentação está disponível para download no site www.perdigao.com.br/ri.

Informamos também que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da empresa, e em seguida iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando maiores instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de alguma assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador digitando *0. Gostaríamos de ressaltar que essa teleconferência é exclusivamente para investidores e analistas. Portanto, pedimos a compreensão da imprensa, uma vez que a teleconferência direcionada para esse público foi realizada na ultima segunda-feira.

Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Companhia, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Perdigão, bem como em informações atualmente disponíveis para a Companhia. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer.

Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais podem afetar os resultados futuros da empresa e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles expressos em tais considerações futuras.

Gostaria agora de passar a palavra ao Sr. Wang Wei Chang, Vice-Presidente de Finanças, Administração e Relações com Investidores. Por favor, Sr. Wang, pode prosseguir.

Wang Wei Chang:

Muito obrigado. Bom dia a todos. Bem-vindos à nossa teleconferência sobre o resultado de 2006. Sobre o resultado de 2006, para vocês que já participam, já acompanham há algum tempo nossos resultados, nós vínhamos falando todo ano que o 1S foi o pior semestre do período; o 3T foi um trimestre de transição, e o 4T já seria um trimestre com business as usual, com algumas restrições, como o dólar, por exemplo.

(2)

Isso nós já vínhamos falando, nós começamos a falar isso na época em que fizemos a emissão, depois nas várias reuniões, e praticamente o resultado foi o que nós esperávamos, quer dizer, os números dos resultados são aqueles números que nós indicamos, praticamente; tanto valores do EBITDA, nós demos algumas indicações, como valores do resultado.

Nós podemos dizer que mesmo com um ano muito ruim para exportações, principalmente no 2T06, e depois uma recuperação em várias regiões, e principalmente no Oriente Médio, nós tivemos resultados operacionais, resultados e aumento de volume bons. Mesmo com tudo o que aconteceu, nós tivemos aumentos tanto no mercado interno, que aumentou 13,4% no ano, quanto no mercado externo; apesar de todas essas reduções de consumo e etc. em várias regiões, conseguimos ainda um aumento marginal pequeno, de 0,7%.

Vale a pena realmente mencionar os resultados que nós obtivemos no 4T, em que aumentamos em receitas, um trimestre contra o outro, 22,4%; no mercado interno, 34,3%; e em exportações, 7,2%. E também aumento de volume nesse mesmo trimestre de, no mercado interno, 10,3%, e no mercado externo, de 13,2%. Essas são performances que realmente nós achamos que são excelentes.

Em termos de outros resultados, eu vou falar pouco sobre o resultado do ano, porque eu acho que vocês já vinham analisando isso, e também tem todos esses números no nosso relatório, que vocês analisaram. Depois disso eu vou entrar em mais detalhes sobre perspectivas do futuro – 1T07 e também o ano de 2007.

Mas refletindo somente sobre esses resultados, eu acho que dois pontos merecem uma análise mais detalhada, e eu acho que todos têm até um certo receio sobre esses dois pontos. Não estou falando de margem bruta, mas estou falando das nossas despesas operacionais, principalmente as despesas de venda, e também o nosso EBITDA, que realmente foram os dois pontos em que nós... Em termos de despesas operacionais, tanto no 4T como no ano, nós tivemos um aumento expressivo, em termos de porcentagem; e no caso do EBITDA, uma queda.

Logicamente, a primeira coisa que a gente tem que levar em consideração é a apreciação do Real. Nesse último trimestre, mesmo com preços no mercado externo já muito parecidos com os do mesmo período do ano passado, nós tivemos depreciação do USD, ou apreciação do Real, em que o efeito foi contra a gente.

Mas também eu acho que o que nós temos que levar em consideração aqui é que estamos consolidando, a partir de junho, os resultados da Batávia, que têm uma característica bem diferente da Perdigão – são margens brutas bem maiores, e despesas operacionais também bem maiores. Então, se você desconsiderar Batávia, nós teríamos uma redução dessas despesas operacionais, de 0,5 p.p. aproximadamente.

(3)

Além disso, o que também elevou esse valor, mas não afetou resultado, mas elevou a porcentagem e também reduziu EBITDA, a porcentagem de EBITDA, é o efeito de que nós começamos este ano a vender muito mais em custo mais frete, ao invés de FOB. Nós tivemos uma redução de aproximadamente 120 mil e poucas toneladas, que resultou em despesas de frete que estão no hall de aproximadamente R$57 milhões. Se você tirar esse efeito, dá outros 0,9p.p.. Então, dos 20,6% ou 22,1%, se eu tiro 0,5p.p. e tiro 0,9p.p., eu chego em 18,7%, que é um número, para aqueles que gostam de comparar, bastante compatível.

E ao mesmo tempo, eu queria também comentar sobre o nosso EBITDA, que fechamos no ano de 2006 com 6,4%, e que reflete, logicamente, todo o resultado ruim até o 2S. Está baixo, logicamente é um dos mais baixos que nós já obtivemos, mas também tem esse resultado da venda de mais custo de frete, de 0,9p.p.. E, também, nós resolvemos agora modificar o cálculo do EBITDA, colocando também as matrizes como ativo fixo, a partir de 2007.

Então, esse resultado de 6,4% ainda não tem esse incremento do EBITDA na margem por causa do ativo fixo. Se eu fosse colocar as matrizes como ativo fixo, estaria aumentando esse EBITDA em, aproximadamente, 1,4p.p. no ano. Então, esse valor seria na verdade 8,6%, e na verdade, se você for considerar também o CIF, que seria um pouco mais, seria algo em torno de 0,9p.p. a mais. Tudo isso na verdade não afeta o resultado final; são maneiras de calcular, apenas uma explicação. Logicamente que nós achamos que as despesas operacionais continuam altas; nós temos que, e estamos trabalhando para, reduzir as despesas de vendas, principalmente; nossa conta de fretes aumentou muito nesse ano, porque estamos distribuindo no mercado interno para maiores distâncias, estamos atingindo sempre maiores distâncias, e também estamos distribuindo em cada cidade para clientes quantidades menores. Então, estamos analisando agora como racionalizar isso. Esse efeito dessa análise já deve começar a acontecer a partir deste ano, mas com mais peso a partir do 2S07.

Comentando agora sobre o futuro, o resultado está aí, esse resultado é o que nós tínhamos comentado já várias vezes, e eu acho que isso não está muito longe das projeções das várias análises que nós acompanhamos.

Comentando agora sobre 2007, nós estamos projetando um crescimento dos negócios tradicionais da Perdigão – produtos de carne e mais outros processados, sem considerar os lácteos – um aumento de acima de 10%, de mais de dois dígitos, com o mercado interno crescendo algo em torno de 7% e o mercado externo crescendo algo em torno de 15%. Por que esses 15%? Porque em 2006 não crescemos praticamente nada, somente 0,6%. Então, agora estamos correndo atrás desse atraso, vamos dizer, queremos crescer dois anos em um, praticamente. 15% mais 0,7% daria algo como 16%, o que daria 7% ao ano, se a gente fosse crescer normalmente, se tivéssemos crescido também em 2006.

(4)

E para os produtos lácteos, nós estamos projetando crescer também acima de dois dígitos, estamos projetando crescer 12%.

Com relação ao mercado externo, o que nós estamos verificando é o seguinte: vou entrar agora com um comentário bem rápido sobre cada região, das várias regiões em que nós estamos muito atuantes.

Primeiro, o Japão. Nós vínhamos comentando que o estoque do Japão estava muito alto, inclusive no 3T, continuava com um estoque de 140 mil, e nós sempre comentamos que abaixo de 100 mil os preços poderiam melhorar. Mas durante o 3T, o Brasil vendeu muito, continua a vender uma grande quantidade, praticamente a mesma quantidade que o consumo que eles têm dos produtos importados – algo em torno de 30 mil toneladas, então o Brasil exportou algo em torno de 27 mil, 30 mil toneladas, e ele estava sendo consumido então não tivemos uma redução.

A redução começou a acontecer agora, somente, porque está existindo uma redução dos volumes exportados para o Japão. Então, nesse 1T nós ainda não estamos vendo uma reação nos preços para o Japão, que deve somente começar a partir do 2S. Quer dizer, os preços estão começando a melhorar em março; logicamente que nós, e acho que todos estão vendendo mais a curto prazo. Estamos percebendo que, a partir de março, e para abril, os preços devem melhorar um pouco para o Japão.

Para o restante da Ásia, a Coréia continua comprando bem. Tanto Japão quanto Coréia, como vocês sabem, tiveram problemas de gripe aviária, a bird flu, que é outro fato que a gente está verificando que está acontecendo em vários lugares, mas não está afetando tanto o consumo. Aconteceu recentemente na Inglaterra, em uma granja de perus, mas mesmo assim não estamos vendo nenhuma redução no consumo de carne de aves em geral. A Coréia continua bem, e no restante da Ásia nós temos o seguinte: estamos vendo os preços dos produtos de aves subindo pouco a pouco, e os preços de produtos de suínos com pressão de preços para baixo, porque existe uma grande oferta. A Rússia ainda não começou a comprar de outros estados, então existe um excesso de produção e uma oferta grande para exportação, e praticamente, como são poucos lugares, existe uma pressão grande sobre o preço. Mas nas aves em geral – é esse o comentário também importante de se fazer – aves em geral, não só na Ásia, estamos começando a ver uma pressão de preços para cima.

Logicamente, com o aumento do custo do milho, que depois nós vamos comentar – o Leopoldo está do meu lado e depois vai comentar sobre as commodities em geral, principalmente dando alguma ênfase no preço do milho – com o custo do milho mais alto, o que acontece é que tem um custo de ração mais alto para todos os produtores no mundo. Logicamente, existe uma tentativa de aumentar esse preço em todas as partes do mundo, mas sempre existe um gap de tempo entre o aumento de custo e o aumento de preço. E a

(5)

gente está começando a ver isso a partir desse mês agora, para as vendas que estamos fazendo em março, e mais para frente acho que a tendência é de um aumento – talvez um pouco lento, até, mas é um aumento de preço.

No Oriente Médio, o mercado está bem, os preços estão subindo. Em geral, está tudo bem. Eu não colocaria o Irã como Oriente Médio, mas para o Irã é sempre complicado vender. Eles agora criaram um imposto de importação, então isso também dificulta um pouco mais as vendas. Nós vendemos uma pequena quantidade, estamos analisando talvez algumas novas operações. Mas é um mercado mais complicado... O Irã não faz parte do Oriente Médio, mas é o país mais complicado de todos os países muçulmanos que nós vendemos. Mas os preços estão subindo pouco a pouco, e os volumes também estão bem demandados.

Na Europa ainda não tem uma decisão final sobre as cotas, os europeus adiaram isso para 1° de julho, então tem ainda alguns meses tanto para definição dos compradores como dos vendedores, e estão havendo também várias reuniões aqui e na ABEF sobre como usar ou dividir essas cotas entre os brasileiros.

Fora disso, para o peito salgado os preços estão subindo. Também o que está muito bem demandado é o produto peito de peru, e dá, realmente, para entender, porque o peru, logicamente, a taxa de conversão é muito mais alta do que um frango.

A gente brinca aqui, internamente: o peru é uma ave, mas come como um porco, come muito mais. A taxa de conversão é parecida com a de um suíno. Com o aumento do milho, logicamente a ração está muito mais alta e, logicamente, a produção deve ser bastante não-lucrativa na Europa, por exemplo. Então, nós estamos aí vendo uma pressão bastante boa, um aumento de preço bastante interessante no peito de peru.

Para a Rússia – bom, ainda temos o problema da carcaça dos suínos que vendemos para a Rússia, os preços estão agora um pouco mais deprimidos, tem muita oferta, mas, em geral, para o frango, os preços estão bons tanto para o frango inteiro como para o leg-quarter. E para o restante do mundo, é a mesma coisa. Em geral, os preços estão bastante bem demandados, quer dizer, os preços estão bons para frango e não tão bons para suíno.

Conseqüentemente, essa é a mesma história aqui no mercado interno. Os preços para o produto de frango estão bem, você consegue vender com relativo aumento de preço, mas os preços dos produtos suínos estão um pouco – por causa de uma oferta maior – baixos.

Então, o mercado externo deve crescer, para a Perdigão, vamos crescer, no mínimo, 15%, como nós estamos projetando, e, logicamente, com resultados operacionais, se você for comparar com 2005 etc., serão resultados operacionais não tão bons por causa do dólar. O dólar a R$2,08, hoje está a

(6)

R$2,10 por causa da Bolsa da China, mas nesse patamar abaixo de R$2,10, realmente, mesmo que você tenha um aumento de preço, realmente tem uma pressão de margens. Mas existe uma realidade para todos em termos de volume, nós vamos estar muito bem.

O mercado interno é um mercado em que a gente continua acreditando, nós estamos projetando esse volume de 7% muito mais em processados, e os preços, logicamente que a gente tem que, o acréscimo de preço tem que cobrir o acréscimo de custo, e a gente vai, talvez, poder acrescentar alguma margem, como teve um acréscimo de preço maior que o acréscimo de custos.

Em lácteos estamos muito bem, a Batávia tem uma excelente marca, já está encostando, tem o mesmo market share da Nestlé, então somos o segundo, praticamente junto com a Nestlé; e é um mercado em que nós estamos conseguindo ter um aumento de preço bastante razoável, então os resultados esse ano, as margens, em geral, estão melhores que as margens do ano passado. Certo? Então isso é o que nós estamos esperando.

Para as despesas comerciais nosso objetivo desse ano é, logicamente, ter uma redução dessas porcentagens que estamos verificando; é difícil a gente definir algum target, mas eu diria o seguinte: para o primeiro trimestre, se a gente for comparar com o 1T do ano passado, nós obtivemos, no total das despesas de vendas, ou o total das despesas operacionais, 21,1%. Se a gente conseguir atingir essa porcentagem, mesmo acrescentando a Batávia, ou seja, nós estamos conseguindo reduzir algo em torno de 0,5%. Essa é mais ou menos uma meta que a gente poderia, quer dizer, algo em torno disso. Se fosse igual ano passado, como o 1T não tem a Batávia, nós teríamos que acrescentar 0,5%, ou seja, seria algo em torno de 21,6%. O objetivo nesse 1T, somente, é de atingir 21,1%, a mesma porcentagem. Então, deve ficar em 21,1%, algo em torno disso.

Para o ano todo, a nossa meta, logicamente, é de uma redução maior. O que é possível fazer é algo em torno, comparado com o ano todo, de 1%. Acho que algo em torno de 1% é razoável.

Agora, sobre os resultados, principalmente o resultado EBITDA. Nós, historicamente, tivemos, se você pegar a média dos últimos, um EBITDA de algo em torno de 11%, sem considerar esses novos negócios que nós estamos, em geral, projetando algo em torno de 9%. Isso é o que nós, durante a época da emissão, falamos. Em uma média, ou seja, daqui para frente, o que a gente está projetando. Mesmo com esse dólar baixo, talvez a gente consiga, para os nossos negócios, continuar com essa média de 11%. Porém, com os novos negócios, puxaria isso para baixo.

Com essa nova metodologia, nós vínhamos dizendo que nós estaríamos, então, calculando que a média não seria 11%, a média seria 12 ponto qualquer coisa – 12,2%, 12,5%, algo em torno desse range. E com os novos negócios, iríamos para 1% abaixo, sempre, algo em torno de 11,5%. Então, a nossa meta para esse ano, com essa nova metodologia, é de atingir um EBITDA em torno

(7)

de 11% a 12%, esse é o nosso range, que não está diferente do que nós falamos antes, que era entre 10% a 12%; agora, com essa correção, estamos falando de 11% a 12%.

Então, isso é o que nós estamos dando de perspectivas para o 1T do ano. Como nós vamos ter uma pressão maior do milho, principalmente, e também do farelo de soja, as margens vão estar um pouco mais pressionadas. As margens para o início do ano, para o 1T, vão estar abaixo do ano, e vamos, durante o ano, recuperar uma margem até maior do que a média do ano para atingir nossa média. Para esse começo do ano, então, estamos tendo alguma pressão de preço de milho e da soja.

Esses são os comentários. Eu queria passar agora a palavra para o Leopoldo, para comentar sobre commodities, e depois eu queria, também, falar alguma coisa do ágio da Batávia, e depois nós abrimos para as perguntas. Por favor, Leopoldo.

Leopoldo:

Olá, bom dia. Os comentários, eu digo que muitos estão bastante em dia com os movimentos das principais commodities, milho e farelo. Eu vou tentar só fazer primeiro um overview, para a gente entender o que está acontecendo e que pode acontecer. Na verdade, até meados do 2S06, até, basicamente, agosto, setembro, os preços do milho já vinham bastante pressionados com um quadro apertado de oferta e demanda de milho no mundo, sobretudo por conta dos Estados Unidos; por conta, basicamente, de uma demanda crescente de etanol, e isso não é novidade para ninguém.

O que aconteceu foi que em setembro e outubro houve uma disparada dos preços, o gatilho que disparou isso foi uma percepção e uma certeza do mercado que a safra americana seria muito menor do que se esperava. Entre setembro e a previsão mais apurada de hoje, a queda foi cerca de 15 milhões abaixo de safra, ou seja, isso, obviamente, que fez com que os preços, que já estavam em um cenário bastante apertado, disparassem, e fossem buscar o patamar de US$4 o buschel, e hoje nós sabemos que os preços estão acima desse patamar.

Acomodou-se nesse patamar, acho que quem está acompanhando as telas sabe disso, e quais foram as principais conseqüências desse movimento? Primeiro, uma conseqüência aqui para o Brasil foi que, de cara, você elevou o que nós chamamos de paridade de exportação. Isso, de uma certa forma, já provocou um impacto direto nos preços no mercado interno, só que de magnitude diferente do que nos Estados Unidos. Só para vocês terem uma idéia, se a gente comparar o 4T06 contra o 4T05, em Chicago, que é a referência dos preços mundiais de milho, o aumento do preço do milho foi de 72%; e, no Brasil, esse aumento, no mercado paranaense, que é a praça de referência, foi de somente 31%. Por que isso? Porque o problema de escassez de milho está lá, e não está no Brasil.

(8)

Então, uma segunda conseqüência foi que essa puxada dos preços internacionais trouxe um grande incentivo para a safra da América do Sul, com destaque para o Brasil. E aí que vem o lado que não é negativo da história, muito pelo contrário, é o lado bom, que é o incentivo que esse aumento de preço trouxe para a safra brasileira. A estimativa mais recente da Conab indica uma safra de aproximadamente 48 milhões para 2006/2007, essa safra que está em andamento; já tem gente no mercado falando em mais do que isso, mas isso é o número oficial, sendo o volume mais alto. Vai ser uma safra recorde, o Brasil nunca colheu essa safra, e porque os preços estão muito convidativos. Então, o Brasil vai ter um excedente exportável muito maior esse ano, o que vai fazer com que os preços, ao longo deste ano de 2007, tendam a ficar muito mais colados nessa paridade de exportação.

E, quando a gente olha esse cenário, nos dá um indicativo, e nós já estamos sentindo isso nesse começo da safra brasileira, de que os preços médios no Brasil em 2007, por estarem mais colados na paridade, a variação com relação a 2006 tende a ser menor do que os preços internacionais. Vamos supor que a gente trabalha com um cenário por volta de um aumento dos preços internacionais, 2007 contra 2006, por volta de 30%, podendo chegar em um cenário ruim, a 40% lá fora. Isso significaria, para Brasil, preços no Brasil, na paridade de exportação, cerca de 20% a 25% maiores.

Esse é o cenário que a gente vem trabalhando. E vale dizer que, nessa colheita de safra, como a safra vai ser muito grande, a oportunidade de comprar na safra se mostra interessante, porque os preços já estão sendo precificados abaixo da paridade de exportação, pela pressão de colheita. Então, a empresa, obviamente, está de olho nesses movimentos de safra, que pode ser uma oportunidade boa de compra, sobretudo com o dólar baixo como está.

Bom, com relação ao farelo de soja, na verdade os movimentos de preço no farelo de soja e, obviamente, na soja, estão sendo, basicamente, conseqüência desse movimento do milho, porque o quadro de oferta e demanda atual de soja é muito confortável no mundo – é um dos mais confortáveis dos últimos anos. Porém, os preços estão altos, subiram, perto do patamar que estavam anteriormente, por conta de uma perspectiva de troca, de substituição de área de soja por milho nesse próximo plantio americano. Por enquanto não existem números oficiais, somente estimativas, o primeiro número sai no final de março, e aí nós vamos ter uma certeza um pouco melhor de como vai se dar esse equilíbrio de preços de milho e soja.

Portanto, para tentar resumir – e no farelo de soja nós estamos estimando um aumento de preços no mercado interno por volta de 5% a 10% acima do que foi 2006. Então, um resumo do que a gente está vendo: tudo indica que essa puxada de preços já chegou em um momento, em um patamar de máxima, então os preços do mercado interno também, inclusive, já caíram um pouco com essa perspectiva de safra, e como o Wang já comentou, os impactos maiores nas compras da empresa se deram em novembro e dezembro, mas o impacto no custo vai aparecer mais nesse 1T. Quer dizer, no 2T, os impactos já vão estar absorvidos.

(9)

Wang Wei Chang:

Obrigado, Leopoldo. Depois, qualquer pergunta sobre commodities, fiquem à vontade. Sobre milho e soja, então, é esse o comentário, os 20%, 25%, eu acho que 25% é conservador, eu acho que deve ser mais de 20% exatamente por causa dessa safra para a Perdigão, para o nosso consumo. Exatamente porque, não só porque a safrinha está muito boa, porque nós estamos localizados agora exatamente no local da safrinha. Então, estamos conseguindo comprar, principalmente no Mato Grosso, milho de custo mais baixo, e também no Centro-Oeste estamos usando outros grãos alternativos, como o sorgo e milheto - praticamente um pouco abaixo de, algo em torno de 9% do total de milho do que nós consumimos é sorgo, e também começamos a usar um pouco do milheto. São dois tipos de grãos que só existe produção nessa região. Então, também conseguimos reduzir o nosso custo.

De qualquer forma, esse aumento de custo de milho e soja afeta a todos, não só ao Brasil, e o Brasil tem essa vantagem de que o aumento vai ser o menor de todos os locais. E também para a soja, eu acho que entre 5% e 10%, eu acho que 10% é conservador, eu acho que está mais perto de 5% do que de 10%.

Para terminar, eu queria só comentar, eu acho que isso não ficou muito claro, sobre amortização de ágio na aquisição da Batávia. A diferença entre o custo e a aquisição dos ativos que nós adquirimos, em todos os ativos, é de algo em torno de R$75 milhões, nós estamos amortizando isso em 60 meses, começamos a fazer, em novembro do ano passado, então o valor mensal da amortização é de R$1,2 milhões aproximadamente e a amortização anual é de R$15 milhões aproximadamente e o efeito, depois de imposto, é de R$10,6 milhões praticamente. Então, nas projeções sobre a Batávia, que a Batávia vinha funcionando como um relógio, em algo em torno de R$2 milhões aproximadamente por ano, praticamente nós vamos ter um resultado menor de quase R$1 milhão por mês, nós vamos ter um resultado menor por causa dessa amortização.

Bom, depois disso, estamos abertos a perguntas, tem várias pessoas aqui. Temos os nossos controllers, o Piccoli, a Edina, o Zanella, o Leopoldo mais outros membros, os dois Marcos e estamos abertos a perguntas agora. Obrigado.

Carlos Albano, Citigroup:

Bom dia, eu vi que você ajudou bastante a gente falando um pouco do preço de frango, mas eu queria que você explorasse um pouco mais porque realmente, para a gente que está olhando as notícias parece preocupar bastante. Então, teve Japão, Tailândia, Hungria, depois acho que o mais grave na Inglaterra e na Rússia e hoje, parece que foi confirmado o primeiro caso de contaminação humana acho que no Laos. Então, janeiro e fevereiro já acabaram, vocês realmente vocês não estão vendo, não viram para esse

(10)

período, esses dois meses, nenhum efeito negativo nas exportações, tanto em volume quanto em preço e se você puder falar desses dois meses especificamente e o que o pessoal da área comercial está falando de sentimento de mercado para frente. Obrigado.

Perdigão:

O que nós estamos sentindo é o seguinte. Realmente, existe até comentários de cientistas europeus que a um ano atrás, nesse mesmo período, se vocês recordam, alguns cientistas, principalmente europeus, estavam fazendo previsões catastróficas como: “do jeito que vão as coisas, no final do ano nós teríamos algo em torno de três milhões de mortos”. Agora, esses comentários, e isso saiu na Bloomberg, qualquer um pode entrar na Bloomberg e verificar isso. Esses comentários hoje estão diferentes, eles estão, principalmente os europeus, dizendo o seguinte: “olha, o que está acontecendo na Ásia não tem nenhuma possibilidade de acontecer na Europa, principalmente a Europa ocidental porque não existe contato grande entre animais e pessoas. Na Europa, as produções são produções comerciais, não são produções caseiras como na Ásia e as condições sanitárias são, logicamente, muito diferentes. Então, conversando com pessoas de várias áreas e também o que o nosso pessoal comercial, os nossos diretores regionais nas várias regiões do mundo, do mercado externo, não estamos sentindo nada disso. Existe uma preocupação, lógico, nesses países, nós achamos que na Ásia é um problema endêmico, não vão conseguir rápido. Na Tailândia, eles não vão tão cedo voltar a exportar frango não cozido. E isso, eu acho que é mais uma oportunidade para o Brasil do que qualquer outra coisa, é isso que o nosso pessoal está vendo. Nós estamos vendo um aumento de preço em geral, dos produtos de frango. Então, eu acho que o mundo mudou, a preocupação um ano atrás era de que isso seria uma catástrofe e agora, nesse período do ano, a gente vê as pessoas acalmando a população.

Carlos Albano:

Isso que eu queria que vocês detalhassem um pouco também, vocês estão vendo também, do lado positivo agora, alguma oportunidade, por exemplo na Inglaterra, quando teve o caos lá um mês atrás quando foram banidas as exportações de peru.

Perdigão:

Olha, na Inglaterra, foi com o peru. Peru, não precisa nem de gripe aviária para resolver o problema. O aumento do milho, você não sabe o que isso afeta a produção de peru na Europa. Dos vários produtos que a gente vende, o peito de peru é o que teve melhor aumento e o que está bem demandado. Logicamente que o volume é pequeno em relação à Europa, mas é o produto que está melhor demandado hoje. Mas logicamente, com esse receio de gripe aviária, o que foi destruído foram 160 mil aves, isso não é nada. Quando você fala em destruir 200 mil aves, 300 mil aves. Nós abatemos dois milhões por dia.

(11)

Isso não significa muita coisa. Mas não é a gripe aviária, o que está acontecendo é o aumento da produção, o peru é um caso típico. O consumo no mundo inteiro não aumenta, é praticamente estável. O que está acontecendo é que são poucos paises que consomem. Estados Unidos, que é auto suficiente e Europa, o mercado para o Brasil é Europa. Agora, o que está acontecendo? A produção local está reduzindo algo em torno de 2%, 2% de produção local européia representa “X”% bem maior que o Brasil, em exportações. Quer dizer, o ponto aí é o custo, que vai piorar daqui para a frente. Então, a gente vê mais oportunidade por causa disso.

Em outros paises, por exemplo, Egito, ano passado excluíram a produção local por causa da gripe aviária e eles começaram a comprar e continuam comprando bem. E eles importam milho dos Estados Unidos, então, para reativar a produção vai estar cada vez mais difícil. Teve casos, como esse agora, então também é mais oportunidade para o Brasil.

Não estamos sentindo nenhum sinal agora. Em geral, o que a gente está verificando é o seguinte: nas áreas que foram contaminadas, vamos dizer, nas áreas que tiveram problema de bird flu, vocês vêem redução de investimentos. Não estão voltando a investir, a produzir novamente ou a produzir em bem menor escala. Então, nós estamos vendo oportunidades na verdade.

Carlos Albano:

Obrigado. Mudando um pouco de assunto agora. Você olhando no gráfico de pizza, onde você mostra o seu breakdown por canais de distribuição, você vê que em 2005 contra 2006, o auto-serviço aumentou de 61% para 63,5%. E eu entendo, me corrija se eu estiver errado, que a tese da Companhia é você focar justamente nos outros segmentos, que são mais rentáveis. O que aconteceu em 2006?

Perdigão:

O auto-serviço aqui, quando você fala em auto-serviço, você está pensando nas cinco maiores redes, não é?

Carlos Albano: Exatamente. Perdigão:

Aha, eu vou te dar uns dados então, deixa eu pegar o relatório. Aqui, o auto-serviço, eu acho que um dia a gente vai colocar nesse auto-serviço os cinco maiores para gente mostrar alguma coisa diferente. Eu estou falando para a Edina mostrar no relatório os cinco maiores no mercado interno. Nessa categoria auto-serviço nós estamos incluindo todos, os supermercados de um caixa, de cinco caixas, de dez caixas e de 50, os hipermercados. Então, são todos, e para o nosso caso, os cinco maiores tem uma participação no

(12)

mercado interno, total de vendas, os cinco maiores, tem uma participação de 14,6%. E um ano atrás, era 17,1%.

Os nossos clientes mais rentáveis são os supermercados médios regionais, os nossos melhores clientes.

Carlos Albano:

Mas eles estão dentro desse auto-serviço também? Perdigão:

Eles estão nesse auto-serviço. Você tem redes excelentes no Sul, que não estão nesses cinco maiores e você tem também Centro Oeste, em todo Brasil, redes excelentes, que são clientes e nós conseguimos negociações melhores do que estamos conseguindo com as grandes redes.

Carlos Albano:

Mas o supermercado médio regional é mais rentável, inclusive, que o varejo, por exemplo?

Perdigão:

Depende de cada situação. Depende do portfólio, em geral pode ser. Mas precisa do varejo também.

Carlos Albano:

Então, o que você está dizendo é que houve aumento no auto-serviço, mas você aumentou mais no supermercado médio regional.

Perdigão:

Isso, que as cinco grandes, nós tínhamos 17,1% no ano passado e temos 14,6% nesse ano.

Carlos Albano:

OK. Última coisa. Aqui na parte financeira, na despesa financeira especificamente. Se ela foi de R$38 milhões mais ou menos no 3T e esse trimestre foi de R$66 milhões, um pouco menos que o dobro, sendo que a tua dívida líquida diminuiu na média, o que aconteceu especificamente?

(13)

O que aconteceu foi o seguinte: nós fizemos a emissão e emissão custa caro, vocês que são de banco. Emissão custa caro, temos que pagar os bancos. Carlos Albano:

Eu não sei, não vem para o meu bolso. Perdigão:

Entra sim, uma parte entra. Perdigão:

Essa emissão custou, quer dizer, nas comissões gerais, advogado, comissões do banco, custou R$35 milhões, pagamos algo em torno de mais uns R$2,5 milhões aproximadamente por causa da CPMF, não esqueça que temos que dividir com o governo sempre. Então, se você tirar R$37 milhões, tem um número mais razoável, além de alguns, não vamos mencionar qual banco, mas um banco, em dezembro, debitou comissões a mais da gente e depois nos devolveu em janeiro. Então, isso foi mais ou menos R$1 milhão. Isso explica em parte o que aconteceu.

Carlos Albano: Foi claro. Obrigado. Perdigão:

Foi comissão praticamente. Carlos Albano:

Obrigado.

Julia Rizzo, Credit Suisse:

Eu tenho três perguntas na verdade. A primeira, eu queria saber se você poderia dar para mim quanto foi o percentual de milho e de soja no CPV no 4T e no ano? Perdigão: No total de custos? Julia Rizzo: Isso. Perdigão:

(14)

É o seguinte. Esse é um cálculo que a gente faz, do nosso total de custos, qual a evolução. Então, se eu comparar o ano todo, foi algo em torno de, abaixo de 23%. Milho e soja juntos, ou seja, grãos juntos. E se eu comparar, há um ano atrás foi 26%. Então, um dos objetivos dessa diversificação é também depender cada vez menos, realmente existe sempre uma volatilidade nesses preços de grãos. Então, diversificando, entrando mais em lácteos, margarina e bovinos, logicamente, nós temos uma dependência menor. No fim do último trimestre, como os preços começaram a aumentar, então ficou praticamente parecido com o ano passado, algo em torno de 23,5%.

Se nós não tivéssemos feito essa diversificação, talvez essa porcentagem fosse bem maior. Não chegamos a fazer esse cálculo, mas com certeza essa porcentagem seria bem maior.

Julia Rizzo:

Pode me dar, só 2006, desses 23%, o quanto é milho e o quanto é soja, ou não?

Perdigão:

É que agora nós estamos comprando muito farelo, muitos outros cereais, está difícil de fazer essa conta. Para vocês não fica uma conta fácil, era metade-metade em termo de cash. Agora, está diferente. Agora, nós compramos farelo e nós temos também vários outros grãos.

Julia Rizzo:

A minha segunda pergunta seria em relação aos bovinos. Você pode me dar o breakdown dos bovinos, o que é bovino, o que é suíno em termos de volume. Perdigão:

Eu posso dar bovinos. Bovinos, realmente, ainda não. Eu vou te contar toda a história dos nossos bovinos. Em bovinos, nós começamos, mas o nosso modelo, e a gente vem falando isso, o nosso modelo ainda não é o melhor modelo. Nós arrendamos 85% de uma planta e arrendamos uma capacidade que, realmente, na verdade, a capacidade de frios dessa planta está um pouco abaixo da capacidade de abate. Então, na verdade estamos abatendo algo em torno de 600, 650, não mais que isso, cabeças por dia. E se você for ver os volumes de bovino, nós, para o ano, no mercado interno, nós vendemos um volume um pouco acima de 900 toneladas.

Julia Rizzo: 2006 inteiro? Perdigão:

(15)

Desculpa, nós vendemos 7.800 toneladas e exportamos 17.500 toneladas aproximadamente.

Julia Rizzo: O ano todo. Perdigão:

O ano todo. É um volume pequeno, nós precisamos crescer. No ano passado, nós estávamos comentando que nós tínhamos....

[Queda na conexão do palestrante] Operadora:

Senhoras e senhores, queiram, por favor, permanecer conectados. [música de espera]

Operadora:

Por favor, Sr. Wang, pode prosseguir. Wang Wei Chang:

OK. Alô a todos, teve uma queda do sistema aí.

Eu estava falando sobre bovinos. O modelo não é o modelo ideal, então nós estamos abatendo pouco e exportando mais do que no mercado interno, mas com esse volume pequeno, logicamente os resultados não são bons.

O que pretendemos fazer? Nós tínhamos comentado no ano passado, durante a época da emissão, durante o nosso road show, que nós tínhamos praticamente uma compra para ser feita, para acontecer ou até o final do ano ou, no máximo, até o 1T07. Logicamente, com as notícias sobre a emissão e etc., e o setor de bovinos bombando, logo depois da emissão o preço dessa mesma transação subiu e subiu muito, o que também está acontecendo com vários ativos, a Perdigão está tentando comprar, os ativos estão subindo muito. Então, o que nós vamos fazer? Vamos crescer organicamente, estamos já com o projeto praticamente pronto, estamos definindo a localização; temos já muita coisa em mente – logicamente, não vamos comentar sobre a localização. Uma vez definida, vamos comunicar aonde vamos construir essa planta. Certo? Então, essa é a estratégia para bovinos.

(16)

Você tem uma estimativa de mais ou menos quanto você consegue adicionar de capacidade em 2007, ou quanto você consegue vender?

Wang Wei Chang:

Olha, as plantas tem, tem uma planta padrão no mercado, e é praticamente algo em torno de 1.000 cabeças por planta. Nós tínhamos planos de crescer para este ano, já com a aquisição, nós adicionaríamos 1.000, 1.000 e pouco, então poderíamos atingir 2.000 este ano. Mas agora, não. Agora, se a gente for construir, vai demorar um ano para a gente atingir essas 1.000 cabeças, OK? Julia Rizzo:

OK, entendi.

Wang Wei Chang:

Então vamos só até 1.600, 1.800 cabeças, mas por meados do ano que vem. Então, está havendo um atraso no nosso plano de bovinos. A não ser que a gente consiga – logicamente a gente continua procurando – a não ser que a gente consiga identificar alguns bons ativos, sem o risco tributário, e principalmente aprovados para a Europa.

E quando você tem uma planta nova você tem que primeiro produzir para depois obter aprovação, e normalmente se aprova primeiro para a lista geral, vende para todos os países, compra principalmente o dianteiro e depois, mais tarde, você consegue aprovar para a Europa, que demora um pouco também. Então, eu diria que de todos os projetos que a gente está vendo, acho que bovinos é o que está mais atrasado em relação ao que nós planejamos.

Na questão de lácteos, também estamos analisando aonde colocar nossa planta, e assim que tivermos definição a gente vai estar comunicando.

Julia Rizzo:

Última pergunta. Existe alguma possibilidade de abertura de mercado? Eu não sei, vocês já exportam para o Chile, que tipo de produtos, se é relevante? E você acha que pode adicionar algum novo mercado esse ano?

Wang Wei Chang: Chile?

Julia Rizzo: Sim.

(17)

Wang Wei Chang:

Bom, o Chile é um mercado pequeno. No Chile, nós começamos a exportar alguns produtos, por exemplo produtos processados e industrializados. Mas é um mercado pequeno. Se não me engano, estamos mandando alguns containeres por mês, mas é um mercado pequeno.

Aonde estão os nossos problemas de exportação? Por exemplo, se você for analisar hoje... Bom, tem o problema de suínos na Rússia, que eu acho que vai demorar para abrir outros estados; tem o Japão, que eu acho que agora nesse trimestre deve fechar com um estoque perto de 90.000, talvez, e quando atingir uns 80.000, o Brasil exportando menos, os grandes exportando menos. Aí os preços começam a aumentar.

E também, na América Latina tem um país que nós conseguíamos no passado vender alguns processados, mas esse é um país com uma política um pouco esquisita, eu diria, e que a gente não consegue aprovar as coisas. Está certo? Julia Rizzo:

Está bom. Muito obrigada.

Alexander Robarts, Santander:

Obrigado. Sobre o assunto de Batávia, eu quero entender talvez se vocês depois de ter esta empresa para seis meses difíceis, vocês estão confortáveis do progresso que vocês têm feito agora, até hoje?

E se a gente pode entender um pouco o prazo de dois anos, se vocês acham que os ativos da Batávia podem chegar ao patamar do EBITDA margin double digit, ou realmente talvez em um patamar que pode ter atendido em três a cinco anos?

Wang Wei Chang:

A Batávia foi uma excelente aquisição, demorou muito para a gente conseguir fazer a aquisição, principalmente porque compramos a participação da Parmalat, e tivemos que negociar com uma assembléia de credores. Isso foi realmente demorado, mas nós fizemos uma excelente aquisição; já era a terceira marca do mercado, é a marca premium no sul do Brasil, é a primeira marca no estado do Paraná... E é só ver, entrar no supermercado, que você consegue ver produtos da Batavo de monte, eu não preciso nem falar muito, é só entrar no supermercado.

Como eu já falei – vocês têm aí o relatório – nós já temos a participação, a marca Batavo mais a marca Parmalat, ainda temos produtos em que estamos usando a marca Parmalat; juntos temos 14,5% do mercado, estamos encostados na Nestlé, e temos a vantagem de ter uma distribuição bem melhor do que a Nestlé para refrigerados.

(18)

Se vocês examinarem esse market share que foi distribuído, no slide 24, vocês podem ver que a Danone tem 16%, e a Paulista, que também pertence à Danone, tem 8,3%. Juntos, eles já estão com 24%. Então, é o líder do mercado, nós estamos praticamente encostados, até um pouco acima da Nestlé, e o nosso objetivo é crescer cada vez mais.

Novamente, como fazer isso? Tem poucos ativos disponíveis. Novamente, se é a Perdigão que está querendo fazer alguma aquisição, os preços começam a ser preços que não fazem completamente nenhum sentido, então nós vamos fazer o nosso crescimento orgânico.

O que precisamos fazer é identificar regiões com boas bacias leiteiras, e que tenham uma carência desse produto, e em que nós tenhamos uma boa distribuição já.

Então, esse é o nosso plano a longo prazo. Ou seja, agora nós queremos ir atrás da Danone. É esse o objetivo. Como fazer isso? Crescimento orgânico, em princípio; se a gente identificar algum ativo de boa qualidade... Nós somos muito criteriosos na aquisição, muito criteriosos, não vamos fazer nenhuma loucura em uma aquisição. É por isso que demora mais também para a gente fechar essas aquisições. Mas, de qualquer forma, o nosso objetivo é crescer organicamente.

O que nós estamos trabalhando hoje é correr para poder interfacear o processo de distribuição da Batávia dentro da Perdigão. Então, estamos correndo para implementar o SAP, estamos implementando o SAP em uma empresa em seis meses – para algumas pessoas que já ouviram falar desse processo, isso é realmente um recorde. Vamos conseguir até o final de março; e logicamente que abril é um mês de transição, e a partir de maio as coisas vão estar funcionando. E aí vamos poder ganhar em sinergia.

Sinergia com a nossa distribuição significa acessar aos mais de 80.000 clientes que nós temos. Esse é o tipo de sinergia que nós podemos obter. A Batávia tem 12.000, se não me engano, menos de 12.000 clientes; poucos deles com distribuição direta da Batávia, muitos deles com distribuição indireta, feita pelos representantes comerciais autônomos. Isso está funcionando muito bem na Batávia para o pequeno varejo, e alguma coisa, então, também podemos adaptar para o nosso negócio na Perdigão.

Então, tem ganho não só na Batávia com a sinergia, mas tem ganho na Perdigão porque nós vamos adaptar esse conceito de RCA, Representante Comercial Autônomo, que é uma pessoa física com um caminhão, ou até uma pequena frota de caminhões, que faz distribuições, e isso então facilita muito a nossa distribuição e reduz o nosso custo de logística.

Esse é o nosso plano. Nós vamos correr atrás da Danone, agora. Agora é só ter um nome na frente.

(19)

Alexander Robarts:

E dá para chegar a um EBITDA margin de quanto? Wang Wei Chang:

O EBITDA, a longo prazo, pode ser. Dentro do período de dois anos eu acho difícil.

Porém, o que é importante aí para... Quer dizer, a diferença quando você vê o nosso negócio tradicional de animais, em que todos esses animais no campo pertencem à Perdigão e estão no estoque da Perdigão, é o custo necessário para crescer. Você precisa de muito menos capital para poder crescer no negócio de lácteos, no negócio de bovinos e também, igualmente, no negócio de margarina, por exemplo.

Os produtores de leite são independentes. Está certo que você tem uma rede em um local, em uma boa bacia leiteira, que vende para você. Mas os animais pertencem aos produtores. Diferente do caso da carne, em que todos os animais do campo pertencem à Perdigão, então você tem um capital de giro enorme investido nesses animais no campo. Então, nós vamos poder crescer mais rapidamente.

O retorno sobre capital é parecido. Se você for examinar somente em termos de EBITDA, é menor; eu acho que em dois anos não chega a dois dígitos, se chegar, ótimo, mas não chega, a longo prazo não se sabe. Mas o retorno sobre capital é praticamente igual.

Alexander Robarts:

OK. E a segunda e última pergunta, só para entender bem direito. Você falou que no 4T, os grãos dentro de Perdigão, no custo, foram 23,5%?

Wang Wei Chang: Sim.

Alexander Robarts:

E isto é contra o 4T05 de quê? Wang Wei Chang:

De 23,4%. Estou passando o do trimestre. Alexander Robarts:

(20)

Operadora:

Encerramos neste momento a sessão de perguntas e respostas. Gostaria de passar a palavra ao Sr. Wang Wei Chang para as considerações finais.

Wang Wei Chang:

OK, muito obrigado a todos. Para 2006, foi um ano difícil. No final, apesar de todos os problemas que tivemos em 2006, nós tivemos um resultado que a gente acha razoável; não estamos tão satisfeitos, mas a gente acha razoável. Para 2007, um dos nossos desafios é a aplicação dessa captação que fizemos e que, como nós comentamos, por causa dos noticiários sobre essas transações, por sermos a Perdigão, os ativos existentes estão com um preço bem acima do preço normal, então, esse processo de aquisição está um pouco mais demorado, e o que nós pretendemos fazer agora para a atividade bovina e para a atividade láctea é, realmente, crescer organicamente. Quando nós tivemos algumas coisas dessas contas, estaremos comunicando o mais rápido possível.

Estamos positivos com relação ao mercado, tanto o mercado interno quanto o mercado externo, para 2007. Em 2007, nesse 1T, nós vamos ter uma pressão em margens, por causa dos grãos, e a partir daí eu acho que a gente vai cada vez mais, pouco a pouco, melhorando essas margens, e atingir o que nós comentamos aqui.

Muito obrigado a todos. Até logo. Operadora:

A teleconferência da Perdigão está encerrada. Agradecemos a participação de todos, e tenham uma boa tarde.

Referências

Documentos relacionados

Por outro lado, um dos principais entraves na implantação do sistema e/ou consórcio, diz respeito ao manejo tanto das espécies forrageiras, quanto das plantas

Novos paradigmas do urbanismo sustentável no Brasil: a revisão de conceitos urbanos para o século XXI. Placemaking: The art and practice of building

Luiz é graduado em Engenharia Elétrica com ênfase em Sistemas de Apoio à Decisão e Engenharia de Produção com ênfase em Elétrica pela PUC/RJ e possui Mestrado

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

Esta dissertação dá continuidade à pesquisa sobre misturas asfálticas com ligante modificado com borracha em laboratório (Specht, 2004) e em pistas experimentais (Cruz,

Depois de participar de uma experiência de oração e de Seminários de Vida no Espírito, hoje me encontro feliz em poder participar da Comunidade Divina Luz.. Embora

Sendo assim, partindo de uma hipótese de leitura de Macunaíma – o herói sem nenhum caráter (1928) sob a perspectiva conceitual de Lélia Gonzalez – nos conceitos de consciência

Além disso, o presente estudo apontou correlação entre as dimensões de “Desempenho Individual” e “Atração individual para grupo-social” (r=0,38), ou seja, o nível