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Inteligências Múltiplas: como aplicar na prática?

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Academic year: 2021

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Inteligências Múltiplas: como aplicar na prática?

“Todo mundo é um gênio. Mas se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em uma árvore, ele vai gastar toda a vida acreditando que é estúpido.”

Esta frase, supostamente atribuída à Einstein, é um ótimo ponto de partida para o entendimento do que são as “Inteligências Múltiplas” e o impacto que esse conceito pode ter na vida dos jovens em idade escolar. Sobretudo por ainda estarem formando sua auto-imagem e planejando seu futuro.

No conceito tradicional de inteligência, as pessoas são divididas entre as mais e as menos inteligentes, de acordo com a sua capacidade de raciocínio lógico e facilidade de aprendizado.

Já a teoria das inteligências múltiplas considera que todas as pessoas possuem sete tipos diferentes de inteligência. E o que muda de um indivíduo para outro é o nível de aptidão que ele apresenta de cada uma delas.

Confira nesse infográfico quais são as sete inteligências múltiplas e algumas profissões em que elas se destacam:

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A história por trás da teoria das Múltiplas Inteligências

O conceito foi criado em 1983 por Howard Gardner e uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard. Analisando diferentes grupos de pessoas, Gardner validou sua hipótese de que as

manifestações da inteligência são múltiplas e compõem um amplo espectro de competências. A pesquisa também concluiu que as inteligências são sempre uma interação entre as inclinações biológicas e as oportunidades de aprendizagem que existem em uma cultura. Dessa forma, o que leva as pessoas a desenvolverem suas capacidades inatas é a educação que recebem e as oportunidades que encontram.

As diferenças entre a visão tradicional da inteligência e a

Inteligências Múltiplas

• Ele não é muito inteligente • Eu sou muito inteligente • Esse é o aluno mais inteligente da sala Com o entendimento das 7 inteligências múltiplas, expressões como essas darão lugar a outras mais inclusivas e condizentes com uma realidade mais ampla, tais como:

• A inteligência interpessoal é a que mais se destaca nesse aluno • Minha inteligência lógico-matemática é muito apurada • Nessa sala de aula, as inteligências múltiplas dos alunos são muito diversificada Diferente da ideia tradicional de inteligência, o conceito criado por Gardner ajuda as escolas a formar alunos que tendem a ser cidadãos mais felizes, mais competentes e com uma maior capacidade de trabalhar em grupo.

Por dentro de cada uma das 7 Inteligências Múltiplas

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Ex: Cientista Albert Einstein

Aptidão: Trabalhar bem com números e atividades que exigem lógica. Usar a razão para resolver

tarefas complexas, reconhecer padrões facilmente.

Características: Criar procedimentos para suas tarefas, como agendas, itinerários e listas.

As crianças com vocação especial nesta inteligência demonstram facilidade para contar e fazer cálculos matemáticos e para criar notações práticas de seu raciocínio.

Incentivos:

Apresentar desafios lógicos para os alunos.Organizar competições de matemática e física.

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Ex: Escritora J. K. Rowling

Aptidão: Facilidade para usar a fala e a escrita. Compreensão rápida de textos e transmissão clara de

ideias. Aprender novos idiomas com mais facilidade.

As crianças com essa inteligência costumam contar com precisão experiências que vivenciaram e criar histórias originais. Geralmente também possuem um vocabulário mais amplo que outras crianças da mesma idade.

Incentivos:

Exercícios de interpretação de texto.Clubes de leitura.

Criação de roteiros para peças escolares.

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Ex: Político Barack Obama

Aptidão: Habilidade para entender os humores motivações e desejos de outras pessoas. Facilidade

para liderar equipes e organizar grupos para a realização de tarefas.

Incentivos:

Trabalhos em grupo.Jogos em equipe.Grêmios estudantis.

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Ex: Arquiteto Oscar Niemeyer

Aptidão: Capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. É a habilidade para

conceber formas mentalmente e criar composições visuais precisas.

As crianças com potencial especial nessa inteligência têm habilidade para quebra-cabeças e atenção a detalhes visuais. Além de um senso apurado para estética.

Incentivos:

Uso de imagens, vídeos e infográficos nas aulas.Apresentação de variadas técnicas artísticas.

Criar espaços para os alunos exporem seus trabalhos de arte.

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Ex: Compositor Tom Jobim

Aptidão: Facilidade para reconhecer, criar e reproduzir músicas, usando um instrumento ou a voz.

Sensibilidade apurada para ritmos, tons e timbres.

Incentivos:

Ter instrumentos musicais disponíveis na escola.

Criar um coral escolar para a apresentação em datas comemorativas.Organizar eventos para a apresentação musical de alunos.

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Ex: Filósofo Friedrich Nietzsche

Aptidão: Capacidade de se autoconhecer, entender suas próprias motivações e potenciais. Por ser a

inteligência mais pessoal, ela é percebida pelo bom uso das outras inteligências.

As crianças com mais inteligência intrapessoal tendem a ter um melhor comportamento, pois têm um autocontrole mais apurado.

Incentivos:

Acompanhamento com o psicólogo da escola.Aulas de filosofia

Recompensar o bom comportamento

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Ex: Jogador de basquete Michael Jordan

Aptidão: Habilidade para usar a coordenação motora em esportes, artes cênicas ou plásticas. Ótimo

controle dos movimentos do corpo e manipulação de objetos.

As crianças especialmente dotadas de inteligência cinestésica se movem com graça e demonstram uma grande habilidade atlética.

Incentivos:

Organização de torneios esportivos.Criação de grupos de dança.

Realização de peças de teatro.

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Educação?

Segundo a Doutora em Educação Matemática, ex-secretária de Educação Básica do MEC e atual diretora do Grupo Mathema, Kátia Stocco Smole, o entendimento das Inteligências múltiplas dá aos educadores uma visão pluralista da mente - que considera a multiplicidade da inteligência -, além de reconhecer que as pessoas têm forças cognitivas diferenciadas e estilos de aprendizagem contrastantes. O Mathema é uma instituição pioneira na criação de soluções inovadoras para a educação, que trabalha com pesquisas sobre novos métodos de ensino e aprendizagem, assessorando instituições voltadas para a educação do ensino público e privado.

Segundo Kátia, uma vez assumido que as crianças, adolescentes e os jovens de diferentes idades ou fases da escolaridade têm necessidades distintas, percebem as informações culturais de modo diverso e assimilam noções e conceitos a partir de diferentes estruturas motivacionais e cognitivas, a função da escola nesse contexto passa a ser a de propiciar o desenvolvimento harmônico destas inteligências e usar os diferentes potenciais de inteligência dos alunos para fazer com que eles aprendam.

Assim, o processo de ensino e aprendizagem deve cuidar para ampliar as dimensões dos conteúdos específicos dos diversos componentes curriculares, incluindo ações que possibilitem o desenvolvimento e a valorização de todas as competências intelectuais: corporais, pictóricas, espaciais, musicais, inter e intra pessoais, além das linguísticas e lógico-matemáticas. Isso implica em oferecer oportunidades diversas de aprendizagem.

Mas, como colocar em prática na minha escola?

Kátia Stocco Smole, também ressalta que, se considerarmos a teoria e suas implicações para a escola, não cabe avaliar inteligências ou separar os alunos de acordo com perfis de inteligência. O mais

adequado é partir do pressuposto de que há múltiplas inteligências e múltiplas formas de aprender, variar as estratégias metodológicas visando incluir a todos, evitando que os alunos fiquem para trás. Assim, por exemplo, para desenvolver as inteligências inter e intrapessoal, o trabalho em grupo e os projetos podem ser grandes aliados. Da mesma forma, usar livros de literatura nas aulas de matemática pode ajudar alunos com perfil mais associado à inteligência linguística a aprender essa disciplina.

Brincadeiras, jogos, quebra-cabeças, arte são recursos que incorporamos aos trabalhos que desenvolvemos com matemática visando que os alunos aprendam matemática e desenvolvam inteligências. Isso pode ser feito em qualquer área do conhecimento.

Veja um exemplo do uso inteligente das múltiplas inteligências em sala de aula:

Considere duas situações hipotéticas sobre uma mesma garota, que chamaremos de Sofia.

Sofia é uma aluna de 10 anos que sente uma grande dificuldade para aprender matemática e tem mais interesse em organizar brincadeiras do que em estudar.

Situação 1 - Os professores da Sofia analisam sua inteligência de modo tradicional e a comparam com

seus colegas de classe. Dessa forma, chegam a uma conclusão que pode ser ilustrada pelo seguinte gráfico fictício:

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Focando apenas nessa informação, seus professores vão acreditar que Sofia é menos inteligente e tem um potencial inferior ao de seus colegas. Ela, inevitavelmente, vai perceber isso.

Dentro desse contexto, não vai demorar muito para Sofia passar a criar uma auto-imagem negativa, perdendo sua motivação pelos estudos.

Situação 2: Seus professores percebem que Sofia tem muita dificuldade no aprendizado de matemática,

mas eles estão atentos a outro fator: Sofia costuma organizar e liderar as brincadeiras das outras crianças - o que demonstra que ela sabe lidar com as diferentes personalidades os colegas, a ponto de contornar as mudanças de humor de cada um deles.

Tendo em vista que as múltiplas inteligências podem ser observadas, mas não mensuradas de forma exata, se analisarmos as múltiplas inteligências de Sofia, segundo a teoria de Gardner, é possível chegarmos ao seguinte gráfico, que é apenas ilustrativo:

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Sabendo que Sofia demonstra sinais de inteligência interpessoal acima da média, seus professores podem ver o verdadeiro potencial dela e incentivá-la a aproveitá-lo ao máximo sua inteligência mais natural.

Claro que Sofia ainda terá problemas com as questões de matemática, mas sua auto-imagem será mais positiva, o que ajudará a manter a motivação para se desenvolver nas inteligências nas quais ela é mais inapta. E com os métodos adequados ao perfil de sua inteligência, Sofia conseguirá superar seus

desafios de aprendizado.

Que tal começar a aplicar o conceito das múltiplas inteligências? Nesse sentido, o empreendedorismo na

escola pode ser uma boa estratégia para colocar em prática e exercitar dois conceitos de inovação na

sua escola.

Referências

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