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AGENTES RELIGIOSOS NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS DE 2012 EM CAMPO MOURÃO

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AGENTES RELIGIOSOS NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS DE 2012 EM CAMPO MOURÃO

Lucas Onofre, (IC, CNPq), UNESPAR/Câmpus de Campo Mourão, onofrelucas@hotmail.com Frank Antonio Mezzomo, (OR), UNESPAR/Câmpus de Campo Mourão, frankmezzomo@gmail.com Cristina Satiê de O. Pátaro, (CO-OR), UNESPAR/Câmpus de Campo Mourão, crispataro@gmail.com

Os posicionamentos dos indivíduos e das instituições e representações sociais construídas, unidas à presença cada vez maior de candidatos que declaram a sua posição de agente religioso1, apontam para um imbricamento entre religião e política. Além disto, formou-se a ideia de que a religião no contexto moderno estaria limitada ao campo subjetivo, restrita, assim, ao domínio privado, conforme compreensão do fenômeno da secularização. Contudo, no entendimento de Ari Oro (2013, p. 111), há que se fazer o questionamento se de fato as religiões não possuem mais colocação no espaço público ou se na realidade elas nunca deixaram de fazer parte dele. Com efeito, Emerson Giumbelli aponta que a presença da religião no espaço público não é um movimento contrário a secularização, mas se estabelece no seu interior (GIUMBELLI, 2008, p. 81), ainda mais nos processos envolvendo as religiões evangélicas, que, segundo Burity (2011), são frutos e ao mesmo tempo impulsionadoras da secularização.

Desta forma, tendo em vista o período eleitoral do ano de 2012 em Campo Mourão, o presente artigo busca compreender como se deu a aproximação entre os campos religioso e político a partir da análise da campanha de cinco candidatos ao legislativo municipal. Os candidatos investigados pertencem a religiões evangélicas neopentecostais e empreenderam diferentes estratégias de campanha, obtendo diferentes resultados eleitorais, desde a eleição à Câmara Legislativa até a conquista incipiente de votos. Busca-se compreender o desempenho eleitoral, o apoio institucional e as estratégias de campanha adotadas pelos candidatos que mantêm, oficial ou oficiosamente, algum tipo de vínculo com religioso. Além disto, levando em conta o modo como os candidatos invocaram ou fizeram referência ao imaginário religioso como estratégia de campanha, é possível explorar se e como os candidatos evidenciaram uma convergência entre ação política e religiosa em suas campanhas, além de problematizar as possíveis relações e/ou divergências das representações religiosas/políticas dos candidatos.

É possível observar como se dá a relação entre religião e política a partir de um recorte espaço-temporal que permita entender as dinâmicas e mecanismos que relacionam as duas esferas

1 No entendimento de Oro, pode ser caracterizado como agente ou candidato religioso aquele indivíduo que

estabelece abertamente um vínculo ativo com uma instituição religiosa, ou é líder religioso ou mesmo um indivíduo que venha a ser representante de alguma instituição religiosa. (Cf. ORO, 2001, p. 10).

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regionalmente e que, ainda, permita inserir as discussões no âmbito nacional. Observar como está sendo construída no município esta relação pode, ainda, vir a colaborar para a escrita da história, que tem dado pouca atenção a essa temática apesar de evidências que apontam indícios não somente locais, mas regionais, demonstrando a participação efetiva de agentes religiosos na política e comprovando, de certa forma, a aproximação entre as esferas da religião e da política.

APRESENTANDO O OBJETO DE ANÁLISE

Nas eleições de 2012, Campo Mourão contava com 64.967 eleitores, conforme informações do Tribunal Regional Eleitoral, e uma população estimada de 87.194 habitantes em 20102. No tocante aos dados referentes à religião, segundo o mesmo censo, tem-se uma maioria de católicos, sendo 60.513 apostólicos romanos, enquanto que os evangélicos somam um total de 20.7203.

No pleito proporcional do referido ano, 161 candidatos concorreram a 13 vagas na Câmara Municipal4. Com base neste quantitativo, e levando em conta os candidatos que apresentavam um perfil que se aproximava ao de agente religioso, optamos por apresentar, neste artigo, a análise de cinco candidatos: Pastor Geber Nasser (PSC), membro da Igreja do Evangelho Quadrangular, Aritônio Rangel (PSC), da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Edilson Martins (PSD), Pastor Ismael (PT) e Olivino Custódio (PR), todos integrantes da Igreja Assembleia de Deus (AD).

Como parte da pesquisa de campo, foram coletados e arquivados materiais de campanha, tais como: santinhos, adesivos, perfurades, CD com jingle, carta aos eleitores, carta a membros da Igreja, além das propagandas eleitorais gravadas pelos candidatos para serem transmitidas no programa eleitoral obrigatório5. O objetivo deste procedimento foi possibilitar a identificação, nos materiais coletados, de menções de apoio religioso, expressões, imagens, entre outros, que remetiam à religião ou faziam alusão a ela. Cabe um destaque para a consulta ao site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)6, onde se teve acesso a informações individuais sobre o candidato, tais como: dados pessoais (nome, patrimônio, profissão, etc.), filiação partidária, recursos destinados para a campanha eleitoral, dentre outros. A partir das informações conseguidas, somadas às que foram obtidas no site do TSE,

2 Informações sobre o Tribunal Regional Eleitoral podem ser obtidas no seguinte endereço eletrônico:

http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tre-pr-elo-cadastro-eleitoral-eleitorado-ordenado-por-município. Sobre a população do município de Campo Mourão: Cf. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=410430. Acesso em: 15 jul. 2013.

3 Dados disponíveis no site: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/temas.php?codmun=410430&idtema=91.

Acesso em: 15 de jul. 2013.

4 Essa informação pode ser acessada em:

http://www.tre-pr.jus.br/eleicoes/resultados/resultados-de-eleicoes-municipais-tre-pr. Acesso em: 15 jul. 2013.

5 No Anexo 1 é possível observar alguns recortes dos santinhos de alguns candidatos.

6 O site do Tribunal Superior Eleitoral pode ser acessado pelo seguinte endereço eletrônico:

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deu-se início a entrevista semiestruturada, que foi realizada com cada um dos candidatos no período da campanha eleitoral7.

RESULTADOS E DISCUSSÕES a) Apresentando os candidatos

A análise das fontes permite conhecer a trajetória de cada candidato, além de suas preferências ideológicas, os apoios recebidos, a compreensão de política e as estratégias de campanha utilizadas, além de pontos de convergência e divergência entre os discursos. Através das entrevistas realizadas, também é possível notar como a religião, sob a ótica do candidato, pode se relacionar com a política, a motivação pela qual se candidataram, além de aspectos relacionados ao consenso e a conflitos gerados a partir do apoio das religiões. Na sequência, apresentam-se alguns elementos que merecem destaque nos discursos dos candidatos que participaram do pleito eleitoral, em outubro de 2012.

Pastor Geber Nasser concorreu à vereança municipal pelo PSC (coligado ao PV). O candidato fez parte de um projeto desenvolvido no Paraná da Igreja do Evangelho Quadrangular8, na qual ele exerce a função de pastor auxiliar há dois anos. Sua candidatura foi sugerida pelo deputado estadual Gilson de Souza (PSC), também da Igreja do Evangelho Quadrangular, o qual, segundo relatou o candidato, estabeleceu como meta eleger 100 vereadores no estado do Paraná. Ainda sobre sua campanha, contou com o trabalho oito pessoas voluntárias como cabos eleitorais, sendo um membro de cada uma das seis igrejas de Campo Mourão, além de dois amigos. Conforme o pastor, sua candidatura foi oficializada pela convenção estadual da Igreja do Evangelho Quadrangular. Segundo o site da Igreja “A Convenção Estadual é um evento anual que é organizado pelos líderes da igreja para tratarem com os membros do ministério sobre assuntos administrativos e demais assuntos que objetivem o bem da denominação e de seus membros”9.

A indicação oficial do candidato pela Igreja não parece ser caso específico de Campo Mourão, conforme afirma Maia, tendo inclusive conhecimento de experiências em que a Igreja exerce certa pressão para que os fiéis eleitores depositem o seu voto no candidato oficial (MAIA, 2006, p. 103).

Pastor Geber já havia sido candidato a vereador em Foz do Iguaçu em 1988, pelo PDS, não sendo eleito. Sua trajetória política, conforme afirma em entrevista, estende-se, além da Presidência da

7 As entrevistas foram realizadas a partir de um roteiro previamente elaborado e discutido junto ao grupo

pesquisa. Num primeiro momento, as questões são objetivas – filiação partidária, escolaridade, profissão, participação em outras campanhas eleitorais, etc. – e na sequência foca-se o vínculo, o pertencimento e a relação do candidato com o campo religioso.

8 A Igreja do Evangelho Quadrangular em Campo Mourão conta com 2.171 membros, segundo as informações

do site do IBGE: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/temas.php?codmun=410430&idtema=91. Acesso em: 15 jul. 2013.

9 Esta informação pode ser acessada no endereço:

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União Municipal dos Estudantes, à Diretoria do Sistema Nacional de Emprego, assessoria parlamentar, Secretaria da Indústria e Comércio, igualmente na cidade de Foz do Iguaçu.

Em 2012 não empreendeu grandes recursos, tendo seu foco voltado para reuniões nas casas das pessoas. Com esta ideia, afirma que “primeiro tenho que conquistar o coração, para depois conquistar o voto” (NASSER, 2012). Não produziu jingles, não possuía carros de som, placas, outdoor. Os materiais utilizados foram os santinhos – que, peculiarmente, são chamados por ele de “abençoadinhos” – e adesivos para carro. Afirma sobre a simplicidade de sua campanha: “Você sabe o que é meu caixa forte? Senhor Jesus, o maior caixa forte [...]. Eu creio nele. Porque eu não estou aqui à toa... Ele tem promessa pra mim e para a sua vida” (NASSER, 2012).

Apostando no contato pessoal, a chamada campanha “corpo a corpo”, o candidato optou por não fazer uma divulgação massiva e aleatória de materiais e nem reuniões com empresas ou associação de moradores, dizendo ser mais importante o contato direto com o eleitor. Um elemento que ganha destaque na campanha com base no contato pessoal é o carisma envolvendo a figura de pastor evangélico.

Eu senti as pessoas com uma receptividade muito boa, foram muito educadas, “que bom que você está aqui”. Ainda mais que agente é pastor e a pessoa às vezes pede uma oração e a gente ora pela pessoa, então foi muito bom esse contato, esse contato é importante. Agora, se você pegar o material e ficar jogando na rua, distribuindo assim, não vai dar voto e vai fazer ainda com que o eleitor fique irritado com você porque está jogando sujeira na sua calçada (NASSER, 2012).

Para Steil (2001), este carisma pode ser considerado como pessoal, que se faz tão presente e importante numa campanha quanto o carisma relacionado à instituição religiosa. Com efeito, a análise feita pelo autor acerca da campanha eleitoral aponta que obtiveram mais sucesso aqueles que não só conseguiram utilizar-se do carisma institucional, mas que também o fizeram no tempo adequado (STEIL, 2001, p. 76). Quanto ao desempenho do Pastor Geber Nasser nas eleições de 2012 em Campo Mourão, a despeito do seu possível carisma pessoal, obteve 375 votos e não foi eleito.

Uma particularidade envolvendo sua candidatura é que a candidata à vice-prefeita pelo PPS, Pastora Jurema, também pertencente à Igreja do Evangelho Quadrangular, compôs chapa e coligação adversária nas eleições municipais10. Sobre esta situação, Pastor Geber diz respeitar a hierarquia estabelecida, reforçando uma ideia bastante presente no meio evangélico, que é a de obediência à hierarquia:

10 Os candidatos que concorreram às eleições majoritárias foram: Regina Dubay e Rodrigo Salvadori pelo PR,

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eu não posso ir contra a autoridade da minha pastora e do meu pastor. Tem a submissão, a autoridade [...] estou fazendo os bairros com o pessoal do Turozzi, que é o nosso candidato da nossa coligação. Mas nas igrejas eu estou trabalhando o candidato a vereador, deixando que os pastores tenham o livre acesso de escolher quem eles querem apoiar para prefeito (NASSER, 2012).

O segundo candidato ao legislativo municipal investigado foi Aritônio Rangel da Silva, pertencente à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) há vinte anos e atuando, nos últimos anos, como evangelista11. Conforme entrevista realizada com o candidato, seu nome foi sugerido e apoiado pela IURD, que, oficialmente, lançou somente a sua candidatura. Seu partido, o PSC, de quem recebeu único apoio para campanha, manteve-se coligado ao PV. Apesar disso, obteve 233 votos e não foi eleito.

Aritônio mencionou que não mantinha grande interesse pela vida política, de maneira que nunca participou de nenhuma eleição. Manifestou que cultiva certo descontentamento com a política, “pelo o que ocorre dentro da própria política. Então, quer dizer, não é que eu não gostava da política em si, não gosto do que acontece dentro da política” (SILVA, 2012). Sobre a sua candidatura, ainda diz que é, antes de tudo, um compromisso com Deus:

Então tudo o que eu estou fazendo hoje, primeiro é meu compromisso com Deus. Então o que eu aprendi é o seguinte, minha crença hoje é ser a própria premissa na mão de Deus, ou seja, tudo o que eu faço primeiro é dele, desde o levantar, do trabalhar, do agir, do falar, tudo para ele. Se eu entrei nessa de candidato, é por isso. Hoje na minha igreja tem vários candidatos eleitos, que é senador, Bispo Marcelo Crivella, Pastor Edson Praczyk, Pastor Oliveira, a massa de candidatos eleitos, de pessoas que já trabalham há anos lá dentro que são de suma importância também para a nação religiosa, para nação católica, independente do credo religioso, para todos. (SILVA, 2012).

A mudança de opinião sobre a política teria ocorrido pela influência da IURD, que ressaltou as atividades desempenhadas por ele dentro da Igreja e a importância que um vereador pode desempenhar na sociedade. O candidato afirma que sua igreja defende a importância de se ter um representante cristão no legislativo: “A Igreja Universal oferece o apoio de conscientizar que a gente tem que ter alguém de caráter, de índole, cristã dentro da câmara” (SILVA, 2012). Talvez isto esteja relacionado com a ideia de que a própria IURD, e não só os “seus” cristãos, sinta a necessidade de representação política. No que diz respeito a suas atividades na Igreja, bem como aquelas que pretendia desempenhar na Câmara, caso eleito, Aritônio mencionou voltar-se ao atendimento daqueles que podem ser identificados como desfavorecidos, e que estão à margem da sociedade, como se pode

11 Segundo o IBGE, a Igreja Universal do Reino de Deus possuía, em 2010, 465 membros. Cf. Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística: Censo Demográfico (2010). Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/temas.php?codmun=410430&idtema=91. Acesso em: 15 jul. 2013.

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observar na sua atividade voluntária de evangelista, por meio da qual cuida de pessoas envolvidas com drogas nas ruas, ou, ainda, na sua intenção de apresentar um projeto que visa a disponibilização de ônibus a serviço das igrejas evangélicas para trazer e levar as pessoas dos cultos. Isto porque, segundo ele, “Eu vou estar lá para representar a Igreja, representar o povo” (SILVA, 2012).

Márcio Martins dos Santos investiga a ideia de que a maior parte dos fiéis das religiões pentecostais seria composta por pessoas desfavorecidas, e demonstra a concepção que vem se firmando de que aqueles políticos que estão ligados a estas religiões tendem a auxiliar a quem precisa. Desta forma, afirma que “Em tal contexto, não surpreende verificarmos que os políticos vinculados à Igreja Universal do Reino de Deus afirmam que sua atuação é voltada para o ‘povo’ e este ‘povo’ é identificado com a parcela mais ‘necessitada’ da população” (SANTOS, 2008, p. 217). Reforçando ainda esta ideia, pode-se observar a seguinte afirmação de Aritônio: “a igreja tem todo mundo lá dentro, porque as pessoas com maiores dificuldades estão dentro da igreja” (SILVA, 2012).

O assembleiano Edilson Martins candidatou-se pela primeira vez em 2012, pelo PSD, embora seu pai, Salvador Martins, tenha sido eleito duas vezes vereador em Campo Mourão. O candidato tem atuação próxima à esfera política desde 2003, quando respondeu como secretário de saúde, gestor de contratos e convênios, assessor da deputada estadual Marla Tureck e chefe de gabinete de Nelson Tureck, prefeito de Campo Mourão entre 2006 e 2012. Para a campanha, teve apoio do partido (PSD), além da contribuição de uma empresa particular, considerada pequena pelo candidato. Contou com aproximadamente sete pessoas contratadas para trabalhar em sua campanha e uma quantidade expressiva de voluntários que encamparam sua candidatura. Trabalhou com a estratégia do “corpo a corpo”, fazendo visitas nas casas e reuniões em empresas. Na sua campanha, foram produzidos santinhos, adesivos, perfurades, placas e jingles. Foi eleito tendo obtido a terceira maior votação entre os vereadores.

Membro da Assembleia de Deus desde seus 13 anos, juntamente com sua família, Edilson afirmou que foi escolhido como candidato oficial de sua igreja, não obstante os candidatos Olivino Custódio e Pastor Ismael – sobre os quais trataremos adiante – também pertençam à mesma religião. A este respeito, afirma o candidato:

Em Campo Mourão nós temos o seguinte, porque na eleição passada saiu seis candidatos da Assembleia de Deus e acabou não elegendo nenhum. Meu pai foi eleito nas últimas duas, então dividiu muito. Aí ano passado foi feito uma prévia na Igreja, ficou seis meses ali para quem quisesse colocar o nome à disposição. Eu coloquei meu nome, algumas outras pessoas colocaram também, e dessa prévia o meu nome foi indicado com 99% de aprovação. As outras pessoas que perderam, tiveram o compromisso de apoiar, então estão me apoiando também (MARTINS, 2012).

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As afirmações observadas, de certa forma, vêm ao encontro do que diz Eduardo Lopez Cabral Maia, quando aponta a adoção de uma estratégia, pela Assembleia de Deus, semelhante à da Igreja Universal do Reino de Deus, para concentrar votos em um candidato, a fim de que seja mais provável o sucesso eleitoral:

a Assembleia de Deus e a Igreja Quadrangular não apresentavam, até 2002, candidatos claramente definidos, nem procuravam determinar o voto dos adeptos. Elas apoiavam determinados candidatos e permitiam aos seus seguidores a escolha livre. A partir de 2002 essas duas Igrejas, ao verificar o maior sucesso da IURD nas urnas, passaram a buscar uma organização política mais próxima à da IURD, sem com isso tentar criar um sistema idêntico (MAIA, 2006, p. 103).

Além de ser indicado e apoiado massivamente pelos pastores e membros da Assembleia de Deus12, sua candidatura teria recebido adesão dos pastores da Igreja Presbiteriana Renovada e Brasil para Cristo. Para o candidato, o apoio recebido ocorreu não somente pelo fato de ser evangélico, mas também pelo seu trabalho como servidor público.

Também membro da Assembleia de Deus, Pastor Ismael candidatou-se pela primeira vez nas eleições de 2012. A coligação PDT/PT/PR, da qual fez parte, forneceu parte do suporte financeiro para sua campanha, compreendendo aproximadamente 20% de suas despesas. O candidato procurou realizar reuniões nas empresas, além de utilizar jingles, santinhos, adesivos e mini outdoor. Conforme informou em entrevista, em torno de vinte pessoas trabalharam voluntariamente na sua campanha. Obteve 163 votos e não foi eleito.

Ismael Garcia dos Santos é pastor há quatro anos, mas, segundo ele, frequenta outras Igrejas por conta de um dom divino que lhe foi atribuído, como fica evidenciado na seguinte passagem:

Eu na verdade frequento várias igrejas sabe. Porque tem dois tipos de pastor: tem um que ele é chamado por Deus e tem o pastor que estuda para ser pastor aí ele vai se envolvendo. No meu caso foi chamado. Deus me deu o poder da cura e me deu autoridade sobre os demônios, então onde tem demônio ele não fica mesmo. Então em função disto, eu não posso ficar só em uma Igreja, eu tenho que ir aonde eu sou chamado (SANTOS, 2012).

Na entrevista realizada, Pastor Ismael, quando afirma que “O vínculo religioso influi em tudo. É Deus na frente” (SANTOS, 2012), começa a fazer uma retomada histórica, a partir de passagens bíblicas, de momentos em que, na sua opinião, se evidencia um entrelaçamento entre os campos religioso e político, como o nascimento de Jesus e sua morte e a disputa entre Deus e o diabo: “O diabo queria ficar ao lado do trono de Deus. Trono é o que, o que ele queria disputar? Política com

12 Segundo o IBGE a igreja contava em 2010 com 3.289 membros. Informação disponível em:

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Deus. Foi através do que? Da guerra. Quem faz guerra? São os políticos. Só que o diabo perdeu” (SANTOS, 2012). Neste sentido, Ricardo Mariano (2003) faz alguns apontamentos sobre a guerra entre Deus e o diabo, que vêm ao encontro da fala do pastor. A ideia de uma disputa polarizada entre bem e mal, vem, segundo o autor, do dualismo hierárquico presente na doutrina cristã. Com efeito, as igrejas neopentecostais acabam aumentando as proporções da guerra entre Deus o diabo pela humanidade, sendo os acontecimentos no mundo terreno o reflexo do que se passa no mundo espiritual (MARIANO, 2003, p. 25).

Assim, para o candidato Pastor Ismael, sendo o vínculo religioso algo que reflete na prática, inclusive política, do indivíduo, fica claro o sentido de suas palavras na seguinte passagem, na qual afirma a capacidade de um evangélico não se deixar corromper pelo mal que se manifesta na política:

A pessoa que é crente mesmo, quando eu falo crente eu não falo que é religiosa ou que é evangélica ou católica, eu falo na pessoa que crê em Deus, ela vota no evangélico. Por quê? Porque o evangélico, todos nós acreditamos na salvação, mas o evangélico ele tem uma tendência a seguir a bíblia. Então é o seguinte, você coloca um pastor dentro da câmara, você vai complicar os vereadores, [porque o pastor] não vai deixar roubar, primeiro que ele não rouba, segundo que ele não pode deixa roubar, porque roubar é pecado e deixar roubar é igualzinho (SANTOS, 2012).

Com efeito, Marcio Martins dos Santos (2008) aponta que o sentido dado ao vínculo religioso no desempenho das funções políticas de um indivíduo assume um caráter missionário que, no caso da fala do Pastor Ismael, pode ser entendido como a obrigação de não permitir que o roubo ocorra na assembleia legislativa:

O papel de um pastor que se torna político assume um caráter que talvez pudéssemos qualificar como ‘missionário’: já que foram os desígnios de Deus que o colocaram no Parlamento, não haveria como um fiel contestar a legitimidade de sua atuação. Afinal de contas, estamos falando de coisas que ‘estão na Bíblia’ (SANTOS, 2008, p. 209).

Por fim, dos candidatos investigados, Olivino Custódio é o que apresenta a maior trajetória política, tendo sido eleito vereador nos anos de 1982 (PMDB) e 1988 (PDT), também pelo município de Campo Mourão. Ficou como suplente durante um ano e quatro meses a partir de 1992 (PSDB). Em 2004 foi candidato pelo PSDB e em 2008 pelo PR, embora não tenha sido eleito em tais eleições. Em 2012 lançou sua candidatura pelo PR, partido do qual é presidente, e teve auxílio logístico da coligação (PDT/PT/PR). Contou com quatro cabos eleitorais contratados e uma grande quantidade de voluntários, conforme relatou na entrevista. Seu trabalho de campanha esteve voltado com mais frequência para as visitas nas casas. Em sua campanha foram produzidos santinhos, adesivos,

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perfurades, placas e jingles. Foi eleito com 654 votos, ocupando a última vaga na Câmara Municipal

de Vereadores.

Olivino disse ser membro da Assembleia de Deus há 8 anos e ter contado com o apoio individual de alguns membros da igreja em sua empreitada eleitoral. Contudo, houve certo descontentamento dele em relação ao apoio dirigido ao candidato oficial da Assembleia de Deus. Diz ele:

Eu acho que a Igreja, a minha Igreja, por exemplo, peca por esse lado. Ela direcionou um candidato e pede que vote nele, mas não é assim, o povo é mais esclarecido, a Igreja tem que atuar como conselheira, ela tem que pegar como o Tribunal Regional Eleitoral, ela tem que dizer “cuidado com isso” e orientar os eleitores. A função dela é de orientar de não seguir o caminho errado nas coisas da vida da gente, “olha isso aqui não é bom, não é honesto, isso aqui é pecado”, isso dentro da própria Igreja também ensinar: “não deve fazer isso na política, a política é a mesma coisa”, entendeu? A nossa Igreja não está fazendo isso (CUSTÓDIO, 2012).

Como é possível observar, Olivino não concorda com o modo com que sua Igreja se comporta em relação ao apoio direcionado apenas a um candidato, que, como dito por Maia (2006), de modo geral passou a ser estratégia da Assembleia de Deus nos últimos pleitos, a fim de se aproximar mais do sucesso eleitoral. Olivino parece não concordar com o entendimento de que o apoio da igreja garanta o sucesso, visto que para ele, neste contexto, “o povo é muito esclarecido, vota em um terceiro que não é da Igreja” (CUSTÓDIO, 2012). Cabe ressaltar que, assim como na campanha de 2012, em 2008 o candidato também não teve o apoio oficial da instituição religiosa à qual pertence (MEZZOMO; BONINI, 2011). Apesar disto, diz que sua discordância não tem relação com o fato de não ter recebido o apoio oficial da sua igreja.

b) Candidatos religiosos: desempenho, integridade moral e disputas intra-religiosas

Dos cinco candidatos apresentados, dois foram eleitos: Edilson Martins, tendo sido o terceiro mais votado, e Olivino Custódio, ocupando a última vaga ao legislativo municipal, ambos pertencentes à Assembleia de Deus. Na tabela a seguir, elaborada a partir das informações do TRE13, pode-se observar o quantitativo de votos obtido pelos candidatos:

Tabela 1: Resultado eleitoral para o legislativo municipal de Campo Mourão em 2012.

Nome Partido Pertencimento Religioso Votos Eleito

Edilson Martins PSD Igreja Assembleia de Deus 1.428 Sim/ 3º mais

13 Essas informações estão disponíveis no site:

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votado Olivino Custódio PR Igreja Assembleia de Deus 654 Sim/ último mais

votado

Pastor Ismael PT Igreja Assembleia de Deus 163 Não

Pastor Geber PSC Igreja do Evangelho

Quadrangular

375 Não

Aritônio Rangel PSC Igreja Universal do Reino de Deus

233 Não

Fonte: Tribunal Regional Eleitoral.

Após a apresentação de algumas ideias centrais dos discursos apresentados pelos candidatos, é possível observar uma aproximação entre a discussão teórica e o que se constata nas fontes colhidas na pesquisa. Como visto acima, Pastor Ismael acredita que um evangélico tem a capacidade de “complicar os vereadores”, na medida em que não será conivente com as coisas erradas que podem acontecer na câmara. A ideia de que uma pessoa guiada por Deus ser eleita para fazer parte do cenário político da cidade, uma vez que terá uma conduta adequada no desempenho de suas funções, não fica evidente apenas na fala deste candidato, como é possível notar no que diz também Edilson Martins e Pastor Geber, por exemplo:

A questão é, como eu te falei, eu já venho como assembleiano de Deus, então você já é um conhecedor da palavra de Deus. Eu, como evangélico, você talvez como evangélico, católico, todos nós devemos ter o mesmo conhecimento. No caso, a Bíblia Sagrada ela não é para a Assembleia, ela é para todos. Aquele é um livro sagrado que você tem que seguir aquilo. Se você se basear na bíblia, independente se você é evangélico, de você ser um católico, de você ser um espírita, isso não vai mudar nada... O caminho é o que está escrito (MARTINS, 2012).

Eu tenho que viver dentro da igreja e fora da igreja o que a palavra ensinou, aquilo que Deus colocou em minha vida, no meu coração. Eu não sou uma pessoa dentro da igreja e fora outra pessoa. Eu estou nessa disputa, se Deus permitir que eu chegue lá, eu vou fazer a diferença, a minha atuação vai ser dentro daquilo que a palavra de Deus me ensinou e ensina. Não vou me desviar nem pela direita nem pela esquerda, vou seguir o caminho que o Senhor determinou. Porque se eu chegar lá, é por um propósito Dele, não vou chegar por acaso (NASSER, 2012).

Nota-se, a partir destas passagens, que a palavra de Deus serve, para estes candidatos, como diretriz moral de sua conduta. Portanto, é possível observar não só a inserção da figura religiosa no campo político, mas, junto com ela, a inclusão do próprio discurso religioso como fundamento político.

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Isto, de certa forma, vem ao encontro das questões levantadas por Burity (2011), no sentido de que existe uma crítica do que está errado e se oferece a provável solução, o voto numa pessoa de Deus, como indica ainda a fala de um “eleitor pentecostal” observada por Miranda: “Voto no candidato da minha igreja; [...] Você pode confiar, ele é um homem de Deus” (MIRANDA, 2006, p. 149). Neste, sentido observa-se a política como um campo “profano” onde coisas erradas acontecem, necessitando exorcizar os males (STEIL, 2001). Quanto à visão da política enquanto algo onde se observa o “mal” acontecer, nota-se nas falas de Aritônio o descontentamento com a política e, no caso do Pastor Geber, a ideia de que na política é necessário conviver com pessoas “duas caras”, que dizem uma coisa e fazem outra (NASSER, 2012).

Um aspecto recorrente entre os candidatos é a ideia de que, por mais que recebam o apoio e possuam um vínculo religioso, o vereador deve legislar para todos. Neste sentido, os candidatos se apresentam como pessoas que visariam, caso eleitos, o bem de todos, sem restringir suas ações para determinado segmento da sociedade. Isto é importante, não só por se tratar de um ponto em comum entre os discursos, mas também por vir ao encontro da ideia de que, uma vez que seguem a bíblia ou a palavra de Deus, sua ação terá de ser voltada ao povo, ao benefício de todos. Esta questão é pontuada por Santos (2008), no trecho a seguir:

Além de estar sempre buscando novos e eficientes canais capazes de facilitar o funcionamento de sua Igreja e garantir a defesa de seus interesses enquanto instituição, os “representantes do Evangelho” teriam uma peculiaridade que é também uma responsabilidade a mais: como a atuação dos “homens de Deus” é calcada nas “palavras divinas” contidas na Bíblia, cujos desígnios a tradição religiosa à qual se vinculam consideram passíveis de ser seguidos por todos, o foco de seus interesses não pode deixar de ser, no fim das contas, o “povo”, na acepção mais genérica que este termo possa ter (SANTOS, 2008, p. 213).

Entretanto, como é possível observar no discurso de Aritônio, alguns acreditam que o povo está na Igreja. Atender as prioridades da Igreja significa, por consequência, atender o povo. Com efeito, assim como foi evidenciado em relação ao candidato da IURD, Geber Nasser, da Igreja do Evangelho Quadrangular, também afirma a ideia de que na Igreja se encontra o “povo”. Quando questionado se teria projetos direcionados às instituições religiosas, o candidato apresenta a intenção de contemplar uma Igreja a ser sorteada a cada mês com 50% do seu salário. Isto pode caracterizar uma contradição com a ideia de legislar para o povo, contudo afirma ele:

nas igrejas está o público. Você não frequenta uma igreja seja ela qual for? Você frequenta. Então não adianta falar “você vai deixar”, eu não vou deixar ninguém, dentro da igreja está o povo. Quem crê em Deus ele vai pra igreja. Então eu acho que dentro da igreja está polarizada todas as situações de públicos (NASSER, 2012).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

De certo modo, as informações apresentadas contribuem para a compreensão de como vêm se dando as dinâmicas que inserem os religiosos, mais especificamente os evangélicos, na política atualmente. Este processo, todavia, começa a se consolidar a partir da década de 1980, embora não de forma pacífica, tendo em vista a defesa do princípio da secularização que acabaria, por fim, para delegar à esfera privada aquilo que se refere às dinâmicas próprias do campo religioso (CAMPOS, 2013, p. 68).

Esta questão indica uma convergência entre ação política e religiosa, passando para o campo da prática, manifestando-se, por exemplo, no fenômeno da transformação do voto em ritual religioso cuja finalidade é extirpar o mal da política (STEIL, 2001). Pode-se observar, baseado em Santos (2001) e também Miranda (2006), a tentativa dos candidatos religiosos de moralizar a política.

Em virtude dos diálogos estabelecidos entre compreensão teórica e as fontes, é possível notar que as campanhas dos chamados agentes religiosos, como qualquer outra, é dirigida no intuito de alcançar o maior número de votos. A recorrência às representações religiosas pode ser compreendida, também, como um mecanismo de convencimento diferenciado, mesmo que não garantindo a eficácia eleitoral. Ainda sobre o desempenho eleitoral, é possível notar que o apoio das instituições religiosas ocorreu de formas diferentes, sendo possível observar estratégias diversificadas quanto ao apoio a ser empreendido. Por mais que seja observado por um lado a efetivação do que se tem como objetivo no apoio de candidatos, nota-se que os indivíduos podem não se comportar seguindo modelos pré-estabelecidos, divergindo, assim, do que se espera, conforme se vê no caso dos candidatos da Igreja Assembleia de Deus.

É possível ainda observar a presença de duas igrejas com certa tradição no que diz respeito à inserção religiosa no campo político, a Assembleia de Deus e a Igreja Universal do Reino de Deus. As duas igrejas passam a se articular em relação às campanhas eleitorais de seus candidatos desde o momento da redemocratização, conforme aponta Campos (2013, p. 98). Além disso, a IURD, segundo as discussões feitas por Mariano, é a denominação que “encabeça” o neopentecostalismo, vertente pentecostal que atualmente mais cresce e tem uma forte presença na mídia televisiva (MARIANO, 2004, p. 124), o que colabora a busca por mais féis, assim como por mais eleitores. Isso ocorreu também, ao que parece, no caso da Igreja do Evangelho Quadrangular, a qual, como foi dito pelo próprio candidato, para as eleições de 2012 no Paraná, empreendeu esforços para eleger 100 vereadores.

Desta forma, é possível afirmar que os campos político e religioso se aproximam, conforme fica evidenciado na análise das eleições proporcionais de 2012 em Campo Mourão. Nesta dinâmica, os dois campos acabam se (re)articulando, a fim de que seja possível se estabelecer tal relação. Desta

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maneira, a prática política dos religiosos vem na direção de “dar sentido a uma expressão religiosa” (BURITY, 2011, p. 59), conforme fica evidenciado nas ideias de uma candidatura enquanto desígnio divino e a bíblia enquanto fundamento moral na ação política, que se observa nas falas dos candidatos analisados ao longo do texto.

FONTES

CUSTÓDIO, Olivino. Entrevista. Campo Mourão, 11 de set. 2012. (A/A). MARTINS, Edilson. Entrevista. Campo Mourão, 25 de set. 2012. (A/A). NASSER, Geber. Entrevista. Campo Mourão, 29 de ago. 2012. (A/A).

SANTOS, Ismael Garcia dos. Entrevista. Campo Mourão, 27 de ago. 2012. (A/A). SILVA, Aritônio Rangel da. Entrevista. Campo Mourão, 3 de set. 2012. (A/A).

REFERÊNCIAS

BURITY, Joanildo. Religião e política. In: Fé na revolução: protestantismo e o discurso revolucionário brasileiro (1961-1964). Rio de Janeiro: Editora Novos Diálogos, 2011, p. 51-79.

CAMPOS, Leonildo Silveira. Evangélicos e política no Brasil: análise das eleições de 2002 a 2010 para Câmara Federal. In: PÁTARO, Cristina Satiê de Oliveira; HAHN, Fábio André; MEZZOMO, Frank Antonio (org.). Instituição e Sociabilidades: Religião, política e juventudes. Campo Mourão: Editora Fecilcam, 2013, p. 63-102.

GIUMBELLI, Emerson. A presença do religioso no espaço público: modalidades no Brasil. Revista Religião e Sociedade,Rio de Janeiro, v. 28, n. 2, 2008, p. 80-101.

MAIA, Eduardo Lopes Cabral. Os evangélicos e a política. Revista Em Tese,Florianópolis. 2, n. 4, ag./dez. 2006, p. 91-112.

MARIANO, Ricardo. Expansão pentecostal no Brasil: o caso da Igreja Universal. Revista Estudos Avançados, v.18, n. 52, 2004, p. 121-138.

MARIANO, Ricardo. Guerra espiritual: o protagonismo do diabo nos cultos neopetencostais. Revista Debates do NER, Porto Alegre, ano 4, n. 4, jul. 2003, p. 21-34.

MEZZOMO, Frank Antonio; BONINI, Lara Grigoleto. O religioso em contexto político-eleitoral: eleições proporcionais de Campo Mourão/PR. Revista Brasileira de História das Religiões, Maringá, ano IV, n. 11, set. 2011.

MIRANDA, Júlia. O candidato da igreja: do que nos fala a sua presença na política brasileira. In: LEMENHE,M.; CARVALHO, R. V. A. (org.). Política, cultura e processos Eleitorais. Fortaleza: Fundação Konrad Adenauer, 2006.

ORO, Ari Pedro. Religião e eleições em 2012 em Porto Alegre. Revista Debates do NER, Porto Alegre, ano 14, n. 23, jan./jun. 2013, p. 109-144.

ORO, Ari Pedro. Religião e política nas eleições 2000 em Porto Alegre. Revista Debates do NER, Porto Alegre, ano 2, n. 3, set. 2001.

SANTOS, André Marenco dos. Fides Implicita: Candidatos Religiosos nas Eleições Municipais de 2000 em Porto Alegre. Revista Debates do NER, Porto Alegre, ano 2 n. 3, set. 2001.

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STEIL, Carlos Alberto. Eleições, Voto e Instituição Religiosa. Revista Debates do NER, Porto Alegre, ano 2, n. 3, set. 2001.

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Referências

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