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RESUMO. Palavras Chaves: Homossexualidade, Normatividade e Fotografia.

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Academic year: 2021

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ENSAIO FOTOGRÁFICO BAPHÃO E TEORIA QUEER

Manassés José M. Pessoa 1 Leonardo Bispo Pires 2 RESUMO

Este artigo tem o objetivo de discutir a heteronormatividade no âmbito da sexualidade, voltada para população de homossexuais afeminados. Nesta perspectiva a justificativa para realização deste trabalho, surge a partir do incômodo de homossexuais que vivem esta situação desconfortante. Este segmento da população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) foi quem iniciou com as questões políticas e com os movimentos de orgulho gay, segundo alguns autores, por necessitarem mais de melhorias. Para tanto, realizou-se um ensaio fotográfico visando à desconstrução desta normatividade na sociedade e na própria comunidade LGBT que inclusive, apresenta uma separação entre afetados e não-afetados. O ensaio fotográfico “Baphão Queer” pensa estratégias na forma de imagens que são incomuns à conjuntura atual com a finalidade de naturalizar hábitos estigmatizados e provocar a reflexão dos apreciadores ao visualizarem as obras. Modelos masculinos apropriam-se de acessórios „hegemonicamente‟ femininos como sapatos de salto alto, bolsas, maquiagem, vestimentas, além de retratar comportamentos e situações que polemize a masculinidade „preponderante‟. A proposta é problematizar o que conhecemos como „normas‟ utilizando a arte da fotografia e empoderar (empowerment) sujeitos que estejam enquadrados nesta realidade.

Palavras Chaves: Homossexualidade, Normatividade e Fotografia.

1

Graduando em Bacharelado Interdisciplinar em Artes com Área de Concentração em Produção Cultural – IHAC/UFBA. mano-fsa@hotmail.com

2

Graduando em Bacharelado Interdisciplinar em Saúde – IHAC/UFBA.

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INTRODUÇÃO

Existem quantas maneiras de viver o casamento, a adolescência, a sexualidade, o trabalho ou a vida? Existem quantas maneiras de lidar com os pais, com os filhos, com a vestimenta ou com as modernizações que se impõem as vidas alheias?

A sociedade insiste em ditar as regras de como se deve viver, elegem um padrão e logo todos o identificam como normal, limitando e restringindo as diversas outras vivências. Em meio a toda essa homogeneidade hegemônica, pessoas que não se inserem nestes padrões normativos são tachadas de anormais, doentes e imperfeitas, porque “as normas funcionam como princípio normalizador das práticas sociais” (BUTLER, 2006, p. 69).

Stuart Hall (2005, p. 7 – 22) caracteriza o sujeito pós-moderno como fragmentado, que não consegue criar ou desenvolver uma identidade fixa e ater-se a ela pelo resto da sua vida. Todos os dias as pessoas vivem essa crise de identidades e aceitam o fato de serem diferentes, porém, devem estar dentro da margem de normalidade e se comportarem de um modo „comum‟.

Este modo de vida normativo tem causado o sofrimento de muitas pessoas que adotam um modelo de vida subversivo. Embora a diferença esteja estampada como uma característica de toda a humanidade, muitas pessoas ainda insistem em desconsiderar este fato, provocando dor e muitas vezes causando a morte destas pessoas „anormais‟ que não conseguem enquadrar-se no padrão de vida eleito pelas instituições detentoras do poder.

Tendo em vista estas afirmações, alguns estudantes, incomodados com a situação em que vivem muitos homossexuais, decidem realizar um trabalho que pense estratégias de combate a homofobia e ao mesmo tempo busque a valorização de homossexuais afeminados que carregam os marcadores sociais responsáveis pela discriminação.

Projeto Baphão

Em dezembro de 2010, aconteceu uma Mostra de Artes no interior do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos. Dentre os

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trabalhos apresentados, houve a Exposição do Ensaio Fotográfico Baphão que chamou atenção de estudantes e professores que prestigiavam o evento. Por causa da repercussão desta exposição, o grupo decidiu aprofundar o conhecimento sobre teoria queer e tentar realizar uma associação mais sólida entre a teoria e a prática (ensaio fotográfico).

Este trabalho sofre a influência da teoria queer, devido a participação de alguns integrantes do projeto no Grupo de Pesquisa sobre Cultura e Sexualidade (CUS) – conhecido pelos estudos sobre teoria queer. (Colling, 2010, p. 1)

A pesrspectiva do grupo é de tornar conhecido este ensaio que tem servido como uma prática da teoria e levar, principalmente, a homossexuais afetados este discurso libertador, mostrando que a afetação não deveria ser encarado como um problema. A teoria é utilizada para legitimar esta ação.

O Ensaio Fotográfico Baphão Queer tenta trabalhar com as mesmas ferramentas que servem de estigma numa pequena parcela da população, que não se adéquam aos demais grupos sociais „normais‟. Assim, tentam provocar as pessoas que acreditam ser saudáveis3 porque seguem um modelo de vida comum numa sociedade extremamente fragmentada e moderna.

A escolha de utilizar a arte da fotografia se deve ao poder que a mesma tem embutida, como dito por Kossoy (2001): “é a fotografia um intrigante documento visual cujo conteúdo é a um só tempo revelador de informações e denotador de emoções”. Além de eternizar os momentos para as próximas gerações, a fotografia pode ensinar. Pessoas aprendem, pensam e refletem ao olhar uma imagem e em alguns casos, a imagem tem o poder de levar muito mais informação que muitos textos.

Na organização do Ensaio, alguns locais foram esquematicamente pensados no intuito de representar a sociedade. Ruas, jardins, parques, igrejas e outros locais serviram de cenário para as fotos. Além de outros ambientes menos públicos considerados apenas pela sua beleza, a fim de ofertar ao Ensaio uma estética comum ao campo da moda.

3

O termo saudável empregado neste artigo não deve ser compreendido como saudável do ponto de vista da saúde (OMS), antes, deve ser entendido como algo que esteja dentro dos padrões normativos, como citado por COLLING em Aquenda a Metodologia! Uma proposta a partir da análise de Avental todo sujo de ovo (2007, p. 166).

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Ao utilizar locais públicos, o Ensaio prevê maior impacto, visto que as representações destas pessoas nestes locais simbolizam a presença e as vivências dos mesmos nestes ambientes: abertos e de trânsito. Ou ainda, pode-se utilizar a justificativa de tornar as imagens o mais próximo possível do ambiente comum e natural das pessoas que comportam o público do projeto. Isso foi pensado para aproximar a vida do personagem (da fotografia) à vida do „personagem‟ da vida real.

Teoria Queer e Baphão

A partir do momento que se decidiu construir um link entre a proposta do Ensaio e a teoria queer, vários textos foram analisados, entre eles, o de Richard Miskolci (2009) que traz informações sobre como teve início esta Teoria pós-estruturalista, pós-naturalista e pós-identitária.

A teoria queer surge nos Estados Unidos, por volta da década de 1980 e tem, basicamente, o objetivo de questionar os padrões de normalidade erigidos pela sociedade. Além de questionar os estudos sociológicos sobre minorias sexuais e de gênero. A primeira pessoa a utilizar o termo Queer Teory foi Teresa de Laurentis em 1990.

O termo queer é originalmente conhecido pela sua conotação negativa sobre pessoas que rompiam normas sexuais (MISKOLCI, 2011, p. 2). Podemos citar como exemplo prático, a homossexualidade.

Segundo Butler (2002, p. 58) “Queer adquire todo o seu poder precisamente através da invocação reiterada que o relaciona com acusações, patologias e insultos”. Ou seja, houve uma tentativa de ressignificar o termo através da analítica de normatização focada na sexualidade.

A concepção moderna de sujeito, portador de uma identidade fragmentada, provisória e circunstacial colaborou para que houvesse o desenvolvimento dos estudos queer. (Hall, 2005).

Nos últimos anos a teoria queer vem ganhando espaço no campo da sexualidade e abrindo caminho para discussões sobre a heteronormatividade. Segundo Miskolci (2009, p. 157) a heternormatividade pode ser dividida em dois períodos. Por volta do final do século XIX e meados do século XX, ser homossexual era compatível com estar doente ou ser criminoso e as pessoas

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eram internadas, presas ou submetidas a tratamentos psiquiátricos na tentativa de serem curadas. Com a despatologização em 1974 e com a descriminalização da homossexualidade, o modelo de vida heterossuxual ganha espaço em substituição da heterossexualidade compusória (onde só havia espaço para a heterossexualidade). Ser homossexual não é mais sinônimo de doença, porém, ter um estilo de vida heterossexual é o meio que todos os homossexuais devem tomar para ganhar o „respeito‟ e a „aceitação‟ da sociedade hegemonicamente heterossexual.

Ainda segundo Miskolci (2009, p. 156) a heteronormatividade pode ser definida como:

[...] um conjunto de prescrições que fundamenta processos sociais de regulaçao e controle, até mesmo aqueles que não se relacionam com pessoas do sexo oposto. Assim, ela não se refere apenas aos sujeitos legítimos, mas é uma denominação contemporânea para o dispositivo histórico da sexualidade que evidencia seu objetivo: formar todos para serem heterossexuais ou organizarem suas vidas a partir do modelo supostamente coerente, superior e “natural” da heterossexualidade.

Os principais teóricos queer, apontam que a heteronormatividade não é só o objeto de luta de pessoas sexualmente desviantes, anormais ou pervertidas. Antes, muitos destes indivíduos, estão enredados pelo estilo de vida heterossexual, como afirma Miskolci (2009) que vivemos sob a influência da heteronormatividade. Afinal, nascemos e crescemos assistindo, convivendo e participando de uma sociedade totalmente heterossexualizada.

Uma pesquisa realzada pelo grupo de pesquisa Cultura e Sexualidade (CUS) sobre a heteronormatividade nas representações de pesrsonagens não-heterossexuais nas telenovelas da Rede Globo (1998 a 2008) concluiu que “a Rede Globo tem enquadrado seus personagens homossoxeuais em um modelo heteronormativo”. É sabido como as novelas exercem grande influência na vida das pessoas e como ela tem um papel importante na vinculação de informação que contribue, inclusive, para formação de identidades e de opinião dos telespectadores. Ter um tipo de representação para os homossexuais pode criar “um modelo de ser gay e lésbica no mundo”.

Neste modelo hegemônico de representar homossexuais, os gays afeminados não têm espaço, nem “as lésbicas masculinizadas, os pobres e

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todos aqueles que preferem o livre transitar entre os sexos, os gêneros, os desejos e as práticas sexuais” (COLLING, 2009).

Nesta perspectiva surge o Baphão. Um grupo de estudantes universitários dos cursos de Artes e Saúde, na sua maior composição, homossexuais afeminados, incomodados com as normas sociais, trabalham na construção de um ensaio fotográfico, onde pessoas do sexo masculino utilizam adereços hegemonicamente femininos, para causar estranhamento e questionar as normas, além de tentar combater a heteronormatividade, resgatando a dignidade de homossexuais afetados. Butler (2006, p. 69) diz:

Uma norma não é o mesmo que uma regra e tampouco é o mesmo que uma lei. Uma norma opera dentro das práticas sociais como o estandarte implícito da normalização. [...] As normas podem ser explícitas, sem dúvida, quando funcionam como princípio normalizador da prática social, mas em geral, permanecem implícitas, são difíceis de ler, os efeitos que produzem são a forma mais clara e dramática mediante a qual se podem discernir.

As normas construídas ao longo dos anos sofreu grande influência do cristianismo (SANTOS, 2002). Esse regime abraça a grande massa da população e legitima ideias que se inserem fortemente na cultura, tornando-se parte da vida das pessoas. Todos aqueles que subvertem estas normas são vítimas de preconceito e no caso dos homossexuais, de homofobia e ódio mortal.

Cornejo (2010) cita Sedgwick para dizer que “o movimento gay nunca foi afundo para atender os assuntos relativos aos meninos afeminaodos”. Muito pelo contrário, várias vezes o Grupo Gay da Bahia (GGB) ameaçou processar autores de novelas por criar personagens homossexuais afeminados e caricatos. Em outros momentos, elogiou personagens sem afetações que pareciam „normais‟. Essa tensão existente entre movimentos gays e teóricos

queer acontece por causa da “estratégia adotada por ativistas de demonstrar

que os homossexuais são iguais aos heterossexuais, ou seja, de que todos são „normais‟” (COLLING, 2011). De acordo com a própria proposta da teoria, de ressignificar o termo „queer‟ a partir da analítica de normatização, Gamson diz:

“A política queer (...) adota a etiqueta da perversidade e faz uso da mesma para destacar a norma daquilo que é normal,

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seja heterossexual ou homossexual. Queer não é tanto se rebelar contra a condição marginal, mas desfrutá-la” (Gamson, 2002, p. 151).

O problema dos homossexuais afeminados é muito maior face a violência cotidiana causada pela homofobia. Segundo Preciado (2009, p. 142) os homossexuais afeminados deram início ao movimento gay na luta por melhorias porque eram os que mais necessitavam de políticas públicas. Eles estão mais expostos, chamam atenção pelos trejeitos e colocam em cheque a questão da masculinidade a todo momento.

Um homossexual afeminado é caracterizado principalmente pelos jeitos femininos no comportamento, as vezes no modo de se vestir e até no corpo físico. Segundo Lacerda (2002) uma sociedade machista que construiu uma imagem do homem como hierarquicamente superior à mulher, tem a honra ferida quando um indivíduo biologicamente do sexo masculino passa a adotar características femininas. Esta hipótese coloca a análise do preconceito contra homossexuais no quadro das relações de poder entre grupos.

Considerações Finais

O Baphão enquanto equipe acredita poder estar contribuindo para a melhoria na vida destes homossexuais ao problematizar a questão da homossexualidade em afeminados e dar visibilidade ao assunto.

É necessário que haja ações conjuntas nas diversas instâncias para ampliar o debate. Alcançando todas as pessoas, em diferentes estratos sociais na tentativa de descontruir a hipótese de que a homossexualidade difere da heterossexualidade no que concerne a construção cultural. Ninguém escolhe ser hétero, aprede-se a ser hétero e isso deve ser abertamente discutido e acordado entre todos.

REFERÊNCIAS

BUTLER, J. Criticamente subversiva. In: JIMÉNEZ, R. M. M. Sexualidades transgressoras. Uma antologia de estúdios queer. Barcelona: Içaria editorial, 2002, p. 57.

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COLLING, L. Aquenda a metodologia! Uma proposta a partir da análise de Avental todo sujo de ovo. In. Bagoas: revista de estudos gays/Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Centrod e Ciências Humanas, letras e Artes.

(V. 1, n. 1 jul./dez. 2007) – Natal: EDUFRN, 2007.

COLLING, L. A heteronormatividade nas representações de personagens não-heterossexuais nas telenovelas da Rede Globo (1998 a 2008). II EBECULT – Encontro Baiano de Estudos da Cultura, Feira de Santana, 2009.

COLLING, L. A naturalidade é uma pose tão difícil de se manter – Apontamentos para pensar homofobia e dereitos no Brasil hoje. V Congresso da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura, Natal, 2010, p. 1 – 10. COLLING, L. Teoria Queer. In. Mais definições em Trânsito. 2011.

CORNEJO, G. apud Sedgwick E. La guerra declarada contra el niño afeminado. Fazendo Gênero 9, 2010. Disponível em: < http://www.fazendogenero.ufsc.br/9/resources/anais/1278291734_ARQUIVO_gi ancarlocornejoFazendogenero.pdf.> Acessado em 16 de abril de 2011.

GAMSON, J. Deben autodestruirse los movimientos identitarios? Un extraño dilema. In: JIMÉNEZ, Rafael M. Mérida. Sexualidades transgresoras. Una

antologia de estudios queer. Barcelona: Icária editorial, 2002, p. 141 a 172.

HALL, S. A identidade em questão. In: A identidade cultural na pós

modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, p. 7 – 22

KOSSOY, Boris. Fotografia e História. São Paulo, Ateliê Editorial, 2001, p. 16 LACERDA, M. P. C. CAMINO, L. Um estudo sobre as formas de preconceito contra homossexuais na perspectiva das representações sociais. Psicol.

Reflex. Crit., 2002, vol.15, no.1, p.165-178.

MISKOLCI, R. A Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização. Sociologias, Porto Alegre, ano 11, nº 21, jan/jun. 2009, p. 150 – 182

MISKOLCI, R. A Teoria Queer e a questão das diferenças. Disponível em: <http://www.alb.com.br/anais16/prog_pdf/prog03_01.pdf>. Acessado em: 18 de jul. 2011

PRECIADO, Beatriz. Terror anal. In: Hocquenghem. El deseo homosexual. Madri: Melusina, 2009.

SANTOS, A. C. Sexualidades politizadas: ativismo nas áreas da AIDS e da orientação sexual em Portugal.Cad. Saúde Pública, Jun 2002, vol.18, no.3, p.595-611.

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