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PROGRESSO TECNOLÓGICO, EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE TOTAL DOS FATORES DO SETOR AGROPECUÁRIO NA REGIÃO DO TRIÂNGULO/ALTO PARANAÍBA MG,

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PROGRESSO TECNOLÓGICO, EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE TOTAL DOS FATORES DO SETOR AGROPECUÁRIO NA REGIÃO DO TRIÂNGULO/ALTO

PARANAÍBA – MG, 1985-1995

Cristiane Márcia dos Santos Maurinho Luiz Dos Santos Antonio José Medina S. Baptista RESUMO

Este estudo utilizou abordagem não-paramétrica baseada na análise envoltória de dados (DEA), combinada com o índice de Malmquist para analisar a produtividade total de fatores, mudanças tecnológicas e de eficiência no setor agropecuário da região do Triângulo/Alto Paranaíba em Minas Gerais de 1985 e 1995. Índices de produtividade de Malmquist foram decompostos em dois componentes: mudança tecnológica e mudança de eficiência técnica. Dos resultados verifica-se que 56,6% dos municípios obteveram ganhos de eficiência, e que 95% dos municípios apresentaram progresso tecnológico. A produtividade total dos fatores, no período em análise, em média foi influenciada pelo componente mudança tecnológica, que apresentou uma magnitude superior ao componente mudança no indicador de eficiência, ou seja, os ganhos de produtividade existentes foram obtidos em média com maior influência do progresso tecnológico do que pela mudança na eficiência. Pelos resultados obtidos para a região em estudo, pode-se fazer inferências acerca dos municípios inovadores na agropecuária regiona.

Palavras-chaves: Análise Envoltória de Dados, Índice de Malmiquist, Produtividade Total do Fatores.

1. INTRODUÇÃO

Os termos eficiência e aumento de produtividade são aspectos frequentemente abordados por tomadores de decisão, principalmente em se tratando de ambientes competitivos e dinâmicos.

Para que um setor seja eficiente, não basta que produza produtos a custos mínimos, mas ele também deverá produzir combinações de produtos que as pessoas estejam dispostas a adquirir. Os setores da economia que possuem essa capacidade de combinações de produtos serão eficientes tecnicamente e economicamente. A eficiência técnica e econômica podem ser identificadas em qualquer processo de produção.

Segundo Pereira (1995), a eficiência técnica refere-se à habilidade com que os insumos utilizados no processo de produção são convertidos em produtos, e eficiência econômica refere-se à habilidade com que os produtores conduzem o processo produtivo, com vistas em obter o mínimo custo ou o máximo lucro possível.

A produtividade pode ser definida, de forma simples, como uma relação entre produto(s) e insumo(s), ou seja, quanto se está produzindo determinados bens com uma determinada quantidade de insumos (BEDÊ e SANTOS, 1994).

Dentre as regiões que compõem o Estado de Minas Gerais, a região do Triângulo/Alto Paranaíba vem se destacando na formação do PIB agropecuário. No ano de 2000, essa região foi responsável por aproximadamente 25% do total do PIB agropecuário estadual (TABELA 1).

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Tabela 1 – PIB Agropecuário a preços correntes, segundo regiões de planejamento - Minas Gerais – 2000 ´(R$1.000,00)

REGIÃO DE PLANEJAMENTO PIB AGROPECUÁRIO

Minas Gerais 8.354.977,00 . Triângulo/Alto Paranaíba 2.074.661,00 Sul de Minas 1.918.520,00 Central 850.414,00 Mata 825.121,00 Norte de Minas 606.975,00 Centro-Oeste de Minas 605.886,00 Noroeste de Minas 545.459,00 Rio Doce 529.864,00 Jequitinhonha/Mucuri 398.077,00

Fonte: Fundação João Pinheiro - Centro de Estatística e Informações.

A região Triângulo/Alto Paranaíba destaca-se em importância tanto na agricultura como na pecuária. Em relação aos principais produtos agrícolas, no que se refere à participação da produção estadual, essa região é a principal produtora de abacaxi (95%), soja (67%), algodão (66%), cana-de-açúcar (41%) e milho (24%). A laranja (24%) e o tomate (15%) garantem a região a segunda posição, o café (13%), embora ocupe a terceira posição, é, em relação à sua qualidade, o melhor do Estado. Outro produto que também se destaca é o arroz, que participa com 12% na produção do Estado.

O rebanho bovino é o maior de Minas Gerais, representando 23,2% do total do Estado. A produção de leite (15,7%) é a segunda maior do Estado; o rebanho suíno representa 10,3%; e a avicultura, com uma representatividade de 11%, ocupa a quarta posição, entre as demais regiões, no total do Estado.

Apesar da região do Triângulo/Alto Paranaíba ser de grande importância para o setor agropecuário do Estado de Minas Gerais, é possível considerar que alguns municípios que compõem essa região não estejam utilizando os seus fatores de produção adequadamente para atingir uma maior produtividade.

Frente às transformações ocorridas no setor agropecuário e à importância do tema produtividade, surge uma importante questão relacionada ao processo de modernização, que modificou a forma de produção da agropecuária brasileira. Deste modo, pretende-se, neste estudo, analisar as mudanças da eficiência técnica e as mudanças do progresso tecnológico da região do Triângulo/Alto Paranaíba em Minas Gerais.

2. METODOLOGIA

Este estudo utilizou abordagem não-paramétrica baseada na análise envoltória de dados (DEA), combinada com o índice de Malmquist para analisar a produtividade total de fatores, mudanças tecnológicas e de eficiência no setor agropecuário da região do Triângulo/Alto Paranaíba em Minas Gerais de 1985 e 1995

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(DEA), combinada com o índice de Malmquist. De acordo com COELLI et al. (1998), o DEA se baseia na programação linear para construir uma fronteira linear por partes e, utilizando-se medidas radiais e de função de distância, analisa-se a eficiência das unidades de produção em relação à distância da fronteira construída com as "melhores" unidades de produção (as mais eficientes).

2.1. Análise envoltória de dados

A análise envoltória de dados é uma técnica não-paramétrica que se baseia na programação matemática, especificamente na programação linear, para analisar a eficiência relativa de DMUs1.

Segundo CHARNES et al. (1994), para estimar e analisar a eficiência relativa das DMUs, a DEA utiliza a definição de ótimo de pareto, segundo o qual nenhum produto pode ter sua produção aumentada sem que sejam aumentados os seus insumos ou diminuída a produção de outro produto, e, de forma alternativa, nenhum insumo pode ser diminuído sem ter de diminuir a produção de algum produto. A eficiência é analisada, relativamente, entre as unidades.

CHARNES et al. (1978) generalizaram o trabalho de FARRELL (1957), com o intuito de incorporar a natureza “multiproduto” e “multiinsumo” da produção, propondo a técnica DEA para a análise das diferentes unidades, quanto à eficiência relativa.

O modelo DEA com orientação-produto2 procura maximizar o aumento proporcional nos níveis de produto, mantendo fixa a quantidade de insumos. De acordo com CHARNES et al. (1994) e ESTELLITA LINS e MEZA (2000), pode ser representado, algebricamente, por

maxφ,λ,S+,S- φ s.a φyi - Yλ + S + = 0, (1) - xi + Xλ + S - = 0, - λ ≤ 0, - S + ≤ 0, - S - ≤ 0,

em que yi é um vetor (m x 1) de quantidades de produto da i-ésima DMU; xi, vetor (k x 1) de

quantidades de insumo da i-ésima DMU; Y, matriz (n x m) de produtos das n DMUs; X, matriz (n x k) de insumos das n DMUs; λ, vetor (n x 1) de pesos; S+, vetor de folgas relativo

aos produtos; S-, vetor de folgas relativos aos insumos; e φ, escalar que tem valores iguais ou

maiores do que 1 e indica o escore de eficiência das DMUs, em que valor igual a um indica eficiência técnica relativa da i-ésima DMU, em relação às demais, e valor maior do que um evidencia a presença de ineficiência técnica relativa; (φi - 1) indica aumento proporcional nos produtos que a i-ésima DMU pode alcançar, mantendo constante a quantidade de insumo. Nota-se, também, que 1/φ é o escore de eficiência técnica da i-ésima DMU e varia de 0 a 1. O problema apresentado em (1) é resolvido n vezes - uma vez para cada DMU, e, como resultado, apresenta os valores de φ e λ, sendo φ o escore de eficiência da DMU sob análise e λ fornece os peers (as DMUs eficientes que servem de referência ou Benchmark para a i-ésima DMU ineficiente).

1 DMUs (Decision Making Units) é um termo utilizado na técnica DEA para referenciar unidades homogêneas

que utilizam insumos semelhantes para produzir produtos semelhantes e têm autonomia para tomar decisões.

2 Neste estudo utilizou-se o modelo DEA sob a pressuposição de retornos constantes à escala e com

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2.2. O índice Malmquist de produtividade total de fatores

A medida de mudanças na produtividade, geralmente, está baseada no conceito de produtividade total de fatores, que é definida pelo aumento no produto líquido devido ao aumento nos insumos utilizados na produção (FARE et al., 1994b).

Para obter os indicadores de mudanças na produtividade total dos fatores entre dois períodos de tempo diferentes, utilizou-se o índice de Malmquist, uma vez que este índice não requer informações sobre preço, utilizando-se a análise envoltória de dados.

O índice de Malmquist é definido pela função distância, que é empregada para incorporar a natureza “multiproduto” e “multiinsumo” na análise de produtividade, sem necessidade de especificar objetivos comportamentais dos tomadores de decisão (ex.: minimizar custos ou maximizar lucros).

A função distância pode ser definida com orientação-insumo ou orientação-produto. A função distância com orientação-insumo caracteriza a tecnologia de produção pela minimização proporcional (contração) do vetor insumo, dado um vetor de produto, enquanto a função distância com orientação-produto caracteriza a tecnologia de produção pela maximização proporcional do vetor produto, dado um vetor de insumo.

Para calcular o índice de Malmquist, é necessário estimar quatro funções distância:

dso(xs, ys) = min{φ : (ys/φ) ∈ P(xs)}, (2)

dto(xt, yt) = min{φ : (yt/φ) ∈ P(xt)}, (3)

dso(xt, yt) = min{φ : (yt/φ) ∈ P(xs)}, (4)

dto(xs, ys) = min{φ : (ys/φ) ∈ P(xt)}. (5)

A estimação do índice de Malmquist pelo uso da análise envoltória de dados, segundo FARE et al. (1994a), permite decompor a mudança na produtividade total dos fatores em dois componentes, quais sejam, mudanças na eficiência e mudanças na tecnologia, que, por sua vez, podem ser progresso tecnológico ou regresso tecnológico.

De acordo com FARE et al. (1994a), o índice de Malmquist (orientação-produto), com vistas em analisar mudanças na produtividade total dos fatores entre o período-base s e o período t, é representado por

2 1 ) , ( ) , ( ) , ( ) , ( ) , , , (      = s s t o t t t o s s s o t t s o t t s s o x y d x y d x x y d x y d x y x y m , (6)

em que a notação dso(xt, yt) representa a distância da observação do período t em relação à tecnologia do período-base s. Um valor de mo maior que 1 (um) indica crescimento na produtividade total dos fatores, do período s para o período t, enquanto um valor menor que 1 (um) indica queda na produtividade total dos fatores. Nota-se que a equação (6) é, de fato, a média geométrica dos dois índices de produtividade total dos fatores. O primeiro é analisado em relação à tecnologia do período-base s e o segundo, em relação à do período t.

De forma alternativa, o índice de produtividade [equação (6)] pode ser representado por

(5)

2 1 ) x , y ( d ) x , y ( d x ) x , y ( d ) x , y ( d ) x , y ( d ) x , y ( d ) x , y , x , y ( m s s t o s s s o t t t o t t s o s s s o t t t o t t s s o       = . (7)

O índice de Malmquist pode ser decomposto em índice de mudança na eficiência técnica e índice de mudança tecnológica, ou seja, mudança na distância da DMU em relação à fronteira tecnológicas (mudança de eficiência), e na fronteira tecnológica (progresso tecnológico). Mudança na eficiência = ) x , y ( d ) x , y ( d s s s o t t t o , (8) Mudança na tecnologia = 2 1 ) x , y ( d ) x , y ( d x ) x , y ( d ) x , y ( d s s t o s s s o t t t o t t s o       . (9)

Segundo FARE et al. (1994b), quando há dados disponíveis em painel, podem-se calcular as medidas de distância necessária para o índice de Malmquist, utilizando-se a técnica DEA. Para a i-ésima unidade de produção, calculam-se quatro funções distância para estimar a mudança na produtividade total dos fatores, entre o período-base s e o período t. De acordo com GRIFFELL-TATJÉ e LOVELL (1995), é necessário considerar retornos constantes à escala, para que as mudanças na produtividade total dos fatores sejam corretamente estimadas. Para isso, resolvem-se quatro Problemas de Programação Linear, admitindo-se retornos constantes à escala e orientação-produto, assim discriminados:

[dot(yt, xt)]-1 = maxφ,λ φ, S.a -φyit + Ytλ ≥ 0, xit - Xtλ ≥ 0,

λ ≥ 0; (10)

[dos(ys, xs)]-1 = maxφ,λ φ S.a -φyis + Ysλ ≥ 0, xis - Xsλ ≥ 0,

λ ≥ 0; (11)

[dot(ys, xs)]-1 = maxφ,λ φ S.a -φyis + Ytλ ≥ 0, xis - Xtλ ≥ 0,

λ ≥ 0; (12)

[dos(yt, xt)]-1 = maxφ,λ φ S.a -φyit + Ysλ ≥ 0, xit - Xsλ ≥ 0,

λ ≥ 0. (13)

Note-se que, se tiver T períodos de tempo, serão computados 3T-2 Problemas de Programação Linear para cada unidade de produção em análise.

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identificar quais unidades de produção estão deslocando a fronteira tecnológica do período s para t. De acordo com MARINHO e BARRETO (2000), para identificar as unidades que estão contribuindo para o efeito frontier shift, isto é, para mudanças no progresso tecnológico, é necessário que se verifiquem as três condições abaixo:

Mudança no progresso técnico 1

) x , y ( d ) x , y ( d x ) x , y ( d ) x , y ( d 12 s s t o s s s o t t t o t t s o >       , (14) dso(xt,yt) > 1, (15) dto(xt,yt) = 1, (16)

em que a primeira condição, apresentada em (14), refere-se à presença de progresso tecnológico. A segunda condição (15) indica que, se o produto de uma unidade de produção no período t for superior ao máximo produto potencial que poderia ser obtido no período s, utilizando-se as mesmas quantidades de fatores de produção do período t, haverá progresso tecnológico, e a unidade de produção poderá estar deslocando a fronteira. A terceira e última condição (16) indica que, se houver deslocamento da fronteira, as unidades de produção que o fazem deverão estar situadas sobre ela.

2.4. Fontes de Dados e Procedimentos

Os dados utilizados no presente estudo foram obtidos nos Censos Agropecuários de Minas Gerais para os anos de 1985 e 1995, referentes aos municípios da região do Triângulo/Alto Paranaíba do estado de Minas Gerais.

Para a construção das fronteiras de produção foram utilizadas sete variáveis, sendo que seis variáveis representaram os insumos (Input) e uma variável representou o produto (Output). Foi utilizada a variável (Output) valor da produção agrícola total, esta variável foi utilizada como proxy da quantidade produzida. Para o ano de 1985 foram feitas atualizações da unidade monetária e a correção da inflação utilizando-se o índice de preços recebidos pelos agricultores, calculado pela Fundação Getúlio Vargas para o estado de Minas Gerais. Assim, o valor da produção agropecuária dos municípios da região do Triângulo/Alto Paranaíba em 1985 foi atualizado e corrigido para dezembro de 1995.

A variável (Input) tratores expressa em unidades (número de tratores), representou a proxy do capital; para representar a proxy do trabalho, foi utilizada a variável (Input) EH – equivalente-homem -, expressa em unidades (número de trabalhadores homens). As variáveis (input) lavoura permanente, lavoura temporária, pastagem natural e pastagem plantada, expressas em mil hectares, indicaram uma proxy da terra.

O equivalente-homem (EH) a ser utilizado no estudo refere-se à homogeneização do trabalho do homem, da mulher e das crianças, de acordo com a metodologia proposta por GRAZIANO DA SILVA e KAGEYAMA (1983).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As fronteiras de produção do setor agropecuário para os anos de 1985 e 1995 da Região do Triângulo/Alto Paranaíba em Minas Gerais foram calculadas utilizando a metodologia DEA, admitindo retornos constantes à escala. Depois de obtidas as fronteiras, foi calculado o índice de Malmquist para analisar a mudança na produtividade total dos fatores. Sendo este índice decomposto em índice de mudança de eficiência técnica que reflete os deslocamentos dos municípios em relação à fronteira tecnológica, e índice de mudança tecnológica que reflete o deslocamento da própria fronteira tecnológica.

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Como descrito anteriormente, na interpretação usual do índice de Malmquist, valores maiores que 1 indicam crescimento na produtividade total dos fatores; valores menores que 1 indica queda na produtividade total dos fatores; e não há mudança na produtividade total dos fatores se o valor estimado para o índice for igual a 1. As mudanças na eficiência e tecnologia estimadas pelo índice de Malmquist têm a mesma interpretação.

Na Tabela 2 encontram-se os índices de mudança na eficiência técnica. Os resultados demonstram que treze municípios não apresentaram nenhuma mudança na eficiência, durante todo o período analisado, enquanto que trinta e quatro municípios apresentaram taxas de crescimento da eficiência.

Como pode-se observar, no geral, a média da região do índice de mudança na eficiência foi de 1,153, esse valor indica que a eficiência cresceu, em média 15,30%, tendo os municípios de Prata e Campo Florido apresentado as maiores taxas de crescimento da eficiência, 187% e 151%, respectivamente. As maiores quedas foram verificadas nos municípios de Santa Rosa da Serra, Arapuá e Gurinhatã, -35,80%, -34,60% e -31,20%, respectivamente.

Tabela 2 - Índice de mudança na eficiência técnica, para os município da região do Triângulo/Alto Paranaíba em Minas Gerais, no período de 1985 a 1995

Municípios Índice de mudança na eficiência técnica

Municípios Índice de mudança na eficiência técnica

Prata 2.870 Ituiutaba 1.070

Campo Florido 2.513 Araguari 1.045

Coromandel 1.902 Rio Paranaíba 1.007

Monte Alegre de Minas 1.755 Patos de Minas 1.005

Perdizes 1.678 Campina Verde 1.000

Estrela do Sul 1.665 Fronteira 1.000

Pratinha 1.650 Itapagipe 1.000

Santa Juliana 1.539 Cachoeira Dourada 1.000

Iraí de Minas 1.484 Capinópolis 1.000

Grupiara 1.476 Ipiaçu 1.000

Tapira 1.458 Santa Vitória 1.000

São Francisco de Sales 1.457 Lagoa Formosa 1.000

Guimarânia 1.451 Matutina 1.000

Pedrinópolis 1.447 Monte Carmelo 1.000

São Gotardo 1.404 Conquista 1.000

Conceição das Alagoas 1.378 Indianópolis 1.000

Serra do Salitre 1.342 Uberlândia 1.000

Romaria 1.337 Cruzeiro da Fortaleza 0.988

Abadia dos Dourados 1.304 Planura 0.976

Sacramento 1.301 Tiros 0.974

Campos Altos 1.294 Douradoquara 0.956

Carmo do Paranaíba 1.265 Centralina 0.925

Nova Ponte 1.254 Canápolis 0.924

Veríssimo 1.231 Araxá 0.911

Patrocínio 1.217 Uberaba 0.832

Água Comprida 1.175 Ibiá 0.715

Iturama 1.141 Frutal 0.704

Cascalho Rico 1.124 Gurinhatã 0.688

Tupaciguara 1.098 Arapuá 0.654

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Média * 1.153 * Refere-se a média geométrica

Fonte: Dados da Pesquisa.

Fazendo uma análise da variação média dos insumos de produção, segundo grupos de eficiência técnica dos municípios, verifica-se que os municípios que apresentaram ineficiência técnica na produção obtiveram em média aumentos na área utilizada (46,09%) e no número de tratores (105,72%) superiores aos municípios que apresentaram maior índice de eficiência, em contrapartida estes municípios obtiveram aumento médio percentual na produção inferior a estes municípios. E a redução do número de trabalhadores dos municípios com ineficiência técnica foi inferior aos municípios eficientes. Assim, percebe-se que os piores índices de eficiência técnica ocorre nos municípios que não estão utilizando adequadamente seus fatores de produção (Tabela 3).

Tabela 3 – Variação média dos insumos de produção, segundo grupos de eficiência técnica Especificação Eficiência > 1 Eficiência = 1 Eficiência < 1 Variação Média do nº de Tratores(%) 79,12 164,65 105,72 Variação Média da Área Utilizada(%) -12,03 -5,74 46,09 Variação Média do nº de Trabalhadores -20,19 -16,23 - 22,20 Variação Média da Produção (%) 126,44 67,07 71,59 Fonte: Dados da Pesquisa.

Os resultados da análise das mudanças tecnológicas encontram-se na Tabela 4, e indicam que a média da região do Triângulo/Alto Paranaíba para o índice de mudança na tecnologia durante o período analisado foi de 1,426, isto implica que o progresso tecnológico cresceu em média 42,60%.

Dos sessenta municípios analisados, cinquenta e sete municípios (95%) apresentaram progresso tecnológico, sendo que os municípios de Cachoeira Dourada, Romaria e Água Comprida obtiveram as maiores taxa de progresso tecnológico, 150,9%, 145% e 109% respectivamente. Em contrapartida nos municípios de Campina Verde, Lagoa Formosa e Arapuá, houve regresso tecnológico de -21,9%, -4,8% e –3,0%, respectivamente (Tabela 4). Tabela 4 - Índice de mudança tecnológica, para os municípios da região do Triângulo/Alto

Paranaíba em Minas Gerais, no período de 1985 a 1995 Municípios Índice de mudança

tecnológica

Municípios Índice de mudança tecnológica Cachoeira Dourada 2.509 Comendador Gomes 1.440

Romaria 2.450 Itapagipe 1.403

Água Comprida 2.019 São Francisco de Sales 1.373

Santa Rosa da Serra 1.982 Uberaba 1.342

Planura 1.896 Ituiutaba 1.328

Indianópolis 1.881 Gurinhatã 1.326

Conquista 1.864 Sacramento 1.324

Rio Paranaíba 1.849 Coromandel 1.323

Pedrinópolis 1.842 Perdizes 1.279

Campos Altos 1.815 Estrela do Sul 1.258

Conceição das Alagoas 1.808 Cruzeiro da Fortaleza 1.247 Santa Juliana 1.792 Monte Alegre de Minas 1.222

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Abadia dos Dourados 1.777 Cascalho Rico 1.190

Frutal 1.773 Veríssimo 1.175

Nova Ponte 1.770 Guimarânia 1.159

Continua

Continuação Municípios Índice de mudança

tecnológica Municípios Índice de mudança tecnológica

Canápolis 1.708 Uberlândia 1.150

Campo Florido 1.707 Pratinha 1.132

Fronteira 1.699 Prata 1.124

Centralina 1.672 Douradoquara 1.114

Araguari 1.634 São Gotardo 1.087

Patrocínio 1.601 Patos de Minas 1.078

Carmo do Paranaíba 1.595 Matutina 1.029

Iturama 1.588 Araxá 1.027

Santa Vitória 1.560 Grupiara 1.023

Tupaciguara 1.556 Tapira 1.012

Capinópolis 1.532 Tiros 1.003

Serra do Salitre 1.488 Arapuá 0.970

Ibiá 1.480 Lagoa Formosa 0.952

Monte Carmelo 1.469 Campina Verde 0.781

Média* 1.426 *Refere-se a média geométrica

Fonte: Dados da Pesquisa.

Objetivando explicar a influência de alguns fatores na mudança tecnológica dos municípios da região do Triângulo/Alto Paranaíba, utilizou-se a análise de regressão. Os resultados da regressão estimada estão na Tabela 5. Na análise de regressão foi utilizado o índice de mudança tecnológica com variável dependente, e, a variação do número de tratores, variação do investimento, e a variação da assistência técnica utilizada pelos municípios da região do Triângulo/Alto Paranaíba no período de 1985 a 1995 como variáveis independentes.

Analisando os resultados da equação, nota-se que a variável tratores apresentou a maior participação relativa (elasticidade) no aumento de progresso tecnológico dos municípios. A variável investimento também foi um fator decisivo nos aumentos no progresso tecnológico. Em contrapartida a variável assistência técnica não foi significativa para explicar o progresso tecnológico dos municípios da região do Triângulo/Alto Paranaíba.

Tabela 5: Resultado da equação estimada com o índice de mudança tecnológica como variável dependente

Variável Coeficiente Erro Padrão Estatística t Probabilidade

Constante 0,4768 0,3140 1,5185 0,1374 Log(tratores) 0,1365 0,0357 3,8262 0,0005 Log(investimento) 0,0021 0,0243 0.0848 0,0933 Log(assistec) -0,0222 0,0319 -0,6957 0,4910 R2: 34,49% F: 5,01 (probabilidade de 0.002947) Fonte: Dados da Pesquisa.

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O índice Malmquist de produtividade total dos fatores foi obtido pelo produto entre o deslocamento da unidade em relação à fronteira tecnológica (ou mudança no indicador de eficiência) e a mudança tecnológica. No caso dos municípios em análise e com base nos resultados, nota-se que em média o componente mudança tecnológica teve uma magnitude superior ao componente mudança no indicador de eficiência, ou seja, os ganhos de produtividade existentes foram obtidos em média com maior influência do progresso tecnológico do que pela mudança na eficiência.

O índice médio da produtividade total dos fatores, no período em analise, foi de 1,644, o que indica crescimento médio de 64,40% na produtividade total dos fatores da região estudada.

Sessenta municípios foram analisados, e deste total cinquenta e quatro apresentaram aumento na produtividade total dos fatores, sendo que destes nove municípios obtiveram este aumento determinado pelo crescimento do progresso tecnológico, sendo que os demais municípios o aumento de produtividade total do fatores foi determinado tanto pelo aumento na eficiência quanto aumento no progresso tecnológico. O município de Campo Florido apresentou a maior taxa no índice de produtividade total dos fatores, 329%. E os municípios de Tiros, Araxá, Gurinhatã, Arapuá, Lagoa Formosa e Campina Verde e apresentaram queda no índice de produtividade total dos fatores. Dentre os municípios que apresentaram quedas na produtividade total dos fatores, os quatro primeiros tiveram a queda determinada pela ineficiência técnica, na ordem de -2,6%, -8,9%, -31,2% e –34,6%, respectivamente. Já os municípios de Lagoa Formosa e Campina Verde os índices da queda na produtividade total dos fatores foram explicados pela queda no progresso tecnológico, na ordem de –4,8% e –21,9%, respectivamente (Tabela 6).

Tabela 6 - Índice de mudança na produtividade total dos fatores, para os município da região do Triângulo/Alto Paranaíba em Minas Gerais, no período de 1985 a 1995

Municípios Índice de mudança na Produtividade Total dos Fatores

Municípios Índice de mudança na Produtividade Total dos Fatores

Campo Florido 4.290 Fronteira 1.699

Romaria 3.276 Guimarânia 1.682

Prata 3.226 Canápolis 1.578

Santa Juliana 2.758 Santa Vitória 1.560

Pedrinópolis 2.665 Centralina 1.547

Coromandel 2.516 Comendador Gomes 1.545

Cachoeira Dourada 2.509 Capinópolis 1.532 Conceição das Alagoas 2.491 São Gotardo 1.526

Água Comprida 2.372 Grupiara 1.510

Campos Altos 2.349 Tapira 1.475

Abadia dos Dourados 2.317 Monte Carmelo 1.469

Nova Ponte 2.220 Veríssimo 1.446

Perdizes 2.146 Ituiutaba 1.421

Monte Alegre de Minas 2.145 Itapagipe 1.403

Estrela do Sul 2.095 Cascalho Rico 1.338

Carmo do Paranaíba 2.018 Santa Rosa da Serra 1.272 São Francisco de Sales 2.000 Frutal 1.248 Serra do Salitre 1.997 Cruzeiro da Fortaleza 1.232

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Indianópolis 1.881 Uberaba 1.117

Pratinha 1.868 Patos de Minas 1.083

Conquista 1.864 Douradoquara 1.065

Rio Paranaíba 1.862 Ibiá 1.058

Continua

Continuação Municípios

Índice de mudança na Produtividade Total dos Fatores

Municípios Índice de mudança na Produtividade Total dos Fatores

Planura 1.850 Matutina 1.029

Iturama 1.812 Tiros 0.977

Ipiaçu 1.785 Lagoa Formosa 0.952

Iraí de Minas 1.766 Araxá 0.936

Sacramento 1.723 Gurinhatã 0.912

Tupaciguara 1.708 Campina Verde 0.781

Araguari 1.708 Arapuá 0.634

Média* 1.644

* Refere-se a média geométrica Fonte: Dados da Pesquisa.

Para que um município seja considerado inovador é necessário que esse município satisfaça as condições expressas nas equações (14), (15) e (16). O município inovador é responsável pelo deslocamento da fronteira tecnológica, no período estudado.

Os resultados indicaram que dezesseis municípios foram responsáveis pelo deslocamento da fronteira tecnológica da região estudada, sendo estes considerados inovadores, apesar de outros municípios apresentarem progresso tecnológico. Isto indica o potencial agrícola desses municípios, refletido no aumento da participação relativa no valor da produção agropecuária regional nos últimos anos (Tabela 9).

Tabela 9 – Municípios inovadores da região do Triângulo/Alto Paranaíba em Minas Gerais, no período de 1985 a 1995 Municípios Mudança no progresso tecnológico D0s(yt,xt) d0t(yt,xt) Araxá 1.027 1.123 1.000 Cachoeira Dourada 2.509 4.153 1.000 Capinópolis 1.532 2.433 1.000 Centralina 1.672 1.701 1.000 Conquista 1.864 2.051 1.000 Fronteira 1.699 2.067 1.000 Frutal 1.773 1.425 1.000 Indianópolis 1.881 2.577 1.000 Ipiaçu 1.785 4.912 1.000 Itapagipe 1.403 2.162 1.000 Matutina 1.029 1.449 1.000 Monte Carmelo 1.469 1.927 1.000 Planura 1.896 2.100 1.000

(12)

Santa Vitória 1.560 1.996 1.000

Uberaba 1.342 1.337 1.000

Uberlândia 1.150 1.522 1.000

(13)

4. CONCLUSÕES

Os resultados deste estudo revelaram diferenças significativas na utilização de fatores de produção, entre os municípios analisados, e que os municípios ineficientes precisam melhorar a utilização de seus insumos para aumentar a sua produção e atingir o nível de eficiência.

Para explicar as direnças no índice do progresso tecnológico utilizou-se um modelo de análise de regressão. O modelo de regressão, apresentou resultados coerentes, o uso de tratores e investimento são fatores essenciais ao aumento dos níveis do progresso técnológico dos municípios.

Em relação aos modelos empregados neste estudo, principalmente o de programação matemática, foram utilizados com o intuito de mensurar a mudança de produtividade total dos fatores. Acredita-se que os resultados obtidos neste estudo, tendo em vista que existem diferenças significativas em termos de progresso tecnológico, eficiência e produtividade na região, sejam de grande valia para os tomadores de decisão, no sentido de possibilitar que sejam adotadas políticas diferenciadas e coerentes para cada município levando em consideração as suas deficiências em termos de progresso tecnológico ou eficiência.

Assim, os tomadores de decisão adotando políticas coerentes e diferenciadas para cada município fará com com que a região do Triângulo/Alto Paranaíba aumente a sua participação no setor agropecuário tanto em Minas Gerais quanto no Brasil.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(14)

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