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Modelo do Dispositivo FACTS STATCOM para o

M´etodo da Soma de Potˆencias

Andr´ea Ara´

ujo Sousa

, Angelo M´arcio F. de Almeida

∗ ∗

Universidade Federal de Sergipe, S˜

ao Crist´ov˜ao–SE

Cristiano Santos Carvalho†

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro–RJ

Resumo—Este artigo apresenta o modelo matem´ a-tico do dispositivo FACTS (Flexible AC Transmission Systems) STATCOM para o M´etodo da Soma de Po-tˆencias (MSP), m´etodo de fluxo de potˆencia bastante usado em redes de distribui¸c˜ao de energia. A partir do modelo proposto, pode-se utilizar o MSP para estudos de Fluxo de Potˆencia (FP) ou Fluxo de Potˆencia ´Otimo (FPO) em sistemas de distribui¸c˜ao com STATCOM instalado. Para validar o modelo, efetuaram-se simula-¸

c˜oes em Matlab para observar os efeitos da instala¸c˜ao do STATCOM na rede el´etrica e comparar com os resultados esperados.

Palavras-chave—STATCOM, Distribui¸c˜ao de Ener-gia, M´etodo da Soma de Potˆencias

I. Introdu¸c˜ao

As principais a¸c˜oes tomadas para diminuir as perdas t´ecnicas em alimentadores de distribui¸c˜ao s˜ao a aloca¸c˜ao de banco de capacitores em locais onde ocorre baixo fator de potˆencia indutivo e a aplica¸c˜ao de reguladores de tens˜ao para manter a tens˜ao em n´ıveis adequados em alimen-tadores longos, por exemplo. A resolu¸c˜ao 414/2010 da ANEEL estabelece o pagamento de acr´escimo nas faturas dos consumidores que apresentem medi¸c˜ao de fator de potˆencia abaixo de 0,92, capacitivo ou indutivo, assim, os consumidores s˜ao levados a corrigir o fator de potˆencia, diminuindo a demanda por potˆencia reativa da rede.

Mais recentemente, tem-se estudado o uso dos disposi-tivos FACTS (Flexible AC Transmission Systems) tanto em transmiss˜ao quanto em distribui¸c˜ao de energia. Os estudos de Fluxo de Potˆencia (FP) e Fluxo de Potˆencia

´

Otimo (FPO) de um sistema el´etrico s´o s˜ao poss´ıveis se os diferentes dispositivos de controle e opera¸c˜ao conectados `a rede estiverem incorporados em suas formula¸c˜oes.

Equipamentos com conceito FACTS em transmiss˜ao de energia j´a vem sendo estudados desde a d´ecada de 1960, embora o nome FACTS s´o se tenha popularizado quando Hingorani [1] publicou seus artigos. Entretanto, o seu uso em distribui¸c˜ao de energia ainda est´a restrito a simula¸c˜oes acadˆemicas e testes com prot´otipos. Isso se deve, em grande parte, ao alto custo desses dispositivos. Entretanto, o interesse crescente pelo uso desses contro-ladores pode levar a um cen´ario mais interessante, desde que se comprovem os grandes benef´ıcios de seu uso em compara¸c˜ao com outros equipamentos mais tradicionais, como bancos de capacitores e reguladores de tens˜ao.

Chamados de Distributed FACTS (D-FACTS) quando aplicados em distribui¸c˜ao de energia, podem-se citar como vantagens do uso desses dispositivos em rela¸c˜ao aos comu-mente usados em distribui¸c˜ao:

• Os FACTS atuam na rede com uma maior velocidade,

por serem constitu´ıdos de componentes em estado s´olido e n˜ao usarem contatores para chaveamento;

• Quando na linha de transmiss˜ao a compensa¸c˜ao s´erie

d´a-se atrav´es da instala¸c˜ao de um SSSC (Static Syn-chronous Series Compensator), n˜ao h´a ocorrˆencia de ressonˆancia subs´ıncrona. O controle do SSSC ´e imune a esse problema [2];

• O STATCOM atua como um compensador s´ıncrono

sem a desvantagem do momento de in´ercia de um rotor.

A implementa¸c˜ao de programas de FP e FPO com controladores FACTS requer uma modelagem matem´atica do dispositivo inserido na rede el´etrica. O m´etodo de Newton-Raphson ´e o mais conhecido m´etodo de fluxo de potˆencia, de forma que encontramos v´arios modelos do STATCOM para esse m´etodo na literatura ([3], [4], [5], [6], [7].

Neste trabalho ser´a proposta uma modelagem matem´a-tica do dispositivo FACTS STATCOM para o M´etodo da Soma de Potˆencias (MSP), m´etodo de fluxo de potˆencia bastante usado em distribui¸c˜ao de energia. A motiva¸c˜ao para o uso do M´etodo da Soma de Potˆencias como m´etodo de fluxo de potˆencia vem da experiˆencia j´a largamente relatada sobre as dificuldades de convergˆencia do M´etodo de Newton-Raphson em sistemas de distribui¸c˜ao [8], [9], [10], [11].

II. M´etodo da Soma de Potˆencias

O M´etodo da Soma de Potˆencias [12] para c´alculo de fluxo de potˆencia em alimentadores radiais ´e de eficiˆencia comprovada. Trata-se de um m´etodo iterativo nas vari´a-veis perda ativa e reativa e converge mesmo em condi¸c˜oes severas de carga e pr´oximas do limite de estabilidade do sistema, quando m´etodos como os de Newton-Raphson n˜ao conseguem. Para condi¸c˜oes de carga normal, o m´etodo da soma de potˆencias converge em trˆes ou quatro itera¸c˜oes muito mais r´apidas que as itera¸c˜oes de Newton-Raphson, pois n˜ao trabalha com invers˜ao de matrizes.

(2)

V ∠δ U∠γ ~ I1 ~ I0 R + jX P0+jQ0 P + jQ P1+jQ1 PL+jQL

Fig. 1: Um trecho de um alimentador radial monof´asico. O MSP foi concebido com base no modelo de alimen-tador radial por trecho da Fig. 1, segundo o qual a ad-mitˆancia em deriva¸c˜ao ´e desprez´ıvel. Os dados requeridos s˜ao:

• A configura¸c˜ao do alimentador: barra de origem,

re-sistˆencia e reatˆancia de cada trecho, carga em cada barra;

• A amplitude da tens˜ao na barra da subesta¸c˜ao; • Uma estimativa inicial das perdas de potˆencia em

cada trecho.

Geralmente se inicia considerando nulas as perdas. Em cada itera¸c˜ao, as amplitudes das tens˜oes de barra s˜ao calculadas sequencialmente no sentido da subesta¸c˜ao para as barras terminais enquanto que os fluxos s˜ao calculados no sentido das barras terminais para a subesta¸c˜ao.

Inicialmente, considere um ´unico trecho de um alimenta-dor radial identificado pela sua barra de origem e sua barra de destino. Na Figura 1, V ∠δ ´e a tens˜ao na barra origem e seu valor ´e conhecido, U ∠γ ´e a tens˜ao na barra destino que ser´a calculada, R + jX representa a impedˆancia do trecho, PL+ jQL ´e a carga pr´opria da barra destino, P1+ jQ1 ´e

potˆencia transferida ao trecho seguinte, P +jQ ´e a potˆencia que chega a barra destino e, finalmente, P0 + jQ0 ´e a

potˆencia transmitida ao trecho pela barra de origem. Ao longo do trecho s˜ao consideradas as perdas de po-tˆencia ativa e reativa, ∆P e ∆Q, respectivamente, que s˜ao definidas pelas equa¸c˜oes a seguir:

∆P = P0− P (1a)

∆Q = Q0− Q (1b)

A potˆencia transferida ao trecho seguinte pode ser calcu-lada pela diferen¸ca entre a potˆencia que chega na barra destino e sua carga pr´opria, ou seja:

P1= P − PL (2a)

Q1= Q − QL (2b)

Sendo conhecidos os valores de P , Q e V , pode-se calcular o valor da tens˜ao U no fim do trecho [13], [14]. Da Figura 1, temos:

~

I1= V ∠δ − U∠γ

R + jX (3)

A potˆencia complexa na barra destino ´e, portanto: S∗= P − jQ = ~UI~

1 (4)

Sendo ~U∗= U ∠−γ e substituindo (3) em (4), tem-se que:

P − jQ U ∠ − γ = V ∠δ − U∠γ R + jX (5) Logo: V U ∠(δ − γ) − U2 = (R + jX)(P − jQ) (6) Transformando para a forma retangular e separando as partes real e imagin´aria, temos:

V U cos(δ − γ) = U2

+ P R + QX (7a)

V U sen(δ − γ) = P X − QR (7b) Elevando ao quadrado e somando as equa¸c˜oes (7) chega-mos `a seguinte equa¸c˜ao biquadrada na vari´avel U :

U4 +2(RP +XQ−12V2 )U2 +(R2 +X2 )(P2 +Q2 ) = 0 (8) que pode ser escrita de maneira mais conveniente como:

U4 + 2AU2 + C = 0 (9) em que A = RP + XQ −12V2 (10a) C = (R2 + X2 )(P2 + Q2 ) (10b)

A solu¸c˜ao a equa¸c˜ao biquadrada (9) para U fornece quatro ra´ızes, onde apenas uma possui sentido f´ısico, assim a magnitude da tens˜ao U pode ser obtida como o aux´ılio das equa¸c˜oes:

B =pA2− C (11)

U =√B − A (12)

As perdas de potˆencia no trecho s˜ao calculadas por: ∆P = RP 2+ Q2 U2 (13a) ∆Q = XP 2 + Q2 U2 (13b)

Finalmente, as perdas totais no alimentador s˜ao calculadas somando-se as perdas em todos os trechos:

∆Ptotal= n X i=1 ∆Pi (14a) ∆Qtotal= n X i=1 ∆Qi (14b)

em que n ´e o n´umero de trechos do alimentador.

A implementa¸c˜ao do M´etodo da Soma de Potˆencias ´e feita de forma iterativa de acordo com o Algoritmo 1.

(3)

1. Considerar nulas as perdas de potˆencia ativa e reativa em todos os trechos.

2. Calcular os fluxos de potˆencia (P + jQ) partindo-se do ´ultimo trecho at´e atingir o primeiro trecho (trecho da subesta¸c˜ao), utilizando as equa¸c˜oes (1) e (2) em conjunto.

3. Em seguida, para cada trecho, calcular os valor das vari´aveis auxiliares A e C utilizando as equa¸c˜oes (10a) e (10b).

4. Calcular o valor da vari´avel auxiliar B pela Equa¸c˜ao (11).

5. Calcular a tens˜ao U no fim do trecho pela Equa¸c˜ao (12).

6. Calcular as perdas de potˆencia ∆P e ∆Q em cada trecho, usando as equa¸c˜oes (13a) e (13b).

7. Repetir os passos de 3 a 6, passando por todos os trechos.

8. Repetir os passos de 2 a 7, at´e que n˜ao haja varia¸c˜ao significativa nas perdas totais do alimentador de uma itera¸c˜ao em rela¸c˜ao `a outra.

Algoritmo 1: M´etodo da Soma de Potˆencias.

III. Compensador Est´atico Paralelo: STATCOM O STATCOM ´e um equipamento FACTS usado para o controle de potˆencia reativa. O STATCOM ´e o equivalente eletrˆonico do compensador s´ıncrono ideal. Sua principal fun¸c˜ao ´e injetar corrente reativa no sistema de potˆencia de forma controlada. Para isso, ´e necess´ario que o STATCOM trabalhe como uma fonte de tens˜ao controlada.

O conversor paralelo opera como um compensador de reativos, podendo ser usado para controle de tens˜ao da barra `a qual est´a conectado [15]. Pode-se ver, na Fig. 2 [16], a configura¸c˜ao b´asica do STATCOM.

O princ´ıpio de funcionamento do STATCOM pode ser descrito observando-se o diagrama da Fig. 3, que re-presenta uma simplifica¸c˜ao do STATCOM e do sistema el´etrico. No esquema simplificado, o sistema el´etrico e o STATCOM s˜ao representados pelas fontes de tens˜ao

~

VS, no terminal emissor, ~VR, no terminal receptor, e

~

Vsh, no conversor paralelo. A reatˆancia indicada por XL

representa a reatˆancia do circuito equivalente de Th´evenin considerando o sistema e o transformador de conex˜ao do STATCOM, e as correntes ~I e ~I1 s˜ao as correntes nos

terminais emissor e receptor, respectivamente.

Pode-se ver na Fig. 3 o diagrama fasorial das tens˜oes, em que δ ´e o ˆangulo de defasagem entre as tens˜oes do sistema e do STATCOM. ~ VS XL/2 XL/2 ~ VR ~ I ~I1 ~ Vsh

Fig. 2: Configura¸c˜ao b´asica do STATCOM.

~ IL XL ~ VS ~ VS ~ Vsh ~ Vsh ~ VL δ

Fig. 3: Esquema simplificado do STATCOM e diagrama fasorial.

Considerando que a rela¸c˜ao RL≪ XL ´e v´alida, o fluxo

de potˆencia ativa e reativa entre as duas fontes de tens˜ao, em regime permanente, pode ser descrito por [17]:

PS ∼= VSVsh XL δ (15) QS∼= VS XL (VS− Vsh) (16)

Um exame dessas rela¸c˜oes mostra que o sentido do fluxo de potˆencia PS ´e determinado pela abertura angular δ e o

fluxo de potˆencia reativa ´e aproximadamente determinado pela diferen¸ca entre os m´odulos das tens˜oes das duas barras. Ou seja, se uma barra 1 tem ˆangulo de fase adiantado em rela¸c˜ao a uma barra 2 e tem-se V1 > V2,

ent˜ao os fluxos de potˆencia ativa e reativa s˜ao na dire¸c˜ao 1 → 2.

Das equa¸c˜oes de potˆencia dadas e o diagrama fasorial na Fig. 3, identificam-se as situa¸c˜oes [18]:

• Quando a tens˜ao ~Vsh est´a adiantada da tens˜ao ~VS a

potˆencia ativa flui do STATCOM para a rede;

• Quando a tens˜ao ~Vsh est´a atrasada da tens˜ao ~VS, a

potˆencia ativa flui da rede para o STATCOM;

• Quando a tens˜ao ~Vsh est´a em fase com a tens˜ao ~VS

e |~Vsh| = |~VS|, n˜ao h´a fluxo de potˆencia ativa nem

reativa;

• Quando a tens˜ao ~Vshest´a em fase com a tens˜ao ~VS e

|~Vsh| > |~VS|, n˜ao h´a fluxo de potˆencia ativa, enquanto

potˆencia reativa capacitiva flui do STATCOM para a rede;

• Quando a tens˜ao ~Vsh est´a em fase com a tens˜ao

~

(4)

V ∠δ ~ Vsh ~ Ish Xsh U∠γ ~ I1 ~ I0 R + jX P0+jQ0 P + jQ Pl+jQl PL+jQL

Fig. 4: Trecho de um alimentador com o STATCOM instalado.

enquanto potˆencia reativa indutiva flui da rede para o STATCOM.

Nas situa¸c˜oes apresentadas, vˆe-se como o STATCOM opera em rela¸c˜ao ao sistema el´etrico ao qual est´a conec-tado. Analisando esses resultados, verifica-se que, caso as tens˜oes do sistema e do STATCOM estejam em fase, n˜ao h´a potˆencia ativa em nenhum sentido, por´em, se as ampli-tudes das tens˜oes forem diferentes, observa-se a existˆencia de potˆencia reativa. Desta forma, o STATCOM pode operar como um banco trif´asico de indutores vari´aveis, gerando correntes atrasadas de 90◦ em rela¸c˜ao `a tens˜ao

do sistema el´etrico, ou como um banco de capacitores trif´asicos vari´aveis, gerando correntes adiantadas de 90◦,

realizando, portanto, o controle cont´ınuo da tens˜ao da rede el´etrica.

IV. Modelo do STATCOM para Distribui¸c˜ao no M´etodo da Soma de Potˆencias

Para simula¸c˜ao de dispositivos FACTS no sistema el´e-trico ´e necess´ario que o programa de fluxo de potˆencia uti-lizado contenha os modelos dos dispositivos em sua formu-la¸c˜ao. Para introduzir os dispositivos no MSP, partiu-se do modelo de opera¸c˜ao do dispositivo e desenvolveu-se uma express˜ao matem´atica compat´ıvel com o equacionamento apresentado na se¸c˜ao anterior.

A solu¸c˜ao do fluxo de potˆencia para um sistema de distribui¸c˜ao radial com o compensador STATCOM insta-lado entre duas barras quaisquer pode ser feita inserindo o dispositivo na rede el´etrica e modelando o alimentador conforme o desenvolvimento do M´etodo da Soma de Po-tˆencias.

Na Fig. 4 ´e mostrada a configura¸c˜ao do STATCOM instalado em um trecho qualquer de um alimentador radial, em que Xsh ´e a reatˆancia do transformador de

acoplamento, ~Ish ´e a corrente injetada na barra pelo

controlador e ~Vsh = mshV ∠θ~ sh ´e tens˜ao do STATCOM,

em que msh´e o fator de escala que controla sua magnitude

e θsh ´e o ˆangulo da tens˜ao do conversor.

No STATCOM, a magnitude e o ˆangulo da tens˜ao s˜ao control´aveis. Supondo que a fonte de tens˜ao ~Vsh´e ideal, a

corrente injetada pode ser obtida por: ~ Ish= ~ Vsh− ~V jXsh (17)

Por superposi¸c˜ao, tem-se a corrente ~I1, que passa no trecho

dada por: ~ I1= ~I0+ ~Ish= ~ V − ~U R + jX + ~ Vsh− ~V jXsh (18) A potˆencia complexa na barra destino ´e:

S∗= P − jQ = ~UI~

1 (19)

Substituindo-se a corrente (18) em (19), temos: jXshV U ∠(δ − γ) − jXshU2+ mshRV U ∠(δ − γ + θsh)

− RV U∠(δ − γ) + jXmshV U ∠(δ − γ + θsh)

− jXV U∠(δ − γ) = jXsh(R + jX)(P − jQ) (20)

Em seguida, expande-se a Equa¸c˜ao (19), os termos reais e complexos de cada lado s˜ao igualados e, ent˜ao, elevados ao quadrado e somados. Assim, obt´em-se uma equa¸c˜ao da forma U4

+ 2AU2

+ C = 0, onde as constantes A e C s˜ao descritas por: A = RP + XQ −12V2 D (21) C = (R2 + X2 )(P2 + Q2 ) (22) em que D = 1 +R 2+ X2 X2 sh 1 − 2mshcos θsh+ m2sh  + 2 Xsh(mshR sen θsh+ X(mshcos θsh− 1)) (23)

Pelo equacionamento, nota-se que o c´alculo do fluxo de potˆencia no trecho ´e alterado pelos termos de D, que dependem dos parˆametros do STATCOM (Xsh, msh e

θsh). Observa-se que fazendo-se Xshtender a infinito, que

representa o trecho sem o STATCOM, tem-se a equa¸c˜ao original do MSP.

O M´etodo da Soma de Potˆencias com STATCOM ins-talado na rede el´etrica pode ser implementado segundo o Algoritmo 2.

V. Resultados Obtidos

Para verificar o modelo proposto, simulou-se a inser¸c˜ao do STATCOM no alimentador de distribui¸c˜ao de 34 barras obtido em [19].

Para simular quedas de tens˜ao al´em das permitidas pela ANEEL, aumentou-se o carregamento das barras para o dobro de sua capacidade m´axima original, obtendo-se o perfil de tens˜ao visto na Fig. 5. Para efeito de simula¸c˜ao, foram escolhidos de forma emp´ırica o local de instala¸c˜ao e os parˆametros do dispositivo. O STATCOM foi simulado sendo instalado entre as barras 4 e 5 do alimentador. O valor da reatˆancia do transformador de acoplamento ´e de Xsh= 1Ω e escolheu-se θsh= π/6 como valor do ˆangulo do

controlador. Em situa¸c˜oes pr´aticas, a aloca¸c˜ao e o ajuste do dispositivo FACTS ´e mais eficiente se for feita por meio de um programa de otimiza¸c˜ao, conforme se observam alguns trabalhos na literatura [20], [21], [22], [11].

(5)

1. Considerar nulas as perdas de potˆencia ativa e reativa em todos os trechos.

2. Calcular os fluxos de potˆencia (P + jQ) partindo-se do ´ultimo trecho at´e atingir o primeiro trecho (trecho da subesta¸c˜ao), utilizando as equa¸c˜oes (1) e (2) em conjunto.

3. Em seguida, para cada trecho, calcular os valor das vari´aveis auxiliares A e C utilizando as equa¸c˜oes (21), (22) e (23).

4. Calcular o valor da vari´avel auxiliar B pela Equa¸c˜ao (11).

5. Calcular a tens˜ao U no fim do trecho pela Equa¸c˜ao (12).

6. Calcular as perdas de potˆencia ∆P e ∆Q em cada trecho, usando as equa¸c˜oes (13a) e (13b).

7. Repetir os passos de 3 a 6, passando por todos os trechos.

8. Repetir os passos de 2 a 7, at´e que n˜ao haja varia¸c˜ao significativa nas perdas totais do alimentador de uma itera¸c˜ao em rela¸c˜ao `a outra.

Algoritmo 2: MSP com STATCOM. TABELA I: % de redu¸c˜ao nas potˆencias totais.

msh Ptotal(kW ) % red Qtotal(kvar) % red

− 6783,37 − 4074,63 −

0, 68 6756,37 0,40% 4068,10 0,16% 0, 80 6750,28 0,49% 4066,63 0,20% 0, 92 6744,49 0,57% 4065,23 0,23%

Na Tabela I ´e mostrada a influˆencia do STATCOM na redu¸c˜ao das potˆencias ativa e reativa totais do alimentador e na Tabela II apresentam-se as redu¸c˜oes nas perdas ativas e reativas. A parcela de redu¸c˜ao ´e dada em %. A redu¸c˜ao das perdas e das potˆencias totais do sistema proporciona uma folga no alimentador, possibilitando o atendimento de mais cargas. O perfil de tens˜ao para cada uma das situa¸c˜oes das tabelas ´e mostrado no gr´afico da Fig. 5. Esses resultados foram obtidos para diferentes valores de msh.

Os valores para mshforam escolhidos empiricamente de

modo a manter o perfil de tens˜ao dentro das faixa de ±5% da tens˜ao nominal. O MSP convergiu em no m´aximo 7 itera¸c˜oes na situa¸c˜oes simuladas. Valores de mshpr´oximos

da unidade fornecem uma maior eleva¸c˜ao da tens˜ao nas barras.

VI. Conclus˜oes

Neste trabalho, optou-se por desenvolver um modelo do STATCOM para ser inserido no M´etodo da Soma de Po-tˆencias por este ser um m´etodo de fluxo de potˆencia (FP)

TABELA II: % de redu¸c˜ao nas perdas totais. msh Pperdas(kW ) % red Qperdas(kvar) % red

− 439,64 − 129,16 − 0, 68 412,23 6,23% 122,46 5,19% 0, 80 406,05 7,64% 120,95 6,36% 0, 92 400,17 8,98% 119,52 7,46% 0 5 10 15 20 25 30 35 0.9 0.92 0.94 0.96 0.98 1 1.02 1.04 1.06 1.08 Tensão(p.u.) Barra

Perfil de Tensão com o STATCOM m

sh=0 msh=0.68 msh=0.80 msh=0.92

Fig. 5: Perfil de tens˜ao para o alimentador com o STAT-COM instalado.

bastante usado em distribui¸c˜ao de energia. A valida¸c˜ao do modelo deu-se por meio de simula¸c˜oes computacionais que se mostraram satisfat´orias, onde foram confirmados os efeitos esperados da inser¸c˜ao do STATCOM em uma rede el´etrica. O modelo proposto destina-se aos estudos de FP e FPO em sistemas de distribui¸c˜ao de energia com STATCOM instalado na rede el´etrica.

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Referências

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