A reforma do setor de telecomunicações brasileiro e o desempenho das operadoras de telefonia fixa.

Texto

(1)MILTON DE CARVALHO POGGIO JÚNIOR. A REFORMA DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO E O DESEMPENHO DAS OPERADORAS DE TELEFONIA FIXA. Salvador – Ba 2002.

(2) MILTON DE CARVALHO POGGIO JÚNIOR. A REFORMA DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO E O DESEMPENHO DAS OPERADORAS DE TELEFONIA FIXA.. Monografia apresentada no curso de Graduação em Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia, Como requisito parcial à obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Econômicas.. Orientador: Professor Ph.D. Hamilton de Moura Ferreira Júnior.. Salvador 2002.

(3) AGRADECIMENTOS Agradeço, em primeiro lugar, a meus país que, através de muito esforço, permitiram-me chegar até aqui.. Em segundo lugar agradeço ao professor orientador Hamilton de Moura Ferreira Júnior, que conduziu pacientemente todo o trabalho monográfico aqui apresentado. Agradeço também ao economista Luiz Alberto Lima Teixeira que contribuiu muito com suas sugestões e indicações de bibliografias.. Agradeço a Andrea e aos amigos, que direta ou indiretamente, contribuíram na conclusão deste trabalho monográfico.. Por último gostaria de agradecer à direção da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia que, mesmo enfrentando inúmeras dificuldades, cumpre com suas obrigações de educar e formar, com qualidade, os seus alunos..

(4) RESUMO. O presente trabalho monográfico faz uma retrospectiva histórica dos serviços de telecomunicações no Brasil. Além disto faz-se uma analise da reestruturação do setor, com ênfase nos instrumentos regulatórios que visam promover a competição nesse mercado e a universalização dos serviços. É feita também uma análise do desempenho das operadoras de telefonia fixa com base nas suas estratégias competitivas..

(5) 1 INTRODUÇÃO. Esta introdução expõe as intenções deste trabalho monográfico. Aqui serão apresentados os objetivos e o problema.. Através deste primeiro capítulo o leitor terá um primeiro contato com o tema apresentado, podendo assim, se familiarizar com o mesmo.. O objetivo do trabalho monográfico aqui apresentado é uma analise das reformas ocorridas no setor de telecomunicações brasileiro e uma avaliação do cumprimento das metas de universalização e qualidade, expressas no Plano Geral de Outorgas (PGO), pelas empresas aqui apresentadas.. O problema, examinado pela presente monografia é o seguinte: qual o desempenho das operadoras brasileiras de telefonia fixa após a privatização do setor? As estratégias competitivas das concessionárias de telefonia fixa contemplam a antecipação das metas de universalização e qualidade, estipuladas pela Anatel?. Assim considerados, este trabalho monográfico possui, além desta introdução, quatro capítulos.. O segundo capítulo aborda a história das telecomunicações brasileiras no período anterior ao processo de privatização. São apresentadas as conquistas, os problemas e a necessidade da reforma do setor de telecomunicações brasileiro, que é assunto do próximo capítulo.. O terceiro capítulo trata da reforma do setor de telecomunicações brasileiro. Inicialmente serão apresentados os fatores condicionantes da reforma, depois serão apresentados o novo marco legal e o modelo de privatização. Por último, será abordada a questão da concorrência no setor..

(6) No quarto capítulo é feita uma avaliação individual do desempenho das atuais concessionárias de telefonia fixa no Brasil. É importante explicitar que o desempenho das concessionárias é função da reforma do setor, da política macroeconômica do país e do tamanho do mercado. O período de análise inicia-se desde a privatização das operadoras (o leilão de venda foi realizado em 29 de julho de 1998 na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro) e finda-se no ano 2001. Para efetuar a analise são utilizados instrumentos como: o perfil econômico e operacional das regiões de cada uma das operadoras e o cumprimento das metas de universalização e de qualidade estipuladas nos contratos de concessão.. O capítulo cinco apresentará as considerações finais do trabalho..

(7) 2 O SERVIÇO DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO ANTES DA PRIVATIZAÇÃO. 2.1 A DÉCADA DE SESSENTA E A DESINTEGRAÇÃO DAS REDES. Antes da segunda grande guerra, as telecomunicações brasileiras possuíam características muito peculiares que podem ser assim resumidas: 1º) empreendedores privados, sem nenhum planejamento centralizado, criaram um conjunto de concessionárias com características técnicas, econômicas e financeiras distintas; 2º) as concessões para prestação de serviços de telefonia pertenciam ao poder municipal, estadual ou federal; e 3º) o numero de empresas explorando este tipo de serviço no início da década de sessenta era de 1,2 mil, todas elas desintegradas (WOHLERS; PLAZA, 2000, 138). Toda esta situação fragilizava o setor em termos operacionais e dificultavam o financiamento dos planos de expansão.. O cenário brasileiro, do pós-guerra até o final da década de 70, foi marcado por um rápido crescimento baseado na política de substituição de importações . Esta política tinha como um dos seus principais fundamentos um Estado investidor. A partir daquele momento seria incumbência do governo desenvolver a infra-estrutura necessária para a criação e expansão do mercado nacional. A atuação estatal era fundamental na obtenção de empréstimos junto a organismos multilaterais de crédito.. O que se instaurou neste período (final da década de 1970) foi uma profunda reorganização institucional. Esta reorganização visava “(...) explorar as oportunidades de economias de escala e escopo presentes na trajetória tecnológica da época, o que permitia ao Brasil ter acesso aos recursos disponíveis nos organismos multilaterais de crédito.” (OLIVEIRA; LOSEKANN; SZAPIRO, 1999, p.677).. No governo JK a construção dos eixos infra-estruturais foi intensificada. Logo depois os governos militares deram continuidade a este processo. Durante a ditadura foram criadas empresas estatais responsáveis pela coordenação dos programas e pela articulação do fluxo de financiamento deste projeto de construção do eixo infra-estrutural do Brasil.. No setor de telecomunicações o grande instrumento de desenvolvimento era o Código Brasileiro de Telecomunicações (CNT), editado em 1962. Através deste código foram.

(8) formuladas as bases do Sistema Nacional de Telecomunicações (SNT). O SNT subordinou à União os principais serviços interestaduais, criou a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) e o Fundo Nacional de Telecomunicações (FNT), para financiar a nova empresa. Toda esta reformulação institucional deu origem a uma grande empresa estatal que cumpriu com grande êxito sua tarefa, que era interligar, através de uma rede nacional de telecomunicações, as principais cidades do país.. Portanto, durante a década de 60, o setor de telecomunicações brasileiro foi caracterizado pela existência de muitas empresas prestando serviços (1,2 mil no total) e por uma rede totalmente desintegrada. Visando reduzir a fragilidade operacional e as dificuldades financeiras o governo passou a atuar neste setor de forma mais decisiva. Neste período foram criados o CNT, a Embratel e o FNT, instrumentos decisivos no desenvolvimento das telecomunicações brasileiras. Foi um grande passo dado em direção a modernidade. Mas ainda era preciso muito mais.. 2.2 A CRIAÇÃO DA TELEBRÁS. A década de setenta foi marcada pela consolidação dos monopólios estatais. No setor de telefonia as empresas foram organizadas em 28 operadoras estaduais1, criando-se então a Telebrás. A Telebrás foi criada como empresa holding e tinha as funções de planejamento e coordenação do sistema2. Uma empresa holding é aquela que controla as subsidiárias através da posse majoritária das ações. Naquela época a formulação e implementação de políticas setoriais eram tarefas dos Ministérios. Mas, na prática, a Telebrás exercia esta função, o que lhe conferia um alto grau de autonomia.. A política de desenvolvimento setorial da época estava baseada na substituição de importações. Esta política foi elaborada por economistas da CEPAL e tentava. 1. Quatro destas empresas operadoras municipais, estaduais e/ou privadas permaneceram independentes (CRT, CTBC, CETERP e SERCONTEL), sendo que elas também estavam submetidas aos planos de expansão e coordenação da Telebrás.. 2. É importante salientar que a Telebrás também desempenhou papel central no financiamento do setor de telecomunicações brasileiro..

(9) acelerar o desenvolvimento do país limitando as importações de bens manufaturados de maneira a promover um setor industrial que atendesse ao mercado doméstico (KRUGMAN; OBSTFELD, 2001, p.262).. No setor de telecomunicações, a Telebrás adotou uma política de compra das empresas estatais, promovendo assim a integração da planta telefônica brasileira. Outro instrumento utilizado pela Telebrás foi o autofinanciamento. Este sistema de financiamento permitia que o candidato a assinante ao adquirir uma linha de telefone fixa se transformasse num acionista do sistema Telebrás. Este modo de financiamento proporcionou uma melhor expansão da capacidade instalada com menor aporte de capital do Estado; existia, entretanto, um aspecto negativo neste sistema de financiamento, com ele o governo diluía seu poder de controle sobre a Telebrás.. Com a criação da Telebrás o setor de telecomunicações brasileiro evoluiu tecnologicamente. O controle estatal permitiu que as concessionárias direcionassem seus investimentos de maneira adequada promovendo, assim, este amplo desenvolvimento tecnológico. Com estas políticas a Telebrás, de 1972 até 1995, multiplicou por dez o número de terminais instalados e estruturou sua rede nacional com razoável grau de digitalização (CROSSETTI, 1996, p.118).. Os resultados da Telebrás no ano de sua formação (1972) e no ano de 1995 podem ser vistos na Tabela 1 abaixo. Alguns dados adicionais a esta tabela podem ser citados e são esclarecedores: em 1996 a Telebrás tinha a 11ª planta mundial, e a densidade telefônica era de cerca de 10,18 terminais fixos por cem habitantes. Essa densidade era considerada pequena se comparada a países desenvolvidos. Países como os Estados Unidos da América, em 1996, possuíam uma densidade telefônica bem superior à brasileira (em média 60 terminais fixos por cem habitantes), naquele ano, mais de 90% dos lares norte americanos eram usuários de linhas telefônicas (CROSSETTI, 1996, p.118).. TABELA 1: Evolução das Telecomunicações no Brasil SERVIÇO Telefonia fixa Telefonia móvel (geral). 1972 UNIDADE MILHÕES DE ACESSOS 1,4 MILHÕES DE ACESSOS -. 1995 14,8* 2,8*.

(10) Telefonia Virtual Telefones Público. Milhões de caixas Milhares de telefones Mil localidades Milhões de usuários. Localidades Atendidas Comunicação de dados Companhias Telefônicas TELEBRÁS Cias.. Outras Cias. TV por assinatura Milhões de assinantes Paging Milhões de assinantes Trunking Milhares de acessos (*) Dados relativos ao ano de 1996. 10,3. 1,5 406*. 2,5 -. 20,3 1,5. 9 927 -. 29 4 0,7 0,4 80. FONTE: TELEBRÁS – “Livro Azul” (1994) e PASTE (1995).. A Telebrás teve seu desempenho vinculado a um esforço de investimento indicado na tabela 2 abaixo. Até 1985 o investimento foi financiado por recursos próprios, pelo sistema de autofinanciamento e pelo Fundo Nacional de Telecomunicações (FNT). Baseada neste esforço de investimento a Telebrás ficou responsável pela operação de 91% da planta telefônica do país3 (CROSSETTI, 1996, p.118).. Antes da sua privatização, a Telebrás era a segunda empresa brasileira em receita, patrimônio líquido e valor de mercado (CROSSETTI, 1996, p.119). Controlada pelo Governo Federal, a Telebrás era uma empresa de economia mista; o Governo Federal detinha 51% do capital votante e 21% do capital total, estando o restante do capital dividido entre outros seis milhões de acionistas, incluindo investidores de grande porte e individuais (CROSSETTI, 1996, p.119).. TABELA 2: Investimento médio anual da Telebrás Período Investimento médio anual(US$ bilhões) 1974/82 1,3 1983/87 1,1 1988/93 2,5 1994/95 4,5 1996 6,7 FONTE: TELEBRÁS.. 3. Dados que refletem a realidade do setor até o ano de 1995..

(11) A Tabela 3, a seguir, mostra a participação de cada operadora sobre a receita de exploração da Telebrás, bem como a participação da Telebrás no capital total destas operadoras, em dezembro de 1995.. Até 1995, os serviços oferecidos pelas operadoras do Sistema Telebrás eram: telefonia convencional e celular, serviços de longa distância (doméstica e internacional), telefonia pública, transmissão de dados sob várias modalidades, videotexto, serviços de interesse público, de entretenimento, serviços de 0800 e 0900.. A TELEBRÁS ENFRENTOU INÚMEROS PROBLEMAS PARA DESENVOLVER A TELEFONIA BRASILEIRA. ENTRE ELES PODE-SE CITAR A HETEROGENEIDADE DAS REGIÕES DO PAÍS E A ENORME DESIGUALDADE NA SUA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA.. ESSA DESIGUALDADE ACABOU SE REFLETINDO NA DEMANDA POR SERVIÇOS TELEFÔNICOS. A PROBLEMÁTICA QUE SE APRESENTAVA ERA A SEGUINTE: ALGUMAS REGIÕES, COM MENOR RENDA, EM MÉDIA POSSUÍAM BAIXA DENSIDADE TELEFÔNICA.. EM CONSEQÜÊNCIA DESTA BAIXA. DENSIDADE TELEFÔNICA A OFERTA DE SERVIÇOS TELEFÔNICOS NESTAS REGIÕES ACABOU SE RESTRINGINDO, COMO FOI O CASO DA REGIÃO NORDESTE. RICOS, COMO O DE. EM CONTRA PARTIDA, ESTADOS MAIS. SÃO PULO, POSSUÍAM UMA DENSIDADE MÉDIA MUITO MAIOR QUE A MÉDIA. NACIONAL, O QUE FAVORECIA A OFERTA DE SERVIÇOS TELEFÔNICOS.. PORTANTO, TÍNHAMOS UM. DESEQUILÍBRIO REGIONAL NO QUE SE REFERE À OFERTA DE SERVIÇOS TELEFÔNICOS, CONDICIONARÁ O PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA. TELEBRÁS, ASSUNTO QUE SERÁ. ABORDADO NO CAPÍTULO 2 DESTA MONOGRAFIA.. TABELA 3: Operadoras do Sistema Telebrás - 1995 OPERADORA TELESP EMBRATEL TELERJ TELEMIG TELEPAR TELEBAHIA TELESC TELEBRASÍLIA TELEGÓIAS TELPE TELECEARA. % REC. EXPL. 28,2 16,4 10,3 8,0 5,7 4,2 3,4 2,8 2,4 2,2 2,2. QUE. % AÇÕES TB 76,6 98,7 81,8 84,2 75,5 95,5 90,7 83,7 94,4 91,0 79,2.

(12) CTBC TELEST TELEPARA TELEMS TELEMAT TELMA TELPA TELEMAZON TELERN TELASA TELEPISA TELERGIPE TELERON CTMR TELEAMAPA TELEACRE TELAIMA. 2,1 1,7 1,5 1,0 1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,5 0,5 0,5 0,3 0,2 0,1 0,1. 29,6 94,5 78,5 96,5 93,5 78,3 77,5 83,0 82,4 91,8 83,5 80,7 93,1 86,9 92,6 94,1 92,7. FONTE: TELEBRÁS. RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO - 1995. 2.3 A DÉCADA DE OITENTA,. O BAIXO INVESTIMENTO E OS PROBLEMAS DO. SISTEMA TELEFÔNICO BRASILEIRO. A DÉCADA DE OITENTA FOI MARCADA PELA ESTAGNAÇÃO DA POLÍTICA DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES, PELOS DESEQUILÍBRIOS MACROECONÔMICOS PROVOCADOS PELA CRISE DO PETRÓLEO, PELA CRISE DA DÍVIDA E PELA EXPLOSÃO INFLACIONÁRIA QUE DESORGANIZARAM O FLUXO DE FINANCIAMENTO EXTERNO.. TODAS ESTAS ALTERAÇÕES NO CENÁRIO ECONÔMICO. BRASILEIRO TIVERAM CONSEQÜÊNCIAS NEGATIVAS SOBRE A GESTÃO E O CRESCIMENTO DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES.. A PRIMEIRA CONSEQÜÊNCIA FOI A REDUÇÃO DO INVESTIMENTO DESTINADO À EXPANSÃO DA PLANTA TELEFÔNICA BRASILEIRA. A TARIFA TELEFÔNICA ERA UM DOS COMPONENTES DA CESTA DE BENS QUE COMPUNHAM A AFERIÇÃO DO ÍNDICE DE INFLAÇÃO DA ÉPOCA.. PARA ATENUAR A. EXPLOSÃO INFLACIONÁRIA O GOVERNO NÃO AUMENTAVA AS TARIFAS.. EM DECORRÊNCIA. TÍNHAMOS UMA QUEDA DAS RECEITAS DAS OPERADORAS, ENQUANTO OS CUSTOS AUMENTAVAM PROVOCANDO UMA ESCASSEZ DE RECURSOS PARA INVESTIMENTO NO SETOR E A DETERIORAÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS PELAS OPERADORAS..

(13) OUTRA CONSEQÜÊNCIA NEGATIVA PROVOCADA PELAS DIFICULDADES VIVIDAS PELA ECONOMIA BRASILEIRA FOI A FRAGILIZAÇÃO DO SISTEMA DE AUTOFINANCIAMENTO.. ESTE SISTEMA TORNOU. INVIÁVEL A UNIVERSALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES POIS NÃO PERMITIU O ACESSO DA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA AO SERVIÇO DE TELEFONIA FIXA.. PARA SE TER UMA. IDÉIA, “QUANDO O AUTOFINANCIAMENTO FOI EXTINTO, O CANDIDATO A ASSINANTE PAGAVA. R$. 1.117,00 (VALOR EQUIVALENTE EM DÓLARES)4 EM ATÉ 24 MESES PARA TER DIREITO DE ENTRAR EM UMA FILA PARA SER ATENDIDO NA SOLICITAÇÃO DE TER UM TERMINAL TELEFÔNICO.” (WOHLERS;. PLAZA, 2000, P.138).. AO LONGO DA DÉCADA DE OITENTA 98% DOS ASSINANTES DO SISTEMA TELEBRÁS PERTENCIAM ÀS CAMADAS SOCIAIS A, B E. C (A RENDA MENSAL DESTAS CLASSES ERA SUPERIOR A R$ 1 MIL). ALÉM. DISTO, OS VALORES LOCAIS PAGOS PELO ASSINANTE ERAM MÍNIMOS SE COMPARADOS A VALORES INTERNACIONAIS: ASSINATURA MENSAL PULSO ADICIONAL. R$ 0,44, COM FRANQUIA MENSAL DE 90 PULSOS LOCAIS,. – R$ 0,02 A CADA QUATRO MINUTOS DE CONVERSAÇÃO. ESTES VALORES. DEMONSTRAM A FRAGILIDADE DESTE SISTEMA DE FINANCIAMENTO QUANTO A GERAÇÃO DE RECEITAS (WOHLERS; PLAZA, 2000, P.139).. O DESEQUILÍBRIO EXISTENTE ENTRE A OFERTA E A DEMANDA DOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES, QUE PERMITIU A ENTRADA DE ESPECULADORES NO MERCADO DE COMPRA E VENDA DE LINHAS TELEFÔNICAS.. O MECANISMO DE ACESSO AO SERVIÇO DE CARÁTER PÚBLICO. TORNOU-SE UM INVESTIMENTO FINANCEIRO ALTAMENTE LUCRATIVO PARA OS ESPECULADORES INDIVIDUAIS.. A EXISTÊNCIA DESTE MERCADO PARALELO TAMBÉM COLOCAVA EM DÚVIDA A OBTENÇÃO DE PARTE DAS RECEITAS ADVINDAS DO SISTEMA DE AUTOFINANCIAMENTO, AFINAL PARTE DESTAS NOVAS LINHAS PERMANECIAM INATIVAS NAS MÃOS DOS ESPECULADORES INDIVIDUAIS.. ALÉM. DISSO, QUANDO ESTAS LINHAS INATIVAS ERAM NEGOCIADAS PELOS ESPECULADORES AS OPERADORAS TINHAM CUSTOS ADICIONAIS PARA REINSTALAÇÃO EM FACE DA NECESSIDADE DE POSSUÍREM CAPACIDADE OCIOSA EM REDE PARA ATENDER OS CLIENTES.. PORTANTO, OS. ASSINANTES VENDIAM SUAS AÇÕES PARA OS ESPECULADORES POR VALORES SUPERIORES AOS QUE HAVIAM SIDO PAGOS E USUFRUÍAM APENAS DAS TARIFAS SUBSIDIADAS DO SERVIÇO LOCAL.. OS. SERVIÇOS QUE SUBSIDIAVAM O SERVIÇO LOCAL ERAM OS SEGUINTES: SERVIÇOS INTERURBANOS DE 4. Neste período US$1,00 era igual a R$1,00.

(14) COMUNICAÇÃO DE VOZ E SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO DE DADOS LOCAIS E INTERURBANOS. SERVIÇOS ERAM UTILIZADOS GERALMENTE POR INDÚSTRIAS E EMPRESAS COMERCIAIS.. ESTES. PARA NÃO. ARCAR INTEIRAMENTE COM ESTES CUSTOS AS INDÚSTRIAS E AS EMPRESAS COMERCIAIS OS REPASSAVAM PARA OS PRODUTOS CONSUMIDOS POR TODA SOCIEDADE.. OUTRO. FATOR. QUE. IMPLICAVA. NA. REDUÇÃO. DO. INVESTIMENTO. NA. PLANTA. DE. TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRA ERA O FATO DE QUE OS RECURSOS QUE ADIVINHAM DA PRÓPRIA OPERAÇÃO DO. SISTEMA TELEBRÁS, ERAM CONTROLADOS E ACABAVAM NÃO SENDO INVESTIDOS.. DE 1986 A 1994 OS INVESTIMENTO DO STB CRESCERAM 10% AO ANO, MAS ESTAS TAXAS NÃO FORAM SUFICIENTES PARA EVITAR O ATRASO DO PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO TECNOLÓGICA DA INFRA-ESTRUTURA BÁSICA (DIGITALIZAÇÃO DAS REDES, TRANSMISSÃO DE ALTA VELOCIDADE, TRANSMISSÃO POR CABO ÓPTICO) (LEGEY; MACULAN, 1996, P.80).. EM 1988, TENTOU-SE MINIMIZAR O PROBLEMA DA ESCASSEZ DE RECURSOS ATRAVÉS DA EMISSÃO DE DEBÊNTURES CONVERSÍVEIS EM AÇÕES. MILHÕES ATÉ. A ESTRATÉGIA FOI BEM SUCEDIDA, CAPTOU US$600. 1993, MAS ESTA QUANTIA REPRESENTAVA UMA FATIA MUITO PEQUENA DOS. INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS PARA A EXPANSÃO DO SISTEMA.. A QUESTÃO TECNOLÓGICA TAMBÉM É UM FATOR IMPORTANTE PARA SE ENTENDER AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO SETOR DE TELEFONIA BRASILEIRO NA DÉCADA DE OITENTA.. NESTE PERÍODO A TRAJETÓRIA TECNOLÓGICA DO SETOR SERÁ MODIFICADA. A NOVA TRAJETÓRIA EXIGIA UMA CAPACIDADE DE INVESTIMENTO MUITO ALTA.. MAS O BRASIL PASSAVA POR. DIFICULDADES E NÃO TINHA ESTA CAPACIDADE DE INVESTIMENTO; DEVE-SE ACRESCENTAR QUE AS FONTES TRADICIONAIS DE FINANCIAMENTO PARA AS EMPRESAS ESTATAIS HAVIAM SE ESGOTADO.. ESTA FALTA DE INVESTIMENTO PROVOCOU TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO.. UMA DEFASAGEM TECNOLÓGICA NO SETOR DE. ESTA DEFASAGEM AGRAVOU-SE AINDA MAIS DEVIDO À. SITUAÇÃO DOS FABRICANTES DOS EQUIPAMENTOS DE TELECOMUNICAÇÕES. FABRICANTES. ATÉ 1990 ESTES. “(...) ERAM SIMULTANEAMENTE, ESCRAVOS E SENHORES DE UM ÚNICO CLIENTE.”. (WOHLERS; PLAZA, 2000, P.248). NA REALIDADE O QUE CARACTERIZAVA O AMBIENTE DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES ATÉ INDUSTRIA NACIONAL. FABRICANTES. 1990 ERA UMA IDEOLOGIA VOLTADA PARA A PROTEÇÃO DA. ESTA CONCEPÇÃO ISOLAVA O BRASIL DO RESTO DO MUNDO, COM ISTO OS. TINHAM. QUE. SUBMETER. PARTICULARIDADES DO SISTEMA TELEBRÁS.. SUAS. ESTRATÉGIAS. E. SEUS. PRODUTOS. ÀS.

(15) ALGUNS PROBLEMAS ENFRENTADOS PELO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES NA DÉCADA DE OITENTA INDICAVAM QUE O MONOPÓLIO PÚBLICO ESTAVA SE ESVAINDO LENTAMENTE.. OBSERVOU-SE QUE. AS BARREIRAS À ENTRADA IMPOSTAS PELO MONOPÓLIO ESTATAL FORAM SENDO SUPERADAS PELOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS DA ÉPOCA (REDES DIGITAIS, TRANSMISSÃO POR MICROONDAS E VIA SATÉLITES).. ESTES AVANÇOS TECNOLÓGICOS PERMITIRAM QUE OPERADORAS PRIVADAS E. OPERADORAS DO PRÓPRIO SISTEMA DE ATUAÇÃO DA. TELEBRÁS (COMO A TELEMIG, A TELESP) INVADISSEM A ÁREA. EMBRATEL. A CONCORRÊNCIA ERA CLARA E PRECISAVA SER ENFRENTADA PELA. EMBRATEL E PELAS OPERADORAS REGIONAIS QUE ACABAVAM TORNANDO-SE MAIS EFICIENTES. SENDO ASSIM, O QUE PODERIA PARECER BOM PARA AS OPERADORAS REGIONAIS TORNOU-SE UM PÉSSIMO NEGÓCIO PARA O. STB. A CONCORRÊNCIA DIFICULTOU O PLANEJAMENTO E A ALOCAÇÃO. DE RECURSOS E, CONSEQUENTEMENTE, LIMITOU O RETORNO DOS INVESTIMENTOS REALIZADOS.. O QUE EXISTIA ERA UMA NOVA TRAJETÓRIA TECNOLÓGICA QUE ESTAVA REESTRUTURANDO O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES NO MUNDO E NO BRASIL. ESTÁ INCLUÍDO NESTA NOVA TRAJETÓRIA TECNOLÓGICA UMA NOVO TIPO DE INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL. TECNOLÓGICO APONTA PARA UM MERCADO CONCORRENCIAL.. O DESENVOLVIMENTO. AS NOVAS CENTRAIS PERMITIAM A. CONVIVÊNCIA DE MUITOS AGENTES NO MERCADO E OS GANHOS DE EFICIÊNCIA ECONÔMICA. (RELAÇÃO ENTRE O VALOR DE UM PRODUTO EM RELAÇÃO AO SEU CUSTO UNITÁRIO (SANDRONI, 1994, P.111)) ADVIRÃO DA CONCORRÊNCIA ENTRE OPERADORES.. O QUE SE PODE NOTAR DE FORMA CLARA É QUE O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO NA DÉCADA DE OITENTA PASSOU POR UMA FASE ONDE OS PROBLEMAS ECONÔMICOS, FINANCEIROS, ADMINISTRATIVOS E TECNOLÓGICOS ERAM FREQÜENTES E INDUZIAM REFORMAS INSTITUCIONAIS E NO MERCADO DE TELECOMUNICAÇÕES DO BRASIL.. NOS ANOS 90 A COMPETIÇÃO JÁ ESTAVA PRESENTE NOS SEGMENTOS DA TELEFONIA CELULAR E NOS SERVIÇOS DE REDES CORPORATIVAS.. NESTE ÚLTIMO, OPERADORAS PRIVADAS, NACIONAIS E. ESTRANGEIRAS, JÁ ATUAVAM A ALGUM TEMPO COM A REVENDA A TERCEIROS DA CAPACIDADE DE TRANSMISSÃO DE CIRCUITOS. ALUGADOS À. EMBRATEL, OU AINDA OFERTANDO SERVIÇOS DE. TRANSMISSÃO DE DADOS E DE GESTÃO DE REDES.. NESTES SEGMENTOS AS OPERADORAS DO STB. PERDIAM COMPETITIVIDADE NO ATENDIMENTO A GRANDES CLIENTES E NA FLEXIBILIDADE PARA ATENDER AS NECESSIDADES ESPECÍFICAS DOS MESMOS..

(16) NO SETOR DE LIGAÇÕES DE LONGA DISTÂNCIA INTERNACIONAL ENCONTRAVA-SE UMA GRANDE VULNERABILIDADE DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO.. AS TARIFAS BRASILEIRAS. ERAM MUITO ELEVADAS DEVIDO À POLÍTICA DE SUBSÍDIOS CRUZADOS. ESTA POLÍTICA TRANSFERIA RECURSOS DA TELEFONIA INTERNACIONAL E INTERURBANA PARA A TELEFONIA LOCAL. EM FUNÇÃO DESTAS ELEVADAS TARIFAS A. EMBRATEL PERDIA COMPETITIVIDADE FRENTE ÀS OPERADORAS. INTERNACIONAIS (CALL BACK).. OUTRA PRESSÃO EXISTENTE SOBRE AS TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRAS NA DÉCADA DE OITENTA E INÍCIO DA DÉCADA DE NOVENTA FORAM AS PROPOSTAS DE ALIANÇAS E PARCERIAS ORIUNDAS DO SETOR PRIVADO.. A DEMANDA POR NOVOS SERVIÇOS E O ENORME POTENCIAL DO MERCADO. BRASILEIRO TRAZIAM UMA SÉRIE DE ESPECULAÇÕES A RESPEITO DESTAS ALIANÇAS.. CONSÓRCIOS. INTERNACIONAIS FORMARAM-SE ATRAVÉS DA UNIÃO DE EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS E EXERCIAM PRESSÃO SOBRE O SETOR QUE INEVITAVELMENTE TENDIA A UMA NOVA FASE.. VIABILIZAR. A. CONCORRÊNCIA. NO. MERCADO. DE. DESVERTICALIZAR O MONOPÓLIO NATURAL DA HOLDING. TELECOMUNICAÇÕES. BRASILEIRO,. TELEBRÁS DE MODO QUE O ACESSO À. REDE FOSSE GARANTIDO A TODOS OS AGENTES DO MERCADO E SUBSTITUIR AS FONTES TRADICIONAIS DE FINANCIAMENTO, QUE ESTAGNARAM, ERAM ALGUMAS DAS MEDIDAS QUE DEVERIAM SER TOMADAS PARA QUE A PLANTA DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO VIESSE A SE MODERNIZAR. TODO ESTE CENÁRIO CONDUZIA O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES PARA UMA NOVA FASE CARACTERIZADA PELA PRIVATIZAÇÃO DAS OPERADORAS ESTATAIS.. ESTA NOVA FASE TEVE INÍCIO NO GOVERNO COLLOR QUE DECIDIU ROMPER COM AS ANTIGAS POLÍTICAS ADOTADAS NO PÓS GUERRA, SUBSTITUINDO-AS PELA. POLÍTICA INDUSTRIAL E DE. COMÉRCIO EXTERIOR (PICE). ATRAVÉS DA PICE FORAM ELIMINADOS OS MECANISMOS DE APOIO E PROTEÇÃO À INDÚSTRIA NACIONAL E ESTIMULOU-SE A ABERTURA COMERCIAL E A REDUÇÃO DO PAPEL DO ESTADO NA ECONOMIA. INSTRUMENTOS DO GOVERNO. O PLANO NACIONAL DE DESESTATIZAÇÃO (PND) FOI UM DOS. COLLOR PARA INICIAR O PROCESSO DE REDUÇÃO DA PRESENÇA DO. ESTADO NA ECONOMIA, OU SEJA PARA INICIAR O PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO..

(17) 3 A REFORMA DAS TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRA. 3.1 CONDICIONANTES DA REFORMA. O CAPÍTULO ANTERIOR APRESENTOU AS QUESTÕES QUE INDICAVAM QUE O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO, A PARTIR DA DÉCADA DE OITENTA, CAMINHAVA EM DIREÇÃO A UMA NOVA FASE.. UMA SÉRIE DE FATORES DETERMINAVA A NECESSIDADE DE UMA REFORMA DE. ORDEM TECNOLÓGICA, ECONÔMICA E INSTITUCIONAL. OS PRINCIPAIS FATORES FORAM:. a) A PRESENÇA ESTATAL: O SISTEMA BRASILEIRO DE TELECOMUNICAÇÕES ERA CARACTERIZADO PELA EXISTÊNCIA DE EMPRESAS ESTATAIS TOTALMENTE DESVINCULADAS UMA DAS OUTRAS.. ESSA DESCENTRALIZAÇÃO CONDUZIU O SETOR, NA DÉCADA DE SESSENTA, A UMA SÉRIE DE REFORMAS COMO A PROMULGAÇÃO DO. CBT, A CRIAÇÃO DA TELEBRÁS, A CRIAÇÃO DA. EMBRATEL E A CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DE COMUNICAÇÕES (MINICOM). ESSAS REFORMAS TINHAM COMO PRINCIPAIS OBJETIVOS A UNIFICAÇÃO DA REDE E A CONSTITUIÇÃO DE UM SISTEMA NACIONAL INTEGRADO..

(18) ESSAS MUDANÇAS, APESAR DE ATINGIREM SEUS OBJETIVOS, AINDA NÃO FORAM SUFICIENTES. A PRESERVAÇÃO DO ANTIGO SISTEMA TELEBRÁS ATRAVÉS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 CONTINUAVA SENDO UMA “ÂNCORA” NO DESENVOLVIMENTO DO SETOR.. ERA PRECISO MAIS MUDANÇAS NO QUE TANGE AO PAPEL DO ESTADO NO DESENVOLVIMENTO DOS SETORES DE INFRA-ESTRUTURA BRASILEIRO. A PRESENÇA ESTATAL A PARTIR DA DÉCADA DE OITENTA JÁ NÃO ERA MAIS FUNDAMENTAL; NÃO ERA MAIS PRECISO A EXISTÊNCIA DE UM. ESTADO EMPRESÁRIO. O NOVO ESTADO DEVIA ATUAR AGORA NA REGULAÇÃO ECONÔMICA E NA EXECUÇÃO DE POLÍTICAS DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA.. CABE A ELE ASSEGURAR O. FUNCIONAMENTO EFICIENTE DO MERCADO E, QUANDO NECESSÁRIO, RESOLVER PONTOS DE CONFLITO OU DE ESTRANGULAMENTO.. A INEFICIÊNCIA E INCAPACIDADE DO ESTADO BRASILEIRO COMO EMPRESÁRIO ERA CLARAMENTE VISTA NA MEDIDA QUE OS INVESTIMENTOS ERAM REDUZIDOS.. A POLÍTICA DE. AUTOFINANCIAMENTO NÃO ERA MAIS EFICIENTE NA DÉCADA DE OITENTA, OS INVESTIMENTOS ERAM REDUZIDOS PARA NÃO PROVOCAREM CHOQUES ORÇAMENTÁRIOS, ATÉ MESMO AS RECEITAS GERADAS PELAS PRÓPRIAS ESTATAIS NÃO ERAM TOTALMENTE INVESTIDAS NO SETOR.. OUTRO INDICADOR DE INEFICIÊNCIA E INCAPACIDADE DO ESTADO BRASILEIRO, ERA A. QUESTÃO ADMINISTRATIVA.. OUTRO FATOR IMPORTANTE, PELO FATO DE TER IMPULSIONADO AS PRIVATIZAÇÕES, FOI A REDUÇÃO DA PRESSÃO FISCAL.. DEVIDO A ESTE FATOR, AS FONTES TRADICIONAIS DE. FINANCIAMENTO PARA EMPRESAS ESTATAIS ESTANCARAM-SE, E A ÚNICA FORMA DE MANTER A EXPANSÃO DA PLANTA INSTALADA ERA ATRAVÉS DO CAPITAL PRIVADO.. COM ISTO O PAPEL. DO ESTADO ESTARIA REDUZIDO À DEFESA DA CONCORRÊNCIA E À REGULAÇÃO DO SETOR.. DIANTE DESTA INCAPACIDADE E DESTA INEFICIÊNCIA ERA PRECISO QUE FOSSEM IMPLEMENTADAS REFORMAS QUE ESTABELECESSEM AS NOVAS FUNÇÕES DO. ESTADO DENTRO. DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES.. b) A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA: OS SETORES DE INFRA-ESTRUTURA DESDE A DÉCADA DE SETENTA PASSAM POR MUDANÇAS TECNOLÓGICAS DE SUBSTANCIAL IMPORTÂNCIA.. ESTAS MUDANÇAS. CRIARAM UMA NOVA TRAJETÓRIA TECNOLÓGICA QUE OBRIGOU ESTES SETORES A SE REESTRUTURAREM.. “A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E AS CONSEQÜENTES MUDANÇAS NOS.

(19) CRITÉRIOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES ESTÃO NA ORIGEM DO PROCESSO DE EROSÃO DAS FRONTEIRAS ENTRE OS ESPAÇOS DE ATUAÇÃO DAS CONCESSIONÁRIAS PÚBLICAS E DAS COMPANHIAS PRIVADAS.”. (LEGEY;. MACULAN, 1996, P.72). É IMPORTANTE EXPLICITAR QUE O BRASIL PRECISAVA AMPLIAR A OFERTA DE SERVIÇOS E SUPRIR UMA DEMANDA REPRIMIDA E A PRIVATIZAÇÃO AJUDARIA A SUPERAR ESTES ATRASOS.. NA DÉCADA DE SETENTA A PRINCIPAL INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES. FOI. O. ADVENTO. DA. MICROELETRÔNICA.. A. DIFUSÃO. DA. MICROELETRÔNICA FOI FUNDAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO EM REDE.. AS INDÚSTRIAS TIVERAM UMA DRÁSTICA REDUÇÃO DE CUSTOS E PUDERAM. INTENSIFICAR O PROCESSO DE INTERCONEXÃO; ESTE PROCESSO PERMITE QUE AS ESTRUTURAS PREEXISTENTES SEJAM APROVEITADAS NÃO SÓ PELAS OPERADORAS PRIVATIZADAS, MAS TAMBÉM PELAS NOVAS CONCORRENTES, MEDIANTE UMA CORRETA ORIENTAÇÃO DOS PREÇOS DOS. 5. “SERVIÇOS DE INTERCONEXÃO”. OUTRA IMPORTANTE CONSEQÜÊNCIA QUE A. MICROELETRÔNICA TROUXE FOI A REDUÇÃO DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO E A CRIAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS COM ESCALAS COMPETITIVAS INFERIORES ÀS TRADICIONAIS.. NA DÉCADA DE OITENTA A TELEFONIA FIXA SOFREU UM EXTRAORDINÁRIO AUMENTO DA CAPACIDADE DE TRANSMISSÃO DE GRANDE PARTE DA REDE DE LONGA DISTÂNCIA.. A. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DESTE PERÍODO FOI A UTILIZAÇÃO DA FIBRA ÓTICA PARA TRANSMITIR SINAIS DIGITAIS. OS SINAIS QUE ANTES ERAM TRANSMITIDOS ATRAVÉS DE ONDAS ANALÓGICAS, AGORA SÃO CONVERTIDAS EM DÍGITOS, O QUE TROUXE UMA MELHORA QUALITATIVA À COMUNICAÇÃO DE VOZ ALIADA À RAPIDEZ.. NOS ANOS NOVENTA O DESENVOLVIMENTO DA TELEFONIA DE LONGA DISTÂNCIA CRESCEU TÃO RÁPIDO QUE NO INÍCIO DE. 1996 AS REDES INTERURBANAS TINHAM APENAS 30% OU 35%. DA CAPACIDADE DISPONÍVEL EM USO. (CAIRNCROSS, 2000, P.23). TODA ESTA REVOLUÇÃO. RESULTOU DA UTILIZAÇÃO DOS CABOS DE FIBRA ÓPTICA.. A REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA CONTINUA DENTRO DO MUNDO DAS TELECOMUNICAÇÕES, DESTA VEZ USANDO INTENSIVAMENTE A TRANSMISSÃO VIA SATÉLITES QUE OCUPA O LUGAR. 5. Correta orientação fazendo uso normativo da alocação de recursos no sistema competitivo puro..

(20) DE DESTAQUE JUNTAMENTE COM TÉCNICAS DE COMPRESSÃO DIGITAL, UM DOS MEIOS DE BARATEAR O AUMENTO DA CAPACIDADE DE TRANSMISSÃO.. ESTE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO INFLUIU DECISIVAMENTE NOS RUMOS DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES.. CONSEQÜÊNCIAS, COMO A REDUÇÃO DE TARIFAS, PODEM SER SENTIDAS. NO DIA A DIA DO CONSUMIDOR.. AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS POSSIBILITARAM A ENTRADA. DE NOVOS AGENTES NO MERCADO.. A CONCORRÊNCIA PODE SER SENTIDA COM FACILIDADE,. MESMO QUE SEJA MAIS FORTE EM DETERMINADOS TIPOS DE SERVIÇOS.. À MEDIDA QUE NOVAS. BARREIRAS TÉCNICAS SÃO VENCIDAS NOVOS SERVIÇOS VÃO SURGINDO, AUMENTANDO A QUALIDADE, A VELOCIDADE E A CONCORRÊNCIA.. PORTANTO, A EXISTÊNCIA DE FATORES COMO A MODALIDADE DE INTERVENÇÃO DO SETOR PÚBLICO E A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA CRIARAM UMA SÉRIE DE PROBLEMAS PARA AS TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRAS, TAIS COMO: O DIFÍCIL ACESSO DAS CLASSES MENOS FAVORECIDAS AOS SERVIÇOS E A FALTA DE COMPETITIVIDADE DO PAÍS QUE NÃO TINHA CONDIÇÕES DE MANTER SEUS INVESTIMENTOS NO SETOR VISANDO A SUA MODERNIZAÇÃO. (WOHLERS; PLAZA, 2000). TODAS. ESTAS DISTORÇÕES CONDUZIRAM O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO A UMA REFORMA ECONÔMICA, TECNOLÓGICA E INSTITUCIONAL.. NO PRÓXIMO TÓPICO SERÁ ABORDADO O NOVO. MARCO LEGAL QUE CONDUZIU ESTA REFORMA.. 3.2 O NOVO MARCO REGULATÓRIO.. PARA MANTER O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO ATUALIZADO COM REFERÊNCIA ÀS NOVAS TENDÊNCIAS MUNDIAIS O REESTRUTURAÇÃO DO SETOR.. GOVERNO BRASILEIRO INICIOU, EM 1995, O PROCESSO DE. ESTE PROCESSO CONSISTIU BASICAMENTE EM SEIS ETAPAS, CADA. UMA DELAS REGIDA POR INSTRUMENTOS QUE HOJE COMPÕEM O ARCABOUÇO LEGAL DAS TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRAS.. AS ETAPAS DO PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO FORAM AS. SEGUINTES:. 1ª) A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº08, DE 15/08/1995 FOI O INSTRUMENTO LEGAL “(...) QUE ELIMINOU A EXCLUSIVIDADE DE CONCESSÃO PARA EXPLORAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS A EMPRESAS SOB O CONTROLE ACIONÁRIO ESTATAL. (...)” (PIRES, 2000, P.3). INTRODUZIR O REGIME. DE CONCORRÊNCIA NO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES TAMBÉM ERA O OBJETIVO DESTA EMENDA;. 2ª) A LEI MÍNIMA DAS TELECOMUNICAÇÕES (LEI 9.295, DE 19/07/1996) PERMITIU QUE A INICIATIVA PRIVADA EXPLORASSE SERVIÇOS COM ELEVADA ATRATIVIDADE ECONÔMICA. (“SERVIÇO MÓVEL.

(21) CELULAR”, “SERVIÇOS LIMITADOS” (TRUNKING), “SERVIÇOS VIA SATÉLITE” E “SERVIÇOS DE VALOR ADICIONADO” (PAGING E OUTROS QUE POSSIBILITAM A CONSTITUIÇÃO DE REDES CORPORATIVAS)).. COM ESTA LEI A INICIATIVA PRIVADA COMEÇA A PARTICIPAR DE FORMA EFETIVA DO MERCADO DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO.. A PARTICIPAÇÃO DAS EMPRESAS PRIVADAS NA TELEFONIA. CELULAR ESTAVA SUBMETIDA A UMA ESPECIFICAÇÃO: AS EMPRESAS ATUANTES NESTE MERCADO DEVERIAM TER PARTICIPAÇÃO MAJORITÁRIA DE CAPITAL BRASILEIRO;. 3ª) A APROVAÇÃO DA LEI GERAL DAS TELECOMUNICAÇÕES (LGT) (LEI 9.472, DE 16/07/1997). ESTE. É. O. PRINCIPAL. INSTRUMENTO. TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO.. LEGAL. DA. REESTRUTURAÇÃO. DO. SETOR. DE. ATRAVÉS DESTA LEI ESTABELECEU-SE OS PRINCÍPIOS DO NOVO. MODELO INSTITUCIONAL DO SETOR;. 4ª) A APROVAÇÃO DO PLANO GERAL DE OUTORGAS (PGO), ATRAVÉS DO QUAL FORAM FIXADOS PARÂMETROS GERAIS PARA ESTABELECIMENTO DA CONCORRÊNCIA NO SETOR;. 5ª) A AMPLA REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA TELEBRÁS. NESTE PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO DESMEMBROU-SE A ESTATAL EM TRÊS HOLDINGS DE CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS LOCAIS DE TELEFONIA FIXA, A. EMBRATEL TEVE SUA CONFIGURAÇÃO TRADICIONAL PRESERVADA E CRIOU-SE. OITO CONCESSIONÁRIAS DE TELEFONIA CELULAR DA BANDA. A;. 6ª) POR ÚLTIMO, HOUVE A LICITAÇÃO DE TERMOS DE AUTORIZAÇÃO, QUE PERMITIAM A CRIAÇÃO E OPERAÇÃO DE EMPRESAS-ESPELHO NAS MESMAS ÁREAS DE ATUAÇÃO DAS CONCESSIONÁRIAS DE TELEFONIA FIXA ORIUNDAS DO SISTEMA TELEBRÁS.. OS INSTRUMENTOS LEGAIS CITADOS ACIMA POSSUEM ALGUMAS CARACTERÍSTICAS QUE PRECISAM SER ENFATIZADAS. UMA DELAS É QUE DURANTE ESTA FASE DE FLEXIBILIZAÇÃO, O MINISTÉRIO DAS. TELECOMUNICAÇÕES ATUAVA COMO REGULADOR AD HOC, OU SEJA, CABIA A ELE EDITAR REGULAMENTOS COMO O DO SERVIÇO MÓVEL CELULAR (SMC), PROMOVER LICITAÇÕES E OUTRAS FUNÇÕES MAIS.. DURANTE ESTA FASE FOI IMPLANTADO NO BRASIL A PRÁTICA DO RULEMAKING. PROCESS, QUE ABRIU CONSULTAS PÚBLICAS E DISCUTIAM OS REGULAMENTOS EM PREPARAÇÃO.. O. RULEMAKING PROCESS PERMITIA QUE CONSUMIDORES E A SOCIEDADE EM GERAL ACOMPANHASSE DE PERTO A REESTRUTURAÇÃO DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES.. SENDO ASSIM, UMA NOVA FASE SE INICIAVA. ESTA FASE SERIA MARCADA PELA PRIVATIZAÇÃO PROPRIAMENTE DITA, PELA INTRODUÇÃO DA CONCORRÊNCIA NOS VÁRIOS SERVIÇOS E PELA CRIAÇÃO DE UMA AGÊNCIA REGULADORA INDEPENDENTE.. O MARCO LEGAL DESTA NOVA FASE FOI. A LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES (LGT) (9.472, DE 16.07.97) ..

(22) SEGUNDO PIRES (2000), A LGT:. “(...) ESTABELECEU OS PRINCÍPIOS DO NOVO MODELO INSTITUCIONAL DO SETOR E, DENTRE OUTRAS COISAS, CRIOU E DEFINIU O PAPEL DA ANATEL, OS PRINCÍPIOS DO NOVO MODELO TARIFÁRIO, UMA NOVA CLASSIFICAÇÃO PARA OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES (QUANTO AO INTERESSE E AO REGIME DE EXPLORAÇÃO), O CARÁTER DE NÃO EXCLUSIVIDADE DAS CONCESSÕES E, FINALMENTE, AS DIRETRIZES PARA A MODELAGEM E A VENDA DAS EMPRESAS ESTATAIS.”(PIRES, 2000, P.3). A LGT MERECE UM TRATAMENTO ESPECIAL POR SER O PRINCIPAL INSTRUMENTO DO ARCABOUÇO LEGAL QUE FUNDAMENTA A REESTRUTURAÇÃO DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO.. A. LGT CRIOU A ANATEL, REDEFINIU OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES, ESTABELECENDO AS CONDIÇÕES DE INTERCONEXÃO E CONCORRÊNCIA NA REDE BÁSICA DE TELECOMUNICAÇÕES, ESTABELECEU A UNIVERSALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS E OS MECANISMOS DE FINANCIAMENTO PARA TAL UNIVERSALIZAÇÃO,. PREVIU A REORGANIZAÇÃO DA. TELEBRÁS PARA A PRIVATIZAÇÃO,. ADOTOU NOVOS CONCEITOS DE CONCESSÃO E AUTORIZAÇÃO. PORTANTO, A LGT CRIOU UMA NOVA ESTRUTURA PARA O MERCADO DE TELECOMUNICAÇÕES.. DIANTE DESTE NOVO CENÁRIO FOI. NECESSÁRIA UMA ADAPTAÇÃO DOS DIVERSOS “ATORES” AO MESMO. UM DOS PRINCIPAIS ASPECTOS DESTE NOVO ARCABOUÇO É A QUESTÃO DA REGULAÇÃO.. OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES EM GERAL POSSUEM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS QUE OBRIGAM A INTERVENÇÃO ESTATAL.. ESTA INTERVENÇÃO TEM COMO OBJETIVO PRINCIPAL. PERMITIR QUE ESTES SETORES ATINJAM A EFICIÊNCIA ECONÔMICA.. ESTA VISÃO DE INTERVENÇÃO. ESTATAL É DIFERENTE POIS DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO A EXISTÊNCIA DE UM REGIME CONCORRENCIAL ONDE AS CONCESSIONÁRIAS DEVEM COMPARTILHAR AS REDES. O NOVO MODELO DE REGULAÇÃO BASEIA-SE NAS SEGUINTES VARIÁVEIS: A FIXAÇÃO DE TARIFAS NOS SETORES MONOPOLIZADOS, A QUALIDADE DOS SERVIÇOS E A JUSTA REPARTIÇÃO DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS EXTERNOS.. A ANATEL, COMO AGENTE REGULADOR DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES, DEVE. ATUAR COM BASE NESTAS VARIÁVEIS.. A. QUESTÃO TARIFÁRIA É A PRIMEIRA. CONSIDERAÇÃO.. VARIÁVEL QUE O REGULADOR DEVE LEVAR EM. COM A LGT MUITAS MUDANÇAS OCORRERAM NESTE ÂMBITO. A PRINCIPAL. MUDANÇA ESTÁ NO REGIME DE TARIFAÇÃO.. O NOVO REGIME BASEIA-SE NO SISTEMA PRICE CAP.

(23) (PREÇO TETO), “(...) O SISTEMA CONSISTE EM ESTABELECER UM LIMITE SUPERIOR PARA A INDÚSTRIA REGULADA AUMENTAR SEUS PREÇOS, LIMITE ESTE QUE PODE SER ESTABELECIDO PARA CADA PREÇO INDIVIDUALMENTE OU PARA A MÉDIA DE PREÇOS DOS SERVIÇOS FORNECIDOS PELA INDÚSTRIA REGULADA.”. (KUPFER; HASENCLEVER, 2002, P.522). O TETO DO REAJUSTE É. ESTABELECIDO COMO SENDO UM ÍNDICE GERAL DE PREÇOS MENOS UM VALOR AUMENTO DA PRODUTIVIDADE.. X A TÍTULO DE. OS OBJETIVOS DESTE REGIME SÃO BEM ESPECÍFICOS: I) ESTIMULAR. A EFICIÊNCIA PRODUTIVA E PROMOVER A INOVAÇÃO; II) OS GANHOS DE EFICIÊNCIA SÃO REPASSADOS AO CONSUMIDOR ATRAVÉS DA REDUÇÃO DAS TARIFAS, ESTA REDUÇÃO É FEITA ATRAVÉS DO PARÂMETRO. X; E III) COM O REGIME PRICE CAP O REGULADOR NÃO PRECISA. INTERFERIR NAS DECISÕES DA EMPRESA ATRAVÉS DO ACOMPANHAMENTO DOS CUSTOS.. A QUALIDADE DOS SERVIÇOS DEVE SER ACOMPANHADA DE PERTO PELA ANATEL. ESTE ACOMPANHAMENTO JUSTIFICA-SE A PARTIR DO MOMENTO QUE O REGIME “PRICE CAP” INCENTIVA A REDUÇÃO DOS CUSTOS.. MUITAS VEZES AS OPERADORAS QUEREM REDUZIR OS CUSTOS. SACRIFICANDO A QUALIDADE DOS SERVIÇOS. NESTE SENTIDO A ANATEL TEM SEU PLANO GERAL DE METAS DE QUALIDADE QUE SERÁ EXPLICITADO MAIS À FRENTE.. POR ÚLTIMO DEVEMOS RESSALTAR A VARIÁVEL QUE DIZ RESPEITO À JUSTA REPARTIÇÃO DOS CUSTOS E. BENEFÍCIOS.. NESTE SENTIDO É IMPORTANTE RESSALTAR QUE O SETOR DE. TELECOMUNICAÇÕES É RICO EM EXTERNALIDADES, OU SEJA, ELE UTILIZA UM BEM PÚBLICO. (DIREITO DE PASSAGEM PARA FIAÇÕES, POR EXEMPLO). A ALOCAÇÃO DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS ASSOCIADOS AO USO DESTE BEM PÚBLICO É COMPLEXA.. DIANTE DESTA COMPLEXIDADE O. REGULADOR DEVE UTILIZAR MECANISMOS JUSTOS E TRANSPARENTES, NÃO DEVERÃO EXISTIR DÚVIDAS SOBRE A ATUAÇÃO DO REGULADOR.. BASEADA NESTAS VARIÁVEIS A LGT CRIOU A ANATEL PARA EXECUTAR A TAREFA DE REGULAÇÃO DA CONCORRÊNCIA NO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES.. A LGT DEFINE O RELACIONAMENTO DA. ANATEL COM O CADE, MAS NESTA DEFINIÇÃO FICA BASTANTE CLARA UM ELEVADO GRAU DE LIBERDADE POR PARTE DA AGÊNCIA REGULADORA. ESTE ELEVADO GRAU DE LIBERDADE DEVE-SE À EXISTÊNCIA DE CARACTERÍSTICAS PECULIARES NO SETOR.. EM PRIMEIRO LUGAR, OS SERVIÇOS DE. TELECOMUNICAÇÕES SÃO ESSENCIAIS; EM SEGUNDO LUGAR, ALGUNS SEGMENTOS PERMANECEM COM AS CARACTERÍSTICAS DE MONOPÓLIO NATURAL E CONVIVEM JUNTO COM ATIVIDADES POTENCIALMENTE COMPETITIVAS; TERCEIRO, EXISTE UMA ATUAÇÃO PRÓ-ATIVA E NÃO REATIVA, COMO OCORRE NOS ÓRGÃOS DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA; E, POR ÚLTIMO, AINDA PERSISTEM.

(24) ALGUMAS BARREIRAS À ENTRADA DEVIDO À NECESSIDADE DE INVESTIMENTOS ELEVADOS E A PRESENÇA DE ECONOMIAS DE ESCALA.. A LGT DEIXA BEM CLARO A QUESTÃO DAS CONDIÇÕES DE ACESSO. AS OPERADORAS DEVEM SER DESVERTICALIZADAS, OU SEJA, ELAS NÃO DEVEM ATUAR EM MAIS DE UM ESTÁGIO DO PROCESSO PRODUTIVO.. ALÉM DISSO, OS AGENTES QUE ATUAM NOS SEGMENTOS COMPETITIVOS DEVEM TER. LIVRE ACESSO AOS SEGMENTOS MONOPOLIZADOS.. AS EMPRESAS INCUMBENTS POSSUEM. VANTAGENS COMPETITIVAS, POIS SÃO DOTADAS DE TODA UMA INFRA-ESTRUTURA DE REDE. JÁ AS EMPRESAS ENTRANTES TEM O DIREITO DE COMPARTILHAR ESSA REDE, MEDIANTE ACORDOS COM AS INCUMBENTS.. OS GANHOS DE EFICIÊNCIA ECONÔMICA ADVINDOS DAS VANTAGENS COMPETITIVAS. DEVEM SER REPASSADOS PELAS EMPRESAS INCUMBENTS PARA O CONSUMIDOR OBEDECENDO AS REGRAS DO REGIME TARIFÁRIO ESTABELECIDO NOS CONTRATOS DE CONCESSÃO, QUE É O SISTEMA. “PRICE CAP” DE FORMAÇÃO DOS PREÇOS DOS SERVIÇOS.. A ANATEL FOI CRIADA COMO AUTARQUIA ESPECIAL LIGADA AO MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES (MINICOM); SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES SÃO A REGULAÇÃO, A FISCALIZAÇÃO, A NORMATIZAÇÃO DOS SERVIÇOS, CELEBRAR E GERENCIAR CONTRATOS DE CONCESSÃO E COORDENAÇÃO E PLANEJAMENTO INDICATIVO. AS ATRIBUIÇÕES DA ANATEL ESTÃO APRESENTADAS NO QUADRO 1 A SEGUIR.. PARA FINALIZAR OS COMENTÁRIOS SOBRE A ANATEL É IMPORTANTE APRESENTAR AS PRINCIPAIS FERRAMENTAS UTILIZADAS POR ELA PARA EXECUTAR SUAS FUNÇÕES AQUI SALIENTADAS. IMPORTANTE NOTAR QUE UMA DESTAS FERRAMENTAS É O FUNDAMENTA. UMA. DAS. FASES. DO. PROCESSO. DE. È. PLANO GERAL DE OUTORGAS QUE. REESTRUTURAÇÃO. DO. SETOR. DE. TELECOMUNICAÇÕES. AS FERRAMENTAS SÃO AS SEGUINTES:. a). “O PLANO GERAL DE OUTORGAS É O INSTRUMENTO QUE DEFINE O MODELO DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO TELEFÔNICO FIXO COMUTADO (STFC), DIVIDINDO O PAÍS EM QUATRO ÁREAS DE CONCESSÃO (O QUE DEU ÀS OPERADORAS BRASILEIRAS PORTE SUFICIENTE PARA DISPUTAR O MERCADO INTERNACIONAL, POIS ESTÃO ENTRE AS MAIORES OPERADORAS DA AMÉRICA LATINA): TRÊS OPERADORAS REGIONAIS (ESTADO DE SÃO PAULO, ESTADOS DO CENTRO-OESTE E ESTADOS DO NORTE/NORDESTE) E UMA OPERADORA NACIONAL. A CONCESSÃO DE CADA OPERADORA REGIONAL PERMITE A PRESTAÇÃO DO STFC E DE LONGA DISTÂNCIA EM ÂMBITO INTRAREGIONAL ATÉ 31 DE DEZEMBRO DE 2003 E, A PARTIR DESTA DATA, PREVÊ A LIBERAÇÃO DA CONCESSIONÁRIA PARA A PRESTAÇÃO DE TODOS OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES. A OPERADORA NACIONAL TEM CONCESSÃO PARA A PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE LONGA DISTÂNCIA NACIONAL, EM QUALQUER.

(25) b). ÂMBITO, E DE LONGA DISTÂNCIA INTERNACIONAL, TAMBÉM COM LIBERAÇÃO PARA A PRESTAÇÃO DOS DEMAIS SERVIÇOS A PARTIR DE 31 DE DEZEMBRO DE 2003.” (WOHLERS; PLAZA, 2000, P.140); “O PLANO GERAL DE METAS DE UNIVERSALIZAÇÃO DEFINE OS COMPROMISSOS DAS CONCESSIONÁRIAS (POIS AS AUTORIZATÁRIAS SÃO ALTERNATIVAS PARA O USUÁRIO) E ESTABELECE, POR EXEMPLO, QUE, PARA TER A LIBERDADE DE PRESTAR TODOS OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 2002, A OPERADORA REGIONAL DAS CIDADES COM MAIS DE 600 HABITANTES TEM QUE ATENDER A TODAS AS SOLICITAÇÕES DE ACESSOS INDIVIDUAIS NO PRAZO MÁXIMO DE DUAS SEMANAS – E ÀS SOLICITAÇÕES DE ACESSO COLETIVO EM LOCALIDADES COM 300 HABITANTES. OUTRA META DE UNIVERSALIZAÇÃO ESTABELECE QUE, A PARTIR DE DEZEMBRO DE 2003, A OPERADORA TEM QUE OFERECER À POPULAÇÃO UM TELEFONE PÚBLICO A CADA 300 METROS – DESDE 31 DE DEZEMBRO DE 1999, SÃO 800 METROS. PARA O ATENDIMENTO A PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA, O PRAZO É DE 12 SEMANAS, DESDE O FINAL DO ANO PASSADO, E SERÁ REDUZIDO PARA UMA SEMANA NO FINAL DE 2003.” (WOHLERS; PLAZA,. 2000, 141);. QUADRO 1: ATRIBUIÇÕES DA ANATEL. ESTABELECIMENTO DA ESTRUTURA TARIFÁRIA DE CADA MODALIDADE DE SERVIÇO PRESTADO EM REGIME PÚBLICO;. INSTITUIR OU ELIMINAR A PRESTAÇÃO DE UMA MODALIDADE DE SERVIÇO NO REGIME PÚBLICO CONCOMITANTEMENTE OU NÃO COM SUA PRESTAÇÃO NO REGIME PRIVADO;. EXPEDIR OU RECONHECER A CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS, OBSERVADOS OS PADRÕES E NORMAS POR ELA ESTABELECIDOS;. EXPEDIR NORMAS E PADRÕES QUE ASSEGUREM A COMPATIBILIDADE, A OPERAÇÃO INTEGRADA E A INTERCONEXÃO ENTRE AS REDES, ABRANGENDO INCLUSIVE OS EQUIPAMENTOS TERMINAIS;. ELABORAR OU ALTERAR AS NORMAS PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS; PROPOR A INSTITUIÇÃO OU ELIMINAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE MODALIDADE DE SERVIÇO NO REGIME PÚBLICO;. PROPOR O PLANO GERAL DE OUTORGAS E O PLANO GERAL DE METAS DE UNIVERSALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES;. ADMINISTRAR O ESPECTRO DE RADIO FREQÜÊNCIAS E O USO DE ÓRBITAS; COMPOR ADMINISTRATIVAMENTE CONFLITOS DE INTERESSES ENTRE PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES;. ATUAR NA DEFESA E PROTEÇÃO DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS E; ATUAR NO CONTROLE, PREVENÇÃO E REPRESSÃO DAS INFRAÇÕES DE ORDEM ECONÔMICA, NO ÂMBITO.

(26) DAS TELECOMUNICAÇÕES, RESSALVADAS AS COMPETÊNCIAS LEGAIS DO CADE.. FONTE: OLIVEIRA; LOSEKANN; SZAPIRO, 1999, P.689. c). d). e). “O PLANO GERAL DE METAS DE QUALIDADE ESTABELECE INDICADORES A SEREM CUMPRIDOS EM SOLICITAÇÃO DE REPAROS (NÃO EXCEDER A 2% ATÉ O FINAL DE 2003), ATENDIMENTO A SOLICITAÇÃO DE REPAROS ( ATÉ O FINAL DE 2003, 97 % DE ATENDIMENTO EM ATÉ 24 HORAS EM RESIDÊNCIAS E EM ESTABELECIMENTO COMERCIAIS EM ATÉ 8 HORAS), COMPLETAMENTO DE CHAMADAS LOCAIS E NACIONAIS (70% ATÉ O FINAL DE 2003) E, NO MESMO PRAZO, ADMITE CONGESTIONAMENTO NAS CHAMADAS LOCAIS E NACIONAIS DE ATÉ 4%. E ESSES SÃO APENAS ALGUNS DOS INDICADORES DO PGMQ. O CONTRATO DE CONCESSÃO, QUE INCLUI DIREITOS E DEVERES DAS OPERADORAS, EMBUTE TODOS OS PARÂMETROS E INDICADORES DO PGMU E DO PGMQ.” (WOHLERS; PLAZA, 2000, 141); “O REGULAMENTO DE INTERCONEXÃO, CUJA ESTRATÉGIA É PRIVILEGIAR A LIVRE NEGOCIAÇÃO ENTRE AS PARTES, NÃO EVOLUIU COMO PREVISTO. NOVIDADE PARA O PAÍS, TEMA DELICADO E, POR ENQUANTO, A ANATEL TEM SIDO CONVOCADA A ARBITRAR AS QUESTÕES DE INTERCONEXÃO – MAS ISTO ESTÁ MUDANDO.” (WOHLERS; PLAZA, 2000, P.141); “FINALMENTE, O REGULAMENTO DE REMUNERAÇÃO DE REDES SUBSTITUI A PARTICIPAÇÃO DA RECEITA DE TRÁFEGO MÚTUO, QUE PREVIA O ENCAMINHAMENTO DE UM PERCENTUAL DA RECEITA PARA A EMBRATEL E PARA A OPERADORA QUE ORIGINAVA A CHAMADA. ISSO ACABOU: HOJE, USASE O PRINCÍPIO DA REMUNERAÇÃO PELO USO DA REDE.” (WOHLERS; PLAZA, 2000, P.141).. APÓS ABORDARMOS A CRIAÇÃO, AS ATRIBUIÇÕES E AS FERRAMENTAS UTILIZADAS PELA ANATEL, DEVEMOS TRATAR DE OUTROS ITENS QUE SÃO DEFINIDOS PELA SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES. DOIS CRITÉRIOS DISTINTOS.. LGT. A LGT REDEFINIU OS. NESTA REDEFINIÇÃO OS SERVIÇOS SÃO AGRUPADOS E SEGUEM. O PRIMEIRO CRITÉRIO ESTABELECE DOIS TIPOS DE SERVIÇOS, OS DE. INTERESSE RESTRITO E OS DE INTERESSE COLETIVO (ART.62).. NO SEGUNDO CRITÉRIO OS SERVIÇOS. PODEM SER PRESTADOS NO REGIME PÚBLICO E NO REGIME PRIVADO (ART.63).. O ARTIGO 62 DA LGT DISTINGUE OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES DE ACORDO COM O GÊNERO E GRAU DE REGULAÇÃO INCIDENTE.. SERVIÇOS DE INTERESSE RESTRITO ESTARÃO SUJEITOS A. CONDICIONAMENTOS, DE CARÁTER ESPECÍFICOS, PARA QUE NÃO PREJUDIQUEM A COLETIVIDADE.. SENDO UM SERVIÇO COLETIVO ESTARÁ SUJEITO A CONDICIONAMENTOS MAIS INTENSOS.. O ARTIGO 63 DA LGT DISTINGUE OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES BASEADO NO REGIME JURÍDICO A QUE ESTE SERVIÇO ESTÁ EXPOSTO.. O REGIME PÚBLICO SEGUE AS REGRAS DA “TEORIA. DOS SERVIÇOS PÚBLICOS”: DEVER DE UNIVERSALIZAÇÃO E CONTINUIDADE NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, COM EXISTÊNCIA ASSEGURADA PELO PODER PÚBLICO.. O REGIME PRIVADO OBEDECE AOS. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADES ECONÔMICAS (ART. 126 DA LGT)..

(27) AGRUPANDO AS DUAS DEFINIÇÕES TEMOS QUE:. “OS SERVIÇOS DE INTERESSE RESTRITO SERÃO SEMPRE PRESTADOS EM REGIMES PRIVADOS (ART. 67). JÁ OS DE INTERESSE COLETIVO PODEM SER SUBMETIDOS OU AO REGIME PÚBLICO OU AO PRIVADO, DEPENDENDO DE UMA DECISÃO DE POLÍTICA GOVERNAMENTAL, TOMADA PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA (ART. 18, I) POR PROPOSTA DO ÓRGÃO REGULADOR, A AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES (ART. 19, II).” (WOHLERS; PLAZA, 2000, P.149). PODE-SE PERCEBER NA LGT UM CARÁTER ABERTO. ISTO PERMITE QUE A LGT ASSIMILE AS MUDANÇAS IMPOSTAS PELAS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS, QUE SÃO FREQÜENTES NESTE SETOR.. FINALIZAMOS, ASSIM, UMA APRESENTAÇÃO DO NOVO MARCO LEGAL QUE FUNDAMENTA JURIDICAMENTE A REFORMA DAS TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRAS.. PASSAREMOS AGORA A UMA. APRESENTAÇÃO DO MODELO DE PRIVATIZAÇÃO BRASILEIRO, QUE ESTÁ AMPARADO PELA. LEI. GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES.. 3.3 O MODELO DE PRIVATIZAÇÃO BRASILEIRO.. UTILIZADA PELO NOVO PARADIGMA DAS TELECOMUNICAÇÕES, A PRIVATIZAÇÃO DAS OPERADORAS DOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES CAUSOU POLÊMICA E MUITA DISCUSSÃO NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS E NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO.. ESTA POLÊMICA SURGIU A PARTIR DO. MOMENTO QUE A PRÁTICA DE POLÍTICAS DE PRIVATIZAÇÃO ROMPE COM O ANTIGO SISTEMA DE REGULAÇÃO QUE ERA BASEADO NO MONOPÓLIO NATURAL EXPLORADO POR EMPRESAS ESTATAIS.. O CAMINHO DA POLÍTICA DE PRIVATIZAÇÃO NO ESTADO BRASILEIRO FOI INICIADO DURANTE O GOVERNO. COLLOR. NESTE PERÍODO FOI LANÇADO O PLANO NACIONAL DE DESESTATIZAÇÃO. (PND). ESTE PLANO ERA GERIDO PELO BNDES E ESTAVA FUNDAMENTADO NA IDÉIA DE QUE O ESTADO DEVE REDUZIR SUA PRESENÇA NA ATIVIDADE PRODUTIVA. O QUE REALMENTE PRETENDIASE FAZER ERA REDUZIR AS ATRIBUIÇÕES DO. ESTADO, QUE TERIA SUAS AÇÕES DIRIGIDAS A ÁREAS. TÍPICAS, COMO SEGURANÇA, JUSTIÇA, E RELAÇÕES EXTERIORES.. INICIALMENTE ESTA POLÍTICA DE PRIVATIZAÇÕES DO GOVERNO COLLOR ATINGIU SETORES INDUSTRIAIS COMO SIDERURGIA, PETROQUÍMICA, FERTILIZANTES ENTRE OUTROS.. OS SERVIÇOS.

(28) PÚBLICOS SÓ ENTRARIAM NA PAUTA DE PRIVATIZAÇÕES APÓS A ESTABILIZAÇÃO DA MOEDA CONSEGUIDA COM O. PLANO REAL. COM A ESTABILIZAÇÃO MONETÁRIA O GOVERNO CONQUISTOU. UMA FORTE BASE DENTRO DO. CONGRESSO NACIONAL, SENDO POSSÍVEL EXECUTAR ALGUMAS. MUDANÇAS CONSTITUCIONAIS QUE ERAM FUNDAMENTAIS PARA INICIAR O PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS.. ESTAS MUDANÇAS CONSTITUCIONAIS ERAM UMA EXIGÊNCIA DA NOVA TRAJETÓRIA TECNOLÓGICA, SEGUNDO A QUAL OS SETORES DE INFRA-ESTRUTURA POSSUEM UMA NOVA ESCALA ÓTIMA QUE PERMITE A CONVIVÊNCIA DE MUITOS AGENTES NO MERCADO. PORTANTO, OS FUTUROS GANHOS DE EFICIÊNCIA ECONÔMICA EM SETORES DE INFRA-ESTRUTURA, COMO O DE TELECOMUNICAÇÕES, ADVIRÃO DA CONCORRÊNCIA ENTRE OPERADORAS.. COM ESTAS NOVAS EXIGÊNCIAS, PODE-SE DIZER QUE EXISTE UMA NOVA ESTRUTURA DE MERCADO NO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES. COMPETITIVO.. ESTA NOVA ESTRUTURA CONTEMPLA UM AMBIENTE. AMBIENTE ESTE QUE NÃO SUSTENTA A ANTIGA MODALIDADE DE REGULAÇÃO. BRASILEIRA, QUE ERA BASEADA NO MONOPÓLIO NATURAL E NA PARTICIPAÇÃO DIRETA DO ESTADO NA OFERTA DE SERVIÇOS.. ESTE TIPO DE REGULAÇÃO NÃO PERMITE A FORMAÇÃO DE ALIANÇAS E. PARCERIAS TÃO IMPORTANTES PARA O NOVO CENÁRIO COMPETITIVO.. AS ALIANÇAS ENTRE AS. GRANDES EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES OCORREM EM ÂMBITO MUNDIAL E POSSIBILITAM A MANUTENÇÃO DE VANTAGENS COMPETITIVAS EM SEUS PRÓPRIOS MERCADOS.. OBSERVA-SE, ENTÃO, QUE AS MUDANÇAS CONSTITUCIONAIS NOS SERVIÇOS PÚBLICOS, INCLUINDO OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES, ESTAVAM DIRECIONADAS PARA A IMPLANTAÇÃO DE UMA NOVA ESTRUTURA DE MERCADO BASEADA NA CONCORRÊNCIA.. PARA VIABILIZAR ESTA. CONCORRÊNCIA ERA PRECISO DESVERTICALIZAR OS MONOPÓLIOS TERRITORIAIS ESTATAIS, CRIAR EMPRESAS SÓLIDAS E CAPAZES DE PARTICIPAR DO NOVO E COMPETITIVO CENÁRIO INTERNACIONAL DAS TELECOMUNICAÇÕES.. A ESTRUTURA DE MERCADO ESPECIFICADA NA LGT É O DE DUOPÓLIO. NESTE SISTEMA AS CONCESSIONÁRIAS ENFRENTAM A CONCORRÊNCIA DAS EMPRESAS-ESPELHO.. DESDE A LICITAÇÃO. DAS EMPRESAS-ESPELHO TEMOS UM CENÁRIO COMPOSTO POR QUATRO REGIÕES; EM CADA UMA DESTAS REGIÕES EXISTEM DUAS EMPRESAS OPERANDO, SENDO ASSIM TEMOS: NA REGIÃO. 1, A. TELEMAR E A VÉSPER; NA REGIÃO 2, A BRASIL TELECOM E A GVT; NA REGIÃO 3, TELEFÔNICA E A VÉSPER; E NA REGIÃO 4, A EMBRATEL E A INTELIG (VER MAPA PAG. 33). COMO A VÉSPER E A GVT.

(29) NÃO SE DISPUSERAM A COBRIR TODOS OS MUNICÍPIOS DE SUAS REGIÕES A. ANATEL CRIOU AS. “ESPELHINHOS” QUE ATUARÃO NOS MUNICÍPIOS MENORES.. FIGURA1: REGIÕES DE TELEFONIA FIXA DO BRASIL TELE CENTRO SUL. • • • • • • • • • •. TELEMAR. •Telaima •Telamazon •Telasa •Teleamapá •Telebahia •Teleceará •Telemig •Telepará •Telepisa •Telergipe •Telerj V É S P E•RTelern S/A. CRT CTMR Teleacre Telebrasília Telegoiás Telemat Telems Telepar Teleron Telesc GLOBAL VILLAGE (Espelho). (Espelho). TELEFÔNICA. • •. CETERP CTCB (Borda do Campo) EMBRATEL. INTELIG. Longa Distância. FONTE: PLANO GERAL DE OUTORGAS (PGO).. COM A PRIVATIZAÇÃO O SEGMENTO DE TELEFONIA FIXA BRASILEIRO PASSOU A SER CONTROLADO POR OPERADORAS INTERNACIONAIS (VER. QUADRO 2, P.33). ALÉM DISTO, PODE-SE REGISTRAR A.

(30) PRESENÇA DE GRANDES FABRICANTES DE EQUIPAMENTOS DE TELECOMUNICAÇÕES E DE ALGUMAS EMPRESAS INTERNACIONAIS DO SETOR ELÉTRICO.. QUADRO 2: PRIVATIZAÇÃO NO SEGMENTO DE TELEFONIA FIXA: ÁREAS DE ATUAÇÃO E PRINCIPAIS ACIONISTAS.. AUTORIZADAS (EMPRESAS ESPELHO). CONCESSIONÁRIAS ÁREA DE ATUAÇÃO SUBCONJUNTO. DA. REGIÃO I ª. ACIONISTAS. ÁREA DE ATUAÇÃO. ACIONISTAS. TELE NORTE-LESTE. REGIÃO I. VESPER. ANDRADE GUTIERREZ,. BELL CANADA,. INEPAR,. MACAL,. WLL (EUA),. BNDES PARTICIPAÇÕES. QUALCOMM,. E. SEGURADORAS. SLI WIRELESS. DO. BANCO DO BRASIL.. SUBCONJUNTO REGIÃO II. DA. B. TELE CENTRO-SUL. VICUNHA. REGIÃO II. GVT. ITÁLIA TELECOM,. BELL CANADA. TIMEPART,. WLL (EUA). TECHOLD. QUALCOMM SLI WIRELESS GRUPO LIBERMAN (ARGENTINA). SUBCONJUNTO REGIÃO III. C. DA. TELESP TELEFÔNICA (ESPANHA) IBERDROLA (ESPANHA) BANCO BILBAO (ESPANHA). REGIÃO III. VESPER.

(31) REGIÃO IV. REGIÃO IV. EMBRATEL MCI (EUA). INTELIG SPRINT (EUA) FRANCE TELECOM NATIONAL GRID. FONTE: PGO E FONTES DIVERSAS. (PIRES, 2000, P.8).. 3.4 A CONCORRÊNCIA NO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO.. A REESTRUTURAÇÃO DO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO PRIVILEGIOU O BINÔMIO UNIVERSALIZAÇÃO/COMPETIÇÃO.. ESTE TÓPICO TRATA DA INTRODUÇÃO DA CONCORRÊNCIA NESTE. SETOR QUE ANTERIORMENTE ERA MARCADO PELO MONOPÓLIO ESTATAL.. A INTRODUÇÃO DA CONCORRÊNCIA NO MERCADO DE TELEFONIA FIXA SE DEU LOGO DEPOIS DO LEILÃO DAS EMPRESAS DO SISTEMA. TELEBRÁS (REALIZADA EM 29 DE JULHO DE 1998). ESTA. INTRODUÇÃO DA CONCORRÊNCIA SEGUE ALGUMAS REGRAS BÁSICAS: I) INDICAÇÃO DO NÚMERO INICIAL DE OPERADORAS CONCORRENTES; II) QUAIS SERVIÇOS ELAS PODEM OPERAR; III) EM QUAIS REGIÕES DO PAÍS ELAS PODEM ATUAR.. COM ESTE MODELO O GOVERNO PRETENDE INTRODUZIR A. CONCORRÊNCIA EM DOIS ESTÁGIOS.. É IMPORTANTE EXPLICITAR QUE A REGIÃO 4, ÁREA ONDE É OFERECIDA A TELEFONIA INTERURBANA INTRAREGIONAL (INTRA E INTERESTADUAL) , É ALVO DE UMA FORTE CONCORRÊNCIA JÁ QUE PODE SER OFERECIDA POR ATÉ QUATRO OPERADORAS: A OPERADORA LOCAL, A RESPECTIVAS ESPELHOS. INTERURBANAS ENTRE. EMBRATEL E AS. A BRASIL TELECOM E A TELEMAR PODEM OFERECER LIGAÇÕES. ESTADOS DE UMA MESMA REGIÃO. JÁ A EMBRATEL OPERA OS SERVIÇOS DE. LONGA DISTÂNCIA NACIONAL E INTERNACIONAL EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL.. DIANTE DE UM AMBIENTE COMPETITIVO COMO ESTE ESTRUTURADO PELA ANATEL NO BRASIL, A PRÓPRIA AGÊNCIA DEVE ESTAR PRONTA PARA REGULAR A AÇÃO DAS EMPRESAS CONCORRENTES.. VISANDO UM MELHOR CONTROLE DA CONCORRÊNCIA A ANATEL ARTICULOU-SE COM O CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA (CADE) E EFETUA A REGULAÇÃO POR MEIO DE UMA SÉRIE DE MEDIDAS DE CONTROLE DE ATOS DE CONCENTRAÇÃO DE MERCADO E DA AÇÃO ANTICOMPETITIVA DE EMPRESAS COM GRANDE PODER DE MERCADO. TOMADAS PELA. AS PRINCIPAIS MEDIDAS. ANATEL SÃO AS SEGUINTES: É EXIGIDA A PRÉVIA COMUNICAÇÃO DE QUALQUER. FUSÃO OU AQUISIÇÃO ENTRE OS AGENTES DO MERCADO; AS INCUMBENTES SÃO OBRIGADAS A.

(32) DISPONIBILIZAR ELEMENTOS DESAGREGADOS DE REDE E OU PONTOS ALTERNATIVOS EM SUA REDE, PARA ACESSO DE SEUS COMPETIDORES.. A LEI GERAL DAS TELECOMUNICAÇÕES TAMBÉM CONFERE PODERES À ANATEL PARA ACOMPANHAR AS CONDUTAS DAS EMPRESAS DENTRO DO MERCADO, EM ESPECIAL NA INTERMEDIAÇÃO DE ACORDOS DE INTERCONEXÃO.. ESTES PODERES CONFERIDOS À ANATEL. PERMITE QUE A AGÊNCIA MONITORE QUALQUER TIPO DE AÇÃO ANTICOMPETITIVA DENTRO DE UM MERCADO CARACTERIZADO PELA PRESENÇA DE GRANDES EMPRESAS MULTINACIONAIS.. A ANATEL. PODERÁ ACOMPANHAR DE FORMA MAIS NÍTIDA AS ESTRATÉGIAS INTERNACIONAIS DESTAS OPERADORAS.. A REGULAÇÃO DA CONCORRÊNCIA TAMBÉM ATINGE O ÂMBITO TARIFÁRIO. A ANATEL REGULA TARIFAS COM BASE NO TIPO DE REGIME DE EXPLORAÇÃO DO SERVIÇO, PÚBLICO OU PRIVADO.. NO. REGIME PÚBLICO AS OPERADORAS ESTÃO SUJEITAS À TARIFAÇÃO PELO CRITÉRIO PRICE CAP, ESTABELECIDO NOS CONTRATOS DE CONCESSÃO.. O CRITÉRIO PRICE CAP ESTIPULA REDUTORES. DIFERENCIADOS PARA O REAJUSTE DAS TARIFAS DOS SERVIÇOS DE TELEFONIA FIXA LOCAL E DE LONGA DISTÂNCIA. AS OPERADORAS DO REGIME PRIVADO POSSUEM LIBERDADE TARIFÁRIA, SALVO SE A TARIFA FOR UM DOS FATORES DE JULGAMENTO DURANTE O PROCESSO LICITATÓRIO PARA OUTORGA DA AUTORIZAÇÃO.. POR ÚLTIMO, DEVE-SE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO O MONITORAMENTO DOS CONTRATOS DE CONCESSÃO.. ESTÃO CONTIDOS NESTES CONTRATOS AS OBRIGAÇÕES DE UNIVERSALIZAÇÃO DO. SERVIÇO DE VOZ E OS PADRÕES DE QUALIDADE DOS SERVIÇOS DAS CONCESSIONÁRIAS DE TELEFONIA FIXA.. O CUMPRIMENTO DAS METAS INICIAIS ESTABELECIDAS NOS CONTRATOS DE. CONCESSÃO É MOTIVO DE MUITA PREOCUPAÇÃO DA. ANATEL. AS METAS DE UNIVERSALIZAÇÃO. CONTIDAS NOS CONTRATOS DE CONCESSÃO ESTABELECEM AS METAS DE EXPANSÃO DAS INSTALAÇÕES E DE ATENDIMENTO DOS USUÁRIOS.. EM. SÍNTESE,. O. CAMINHO. PARA. UMA. ESTRUTURA. COMPETITIVA. DO. MERCADO. DE. TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRO E SUA REGULAÇÃO, QUE FORAM AQUI APRESENTADAS DE UMA MANEIRA BASTANTE RESUMIDA, BASEIA-SE NUMA ABERTURA GRADUAL SEGUINDO NORMAS QUE PRIVILEGIAM O USUÁRIO.. A UNIVERSALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS É UM DOS FATORES QUE MERECEM. DESTAQUE DENTRO DESTA ESTRUTURA..

(33) 4 A AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DAS OPERADORAS DE TELEFONIA FIXA.. 4.1 REGIÃO I - TELEMAR. A Telemar foi criada em 1988, com a privatização de 16 operadoras de telefonia que integravam o Sistema Telebrás. Em 2001 essas operadoras foram reorganizadas em uma única empresa a Telemar Norte Leste (TMAR). Como concessionária de serviços públicos a TELEMAR presta serviços de telefonia fixa local, além de serviços de transmissão de dados e de valor adicionado. Sua área de atuação compreende 16 estados distribuídos nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil. Os estados são os seguintes: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espirito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará, Maranhão, Pará, Amazonas, Amapá e Roraima. Estes estados compõe a Região I segundo o Plano Geral de Outorgas (PGO).. A Telemar Participações S/A é a controladora da Tele Norte Leste Participações S/A e ainda das seguintes empresas: TNL PCS – Oi: operadora de telefonia móvel celular; Contax: call center e contact center; Tnext: hospedagem e aplicações em hardware e software; TNL Acesso: negócios Internet, incluindo os fornecedores de acesso; e HiCorp: soluções de outsourcing.. A Telemar em 2001 possuía um total de 27.471 funcionários (inclui Contax e Oi), só na área de telefonia fixa são 14.926 pessoas trabalhando..

(34) A estrutura acionária da empresa está assim apresentada: BNDESPar (25%), Fiago (19,9%), AG Telecom (11,275%), Asseca Participações (11,275%), Lexpart Participações (11,275%), L.F Telecomunicações (11,275%), BRASIL Cap (5,0%) e Brasil Veículos (5,0%). A Telemar é uma empresa de capital aberto, com mais de 80% de suas ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo e na Bolsa de Valores de Nova York (através do programa de ADRs representativos de ações preferenciais) (WOHLERS; PLAZA, 2000, P.66).. Inicialmente a Tele Norte Leste não teve interessados para sua compra no leilão de privatização da exTelebrás . Esta ausência de interesse era explicada pelas características de sua região de atuação. As características, segundo Wohlers e plaza (2000), são as seguintes: •. extensa área de atuação (5.436.000 km2), o que não significa grande peso econômico devido às assimetrias entre os estados dela participantes. Os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia detêm mais de 50% do PIB da região;. •. demanda dispersa e reduzida em face da elevada concentração de renda;. •. baixa taxa de penetração média (densidade telefônica), cerca de 11,9%;. •. O PIB per capita em Reais é de R$4.713,25;. •. Nesta região residem 92 milhões brasileiros.. Em função destas características a Telemar adotou uma estratégia de reorganização administrativa e operacional, com ênfase na redução de pessoal próprio e de terceiros.. Uma das estratégias da empresa voltou-se para a antecipação das metas de universalização e qualidade. Tal estratégia permitiu a entrada da Telemar em novos nichos de mercado, como o serviço móvel celular e a telefonia de longa distância a nível nacional e internacional.. Em 2000, a rede fixa, dentro do Plano de Antecipação das Metas da empresa, apresentou um crescimento de 22,3% em relação ao ano de 1999 (e de 59% desde a privatização). Com isto a planta instalada totalizou 12,8 milhões de terminais. Estes números representam o cumprimento de 95% da meta estabelecida no contrato de concessão para o final de 2001. Em 2001, a Região I atingiu 18,1 milhões de terminais, uma expansão de 41,2% em relação a 2000, consolidando o cumprimento da meta estipulada pela Anatel que era de 13.5 milhões de acessos, em 31 de dezembro de 2001. A planta em serviço em 1999, era de 9.723 milhões terminais, em 2000 este número elevou-se para 11.819 milhões, crescimento.

(35) de 21,6%. No ano de 2001, a planta em serviço atingiu 14,8 milhões de linhas, representando um crescimento anual de 25,4%. (TELEMAR, 2000,a). A planta de Telefones de Uso Público (TUP) também vem superando significativamente as metas estipuladas pela Anatel. Em 1999 houve um crescimento de 31,9% em relação ao ano anterior, atingindo 350.600 terminais ao final do ano. Em 2000, o número de Terminais de Uso Público atingiu 428,7 mil, desta vez o crescimento anual foi de 22,3%. Finalmente em 2001, houve novo crescimento e a planta atingiu 723.785 mil terminais em serviço. A meta estipulada pela Anatel era de 483.220 TUP’s até 31 de dezembro de 2001. Na Região I, no final de 2001, existiam 7,8 TUP’s por 1000 habitantes.. A maioria das metas de qualidade também estão sendo cumpridas. O principal investimento da Telemar neste âmbito diz respeito ao grau de digitalização da rede. A digitalização da rede garante maior rapidez na realização das chamadas, baixas taxas de congestionamento e implementação de serviços complementares. Em dezembro de 2000, o grau de digitalização da rede atingiu 89,6%, um aumento de 8,9 pontos percentuais em relação a 1999, com isto a meta estipulada no contrato de concessão foi antecipada em um ano. Em dezembro de 2001, este grau de digitalização atingiu 97,1% da rede. A meta da Anatel era de 85% até dezembro de 2001 e de 95% até dezembro de 2003. A elevação do grau de digitalização permite que a empresa possa oferecer novos serviços frente à suas concorrentes no mercado. Ao final de 2001, apenas as metas de atendimento às solicitações de reparo e as metas de atendimento à correspondência do usuário não haviam sido cumpridas. (ANATEL, 2002,c). A Telemar também investiu cerca de R$ 82 milhões, durante o ano de 2000, na conclusão da primeira parte de seu backbone (rede de longa distância) de transmissão interestadual. Além disto avançou na construção do segmento terrestre de uma rede de satélites, o que permitirá o atendimento de localidades remotas da região Amazônica. Outro investimento visando um bom controle da qualidade é a instalação do Centro de Operação de Rede localizado no Rio de Janeiro. Este centro monitora permanentemente o tráfego, o desempenho e a configuração da rede.. As estratégias da Telemar voltam-se também para o novo cenário concorrencial. No âmbito da telefonia local a empresa enfrenta a concorrência da sua espelho, a Vesper, que iniciou suas operações em janeiro de 2000. Inicialmente a Telemar não vem perdendo mercado para a Vesper. Esta empresa vem ocupando áreas com demanda reprimida, expandindo a planta e a oferta de serviços de valor adicionado e expandindo a oferta de acessos à rede em alta velocidade.. No mercado de longa distância intraestadual e interestadual a.