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Análise dos esforços de alta intensidade de jogadores de futebol profissional

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Academic year: 2021

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Campinas

2010

ANA LORENA MARCHE

ANÁLISE DOS ESFORÇOS DE ALTA

INTENSIDADE DE JOGADORES DE

(2)

Dissertação de Mestrado apresentada à Pós-Graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Mestre em Educação Física na Área de Concentração Ciência do Desporto

Campinas

2010

ANA LORENA MARCHE

ANÁLISE DOS ESFORÇOS DE ALTA

INTENSIDADE DE JOGADORES DE

FUTEBOL PROFISSIONAL

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA

PELA BIBLIOTECA FEF - UNICAMP

Marche, Ana Lorena.

M332a Análise dos esforços de alta intensidade de jogadores de futebol profissional / Ana Lorena Marche. -- Campinas, SP: [s.n], 2010.

Orientador: Sergio Augusto Cunha.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física.

1. Futebol. 2. Sprint. 3. Rastreamento automático. 4. Biomecânica. I. Cunha, Sergio Augusto. II. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física. III. Título.

(dilsa/fef) Título em inglês: Analysis of high intensity efforts of professional soccer players.

Palavras-chave em inglês (Keywords): Soccer; Sprint; Automatic tracking, Biomechanics.

Área de Concentração: Ciência do Desporto.

Titulação:Mestre em Educação Física

Banca Examinadora: Claudio Alexandre Gobatto, Luciano Allegretti Mercadante, Sergio Augusto Cunha. Data da defesa: 13/10/2010.

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Este exemplar corresponde à Dissertação de Mestrado defendida por Ana Lorena Marche e aprovada pela Comissão julgadora em: 13/10/2010.

Campinas 2010

ANA LORENA MARCHE

ANÁLISE DOS ESFORÇOS DE ALTA

INTENSIDADE DE JOGADORES DE FUTEBOL

PROFISSIONAL

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Dedicatória

Eu dedico esse trabalho aos meus pais, que sempre me apoiaram em tudo, e que me fizeram perceber que nada na vida é por acaso. Eu tenho que agradecer muito a Deus por ter colocado na minha vida dois pais maravilhosos que cuidaram tão bem de mim e com uma bondade enorme

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Agradecimentos

Primeiramente gostaria muito de agradecer aos meus pais, pois sem eles nada disso teria sido possível. Fui privilegiada com uma educação maravilhosa e consegui me dedicar aos estudos. Minha mãe sempre foi minha maior incentivadora, sempre me apoiou e acreditou em mim.

Não posso esquecer dos meus tios, Cléria e José, pois sempre me ajudaram na minha vida acadêmica, sem eles eu não teria conseguido terminar meu mestrado. A minha nova família de Itatiba, que tem me ajudado bastante, pois sempre é bom ganhar novas pessoas para aumentar a família.

Tenho que fazer um agradecimento especial para minhas avós, Odette e Lourdes, que infelizmente no período do meu mestrado se foram, porém elas continuam sempre em meu coração.

Ao meu orientador, Sergio, que além de ter me ajudado e ensinado muita coisa deste o período da graduação, ele me fez ver o futebol de outra maneira. A cada dia que passa eu aprendo mais com ele.

Aos membros da minha banca, Luciano Mercadante e Claudio Gobatto pelas sugestões que tanto contribuíram com esse trabalho.

Gostaria muito de agradecer ao Prof. Barreto, que contribuiu muito para a finalização deste trabalho. Sem ele nada disso teria acontecido, pois foi através das suas contribuições maravilhosas que este trabalho chegou ao término.

Para finalização deste trabalho, também preciso agradece ao Felipe, que me ajudou tanto deste a minha monografia. Foi uma pessoa que sempre acreditou em mim e me incentivou a ser uma melhor pesquisadora.

Aos meus amigos de Laboratório, Juliana Exel, Juliana Paris, Aline, Amanda, Milton, Juliana Landolfi, Marcio, Feco (pelas inúmeras discussões acadêmicas, sempre muito construtivas), Cici, Ana Franscisca, Angélica, Karine, Fernanda. E em especial para uma amiga e tanto, que me aguentou bastante, Jerusa.

Ao meu time de Futsal, que sempre foi minha maior diversão, minha válvula de escape, muito obrigada meninas (Dani, Julia, Ariane, Carol, Thálita, Cici, Natasha,

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Cintia, Flavia e Stephs). E aos meus técnicos, que sempre me fizeram aprender mais sobre futsal (Marcelo, Felix, Rafael e Pedro Henrique). Jamais vou conseguir parar de jogar, é sempre muito bom.

As minhas amigas de Campinas, Lina, Nara, Sílvia, Andrea, Aline, Carol, Julia e aos meus amigos de Rio Claro, Hugo, Tiago, Daniel. Sempre me aguentando de final de semana, me alegrando e fazendo a vida ser sempre melhor.

A uma pessoinha muito especial que surgiu na minha vida, que está me fazendo ver como é bom amar e ser amada por alguém.

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Marche, Ana Lorena. Análise dos Esforços de Alta Intensidade de Jogadores de Futebol Profissional. 2010. 60f. Dissertação de Mestrado - Faculdade de Educação Física. Universidade

Estadual de Campinas, Campinas, 2010.

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi caracterizar os esforços de alta intensidade realizados por jogadores de futebol durante jogos oficiais. Para isso foram gravadas nove partidas da primeira divisão do campeonato brasileiro de 2001 a 2008, por quatro câmeras digitais, com uma frequência de aquisição de 7.5 e 30 Hz, posicionadas em um local elevado do estádio. A trajetória dos jogadores durante a partida inteira foi obtida através do software Dvideo, que permite a medição semi-automática da posição dos jogadores. Em seguida, realizou-se a reconstrução 2D dos dados e, de posse das coordenadas bidimensionais de todos os jogadores em campo durante todos os jogos, os quais foram suavizados através do filtro digital Butterworth de 3ª ordem, em uma freqüência de corte de 0,4 Hz, disponível no software Matlab®. Neste estudo foram analisados 107 jogadores que atuaram durante a partida inteira, excluindo-se os goleiros. Os jogadores foram divididos em cinco posições: zagueiros (n=27), laterais (n=25), volantes (n=18), meias (n=17), atacantes (n=20). As curvas de velocidade foram obtidas através da derivação numérica dos dados suavizados das trajetórias. No presente estudo, os esforços de alta intensidade (EAI) foram definidos contendo duas fases. O início da fase 1 foi definida como sendo o primeiro valor de mínimo local antes de um valor acima de 6,4 m/s e o final como sendo o instante que a velocidade ultrapassa de 6,4 m/s. O início da fase 2 foi definida como sendo o instante que a velocidade ultrapassa de 6,4 m/s e o final como sendo o instante que a velocidade diminui de 6,4 m/s. Os resultados encontrados foram: número total de EAIs de cada jogador (32 ± 12), distância percorrida nos EAIs na fase 1 e 2 (8 ± 5m, 12 ± 9m respectivamente), tempo de duração dos EAIs na fase 1 e 2 (2 ± 1s, 1,6 ± 1s, respectivamente), velocidade inicial (2 ± 1,5m/s), velocidade máxima (7 ± 1 m/s), tempo entre cada EAIs (158 ± 176s) e porcentagem do tempo andando depois do EAI (44 ± 17%). Comparando entre primeiro e segundo tempo, o número de EAIs realizados pelos jogadores mostrou uma queda significativa do primeiro para o segundo tempo. Já para o tempo entre cada EAI e a porcentagem do tempo andando ocorreu um aumento significativo do primeiro para o segundo tempo. Na comparação entre as posições, os resultados encontrados mostraram que os laterais percorrem uma maior distância e tiveram um tempo maior de EAI durante a fase 2 do que zagueiros e atacantes. Os laterais, atacantes e meias tiveram um tempo entre cada EAI menor em relação aos zagueiros e volantes. Já na porcentagem do tempo andando depois dos EAI os zagueiros e atacantes passam mais tempo andando em relação aos laterais, volantes e meias. O tempo entre cada EAI e a porcentagem do tempo andando depois dos EAIs no final do primeiro tempo e no final do segundo tempo tem diferenças significativas com os primeiros 15 minutos do primeiro e segundo tempo. Podemos concluir que ao incorporar a fase de aceleração, houve uma melhor caracterização dos esforços de alta intensidade dos jogadores de futebol, pois desta maneira os preparadores físicos tem informações sobre o esforço exigido durante uma corrida de alta intensidade.

Palavras-Chaves: Futebol; Esforços de alta intensidade; Rastreamento automático; Biomecânica.

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Marche, Ana Lorena. Analysis of High Intensity Efforts of Professional Soccer Players. 2010. 60f. Dissertação de Mestrado - Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de

Campinas, Campinas, 20010.

ABSTRACT

The aim of this work is to characterize the high intensity efforts performed by soccer players during official games. For these, nine games of the first division Brazilian championship game was recorded by four stationary digital video cameras, with acquisition frequency of 7.5 and 30 Hz, positioned in the highest points of the stadium. Players’ trajectories during the whole game were obtained through an automatic tracking method with Dvideo (Figueroa et al. 2006). These data were reconstructed in 2D and smoothed using a third order Butterworth low-pass filter with cutoff frequency of 0.375 Hz, available in Matlab® software. In this study 107 players that played the entire game were analyzed, excluding goalkeepers. The players were divided in five positions that were: central defenders (n=27), full backs (n=25), central midfielders (n=18), wide midfielders (n=17), attackers (n=20). The curves of velocity were obtained by numerical derivation from the data of the smoothed trajectories. In the present study the sprint was divided in two phases: the beginning of the phase 1 was defined as the first local minimum before a value of 6.4 m/s and the final as the instant that velocity was higher from 6.4 m/s. The beginning of the phase 2 was defined as the instant that velocity was higher from 6.4 m/s and the final the instant the velocity lower them 6.4 m/s. From the new definition, variables of the sprints were calculated to characterize them. The results showed that the numbers of sprints, sprints distance covered in the phase 1 and 2, sprints duration in the phase 1 and 2, initial velocity, peak velocity, time between each sprint and percentage of time walking after high intensity efforts were respectively, 32±12 sprints, 8±5 m, 12±9 m, 2±1 s, 1,6±1 s, 2±1.5 m/s, 7±1 m/s e 158±176 s. Comparison between first and second half, the number of high intensity efforts performed by the players showed a significant drop from first to second half, and the time between each high intensity efforts was a significant increase between the first and second half. Comparing the five positions of the players, the results showed that the distance covered and duration of each high intensity efforts during in the phase 2, the full backs covered a great distance and take longer time to make a sprint that central defenders and attackers. Already the percentage of time walking after high intensity efforts the central defenders and attackers spend more time walking than full backs, central midfielders and wide midfielders. The full backs, attackers and wide midfielders had a time between each high intensity efforts lower compared to the central defenders and central midfielders. The time between each high intensity efforts and the percentage of time walking after high intensity high intensity efforts at the end of the first half and at the end of the second half has significant differences with the first 15 minutes of the first and second time. It is possible to conclude that incorporating the acceleration phase allowed a better characterization of high intensity efforts of soccer players. For now on the physical trainers have more information about the effort required during a high intensity run.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplo das Imagens das quatro câmeras posicionadas no ponto mais alto do estádio... 34

Figura 2 - Definição das fases dos esforços de alta intensidade de acordo com a quantificação feita por este estudo... 38

Figura 3 - Velocidade inicial dos esforços de alta intensidade... 39

Figura 4 - Velocidade máxima dos esforços de alta intensidade... 40

Figura 5 - Tempo entre cada esforço de alta intensidade... 40

Figura 6 - Porcentagem do tempo andando depois de cada esforço de alta intensidade... 41

Figura 7 - Boxplot representando os tempos entre cada EAI dos jogadores nas cinco posições... 47

Figura 8 - Boxplot representando os tempos entre cada EAI dos jogadores a cada 15 minutos da partida... 50

Figura 9 - Boxplot representando a porcentagem do tempo andando depois de um EAI a cada 15 minutos da partida... 51

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Descrição dos trabalhos apresentados na revisão de literatura... 30

Tabela 2 - Descrição dos Jogos analisados... 33

Tabela 3 - Quantidade de Jogos dos Jogadores em cada uma das cinco posições... 36

Tabela 4 - Média (± desvio padrão) do número total de EAI realizados, distância em ambas as fases, tempo em ambas as fases, velocidade de início, velocidade máxima, tempo entre cada EAI e a porcentagem do tempo andando por cada jogador durante as quatro partidas analisadas.. 43 Tabela 5 - Média (± desvio padrão) do número total de EAI, distância em ambas as fases, tempo em ambas as fases, velocidade de início, velocidade máxima, tempo entre cada EAI e a porcentagem do tempo andando por cada jogador no primeiro e segundo tempo... 44 Tabela 6 - Média (± desvio padrão) do número total de EAI, distância em ambas as fases, tempo em ambas as fases, velocidade de início, velocidade máxima, tempo entre cada EAI, porcentagem do tempo andando por cada jogador nas diferentes posições... 45 Tabela 7 - Média (± desvio padrão) do tempo entre cada EAI em diferentes categorias... 48

Tabela 8 - Média (± desvio padrão) do tempo entre cada EAI em diferentes categorias no primeiro e no segundo tempo... 48

Tabela 9 - Média (± desvio padrão) do tempo entre cada EAI em diferentes categorias no primeiro e no segundo tempo... 49

Tabela 10 - Media (± Desvio Padrão) do tempo entre cada EAI e a porcentagem do tempo andando depois de cada EAI em períodos de 15 minutos da partida... 50

Tabela 11 - Resumo das diferenças estatísticas em cada uma das variáveis analisadas. O símbolo n mostra quando não foi encontra diferença significativa, e o símbolo – quando não foi realizado nenhum teste para se verificar diferenças...

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SUMÁRIO

1 Introdução ... 21

2 Revisão de Literatura... 25

3 Objetivos ... 31

4 Método ... 33

4.1 Coleta de dados ... 33

4.2 Obtenção dos dados... 34

4.2.1 Sincronização e Calibração ... 34

4.2.2 Rastreamento e Reconstrução 2D ... 35

4.3 Jogadores ... 36

4.4 Tratamento dos dados ... 36

4.5 Quantificação dos esforços de alta intensidade ... 37

4.6 Caracterização dos esforços de alta intensidade ... 38

4.7 Análise Estatística ... 42

5 Resultados ... 43

5.1 Caracterização dos esforços de alta intensidade ... 43

5.2 Caracterização dos esforços de alta intensidade no primeiro e segundo tempo ... 44

5.3 Caracterização dos esforços de alta intensidade por posição ... 45

5.4 Tempo entre cada esforço de alta intensidade em diferentes categorias ... 47

5.5 Tempo entre cada esforço de alta intensidade e Porcentagem do tempo andando após um Esforço de alta intensidade a cada 15 minutos ... 49

5.6 Diferenças Estatísticas ... 51

6 Discussão ... 53

7 Conclusão ... 63

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1 Introdução

Dados sobre as demandas físicas de atletas de futebol em competição são importantes para que treinadores e preparadores físicos tenham mais subsídios para elaborar programas de treinamentos físicos mais específicos em relação a atividade competitiva. Essas demandas podem ser caracterizadas pela distância percorrida e velocidade instantânea dos jogadores durante partidas oficiais. Porém existe uma grande dificuldade de se avaliar dados quantitativos durante uma partida. O desenvolvimento tecnológico e o incremento de programas computacionais têm possibilitado a obtenção de dados quantitativos pertinentes à caracterização das demandas físicas durante o jogo de futebol para a aplicação nos treinos.

Uma das primeiras técnicas desenvolvidas para obtenção de dados quantitativos sobre o desempenho físico de uma partida de futebol foi o método de estimativa visual utilizado por Reilly e Thomas (1976) e Bangsbo et al. (1991). Para o cálculo da velocidade, primeiramente determinou-se o comprimento médio de uma passada do atleta ao andar, andar de costas, trotar, correr e corrida em alta intensidade. Em seguida, a partir de filmagens do jogador durante uma partida, determinou-se o tempo de cada uma das passadas. Assim, a velocidade foi estimada pela razão entre comprimento e o tempo de cada passada. Porém, os dados obtidos podem apresentar imprecisões, uma vez que estes se baseiam em valores médios de comprimento de passada e na estimativa visual, além do consumir muito tempo para aquisição os dados (CARLING et al., 2008).

Outra forma possível de adquirir dados sobre a posição e velocidade dos jogadores durante partidas de esportes coletivos é através do Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System, GPS). No entanto, a maioria dos GPS existentes trabalham com uma frequência de aquisição baixa, o que pode acarretar em erros na quantificação da velocidade. Além do mais, esta metodologia apresenta uma particularidade que impede a obtenção das variáveis cinemáticas para todos os jogadores em jogos oficiais, pois é necessária a utilização de um instrumento junto ao corpo do atleta, o que não é permitido em partidas oficiais segundo as regras da FIFA (Fédération Internationale de Football Association). Assim, as análises realizadas ficam limitadas a jogadores em situação de treino.

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Dessa forma, metodologias de aquisição dos dados através de rastreamento computacional vêm se tornando uma alternativa para a aquisição de informações sobre distância percorrida e velocidade dos jogadores. Essas metodologias utilizam filmagens e softwares específicos que não interferem na locomoção do jogador, nem nas regras oficiais do futebol. Além disso, a obtenção de dados é precisa e mais rápida, pois o rastreamento ocorre de forma automática na maior parte do tempo (CARLING et al., 2008).

As metodologias citadas acima observaram que o jogador de futebol de alto nível percorre em média de 9 a12 km (DI SALVO et al. 2007; MOHR et al. 2003; BANSGBO et al. 1991; RAMPININI et al., 2008). A velocidade média durante uma partida indica que a maior parte do tempo o jogador de futebol passa em atividades de baixa intensidade, como andando e trotando, ou seja, em atividades submáximas, mostrando que existe um predomínio de sistema aeróbio dos jogadores durante uma partida (DI SALVO et al., 2009).

No entanto, o jogo de futebol é um exercício intermitente, pois envolve alternância entre corridas de baixa, média e alta intensidade. Estudos relatam que as corridas de alta intensidade são decisivas para uma partida de futebol, pois estão altamente relacionados com o resultado dela (DI SALVO et al., 2009). Elas acontecem em momentos importantes, como por exemplo, no momento que uma equipe está realizando um ataque (finalização) e os jogadores envolvidos se movimentam para saírem da marcação e realizar o ataque. Por consequência, os marcadores da equipe adversária precisam acompanhar os atacantes para poderem impedir o ataque e recuperar a posse de bola.

A alternância entre as atividades de baixa média e alta intensidade pode ajudar na composição do perfil das demandas físicas do jogador, elas indicam que os jogadores também utilizam substratos do sistema anaeróbio. Esses substratos irão fornecer energia para o jogador realizar esforços de alta intensidade durante todo o jogo.

Por esta razão, além da análise das distâncias percorridas, as pesquisas atuais têm voltado sua atenção para os esforços de alta intensidade realizados pelos jogadores, pois embora eles representem apenas 4% da distância percorrida total em uma partida (REILLY e THOMAS, 1976; BARROS et al., 2007), a análise desses esforços de alta intensidade são importantes para prescrição de avaliação física e treinamento específico para a modalidade (MOHR, KRUSTRUP e BANGSBO, 2003).

(16)

Dados sobre os esforços de alta intensidade também podem ser um grande avaliador da fadiga dos jogadores. Alguns autores observaram uma queda na distância percorrida nas velocidades mais altas entre o primeiro tempo e segundo tempo (REILLY e THOMAS, 1976; BANGSBO, NORREGAARD e THORSO, 1991; BANGSBO e MOHR, 2005; BRADLEY et al., 2009; VIGNE et al., 2010). Outros autores como Mohr et al. (2003) mostraram também que a fadiga dos jogadores é temporária, pois ocorre em alguns instantes durante a partida. Os autores observaram que após os cinco minutos de mais alta intensidade da partida, há uma queda significante da distância nas velocidades mais altas nos cinco minutos seguintes.

Segundo Oliver e Stone (2009) os jogadores de futebol experimentam a fadiga durante uma partida, e ela se manifestará na diminuição das atividades de alta intensidade e na diminuição da força muscular. Porém, para o autor a resistência à fadiga é um fator importante para ser trabalhado durante os treinos, pois ela pode ser determinante no sucesso e fracasso dos jogadores. Por esta razão, uma característica importante a ser observada nos jogadores durante uma partida de futebol é se existe algum indício de fadiga ou outros mecanismos fisiológicos que possam estar refletidos na análise do perfil de velocidade dos jogadores.

No entanto, segundo Carling (2008), para a avaliação das corridas de alta intensidade durante partidas oficiais, existe um grande problema na interpretação delas, pois sua quantificação é realizada de acordo com as definições presentes na literatura. De acordo com essa definição, o jogador se encontra em esforço de alta intensidade apenas quando ultrapassa uma determinada velocidade.

Como os estudos da literatura não avaliam a fase que o jogador precisa para atingir uma velocidade alta, o presente estudo chamará esta atividade de sprint. Portanto, toda vez que for mencionado neste estudo a palavra sprint, estaremos nos referindo à fase que o jogador já ultrapassou a velocidade considerada de alta intensidade. Já quando utilizarmos os termos corridas de alta intensidade e esforços de alta intensidade, estaremos nos referindo ao momento que o jogador começa a realizar a atividade física necessária para atingir uma velocidade alta e permanecer na mesma.

Foram apresentadas acima algumas especificações relacionadas as características dos esforços de alta intensidade que ainda não foram elucidadas, desta forma este estudo buscou responder estas e outras questões, analisando os perfis de velocidade de jogadores da primeira divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol, através do sistema Dvideo

(17)

(FIGUEROA, LEITE e BARROS, 2006a; b). A partir dessa caracterização dos esforços de alta intensidade realizados pelos jogadores será possível comparar os dados obtidos entre os períodos de jogo e as posições dos jogadores em campo.

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2 Revisão de Literatura

Uma considerável quantidade de pesquisas tem voltado sua atenção para os esforços de alta intensidade realizados pelos jogadores durante uma partida de futebol. Esses dados são de grande interesse para preparadores físicos na hora de prescrever treinamento e testes de avaliação física para jogadores de futebol. Como já foi mencionado, a palavra sprint será utilizada para se referir as corridas de alta intensidade avaliadas pelos estudos na literatura.

As principais variáveis analisadas pela maioria dos autores para caracterização dos sprints durante partidas de futebol são: distância percorrida total em sprint, números de

sprints realizados pelos jogadores, distância e duração de cada sprint e o tempo que os jogadores

levam para realizar outro sprint. Deste modo, serão descritos abaixo vários trabalhos que analisaram os sprints de jogadores de futebol através de diferentes metodologias.

Um dos primeiros trabalhos a analisar os sprints realizados pelos jogadores, foi o trabalho realizado por Bangsbo et al. (1991). Eles analisaram, através de estimativa visual, 14 jogadores em 34 partidas da liga dinamarquesa de futebol. Neste estudo, os sprints foram considerados como corridas acima de 8,3 m/s. Os resultados mostraram que o número médio de

sprints que os jogadores realizaram durante uma partida foi 19. O tempo de duração dos sprints

foi, em média, 2 segundos. Os resultados mostraram também que os atacantes realizaram um número de sprints menor que meio-campistas e zagueiros.

Mohr, et al. (2003) tiveram como objetivo analisar o desempenho físico durante partidas de futebol com relação ao desenvolvimento da fadiga. Para a análise, os autores utilizaram o método de estimativa visual e avaliaram 18 jogadores profissionais durante 27 partidas da liga italiana de futebol. Os sprints foram considerados como deslocamentos acima de 8,3 m/s. Os autores observaram que o número médio de sprints realizados pelos jogadores foi 39 ± 2 e que a sua duração foi de 2. Também foi observado que o número de sprints no primeiro tempo (22 ± 2) foi maior que no segundo tempo (17 ± 1). A distância percorrida total em sprint, que foi considerada como sendo a soma de todos os deslocamentos em velocidade de acima de 8,3 m/s, foi de 650 ± 60 m. Os autores observaram também que a distância percorrida total em

sprint do primeiro tempo (350 ± 40 m) foi maior que a distância percorrida do segundo tempo

(19)

diferentes posições dos jogadores em campo, os autores encontraram que, atacantes (690 ± 80 m) e laterais (640 ± 60 m) percorreram uma distância maior do que os meias (440 ± 40 m) e zagueiros (440 ± 30 m).

Houve uma diferença de 12 anos entre as publicações dos trabalhos apresentados acima. Uma das explicações da ocorrência desta diferença nos anos de publicação pode ser pelo fato da tecnologia na época permitir apenas as análises através de estimativa visual, e como as análises através desta metodologia podem ter uma imprecisão nos dados obtidos e o tempo gasto para sua obtenção ser grande, houve uma necessidade de se procurar outras tecnologias. Porém, foram necessários alguns anos para o desenvolvimento da tecnologia de outras formas de aquisição de dados que melhorassem a precisão e o tempo gasto para a obtenção dos dados.

Bangsbo e Mohr (2005) utilizaram o sistema automático AMISCO® (Analyseur Modéliseur Informatique des Sports Collectifs) para analisar os sprints (acima de 5,8 m/s) de 28 jogadores do campeonato italiano de futebol. Os autores observaram que os jogadores realizaram em média 36 ± 2 sprints. A média da distância percorrida em cada sprint foi de 18 ± 1 m e a velocidade máxima atingida neles foi 6,4 ± 0,02 m/s. Já o tempo entre os sprints realizados por cada jogador, observados pelos autores foi em média 195 ± 26 segundos. Quando comparado os períodos do jogo, verificou-se que o tempo entre cada sprint no primeiro tempo foi 17% menor que o segundo tempo. Observou-se também que a média do tempo entre cada sprint nos primeiros 15 minutos do jogo (158 ± 6 s) foi 89% menor que o tempo entre cada sprint nos 15 minutos finais da partida.

Di Salvo et al. (2007) também utilizaram em seu estudo o sistema de análise computadorizado Amisco Pro® para analisar 300 jogadores em 20 partidas da Primeira Divisão da liga espanhola e 10 partidas da liga dos campeões da Europa. Nesse estudo, o sprint foi definido como corridas acima de 6,4 m/s. Os resultados mostraram que laterais, meias e atacantes percorrem uma maior distância total em alta velocidade, (402 ± 165, 446 ± 161, 404 ± 140 m, respectivamente) que zagueiros (215 ± 100 m) e volantes (248 ± 116 m). Porém, não houve diferença significativa nas distâncias percorridas nas faixas de velocidade mais altas entre primeiro e segundo tempo. O número médio de sprints de um jogador durante a partida foi de 17,3 ± 7,7 e a média da distância percorrida em cada sprint foi de 19,3 ± 3,2 m. O número médio de sprints realizados pelos jogadores foi comparado entre as diferentes posições e os resultados

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mostraram que os laterais (20,0 ± 7,0), meias (22,2 ± 6,7) e atacantes (20,7 ± 6,9) realizaram um número maior de sprints em relação aos zagueiros (11,2 ± 5,2) e volante (13,7 ± 6,2).

Barros et al. (2007) utilizaram o software Dvideo, que realiza o rastreamento de forma semi-automática das trajetórias de jogadores de futebol, para analisar 55 jogadores em quatro partidas do campeonato brasileiro da primeira divisão. Os sprints neste estudo foram corridas acima de 6,4 km/h. Os resultados mostraram que a média da somatória da distância percorrida acima da faixa de velocidade em sprint foi de 437 ± 171 m. Porém, não houve diferença estatística nesta faixa de velocidade quando comparado entre diferentes posições dos jogadores e entre primeiro e segundo tempo.

Bradley et al. (2009) analisaram as corridas de alta intensidade (acima de 7,0 m/s) de 307 jogadores durante 38 partidas da primeira divisão da liga inglesa na temporada de 2005-2006. Para análise, foi utilizado oz programa Prozone®, um sistema de análise computadorizado, validado por Di Salvo et al., (2006). A média do número de sprints realizados pelos jogadores durante o primeiro e segundo tempo foi de 17 e 18, respectivamente, sem diferenças estatísticas. O valor encontrado de distância percorrida total na faixa de velocidade em

sprint no primeiro e segundo tempo foram respectivamente 123 ± 59 e 132 ± 68 m. Novamente

não foi encontrada diferença significativa entre os dois períodos nas distâncias percorridas em alta velocidade. Neste artigo foi analisado o tempo entre cada sprint e o resultado encontrado foi que no primeiro tempo os jogadores levam em média 67 ± 23 s para realizar outro sprint, enquanto que no segundo período esse tempo foi de 77 ± 25 s, ou seja, 15% maior que o primeiro tempo. Outra variável apresentada foi a velocidade máxima atingida em um sprint e o valor encontrado foi de 7,63 m/s. Foi observado que meias e laterais percorreram uma distância total em sprint (346 ± 115, 287 ± 98 m, respectivamente) maior que zagueiros, volantes e atacantes (152 ± 50, 204 ± 89, 264 ± 87, respectivamente). Quando analisados o tempo entre cada sprint, os resultados mostraram que os volantes e meias tiveram um valor menor (62 ± 19 e 51 ± 16 s, respectivamente,) que os zagueiros, laterais, e atacantes (101 ± 15, 74 ± 23, 73 ± 22 s, respectivamente).

Di Salvo, et al. (2009) analisou os sprints (acima de 7,0 m/s) de 563 jogadores em 7355 jogos da liga inglesa de futebol durante as temporadas 2003 a 2006. Para isto eles também utilizaram o sistema computadorizado Prozone®. Cada jogador participou em média de pelo menos oito partidas. Os resultados apresentados pelos autores mostraram que a distância

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total percorrida na velocidade em sprint foi maior para os atacantes e meias (262 ± 63 e 260 ± 47 m, respectivamente) do que para as outras posições (zagueiros: 167 ± 53m, laterais: 238 ± 55m, volantes: 217 ± 46 m). Outra variável apresentada neste estudo foi o número total de sprints realizados pelos jogadores, com valor médio de 32 ± 8 sprints. Os autores encontraram que os meias são os que mais realizam sprints em relação às outras posições, enquanto os zagueiros são os que menos realizam sprints. Segundo os autores, as distâncias percorridas em cada sprint tendem a ser curtas (até 10 m). Comparando entre tempos e entre posições foi observado que os meias e os atacantes têm uma queda significativa da distância percorrida total em alta velocidade do primeiro para o segundo tempo. Entretanto, zagueiros e volantes aumentaram suas distâncias do primeiro para o segundo tempo.

Em um artigo recente, Vigne, et al. (2010) analisaram o perfil de atividade de 25 jogadores durante 20 jogos da primeira divisão da Liga Italiana de Futebol, 6 jogos da Liga dos Campeões da Europa e 4 jogos Copa Italiana durante a temporada 2004-2005. Para a análise os autores utilizaram o sistema de GPS (SICS, Bassano Del Grappa, Italy). Nesse estudo, o sprint foi definido como sendo corridas acima de 5,3 m/s. Os resultados apresentados pelos autores mostraram que 93% das corridas de alta intensidade realizadas pelos jogadores foram entre 2 e 19 m e a duração de cada uma dessas corridas foram em média de 2,2 segundos. O presente estudo também analisou o tempo entre cada sprint, e foi observado que 85% das ocorrências o tempo ficou entre 2 e 60 segundos. Os resultados foram comparados entre o primeiro e segundo tempo, e mostraram que a distância percorrida acima de 5,3 m/s foi menor no segundo tempo do que no primeiro (591,2 m e 466,0), sprints com tempo entre eles menores que 60 segundos diminuem no segundo tempo e maiores que 120 segundo aumentam.

Buchheeit, et al. (2010) examinou através do sistema GPS (SPI Elite, Canberra, Australia) a ocorrência de sprints com tempo entre eles menor que 60 segundos (sequências de sprints), em jogadores jovens de alto nível em função da idade, posição e tempo jogado. Os autores analisaram 99 jogadores em 42 amistosos internacionais e os Sprints foram considerados como corridas acima de 5,3 m/s e também como sendo 60% do valor individual de cada jogador da velocidade máxima de corrida. As sequências de sprints foram calculadas como sendo sprints com tempo entre eles menor de 60 segundos. Os resultados encontrados nesse trabalho foram que jogadores sub-18 realizam em média 7 sequências de sprints durante uma partida. A média de

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segundos. Foi verificado também que meias realizam mais sequências de sprints com relação às outras posições, e os zagueiros realizam menos sequências de sprints. Os autores também calcularam as sequências de sprints a cada 15 minutos da partida e observaram que, na categoria sub 18, os jogadores realizam menos sequências de sprints no final do primeiro e segundo tempo com relação aos primeiros 15 minutos de partida.

Os estudos citados acima fizeram uma análise das altas velocidades de jogadores de futebol durante partidas. No entanto, percebe-se que há diferenças nas definições de qual velocidade em que o jogador se encontra em alta velocidade. Em outras palavras, alguns autores definem que sprints são corridas acima de 5,3 m/s enquanto outros sugerem acima de 6.4, 7 ou 8.3 m/s, o que pode justificar a diferença entre os resultados, além dos diferentes métodos de aquisição de dados que também são diferentes. A tabela 1 mostra um resumo dos resultados dos trabalhos apresentados acima, além de mostrar qual sistema cada autor utilizou e a quantidade de jogos e jogadores analisados.

Contudo, através dos resultados apresentado pela literatura, é possível perceber que informações sobre a fase de aceleração são descartadas, fazendo com que quantificações mais detalhadas sobre o real esforço do atleta durante um esforço de alta velocidade não sejam analisadas. Em outras palavras, é importante analisar os esforços de alta intensidade do atleta não apenas a partir no momento em que ele ultrapassa uma determinada velocidade, mas sim desde o momento em que começa a acelerar.

Deste modo, o presente estudo esteve voltado em quantificar características dos esforços de alta intensidade mais próximas de todo esforço realizado pelos atletas durantes essas atividades. A caracterização se preocupou também em observar a existência de alguma relação dos perfis de velocidade dos jogadores com o tempo de jogo e algum indício de fadiga. Para isto, as análises foram realizadas em jogos da primeira divisão do campeonato brasileiro de futebol, através do sistema computadorizado Dvideo (FIGUEROA, LEITE e BARROS, 2006a; b).

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Tabela 1 – Descrição dos trabalhos apresentados na revisão de literatura.

Autores Sistema Tipo de

Sistema Numeros de jogadores Analisados Número de partidas Analisadas Velociadde de Sprint (m/s) Número de Sprints Tamanho (metros) Duração (segundos) Tempo entre Sprints (segundos) Bangsbo (1991) Estimativa Visual 14 34 8,3 19 2 Morh (2003) Estimativa Visual 18 27 8,3 39 2 Bangsbo (2005) Tracking Automático AMISCO Pro® 28 5,8 36 18 195 Di Salvo (2007) Tracking Automático AMISCO Pro® 300 30 6,4 17,3 19,3 Barros (2007) Tracking Automático Dvideo 55 4 6,4 Bradley (2009) Tracking Automático Prozone® 307 38 7,0 35 72 Di Salvo (2009 Tracking Automático Prozone® 563 7355 7,0 32 Vigne (2010) GPS SICS 25 30 5,3 2,2

(24)

3 Objetivos

O objetivo geral desse estudo foi:

- Caracterizar os esforços de alta intensidade realizados por jogadores de futebol durante jogos oficiais;

Os objetivos específicos são:

- Quantificar os esforços de alta intensidade considerando a fase de aceleração; - Analisar a distância percorrida, a duração, a velocidade inicial, velocidade

máxima, o tempo entre cada esforço, e a porcentagem do tempo que o jogador passa andando depois de cada esforço de alta intensidade;

- Comparar os dados obtidos entre primeiro e segundo tempo;

- Comparar os dados obtidos entre as diferentes posições dos jogadores;

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4 Método

Neste estudo foi utilizado o sistema Dvideo (FIGUEROA, LEITE e BARROS, 2006a; b) visando a obtenção das coordenadas 2D de cada jogador em função do tempo. Em seguida, o software Matlab® 7.5 foi usado para o desenvolvimento de algoritmos para o tratamento de dados.

4.1 Coleta de dados

Os dados foram coletados em nove partidas da primeira divisão do campeonato brasileiro de futebol. A tabela 2 mostra a descrição de cada jogo analisado, com a data do jogo, a frequência de aquisição e o número de câmeras utilizadas em cada uma das coletas dos jogos.

Tabela 2 – Descrição dos Jogos analisados

Data do Jogo Estádio Frequência de

Aquisição

Número de Câmeras

Jogo 1 02/12/2001 Brinco de Ouro da Princesa 7,5 4

Jogo 2 14/03/2003 Urbano Caldeira 7,5 4

Jogo 3 23/11/2003 Cícero Pompeu de Toledo 7,5 4

Jogo 4 21/01/2004 Cícero Pompeu de Toledo 7,5 4

Jogo 5 14/12/2004 Cícero Pompeu de Toledo 7,5 4

Jogo 6 18/05/2008 Joaquim Américo Guimarães 30 4

Jogo 7 29/06/2008 Joaquim Américo Guimarães 30 4

Jogo 8 03/08/2008 Joaquim Américo Guimarães 30 6

Jogo 9 31/08/2008 Joaquim Américo Guimarães 30 6

A diferença na frequência de aquisição nos jogos analisado (7,5 para 30 Hz) não ocasionou diferenças no processamento de dados realizado após as filmagens.

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Em todos os jogos analisados, as câmeras utilizadas eram digitais e foram posicionadas em um ponto alto do estádio, onde cada câmera filmava uma determinada região do campo, de forma que todas juntas enquadrassem o campo inteiro. Um exemplo das imagens das câmeras está na Figura 1.

Figura 1: Exemplo das Imagens das quatro câmeras posicionadas no ponto mais alto do estádio.

Os vídeos foram transferidos para o computador através de uma placa de captura, onde foram criados arquivos de formato AVI (Audio Video Interleaved) com resolução de 480 linhas por 720 colunas.

4.2 Obtenção dos dados

4.2.1 Sincronização e Calibração

Após os vídeos serem capturados para o computador, foi realizado o procedimento de sincronização das imagens, que é feito através de eventos comuns, identificados em cada uma das câmeras.

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O movimento estudado refere-se ao deslocamento de atletas em função do tempo durante uma partida. Assim, para a descrição do movimento do jogador, considera-se a projeção do jogador sobre o plano do campo. Sobre esse plano foi definido um sistema de coordenadas (x,y), onde o eixo x aponta na direção do comprimento do campo e y na direção da largura do campo. Cada câmera foi calibrada usando pontos (10 pontos em média) previamente conhecidos no sistema de coordenadas (x,y) e suas coordenadas correspondentes no plano da imagem (ex: linhas laterais, grande área, linha do meio campo, etc.). As coordenadas x e y de cada ponto do campo foram medidas antes do início de cada partida.

4.2.2 Rastreamento e Reconstrução 2D

Para a realização da medição foi utilizado o software Dvideo (FIGUEROA, LEITE e BARROS, 2006a; b). A medição consistiu em obter as coordenadas bidimensionais da posição de cada jogador durante a sequência de imagens. A medição pode ocorrer de maneira automática ou manual. A medição automática envolve os processos de segmentação e rastreamento que possibilitam que um determinado jogador seja identificado nos quadros que formam a seqüência de imagens. O processo de segmentação está descrito nos artigos de Figueroa, Leite e Barros, (2006a; b).

Após o processo de segmentação a medição foi realizada para cada jogador separadamente. Segundo Figueroa, Leite e Barros, (2006a; b), a porcentagem de rastreamento automático utilizado no sistema é de 94%.

A medição manual foi realizada quando o software, durante a medição automática, não foi capaz de identificar um determinado jogador durante alguns instantes, ou até mesmo realizar a medição de outro atleta erroneamente. Dessa forma, houve a necessidade de interferência do operador, que realizou as correções necessárias.

Após a realização do rastreamento, temos a posição dos jogadores no plano da imagem durante a partida. As posições dos jogadores no plano da imagem associadas com a calibração retorna as posições reconstruídas 2D.

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4.3 Jogadores

Durante as nove partidas, foram analisados os 107 jogadores que atuaram durante a partida inteira. Jogadores que participaram de substituições não entraram na análise, assim como os goleiros. Os jogadores foram divididos em cinco posições: zagueiros, laterais, volantes, meias e atacantes. A maioria dos jogadores analisados (99 jogadores) participou apenas de uma partida, porém oito jogadores participaram em mais de uma. A descrição da quantidade de jogos que os jogadores participaram em cada uma das cinco posições analisadas está descrita na Tabela 3.

Tabela 3 – Quantidade de Jogos dos Jogadores em cada uma das cinco posições

Quantidade de jogos

Posição Total 1 jogo 2 jogos 3 jogos 4 jogos

Zagueiros 27 23 2 1 1 Laterais 25 23 1 1 0 Volantes 18 17 0 0 1 Meias 17 17 0 0 0 Atacantes 20 19 1 0 0 Total 107 99 4 2 2

4.4 Tratamento dos dados

As coordenadas bidimensionais de todos os jogadores em campo durante todo o período da partida foram suavizadas através do filtro digital Butterworth de 3ª ordem, numa frequência de corte de 0,4 Hz, disponível no software Matlab®. Esta frequência de corte foi escolhida de acordo com o trabalho de Misuta (2004). Neste trabalho o autor realizou testes para verificar qual a melhor frequência de corte para ser utilizada para o rastreamento de jogadores de futebol no software Dvideo (FIGUEROA, LEITE e BARROS, 2006a; b).

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De posse dos dados suavizados, foram calculadas a distância percorrida e velocidade para todos os 107 jogadores analisados. A fórmula do cálculo das variáveis está descrita abaixo.

Cálculo da Distância percorrida

A distância percorrida foi calculada como sendo a soma das distâncias euclidianas durante o intervalo de tempo de interesse, conforme a seguinte fórmula:

  

n i i i i i

x

y

y

x

1 2 1 2 1

)

(

)

(

Onde i1..,n, número total de quadros(n).

Cálculo da Velocidade

O cálculo da velocidade foi realizado através da derivação numérica da posição em função do tempo. O cálculo foi realizado da seguinte forma:

dt

P

d

v

 

Onde  P

d é a variação da posição e dt é a variação do tempo.

4.5 Quantificação dos esforços de alta intensidade

Para quantificação dos esforços de alta intensidade, foi feita uma detecção de todos os máximos e mínimos existentes nas curvas de velocidade de cada jogador. Foram encontrados todos os pontos de máximos que ultrapassassem a velocidade de 6,4 m/s, e após esta detecção, foram encontrados todos os pontos de mínimos que antecedessem esses pontos de máximos. Com esta detecção foi possível realizar a quantificação dos esforços de alta intensidade.

(30)

O presente estudo dividiu os esforços de alta intensidade contendo duas fases. O início da fase 1 foi definido como sendo o primeiro valor de mínimo local antes de um valor de 6,4 m/s e o final como sendo o instante que a velocidade ultrapassa de 6,4 m/s. O início da fase 2 foi definido como sendo o instante que a velocidade ultrapassa de 6,4 m/s e o final como sendo o instante que a velocidade diminui de 6,4 m/s (figura 3).

1526 1527 1528 1529 1530 1531 1532 0 1 2 3 4 5 6 7 8 TEMPO - segundos V E L O C ID A D E m /s

Figura 2 –Definição das fases dos esforços de alta intensidade de acordo com a quantificação feita por este estudo.

O valor de velocidade para ser considerado um esforço de alta intensidade corresponde ao mesmo valor utilizado nos trabalhos de Barros et al. (2007) e Di Salvo et al. (2007). Os valores de velocidade calculados nesse trabalho foram apresentados em m/s.

4.6 Caracterização dos esforços de alta intensidade

Para caracterização dos esforços de alta intensidade (EAI) foram calculadas as seguintes variáveis:

 Número total dos esforços de alta intensidade de cada jogador;

Velocidade Máxima atingida

Final

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Número de vezes que cada jogador ultrapassou a velocidade considerada de um esforço de alta intensidade.

 Distância percorrida em cada um dos esforços de alta intensidade;

Distância percorrida pelo jogador em cada dos esforços de alta intensidade. Para uma melhor discussão e apresentação de resultados, também se registrou a distância percorrida na fase 1 e 2.

 Duração de cada um dos esforços de alta intensidade;

Tempo decorrido em cada um dos esforços de alta intensidade. Também se registrou a duração das fases 1 e 2.

 Velocidade inicial dos esforços de alta intensidade;

Velocidade do jogador no início da fase 1 de cada um dos esforços de alta intensidade (figura 4). 241 242 243 244 245 246 0 1 2 3 4 5 6 7 8 V E L O C ID A D E m /s TEMPO - segundos

Figura 3 – Velocidade inicial dos esforços de alta intensidade.

 Velocidade máxima dos esforços de alta intensidade;

Maior velocidade atingida durante a fase 2 de cada esforços de alta intensidade (figura 5).

Fase 1 Início

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2096 2097 2098 2099 2100 2101 0 1 2 3 4 5 6 7 8 TEMPO - segundos V E L O C ID A D E m /s

Figura 4 – Velocidade máxima dos esforços de alta intensidade.

 Tempo entre cada esforços de alta intensidade;

Tempo decorrido entre o final da fase 2 de um esforço de alta intensidade até o início na fase 1 do esforço de alta intensidade seguinte realizada pelo jogador (figura 6).

25 30 35 40 45 50 55 60 65 0 1 2 3 4 5 6 7 TEMPO - segundos V E L O C ID A D E m /s

Figura 5 – Tempo entre cada esforço de alta intensidade. Fase 1 Fase 2

Velocidade Máxima

Tempo entre cada esforço de alta intensidade

Final de um esforço de altaintensidade

Início do próximo esforço de alta

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 Tempo entre os esforços de alta intensidade em diferentes classificações de tempo entre eles;

O tempo entre os esforços de alta intensidade foi dividido em cinco diferentes categorias. As categorias foram as seguintes: 0 - 9 s;10 – 29 s; 30 – 59 s; 60 – 119 s; > 120 s. As categorias são correspondentes com as utilizadas no trabalho de Vigne et al. (2010).

 Porcentagem do tempo andando depois de cada esforço de alta intensidade;

Porcentagem do tempo que cada jogador fica abaixo da velocidade de 1,4 m/s (andando) depois de 60 segundos após o termino de cada esforço de alta intensidade. Esta velocidade foi escolhida de acordo com o que Bangsbo et al. (1991), Morh et al. (2003) e Buchheit et al. (2010) adotaram como sendo andando em seus trabalhos. Só foram calculadas as porcentagens depois dos esforços de alta intensidade onde o tempo para o esforço de alta intensidade subseqüente fosse maior que 60 segundos (Figura 7).

810 820 830 840 850 860 870 0 1 2 3 4 5 6 7 TEMPO - segundos V E L O C ID A D E m /s

Figura 6 –Porcentagem do tempo andando depois de cada esforço de alta intensidade. Porcentagem do

tempo abaixo de 1,4 m/s

(34)

4.7 Análise Estatística

As variáveis serão apresentadas em médias e ± desvios padrão. Para todas as variáveis, foram feitos testes estatísticos para verificar se houve diferenças significativas nas comparações entre primeiro e segundo tempo e nas comparações entre diferentes posições dos jogadores em campo. O tempo de jogo foi dividido em períodos de 15 minutos e os tempos entre cada esforço de alta intensidade e a porcentagem do tempo andando depois dos esforços de alta intensidade nesses períodos foram comparados para verificar diferenças significativas. Para todas as análises estatísticas utilizadas neste estudo adotou-se p<0,05. Foi verificado se existiu normalidade das distribuições dos dados através do teste Lilliefors.

Na comparação das variáveis entre primeiro e segundo tempo, quando verificada a normalidade, utilizou-se o Student t test. Caso não encontrada normalidade em qualquer uma das variáveis (primeiro ou segundo tempo), aplicou-se o teste não paramétrico Wilcoxon.

Para comparar, o tempo entre cada esforço de alta intensidade e a porcentagem do tempo andando depois dos esforços de alta intensidade a cada 15 minutos da partida e os resultados entre cada posição, foi utilizado o teste de variância ANOVA quando encontrada normalidade e homogeneidade das variâncias nos dados, e o teste não paramétrico Kruskal-Wallis quando não foi verificada normalidade em qualquer um dos dados. Onde se encontrou diferença, foi aplicado teste de diferenças honestamente significantes de Tukey. Todas as análises estatísticas foram realizadas em ambiente Matlab® 7.5.

Para uma melhor visualização dos dados, referentes aos tempos entre cada esforço de alta intensidade, porcentagem do tempo andando depois dos esforços de alta intensidade em intervalos de 15 minutos, e ao tempo entre cada esforço de alta intensidade nas diferentes posições foi utilizado o Box Plot (MCGILL, TUKEY e LARSEN, 1978).

(35)

5 Resultados

5.1 Caracterização dos esforços de alta intensidade

Foram registrados 3958 esforços de alta intensidade (EAI), realizados pelos 107 jogadores durante as nove partidas analisadas. Na tabela 4 estão os resultados da média e desvio padrão das variáveis analisadas de todos os esforços de alta intensidade realizados pelos jogadores durante as nove partidas.

Tabela 4 – Média (± desvio padrão) do número total de EAI realizados, distância em ambas as fases, tempo em ambas as fases, velocidade de início, velocidade máxima, tempo entre cada EAI e a porcentagem do tempo andando

por cada jogador durante as quatro partidas analisadas.

Variáveis Total

Total dos EAI 32,4 (± 11,8)

Distância Fase 1 (m) 8,3 (± 4,5) Distância Fase 2 (m) 12,0 (± 9,1) Distância Total (m) 20,3 (± 10,2) Tempo Fase 1 (s) 2,2 (± 1,4) Tempo Fase 2 (s) 1,6 (± 1,2) Tempo Total (s) 3,8 (± 1,8) Velocidade de Início (m/s) 2,2 (± 1,8) Velocidade Máxima (m/s) 7,2 (± 0,7)

Tempo entre cada EAI (s) 157,9 (± 176,8)

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5.2 Caracterização dos esforços de alta intensidade no primeiro e segundo tempo

As variáveis utilizadas para a caracterização dos esforços de alta intensidade foram calculadas para o primeiro e segundo tempo, e a tabela 2 mostra esses resultados. Na tabela 5, é possível observar que os jogadores realizam em média 17,5 e 14,9 EAI no primeiro e segundo tempo respectivamente, observando-se assim, uma redução estatisticamente significativa (p=0,001). No primeiro tempo foi encontrado que os jogadores levaram em média 145 segundos para realizar outro esforço de alta intensidade, e no segundo tempo 173 segundos. Quando comparados, o primeiro tempo foi significantemente maior que o segundo (p<0,01).

Outra variável que também foi encontrada uma diferença estatística significante do primeiro para o segundo tempo foi a porcentagem do tempo que os jogadores passam andando depois de 60 segundos de cada esforço de alta intensidade, 42,3% e 46% respectivamente (p<0,01).

Contudo, na distância percorrida, tempo de duração, velocidade de início e velocidade máxima não foram encontradas diferenças significativas entre o primeiro e segundo tempo.

Tabela 5 – Média (± desvio padrão) do número total de EAI, distância em ambas as fases, tempo em ambas as fases, velocidade de início, velocidade máxima, tempo entre cada EAI e a porcentagem do tempo andando por cada jogador

no primeiro e segundo tempo.

Variáveis Tempo 1 Tempo 2

Total de EAI 17,5 (± 7,8) 14,9 (± 5,9)* Distância Fase 1 (m) 8,3 (± 4,5) 8,4 (± 4,4) Distância Fase 2 (m) 12,0 (± 8,6) 12,1 (± 9,6) Distância Total (m) 20,2 (± 9,8) 20,5 (± 10,6) Tempo Fase 1 (s) 2,2 (± 1,4) 2,2 (± 1,4) Tempo Fase 2 (s) 1,6 (± 1,1) 1,6 (± 1,3) Tempo Total (s) 3,8 (± 1,8) 3,8 (± 1,9) Velocidade de Início (m/s) 2,3 (± 1,8) 2,2 (± 1,8) Velocidade Máxima (m/s) 7,3 (± 0,7) 7,2 (± 0,7)

Tempo entre cada EAI(s) 145,0 (± 164,0) 173,0 (± 189,8)*

Porcentagem do Tempo Andando < 1,4 m/s (%) 42,3 (± 16,8) 46,0 (± 17,6)*

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5.3 Caracterização dos esforços de alta intensidade por posição

A tabela 6 mostra os resultados das variáveis dos esforços de alta intensidade para as cinco posições que os jogadores foram divididos. Pode-se observar que houve diferenças estatísticas entre as cinco posições analisadas, com relação ao número de EAIs realizados (p<0,01), mostrando que os laterais realizaram mais EAIs (40,0) quando comparados com zagueiros (26,6) e volantes (27,6). Já os atacantes (34,9) realizam mais EAIs que os zagueiros (26,6).

Tabela 6 – Média (± desvio padrão) do número total de EAI, distância em ambas as fases, tempo em ambas as fases, velocidade de início, velocidade máxima, tempo entre cada EAI, porcentagem do tempo andando por cada jogador

nas diferentes posições.

Variáveis Zagueiros Laterais Volantes Meias Atacantes

Total de EAI 26,6 (± 9,2) 40,0* (± 13,5) 27,6 (± 8,1) 34,2 (± 14,8) 34,9# (± 6,6) Distância Fase 1 (m) 8,0 (± 4,3) 8,5 (± 4,5) 8,3 (± 4,4) 8,4 (± 4,6) 8,3 (± 4,4) Distância Fase 2 (m) 11,5 (± 4,3) 13,5+ (± 4,5) 11,5 (± 4,4) 11,4 (± 4,6) 11,4 (± 4,4) Distância Total (m) 19,5 (± 9,8) 22,0+ (± 11,3) 19,8 (± 10,5) 19,8 (± 9,6) 19,7 (± 8,3) Tempo Fase 1 (s) 2,2 (± 1,4) 2,2 (± 1,4) 2,2 (± 1,4) 2,2 (± 1,4) 2,2 (± 1,4) Tempo Fase 2 (s) 1,5 (± 1,2) 1,8 + (± 1,3) 1,5 (± 1,2) 1,5 (± 1,1) 1,5 (± 0,9) Tempo Total (s) 3,7 (± 2,3) 4,0+ (± 2,7) 3,7 (± 2,5) 3,7 (± 2,2) 3,7 (± 1,8) Velocidade de Início (m/s) 2,1 (± 1,8) 2,2 (± 1,9) 2,3 (± 1,8) 2,4 (± 1,8) 2,3 (± 1,8) Velocidade Máxima (m/s) 7,2 (± 0,7) 7,3 (± 0,8) 7,2 (± 0,7) 7,2 (± 0,6) 7,3 (± 0,7)

Tempo entre cada EAI (s) 193,2

(± 216,5) 130,0 * (± 140,5) 181,6 (± 199,5) 148,1* (± 159,5) 129,8* (± 120,1) Porcentagem do Tempo Andando < 1,4 m/s (%) 47,6 (± 16,6) 42,0^ (± 16,5) 40,8^ (± 16,6) 41,5^ (± 18,3) 47,0 (± 18,1) * significantemente diferente quando comparado com zagueiros e volantes; # significantemente diferente quando comparado com zagueiros; + significantemente diferente quando comparado com zagueiros, volantes, meias e atacantes; ^ significantemente diferente quando comparado com zagueiros e atacantes.

(38)

Quando se observa a distância percorrida de cada esforço de alta intensidade durante a fase 1 nas diferentes posições, percebe-se que não ocorreu diferença significativa entre as posições (p=0,30). Contudo, quando se analisa a distância percorrida em cada EAI na fase 2, os laterais tiveram um valor significantemente maior (13,5 m) em relação a todas a outras posições, com p=0,00. Quando os EAIs são analisados juntando-se as fases, novamente os laterais tiveram uma distância maior (22,6 m) com relação as outras posições, com p<0,01.

A duração de cada EAI durante a fase 1 não apresentou diferença significativa entre as posições (p=0,70). Contudo, durante a fase 2 e as duas fases juntas, os laterais tiveram um tempo significativamente maior de EAI (1,8 e 4,0 s, respectivamente) com relação as outras posições, com p<0,01 e p<0,01, respectivamente.

As velocidades de início e velocidades máximas atingidas em um EAI comparando entre as diferentes posições não apresentaram diferenças significativas (p=0,08, p=0,05, respectivamente).

Outro dado apresentado na tabela 6 foi que os zagueiros (47,6) e atacantes (47,0) passam significantemente mais tempo andando, após um EAI, que os laterais (42,0), volantes (40,8) e meias (41,5).

A tabela 6 mostrou que a média do tempo entre cada EAI dos zagueiros (193,2 s) e dos volantes (181,6 s) foi significantemente maior que o tempo entre cada EAI dos laterais (130,0 s), atacantes (129,8 s) e meias (148,1 s), com p<0,01.

Para uma melhor visualização dos dados, os tempos entre cada EAI nas diferentes posições foi apresentado em boxplot como mostra a figura 10. Através da representação em boxplot observamos a existência de zagueiros e volantes que demoram mais de 33 minutos para realizar outro esforço de alta intensidade.

(39)

Zagueiros Laterais Volantes Meias Atacantes 0 500 1000 1500 2000 T e m p o se g u n d o s

Figura 7 – Boxplot representando os tempos entre cada EAI dos jogadores nas cinco posições.

5.4 Tempo entre cada esforço de alta intensidade em diferentes categorias

Os tempos entre os esforços de alta intensidade realizados pelos jogadores foram separados em cinco diferentes categorias. A tabela 7 mostra que os jogadores realizam significantemente um maior número de EAIs com tempo entre eles maior que 120 segundos quando comparados com os números de EAIs realizados com tempo menor de 120 segundos. E as categorias que os jogadores menos realizam sprints são com tempo entre eles de 10 a 60 segundos.

(40)

Tabela 7 – Média (± desvio padrão) do tempo entre cada EAI em diferentes categorias.

Tempo entre cada EAI Média do Número de

Recuperações 0-9 s 4,8 (± 3,4)* 10-29 s 2,4 (± 2,1) 30-59 s 3,8 (± 3,1) 60-119 s 6,8 (± 4,2)# >120 s 14,9 (± 2,7)^

*Significantemente Diferente que 10-30, 30-60, 60-120, >120; # Significantemente Diferente que 0-9, 10-30, 30-60, >120; ^ Significantemente Diferente que 0-9, 10-30, 30-60, 60-120;

As categorias dos tempos entre cada EAI foram calculadas para o primeiro e segundo tempo e os resultados são apresentados na tabela 8. Nas categorias 10-29, 10-59 e >120 segundos foi encontrada uma redução significativa do primeiro para o segundo tempo (p=0,048; p=0,031; p=0,025; respectivamente).

Tabela 8 – Média (± desvio padrão) do tempo entre cada EAI em diferentes categorias no primeiro e no segundo tempo.

Média do Número de EAI em diferentes classificações Tempo entre cada EAI 1 o Tempo 2o Tempo 0-9 s 2,7 (± 2,4) 2,1 (± 1,9) 10-29 s 1,4 (± 1,5) 1,0 (± 1,1)* 30-59 s 2,1 (± 2,3) 1,4 (± 1,5)* 60-119 s 3,7 (± 2,8) 3,1 (± 2,1) >120 s 7,7 (± 1,9) 7,2 (± 1,8)

*Significantemente Diferente do Primeiro Tempo

A tabela 9 mostra os resultados dos tempos entre cada EAI em diferentes categorias para as cinco posições dos jogadores. Através dos resultados foi possível observar que os laterais e atacantes realizam significantemente mais EAI com tempo de recuperação de 10 a 30 segundos com relação aos zagueiros (p=0,002). Já EAI com tempo entre eles de 60-120 segundos, os laterais e atacantes realizaram um maior número de EAIs com relação a zagueiros e

(41)

volantes (p<0,1). Os laterais têm uma diferença significativa no número de EAIs realizados com tempo entre eles de 0-9 e 30-60 quando comparados com zagueiros e volantes (P=0,01 e P=0,003, respectivamente). Na categoria de números de EAIs com tempo entre eles maior que 120 segundos não foram encontradas diferenças significativas (P=0,15).

Tabela 9 – Média (± desvio padrão) do tempo entre cada EAI em diferentes categorias no primeiro e no segundo tempo.

Média do Número de EAIs em diferentes classificações Tempo entre

cada EAIs Zagueiros Laterais Volantes Meias Atacantes

0-9 s 3,7 (± 2,2) 6,7 (± 4,8)# 3,3 (± 2,5) 5,3 (± 4,0) 4,8 (± 2,0)

10-30 s 1,3 (± 1,3) 3,1 (± 2,2)* 2,5 (± 2,1) 3,1 (± 3,1) 2,8 (± 1,4)*

30-60 s 2,6 (± 2,5) 5,0 (± 3,4)# 2,1 (± 1,4) 3,9 (± 4,4) 3,9 (± 2,7)

60-120 s 4,8 (± 3,2) 9,3 (± 5,7)# 5,1 (± 2,4) 6,8 (± 3,6) 8,2 (± 2,6)#

>120 s 14,1 (± 3,1) 15,9 (± 2,6) 14,5 (± 2,7) 15,1 (± 2,6) 15,2 (± 2,2)

* Significantemente Diferente de Zagueiros; # Significantemente Diferente de Zagueiros e Volantes;

5.5 Tempo entre cada esforço de alta intensidade e Porcentagem do tempo andando

após um Esforço de alta intensidade a cada 15 minutos

A figura 11 mostra o boxplot dos dados de tempo entre cada esforço de alta intensidade em intervalos de 15 minutos da partida. A partir desta representação foi possível perceber uma variabilidade muito grande dos dados quando observamos o tempo que os jogadores levam para realizar outro EAI. O gráfico mostra, por exemplo, que existem jogadores que ficaram por volta de 20 minutos ou mais sem realizar um EAI.

(42)

0-15 15-30 30-45 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 T E M P O se g u n d o s

TEMPO DO JOGO - minutos 1o Tempo 0-15 15-30 30-45 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200

TEMPO DO JOGO - minutos 2o Tempo

Figura 8- Boxplot representando os tempos entre cada EAI dos jogadores a cada 15 minutos da partida.

A tabela 10 mostra os valores da média dos tempos entre cada EAI e a porcentagem do tempo andando depois de 60 segundos de cada EAI realizado pelos jogadores em períodos de 15 minutos da partida. Aplicando o teste estatístico nesses dados, pode-se observar que os períodos 5 e 6 têm diferença significativa dos períodos 1 e 4 das partida. Também foi possível observar através do teste estatístico, que existiu um aumento significativo da porcentagem do tempo andando do primeiro período do jogo para o 4°, 5° , 6° período do jogo (p<0,01).

Tabela 10 – Media (± Desvio Padrão) do tempo entre cada EAI e a porcentagem do tempo andando depois de cada EAI em períodos de 15 minutos da partida.

1o Tempo 2o Tempo

Tempo entre cada EAI(s) 119,6

(± 120,4) 176,2* (± 184,0) 190,0* (± 209,4) 138,4 (± 131,9) 212,8*# (± 210,8) 231,5*# (± 250,3) Porcentagem do Tempo Andando depois do EAI (s)

40,1 (± 15,3) 42,1 (± 17,4) 43,5* (± 17,1) 44,8* (± 16,3) 45,5^ (± 18,2) 46,6+ (± 17,7) * significantemente diferente quando comparado com o 1° período; # significantemente diferente quando comparado com o 1° e 4° período; ^ significantemente diferente quando comparado com 1° e 2° período; + significantemente diferente quando comparado com o 1°, 2° e 3° período;

(43)

O Boxplot também foi utilizado para melhor representação dos dados da porcentagem do tempo que o jogador passa andando depois de um esforço de alta intensidade. A figura 12 mostra que existem jogadores que passam até 100 % do tempo andando depois de 60 segundos após um esforço de alta intensidade, porém também mostra que existem jogadores que andam muito pouco.

0-15 15-30 30-45 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 T E M P O se gu nd os

TEMPO DO JOGO - minutos 1o Tempo 0-15 15-30 30-45 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

TEMPO DO JOGO - minutos 2o Tempo

Figura 9- Boxplot representando a porcentagem do tempo andando depois de um EAI a cada 15 minutos da partida.

5.6 Diferenças Estatísticas

A tabela 11 mostra um resumo das diferenças estatísticas que foram encontradas em todas as variáveis que foram comparadas. Está tabela foi feita para uma melhor explanação das diferenças encontradas neste estudo.

P or ce nt age m

(44)

Tabela 11 – Resumo das diferenças estatísticas em cada uma das variáveis analisadas. O símbolo n mostra quando não foi encontra diferença significativa, e o símbolo – quando não foi realizado nenhum teste para se verificar diferenças.

Variáveis Primeiro x

Segundo Tempo Posições

Divisão de Períodos de 15 minutos Total de EAI 1° > 2° L > Z, V - Distância Fase 1 (m) n n - Distância Fase 2 (m) n L > Z, V, M, A - Distância Total (m) n L > Z, V, M, A - Tempo Fase 1 (s) n n - Tempo Fase 2 (s) n L > Z, V, M, A - Tempo Total (s) n L > Z, V, M, A - Velocidade de Início (m/s) n n - Velocidade Máxima (m/s) n n -

Tempo entre cada EAI (s) 1° < 2° L > Z, V

1° < 2°, 3°, 5°, 6° 4° < 5°, 6°

Tempo entre cada EAI de 0-9 s n L > Z, V -

Tempo entre cada EAI de 10-29 s 1° > 2° L, A > Z -

Tempo entre cada EAI de 30-59 s 1° > 2° L > Z, V -

Tempo entre cada EAI de 60-119 s n L, A > Z, V -

Tempo entre cada EAI de >120 s n n -

Porcentagem do tempo Andando 1° < 2° Z, A > L, V, M

1° < 3°, 4° 1°, 2° < 5° 1°, 2°, 3° < 6°

Referências

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