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R. Interd. v.6, n.4, p , out.nov.dez

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Santos, A. M. R. et al.

Estudo bibliográfico sobre estresse em enfermeiros na unidade de terapia intensiva

Study bibliography on stress in nurses in the intensive care unit

Estudio bibliográfico sobre estrés de los enfermeros em la unidad de cuidados intensivos

Ana Maria Ribeiro dos Santos¹, Jucileide Gomes Matias², Maria Zélia de Araújo Madeira3, Tânia Maria Melo4 Rodrigues

RESUMO

Este estudo tem como objetivo levantar na literatura científica nacional artigos acerca do estresse em enfermeiros na Unidade de Terapia Intensiva; analisar as evidências da Síndrome de Burnout associadas ao estresse na equipe de enfermagem na unidade de Terapia Intensiva e discutir dinâmicas laborais para a equipe de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva. Realizou-se uma revisão da literatura nos bancos SciELO e BVS-Enf, no período de 2001 a 2011, utilizando os descritores estresse, enfermagem, unidades de terapia intensiva e burnout. Elaborou-se três categorais: Estresse presente na equipe de enfermagem na unidade de terapia intensiva; Evidências da síndrome de burnout associadas ao estresse na equipe de enfermagem na unidade de terapia intensiva; Dinâmicas laborais utilizadas ou discutidas para a equipe de enfermagem na unidade de terapia Intensiva. A manutenção de condições adversas ao trabalho gera estresse, obrigando o trabalhador a desenvolver mecanismos adaptativos que, por vezes, não são eficazes, e acabam por conduzi-lo ao desenvolvimento da síndrome de Burnout. Descritores: Estresse. Enfermagem. Unidades de terapia intensiva. Burnout.

ABSTRACT

This study aims to find national articles in the scientific literature about the stress in nurses in the Intensive Care Unit; analyze evidence of Burnout Syndrome associated with stress in nursing staff in the intensive care unit and discuss a labor dynamic in nursing team in a Intensive Care Unit. We conducted a literature review in the SciELO and VHL-Enf banks in the period 2001 to 2011 using like keywords: stress, nursing, intensive care units and burnout. It was created three categories: present stress in the nursing staff in the intensive care unit; Evidence of burnout associated with stress in nursing staff in the intensive care unit; Dynamic labor used or discussed for the nursing care unit intensive. Maintaining adverse conditions to work creates stress, forcing the worker to develop adaptive mechanisms that sometimes are not effective, and ultimately can lead to the development of burnout syndrome. Descriptors: Stress. Nursing. Intensive care units. Burnout.

RESUMEN

Este estudio tiene como objetivo buscar artículos nacionales en la literatura científica sobre el estrés en las enfermeras en la Unidad de Cuidados Intensivos; analizar las evidencias de la Síndrome de Burnout asociado con el estrés en el personal de enfermería en la unidad de cuidados intensivos y discutir las dinamicas del trabajo dinámico en el equipo de enfermería en la Unidad de Cuidados Intensivos. Se realizó una revisión bibliográfica en SciELO y BVS Enf en el período de 2001 a 2011, utilizandose como descriptores el estrés, cuidados intensivos, enfermería y el agotamiento. Fue desarrollado tres categorais: la presencia del estrés en el personal de enfermería en la unidad de cuidados intensivos, evidencia de desgaste asociado con el estrés en el personal de enfermería en la unidad de cuidados intensivos, el trabajo dinámico utilizado en la unidad de cuidados de enfermería Intensivos. La manutencion de las condiciones adversas de trabajar genera estrés, lo que obliga al trabajador a desarrollar mecanismos de adaptación que a veces no son eficaces, y finalmente pueden ocasionar al surgimiento de la síndrome de burnout. Descriptores: Estrés. Enfermería. Unidades de cuidados Intensivos. Burnout.

1Enfermeira. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Fundamental –EERP/USP. Docente em Enfermagem.

E-mail: ana.mrsantos@gmail.com. Rua Professor Madeira, 1519 Horto Florestal Teresina. Fone: (86)3232-5905

2Enfermeira. Graduada em Enfermagem pela Faculdade Santo Agostinho. E-mail: juhenzo@hotmail.com;

3Enfermeira. Doutoranda em Ciências Médicas pela UNICAMP. Docente em Enfermagem. E-mail: zeliamadeira15@yahoo.com.br;

4Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Docente em Enfermagem. E-mail: tmelorodrigues@hotmail.com

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Santos, A. M. R. et al.

No mundo contemporâneo têm ocorrido inúmeras mudanças no modelo de trabalho devido às exigências das dinâmicas capitalistas vigentes que têm forte influência sobre as instituições hospitalares. Devido a essas mudanças observa-se uma crescente preocupação acerca dos efeitos causados pelo trabalho nos profissionais de saúde, desenvolvendo-se pesquisas em diversas áreas como psicologia, administração e enfermagem, as quais vêm discutindo essa temática (OLIVEIRA; TRISTÃO; NEIVA, 2006).

Os avanços tecnológicos também influenciaram as mudanças no trabalho, os novos estilos de gestão organizacional, as transformações do emprego e o crescimento do setor de serviços no cenário econômico. Com isso ocorreu aumento da variedade, complexidade e responsabilidades atribuídas ao enfermeiro, demandando novas atribuições na execução das tarefas, mais competências e compromisso. Verifica-se ainda, que na área da saúde, o estresse ocupacional está relacionado a situações específicas atuais como: problemas de relacionamento da equipe multidisciplinar, ambiguidade e conflito de funções, dupla jornada de trabalho e atividades domésticas, pressões exercidas pelos superiores de acordo com a percepção do indivíduo e alterações dentro do contexto da atividade. Portanto, faz-se necessário reavaliar o nível do estresse do enfermeiro nas unidades de terapia intensiva (SANTOS; ALVES; RODRIGUES, 2009).

Dentre estas atividades, têm-se uma miríade de razões que instigam a pesquisa científica acerca do estresse. Assim, ao longo da evolução surgiram estudos sobre a síndrome de Burnout, na qual o trabalhador perde o sentido da sua relação

com o trabalho e faz com que os acontecimentos não tenham mais importância, parecendo que qualquer esforço é inútil (PEREIRA et al, 2009).

O Burnout é um conceito desenvolvido na década de 1970, que tem como autores pioneiros o psicanalista Herbert J. Freudenberger e a psicóloga social Cristina Maslach, sendo utilizado pela primeira vez em 1974 (SANTOS; ALVES; RODRIGUES, 2009).

O desgaste causado pelo estresse pode levar o indivíduo ao estado de Burnout, termo que descreve a realidade de estresse crônico em profissionais que desenvolvem atividades que exigem alto grau de contato com as pessoas (SANTOS et al, 2010).

Trata-se de uma síndrome caracterizada por três dimensões básicas. A primeira delas é a exaustão emocional, na qual o contato frequente e intenso com pessoas que vivem em situações de sofrimento gera uma enorme carga emocional. O profissional sente-se esgotado, sem energia, pouco tolerante, facilmente irritável e nervoso no ambiente de trabalho. A segunda é a despersonalização na qual o profissional assume uma atitude desumana. Progressivamente, ocorre um distanciamento emocional que traz frieza e indiferença diante das necessidades dos outros. Ele perde a capacidade de identificação e empatia com as pessoas que precisam de ajuda e não as trata como seres humanos, e sim, como coisas. A terceira, e última, é a redução da realização pessoal e profissional (SANTOS; ALVES; RODRIGUES, 2009).

Entretanto, no Brasil, ainda é incipiente o estudo sobre o estresse ocupacional dos Enfermeiros na unidade de terapia intensiva, embora esses profissionais estejam sujeitos a uma dinâmica laboral severa.

Nesse contexto, justifica-se a escolha do tema, considerando o desgaste e o desenvolvimento de algumas doenças ocupacionais

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Santos, A. M. R. et al.

identificados pela sintomatologia da Síndrome de Burnout associadas ao estresse na equipe de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva.

Dessa forma, objetivou-se levantar na literatura científica nacional artigos que abordassem o tema do estresse em enfermeiros na Unidade de Terapia Intensiva, analisar as evidências da Síndrome de Burnout associadas ao estresse na equipe de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva e discutir dinâmicas laborais para a equipe de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva.

Trata-se de uma revisão da literatura que segundo Marconi e Lakatos (1999) tem como finalidade buscar informações sobre um determinado tema visando um novo enfoque e não apenas a repetição do que já foi dito ou escrito sobre a questão.

Uma das vantagens deste tipo de pesquisa é permitir ao pesquisador uma maior cobertura sobre o tema estudado, maior do que aquela que ele obteria se estivesse pesquisando diretamente. Para isso alguns passos foram seguidos, como: pesquisa de artigos científicos nacionais no banco de dados Scientific Eletronic Libray Online (SciELO) e na Biblioteca Virtual em Saúde - Enfermagem (BVS-Enf), no período de 2001 a 2011, utilizando os descritores estresse, enfermagem, unidades de terapia intensiva e Burnout; Levantamento do material de acordo com os objetivos da pesquisa, selecionando-se 13 artigos; Análise dos textos, com as anotações feitas somente após leitura criteriosa; Transcrição dos dados usando um formulário e por fim a elaboração das categorias com a correta citação das fontes consultadas para a realização da redação final do texto do estudo (PÁDUA, 2003).

Os artigos selecionados e analisados na presente pesquisa corresponderam a um total de 13, conforme pode ser observado no Quadro 1.

Quadro 1 - Relação dos artigos sobre estresse em enfermeiros na unidade de terapia intensiva, publicados no SciELO e BVS-Enf, no período de 2001 a 2011 segundo: periódico, autores, ano de

publicação, título e conclusão. Teresina, 2012.

Fonte: Pesquisa direta

METODOLOGIA

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Santos, A. M. R. et al.

Após a análise dos artigos selecionados, os aspectos levantados foram agrupados nas seguintes categorias: Estresse presente na equipe de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva; Evidências da Síndrome de Burnout associadas ao estresse na equipe de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva; Dinâmicas laborais utilizadas ou discutidas para a equipe de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva.

Estresse presente na equipe de enfermagem na unidade de terapia intensiva

O ambiente hospitalar, por si só, gera estresse nos mais diferentes níveis. A organização do trabalho hospitalar, as características próprias de um ambiente que lida com a dor, com o sofrimento e com a morte exigem dos profissionais da saúde permanente controle de suas emoções e sentimentos. Além dessas características, os múltiplos níveis de autoridade, a heterogeneidade de pessoal e a interdependência de atividades podem propiciar o surgimento de conflitos e desencadear manifestações de estresse (BARBOSA et al., 2008).

Entretanto, observa-se que, embora a enfermagem tenha sido classificada pela Health Education Authority, como a quarta profissão mais estressante, são poucas as pesquisas que procuram investigar, no setor público, os problemas associados ao exercício da profissão do enfermeiro no Brasil (STACCIARINI; TRÓCCOLI, 2001).

Assim, constata-se que os trabalhadores de enfermagem estão continuamente aprisionados a uma ambuiguidade de papéis que, de forma direta ou indireta, contribuem para uma maior exposição às experiências de estresse no trabalho (BARBOSA et al., 2008).

Segundo Martino e Misko (2004) a enfermagem é uma profissão basicamente feminina, não é nem mais nem menos do que a

profissionalização da capacidade humana de cuidar, por meio da aquisição e aplicação de conhecimentos, atitudes e habilidades apropriadas dos papéis presentes na enfermagem. Por ser constituída essencialmente por mulheres, a enfermagem traz em sua trajetória o cuidado, a elas delegado, assumindo desse modo, uma carga grande de preconceito para as pessoas do sexo masculino que optam por essa área.

O trabalho de enfermagem é marcante não somente por caracteriza-se como uma profissão essencialmente integrada por pessoas do sexo feminino, como também pela especificidade das ações desenvolvidas no dia a dia. As profissionais de enfermagem convivem com a dinâmica das organizações no desenvolvimento de suas atividades, ao mesmo tempo em que gerenciam suas vidas como pessoas, esposas e mães. Essa situação, de desenvolver múltiplas atividades, com vínculos de trabalho formais ou não, pode também gerar estresse já que essas mulheres além de trabalharem fora do convívio familiar pensam em seus filhos e se preocupam com os cuidados domiciliares (GUERRER; BIACHI, 2008).

Para Murofuse, Abranches e Napoleão (2005), ainda que o exercício da profissão de enfermagem requeira boa saúde física e mental, raramente os enfermeiros recebem a proteção social adequada para o seu desempenho. Ou seja, apesar de exercerem atividades estafantes, muitas vezes em locais inadequados, não recebem a proteção e atenção necessárias para evitar os acidentes e as doenças decorrentes das atividades.

O hospital, por se tratar de uma instituição que visa o cuidado e tratamento de problemas de saúde da população, faz com que desenvolva-se a idéia de que sejam locais capazes de oferecer condições adequadas para o exercício profissional. Mas, o que se observa são organizações exigentes, competitivas e burocráticas que acabam

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Santos, A. M. R. et al.

massificando os trabalhadores (MONTANHOLI; OLIVEIRA; TAVARES, 2006).

De acordo com Santos, Oliveira e Moreira (2006) é preciso considerar que o ambiente de trabalho representa um importante fator de risco para o estresse, visto que se trata de um local onde o enfermeiro passa a maior parte do tempo em contato com situações geradoras de tensão, convive com o imprevisível e tem de manter o controle contínuo dos aparelhos e pacientes a eles conectados.

A dupla jornada de trabalho dos enfermeiros se faz necessária, devido, principalmente, aos baixos salários atribuídos à categoria, que os leva a procurar nova fonte de renda. Assim, o enfrentamento nesta dupla atividade constitui-se em um fator que interfere fortemente em alguns aspectos referentes à presença de estresse e à qualidade de vida (PETRO; PEDRÃO, 2009).

A pesquisa sobre o estresse no trabalho do enfermeiro ainda não respondeu se há alguma função ocupacional ou especialidade mais estressante do que outra. Existe, um entendimento de que as fontes de estresse são diferentes, embora algumas sejam consideradas comuns, independente do cargo que o enfermeiro ocupa e da sua área de atuação de trabalho (STACCIARIN; TRÓCCOLI, 2001).

Evidências da Síndrome de Burnout associadas ao estresse na equipe de enfermagem na unidade de terapia intensiva

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as situações que causam ansiedade ao trabalhador, desencadeando o estresse, geram desgastes não só emocionais, como também físicos, com manifestações desagradáveis que podem, com o seu agravo, desencadear doenças (FERRAREZE; FERREIRA; CARVALHO, 2006).

Vale ressaltar que, para Meneghini, Paz e Lautert (2011), o desenvolvimento da Síndrome de

Burnout envolve vários fatores individuais e laborais, sendo considerada, assim multicausal. Porém, a despersonalização é considerada a característica exclusiva do Burnout. O trabalhador, ao estar insatisfeito com suas atribuições, não responde às exigências do trabalho e, geralmente, encontra-se irritável e deprimido, gerando conflitos com sua chefia e equipe, com tendência a se afastar da sua clientela como uma forma de enfrentamento da situação estressante.

Os transtornos mentais e comportamentais em trabalhadores de enfermagem se constituíram na segunda causa da demanda de atenção prestada pelo Serviço de Medicina do Trabalho que relaciona o estresse e a depressão ao desgaste físico, ao absenteísmo, à má qualidade de assistência prestada, e ao afastamento do trabalhador para tratamento de saúde. Em sua atividade laboral, esses trabalhadores tornam-se vulneráveis às psicopatologias, pois sofrem física e psiquicamente os efeitos que dor, sofrimento e morte de outrem lhes causam, associados aos estresses inerentes à sua existência. Ademais, o estresse e a síndrome de Burnout são relacionados como consequências disfuncionais desenvolvidas por enfermeiras em suas atividades profissionais no contexto hospitalar (FARIAS et al, 2011).

O impacto de um ambiente de terapia intensiva sobre os profissionais de saúde,sugere que estresse e Burnout são causados pelas condições de trabalho. Modelos mais eficientes de gerenciamento pessoal precisam ser adotados para solucionar os conflitos para os profissionais de saúde que trabalham neste ambiente (FOGAÇA et al, 2008).

Dinâmicas laborais utilizadas ou discutidas para a equipe de enfermagem na unidade de terapia intensiva

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Santos, A. M. R. et al.

O enfermeiro e a instituição hospitalar devem reconhecer os estressores que estão presentes no trabalho e procurar mecanismos e estratégias de enfrentamento individual e grupal para diminuir a ocorrência de estresse profissional (GUERRER; BIANCHI, 2008).

Para Fogaça et al (2008) outro aspecto a ser considerado é a necessidade de adequar o uso de tecnologia com conhecimento científico e o relacionamento entre a equipe e os familiares do paciente. Os profissionais que trabalham em unidade de terapia intensiva pediátrica e neonatal, pela especificidade do seu trabalho, estão expostos aos riscos do estresse ocupacional e, consequentemente, ao Burnout. Tais dados sugerem a necessidade de serem feitas pesquisas, com o objetivo de desenvolver medidas preventivas e modelos de intervenção para estas unidades.

Segundo Barbosa et al (2008) a qualidade da assistência não pode se desvincular da qualidade de vida dos trabalhadores, uma vez que estes produzem algo que beneficia a vida das pessoas que irão usufruir do produto final, cabendo às instituições, proporcionar um trabalho digno para os trabalhadores de saúde.

Destaca-se o papel do enfermeiro, como gestor da equipe de enfermagem, na criação de espaços para discussão e expressão dos seus colaboradores, em questões relativas à saúde e qualidade de vida no trabalho, objetivando a troca de saberes para construção de uma ambiência saudável (MENEGHIBI; PAZ; LAUTERT, 2011).

De acordo com Preto e Pedrão (2009) os profissionais demonstram estar cientes das necessidades e importâncias de se manterem atualizados e que cursos de especialização amenizam as sobrecargas impostas pelas jornadas de trabalho. Como proposta, Farias et al (2011) apresentam sugestões como: desenvolvimento de um programa de ginástica laboral para os funcionários, envolvendo profissional do quadro

funcional, como fisioterapeuta, sem nenhum ônus a mais no orçamento da empresa; criação do cantinho da leitura, onde os funcionários, durante sua hora de descanso, se entregarão ao prazer da leitura e outros. Com o intuito de diminuir os custos de implantação deste projeto, sugere-se que a aquisição dos livros e revistas seja feita por meio de doações da própria equipe de saúde e seus familiares.

Destaca-se, segundo Rosa et al (2010) a versão brasileira do Environmental Stressor Questionnaire (EQS) que é um instrumento confiável e válido para avaliação dos estressores em UTI. Sugere-se ainda, a importância da orientação sobre estado emocional destes profissionais tanto para administrar a assistência aos pacientes como para si próprios (MARTINO; MISKO, 2004).

Há a necessidade de implementação de atividades de educação permanente com a equipe de enfermagem, abordando temas específicos de profissão, que necessitam de maior aprofundamento; humanização nas relações de trabalho; estudo de casos que contribuam na tomada de decisão e autoestima, dentre outros, que poderão contribuir para diminuição do estresse. Tais atividades devem ser desenvolvidas a partir da necessidade do grupo, ter aderência com a prática profissional e a equipe de enfermagem ser ator do processo de reconstrução do conhecimento (MONTANHOLI; TAVARES; OLIVEIRA, 2006).

Quanto à ação preventiva, ela envolve vontade organizacional, política e econômica, sendo que as mudanças no contexto de trabalho devem se pautar na participação de todos (SANTOS; OLIVEIRA; MOREIRA, 2006).

Portanto, é de suma importância para a saúde física e mental dos profissionais que eles saibam identificar as manifestações do processo de estresse, e que aprendam a detectar quais são os estressores que desencadeiam o processo, pois,

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Santos, A. M. R. et al.

dessa forma, poderão utilizar mecanismos de enfrentamento eficientes para a adaptação ao estressor e, consequentemente, interromper a evolução do processo de estresse (FERRAREZE; FERREIRA; CARVALHO, 2005).

No entender de Murofuse, Abranches e Napoleão (2005) estudos futuros voltados para a enfermagem, utilizando essas teorias, pode significar uma contribuição na melhoria das condições de trabalho e diminuição do sofrimento dos trabalhadores.

Observou-se que tanto o estresse quanto o Burnout são produtos e expressão da necessidade de um determinado momento histórico específico: o modo de produção capitalista.

Essas exigências capitalistas acabam levando o profissional de enfermagem a adquirir mais conhecimentos sobre novas técnicas, mais habilidades, mais compromissos, com este profissional realizando inúmeras atividades sem o seu devido valor monetário, e nem pessoal. O cuidar requer conhecimentos científicos, atenção, técnica, respeito, dignidade e compromisso.

Porém, para um bom cuidado é preciso antes de tudo se cuidar. Os artigos revelaram que há a necessidade de cuidar do profissional de saúde, especificamente do enfermeiro, que vêm a cada dia adoecendo, enfrentando em seu ambiente de trabalho tão arriscado o estresse da vida laboral e pessoal. Desta forma, desenvolve um estresse que leva a desenvolver a Síndrome de Burnout, reconhecida pela Portaria nº 1399/GN de 18 de novembro de 1999, pertencendo ao grupo V da CID-10.

Diante desta preocupação, deve ser dada mais qualidade de vida a esse profissional, abrindo novas perspectivas, com possibilidades de

entendimento e transformação do processo de trabalho, numa tentativa de resgatar as dimensões afetivas contidas no cotidiano de quem cuida.

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CONCLUSÃO

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Submissão: 25/09/2012 Aprovação: 27/06/2013

Referências

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