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Violência contra a mulher
Violência contra a mulher
Violência contra a mulher
Violência contra a mulher
Violência contra a mulher
Violência contra a mulher
Violência contra a mulher
Violência contra a mulher
da constitucionalidade e convencionalidade da da constitucionalidade e convencionalidade da da constitucionalidade e convencionalidade da da constitucionalidade e convencionalidade da
Lei Maria da Penha Lei Maria da PenhaLei Maria da Penha Lei Maria da Penha
Professora Alice Bianchini
Professora Alice Bianchini
Professora Alice Bianchini
Professora Alice Bianchini
Doutora em Direito Penal pela PUC/SP Doutora em Direito Penal pela PUC/SP Doutora em Direito Penal pela PUC/SP Doutora em Direito Penal pela PUC/SPPresidente do IPAN Presidente do IPANPresidente do IPAN Presidente do IPAN
Coordenadora dos Cursos de Coordenadora dos Cursos de Coordenadora dos Cursos de Coordenadora dos Cursos de Especializa
Especializa Especializa
Especializaçççção TeleVirtuais da ão TeleVirtuais da ão TeleVirtuais da ão TeleVirtuais da Universidade Anhanguera
Universidade Anhanguera Universidade Anhanguera
Violência doméstica
1988
1988
Constituição FederalArt. 5º, I: Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.
Art. 226
§§§§ 5º: “Os direitos e deveres referentes à sociedade
conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.”
§§§§ 8º: “O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.”
Violência doméstica
1998
1998
CIDH recebeu denúncia de Maria da Penha Maia Fernandes, relativa à violência doméstica por ela sofrida na déc. de 80 e até aquela data (98) não resolvida satisfatoriamente pela Justiça brasileira. - Cejil
Violência doméstica
2001
2001
- a Comissão recomendou ao Brasil, dentre outras medidas, prosseguir e intensificar o processo de
reforma que evite a tolerância estatal e o tratamento discriminatório com respeito à violência doméstica contra mulheres no país
- 1ª PESQUISA SOBRE VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO
BRASIL: a cada 15 segundos uma mulher é espancada por um homem no Brasil, sendo o principal autor
pessoa com quem ela mantém (ou manteve) uma relação íntima de afeto
Violência doméstica
2001
2001
2,1 milhões de espancamento por ano 175 mil/mês
5,8 mil/dia 243/hora
4/min
Gustavo Venturi e Marisol Recamán. As mulheres brasileiras no início do século XXI, Fundação Perseu
Abramo. Disponível em www.fpabramo.gov.br
1 espancamento 1 espancamento 1 espancamento 1 espancamento a 15 cada a 15 cada a 15 cada a 15 cada segundos segundos segundos segundos
Violência doméstica
2002
2002
A Organização Mundial da Saúde diagnosticou a violência praticada por parceiros íntimos como
“problema mundial de saúde pública, em face do seu impacto na qualidade de vida, nas estatísticas sobre vida e morte, no desenvolvimento econômico-social e nos gastos do sistema de saúde”
OMS: Genebra. Relatório Mundial sobre Violência e Saúde, 2002.
Violência doméstica
2003
2003
Dados do Banco Mundial dão conta de que a violência contra a mulher causa mais danos ou morte que
doenças como câncer e malária, acidentes de trânsito e guerras.
Criação da Secretaria de Políticas para Mulheres, com o propósito de estabelecer políticas públicas em prol da melhoria da vida de mulheres brasileiras.
Violência doméstica
2005
2005
Audiências públicas em assembléias legislativas, contando com a participação de entidades da
sociedade civil, parlamentares e SPM, para debater sobre a Lei de violência contra a mulher
2006
2006
PESQUISA INSTITUTO PATRICIA GALVÃO Antes da Lei Maria da Penha
Existem situações em que o homem pode agredir sua mulher? 16% 16% simsim homens 19% mulheres 13%
A mulher deve agüentar a violência para manter a família unida?
11%
11% simsim
“Ele bate, mas ruim com ele, pior sem ele” 20%
20% de acordode acordo
Cerca de 24% homens Cerca de 17% mulheres
Mais velhos: 32%
Violência doméstica
2006
2006
Edição da Lei Maria da Penha - 18º país na AL
Considerada, pelo UNIFEM – Fundo de
Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher -como uma das 3 mais legislações mais avançadas no mundo
Relatório Global “Progresso das Mulheres no Mundo e 2008/2009 http://www.unifem.org/progress/2008/media/POWW08_Report_Full_Te http://www.unifem.org/progress/2008/media/POWW08_Report_Full_Te http://www.unifem.org/progress/2008/media/POWW08_Report_Full_Te http://www.unifem.org/progress/2008/media/POWW08_Report_Full_Te xt_pt.pdf xt_pt.pdf xt_pt.pdf xt_pt.pdf
Lei n. 11.340/06
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do
§§§§ 8º do art. 226 da CF, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher;
dispõe sobre a criação dos
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher;
Violência doméstica
2007
2007
A Human Rights Watch publicou informação no
sentido de que em cada 100 mulheres assassinadas, 70 o são no âmbito de suas relações domésticas.
- Quase 1/3 das mulheres brasileiras já sofreram agressão por parte de seus maridos, noivos,
namorados
- mulheres levam de 9 a 10 anos para “denunciar” as agressões
- Mulher fica internada 30 dias. Lesão corporal leve? - Casa toma 25 horas por semana da mulher. Estudo do IBGE mostra que homens gastam 9,8 horas por semana em tarefas domésticas, como limpeza e cozinha. FSP 18 ago 07, B18.
- Mulher chefia quase 30% dos lares do país. FSP 29 set. 07, C1
-
Mulheres recebem salário 30% menor do que o dos homens na América Latina.Notícias uol, 09 ago 07
- Homens são mais felizes do que as mulheres. FSP 24 ago 07, A26.
PESQUISA IBOPE / Themis
2008
2008
de 17 a 21/07
de 17 a 21/07
DOIS ANOS DA LEI MARIA DA PENHA: O QUE PENSA A SOCIEDADE?
- 68% conhecem, ainda que de ouvir falar, a “Lei Maria da Penha”
- 21% pensam que a Lei pode evitar ou diminuir a violência contra a mulher;
- 42% acha que mulher não costuma procurar serviço ou apoio¥
Pesquisa IBOPE/Instituto Avon
2009
2009
de 13 a 17/02
de 13 a 17/02
PERCEPÇÕES E REAÇÕES DA SOCIEDADE SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
- Houve aumento de 10% do conhecimento da Lei Maria da Penha de 2008 para 2009 (68% para 78%) - 56% apontam a violência doméstica contra as
mulheres dentro de casa como o problema que mais preocupa a brasileira
- 55% dos entrevistados conhecem casos de agressões a mulheres
- Com medo de morrer, mulheres não abandonam agressor
Pesquisa IBOPE/Instituto Avon
Por que a violência doméstica acontece? (Uma opção) 38% - Bebida/alcoolismo
36% - Homem brasileiro é violento/alguns homens ainda se consideram “dono da mulher”
Violência contra mulher
2010
2010
Mapa da Violência10 mulheres morrem por dia
CAMPANHA CNJ
Violência contra a Mulher não tem desculpa, tem Lei. http://www.sepm.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2 010/09/campanha-lei-maria-da-penha
Mitos ?
Quem fala mais: o homem ou a mulher?
Pesquisa do Canadá aponta empate técnico
Quem gasta mais no cartão de crédito?
Homens. 26% mais
Fonte: Instituto Ibope Inteligência (2007)
Quem é mais fofoqueiro?
Homens. 76 min por dia Fonte: OnePoll (2009)
Quem fala mais de sexo?
Mulheres (5º lugar) Homens (8º lugar)
Quem mente mais?
Homens
Medidas de prevenção
medidas integradas: União, Estados, DF, Municípios, entidades não governamentaisestudos e pesquisas com avaliação dos resultados em relação às medidas
adotadas
campanhas educativas/ programas educacionais preconceitos, estereótipos e discriminações
Autoridade judiciária
Medidas protetivas de urgência
1. que obrigam o agressor
2. à ofendida
Política criminal na Lei Maria da Penha
Estratégias não penais
. Medidas protetivas que obrigam o ofensor e
dirigidas à ofendida, etc.
– afastamento do lar (fixação de limite mínimo
de distância entre agressor e vítima)
– proibição de contato
– programas de proteção ou de atendimento
– recondução ao domicílio, após o afastamento
do agressor
– separação de corpos
– restituição de bens indevidamente subtraídos
pelo agressor, dentre outras...
¥
Política criminal na Lei Maria da Penha
Estratégias penais
. Aumento da pena de lesão corporal para a violência doméstica
. Ampliação (?) das hipóteses de prisão preventiva (interpretação conforme a Constituição)
. Foi excluída a competência dos Juizados Especiais Criminais, independentemente da pena aplicada . Vedada a aplicação de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa, etc.
Constitucionalidade da Lei
TJMS – RESP 2007.023422-4 ITAPORÃ - “lei travestida de vingança social”
Cultura machista; cultura patriarcal; relações de poder; formas de subjugação; pólos de dominação e de submissão
Constitucionalidade da Lei
Cultura machista - subliminar
TJRO – RT 728/632
“Não pode a mulher ficar à mercê do marido que, injustificadamente,
a agride reiteradamente. A absolvição, se decretada, resultará, na mente do infrator, a implícita
Constitucionalidade da Lei
Cultura machista - subliminar
TJ/DF – proc. 2006.0919.173.057
Agressões como “atitudes covardes de homens que resolvem abandonar seu
perfil natural de guardiões do lar
para se transformarem em algozes e carrascos cruéis de sua própria companheira.”
Constitucionalidade da Lei
Cultura machista – ostensiva
"Ora! A desgraça humana começou no Éden: por
causa da mulher - todos nós sabemos - mas também em virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem".
"O mundo é masculino! A idéia que temos de Deus é masculina! Jesus foi Homem!".
Juiz Edilson Rumbelsperger Rodrigues, de Sete Lagoas (MG)
Destinatários da Lei
1. Documentos internacionais citados na ementa
2. Cultura machista; cultura patriarcal; relações
de poder; formas de subjugação; pólos de
Destinatários da Lei
Art. 5º. Para efeitos desta Lei, configura violência
doméstica e familiar contra a mulher qualquer
Destinatários da Lei
questão de
gênero
x questão de sexo
Art. 2º. Toda mulher, independentemente de
classe, raça, etnia,
orientação sexual
, renda,
etc...goza dos direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana.... facilidade para viver sem
violência, ....
Art. 5º. Para os efeitos dessa Lei, configura
violência...
§§§§ único. As relações pessoais enunciadas neste
artigo independem de
orientação sexual.
Representação e lesão corporal leve
1)
Arts. 60 a 87
(definição de IMPO;
parte processual e
procedimental)
2) Arts. 88 a 92
(disposições finais)
- art. 88:
representação
lesão corporal leve
e culposa
- art. 89:
suspensão
condicional do
processo
Juizados Especiais Criminais. Duas
partes
Representação e lesão corporal leve
- Exigência de representação para a lesão leve
mulher agredida deseja a ação criminal não deseja a ação criminal vergonha medo proteção da família dependência econômica dependência psicológica -crença na “recuperação” do marido - descrédito na Justiça
Representação e lesão corporal leve
Exigência Exigência Exigência Exigência
. mulher que deseja a . mulher que deseja a . mulher que deseja a . mulher que deseja a aaaaçççção criminal tem que ão criminal tem que ão criminal tem que ão criminal tem que agir, indispondo agir, indispondo agir, indispondo agir, indispondo----se se se se contra o marido contra o marido contra o marido contra o marido agressor agressor agressor agressor . possibilidade de a . possibilidade de a . possibilidade de a . possibilidade de a mulher vir a sofrer mulher vir a sofrer mulher vir a sofrer mulher vir a sofrer coa
coa coa
coaçççção para se retratar ão para se retratar ão para se retratar ão para se retratar (at
(at (at
(atéééé o recebimento da o recebimento da o recebimento da o recebimento da den
den den
denúúúúncia)ncia)ncia)ncia)
Não exigência Não exigência Não exigência Não exigência . exposi . exposi. exposi
. exposiçççção da vida ão da vida ão da vida ão da vida ííííntima/ privada da ntima/ privada da ntima/ privada da ntima/ privada da mulher e da fam mulher e da fammulher e da fam
mulher e da famíííílialialialia . conseq
. conseq. conseq
. conseqüüüüências para o ências para o ências para o ências para o marido que atingem
marido que atingem marido que atingem marido que atingem mulher e fam
mulher e fammulher e fam
Constitucionalidade da Lei
princípio da igualdade (sentido material)
Cultura machista; cultura patriarcal; relações de poder; formas de subjugação; pólos de dominação e de
submissão X
Maior vulnerabilidade da mulher em situação de violência
uma questão de gênero e não de sexo
Limite da Lei: oriunda de uma questão de gênero, e somente nas situações que configure uma violência doméstica ou familiar
Uma questão de gênero e não de sexo
questão de gênero x questão de sexo
Art. 5º. Para os efeitos dessa Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero.
§§§§ único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Constitucionalidade da Lei
enfoque multidisciplinar da Lei Maria da Penha
preventivo, psicossocial e punitivo
a violência doméstica é distinta de outras violências Principais características da violência doméstica
(1)hierarquia de gênero
(2) relação de conjugalidade ou afetividade entre as partes: (3) habitualidade da violência - ciclo da violência
(a) construção da tensão, chegando à (b) tensão máxima e finalizando com a (c) reconciliação.
Constitucionalidade da Lei
A Lei proporciona instrumentos que possam ser utilizados pela mulher vítima de agressão ou de
ameaça, tendente a viabilizar uma mudança subjetiva que leve ao seu EMPODERAMENTO
disposições dirigidas ao agressor, no sentido de também nele criar novas subjetividades, consoantes com práticas que propiciem relações igualitárias com o sexo feminino. ¥
Convencionalidade da Lei
Tratados internacionais citados no preâmbulo - Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher – CEDAW, ratificada pelo Brasil em 1984
- Convenção de Belém do Pará, ratificada no ano de 1995.
Ao ratificar a Convenção de Belém do Pará, o Brasil comprometeu-se a “incluir em sua legislação interna normas penais, civis e administrativas, assim como as de outra natureza que sejam necessárias para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher e adotar as medidas administrativas apropriadas que venham ao caso” (art. 7.º, c).
Convencionalidade da Lei
Recomendação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos
RELATÓRIO N°°°° 54/01, CASO 12.051, MARIA DA PENHA MAIA FERNANDES 4 de abril de 2001
Possui efeito vinculante para o Estado (princípio da boa-fé)
http://www.radio.uol.com.br/#/busca/musica/Regra 3 http://www.radio.uol.com.br/#/busca/musica/Regra 3 http://www.radio.uol.com.br/#/busca/musica/Regra 3 http://www.radio.uol.com.br/#/busca/musica/Regra 3 Regra 3 Regra 3Regra 3 Regra 3 Baden Powell,Carlos Lyra,Mi Baden Powell,Carlos Lyra,MiBaden Powell,Carlos Lyra,Mi
Baden Powell,Carlos Lyra,Miúúúúcha e Toquinho cha e Toquinho cha e Toquinho cha e Toquinho Vivendo Vinicius ao Vivo
Vivendo Vinicius ao Vivo Vivendo Vinicius ao Vivo
Regra 3
Composi Composi Composi
Composiçççção: Vinicius de Moraes / Toquinho ão: Vinicius de Moraes / Toquinho ão: Vinicius de Moraes / Toquinho ão: Vinicius de Moraes / Toquinho
Tantas você fez que ela cansou Porque você, rapaz
Abusou da regra três Onde menos vale mais
Da primeira vez ela chorou Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes no seu penar Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa de perdoar Tem sempre o dia em que a casa cai
Pois vai curtir seu deserto, vai. Mas deixe a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza quiser entrar E uma bebida por perto