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Efeitos da erosão acelerada em vertentes na sequência de incêndios florestais *

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Efeitos da erosão acelerada em vertentes na

sequência de incêndios florestais

*

Introdução

Este trabalho resulta, essencialmente, da condensação de dois estudos anteriores (L. LOURENÇO, 1988-a e 1988-b) em que se analisaram alguns casos

de intensificação da erosão, na sequência das chuvas caídas após a destruição da vegetação provocada por incêndios florestais.

A falta da vegetação ao permitir o embate directo das gotas de água da chuva contra o solo, aumenta os efeitos da chamada erosão por salpicos. A inexistência de vegetação reduz, ainda, as taxas de infiltração e, ao mesmo tempo, aumenta os coeficientes de escoamento superficial, deixando assim disponível uma maior quantidade de água para poder erosionar a superfície topográfica.

Em termos de erosão dos solos, as consequências dos incêndios florestais não se reduzem, apenas, aos efeitos do desmantelar dos próprios solos. Além do arranque do material, a erosão implica o transporte dos detritos e a sua posterior deposição. Assim sendo, os efeitos da erosão têm que ser analisados sob uma perspectiva tricotómica, ou seja, considerar erosão, transporte e acumulação como diferentes fases de um único e complexo processo, a evolução das vertentes.

A actuação conjunta dos diferentes processos erosivos tem por objectivo a regularização natural das vertentes, cujo equilíbrio dinâmico é, muitas vezes, posto em causa pelo homem. Normalmente, quando isso sucede, a actuação dos processos morfogenéticos é grandemente acelerada, em especial na sequência das chuvadas caídas após a destruição da vegetação pelos incêndios florestais ou depois dos trabalhos de preparação de terrenos para a reflorestação.

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Os exemplos que se analisam reportam-se a duas situações diferentes. A primeira delas, tem em conta a evolução acelerada das vertentes, produzida pelas primeiras chuvas caídas depois do incêndio, evolução que pode ser considerada normal nestas circunstâncias. A segunda, refere-se a uma situação menos frequente que, como sucedeu, se pode registar mesmo decorrido algum tempo depois do fogo e que se refere a situações excepcionais, provocadas por precipitações abundantes e concentradas.

Os casos analisados foram extraídos duma área onde, de 13 a 20 de Setembro de 1987, lavrou um violento incêndio que reduziu a cinzas cerca de onze mil hectares de floresta e mato nos concelhos de Arganil e de Oliveira do Hospital.

Metodologia

O estudo dos diferentes exemplos analisados iniciou-se sempre por reconhecimentos de campo que permitiram mostrar a existência, ou não, da intensificação da erosão. Ao mesmo tempo, possibilitaram também localizar exactamente as situações detectadas e, ainda, avaliar a sua extensão.

A fim de obtermos uma visão de conjunto, sobrevoámos de helicóptero toda a área afectada. Tanto durante o voo como durante os trabalhos de campo, recolheram-se imagens dos factos mais salientes através de câmaras fotográficas e de vídeo.

Para análise de algumas situações concretas, recolhemos relatos minuciosos das pessoas que assistiram a esses acontecimentos ou que foram comprovados indirectamente após a sua ocorrência.

Já no gabinete, para melhor compreender os mecanismos que terão contribuído para acelerar os processos morfogenéticos, determinámos declives das vertentes (F. REBELO e A. CAMPARDE ALMEIDA, 1986), analisámos tipos de

tempo (L. CUNHA, 1983), calculámos o valor de algumas das áreas mais

afectadas e, simultaneamente, procedemos à análise morfométrica das bacias de drenagem nelas comprometidas (L. LOURENÇO, 1986-a). Por fim,

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Evolução das vertentes após as primeiras chuvas

As vertentes apresentam, na generalidade das serras de xisto, uma delgada cobertura de materiais detríticos, resultante da alteração das próprias rochas, motivo porque estas só raramente afloram à superfície.

Contudo, as grandes formas naturais de deposição observadas nessas serras ocorrem, em regra, na base das vertentes, onde as roturas de declive favorecem a acumulação dos materiais que preencheram completamente muitos dos valeiros serranos, acabando por regularizar algumas das vertentes tornando-as praticamente rectilíneas.

A maioria desses depósitos foram formados à medida que as vertentes se iam afeiçoando, em climas muito diferentes dos actuais. Esses depósitos têm--se conservado ou têm evoluido muito lentamente, mercê da protecção que, em parte, a vegetação lhes oferece. Quando esta desaparece, queimada pelos incêndios florestais, aqueles são destruídos, pelo menos em parte e seriam levados para os plainos aluviais de nível de base, geral ou local, se o homem, mais uma vez, não criasse roturas de declive artificiais propícias à deposição desses detritos.

Verificou-se que alguns dos efeitos erosivos são particularmente significativos nas áreas queimadas mais do que uma vez. Tal facto fica a dever--se a que quando ocorreu o primeiro fogo, os pinheiros mantiveram os seus troncos e grande parte dos ramos que reduziram o impacto directo das gotas da chuva. Por outro lado, uma parte significativa das folhas não costuma ser totalmente consumida pelo fogo. Assim, ao caírem, acabam por permanecer sobre o solo, travando o arrastamento das partículas minerais e, deste modo, dificultam a acção erosiva, acabando por atenuar os seus efeitos.

Quando se trata de áreas queimadas pela segunda vez, num curto espaço de tempo, as árvores não tiveram tempo para se desenvolverem e como, após o incêndio, todos os arbustos ficam completamente reduzidos a cinzas, nada pode impedir a actuação das forças erosivas. É nestas circunstâncias que os diferentes processos erosivos actuam mais vigorosamente e é quando os seus efeitos ficam mais marcados na paisagem, especialmente quando os valores da precipitação, caída imediatamente após o incêndio, são superiores aos valores normais para a época.

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Foi precisamente o que sucedeu com o incêndio de Arganil/Oliveira do Hospital, cuja área, em grande parte, já tinha sido queimada em anos anteriores. Também a chuva que contribuiu para a sua extinção, continuou a cair nos dias seguintes tendo-se registado em Coimbra, nos oito dias posteriores ao incêndio, 145,5 mm, ou seja, em oito dias caíram mais de 97,9 mm do que o valor normal para todo o mês de Setembro (1951-80). Outubro continuou com muita pluviosidade, 201,4 mm, registando-se mais de 106,1 mm do que o valor normal no período acima referido.

Em função destes quantitativos anormais de precipitação, da sua posterior manutenção e da total destruição da vegetação, uma grande parte da área percorrida por este incêndio, já antes reduzida a cinzas, acabou por ser terrivelmente erosionada.

A intensificação da actuação dos processos erosivos na sequência dos incêndios florestais começou, normalmente, nos locais onde houve intervenção antrópica. O caso mais frequente relacionou-se com a abertura de estradas e caminhos para acesso à mata ou construídos exclusivamente para extracção das madeiras queimadas e que, muitas vezes, foram abertos completamente ao acaso.

O carácter precário destes últimos, ou a falta de meios em relação aos primeiros, levam a que sejam descuradas algumas das infraestruturas fundamentais para atenuar os efeitos erosivos. Assim, a não construção de valetas e dos correspondentes aquedutos origina a destruição das bermas assentes sobre os aterros e, algumas vezes, conduz mesmo à completa destruição dos caminhos, como nos foi dado observar nalgumas linhas de água onde essas infraestruturas não foram tidas em conta.

Mas, mesmo quando existem, nem sempre se revelam suficientes para evitar os efeitos da acumulação dos detritos que, por sua vez, ao obstruirem as valetas, levam a que a água circule na estrada, desgastando o pavimento e destruindo a própria berma.

O processo de destruição e entulhamento dos caminhos e estradas florestais é simples, constituindo uma das fases de regularização das vertentes que tende a repor o perfil de equilíbrio, anterior à sua abertura, como se representa esquematicamente na fig. 1.

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Fig. 1 - Representação simplificada da evolução das vertentes nas proximidades das estradas e caminhos florestais.

A - Situação inicial da vertente, antes da abertura da estrada; B - Perfil da vertente, após a construção da estrada;

C - Rápida evolução do perfil da vertente provocada pelas águas pluviais depois de lhe ser retirada toda a vegetação.

1 - Erosão e transporte de material, a montante da estrada; 2 - Deposição desse material na estrada;

3 - Erosão na berma da estrada;

D - Perfil regularizado para que tenderia a evolução natural da vertente se, entretanto, o homem não interviesse.

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Na parte situada a montante da estrada dá-se erosão e transporte de material (fig. 1-A). A rotura de declive criada pelo talude e facilitada pelo contra declive da valeta, acaba por levar à deposição de grande parte desse material na própria estrada (fig. 1-B).

Concomitantemente, a água que atravessou o caminho ataca a berma, muitas vezes assente sobre aterros, iniciando o seu desmantelamento (fig. 1-C). Esse processo, a não ser interrompido pelo homem, terminará quando se alcance um perfil de equilíbrio, próximo do inicial (fig. 1-D).

As situações mais frequentes ocorrem, pois, ao longo das estradas e dos caminhos florestais que, através de aterros e desaterros, interrompem o declive natural da vertente e levam à deposição do material oriundo da parte superior. Frequentemente, formam-se sobre as valetas, na base dos desaterros, pequenos cones de dejecção que, consoante aumentam de volume, coalescem, unindo-se uns aos outros e tendendo a repor o equilíbrio natural da vertente se, entretanto e uma vez mais, o homem não intervier retirando os materiais acumulados.

O reduzido diâmetro de algumas das infraestruturas, em particular dos aquedutos, bem como o seu fraco declive, podem contribuir para agravar, ainda mais, os efeitos da erosão. Muitas vezes, foram dimensionados para apenas escoarem caudais normais, as afluências de vertentes cobertas de vegetação, quando se deveria ter considerado também o aumento brusco que o módulo bruto sofre sempre que essa vegetação é totalmente destruída pelo fogo. Nestas circunstâncias, associado ao próprio aumento de caudal, a corrente pode transportar restos de vegetação a até troncos de árvores que acrescem as possibilidades de obstrução dos referidos aquedutos.

Uma das situações mais complexas, vividas na sequência das primeiras chuvas caídas após o incêndio, foi a provocada pela ribeira do Vale Moleiro, a nascente da povoação do Vale do Carro, onde cortou a estrada que de Coja vai para Esculca (fig. 2), deixando esta localidade sem qualquer tipo de acesso automóvel.

O afluxo de água e de carga sólida transportadas pela ribeira foram superiores ao dimensionamento das manilhas nela colocadas para o efeito pelo que, não as podendo escoar na totalidade, levaram à formação de um regolfo a montante das mesmas (fig. 2-A). Segundo testemunhas locais a corrente chegou mesmo a galgar a estrada (fig. 2-C), facilitando a sua destruição.

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Fig. 2 - Reconstituição provável dos acontecimentos que levaram ao corte da estrada Coja-Esculca.

A - Situação inicial, normal antes do incêndio; B - Formação do regolfo, por as manilhas não conterem o caudal da ribeira; C - A ribeira galga a estrada, contribuindo para a sua destruição;

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A constituição do regolfo fez diminuir a competência da corrente, por perda de declive e, consequentemente, de velocidade, conduzindo à deposição de parte substancial da carga transportada.

A camada de lama abandonada a montante da estrada, sobre os campos cultivados, era constituída essencialmente por silte e argila que, nalguns locais, apresentava espessura superior a 20 cm. Este depósito parecia possuir, a avaliar pela coloração acinzentada, uma importante fracção constituída por cinza que, no entanto, as análises efectuadas não permitiram confirmar na totalidade.

Outra situação também e que, do mesmo modo, conduz à deposição de detritos é devida à construção de barragens nos leitos dos principais rios serranos. A formação das respectivas albufeiras cria roturas de declive na superfície molhada que, por sua vez, originam a deposição de grande parte dos materiais carreados pela corrente.

Desses materiais, os mais grosseiros, normalmente transportados por arrastamento, juntamente com grande parte das partículas de maior dimensão, transportadas em suspensão, são abandonados logo à entrada da albufeira contribuindo para um rápido acréscimo dos derrames deltaicos sublacustres, de montante. Os detritos mais finos, por permanecerem mais tempo em suspensão, espalham-se um pouco por toda a albufeira, podendo mesmo, quando de dimensão muito reduzida, ser descarregados, o que equivale a transporem a barragem para jusante (fig. 3).

Fig. 3 - Esquema típico da acumulação de sedimentos em albufeiras de regularização. Estão nesta situação a maior parte das albufeiras serranas cujo assoreamento natural é grandemente agravado

pelos incêndios florestais (Extraído de LENCASTRE E FRANCO, 1984, p. 377).

DESCARGA DE FUNDO DESCARGA DE

MEIO FUNDO ÁGUA RELATIVAMENTE LIMPA

DETRITOS FLUTUANTES

AFLUÊNCIAS COM SEDIMENTOS

DELTA

FUNDO DA ALBUFEIRA CORRENTE DE DENSIDADE

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A grande quantidade de detritos provenientes da evolução das vertentes imediatamente após os incêndios e, depois, da erosão dos solos preparados para a reflorestação contribui para reduzir substancialmente o volume dessas albufeiras e, ao mesmo tempo, diminui-lhes a própria vida útil. É evidente que o dimensionamento das albufeiras faz-se para condições normais de evolução das vertentes. Sempre que essas condições se alteram, os transportes sólidos podem aumentar significativamente e, nessas circunstâncias, o volume morto das albufeiras é preenchido com sedimentos muito mais depressa do que fora previsto, acabando assim por encurtar a vida útil prevista para o funcionamento dessas barragens.

Outra actividade humana que também muito facilita a acção erosiva das águas é a preparação dos terrenos para reflorestação, especialmente quando é feita por processos mecânicos que envolvem a utilização de máquinas muito pesadas. É o caso das limpezas com lâmina e das gradagens, a que normalmente se associam as ripagens que criam os sulcos onde se farão as plantações. A consequente movimentação dos solos e o remeximento das camadas rochosas mais superficiais deixam grandes quantidades de partículas minerais e de pequenos fragmentos de rocha disponíveis para posterior mobilização pelas águas pluviais.

O trabalho executado pelas máquinas faz com que fiquem desagregadas, em poucas horas, muitas toneladas de material coeso. Se essa desagregação fosse feita pelos processos naturais de crioclastia e de termoclastia, em especial através das alterações introduzidas pela acção do gelo-degelo, as mais frequentes nestas áreas nas actuais condições climáticas, seriam necessários alguns milhares de anos para que estas toneladas de material pudessem ser preparadas. O homem acelera, pois, muito rapidamente o que os processos naturais levariam longo tempo a executar.

Outro exemplo de como o homem, conscientemente ou sem dar-se conta, contribui para o intensificar da erosão ocorreu quase um ano depois do incêndio. Embora a aceleração da erosão tivesse sido originada por processos naturais, uma grande chuvada concentrada num curto espaço de tempo caída sobre vertentes desprovidas de vegetação, não teria tido consequências tão catastróficas se o homem, desta vez encanando linhas de água, não tivesse

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actuado. Os acontecimentos registados na sequência dessa forte chuvada ilustram como, mesmo depois de um período relativamente longo após o incêndio, a erosão das vertentes ainda pode ser intensificada como sequência daquele. Será essa situação que passaremos a analisar.

Evolução das vertentes na sequência da tempestade do dia 23 de Junho de 1988

O mês de Junho de 1988 foi muito propício à ocorrência de trovoadas na Região Centro que, frequentemente, foram acompanhadas por intensas bátegas de água caídas, por vezes, em intervalos de tempo muito curtos, como sucedeu no dia 23, nas cabeceiras da ribeira de Pomares.

A situação sinóptica relativa a esse dia apresentava-se com uma depressão em altitude que, em grande parte, terá sido responsável pelo estado de tempo que se fez sentir à superfície e que, de acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, apresentou períodos de céu muito nublado, vento geralmente fraco, aguaceiros e trovoadas em especial nas regiões do Norte e Centro, a partir da tarde.

Conscientes de que alguns destes fenómenos são extremamente localizados, mas atendendo a que na área afectada não existia nenhuma estação climatológica, tomámos para termo de comparação as estações mais próximas do local: Coimbra, Penhas Douradas, Rego da Murta e Castelo Branco. Verificou-se que, em termos médios, tanto o valor das precipitações como o número de dias em que ocorreram foram muito superiores aos valores normais do mês de Junho. O mesmo sucedeu com o número de dias em que se registaram trovoadas (QUADRO I).

Uma análise mais detalhada, feita aos valores diários de Junho de 1988, mostra que o dia 23 registou trovoada nas Penhas Douradas e em Coimbra, onde os valores das precipitações também foram elevados, 33 e 18 mm, respectivamente, embora, com certeza, tenham sido bem superiores na área em estudo.

A pluviosidade voltou a ser intensa no dia 25 nas Penhas Douradas, 37 mm (QUADRO II), como também sucedeu na Sorgaçosa, mas foi mais espaçada no

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tempo e “encontrou o caminho livre”, pelo que já não causou tantos prejuízos e teve acção erosiva menos preponderante.

Considerando que o temporal desabou com mais intensidade sobre a área compreendida entre o Cabeço da Chama e a Lomba da Malhada do Pai, com especial incidência sobre o Cabeço da Sorgaçosa, admitindo que terão chovido mais de 12 mm do que nas Penhas Douradas(1) e imaginando essa precipitação

homogeneamente distribuída sobre as superfícies mais duramente atingidas que, por planimetragem, estimámos em cerca de 12,5 km2, teriam caído sobre

elas, durante uma hora, mais de 560 mil metros cúbicos de água, o que equivale a cerca de dez mil metros cúbicos por minuto.

O escoamento deste caudal implicou um considerável aumento da altura da água das ribeiras, obrigando-as a transbordar e a inundar os campos marginais. Os caudais afluiram na quase totalidade à ribeira de Pomares, a jusante da confluência da ribeira da Moura com a do Sobral (fig. 4), onde a cheia foi particularmente sentida e onde causou enormes prejuízos.

Fonte: Normais climatológicas do Continente, Açores e Madeira correspondentes a 1931-60”, Clima de Portugal, fasc. XIII, S.M.N., Lisboa, 1965; Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, Lisboa (1988).

QUADRO I - Valores normais (1931-60) e valores observados em 1988,

relativos ao mês de Junho

1 Este quantitativo é equivalente ao valor horário extremo da precipitação desde sempre registada em

Coimbra, 45 mm. É bem provável que tenha sido alcançado no dia 23 de Junho porque se encontra 700 metros mais elevada do que em Coimbra.

Estação e Período Precipitação Número de Dias Trovoada (mm) ž 0,1 mm ž 1 mm ž 10 mm N.º de Dias Coimbra 1931-60 1988 1931-60 1988 1931-60 1988 1988 1931-60 Penhas Douradas Rego da Murta Castelo Branco 37,7 8 16 8 152,6 66,8 254,7 32,0 155,0 22,3 12,2 -1 5 2 5 14 3 -4 6 6 -3 18 14 1 5 18 5 1 8 2 3 10 2 -2 7 15

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PD - Penhas Douradas; CO - Coimbra; CB - Castelo Branco; RM - Rego da Murta. Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica.

QUADRO II - Valores diários da precipitação e observações de trovoada, no

mês de Julho de 1988, no Centro de Portugal

A quantidade de água transportada pela ribeira de Pomares foi tão importante que, na confluência, “empurrou” o rio Alva, de água límpida, contra a margem direita e, como se isso não bastasse, as águas turvas e barrentas da ribeira de Pomares espraiaram-se à vontade, inundando a praia fluvial de Avô. A cor das águas, na confluência da ribeira de Pomares com o rio Alva, em Avô, permite inferir a importância deste temporal e confirmar a sua localização numa área restrita, as cabeceiras da bacia hidrográfica da ribeira de Pomares.

A superfície afectada pela tempestade integra-se na margem esquerda da bacia hidrográfica do rio Alva e desenvolve-se pelas sub-bacias das ribeiras de Pomares, de Aldeia e do Avelar, drenando esporões que arrancam da vertente Norte da serra do Açor (L. LOURENÇO, 1986-a).

A parte mais duramente atingida, situa-se no sector intermédio da ribeira

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 22,0 4,0 14,0 10,0 0,1 28,0 11,0 6,0 0,0 0,0 24,0 0,0 33,0 0,4 37,0 0,0 0,0 2,0 13,0 19,0 2,0 13,0 2,0 6,0 4,0 22,0 9,0 -0,0 0,0 6,0 0,0 18,0 0,0 6,0 0,0 -7,0 15,0 4,0 5,0 1,0 21,0 6,0 3,0 9,0 4,0 0,3 0,0 -12,0 -3,0 0,1 -17,0 0,2 0,0 19,0 10,0 -* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * -Dia PD CO CB RM PD CO CB RM

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de Pomares, seguindo um alinhamento definido pelas barrocas das Sobreiras, da Sorgaçosa, ribeira do Espinho e barroca das Fontes. Um segundo núcleo, de menor dimensão mas também severamente castigado, localiza-se nas cabeceiras das ribeiras de Aldeia e do Avelar, a Ocidente e a Norte da Lomba da Malhada do Pai (fig. 4).

Estas bacias hidrográficas encontram-se limitadas pelos esporões mais importantes que, para Norte, se destacam da serra do Açor. Entre eles ou constituindo suas digitações, encontram-se outros de menor significado que individualizam algumas sub-bacias fluviais.

De modo geral, as vertentes apresentam declives acentuados e a sua análise estatística mostrou que, nas três bacias hidrográficas em estudo, mais de 95% das vertentes possuem declives iguais ou superiores a 16%, mais de 85% têm declives iguais ou superiores a 24% e mais de 65% das vertentes desenvolvem-se com declives iguais ou superiores a 32%, desenvolvem-sendo a clasdesenvolvem-se dominante aquela que compreende os declives situados entre 32 e 39,9%, abrangendo mais de 30% do total das vertentes (L. LOURENÇO, 1988b, p. 49).

A análise morfométrica da rede de drenagem (CHRISTOFOLETTI, 1969 e

STRAHLER, 1981) veio confirmar as desigualdades detectadas numa simples

análise quantitativa. A área da bacia hidrográfica da ribeira de Pomares, com cerca de 45 Km2, supera em muito a superfície das bacias das ribeiras de Aldeia

e do Avelar, com perto de 6 e 8 Km2, respectivamente, pelo que a actuação

mais vigorosa dos agentes erosivos nessa bacia, não será de admirar.

Do ponto de vista linear, a rede fluvial apresenta, logicamente, um grau hierárquico mais elevado na ribeira de Pomares, de ordem 5, do que nas ribeiras de Aldeia e do Avelar, ambas de ordem 4. relativamente ao número e ao comprimento dos canais passa-se, naturalmente, por uma situação semelhante. Tanto o número de segmentos, como o seu comprimento, são muito superiores na ribeira de Pomares (L. LOURENÇO, 1988b, p. 51).

Mas, porque o número dos canais de ordem um depende, fundamentalmente, das características físicas da bacia de drenagem, os valores obtidos reflectem essas características. Assim, os baixos valores encontrados traduzem características adversas à formação de canais elementares. Com efeito, trata-se de vertentes moldadas em rochas impermeáveis ou de

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permeabilidade reduzida, com declives acentuados, onde a água das chuvas, muitas vezes proveniente de aguaceiros violentos, começa por se escoar em lâmina de água mas que, depois, rapidamente se concentra. Nestas circunstâncias, a frequência dos talvegues elementares é reduzida pelo que as densidades hidrográficas são baixas, ao mesmo tempo que os coeficientes de escoamento e, por conseguinte, os de torrencialidade apresentam valores importantes.

A torrencialidade das bacias hidrográficas é um dos índices de maior cunho geográfico, com particular significado em bacias hidrográficas pequenas, como as analisadas, onde existe uma certa homogeneidade das características físicas (L. VIVAS, 1966). Obtem-se multiplicando a densidade hidrográfica pela

densidade de drenagem e é tanto maior quanto menor for o valor do índice obtido. Nos casos em análise obtiveram-se coeficientes de torrencialidade elevados (Avelar - 31,8; Pomares - 47,4 e Aldeia - 47,7), particularmente na ribeira do Avelar, devidos sobretudo aos acentuados declives das suas cabeceiras.

Se as características físicas destas bacias hidrográficas favorecem, de modo geral, a ocorrência de cheias, após a destruição da vegetação pelo incêndio florestal essa tarefa ficou ainda mais facilitada. Assim, não é de admirar que uma tempestade, acompanhada de trovoada e de chuvas intensas, tenha originado uma cheia e, mais do que isso, que na sua passagem, as águas concentradas tenham erosionado profundamente as vertentes e os solos dos campos por onde passaram. A carga sólida arrancada e transportada foi de tal modo importante que, nalguns locais, modificou completamente a topografia dos leitos quer entulhando poços profundos, pontões, represas, azenhas, quer ficando simplesmente abandonada sempre que a velocidade da corrente diminuia.

A deposição de materiais teve consequências mais gravosas nos locais onde antes, como referimos, tinha havido intervenção antrópica. Alguns dos canais artificiais construídos pelo homem (valados, barrocos) ao ficarem entulhados ou obstruídos com troncos, obrigaram as águas a transbordar sobre os diques de protecção, o que levou ao seu rebentamento e, depois, à erosão dos campos que o homem construira para cultivar. Noutros casos, as águas abandonaram sobre os campos a carga sólida que transportavam, deixando-os da mesma maneira impróprios para a agricultura.

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chegando mesmo a ser intransitáveis e, por vezes, até foram completamente cortados nas linhas de água.

Os efeitos de destruição foram mais ou menos generalizados em toda a área afectada. Não só foram destruídas culturas em quase todos os campos situados nas margens da ribeira de Pomares, entre o Sobral Magro e Avô, mas também alguns deles ficaram praticamente irrecuperáveis.

No entanto, os casos mais espectaculares ocorreram, como vimos, nas situações em que a intervenção antrópica, processada haverá entre 100 e 200 anos, modificou a evolução natural das vertentes, através da construção de diques, para desvio das linhas de água que, entretanto, passou a utilizar como solos aráveis, as “quelhadas”(2).

Mas, o homem não satisfeito com as suas “quelhadas”, continuou a alterar o equilíbrio das vertentes abrindo estradas, caminhos e, sem que o soubesse, chegando mesmo a construir casas nas linhas de água.

Aconteceu que as vertentes “resolveram retomar” a sua evolução natural e as consequências dessa atitude não se fizeram esperar. Os efeitos de destruição foram mais espectaculares onde as águas rebentaram uma maior quantidade de diques(3), o que sucedeu nas imediações da Sorgaçosa e do Espinho.

Além disso, na Sorgaçosa, a enxurrada rebentou o rés-do-chão de uma casa, soterrou parcialmente uma camioneta de distribuição de refrigerantes que parara no largo para fazer descarga e arrancou do seu lugar um pontão de betão, com nove metros de comprimento, transportando-o umas dezenas de metros para jusante, deixando-o meio soterrado. No Agrual foi o pilar da ponte que não suportou a fúria das águas e cedeu, ficando inclinado. Em Pomares, a cheia afectou o campo de futebol e as piscinas e também abalou uma ponte do século XVII. Por fim, em Avô, levou uma ponte pênsil.

2 Designação local para os socalcos.

3 A maior parte dos diques rebentou por falta de limpeza. A diminuição da população e o consequente

abandono de muitos campos levou a que fossem descuidadas ou até mesmo abandonadas algumas normas de limpeza, tanto na mata como nas linhas de água naturais e artificiais que os contornam. As consequências desastrosas desse procedimento têm sido por demais evidentes no caso da floresta, dado que facilitam extraordinariamente a progressão dos incêndios ao mesmo tempo que dificultam o seu combate. Nas linhas de água surgem esporadicamente, aquém e além, alguns indícios de como a falta de limpeza dos canais fluviais pode produzir efeitos catastróficos, em especial no que concerne à erosão dos campos que as marginam.

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Fig. 4 - Esboço de localização da área afectada pelo incêndio de Setembro de 1987 e pela tempestade de Junho de 1988.

1. limite da área queimada; 2. área afectada pelo temporal de Junho; 3. área onde os efeitos erosivos mais se fizeram sentir.

N 1 2 3 4 0 m Q uilometr os 1000 m 500 m Escala G ráfica E

quidistância das cur

vas de nív el = 50 metr os 3 2 1

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Conclusão

A aceleraração da erosão em consequência dos incêndios florestais ficou a dever-se, essencialmente, à falta de vegetação.

É bem conhecido o papel que não só as copas das árvores, mas também as coberturas arbustivas e herbáceas e, ainda, a própria manta morta desempenham na intercepção da precipitação. Ao reduzirem a energia cinética das gotas de água da chuva, antes de estas atingirem a superfície, contribuem para o decréscimo da sua acção erosiva sobre os solos.

De facto, se tivermos em conta que grande parte da energia cinética de cada gota de água da chuva ou é absorvida pela vegetação ou, quando a cobertura vegetal não existe, é utilizada para desagregar a estrutura dos solos, compreende-se melhor porque é que, no essencial, atribuímos os efeitos desta tempestade à inexistência de vegetação e porque damos especial relevo ao importante papel que esta desempenha como atenuante dos efeitos erosivos, particularmente daqueles que são provocados pelas chuvas intensas.

Assim, como os solos se encontravam desprovidos de vegetação, sobretudo arbustiva, o embate directo da água das gotas da chuva gerou, sobre eles, a chamada erosão por salpicos, ou seja, levantou pequenas quantidades de matéria orgânica e de partículas minerais que ficaram disponíveis para serem transportadas.

A resistência ao escoamento, provocada pelo atrito que as águas pluviais sofreriam ao escorrer pela vegetação, também foi eliminada com a falta desta, logo, a retenção ou, pelo menos, o retardamento do escoamento dessas águas diminui e, concomitantemente, reduziu-se a infiltração.

Mas, a falta de vegetação, só por si, não acelera a erosão. São também necessários quantitativos elevados de pluviosidade e, de preferência, concentrados no tempo.

A situação ideal para aumentar a intensidade da actuação dos processos morfogenéticos resulta da conjugação da falta de vegetação com a ocorrência de precipitações abundantes e concentradas e, ainda, com a existência de fortes declives o que, nas serras, se verifica frequentemente depois da ocorrência de incêndios florestais.

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Nestas circunstâncias, o escoamento inicial começou por se fazer em lâmina de água, mas rapidamente passou a ser difuso e à medida que se foi organizando, concentrou-se nas linhas de água. Os efeitos erosivos destes tipos de escoamento foram, naturalmente, diferentes. A erosão por salpicos dependeu, essencialmente, da velocidade e da massa da gota de água, enquanto que a acção erosiva duma lâmina de água deveu-se, sobretudo, à sua altura e ao declive da vertente sobre que se deslocou.

Como os declives das vertentes são muito elevados, estiveram reunidas as condições ideais para que os agentes erosivos nelas actuassem com toda a sua intensidade. Conforme o escoamento se foi tornando mais organizado, tanto o volume de água escoado como a quantidade de materiais transportados, a carga sólida, foram aumentando considerável e progressivamente, crescendo com eles o poder erosivo das correntes.

Deste modo, os processos morfogenéticos começaram por actuar nas vertentes, arrancando-lhes a sua parte mais superficial, normalmente constituída por solos pouco profundos. À medida que as águas se foram concentrando, os caudais - líquido e sólido - aumentaram e, ao mesmo tempo, a força viva das correntes foi crescendo, pelo que os efeitos erosivos mais visíveis, onde a intensidade de actuação dos agentes foi maior, foram provocados pelas águas concentradas nas ribeiras da Sorgaçosa, do Espinho e de Pomares.

Agradecimento

O autor deseja exprimir o seu vivo agradecimento ao Prof. Doutor Padre António Nogueira Gonçalves pela disponibilidade e pela maneira cordial e afável com que sempre nos recebeu na sua casa da Sorgaçosa, bem como ao senhor José Maria Diogo que, também na Sorgaçosa, nos conduziu aos locais onde os efeitos erosivos foram mais surpreendentes.

Aos Profs. Doutores Fernando Rebelo e Domingos Xavier Viegas, agradece o incentivo e o acompanhamento dados durante a realização deste estudo.

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quantitativa da rede fluvial e ao Dr. António Afonso Pinheiro Gonçalves o empenho e o esforço colocados na obtenção das fotografias tiradas durante a cheia. Aos fotógrafos amadores que as obtiveram bem como ao senhor Francisco Cruz, Director da Comarca de Arganil, agradece a cedência de fotografias.

Ao motorista, senhor António Bento Ferreira e ao operador de câmara vídeo, Carlos Alberto Silva, fica grato pelos trabalhos realizados e pela companhia efectuada durante as jornadas em que se procedeu ao trabalho de campo. A Fernando Coroado e a Victor Hugo Fernandes agradece a execução das figuras.

Por fim, dado que os trabalhos que lhe serviram de base se inserem no Projecto de Investigação sobre Incêndios Florestais, em curso no Grupo de Mecânica dos Fluidos da Universidade de Coimbra, agradece-se às diversas entidades que o subsidiam e em especial às que nele intervieram mais directamente: Comissão Nacional Especializada de Fogos Florestais, Serviço Nacional de Bombeiros, Força Aérea Portuguesa, Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica e Instituto Geofísico da Universidade de Coimbra.

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Referências

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