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FACULDADE DO RECIFE

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"".-JORNAL ACADÊMICO

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SCIENCIA, PÁTRIA E LIBERDADE !

SOB A DIRECÇAO DO

ACADÊMICO JOSÉ FIEL DE JESUS LEITE

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ÍNDICE

DAS MATÉRIAS CONTIDAS NESTE NUMERO

íntroducçao, pelo Sr. Conselheiro Autran. Parte Official

Christianismoemtudo, pelo Sr. Dr. Aprigio Guimarães. . ... ... . Placito Regio, pelo Sr. Dr. J. Liberato . .

Direito Civil, pelo Sr. A.. M. Lapemberg.

Conciderações sobre a gUERRA, pelo Sr. Firmino Licinio da Silva Soares Carta (primeira) por Tycho-Brabe

Nosso adeos, pelo Sr. Catão G. de Castro. . , . ... . . ¦¦¦>. . A cruz do ermo, pelo Sr. Barros Júnior

Revista da quinzena, por J. FieJ. .... . .

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FACULDADE

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JORNAL ACADÊMICO

SCIENCIA, PÁTRIA E LIBERDADE !

I iitrodiicçao.

A imprensa, quando se limita a

deserívoí-ver e fortalecer a intelligencia, a constituir ou consolidar a moralidade dos indivíduos, das classes e das populações, é sem duvida nen-huma o mais poderoso vehiculo de progresso e de civilisação para um povo.

Compenetrados desta verdade, alguns estu-dantes do quinto, anno desta Faculdade de Di-reito assentaram em dar á luz, de quinze em quinze dias, alguns artigos, fructos de suas lo-cubrações, com o fim de se instruírem mutua-mente e se confirmarem cada vez mais nos sãos principios da moral, firmada na lei evangélica; a única, que encerra no gráo mais sublime

tu-do o que interessar pôde ao homem individual oucollectivamente,esem a qual não se pode esperar nenhum progresso para a humanidade.

Debaixo destes principios, e possuídos do mais profundo respeito para com seus mestres, e da mais cordial fraternidade para com seus xxdlegas, esses estudantes se olferecem a aquel-les e a estes para publicarem nesta folha os escriptos que lhes aprouver enviarem ao en-carregado da publicação, uma vez que se liar-monizemcom o fim proposto.

Tendo sido convidado por esses dignos estu-dantes, a quem tenho a honra de dirigir em sua educação litteraria, a dizer duas palavras, que servissem como de introducção a este no-vo periódico, resolvi-me a faze-lo, pela con-fiança, que elles me merecem quanto aos seus sentimentos de religião; podendo desde já af-fiançaraos respeitáveis assignantes que muito lhes aproveitará a leitura desta publicação, unicamente feita por amor á sciencia, ao estu-do e á moralidade.

São estas as qualidades que sobretudo a tornam recommendavel ao publico.

Dr. Pedro Autran da Matta Albuquerque.

dispensado da regência interina o lente substi-tuto, Sr. Dr. Drumond.

... —Dia4— ."¦///•;?!' . Ofíicio ao Exm. Presidente da Província, consultando, se, á vista do Aviso de 16 de abril do corrente anno, a que acompanhou a demons-tração da quantia, que foi destinada para o ser-viço desta Facujdade no exercício de 1863 á 1864, poderá a mesma Presidência authorisar certasdespezas dentro do corrente exerci.io, que ainda não está comprehendido naqnella resolução.

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LITTERATURA

€ hrisl ia-iisuio cm tudo

(FRAGMENTOS)

PARTE OFFICIAL

Expediente da Secretaria da

Fa-culdade de Direito do corrente

mez.

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2— " tMÍI'1 '"',-üm officio do Sr, Dr. Nascimento Portella, communicando assumirá regência de sua ca-deira, em virtude de terem-se encerrado os tra-balhos daAssembléaProvincial,- pelo* que fora

Anno i—15 de Maio — Numero 1.

Não prego o ascetismo universal. Jamais excluo nos negócios dos homens o elemento puramente humano; mas, quero também ver em tudo quanto diz respeito ao homem o ele-mento divino.

Se o Christo é a verdade, se o Christo éa in-carnação da verdade, por que repellir a aspira-ção de incluir o Christianismo em tudo?

Cegueira dos homens!

Qui foveam fodit incidet in eam; et qui sta-tuit lapidem próximo, offendet in eo; et qui laqueum allii ponit, peribit in illo (Eccli.

XXVII, 29). v

Qui dixerunt Deo : Recede a nobis, et scien-tia viarum tuarum nolumm ( Job XXI, 14)

Quero o Christianismo no homem, na fami-lia, nas instituições sociaes; quero o Christia-nismo constituindo o supremo laço humanita-rio. Se ha discordância neste ponto, tanto peior para todos; porque o firmamento mundano do homem é o pó; porque mundanamente considerado, o homem sahe do pó e marcha para o pó.

Queinsania, quem falia como eu pretender que o ouçam, depois que outros fallaram t

« Faliam muito presentemente na necessi-« dade de uma reacção contra o paganismo, « e os que assim fazem têm mil vezes razão. « Inculca-se muito esta idéa, no domínio da « educação, eha ainda razão, uma vez que sai-« bam guardar a medida que convém a todas

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#ís: reâcçftes, ainda as mais legitimas; uma % vez que se não passe de um excesso a outro, « que se nâo renegue, a tradição constante « do ensino catholico (?), e não se chegue á € rroscripçãò de tudo quanto não está . nos « Padres e no Evangelho, como o califa Ornar « queimava tudo quanto não estava no Alço-« rão. No meu conceito nunca será demasia-« damente encarecido o mal, que fez o renas-« cimento do paganismo na ordem social, mo-« ral e litteraria ; mas, em facto de paganis-« mo não conheço mais revoltante, mais en-« raizado, mais perigoso, do que o paganismo « político, que erige em dogmas a unidade do « poder, a omnipotencia do Estado, a idolatria « monarchica, o governo sem contraste e sem « contrapeso, sobre as ruinas das franquezas é «das barreiras, que a antiga organisação: « da Christandade oppunha ao despotismo.» (Montalembert) . . . í . - . . . ^ í * . E o que espera este século ? Desde que se intenta abater a Cruz, as tempestades do mun-do varrem o resto.

Stat Crux, dúm volvitur orbis.

Gerações cegas de um século, que se diz das luzes! Quando vos convencereis de que a ar-vore deve ser julgada conforme os fruetos?

Omins arbor, qtice non facit fruetum bonum, excidetur et in ignem mittetur (Matt iii, 10.) Sábios de hoje, estadistas desvairados, como não vedes o verdadeiro ponto da questão?

« O grande problema da nossa época é sin-« cera e conscienciosamente fazer christã a ge-« ração vindoura: é questão devida e de mor-« te... Fora do Christianismo não ha, nem pó-«de haver, verdadeiras crenças, costumes pu-c ros, paz familiar, e felipu-cidade sopu-cial, E' « um facto, e veja-o quem tem olhos para ver: « ninguém ê obrigado a provar a existência do «sol.» (Gaume) . . . ... . . . * .

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Ha um grande inimigo das modernas gera-çôes; e, o que aggrava muito e muito o mal, es-se inimigo é tido em foro d'amigo: fallo do paganismo aeastellado no ensino clássico. Os melhores dias da mocidade são passados sobre os livros dos pagãos; e a corrupção e fereza dostemposantigostomamo nome de virtudes, de cuja auzencia o dia de hoje deve envergo-nhar-sè....

. E também na terra da Santa Cruz o paganis-mo ahi está nas classes secundarias e superio-res, o paganismo ahi está nesse despreso, que os poderes públicos votam ás sciencias moraes, nesse naturalismo que transluz da preferencia que dão ás sciencias da matéria.

Podem rir-se; podem chamar vão e pueril o receio dos que isto me ensinaram; mas ahi es-tão os factos, ahi está a proposição de si mesmo evidente — aquelle que nos primeiros annos aprende o Christianismo será christao, o maho-metismo-^-será mahometano, o paganismo—

será pagão.

Nem se diga, que nos nossos coliegios ensi-na-se a doutrina christã, e ouve-se a Missa nos

dias de preceito. O que vai isto, que é uma li-geira moldura,quaridoo quadro é todo pagão? E quem dirá, que o menino não se apossará mais do quadro do que da moldura?

Ligeiramente, como quem cumpre uma obri-gação importuna, um pouco de Christianismo; profundamente, com todos os risos, com todos os ardores do enthusiasmo, as depravações pa-ganicas, como deposito de idéas que se não de-vem perder, como princípios e usos cuja res-tauração todos devemos pedir a Júpiter!

E será este um aumento, com que se nutra a mocidade christá? O ensino assim não equi-valerá a escrever em letras grandes por cima da cadeira de cada mestre — O Christianismo e'

UMA MENTIRA?. .... ... "•

« Supponhamos, que nos dias da Igreja pri-« mitiva os pagãos, attentos somente a um pre-« tenso zelo pela litteratura, tivessem lançado « mão dos nossos livros christãos para base da « instrucção de seus filhos, que tivessem assa* « lariado milhéiros de mestres hábeis, para que « todos os dias, por espaço de sete annos, ex-« citassem o enthusiasmo desses meninos pelos « nossos apóstolos, martyres, historiadores, « artistase philosophos, dizendo-lhes em to-« dos os tons, que são estes os reis da eloquen-« cia e do gênio, sem comparação possível no « paganismo, que as nossas instituições e as « nossas leis são o primor da sabedoria e da « equidade: não teria dito o homem do mais « vulgar bom senso, é dito com razão, que os «pagãos haviam perdido o juizo, que demo-« liam còtií as suas próprias mãos seus tem-« pios e altares, que o espirito christao neces-« sariamente penetraria a litteratura, a philo* « sophia, a sciencia, as artes, os costu mesmas « crenças, a sociedade inteira? que mais tarde « ou mais cedo abraçariam a religião do gênio, a e despresariam aquella que só produz me-« diocridades?

« Se mais tarde tivessem ò& pagãos dolorosa-« mente pasmado do despreso de seus filhos « pelo culto paterno, e de sua inclinação para « o Christianismo, que nome terieis dado ao « seu pasmo ??:. Pois bem: eis a vossa histo-« ria. Ha três séculos o paganismo está rta « educação, e pasmais de que lambem esteja « nas idéas e nos costumes! Geméis hoje, mais < amargamente do quenunca, porque a reli-¦t gião está abandonada e despresada, e comei-« la vai-se ó ultimo dique a torrente, que amea-« ça tudo devastar, a ultima colümna da Hber-« dade humana, o ultimo marco dos vossos « campos, o ultimo ferrolho dos vossos co-« fres! Pois, se as vossas queixas são sin-« ceras, ajudai-nos a mudar de syiteraa : quem « repelleo efTeito, deve tfabathar pelo desap-« parecimento da causa.» (Gaume). ...

Deos protege o império da Santa Cruz. A mocidade de hoje, no meio desta rèlaxação ge-ral de crenças e de costumes, a mocidade de hoje, como que inspirada, quasi sem que nin-guem lhe ensinasse, pois em geral o mestre eo padre participam da cegueira do século, e como cego deuascença algum, qne recebe a

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FMlUUDADE^OKEGIflE

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vista/ gasta tempo emi educa-la, a mòeída-d#de hoje reage contra o-paganismo... Mal-dites os donos da herdade, que deixarem passar o tem^o âe semear em terreno tão

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-Não ha sabedoria verdadeira sem partir da Bíblia; nenhum pensamento nobre, nem sett-titnento justo, que não tenha a soa raia na re* ligião do Calvário f

Filhos do império da Santa Cruz ! A Cruz é o único marco milliario, que não pôde ser der-rubado pela passagem dos séculos ! (*)

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DIREITO ECCLESIASTICO

Plaelio Itegio.

O placitoregio podetêrtiwtá esplieação his-toric&nas relações entre o Estado e a Igreja, mas não è uma conseqüência necessária das relações de direito divino, nem consentanee com os princípios do direito publico ecclesias-tico. /

E' uma these, que nos propomos demons-trar com os princípios de direito publico ec-clesiastico, qae estabelecem a independência dos poderes espiritual e temporal, cora as pas-sagensda Escriptura Sancta, que lhe podem ser applicadas, com autoridade de escriptores distincto», e dados históricos da maior

im-portancia^

Sabemos, que a nossa Constituição Política no art. 402 § 14 confere ao poder executivo a attribuição de conceder ou negar o benepla-cito aos decretos dos Goncilios e lettras aposto-licas, e quaesquer outras constituições: eccle-siasticas,que senão oppozerem à mesmah Cons-tituição ; e precedendo approvação da Assem-bléa, se contiverem disposição geral; e o Co-digo Criminal no arl. 81 inflinge penas, aos qnerccorremâ autoridade estrangeira, resi-dente dentro ou fora do Império, sem legitima licença, para. impetração de graças espiritaaes, disüncções, on privilégios na gerarebia eccle-siastica, ou para autorisação de qualquer a^to religioso: respeitando porém esta prerogati-va, que compete entre nós ao poder social, não estamos inbibidos de sugeita-ia áuma ana-lyse rasoavel, e emitiu* sobre ella a nossa opi-nião com a maior liberdade de pensamento. . É uma>verdade, que não precisa de demons-tração, e que não pode soffrer a menor contes* tação, a independência reciproca do poderes-pirituat e do poder temporal; ligados pelas relações de direito divino* que determinam

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(*) Querendo ser agradável aos moços fundadores desteperiódico ecedendp as,suas benevolas. insta i|-cias, juntei estas linhas, Çolhewdo-as aqúie alli em ti-ras que hei rabiscado no propósito de um trabalho mais longo, que talvez nunca será conclu ido..'. Era todo o que eu podia fazer na prezentè oceasião. IÍ& vem-mee» conta estanofa.

-a pòsiçío reciproc-a tf-aígr p&-amp; do E^tádô, elles giram todavia em orbitas distinetas, é etet^em a saa aeção na espheradé interesses de ordem differente. Em virtude d'esta< independência recíproca nao pode o Estado influir dei forma alguma na direcção dos negócios, <jae são da competência da Juridiéção ecclesiastàca, nem vice-versa a Igreja pode interferir na direcção dos negócios, que são da competência do foro civil ou do Estado.

Aâsim independentes, estas duas sociedades se acham ligadas por um systema de relações necessárias, que estabelecem certos direitos e obrigações; mas não podem comprehender estes direitos e obrigações a subordinação dos actos de uma á approvação de outra.

Se^ por ventura dessas relações de direito divino, que estabelecem a posição reciproca da Igreja e do Estado, se podesse deduzir ã legt-timidade do direito para o Imperante civil de negar ou conceder o seu beneplácito às cons-tituições ecelesiasticas, deveria a Igreja éter-çer o mesmo * direito relativamente aos Àcfos emanados do poder do Estado:o contrario é darão Estado o direito exclusivo de exercer uma fiscal isaçao sobre os actos da autoridade ecclesiastica, col locando a Igreja em. unia po-ição subordinada e dependente.

i Se os actos do poder ecclesiastico podem in-fluir de um modo nocivo sobre os interesses do Estado, também os actos da autoridade cí-vil podem terá mesma influencia sobre os in-teressesda Igreja; e portanto devia competir á ambas as sociedades o direito reciproco de precaver e prevenir esses males, que podem causar os seus respectivos actos: A Igreja porém nunca exerceu, nem pretendeu exercer o direito de conceder ou negar approvação ás determinações do poder civil; e por tanto nunca foi esta prerogativa considerada, como uma conseqüência necessária das verdadeiras relações de direito divino.

Este falso supposto de um perigo para os in-teresses e segurança do Estado não podepreva-tecer : pela natureza de ambas as sociedades a Igreja deveria receiarmais as invasões da au-toridade temporal, (fue não obedece ás naes-mas inspirações de sentimentos pacifieos- êm±

fectuosos. ':

-E quando para garantir as boas relações e alliança dasduas sociedades se julgasse neces-sario ôdireito:de uma ftscaíisação reciproca^ não ,se poderia n^ar a necessidade de um poder supeiior, que se 'constituíssejuiz em todos os conflictos, inevitáveis rio exerariô d'ess® di-reito. Este poder superior não ha, e nem: po -de existir :e conce-der à Igreja ou ao Estado esisa jurísdicção de resolver os conflictos, ori-ginaáos do exercicio do direto de fiscalização reciproca, seria a negação da indepen^fenciav

A alliança da Igreja e do Estado é Ema con-dicção necessária ao desenvolvimento' do bov mem e. da sociedade : representantes de inte-resses dfstHnctos, mas relativos aos elementos diversas dar natureza humana, devem as drars sociedades simbotisar em sua; alliança per-petua a* combitíação destes elementos;, a barr-monia da perfectibilMade e destinos

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Mas para a conservação desta alliança não é necessário o menor sacrifício dos direitos e li-berdadesde cada uma das duas sociedades.

Se mais dp uma vez a Igreja e o Estado, co-mo diz o Sr. Guisot, entregaram-se mutua-mente seus direitos e suas liberdades, sob a in-fluençia dos egoismos humanos, não ê isto uma condição necessária de alliança,

Entendem alguns, que ao Estado compele uma certa interferência nos actos; da autoridar de ecclesiastica, como proteçtor da Igreja ; mas fazer depender esta-protecção da subordinação da autoridade ecclesiastica às determinações do poder civil ê; justificar o sacrifício da inde-pendência, da autoridade, e da honra ,da Igre-ja. A protecção, que o Estado deve prestar á Igreja, não é a protecção, que o pai presta á sua filha, exigindo-lhe obediência e sugeição as determinações de sua vontade ; ôpelo con-trario a protecção, que o filho deve a sua mái, ouvindo-lhe os conselhos, e prestandò-lhe a obediência, compatível com o verdadeiro amor filial . '< x ...

A Igreja não ê a filha inexperiente, que se corrige; 6 a mãi inspirada, cujos conselhos são dictadospela sabedoria infinita.

A Igreja é, como sediz na eloqüente simpli-cidade do cathecismo. esse código vulgar da mais sublime philosophia, na phrase de La-mârtine, a—Saneta Madre Igreja Gatholica Apostólica Romana, isto é, a mãi commum, a mãi universal de todos os homens.

Esta preconisada protecção á Igreja fazia d i-zer ao célebre Lamenais, que seria melhor, que a protegessem menos, e à tolerassem mais: poderse. talvez comparar á protecção, que se dá ao prisioneiro, para que lhe não arranquem

a vida. ; y .

A verdadeira protecção, que o Estado deve prestar, á Igreja, é defendera sua independen-cia e a sua. liberdade : o poder soindependen-cial, que pro-cede de Deus, que, na phrase dè S. "Paulo, é um ministro de Deus para o .bem, deve ser o priueiro á zelar os interesses da Igreja de Deus, e proteger a sua liberdade, que é o objec-to das camplaaencLas_djvinas. Beus, diz S. Anselmo, não ama nada mais, do que a digni^ dade de sua Igreja. Nihihmagis diligit Deus quam libertatem Ecclesiw suai. Não. é protec-ção á Igreja o beneficio, que se. vende á troco da liberdade. Os Judeos cuspiram a face do Redemptor, proclamando-o Rei: a Igreja livre, diz ainda o.Sr. Guisot, é o principio, qué se proclama em .nome do Estado, quando o Esta-do,priva a Igreja de sua constituição. :

É sahido, que a origem histórica do placito regíafoi o scismã do òccidenle no século XIV. Dividido o papado, os pontífices legítimos de-terminaram aos bispos, que não consentissem na publicação de bullás, rescriptos* ou qual» quer ordeiü, emanada da autoridade ecclesias-tica, sem conhecer, primeiramente a sua ori-gem ;e para isto teve a Igreja de invocar o au-xilio dos: soberanos temporaes; mas convém notar, que este direito não importava a apré-cia ção do fundo everdade da doutrina, e so» mente a apreciação de sua origem, isto é., co-nh^eer-se, se a bulla, rescripto, etc. emanava da legitima autoridade ecclesiastica.

Esta concessão, feita pela Igreja aos sobera-nos civis, sob o império de circumstancias.ex-traordinarias, não pode constituir um direito., procedente das relações de direito divino, e que se deva considerar como uma condição de alliança. • É por isto, dizem Philips e Devoti, que o placito é uma instituição, que senão con-cilia com os verdadeiros principios de direito divino ; e pertence somente ao desenvolvi-mento das relações entre o Estado e a Igreja.

N'este desenvolvimento de relações muitas vezes se sacrificaram os direitos e liberdades da Igreja ;e ainda hoje, diz o mesmo. Si\ Gui-sqt, ella não goza de toda.á liberdade e de to-das as garantias, á que tem direito, como con-dição de sua segurança, de sua dignidade, e de seu repouso. Não faltaram'porém em to-dos os tempos as mais enérgicas reclamações; e se é sempre com desconfiança, que se obser-vam as duas sociedades, é isto resultado da

in-terferericia indébita, qüe apenas se poderá ex-plicar pela lógica dos factos.

Se devesse dominar sempre nas relações da Igreja e do Estado esse espirito de desconfian-ça, e o placito regio fosse ura meio de preca-ver e acautelar os interesses do Estado contra as invasões do poder ecclesiastico, devia terá Igreja a mesma faculdade, porque os direitos de conservação e de independência são reci-procos ;mas é fácil de comprehender, que es-ta faculdade reciproca não pode ser uma con-dição de ordem e harmonia, e uma garantia de alliança, mas sim uma origem de desharmonia e de perpetuo antagonismo.

O Papa S. Gelasio dizia ao Imperador Anas-tacio: Ha. dous poderes principaes, Augusto Imperador, que regem o mundo, o dos reis, e o dos pontifices. Certamente vós não igno-raes, clementíssimo filho, que, por mais eleva-do que estejaes pela vossa dignidade sobera-na á cima dos outros homens, não estàes dis-pensado de reconhecer a autoridade d'aquêl-les, que são encarregados da administração das cousas divinas; que vos deveis dirigirá elles em tudo, que diz respeito á salvação de- vossa alma ;.e que lbes deyeis obediençia em tudo, que se refere á recepção e administração dos sacramentos. Vós bem sabeis, que nestas cou-sas é soberana a vontade delles, e não a vossa. Se por tanto os ministros da religião obede-cem ás vossas leis em tudo,,que diz respeito á ordem temporal, porque elles sabem, que vosso poder vem de Deus, com. que amor não deveis obedecer aos dispensadores dos santos

mis-terios? .; •

Quando a Itália, diz Donoso Cortês, aban-dònada pelos Imperadores de Constantinopla, gemia debaixo do jugo dos Lombardosi, S. Gregorio o Grande occupaya a Cadeira de S. Pedro, e tendo recebido para publicar uma lei do Imperador Maurício, bem que lhe pare-cesse contraria aos interesses da Religião, pu-biicou-a com tudo nas províncias do Occiden-te, sugeitas ao seü Império; e pedio ao mesmo Imperador a revogação nestes termos : Sugei-to, como sou, ao vosso poder, eu publiquei a vossa lei nas diversas partes do mundo ; mas julgando-a contraria áÍei..de.Deus, não cura-pria o meu dever., se não vos. fizesse algumas

(7)

FACULDADE DO RECIFE

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reclamações, para levantar a niirtha voz- quan-dodD.uiõttsiitífíCio pode resultar damno. para Deos e süa honra; -t;; : • ' rM.&

Os adversários de- Gregorio VII, 4izvainda o mesmo escriptor, são torcidos .á confessar, que a idéa dominante d'este Pontiíice, a inde-pendência da Igreja, era -indispensável parçr o bem .da Igreja e para a reforma da sociedade.

Não se pode por tanto invocar a historia éc~ clesiastica para provar, que a Igreja tenha re-conhecido esse direito, como uma consequen-cia necessária de suas relações 'com o Esta-do : foi, como dicemos, uma simples conces-são,filhad„scircumstartcias, deíquese

pi-eva-leceu a autoridade civil para constituir um di: reito seu. 4 :; ' ' ¦¦ $

Jesus Christo encarregou aos Apóstolos, co-mo seus successores, de propagar pelo mundo a doutrina do Evangelho, conferindo-lhes para isto a sua autoridade divina :. Sicut misit me Pater, etegomitto vos ; e dice-lhes. que eJles percorressem toda a terra, ensinando á todas as nações a sua doutrina, chamando-as para o grêmio de sua Igreja, e transmittindo-lhes a nova lei, que devia ser observada.: Euntes ergo,docete omnes gentes... docentes eozserva-re qtioecuinqúe mundavi vobis: Mas -não- lhes dice, que elles deviam sugeitar a sua missão divina á vontade e ao poder dos soberanos da terra; e pelo contrario lhes prediçe, que elles teriam de sofTrer martyrio é uiorte pôr causa delle ede süa doutrina : Propter me\ pro\pter no mem meum.

Se por ventura Jesus Ghristó reconhecesse dos soberanos temporaes o. direito de oppor úm veto às determinações da autoridade ec-clesiastica, seria o primeiro à recommendar o respeito e obediência, por que foi EIJe mesmo, que dice: Dai á. Deos, o que é de. Deos, e á César, o queé de César;: qwdDeiDeo, quod

CmarisCesari: ¦ '¦•'¦

Os Apóstolos, sendo intimados. pelòs:Rrin-eipes dos Sacerdotes, para que não continuas-sem na propagação da fé de Jesus Christo, desobedeceram, dizendo, que era melhor obe-cer á Deos do que aos homens: Obèdireopor-tet magis Deo qmm' hominibus. Victimas do ódio dos poderes daterra, estes' propagadores inspirados da nova lei, affrontaram todos os perigos, soffrerarn todas as perseguições e to-dos os martyrios, e sei Iaram com o seu sangue os triumphos-dp Christianismo, ... n

Não entramos na distincção de placito limi-tadoouillimitado: óüos limites se retiram á natureza dos objeclos, sobrerque recahe o veto,ou àduração doseffeitos dLeste„nãoalte-ram de modo alguma natureza da instituição. Entenda-se, como se quizer, o placito, diz Philips, é sempre uma lesão da independén-cia, autoridade, e honra da Igreja. Se no desenvolvimento de suas relações com o Esta-do foi necessário á Igreja sacrificar em algum tempoesta parte de sua liberdade e de sua dig-nidade. não se segue d'ahi,- que o Estado tenha esse direito, como uma conseqüência das:rela-ções necessárias de direito divino, e uma con-dieão da alliança, que se deve- guardar- entre as duas sociedades* • '¦:.dr h ^;ov; r ^ ¦• : •¦ ••••••;: •.} 'Dr. J: IJMmtó. i-rd •'•*"

Direito.-CItJI.

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y,s. ;" -'•;"¦; Ò liberto, entre nós, nio pôde ¦,% / .'.'.;;¦',; ser reduzido, á escravidão. ,'

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O escravo manumittido entra no pleno gozo de liberdade; torna-se cidadão brasileiro, se é nascido no Brasil; e se a Constituição consi-dera expressamente cidadão brasileiro o liber-to nascido no Brasil,devemos concluir que con-sidera implicitamente cidadão africano, cida-dão estrangeiro o liberto africano.

Os,direitos de cidadão brasileiro só perde: 1°. Oqúesenaturalisar em paiz estrangeiro. 2o. O que sem licença do Imperador aceitar emprego, pensão ou condecoração de qualquer governo estrangeiro.

3o. O que for banido por sentença (GonsL at. 7.) • .

Reduzir o liberto brasileiro á escravidão importa na peçda dos seus direitos de cidadão, e se esses direitos só se perde nos casos deter-minados no cit. art. elle não pôde voltar a

es-cravidão.

Se o liberto brasileiro não pôde ser reduzi-do á escravidão, como o poderá ser o africano9 Aquelle tem aseiifavor os direitos de cida-dão brasileiro ;.e este nao é cidacida-dão, ainda que estrangeiro# e o cidadão estrangeiro pôde ser

escravisado.? . ¦ '. '.

Não, nem mesmo o africano, depois d a con-venção celebrada entre o Brasil e a Grã-Breta-nha aos 23 de novembro de 1826.

Seria ridículo sustentar-se que podemos- es-^ era visar um .belga, um austriaco etc. Pois bem, como estrangeiro os direitos do africano são os mesmos que os do európeo, e esses direitos foram reconhecidos pelo Brasil por oceasião da convenção de que falíamos ; ese o europeo não pôde ser escravisado nada justifica o dizer-se o contrario acerca do africano.

Se a Ord. determina que o liberto pôde ser reduzido á escravidão, ê porque pelas leis por-tuguezas o cidadão estrangeiro (sómênté o africano) o podia ser também. Mas hoje não seda isso ; o cidadão estangéiro não pôde ser escravisado, e sendo o liberto africano, cidadão estrangeiro não pôde voltarão captiveiro.

Quer as leis. romanas, quer as portuguezas estabeleciam que os libertos podiam voltar á escravidão, por certos e determinados motivos. Examinemos de qiie vem isso :. &

Pelo direito romano a qualidade de cidadão não impedia que o homem em certos casos po-desse ser escravisado, ou fosse elle romano ou estrangeiro. O filho do cidadão romano era cidadão romano ; mas o.pai podia vende-lo, e neste caso tornava-se escravo do comprador ; bem como o maior de vinte annos que consen-tiaein ser vendido para participar do preço da venda (§ 4o I. jur. person.) O cidadão estran-geiro podia também ser escravisado (cit. I.) Pe-Io direito portuguez também o cidadão estran-geiro, isto è somente o africano, podia ser es-cravisado. Não sendo isento, pelo direito ro-mano ou pelo portuguez o cidadão, que sempre fora livre, é coherente que não o fosse aquelle

(8)

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% FÂGULDAp m BiSGIí%

\ As nossas leis,aporém, reconhecem a,quali-dade dè cidadão como sufficiente para impôs-sibilitar a redução da pessoa áescravidão. Não ê põèéiVel pela Constituição que o criôlo lihçr-topôâsâ séf èscravisadô; e quanto aò liberto africano, segundo a Constituição, cidadão afri-cano, não o pôde ser pela convenção de 23 de

novembro.

Se htíje, pela óossa legislação, não se pôde escfavisar aquelle qüe hasGdu livre, quer seja brasileiro* quer estrangeiro* nada faz úm que

pOasa ser aquelle qué umaveafoi livre.

Vamos agora examinar ültia objeção que se nos pôde apresentar, para depois contintiar-mos a süMentar a nossa these; porém com o art. 310 dô cod, Crim. *

«Do art. 7 e8 nenhum argumento se tira para provar que o liberto não pôde ser redufciüó â escravidão; porque pão suspendesse õu per-de-se os direitos de cidadão brasileiro somente pelos casos determinados rtos arts. 7 e 8 da Constituição:

« O que professa fica com o exercicio dos di-reitos dé cidadão brasileiro suspenso, e no en-tanto nada diz a esse respeito o art. 8. i

Déve-se* porém, attender queera supérfluo dizer a Constituição no art, S que fica com ú egefcióio- dos direitos de cidadão brasileiro suipénso aquelle que professar, porque issoé determinado pela Religião Catholiea Apostoli-ca Romana, que foi declarada no art» 5 à Reli-gião dô Império.

Ma8 não se pôde dizer que ha outros casos pelos quaes se perde os direitos de cidadão brasileiro além dos do art; 7; pois, fce estabe-lecêrido a noasa Religião, tem-se implícita men-te demen-terminado que aquelle que professa fica com o exercicio dos direito! de cidadão brasl* léiro suspenso, hão sé segue que admittindo-se as Ordenações* como fóhte á que devemos re* correrem caso de omissão ou defeito das nos* sas leis, tenha-se admittido a sua disposição do

títa tó 1ÍV. 4.

Essa disposição está revogada : o liberto ou é cidadão brasileiro oü estrangeiro, e como tal nlo pôde serescravisado.

A redução do liberto á escravidão era rega-lada pelo liv. 4o tit. 63 das Ordenações qüe nessa parte revogou as leis àiHerioreí* limüah* do essa pena àquelles que commeiterem algti-ma ingratidão contra o seu patrono» Mas ualgti-ma vez provado que as mesmas Ords» estão rev#* gadas nessa parte pelo Código Criminal, o li*

bértò não pôde ser escravisado.

Eis o que diz o Cod. no art. 310 das dispo* sições geraes:

Todas m acçikè ou omissões ^querendo ófU minosas pelas leis anteriores, não sâo cotou taes consideradas no presente código não sujeite* rão a pena alguma, que já não esteja imposta por sentença que w tenha tornado irrevogável,

ou dê qué sé Mo conceda revista. .

Fará tfeconheeèr^se que o Cod* por este art. revogou* a> citada disposição dal Ordenações^ basta itfcender-íse qué a ingratidão do liberto para com ó seu patrono* é umaacçào crirnino-sa pelas Ords,, qüe o Coda não a considera tal, eque.por taMoiíãõ sujeitará a pena algtimá; A redução âúliberto á escravidão é uma pen*;

poisjpmaéa privação de um bem4 isto é, de uma OottSa que nos torna felizeá;por Cohse^ quencianão pôde ser appíieada aó liberto por níotivo de iiigratidlo, Goraifcettido para tíòm seu patrono.

Petas Ords. e&Sa acção era uni crime,; porque diz o seu | 7o tit. 63 do liv,4b. Se atynèm

forrar seu escravo, librando*® de toda a servi** dfio, edepoü que for fotro, eomnietter oãfttra quem o forrou* alguma ingratidão pessoal ein sua presença* ou em ab&éntía, quer seja ter^ baljiier de feito éreal, poderá essepatrono rc-vogara Hbèidáde, que deu a esse liberto eredu*-zi*lo â escravidão s em qué antes es tava» A re *

díição de pessoas livre á escravidão sempre foi imposta como pena ; mas a pena só pôde feer applicadâ a noção ou omissão, criminosa 4 e se as OrdSi applicam-na á ingratidão é porque a consideram acção criminosa.

A pena em si é um mal qüe éahe sobre o aü* tor de um delicio ê em razão do delicto..

A pena propriamente dita é o soffrimento que o poder social inflige ao autor deiiin de* lictõ legal» (Rossi).

Da primeira difihtção temos que a pena re-cahe sempre sobre o autor de um delicto, e sc a estíraVidão È applicadâ ao liberto ingrato é pórqtieo legislador considerou a süa ingratidão como um crime, uma acção criminosa.

Da segunda resulta que o poder social não pôde infligir soffrimento algum senão ao autor deum delicto legal. Reduzir ó liberto á es«-cravidão é impor-lhe um soffrimento, e se este soffrimento lhe foi imposto pela sua ingráti-dão, é porque ô legislador considerou essa acção üiü delictolègal.

E ás mesmas Ords. dizem no tit. 63 dò liv. 4. ...iprovoGarla ôs homens para facilmente ca-birem nd critne de ingratidão.

Vê-se pois (Jiie as Ords» Consideram a ingra-tidão do liberto para como seu patrono uma acçãõ criminosa; masèssá acção não é conside-rada tal pelo Cod»; logo não estará sujeito ap<S na alguma* por conseqüência não está a da es* cravidão*

Recife Í4 de Abril de 186a,

i £; A. M. Lapefnberg. .

DIREITO OAS GENTES

€oo»ldrra^6es sobre agiierra.

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QRando lâôçatnoi os olhos sobre a grande fa-milia humana ú consideramos o panorama tão variado que nol apresenta a historia, este ne* crologio das COusas humanas; quando evo* canios pelo estudo emeditação as cruentas re-volliçõefe do £lob© qué teíü aluído as frágeis ba-ses da sociedade, parece impossível que não di-ga o espirito raénds investidi-gador, sob pena de uma inversãoe uma confusão em todas as nos-sas idéas e em todos os nossos conhecimentos, que essa eJTttsífò Cortsfaflte de sangue humano,

(9)

FA(I._ ÍUtíE%Ó REUÍFE • . ••,

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chamada gtíerra; éaconde. íaaeão perpetuado gene. o pela ja&tiça . tem. T é a batter ia, a con-fusão, o'<fet_). /¦* Parece qrté entre a divina pro-videmia e a consdenda Só ho me in há uma fdr-cosa discordância, uma perfeita desharmonia, o que èsemduvidanianiíestoa..tírdoéiweTt-plicavel contradição.- E iste tanto mais é.i* dente se mostra Quanto, procurando-se péfrè-trar na origem dós homens se conhece que él-les, tendo üm pai commum, são destinados a formar uma só e grande família,unida pelo do-ce laço der mà amor fraternal, esáa prot.cção de todos sobre cada um, conforme Victor Hugo, que procura estabelecer na terra orei. adeída justiça e o itopèri. do d .ver ohde-^no dizer dei Lamenais—-cada urn associa áuà vida e seu in-1 teresseá vida e interesse de seos irmãos.

Por menos que se explore e investigue a na* tureza humana em tudo o que a constittfe e a enobrece chega-sô a convicção de que o su-premo architecto fecundou-a com forças de po-derattingirao seu integral desenvolvimento, dreando-o social esociavel em essência tornou irremessivel a; convivetrôiá primeiro na mais elementar e na mais antiga das sociedades, coe-va do Gênese-— a família. Depois nocoe-vas he-cessidades formaram a tribu, irias á propor-ção que cada um se foi sentindo capaz de maior perfeição começou a fazer concessões de uma porção de si mesmo para formar nm òen-tro cornrnum, que chamou^sc —sociedade, pon-to de intercessão dé pon-todas as concéssõds feitas por cada um a todos, aflm de desbastar a som* má de imperfeição que o alornlenta, e diminuir os males que o opprimem eaflligem na hos-pedaria da vida,. Destarte somente elle se ha-bilitará a satisfazer o complexo de todas as suas necessidades p hysicas e moraes, augmentando pelo evangelíro do progresso a somma dos beiis que Deos ha derramado museu caminho. Sen-doisloassim, afigurasse utoa como que deüe-' gaÇão de toda o sublime dom de que o homem é revestido^uma aberração do espirito hu-Mano, uma corttradicção entre a obra e o aü-tor, entre Deos eo homem,—essa despovoaçSo do inundo pela carnifleiniadas gueriai dé^po* vo á povo, de haçlo ã nação, causando indefec-tivel aequestfação das artes e das sciencias que só florecem na pass e na civilisação, não raro enervadas pelo vandalismo desses sanguinários devastadores do mundo.

ii

Comtudo^quefee reílictaiDAisprofandamcn-to sobre o phenomeno espanreílictaiDAisprofandamcn-toso da guerra, e não se deixará de confessar q ue é um facto con-signado na historia ininterrompidamente, pois é do todas as regiõese de todo. m séculos, e se eátende--no dizer de Donoso GoiHez—até onde se estende o espaço, se dilato até onde se dilata o tempo; é, a que é mais digno de séria medi* tação, não tem sido positivamente contrariado, netnpela philosophia^nempelotíhristianismo. Senoiparece um fácto bárbaro, uma cousa san-guinaria e horrivel, devemos convir q&e per-tence a todos os periodos da historia;'a histo-ria da humanidadeéa histohisto-ria da guerra. Qtfan-to Tios parece horrivelmente verdadeiro aquelle

que disse': £ Á guerra _ _^on^%ta;teín:li|ojos instrumentos da civilisação do irfündò ! » ;P. de ser uitt1 pliénomeno necessário, providencial, m.'s será úim pheitofrieno cujas funestas cònsê-quencias sempre farão vacilar a& nossas éren-ças, e contra o qual sempre fcé revoltará rrtdig-nada a consciência universal- da espécie

h»-mana. - :

Hade ser terrível, asseguramos na melhor inr tençãodo rtittndo,hade ser terrível o protéstoda civilisação moderna a semelhante horror. Não i»e parece longe d-dia em que o mundo civitt-sado ficará irtinundado dé luz, em que a hu-manidadé inteira baterá palmas de coníeh. r-mento, ao contemplar o que hoje es$e mesmo niündo e essa mesma humanidade incessante-mente incrédula e ineessateincessante-mente desilludi-da, se apraz de chamar : íSublime utopia! üm tribunal federal universal Então não haYêrá a recéiar, como hoje., uma invasão, uma con-quista^ uma ttzurpação, uma rivalidade de na-ções á mão armada, uma interrupção de civili* sação dependente de um casamento de reis— na phrase de Victor Hugo,— um nascimento nas tyrannias hereditárias. yy

Erguer-se*ha lentamente, aós poucos, essa tribunal, como tudo que é verdadeiramente grande, maravilhoso, que sai da experiência e luzes dos séculos, e que tem de ser contempo-raneo de milhares de séculos ; mas erguer-se-ha por fim. Então não verá mais o mundo uma partilha de povos por meio de congres* sos, um desmembramento por queda de dy-nastia,nem terá tantoare.eiara fome, a extor-ção, a miséria, porque tudo isto será varrido da face da terra com odesapparecimento daespa-da, com a impossibilidade das batalhas e de to-dos os flagícios do acaso na floresta to-dos acoíi-tecimentos. Sublime missão ! ventoroso dia ? grande séculoí h

:-Oh ! Bainha infeliz Polônia, quanto a tua sor-te estaria mudada, quanto os sor-teus direitos ga-rantidos, a tua soberania respeitada !

Mas não, eis" chegado o momento, soou ter-rivelâ hon. em que tuas gastas cadeias se vãó

quebrar. r '

TeTTãviãínrilii^r:^nãoacordará.f^maè teu co-ração torturado, teus músculos contrahidõs estão bradando aosGeus. Os teus algozes fo-ram denunciados _t0 infinito e a sentença írtex-horável baixou sobre elles.

Tantos sacrifícios, tantos trabalhos nãa fica-rão estéreis-, porque teus filhos dispersos, teus heroes exilados^ tem levado ao mundo a narra-ção dos feitos maravilhosos de tua gloria. Ape-nas dormiaso somno do escravo, e suppoaeram-te fraca; gemias sob o ferro moscovita e !cre-ram-te morta: creram erigir-te um tumuld^ quaftdô não fizeram mais do que levantar teu berço.... •• ' -'.

Graças ao grande sccukr que ha de créar a ethnarchia internacional e graças á esta divinat instituição, deixará de existir a hydra social* o monstro chamado guerra^ tornando segura aos poYoè sua existência independente, velando em seu progresso, procurando o be»fti commum de todos: a inviolabilidade dos direitos de cada nação associada e o desenvelvimento graduai de suas forças internas e externas.

(10)

ft y^ ./" ", 8 FACULDADE DO-MJei>flE < .i ^^^^^^^^^^^^T^T jj^jv^. ífí >A%i'it-b 'Hü-XhWft-fài:* • '¦. '¦ ¦«.. ^^jjgAjs^j^J ^^^ ' to-to

Nós sabemos quanto se tem encarecido e di-vinado a duríssima necessidade desso formida-vel direito de fazer a guerra, como um instru-mento que tem sido, ao menos occasionalmen-te, da civilisação do mundo ; e desgraçada-mente é mais que certo que a historia registra em cada uma de suas inflexiveis paginas que aquelle beneficio nunca é transmittido de um a outro povo senão por meio da guerra e da con-quista: ora ê o povo civilisado que importa sua civilisação aos povos immersos na barbaria; ora éò bárbaro que vem despertar ao civilisado de seu somno lethargico e matar a sede de civili-sação que iriscientemente o devora ; ora são as guerras gregas que chamam á vida da ei-vüisaçâo o império de Priamo, todo o Oriente; é Uonia illuminando ò mundo por onde quer qüe seu nome torna-se conhecido: são os Fran-cezes, lnglezes, Allemães, Hespanhoes, Itália-nos, Suecos, Dinamarquezes, etc, unindo-se para praticarem um acontecimento heróico na Europa christã, uma aeção generosa, expon-tanea, livre, emprehendida e executada sem interesse próprio, somente para o triumpho de uma idéa e de um principio santo que continba em si o germen fecundo de todos os progressos

sociaes. ;:

Ora são os bárbaros, éXerxes, que vem dis-pütár os heróicos ecivilisados gregos do seu repouso lethargico : são os francezes, os Hu-mos, os Godos, os Lombardos, os Vândalos que

atacam o império dos Cezares, e o despedaça-mento; são as guerras Italianas; em summa, é a revolução Franceza. Verdade é qüe a revolu-ção de 89 pode ser encarada sob dous aspectos de vista differentes. Ao passo que por um lado trazia o alluimento de um velho edifício monar-chico, feudal e religioso, por outro, eni nome da lei arruina a relegiãò ea moral, bania ano-ção de Deos até riscar-se o seu nome dos livros: levava mui fundo a hygiene da oppressãò a ponto de tornar-sé epidêmica. Preparada pe-Ia corrupção dos costumes e pelos desvarios do espirito de uma avelhentada sociedade,

julga-E o que diremos de um meio de poliros cos-tumes e aperfeiçoar as instituições que põe o mundo a fogo e a sangue? E' verdade que o lilUodeDeòs tocado de piedade pelo homem, e vendo que a lei da guerra e do sangue era de-masiado pezada para as forças do gênero hu-mano, quiz alliwa-lo sobre o calvário de um se-melhante pezo è o tomou sobre seus hombros.

Mas Christo era Christo, isto é, Deos. Era-lhe grato este meio do resgate da humanidade extraviada. Não assim o homem. A contem-plação só do flagello da guerra, desse túmulo universal da humanidade, como lhe chamou o Padre A. de Macedo, basta para faze-lo precipi-tar n'um pelago de horror e de tristeza. Nun-ca será assàs odiado e temido um meio civila-sador, meio lugrube, que submerge em sangue o mundo efaz estender por sobre as nações um perpetuo crepc da morte.

(Continua.)

COLLABORAÇÃO

m Paulo, 15 cie Abril de 1SGS.

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da, condemiiàda, a revolução rebocou o pere-cimento da virtude é restabeleceu o império de um despotismo selvagem sob o manto seduetor de liberdade, de justiça. Mas o pensamento da revolução foi levantará cruzada da liberdade contra a oppressãò; marcou uma época de derra-ma de sangue innocente, nias também derra-marcou uma de liberdade e de direito. Sim, é impossível negar-se de modo algum a ácçãocivilisadorada guerra, que ao menos por ella temos visto os estados reivindicarem os seus direitos calca-dos aos pés, as nações a sua soberania violada : mas é muito para sentir qüe um tal benefiicio só venha, ou ao menos só tenha vindo ao mundo por meio do fogo, só se tenha innoculado nos homens por meio do sangue. E' um facto evi-dente por si mesmo; Mas não se poderia dizer com mais exactidãoe mais philosophia, que as guerras são antes uma oceasião para importar-, seuma civilisação em um paiz;da mesma ma-neira que ó cholera ou outra epidemia:que de-sima os povos approveitam ao progresso da

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«-Caro collega.— Comprometti^me á. escrever-te ao menos uma vez por.mez,e apezar dos gran-des obstáculos, que tenho de superar, afim de ser pontual no meu compromisso, m não du-vidareidesahirde quando.emvezdotó/ce far nienti costumado para satisfazer aos teus dese-jos, esforç3ndo-me,quanto emjnim couber,pa-v

ra que tenhas noticias da amável Paulicéà. . Bem quizera poder ser minucioso em mi-nhas noticias; mas tu, que me conheces, podes logo avaliar quanto estou longe, de possuir essa virtude: ocymsmoè meu companheiro inse-paravel, e ainda agora que as doces recordações do lar doméstico me assaltam a mente, eu me acho incapaz de tudo, e.muito especialmente de sahir,e procurar saber do que se passa no.grar^d monde acadêmico, para que meu papel .de chro-^íísta seja. melhor desempenhado. Não obs-tante,como a antiga habitação dos Franciscanos tem lá; seu iman que me attrahe.iirresistivel-mente,, apesar de meus^roíesíos, dou pa-rabens á tua fortuna, e .asseguro-te. de que tudo quanto for cahindo sob minha observação

ser-te-ha fielmente communicado.

O dia 16 de março foi este anno o que poz termo ao nosso .repouso ;,•« o sino grande de S. Francisco saudourO em sua aurora, e lugubre-wewíe annunciou-nosque nossas aprazíveis fe-rias se tinbam concluído,*e que aberto estava o campo á nova conquista...;:"Acordei

finalmente de uma .grande noite de encantadores sonhos, e deparei com a realida-de dos duros bancos, massantes sabbatinas, e intoleráveis bedéis, etc. etc. . .: ..

Ainda enfadado de uma viagem penosa, e das torturas a que impunemente condemnou-me em Santos o sócio do nosso. amável Joaquim, eu não quiz comtudo deixar de nesse dia apre-zentar-mena Faculdade afim deapreciar as no-vidadesdodia. •• '•. ;::v:.ir-ri7 \ %?¦%

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D'cstas a mais importante é o discurso da abertura das aulas, a que própria ou

impro-Nessa cadeira serve de texto ás explicações uma nroverbial caderneta ensebada, que nunca vio

*-. i i- —~~ .71.; rt«*»r.n onffnnrln

t»A-SSSSSnlK^^^^S-!íluzdo

d aTequepor ahi corre soffando

re-P^M^ISr»onimnrmnrJiri^Ann-Min-,netidasedições(manuscriptas,ja sesabe) com

pre cifra-se este era animar a mocidade ao estu-do, assiduidade etc, tendo porem de attrac-tívo as formas de que cada um o reveste.

Não menos importante é a recepção que se costuma fazer aos caloiros. Outr'ora esta sce-na era divertida e animada, hoje fria e sem graça.

Nesse dia o espirito de novidade ainda levou-me a Bibliotheca da Faculdade, onde pretendi encontrar obras novas que satisfizessem ás ne-cessidades do estudo de direito; mas enganei-me, e fiquei convencido da realidade de que nossa Bibliotheca continua a ser o deposito da Flora Fluminense, revistas de Edimburgo, e uma immensa collecção de obras dos antigos Jesuítas, as quaes,mais felizes do que seus pro-prietarios, ainda wempara instruir a

moci-dade. 7- ^

Ainda não posso com exactidão alurmar-te o numero dos estudantes matriculados nos diver-sos annos da Faculdade, sendo certo porém que excede dc quinhentos. Só o numero dos caloiros é superior ao de cento e cincoenta.

A sala em que funecionam as aulas dos caloi-ros é hoje uma das maravilhas de nossa

Facul-dade, que naquelle recinto apresenta em ex-posição verdadeiras raridades zoológicas.

Parece que os julgadores dos exames prepa-ratorios este anno juraram a extineção dos bi-xos; e se na verdade entre elles não houve grande convênio, que não cahio sob minhas observações, eu não sei como explicar essa ver-dadeira invasão de bárbaros,que tam inespera-damente surprendeu-nòs aporta da Faculdade. O que por experiência posso aííirmar-te é que a maior parte dessa gente não sabe os prepa-ratorios, de que aliás exhibio certificados de approvaçao. Pode ser (e eu não duvido) que to-do o vicio provenha to-do systema de exame, e neste caso cumpre que o poder competente pro-ceda quanto antes sua reforma, afim de que se não repitam escândalos inevitáveis, os quaes bem fa taes podem ser ao paiz, que temseu fu-turo nas mãos dessa mocidade, que não con-vem seja ignorante das bases sob que assenta o estudo das sciencias sociaes e jurídicas.

Para servir de texto ás explicações de Her-meneuticaJuridica,m primeira cadeira doquin-to anno, foiadmittido o compêndio que sobre esta matéria publicou nessa cidade o Sr. con-selheiro Paula Baptista. A. admissão dessa obra, que não existe á venda em nenhuma de nossas livrarias, tem sido uma verdadeira vexação pa-ra o quinto anno actual, que já não tem também o compêndio de Direito Administrativo do Sr. Dr. Furtado, cuja edição acha-se também ex-tjncta. As necessidades do estudo não podem assim ser satisfeitas; os estudantes clamam, mas seus clamores ficam suffocados nas arca-das do edifício; ninguém os advqga; e o go-verno que devia velar noite e dia ao ladpda ms-trucção superior do Paiz, talvez de nada saiba.. Não é só o curso superior da Faculdade que sente o falta de compêndios: o curso de pre-paratorios lamenta desde épocas mui remotas a existência de um compêndio de Rhetorica.

petidas edições (manuscriptas, já se sabe) com verdadeiro"detrimento do ensino publico. O que alli se acha escripto, e que pelo estudante deve ser litteralmente decorado,.é um verdadei-ro escarneo feito, a-essa arte sublime, que na Faculdade de Direito de S. Paulo só se conhece por um eterno debiqiie...

0 Sr. José Carlos Rodrigues, estudante do quarto anno desta Faculdade, acaba de publi-car a—Constituição política do Império—segui-dado acto addicional, da lei.de sua interpretação re de outras, analysada,e novamente annotada .comas leis regulamentares, decretos e avisos, ordens e portarias que lhe são relativas. Esta obra é de incontestável utilidade,, e revela da parte de seu author aturado, estudo e applica-ção, que, o tornam digno de merecidos enco-mios.

Basta por esta vez.

Tycho-Brahe.

POESIAS

Nosso Adeus.

(AoIllm. Sr. Dr. Lourenço Trigo

deLourei-RO, RECITADA O ANNO PASSADO POR OCCASLAQ DE DAR-SE PONTO EM SUA AULA DO QUARTO ANNO.)

"'*'"'"> ¦".

fi', A- i , "¦ ¦ * '¦ ¦"'-.'.'¦.

Eis em fim da saudade o momento Que—impassível—nos vem separar: E o mestre que Pai se revelia

Eis: deixamos á nosso p.ezar t Amanhã de juizes severos Esquecida talvez nossa dór,

Ah ! quem sabe se á nossos vexames ; Acharemos quem mude o rigor ?-! _

Riso e pranto confundem nossa alma , —Cada um po seu posto fiel— , : a Nosso riso traduz.amisade,

Nosso pranto saudade cruel!

Nosso riso nos diz que mil bênçãos Sobre ti cahirão—do Senhor—: Nosso pranto nos diz que na luta Perderemos fiel defensor y

... '¦;-•¦¦• '7 y..'¦ . y . . ,.. :¦..¦ piífi.. ,

Bem hajas, mestre adorado,

Que—juiz n'alta sciencia— 7 De Pai o mister sagrado

Nutres na sã consciência !

Bem hajas—quanto eu desejo— Que ufano de bemfasejo

Nos estendes a mão de amigo !

Teu nome, tua memória .7 São flores de nossa historia,

Referências

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