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[Recensão a] TUCKER, George Hugo - The poet's Odyssey: Joachim du Bellay and
the Antiquitez de Rome
Autor(es):
André, Carlos Ascenso
Publicado por:
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos
Clássicos
URL
persistente:
URI:http://hdl.handle.net/10316.2/28850
Accessed :
18-Aug-2021 04:50:27
Vol. XLI-XLII
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA COIMBRA UNIVERSITY PRESS
274
A inserção das traduções em apêndice, ao mesmo tempo que outras surgem no decurso da obra, embora se compreenda (a antologia não é da responsabilidade do autor), retira alguma solidez estrutural ao livro; mas não o bastante para deixar ofuscado o seu mérito.
CARLOS ASCENSO ANDRé
GEORGE HUGO TUCKER,
The poet's Odyssey: Joachim du Bellay and
the Antîquitez de Rome. Oxford, Clarendon Press, 1990, XIV +
+ 304 pp.
G. H. Tucker ocupara-se já de Du Bellay em um pequeno estudo dedicado ao soneto XXXI de Les Regrets (FS 36, 1982, 385-396). Abalança-se agora a trabalho de maior fôlego mas sobre uma outra obra daquele nome grande do Renascimento francês, as Antiquitez de Rome.
O tom geral do volume é enunciado, desde logo, na introdução : estabelecer a multiplicidade e multidireccionalidade de relações dos poemas das Antiquitez. Objectivo em boa medida alcançado, diga-se desde já.
A visão de síntese feita no cap. I — «A poetic Odyssey: parisian beginnings, departure and homecoming» — representa a adopção de uma metodologia bastante útil, atendendo ao critério cronológico que orientará o resto do trabalho. Aí verifi-camos os aspectos que G. H. T. mais sublinha na obra do poeta francês: uma carreira curta, mas variada e intensa (p. 8); o bilinguismo como forma de expressão de múlti-plas visões, subtilmente diferentes, de temas idênticos (p. 12); a importância dos quatro anos passados em Roma, em que o poeta «found his environment» (p. 46) ; a contradição entre o reconhecimento de que era alvo em Roma e o esquecimento a que era votado na pátria (p. 50) ; a importância do encontro, in loco, com os poetas do passado, e da experiência da atmosfera integral de Roma, em Roma (p. 52).
O percurso em Roma — cap. II, «The quest for Rome, in Rome» — é feito por mão de Fabrício; mas são apontados outros paralelos, designadamente com Hildebert, Bernard de Moriay, Poggio Bracciolini. A verdade é que o poeta «não proclama jamais ter encontrado Roma em Roma»; descobriu apenas fragmentos de uma Roma arquitectónica e literária e combinou os elementos de ambas para formar a imagem ideal que nos lega (pp. 103-104).
O cap. Ill — «Roman texts and contexts: Vitalis' portrait gallery rediscove-red»— leva-nos a múltiplas influências, entre elas Buchanan, Beza, Janus Vitalis, Jean Doublet. Dessa comparação ressalta, segundo G. H. T., que «Du Beilay's jour-ney to Rome was, if anything, an inspiring 'return', after the manner of a Rutilius, to a privileged place, a superior home, under a more brilliant sky. In exchanging Paris for Rome, he may not have 'changed his heart' or 'fled himself but he did find himself as poet through the interaction there of his own culture and sensibility with other writers and their writings» (p. 173).
275 O regresso é estudado no cap. IV — «The end of all», onde continua a desta-car-se uma poesia entretecida da interacção de múltiplos textos. O final sublinha o triplo aparecimento do tema memento mori em três níveis: aplicado à obra do poeta, destinada a morrer depois da sua morte; aplicada ao próprio poeta, condenado ao esquecimento; aplicado aos leitores vindouros. O futuro, no fundo, reserva-lhe a mesma sorte que Roma teve.
A sensação final pode ser de frustração: todos os monumentos do engenho humano estão condenados a desfazerem-se em pó ; o que sucedeu a Roma aguarda o poeta; o encontro de Du Bellay com as ruínas tornou-se no guia (pessimista) do pró-prio poeta, o texto confundiu-se com o quadro, a viagem ganha feições de Nekya (da «Conclusion», pp. 225-231).
Esta apreciação erudita e de grande lucidez é seguida de alguns apêndices enriquecedores, um dos quais (pp. 235-236) sobre o humanista português Diogo Pires, também ele um modelo quinhentista da poesia de exílio, e um outro com a tradução dos passos citados ao longo do livro.
Completa o volume abundante bibliografia, repartida por vários temas: fontes, edições, obras de referência, em cada caso respectivamente para a Antiguidade, o poeta em estudo, o Renascimento e outros autores abordados. A lista é extensa, embora não exaustiva; sente-se, de facto, a ausência de obras essenciais sobre a temática do exílio, sobre Ovídio, modelo de toda a poética do desterro, e também, pelo menos, sobre um dos poetas referidos, o português Diogo Pires. Lacuna que se compreende, atendendo à vastidão do tema em causa, e que passa quase despercebida ante o rigor e a qualidade do trabalho de G. H. T.
CARLOS ASCENSO ANDRé
PLATóN
— Crátilo. Introducción, version y notas de U.
SHCMIDTOSMANCZIK. México, Universidad Nacional Autónoma de
México, 1988, CXLVII + 90 pp.
Da Bibliotheca scriptorum Graecorum et Romanorum Mexicana, responsável por uma já extensa e meritória tarefa de divulgação e exegese de obras da Anti-guidade Clássica, surge esta edição bilingue do Crátilo, a cargo da helenista U. S. Osmanczik, que para a mesma editora preparou também as versões do Laques e do
Górgias, Edição que é de toda a justiça salientar, já pela qualidade do seu estudo
introdutório, já pela cuidada versão que acompanha o texto grego (estabelecido por A. Méridier).
Repartindo-se por cinco capítulos, a Introdução abrange as principais vertentes de análise do diálogo: enquadramento dramático e cronologia relativa (I), termino-logia técnica no âmbito da teoria linguística (II), estrutura interna da obra e evolu-ção do movimento dialéctico (III), problemas ligados à interpretaevolu-ção global do