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Professora: Sérgio Gonçalves

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Academic year: 2021

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Pós-Graduação em Gestão, Supervisão e Orientação Educacional Disciplina:

Políticas Educacionais 6º encontro:

• Financiamento da educação: revisão histórica, receitas, despesas, transferências, dados técnicos e limitações orçamentárias;

• Exemplos de programas federais e suas aplicações. Prof. Me. Sergio Gonçalves da Cunha

Financiamento da educação pública na História Brasileira – resumo: • Brasil Colônia: “o quinto” (20% das exportações de metais preciosos); • Final do período: 150 impostos;

• 1551 – Escola pública – Bahia – Colégio dos Meninos do Brasil – Gratuita (redízima / jesuítas); • 1758 – Expulsão dos jesuítas . Colégios ($) - venda de gado e trabalho escravo;

• 1772 a 1834 – Aulas régias oferecidas a crianças e adolescentes. Subsídios > Impostos de cachaça e carne (menos de 5% da população atendida);

• Constituinte imperial 1823: fundação de universidades (São Paulo e Olinda em 1827) e aprovados e projetos descentralização da educação nas séries iniciais negado: foco no ensino superior;

• 1834 – Expansão comercial / tributos similares ao ICMS. Escolas públicas primárias (gratuita) e secundárias;

• Constituição de 1824: Ensino primário não obrigatório (obrigatório só nas províncias). Faltou dinheiro e gestão;

• CF de 1891: educação sem gratuidade, sem obrigatoriedade e sem garantias dos direitos sociais; • Ensino laico separado da Igreja: elitismo e exclusão. Ideia de “Estado mínimo”.

• Construção de um federalismo modelo EUA;

• 1925 – cerca de 42% dos impostos advindos da tributação de importados;

• Cidades médias > escolas > indústrias (necessidade de maior divisão do trabalho e mais especialização);

• Escola para desenvolvimento da sociedade > “Escola Nova” > Manifesto de 1932;

• Mudanças políticas, econômicas e sociais no país: Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública (1930) e 1º vinculação de recursos. Determinação de construção de um PNE (Art. 148 e art. 157);

• CF 1934 – Educação como direito (art. 149). Vinculação de recursos (União: 10% / Estados e DF: 20% / Municípios: 10%;

• CF 1937 - Educação como dever e direito dos pais (art. 125); Ensino primário obrigatório e gratuito. Cobrança da “caixa escolar” (art. 130). Supressão da vinculação de recursos;

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• CF 1946 – Fundo Nacional do Ensino Primário; Educação como direito de todos. Dever dos pais e da escola. Ensino primário obrigatório e gratuito. Retorno da vinculação de recursos: (União: 10%, Estados e DF: 20%/ Municípios: 20%);

• Anos 50: Discussões para a criação de novos fundos para a educação. Época de expansão, porém confusa e só para as elites (baixa oferta de ensino secundário);

Tabela comparativa:

LDB 6.024 / 1961: surgem os conselhos estaduais de educação (CEEs) e o Conselho Federal de Educação (CFE); (União: 12%, Estados e DF: 20%/ Municípios: 20%);

Surgem novos fundos nacionais para ensino primário, médio e superior (divisão em partes iguais prejudica a educação elementar, com mais alunos);

1967: Centralização > indústrias > especialização > capital humano > formação técnica = ensino básico x ensino técnico. Menos autonomia de estados e municípios;

União concentrava maior parte das receitas (IPI e IR. Compensação para os outros entes federados: FPM e FPE. Quota de ICMS e critério de “Valor Adicionado Fiscal” (principal critério de repartição de ICMS – o imposto de maior arrecadação absoluta do Brasil, segundo a Receita Federal - 2012);

FPE: União para estados (IPI e IR) e FPM: estados para municípios (ICM – critério de valor adicionado fiscal); O ICMS é repartido como 75% para estados e 25% para municípios. Outras subdivisões e condições detalhadas por fonte de arrecadação variada estão no art. 158 da CF de 88;

1969 (EC/1): vinculação de recursos só para os municípios (20%);

LDB 5.692 / 1971: mínimo de 20% do FPM para a Educação. Aumentam as atribuições dos conselhos (municipais, estaduais e federal) porém persiste a alta centralização;

Aumento gradativo do FPM e PPE: 5% até 1975 e 10% em 1981.

Quase 70% dos recursos concentrados no ensino superior em 1978 (investimentos da União). A descentralização era uma alternativa para que estado e municípios dessem conta da educação elementar; Anos 80: aumento do FPM e FPE. Eliminam-se as transferências vinculadas e mantêm-se as negociadas. Forte negociação política;

Principais tipos de transferências: Vinculadas (constitucionais e obrigatórias); Voluntárias (contratos de repasses; consórcios);

Tripartite (entre os três entes federados). Somente no SUS e SUAS; De renda (para calamidades e emergências);

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FPM. FPE e FUNDEB são exemplos de transferências vinculadas;

Emenda “Passos Porto” (EC 23/1983): aumento do FPM e FPE (14% em 1985);

Emenda “João Calmon” (EC 24/1984): novos percentuais mínimos de investimento em educação pelos entes (União, 13%, Estados, DF e municípios, 25%);

• CF 1988 - descentralização, colaboração e pacto. Educação como direito de todos e dever do Estado (art. 6º). União: 18%, Estados e DF: 25%/ Municípios: 25%. Inclusão da faixa de 0 a 6 anos. Fundamental obrigatório; Direito público subjetivo;

• Foco na visão redistributiva e suplementar dos recursos;

• Anos 90: globalização, mercantilizarão e eficiência > recuperação econômica e educacional. Críticas à desigualdade e federalismo competitivo;

• Permanece a estratégia de aumento do superávit primário (com aumento dos tributos sem aumentos de repasses para gastos sociais);

• 1996 - EC/ 14 - Criação do FUNDEF (Lei nº 9.424/96) = subvinculação de recursos com foco no ensino fundamental; Expansão do Ensino Médio;

Receitas, despesas e transferências: algumas informações técnicas: • Orçamento: planejamento previsto em lei para ações governamentais;

• Receita: conjunto de rendimentos de um ente federado. Receita pública: receitas correntes + receita de capital;

• Todas as receitas possuem código nacional padronizado. Ver lei 4.320 de 1964. Há também as portarias do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;

• Despesa pública: desembolso condicionado por leis específicas. Exemplo: licitações;

Despesas correntes: para ações governamentais. De gasto contínuo (promoção e manutenção de ações); ❑ Despesa de custeio: exemplo, o pagamento da folha pelo município;

❑ Transferências correntes: exemplo da transferência de impostos entre os entes; Despesas de capital: ligada a acumulo de patrimônio público;

Compra de terrenos, ampliação de escolas etc.

A Manutenção do Desenvolvimento de Ensino (MDE) vem da receita de impostos. São 4 categorias: • imposto sobre o comércio

• imposto sobre o patrimônio e a renda • imposto sobre a produção e a circulação • imposto extraordinário

Receitas: ✓ Impostos; ✓ Transferências;

✓ Salário Educação e outras contribuições sociais; ✓ Incentivos fiscais;

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✓ Outros recursos.

(CARVALHO, 2014, p.4) Outros mecanismos:

Instituições educacionais sem fins lucrativos: receita excedente deve ser enviada a outra instituição ou repassada ao governo em caso de encerramento das atividades;

IES que aderem ao PROUNI, tem isenção dos seguintes tributos: Imposto de renda sobre a Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS);

Esta renúncia fiscal diminui os recursos destinados ao FPM e FPE;

A lógica de repartição de recursos incita a “especialização” de cada ente por segmento;

Em 2013, a compensação da União foi de 10% do valor do FUNDEB nacional (107 bilhões). Desde 2010, 10% é o estipulado;

A compensação da União gera desigualdades. Em 2013 o mínimo estipulado era de R$ 2.221,73,15 e o Espírito Santo, por exemplo, chegou a receber R$ 3.652,72 do valor aluno/ano após compensação;

Em 2015, o repasse do FNDE foi de R$ 773,1 milhões aos estados e municípios. O valor aluno/ano atual era de R$ 2.576,36;

O Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi) precisaria entrar em vigor até 2016 e aumentar gradativamente até 2020. O valor estipulado para o ensino médio é de R$ 3.771. Em 2015, 16 estados investiam menos que esse valor mínimo, inclusive o Rio de Janeiro.

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• O MEC argumenta que não há necessidade de mais recursos para a educação infantil e o ensino médio, pois a taxa de escolarização líquida caiu (mas e os que estão fora da escola?);

• A Taxa de Escolarização Bruta é a razão entre o número total de matrículas (independente da faixa etária) e a população correspondente na faixa etária prevista (6 ou 7 a 14 anos) para o curso na etapa de ensino. A Taxa de Escolarização Líquida representa a razão entre o número de matrículas de alunos com idade prevista (6 ou 7 a 14 anos) para estar cursando determinada etapa de ensino e a população total na mesma faixa etária (Observatório da Criança);

• Só em 2011, a educação perdeu mais de 8 bilhões devido a alunos fora da escola;

• Segundo a OCDE, de todos os países participantes do PISA, o Brasil é um dos que investe menos em educação, atrás de Chile e Argentina, por exemplo;

• Atualmente o Brasil investe cerca de 5,3% do PIB em educação. Especialistas calculam que mesmo com os novos recursos (Fundo Social do Pré-Sal e royalties do petróleo) não ultrapassaremos os 6,5%; • Na educação infantil o gasto com o aluno/aluno em 2014 era três vezes menor que a média da OCDE

(USD 2.111,00 e R$ USD 6.762,00 respectivamente). Os EUA investem 5 vezes mais que o Brasil; • No ensino médio o quadro é ainda mais dramático: USD 2.571 (Brasil) e USD 9.000 (média OCDE); • O principal impasse protagonizado por estados e municípios sobre o financiamento é o piso salarial

nacional do professor : R$ 1.567,00 em 2013 e R$ 1.917,78 em 2015 (em 2017 é de R$ 2.298,80); • O argumento principal é a falta de receita e a LRF: 60% do FUNDEB é destinado para a folha de

pagamento, mas a LRF limita também em 60% o uso de todos os recursos municipais ou estaduais com pagamento de pessoal;

• O FUNDEB promoveu uma “minirreforma tributária” por ser um fundo nacional e pela redistribuição de recursos por vinculada ao número de matrículas. Ainda assim, persistem as desigualdades e os recursos não são suficientes;

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• A CF de 88 prevê a possibilidade de fonte adicional de recursos para a educação, se necessário, além dos vinculados à MDE (Art. 70º da LDBEN de 1996);

• IMPORTANTE: Receitas de transferências precisam ser computadas como impostos para efeito de vinculação;

• O ente que paga (transfere recursos para outro ente) pode deduzir o valor para o cálculo da receita líquida para efeito de vinculação. Por exemplo: se um estado arrecada 10 milhões de reais em IPVA, pode deduzir 2,5 milhões (25%) e ter a responsabilidade legal de aplicar o percentual mínimo exigido para a educação sobre os 7,5 milhões restantes (nesse caso, 25% segundo a constituição, ou seja, R$ 1.875.000,00);

• Distrito Federal e municípios fazem incidir a alíquota de 25% no total de impostos (não fazem transferências entre os entes);

• FPE: 21,5% da arrecadação líquida de Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) compõem este fundo que é redistribuído entre os estados (transferência de áreas mais desenvolvidas para as menos desenvolvidas);

• FPM: da União para municípios. São 22,5% da arrecadação do IR e IPI. 10 % do fundo vai para as capitais, 86,4% para os municípios do interior e 3,6 para o Fundo de Reserva (para cidades com mais de 142.633 hab.);

• Entre outras fontes adicionais há os programas suplementares de alimentação e saúde e as cotas do salário-educação dos estados e municípios (CF: Art. 212)

• Salário Educação: (2,5% dos salários pagos ao empregados do INSS): 1% da arrecadação vai pro INSS e 99% para o FNDE. Deste saldo seguem:

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• 10% para a União;

• Restante distribuído dessa maneira: 1/3 para a União (novamente) e 2/3 para estados e municípios (transferência direta a partir do número de alunos matriculados);

• Cota federal: uso no ensino fundamental;

• Cota estadual e municipal: redistribuição entre os entes pelo número de alunos matriculados e comunicados pelo Censo;

• FUNDEF: 60% para o ensino fundamental (para assegurar a universalização de atendimento e para salários). Se não era atingido o mínimo estabelecido no valor aluno-ano, a União complementava; • Já para o FUNDEB conta-se com a seguinte cesta de impostos (20%): FPM, FPÈ, ICMS, IPIexp, IPVA,

ITCMD, ITR;

• Muito importante: para conhecer mais detalhes sobre a composição do FUNDEB, distribuição de recursos, transferência, gestão, utilização, acompanhamento, controle social, comprovação, fiscalização etc. consta na Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007.

• A partir do FUNDEB a União não pode mais utilizar recursos do salário-educação para fazer a complementação aos fundos (esta contribuição é utilizada de outra forma, como visto anteriormente); Alguns programas federais:

• Caminhos da Escola: através de linhas de crédito especiais oferecidas pelo BNDS, estados e municípios podem adquirir ônibus e micro-ônibus zero KM, bem como embarcações novas;

• Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (2004 / Pnate): assitência financeira suplementar para a manutenção dos veículos (municipais e estaduais);

• Programa Nacional de Saúde do Escolar – PNSE (1984). Recursos suplementares para consultas oftalmológicas e aquisição de óculos para alunos do 1º ano do ensino fundamental público (estadual ou municipal);

• Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE (1955). O mais antigo do Brasil. Transferências de recursos para compra de gêneros alimentícios. Em caso de recursos insuficientes, os estados e municípios tem a obrigação de complementá-los;

• Programa Nacional do Livro Didático – PNLD: destinação de recursos para obras didáticas, paradidáticas e dicionários;

Referências

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